PIRANDELLO, Luigi Assim é (se lhe parece)

download PIRANDELLO, Luigi Assim é (se lhe parece)

of 26

Transcript of PIRANDELLO, Luigi Assim é (se lhe parece)

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    1/26

    TEL : 2749895

    t3)de Luigi randelloTraducao is Ai l lOr F ernandes

    P A T R O C I N I O;hellT e a tr o d o s 4

    SHO PPING DA GA VEL - 2 . AM R

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    2/26

    UFMG - Faculdade de EducacaoBiblioteca

    Av. Antonio Carlos, (>627Caixa Postal 170331270 901 Belo Horizonte - MG? R A S H ,Tel.: (31) 3499-5302Fax.: (31) 3499-5301bib l ioaf iac.ufmg.brhttp//iwww.fite.tifmg.bribibio

    U.F .M.G. - B IBLIOTECA UN IVERSITARIA1 18 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 E l l

    NAO DANIFIQUE ESTA ETIQUETA

    Desde 198 3, quando a Shell comecou a pa trocinar o teatro, ternsido intenso o apoio dessa em presa para o Teatro dos 4. Esse apoio sedeu graces ao born nfvel des producaes apresentadas por essecompetente grupo.Assim, corn a patrocinio da Shell ja foram montado s: "Rei Lear",de Shakespeare; "Tio Varna ", de A. Tchecov e ago ra "Assirn 6 se lheparece, de Pirandello. Outros textos, ainda este ano, sere() encenadospolo Teatro dos 4 co rn o patrocinio da Shell.Pode-se concluir que esse relacionamen to entre a empresa e a artebenefico para a culture. E pare os artistas. Como tambern para aernpresa, que se identifica como uma des mais emocionantes formasde expresso artistica: o teatro.Tem os certeza que a Shell, patrocinando este ano 12 pecas, deau tores brasileiros e estrangeiros, encen adas no R io e ern Ski Paulo, estcump rindo o seu papel em relack ao nosso metro.Afinal, est imular a culture 6 tam bern papel de uma grande empresa.

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    3/26

    "Tentei contar algo a outros homens,sem quaisquer outras ambicees, excetotatvez a de me vingar por ter nascido."

    Luigi Pirandello

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    4/26

    PIRANDELLO-0 2 , 0 e tStti 6eeta dramaturgia do "homem s o "

    BETI RABETTI

    A producdo pirandelliana, desde setsperiodo inicial, provocou until reacdo depnblico c uma reflexdo teOricagrande quanta variada c quo extrapolouas fronteiras italianas de sua origem . 0primciro dado quo sobressai a a quelequo permite ver em Pirandello umadaquclas figuras artisticas raras nacultura contemporimea c mu lti) maistipicas de uma epoca anterior ondea presenca do 'escritor total' ndocausava espanto. Pirandello a urnartista contemporimeo que nab Sccontenta corn os m oldes rigidos daespecializacdo, quc ap resenta urna vastagama de conhecimentos, um sel ido acervocultural e que, inscrido no sou tempo,produz uma grande quantidade do obrasque abarcam e permitem desnudar uma`pitstura diante do mundo. E par issoquo ao falai de Pirandello artistafescritor,fica (lifted deixar de [enthral- (le Italzacqua, tempos antes, coin sou conjuntode obras, pretendia discorrer sobre'comedia humana'.No entanto, a lembranca nao esuficiente c a comparacdo pode ate serenganosa. 0 fame que, diante desteartista con tempordn eo, impar na s u adiversidadc, a critica mo derna se deparacorn urna serie de d esafios. E procurouresolve-los buscando no conjunto desuas obras poesias, novelas, escritosteericos sobre arte, ciencia.. .rnpossivel tic condutor. E assist' vieramtona as chamada s 'central idades da obrade Pirandello:forma) x vida(movim ento); 'persona x personagem1;a vida como metitfora, quc anula aoposicdo arte/vida'; o 'team) grotesco;'cerebralisnio e/ou veri gno cmPirandello, para citar os exem plos maissignificativos. E, no entanto, desde osprimciros cnsaios do sous contemporancosSilvio D' Amico e Adriano Tither asmars recentes interpretacnes de GiovanniMacchia c Juan G. Zamora, por exempla,a obra de Pirandello continua inquietante,solicitadora c possibilitadura do unta

    reflexio abrangente, que leve em contasua poetica, sua estetica, sua filosofiae sua vida.blio a pretensio deste ensaiosintctizar as d iversas conelusries obtidaspela critica pirandelliana e nem m esmotrazer alga de extremamente novo sabreo autor. Tenta-se fazer aqui um a sleitura'prOxima de Pirandello, quase afetiva,procurando colher, a partir de sua obramesm a, alguns elementos quoconsideramos significativos. Aqueles(lidos que nos 'tocant', hole, no Brasil,em 1985. E que nos tocam a traves daunivcrsalidade da obra pirandelliana. E orespaldo (testa leitura possivel, o

    encontramos em Piramfello mesmo , pelaMacao que c le estabelecia entre sua artee sua vida, pclas rellexOes quo ele sugeriano confront corn a ()bra de arts.0 fato 6 quo Pirandello 'escritortotal' se dedicou tambern ao teatro e esteocupou rido apenas uma parte importantede sua vida, de sua producdo artistica,

    count tarnbem, tomou-se camp()privilegiado para verificar algumasquestOes cssenciais de sua arte e de suav ida. E certo quo os anos vividos parPirandello viram lamb ent o surgimentode importantes movimentos no campoteatral. As d ecadas finais do sec ulopassado e as primeiras desic sculopresenciaram aquilo que alguns autoreschegam a dcfinir como uma verdadeira"revolucdo do (cation , devida sobretudoaos movimentosque originaram osurgimento da encenacdoE e certotambem que nffo se pode compreendera teoria e a pratica da encenac ilo semTaxer referencia as posigOes mais am plas,eStaticas e filosOficas, que or ientaram ospassim tcatrais dos =demos Idiretores.No entanto, Pirandello se insere nestecontext da histOria do teatro modern,sobretudo por sua contribuiclo enquantoautor dramatic. E verdade quo redigiuprojctos do leatros do estado', quo setornou 'diretor artistico', de umacompa rthia estavel (o'Teatro de Arta de

    Komi), corn sedc pr6pria c pap a qualconscguiu subvenciies oficiais. Mas estaspraticas parecem q uase episadicas, diantedo carater que sua producio dramatingicaassume no process de inseredo do teatrono mund o das artes, no mundo cultural.processo ao qual pertencem asmovimentos de en cenacdo. Portanto, parasc aproximar de Pirandello, para'attendee Pirandello, b necessario entrarpor suas obras adentro, percorrer suaescritura, cenica incluida.Quandu escrever n a um a filusofiada vida mas um a fdosofia de vida.A dramaturgia pirandelliana ocu paurn espaco i ntoderno' 1150 tante polo'contend filosOfic& que p ode sercaplado cm suas ob ras. Quando etc falade 'senso filosinfico' que orients seutrabalho de au for ndo se refersnecessariantente a uma questio decontend quo. alias, ele diz ndoexistir: "Na Italia parece que q uereminsistir em seguir o caminho falso dealgum critic queacreditou descobrirnas minhas coisas um contend filoseficoque ndo cxiste, garanto a vows quo lidoexisto". E a forma mesma da dramaturgiapirandelliana quo permite ver neste'artesio da lingua', urn constanteinstigador do p ensamento teatral queantes ou depois 6 urn pensamento sabre omundo e urn assiduo trabalhadorda linguagem do teatro enquanto obra dearte especifica, ai inclu (dos: autor, ator,dirctor, espaco calico c pnblico.

    0 procedimento peculiar corn quatrabalha suas obras, colhando nficleostemiticos e formals, constantemente,revisitados e retrabalhados, atraves dosmais diferentesgeneros de producdo,permite notar uma tendencia constants a`confundie realidade, fantasia, cincia,enquanto 'linguagens'. A linguagemo inquieta tanto quanto o terra quoaborda. Torna-so urn campo deexperimentaco necessaria para `chegara elc. E certo que a vida, aos olhos

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    5/26

    Luigi Piramlello e Marta ANA % no R io eom a Cat Jaime C osta, quamk)da reapresentactio de "Pols e"Cbsie, se vi pare...").cm 1927de Pirandello, Lido anda tao bem c nit.)apenas por urn princtpio filosOfico quemostra scus 'Unites, sua m utabilidade,diantc das fonnas fixas da arte. Com o diy.C. Ma cchia, "a sociedade siciliana foi,para Pirandello, urn condensado, entreespeihos deformantes, da sociedadehuman: urn lugar de ensaios, deexperiencias c de visOcs. Naqucle espelhocurvo, onde as imagens apareciamlancinadas numa expresszio quase sempregrotesca, e onde implicitamente seoperava a critica e a superac5o doverisrno, se (e get ia o atraso de ulnasociedade, l igada aos r.zconceitos c assupeiticOes, ao parecer mais que ao ser.E o teatro de Pirandello, diante disto,no t reacle' mas &forma, desconstrbi;torna-se campo de batalha, campo deexperiencia, modo de interferir.Sea vida mesma se apresenta cmPirandello corm ) um a granite ' legit),ulna 'bufonaria', o scu chamado 'teatrometaferico' adquire urn significadoparticular. Etc nao tern pretensionaturalista de fazera fiecdo'e seu teatro torna-se local de v ida, deordem diversa, 'privilegiada', quepermit a manipulaco'. E e assirn quePirandello urde suas tramas, constrOiscus personagens, agiliza scus dialogos,cm forms suficientemente abertaspara serem constantemente remexidas

    0 eterno jogo dos contririos, nos temas,nas estorias, nos personagens, nas falasde cada urn, denota ulna denOnc ia das'aparencias' mss, ao mesmo tempo,uma tentativa de supers-las. Sc the eraimpossivel interferir na t aparencia davida', ou melhor,se o eterno parecertorna-se condico do vida, PirandelloconstrOi urn teatro que sc apresentacomo 'Iaborat6rio', como moment()privilegiado na busca do aprimoramentohuman.e que o teatro, ao mesmo tempo emque apresenta !Unites muito sutis corn avida, pennanece enquanto arte e assim,como tal, permite a intervenedo ttscnica.Dal um verdadeiro carter de "(braaberta. nal) apenas para nen que aconsuminms, mas para 0 prbprio autor,que corn ela brinca de viver, tecendo osfios a seu modo.Personagens ou marionctes?

    Urn ponto de vista praticamentecomum as anilises do teatropirandelliano 6 aquele que se refereforma como se apresentam scuspersonagens.. . .. . em muitas com edias dePirandello, paste-se tie um dado arbitririofatigante e complicado, que pennite aoautor agitar algumas marionctes mais oumenus angulosas, numa seqUencia de

    cenas rapidas c secas; ate que a urn dad omomento... no qual uma mola salts, amarionete se torna homem, um rio decornocao, pequeno ou grande, revela otormento secret() daquelcs fantoches queacreditavamos rfgidos e de madeira: Comestas palavras Silvio D' Am ico dava inicioa soda uma l inha que se elleal inhou'em busca dos personagens de Pirandello.certo que o espaco' de Pirandelloestava en trecortado por e ste tipo defigural: dos famoso s t pupi . sicilianos, asmascaras da t eommedia dell' arte',passando pela ocupac do de urn teatro (a

    'Teatro d' Arte') onde justamente haviambrilhado as marionetcs de V. Podrecca.Isto ludo sem falar que no grande teatroda v ida italiana Pirandello via urngrande marionetista, que atraves de hasmais ou merlin requintados manipulavaverdadeiras massas humans... Nocntanto, pan entender o 'personagemmarionete' pirandelliano 6 precisolembrar suas consideracees sobret humorismo'. Ilumorismo, enquantoteenica artistica de interferencia sob re avida. tao certo o tato de ele conduziros fios de seus personagens, como 6 certoseu objetivo de miff construir !waifs.Scus personagens tambem resultam deurn trabalho de decomposicAo, dedesconstrucao, oferccendo a possihilidadede experimentar scu "desmascaramento'.

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    6/26

    E por isso que se diz quc Pirandellomaltrata scus personagens ou, para usarum jargdo teatral, faz doles figuras'chapadas'. 0 'pogo das contradicOes'que comumente serve a construed() depersonagens plenos e grandiosos aquindo tern lugar. Pirandello brinca corn ascontradicees mesmas, mostrando ora urnlado, ora outro, sob a luz de urnampliador que os faz 'pequenos'. Noentanto esta resistencia em dar vida aospersonagens da qual o texto 'Seispersonagens a procura de urn autor'urna sintese exemplar n nos levaa definir suas figuras como contornosou linhas man acabadas. E que des ternuma grandeza de outra ordem, sobre aqual as referincias do 'teatro realists'ndo s5o suficientes.

    Os personagens teatrais exercem urngrande fascfnio em Pirandello pelo faromesmo de serem criados pela vontade deurn autor. sa o obras de arte, ndo sofrema ago do cotidiano e fiesta possibilidadcde suspensao do tempo, possuem umavida 'de piano superior': "A natureza seserve do instrumento da fantasia humanapara prosseguir sua obra de criago. Equern nasce devido a atividade criadora;que tern cede no espirito do homem,ordenado a ter, por natureza, ulna vidarnuitu superior a aquela de quern nasce doventre mortal de uma !nuttier." Psiesta aparencia sinuowa ou mesmofantasmag(rica que adquirem; imagensespeculares. quase imOveis, ou girandocm tomb de urn fio, do fonna a mostrarum lad() por inteiro, depois outro, numaverdadeira amostragent de fragmentos.

    esta nossa realidade imutavel, quedeveria provocar I nos atores) urn rnlafrioao se apruximarem de nOs!'

    Na peca citada, assin) se dirige umperson:igen) (0 pai) a() diretor dacompanhia, para reclamar da'interpretacdo dos atores. Como se ye,Pirandello se defrontou corn o problemada interpretago dos atores ndo apenasem seusensaios teOricos dentre osquais 'llustradores, Atores e Tradutoresadquire significado especial , mas ernsua prOpria obra dramatingica. E aquitrata-se de um case extremo: opersonagem adquire uma talindependencia, inclusive do autor quese negara a the dar vida, que o problemada interpretacdo do ator resolve-se numimpasse: ou se accita quc o trabalho duator sobre urn personagem e sempre'relativo'. a uma 'interpret:Igo', ou senega a possibilidade do drama. E nao ecasual que Pirandello, no ensaio citado,se lembre daquele tipo de teatro onde o

    autor escrevia apenas urn "roteiro' sobrco qual os atores 'improvisavam', a partirnffoji de personagens mas de 'mascarasfixas',com as quais confundiam suaspr6prias vidas.

    Mas a sempre corn muito cuidadomesmo coin mu ito afeto que Pirandellose volts pan os atores, estas criaturasvivas, que mudam a cada dia e que temquase o privilegio de interpretar, todosos dias, por of fel(); tern a furled() explicitade se aproximar destas 'realidadesimutiveis, que giram, mostrando suasdiversas faces, manipuladas por lies deLuna ordem divcrsa da natureza. Comodiz C. Macchia: "a operacio corn a qualPirandello ira se defrontar sera a desubstituir a "fovea psiquica" corn aFantasia, tido mais bruxa mas criada, c omedium corn aquela criada. Aquila podeser entrevista a ideia do personagem qucdispOe de uma Corea autbnoma, e aomean() tempo a vitOria do personagemsobrc a prOpria vontade do au tor; forcavital que deseja manifestar-se e realizar-senao mais nuns romance, corn meiosnarrativos, mas sobrc o palco, ondeaquela "essencia plastica" toma corpoe se torna visfvel tambern para (is outros,para nOs cspectadores. 0 espaco teatraltornar-se-A o lugar de urn rite migico."0 'artesanato da palavra' como modede vida e Tao como mein de viver.

    Sc sdo as diferentes 'versOes queconstrOem os personagens, sae clastambem quc se constituent nos temasde suas obras, desencadeando as Iramasde suas diferentes pecas. E como se,constatada a impossibilidade de viververdadciramente, de 'existif, Pirandellose dedicasse a 'construcOes' continuas.Esta pi: Arica revela uma verdadeira'ansiedade de comunicago" e no entantondo camufla a() autor a verdade de quc alinguagem tamb6m e uma fonte deequivocos. Se se pode dizer quePirandello 6 urn 'arteso da palavra' e quetal fato poderia definir seu cstilo 6porque a linguagem tambern a urnlabirinto de aparencias corn as quais elese diverte em brincar. Ao mesmo tempoem que sua dramaturgia resulta de uma'tentative de se fazer entender', de sabeque c l atraves da palavra que nostornamos personagens'. Por isso 6 que sediz que toda sua dramaturgia se constituinuma (mica tragdia, a sua.

    Nem mesmo pensar 6 ex istir. Amascara 6 a condiedo da ex istencia. Setirarmos a mascara e olharmos noespelho, teremos o destino tragic() deNarciso: a morte. E desta condenacio acomunicago que Pirandello faz seu

    officio e corn ele brinca incessantemente.Cerro, urn brinquedo tido fascinantequanto iluminador. Para idle, e pan nbsque nos diverthnos em interpret-lo.

    Sua obra 6 a sua 'cara falante',enquanto mascara e enquanto Pala e, porisso mesmo, enquanto vida. Uma obra dearte que, por mais s influencil que tenhasofrido de seu autor, perm anece, cm suaperenidadc, a nos 'tocar', csuficientemente aberta a permitir nossaentrada nela. E por mais que sejarnosrelativos, parciais, intiirpretes do nossotempo, diante dela, temos sempre asensago de aproximago a algo universale at emporal.

    Mas a bem possivel que, ao final, desua digna soliddo, Pirandello, como bornhumorista, mais urna vez chegasse a nOse dissesse: "Assim (se vos parece) "!

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    7/26

    A verdade de cada urn:o vermelho as vezes pode ser verde.YA N MICHALSKI

    Sempre five um especial fascinio pelomecanismo atravds do qual o no sso olharflu a leitura das cores. Um a superficieist5 coberta de substancias cujacombinacao quimica produz para anossa retina a sensacao visual que seconvencionou chainar de "cor vennelha".Eu &So sc i , e nao saberci nunca, se o"meu" vermelho o lima sensacaoextamente igual a do "teu" vermelho.Ou seja, se a imag em sensorial dovermelho que se fomia no meu olho 6identica a que se forma no teu. Masexiste urn denominador CORIUMinquestionavel: para vote como panmint, as propriedades quimicas dasuperficie vermclha que estamos vendo

    procluzem um efeito suscetivel de sertraduzido por um detenninado conceito,e por nenhurn outro. Esta e a verdade.Quern diz. que urn o bjeto pintado devennelho c verm elho est5 dizendo averdade. Quern diz que etc e verde estamentindo.Muito bent. Ai entra em cena urndaltbnico e afinna que a superficie quevote e eu winos vermelha O verde. Aspropriedades quimicas da superficie ntiomudaram: sao as que, clef ' tificamente,provoccun, atraves de uma relaclo diretade causa e efeito, a sensaylio do vermelho.SO que a conformacao do olho do nossoamigo daltonico a diferente, etc ndo captaas propriedades "objetivas" do vennelho

    como nO s as captamos; para ele, overmelho pode m uito bent ser verde; esta6 a v erdade dele. Ao afirmar que overmelho 6 verde ele no esta mentindo.Onde, entao, esta a verdade?Podemos co nsiderar que se pelo fato deMinter daqueles que captain overmelho canto vermelho ser Inuitsuperior ao nrnero dos que captam overmelho como verde, os que sac) maisnumerosos sao automaticamentedetentores da verdade ? Naci existino. nocaso, pelo menos dual verdades,incompativeis urns corn a uutra, etasambas igualmente verdadenas'?0 daltonismo talvez seja urnproblerna pirandelliano. Assitn E, Se Die

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    8/26

    Prof.' A I . , r - 1 , - ,Parece talvez seja unia peca sobre odaltonismo. Nao urn daltonismo ocular,mas urn daltonismo moral.A crande sample) do Pi Ta ndello.quo ele transformou num cixo depraticamente toda a sua obradramathrgica, mas quo ne sta pica eleexp6e po r assim dizer cm estado puro,quo as contradicises mas diversaspereepcatis da verdade perpassiunangustiachunente u cotidiano de todosn6s, pois todos nOs precisamos nosbascar, para nos SCI111111105 Milthruunenteseguros na vida, em verdades quepassim& considerar objetivainenteinquestiondveis. Q U M ' janao Sc olhouno espelho, c lido foi tornado de pa nicao pensar: "E assim quo cu vejo a minhacara: mas coma saber quo imagem

    formam da minha em u aqucles quo meveeni de fora? Qual sera a [India"verdadeira" cara?"() raciocinio quo Pirandello colocaem movimento em Asshn E, Se LheParece 6 diabOlico. Estamos nurnapequena c idade siciliana, onde a recentechegada de uma desconh ecida e estranhafamilia causa grande rebulicto. 0 chafe dafamilia, Sr. Ponza, que foi contratado

    C(1I 710 Sccretario da Prefeitura, instala-secorn a sua minter na periferia da cidade,onde mantem a e sposa reclusa,rigor osamen to protegida dos olhares dapopulacaMa pan a sua sogra, aSr? Frola, etc aluga um apartamento nazona nobre da cidade, onde ele vaiassiduamente, dedicando-lheatencOes e cu idados que se os m aiscarinhosos filhos dispensam as suas macs.A Sr? Frola, por sua vet, procuradiariamente a sua fart, muffler de Ponza,mas absterrnse ou 6 impedida de entrar nasua residencia, c contunica-se con) elaatravis de bilhetinhos. Os aspectosex travagantes do comportamento do triodespertam a curiosidadc da comunidade,quo, movida po r urn repressive espiritocoletivo de censura e controle, chama afamilia as falas. Em sucessivos encontroscorn prestigiosos representantes dasinstituiclies locals, a Sr? Frola e o Sr.Ponza, ora separadamente, ora acareadosurn ao outro, ciao as suas respect ivasversOesque procuram exp licar assingularidades do sea comportame nto. Aprimeira versa apresentada pelaSr? Frola parece plenamen te viavel cconfiavel; ai vent o Sr. Portia e !area umaversa) igualmente viavel e confiavel, masque contradiz frontalmente aquclaapresentada pela sogra. A medida quo aagar) progride, novas dados saeprogressivamente acreseentados a cadauma das dual versbes, dando semprepopulacao da cidade a sensac ilo exata de

    quc "a verdad e", Unica c objetiva, esucessivamente a de quern e sta falandono mom enta. Apenas urn dos presentes,defende d esde o in icio ate o firma tese de que nao a dianta procurar a tal"verdade" imica, porque a realidadernolunda das pessoase m ultipl y cintangfvel, c depende essencialmente danatureza do olhar que cada um de naslanca sobre elas. Expand aos sousconterrancos a sua pre pria visa doinisterio quo pesa sobre o Sr. Ponza e aSr? Frola, Laudisi, que a ob viamente oporta-vai do autor, sustenta que:. . os dois anularam, destruiramesses fatos em si mesmos, no mais fundoda alma. Criando, ela para ele, ou ele paracla, urn fantasma quo tern a exataconsistencia da realidade, e no qual osdois concord= corn perfeita harmonia,pacificados. E essa realidade doles naopode ser destrufda por nenhumdocument, pais des a respiram, a %teem,sentem-na... e tocam-na! No maxim odocument serviria a votes, stli a vat,satisfazendo uma tola euriosidade. Emesmo ai estariam condenados aotnaravilhoso suplicio de ver, ao mesmotempo, aqui o fantasma, a aqui arealidade, e nao sab er distingiiir urn doautro!"No desfecho, palace que o m isteriovai ser esclarecido: a Sr? Ponza, que atewino nao havia aparecido em cena, surgefinalmente para, segundo tudo indica,

    deslazer as otividas. Como a Sr? Frolainsistia quo a sua filha, casada coin Portia,se chama Lina, e comet Pon za, pelocordial-to, jurava que Lina m orrcra quatroarms atras, c que a sua atual e segundaesposa tern o nome de Erna e nao a filhada Sr? Frola, parece impossivel qucpit/trio objeto da controversia nao possa,revelando a sua real identidade,caracterizar uma das vcrsees canto"cotta" c a outra corno"errada". MasPirandello nos prega uma Ultima e irOnicapep: impenetravel, corn o rosto embedpor um vau negro, a Sr? Ponza !area oparadoxo final:"0 qui ? A verdade? E se csta: eusou, Min, a filha da S r? Frola... e asegunda mulher do Sr. Ponza sim. Epara mim, =diurnal Nenhuma!(... ) Pra mim eu sou aquela que mecream."E Laudisi desata a rir.Urn dos aspectos fascinantes dademonstracdo empreendida porPirandello e que ao mesmo tempo cmque nos convence de que n adiantaprocurar a "verdade objetiva' acerca daspessoas, ele, por outro lado, nao cheg a anegar que , sob certos aspectos, talverdade possa existir. Se as pessoas qu einvestigam a vida do estranho triodeseobrissem algum document autentico e, afinal, ninguem discutc apossibilidade d e existencia dedocumentos autenticos contendo dados

    StAkrbaut Prof .mlaide osooa ae Qinteutseaculdade de EducacSo da UFMC.,

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    9/26

    reveladores da idcntidade da Sr? Ponza,saberiamos se cla e a primeira mulherdo Sr. P01113 e filha da Sr? Frola,como a Sr? Frola susienia, ou se cla 6 asegunda m ullion do Sr. Ponza, cuja versaestaria assim confirmada: c todo 0misterio quo Pirandello faz questa demanter estaria, afinal, esclarecido. Paraevitar quo into aconteca, o autor recorrea urn artificio assumidamente teatral carbindrio, embora nao de todoimplausfvel, sobretudo em se tratando daSicilia: o trio vein de um a regiao ond eacontecera urn forte terremoto, quedestrufu todos os arquivos de registrocivil. Nao ha com o se achar urndocument quo pcmiita identificar aSr? Ponza.

    Pois been: e se um documenttivesse sido localizado? Eis aqui ma isum lado surpreendente da dialeticapirandelliana. Se urn document tivessesido localizado, saberfamos que rn estavacontando a histOria condizeate cons OSchamados da dosobjetivos: Se o Sr. Ponza,se a Sr? Frola. E do quo 6 quo into nosadiantaria? Cada um dos dois poderia,ainda assint ater-se a sua prOpria versa,ainda que um a delas est ivesse emdesacordo coin os dados do documento,sem que o responsivel por essa versadevesse necessariamente son considcradomentiroso. It quo dentro do universode cada son human que concede na seavida o devido lugar a fantasia e qu al dospersonagens CCIlltais de Pirandello naoo faz? estabelece-se. no conviviocorn os sous fantasmas particularcs, tunaconvericao peculiar de realidade, quo paraa prOpria pessoa quo a cria c tao solidae autentica quanto a realidade "objetiva"comprovivel atravirs de documentos.Aceita esla prcmissa, nao temos cornoexigir quo s6 um dos dois. Sr. Ponzaou Sr? Frola, esteja corn a radii. ernboraas seas verthes sejam mutuamenteexcludentes. E nao tC11105 por que naoadmitir que a Sr? Ponza possa son aomesmo tempo Lina, filha darolae primeira mother do S r. Ponza, e Julia,segunda m ullion do Sr. Prima, cons quernele se casou depois da mode de Lina: ou,ainda, nenhuma da s duas.. .

    Este delirante 17135 perfeitamentearticulado pensamento de Pirandellocomp orta alguns perigos. A implieitacondenacao da lOgica quo eta contem,c a proposta do sua substituicao per umafantasia subjetiva quo acaha a sannincloas dimensdes de um a verdade inabaldvel,pode conduzir-nos a terrcnos minados.Um doles pode ser o da exaltacaoda irracionalidade, que costuma v arrerperiodicarnento a cultura ocidental,

    ern geral corn resultados ncfastos para ahumanidade. Puff pm urn cam inhobastame parecido corn este clue aAkin:villa admitiu como "verdadeira" aquirnera do rap su perior quo I title( theestava propondo, e recusou-se a enxergara realidadc objetiva dos camp us deconeentracao e outras atrocidades queestavam ao alcance do olhar de quernse recusasse a set daltbnico...Mas tudo depende da ma neira pelaqual cada um manipula o fascinanteartificio da relatividade das verdades. Ecertamente nao 6 no sentido adotado noexemplo da Alemanh a nazista quoPirandello se serve d ense artificio emAssign,, Se Die Parece. Polo contrario,a peca contem urn apeloperfeitarnente democratic c human ista:nao devemos impor a ninguem o nosso

    conceit unilateral da verdade, coma ushabitantcs da cidadezinha siciliana fazemcoin os sous trOs novos vizothos.Devem os, isto sim, respeitar a verdadedo cada um, memo quando cla nosparece en fraquecida polo vfcio de uma6b via subjetividade: porquo csta naonecessariarncntc um vfcio, etas talvez um alegitima delesa, e talvez ate mesmo um aforca.Por este prisma, talvez seja possivelfazer uma leitura do Assitn E, Se theParece corno sendo um hino de louvortolerancia.

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    10/26

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    11/26

    PirandelloSelea0 e Traducdo de BET I RABETTI

    A vida "...as mulheres, elas sun, segurasA docura de suas carnescoma o perfume das florcs c a beleza de certas coresAs coisas que se fazem; eu tambrn as liz, mas main/cotenao sei par queha necessidade do codas cstas coisas?A seriedade me pareceu sempre uma coisa muito sidieulaGostaria de me fazer medo.A matte tiunbein, Deus.mas confess() que no me faz, no consegue me lam medo.Parece impossfvel. Estou aqui ainda. Palo. Estou vestido.Mas sou muito mais fcliz quando me fecho no sono equando talvez. eu atinjo a minha verdadeira pada. Mas os meussonhos Mc) obscuros. A vida 6 uma coisa verdadeiramente curiosa."

    (Int ortnae6essobre a minha involuntariaestadia sobre a Term)

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    12/26

    fragmentos"Invejo todos aqucles que guardarndentro de si e nao deixam perceberaquilo que pensam c S e l l tem; cu tenhouma can falantc, pre sem abrir a bocadiz Ludo; a ponto de levar tapas."

    (Notas)"A mulher amada, diante de voce estasilente parecc que olha talvez nit)veja nada. Nao arrisque perguntar a ela:'Ern que pensas? ' Ela responders:'Em nada'. E talvez realmente npensasse cm nada; etas bastaria a perguntapara rapidamente faze-la pensar emalguma coisa que nao podera dizer avoce."

    (Notas)

    "Todas estas papoulas, quern iriaimagina-las aqui em eima? F quern salequantas coisas existem sem queninguem as tenha vista sabre a terra,onde o orgulho humano presume (pcnada possa existir, se nao for pensadopor ck. Estas papoulas, a alegria dequeimar ao sal, assim tantas juntas, aquiem cima onde ninguem as via, esta alegriaelan a tinham por si, neste silencio deazul que sobre seu vermeiho vibrantecomo urn estupor."

    (Notas)

    "Alegres! Alegres! As coisas que existem!Nth) importa como voce as veja; sesao verdadciras ou nao, procure ve-lasbeml Mas voce acredita realmente quevoce seja necessario? Voce se vai e ascoisas (team, a vida permanece! Hanecessidade de todos c lido ha neccssidadede !Unguent. Voce, corn este corpo, vocecorn este name! 0 que voce acreditarepresentar? A vida nao liga para isso!"

    (Folhetos)"Ji ii algum tempo estou convencidode que a verdadeira grandeza, numaestrela tao pequena como a Terra, naopodc scr obtida senao quando nossentirnos tnuito pequenos; e, que,vice-versa, nunca somos tao pequenosquando nos sentimos grandes."

    (Informees sobre a minha involuntAria .estadia sobre a Terra)

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    13/26

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    14/26

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    15/26

    PirandelloA arte "Esta a service de minha axle, ha muitosaims (embora pareca ter comecado

    ontem), uma eriada muito habil c quencm por isso deixa de renovar sempreo seu offcio. Chama-se Fantasia... I: Scdiverte cm levar para minha casa, paraque eu delas tire novelas, romances ecomadias, as pessoas mais descontentesdo mundo, homens, mulheres, inecos,envolvidos em casos estranhos, dos quaisnit encontrarn modo de sair;contrariados em seus projetos;fraudados em suas esperancas; c coin osquais enfini, a quase sempre urn grandesacrificio tratar."

    (d o tref 'Lica,' a Seis personagensprocura de urn ardor/

    "Qual autor poder dizer como e pox queurn personagem nasceu na fantasia?0 misterio da criaco artistica 6 o prbpriomisterio do nascimento natural. Podeuma mulher, amando, desejar tornar-semile; mas o dcscjo s6, por mais intenseque seja, na() pude bastar. Um bolodia, eneontrar-se-a para ser mac, scmnenhum sinal preciso de quando tenhasido. Tambem o artista, vivendo, aeolheem si tantos germes da vida,c nao podejamais dizer como e por que, num certomoment, urn &skis gentles vitals seinscriu na fantasia para se tornar, eletambern. uma criatura viva, num plane dovida superior a velvel existenciaquotidiana."

    (idem)

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    16/26

    fragmentos". .. t precise saber qua a m im jamaisbastou representar uma figura de homemou de m ulher, por mais especial oucaracterfstica que fosse, apenas pologosto de re presenta-la; 'tartar urnacontecimento p articular, alegre ou triste,somente polo gosto de narra-lo; descreveruma paisagem somcn te polo gosto dedescreve, la. Existem certos escritores(e nao pouc os) qua tem este gosto, c,pagos, n procuram outra coisa. Saoescritores de natureza maispropriamen tc histOrica. Mas existentoutros qua, akin dente gosto, sentemuma necessidade espiritual maisprofunda, c que por isso nao admitemfiguras, acontecimentos, paisagens quenao se cm bebam , por assist dizer, de umparticular sense de vida e q ue naoadquiram, corn isso, urn valor universal.Silo escritores de natureza maispropriamente filosOlica. Eu tenho adesgraca de pertencer a estes filtimos."

    (idem)

    "A arte em geral abstrai e concentra, isto6, colhe c representa a idcalidadc essentialdos individuos a das coisas. Ora, aohumorista parcce qua tudo issosimplifique demais a na tureza, tornando avida muito razoavel ou, ao meno s, muitococrente.... Para o humorista, na vida, ascausas nu nca sat) tao legicas e taoordenadas come em nossas obras de artecomuns, onde tudo, no fundo, 6combinado, armado, ordenado de acordocorn os fins a que se propbs o au tor."

    (0 humorismo).. o humorismo consiste no sentimentodo contrario, provocado pela especialatividade de reflexao que nao se oculta,que nao se Loma, como 6 comum na arte,

    uma forma de sentimen to, mas o scucontrario, mesm o seguindo passe a passoo sent imento, como a sombra segue ocorpo. 0 artista ordenado cuida sornchtedo corpo; o humorista cuida do corpo eda sombra, e, as vezes, mais da sombraque do corpo; ..."

    ( idem)

    "Sorte qua seja prOprio da /dictahumorfstica o provocar o sentimento docoral-AIM; que, neste case, diz: Mas 6mesmo realmente tao pequeno 0homem, como se faz ver atraves dotelesc6pio virado ao con trario? Se alepode entender a conceber a sua pequenezinfinita, quer dizer quo ele entende econcebc a infinita grandcza do universe.E como era o homem pode se dizerpequeno? Mas 6 vcidadc tarnbOm que,dcpois, se ale sc scrim grande e urnhumorista vem a sab& lo, pode theacontecer como a Gulliver, gigante paraLilliput a brinquedo nas m aos dosgigantes do Brobdingnag."

    ( idem)

    NO T A :Os textos colhidos cm FoThetas, Informacties...NON: C 0 humorismo Imam consultadosern Luigi Pirandello Saggi. Poetic. Smithwrit. Milder Ed. Mondadori, 1965. O s textoscolhidos no Prefecio a S ets persOnagensa procura de urn auto, foram consultadosem Luigi Pirandello - Masehere Nu de, vol. I,MilSo, Ed. Mondadori, 1981.

    aioomeca Floe. Alalde LISDO3 ere urges.,r actliclace de educacao da UF We ,

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    17/26

    Opiniees da criticapirandelliana

    "Insist linos. pois, no fato de queo mundo curopeu dos primeiros anosdo pOs-guerra, o mundo esgolado pcloesforco terrivel do acontecimento quehavia ensangiientado a humanidade,encontrou na obra do Pirandello acxpressio chi angnstia, da mina esphitualnaqual se aprofundara. Aqui esta agrande conquista que a de devemos, ade ter recolocado no teatro italiano asgrander correntes da vida espiritual daEuropa....

    Silvio D' Antic"Depois da Guerra, o futurisino se

    tornou mais profundo devido a desilusaoe ao pcssimismo. A dramaturgia italianapassou a scr arnarga, lamuriosa ecompletamente cetica. Floresceumaneira de uma pungente ervadallitlhapara se transformar num movimento quodesignou a si megno comp "grotesco" ese esforcou por ser extravagantementezombetciro.... Tal era o men) de LuigiPirandello quo se tornou uma figuraimportante da moderna dram aturgia.fovea de aplicar um refinado intelectoan negativism de seus colegas. Scucerebro era aeuradatnente modern.pleno de filosofia rclativista c da cienciapsiquiatrica do seculo XX. Adernais,possufa um epirito original c inquiridor.o qual. depois do ponderarlucidamente sobre as relacdes entre odrama e a vida. nao hesitou em rebentarcorn as Oltimas formalidades da est ruturadramatic:1

    John Gas:crier

    "0 testament pirandelliano reincideno seu constante pessimism. Nuncahavera compreensao entre os homens.A realidade subjetiva 6 incomuniczivel.E. a Meta 6 um mundo impenetraveldestinado c destinando aqueles quoa possuem a perecer nas garrasimpiedosas dessa bests universal. L.apesar do tudo, inserida 110 COIl i unto daobra, esboca-se ulna tabula que Pirandellohavia eserito em separado: a tabula doFilho Trocado, na qual se afirma queno amor materno que o homent adquirea sua mais pura realeza. Afirmaclo estaquo conduz aquela potencia criadora que,em Pirandello. 6 a vontade c, dentro dela.a vontade de amor.

    Disso ludo podemos inferir a ambivalencia que sempre caracterizou odramaturgo c atraves da qual,agarrando-se a vida, cle n quiscnganar-se quanto a tudo quo cla tern depodre: pensando quo somosi l l e0 1 1 1 U l l iCa Ve l S, fez do scu destino urnanscio de total comunicacio; ceticodiante da realidade, eriou uma outra,subjetivamente mais estavel:incredulodiante de cpialquer espOcie de erica quedirija o universo, confiou na vontadeeorretiva que, por arnor, possa recomporetieamente ludo aquilo que estamanchado de coisa nenhunia."

    Juan Guerrero Zamora

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    18/26

    'Eu mosinva slue tact o mundopirandelliano girava cm tomo de umaviso do Vida comp forea atorrnentadapor uma inteira antinornia, pela quida Vida 6, ao mesmo tempo, levada adar-se forma, mas dove passar de formacm forma. E a famosa, ou fain keeradaantitese Vida e Forma, 'problenta centralda arte pirandelliana'.

    Adriano Tilghcr

    "E into estabeleeer uma ordemconseqUente entre suas trezentos cquarenta novelas... () au torpropositadamente confundiu as cartas,agrupando-as no em ordem cronolOgicaou tenntica, mas segundo umasucesso ideal pela qual estavapart iculamiente interessado. Em outrosterms, quis fazer entender qtrs, as temas.na sua atividade criativa, recorriam aintervalos casuais c nao se devia avistarem scu trabalho unta "obra emprogresso", mas, o conjunto de figurasdas quais, gradativamente, estava seabastecendo, pan nzio coffer o risco decomeear daquela quc depois poderiafigurar no final."

    Vito Pandolfi

    "Ele e a dilacerado poeta dosubjetivismo c da relativittade: on seja,poeta deste nosso desafortunado tempoque perdeu a fe. numa realidade. numaverdade objetiva. Para ele, a realidadeobjetiva nao existe ("assim 6. se Ilieparece": a verdade consiste unicaments-na representaco que fazemos de nosmesmos); e o preprio hont cm no aquele que acredita ser. no 6 urn, 6contemporaneamente dez e cemE necessir io entender isto pan entendera originalidade deste escritor de teatro:que ndo der iva de nenlium antra, c quehoje ocupa um lugar singulanissimo noteatro europeu. Tudo isso, pan tambeinentender coma Codas as suas criaturasassumen em suas mios, aquele aspectode fantoches, quc recitam um papel,ou antes tantos papeis de unta so vez."

    Silvio D' Amico

    "Uma coisa. sem clOvida. a certa:nenhum aunt) an for expressou tauclaramente, c corn tanta pericia, estecontraste entre a aparncia e a realidadeque constitui urna especie de leitmotivna quase totalidade do teatro Sell0 doperiod entre guerras. Pirandello assume.assim, uma posiedo chave na histeria daCelia moderna."

    Aliardyce Nicoll

    "Aquele tempo, corn as anos quese sucedem ate a guerra da Europa,assinala o fir do mundo romantic.nascido dezenove seculos antes. E naobra de Pirandello, o mundo romantice suas derradeiras deductiesdestruidus ate a Ultima celula."

    Massimo Rontempclli

    "Ern Pirandello havia enlao, naconcepedo da obra de arte, umMOV ilitetllo de a feillOSa par t icipaeao,quase de deszilago pessual, c ulnaaplicaeS habilidosa de boa tecnica.A obra podia ser rompida, d iv ididanos elementos que a formavam: nilexigia, par assim dint a sua formainsubstituivel. Meal/eclat/el.quelesentido artesanal. que tornar-se-a, emteatro. alta tecnica, o levava a tratar'objeto' coin paixdo c com distancia."

    Giovanni Macchia"Pirandello torna-se, por isso, o

    autor mats represcntativo do tcatromoderno, por sua capacidade de exprimira transicio dos "grander" do final dosecula XIX europeu (Ibsen, Tchekov,Shaw) ao teatro contemporaneo (dcBrecht a Beckett, de Diirreninatt alonesco, de 0' Neill a Arrabal). Coln aoriginalidadc de sua linguagein cnicainfluenciou muitas formas de renovacoda dramaturgia contemparanca..., mesmosent ultrapassar o lintite, imprescindivelpan ele, da centralidade, doinsubstituivel "texts)" eserito."

    Giorgio Pullin)

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    19/26

    Teatro dos 4a p r e s e n t a

    A ssim(se the parece)de LU IGI PIRANDELLOraduplo: MILLOR FERNANDESDireito:C e n o g r a f i a :F i g u r i n o s : PAULO BETTIP A U L O M A M E D EMIMINA RO VEDA

    AURELIO DE SIMONI Tau Sonora: JOSS WILKERP e r s o n a g e n s e I n te r p r e t e s p o r o r d e m d e e n t r a t k L a m b e r to L a u d i s iA m e l ia A g a z z iD i n a A g a z z iC o p e i r oS r a . S i r e l liS r . S i r e l liS m . C i r r iC o n s e i h e ir o A g a z z iS r a . F r o l aS r . P o n z aS r a . N e n n i

    C o m i s s f i r i o C e n t u r iP r e f e i t oS r a . P o n z a

    S E R G I O slumY A R A A M A R A LC R L S T I N A P E R E I R ARUYTER DE CARVALHOVIC MILITELL ONILDO PARENTEHENRIQUETA B RIEB AARY FONTOURANATHALIA TIMBERGJ O S S W I L K E RLIDIA MAGNAALEXANDRE ZACHIAMARIO CESAR CAMARGOMARCIA RODRIGUES

    P r o d u c lo e x e c u t iv a e A d m in i s t ra s t o : J E F E R S O NF o t O g r e d e c e n a : G A S T O N G U G L I E L M IPI:x1U1Q r im di% ulgac:io o programa: YA N MICIIALSKY e B ETI RABETTIDivulgacio:MARILENA CURY e MO AC YR DERIQUEMC e n o t E c n i c o :ARIO ELIASP i n t u r aDILON LIMAA d e r e c i s t a :ONY RUGGIEROContra inestra: ANTONIA MAC HADOA l f a i a t e :ALTER A . PEREIRA Equipe cenotiatica:M A R C I O R O B E R T O M . E L IA SPEDRO PAULO DA SILVAZE MA RIAJ O R G E L U I SA s s i s t e n t e d e i lu m i n a c io :l e t r i c is t a s c n i c o s :o s t u r e i r a s :W A G N E R P I N T ORLAMNA O LIVEIRA DE DEUSW ALDIR PINTOLAUDETE FERNANDESE D I R P E D C EARINA NEVES DE AZEVEDOOp erador de luz: W AGNER PINTOo n t r a - r e g r a s :a m a r e i r a s :Op erador de som: ANGELA DE SAND ANNAD S O N H E R D A D EARIA LIDIA SILVATONY RUGGIEROULCE ABRAHAOQatar :UIZ TRIMANOP r o g r a m a :T U B I O B ( J O A O B A P T I S T A P I N T O )

    I m p r e s s i o :RAFICA MEC EDITORA LTDA.

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    20/26

    Cronologia de PirandelloBETI RABETTI

    "... Eu cilia sou litho do Caos; ealegoricamente. mas de modo real,',cirque nasci num de nossos Campos. queSc encontra junto a um bosqueintricado, denom inado atrusa. em formadialetal, pelos habitantes de Girgenti.. . . Aquele local, porem, leva escrito adenorninacao Lina, dada por ineu pal cmrecordacao de sua prim eira filha, ream-nascida, e que e um nub mais velha. queeu; mas ninguem se adaptou ao novonome e aquele ciunpo continua, para osdemais, a se chamar Oirusu. corrupeaodialctal do genuine e a nt igo vocabulogrego Xdos.-(Pirandello, 'Fragment() de au tobiograffa',

    &Aida ao amigo Pio Spezi, no redo de1893)

    ANOS 1867-1879Dallas sobre o au tar:Luigi Pirandello (1867 1936) nasce emGirgenti (Agrigento, a partir de 1917),na Sicilia, cm 2 8 de junlio de 1867, lithode Caterina Ricci-Grzunitto c de StefanoPirandello. A mile provinha de tunafamilia que havia partleipado nas lutaspela unidade da It:ilia. 0 pal Stefanohavia sido g aribaldino. Pirandello vivosua primeira infancia entre Girgenti cPorto Emped ocic, ao mar, recebendo emcasa a educacio primaria. Depois defreqiientar as dual primeiras series do' Istituto Tecnico', passa para o gim isio.Dodos econennicos-politicos-sociais:sao anos nos quais a Italia unificadaenfrenta graves problemas. Roma torna-secapital do reino.Dodos culnin2is:Nestes anos nascem Mar inet ti, Proust cThomas Mann. A literatura europeiaganha novas obras de Dostoievski,Flaubert, Ibsen, Tolstoi, Zola.

    ANOS 1880-1886Dodos sabre a autor:A familia se transfere para Palermo.Nascent as primciras inclinacOes dePirandello menino c adolescente. Inicia-sosua vocacao h umanistica e se manifestasua vocacao Merida. Termina o Liceue inscreve-se na Faculdade de Leis cLetras de Palermo, onde conhece algunsdos futuros dirigentes dos "fasc i"sicilianos.Dada: econOmicos-poltricos-sociais:0 governo Depretis di relativaestabilidade ao pais m as nao resolvemuitos de sews problemas,principahnente os soc iais.Dados cultural::Nascem Joyce, Kafka, Lukacs, Pound.Carducci dom ina a cultura literariaitaliana e emerge a figura de 1..)' Annunzio.Ern 1883, Nietzche publica Assim folouZaratustra.

    ANOS 1887-1891Dados sobre o autor:Escolhe definitivam ente a Faculdade deLetras c Sc transfere para a Universidadede Roma. Em 1889, publica cm Palermosua primeira coletanea de versosMa! Giocondo (Mal aprazivel). Emdesavenca corn o professor de latim,abandona a universidade de R oma,partindo para a Alcmanha. Frequentarda Universidade de Bonn, durante trescursos semestrais (1889-1891), atesua formatura. Comp a traduzir emversos as Regius Romanas, de Goethe.Em 1891 forma-se em filologia romanca(neolatina), defendendo a test degraduacao sobre "Sons edesenvolvimentos de som da fala deGirgenti".Dados ecorthmicas-politicos-sociais:Nas m aiores cidadcs italianas seconstitucm as primeiras Carnere di tavoroEm 1889, cm Messina, na Sicilia, sac)fundados os primeiros laser sicilianos.

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    21/26

    Dodos alilnrais:Nos palcos italianos tent notoriedade Osatores Zaccon i e Salvini, stun repertOriodo Giacosa, Praga, Be rtolazzi,Shakespeare, Ibsen. Vai ganhando relevoa figura de S tanisla y ski, que funda ocircuit) moscovita do arte c literatura.ANOS 1892-1902Dodos so b r e o au tor:Pirande l lo volta para a I ta l ia ern f ins do1892 c , li ne da convoca cdo m i li ta r er ecebendo uma me sada do pai,estabelecc-se em Rom a. Ai conhece,atraves de Ugo Flores, Luigi Capuana,Mantica, Cesare), Ugo Ojetti. Em 1893escreve seu primeiro romance, publicadoem 1901 corn o titulo esclusa(A ex cluida). Publica sua primeiracoletanea do novclas, Atnori senza snore(Amores sem amor). Escreve cada vezmais f req i ien teme nte cm jornais erevistas. Em j ane i ro de 1894 se casa cornMaria Anton ie t t a Portulano, filha de umstick) de scu pa i . Em j un h o d e 1895 nasceo primognito Stefano, que tambemirk, se tornar romancista c come diOgrafo.Fin 1896 traballia na primcira redacdo dewas comedia em tees atos qua chega a tero titulo Se non cosi (Sc ndo assim), paracm 1921 adquirir o titulo definitivo doLa ragione degli cirri (A raga() dosoutros) . Em 1897 assume o cargo doprofessor de lingua italiana no 'IstitutoSuperiore di Magistero di Roma'. Emjunho de 1896 na sce a filha Rosalia(Lietta). Em 1898, junto a outros. fundaurn semanirio, do titulo shakesper iano"Ariel". Aqui 6 publicado pcla priniciravez uro texto teatral scu, o ato Mileepilogo (0 epilogo). Nasce em junhoo filho Faust). Em 1900 a editoraMazzorco publica s e u ensaioSc ienza e critica estetica (Cincia e criticaestetica).Rados ec onOtnicos-politicos-sociais:As tensbcs socials se agravam em toda aItalia. Humberto I 6 morto peloanarquista Bresci.Dodos otIntrais:Nascent Montale, Maiakovsk i , Brecht .Th om as Ma nn pu b l ica O s B u d d e n b ro o ko B e r g s o n . O riso.ANOS 1903-1910litnios solve o tor:Imprevistos desastrosus nos negO cios dopai provocarn ndo apenas a perda do apoio(Marro:nu corm) tambe in a perda do doteque sua mulher emprestara ao sogro. Asnoticias atingem sua mulhe r de m o d ograve, descontro lando-a c levando-aparalisia das pernas e a tuna certa formade paranoia. Pirandello chega a pe nsar emsuicidio. E levado a d ar aulas particulares

    e a pedir a compensacdo por suescolaboraeUs em jornais e revistas, atecrud() gratuitas. Dentro deste quadro deexperiencias escreve o alebre II fit ManiaPascal (0 falccido Matias Pascoal), em1904. Mu ltiplier' scu trabalho M erin-it).Nasce urna longa polemica cornBened etto Croce. 0 sucesso obtido cornFit Mattia Pascal. traduzidorapidarnente em v irias lingual. the abre asportas da casa editora italiana maisimportante da 6poca: T reves. (lembra-seque ainda ern 1 985, esta obra-chave d aprodu edo p i rande l l iana ob t inha ,na Italiao terceiro lugar na preferthcia de urn'concurs) popular') . Valendo-se inclusiveda publicacdo dos ensaios umoristno(0 humorismo)e Arte e Scicnza(Arte e Ciancia), 6 nomeado p ara o'Istituto Superiore di Magistcro',devendo assum ir a catedra de"lingua italiana, estilistica c preceituaedoe estudo dos classicos, com preend idosos egos c latinos nas melhores vcrsOe s".Em outub ro de 1909 inicia suacolaboraedo no "Co rriere della Sera'que dura cont inu adam ente ate sua morte.Em 191 0, a pedido de Nino Maxtbglio,comediOgrafo siciliano e diretor dacompanhia `Teatro Minore', extrai deuma novela o ato Unico Lunde di Sicilia(Limas sicilianas), representado nomesmo ano.Dados e conamicos-politicos-sociais:0 nacionalismo estimula a separaedo dosimp6rios centrals. A Italia prog rideecononnica e socialmente, aumen tando,no entaitto, a disparidade norte-sul.Dodos culturais:Nascent Moravia, Pavese, Sartre. Em 1909Marinetti publica o primeiro man ifestodo futurismo. No s palcos italianos. asobras do D' Annunzio e Sem Benelli.Stanisla y ski. junto a Gordon C raig montaurn memoravel Hamlet. quo exemplifier'as novas teorias da representacdo. Freudpublica Tres ensaios sabre a teoria da

    sexualidade.ANOS 1911-1917Dodos sabre o autor:Em 1911 publica La vita nuda (A vidanua), coletanea de novelas. Entre 1913e 1915 escreve aproximadamente 50novelas. Em 1913 a companhia `Teatroper tutti' representa II dovere delmedico. (0 clever do medico) , de 1912.Em 1916 , Angelo Musco, ator sicilianocorn grande lama na epoca . leva aosucesso Pensaei, Giaconrino! (Pense nisso,Giacomino!), escrita em dialeto siciliano.Est imulado por estes cxitos, escreveoutras obras teatrais: II berretto a sonagli(0 gorro de g uiz.os) e Liol6. Em 1917cscreve Cosi e Ise vi pare), (Assiut 6 (scthe parece d )), tirada da novela La signoraFrola e il signor Ponza, S740 getzero(A senhora Frola e o senhor Ponza,scu geruo), quo no mesmo ano 6representada pela C ompanitia VirgilioTalli, estreando a 18 do junho no'Teatro Olimpia di Milano'. Escreveainda La giara (A jarra) e II piacere dell'onesta (0 prazcr da l i onest idade ) . Estasobras assinalam a passagem do verisrnoarte prepr lamer' tc pirandelliana.Dados econmicos - politicos - sociais:A guerra da Libra (1911-1912) terrninacoma vitOria italiana sobre a Turquia.A Italia intervern na primeira guerramut/dial declarando gucrra a Austria. Em1917 a revalued social ista triunfa naROssia.Dodos culturais:Na Italia, o neo idea l ism o de Croce0se afirmou sabre as y entas correntespositivistas. 0 movimcnto futuristscontinua a publican sous manifestos naItalia enquanto qua na Russia surgemos primeiros gropes. Maiakovski cscreve,cm 1913. seu primeiro text() teatral.l fundad a a Assoc iaco In te rnac iona lda P sicana l ise . E iste in d i funde a teor iada re la t iv idade .

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    22/26

    ANDS 1918-1922Dados sobre o autor:Em 1918 escreve Ma non e unto cosaseria (alas nao 6 uma coisa seria),representada por Emma Gramatica.Escreve ainda Il gluon, delle parti(0 logo dos papeis), representada porRuggero Rugg eri e Vera Vergani.Em 19 19 decide seguir as ordensmedicase interna sua mulher numa casade salide em Rom a. Em maio do inesinoano, ocorre a representaylb de L'uotno,k bestk e la viral (0 homem, a hesta e avirtude). Em 1920 a ea/vanillade Ruggeri apresenta Tune perbene ( Tudo para o mentor) ca companhia Ferrero Celli Paolirepresenta Come prima, meglin diprima (Como antes, mentor quoantes), primeiro sums's) pleno dePirandello. A 10 de m aio de 1921, acompanhia de Dario Niccodemirepresent a, cm Rom a, Sei personaggi incerca &aware (Seis personagensprocura do urn autor), provocandodivergenc ias no piiblico e na critica. Nomesmo ano, a 27 de setembro, S eipersonaggi... triunfa CM J iilao. Em 1922ocorre a representacao de Enrico IV(Honrique IV), por Ruggero Ruggeri.Maria Melato, ainda em 192 2 interpretaVestire gli ignudi (V est ir os nus). Nestemesm o ano, Ad riatic. Trisha, amigo cadmirador de Pirandello, publica'Studi sul teatro contemporaneo t , obraquo coloca as b ases da crit icapirandelliana.Dados econamicos-politicos-socials:Tenninada vitoriosamente a guerra, naItalia nascem o Partido Popular e oPartido C omunista. Crescimento dascorrentes naciona listas. Mussolini guia omovimento fascista, quo chega ao poderem 1922.Dodos culturais:As experincias da vanguarda curopeiasax difundidas tarnban na Italia. Nospalcosaparecem os dramas deBontempelli e de Rosso di San Secondo,com evidente influOn cia de Pirandello.Em 1922 , Joyce publica Ulisses. Brechtescreve e representa sous primeirosdramas. Na R tissia florescent asexperiancias toatrais de Maiakovski eMeyerhold. Sao publicadas as obrasfundamentals de Freud c YungANOS 1923-1930Dados sobre o au torEm 192 3, no "Teatro degli Indipendenti,de A nton Giulio Bragaglia a representadaa novela La morte addosso (A m ortesobre Os), depois dramatizada coin otitulo uomo dal Fiore in boeca(0 homem da f lor na boca) . 0 nome

    de Pirandello corre o mundo, o que o levaa fazer viagens artfsticas a Franca eaos Estados U nidos. Na voila a Italia,entrega a companhia NiccodemiClascum a sun tnodo (Cada urn a scumodo). lamina seu Ultimo romance:Una nessuno e centomila (Urn, nenhume corn milk Em 1924, cm Sao PauloCosi i; (se vi pare), introduz Pirandellono teatro brasileiro, corn o tilulo"Poise isso " c montado pela Cia JaimeCosta e, em 1927 , coin a presenca doautor a remontado pcla mama Cia noRio.Em 19 25, urn grupo de jovens escritores(dentre eles, o filho Stefano), funda emRoma o lean d' Arte di Roma', parao qual Pirandello c chamado a exercera direalo artistica. Al 6 contratadaMarta Abba, um a jovem atriz quetornar-se4 uma daS, maiores interpretesdo teatro pirandelliano. Em 1927 ocorrea primeira representay g o de Diana e laTuck (Diana c Tuda) c ainda umaviagem da companhia do 'Teatro d' Arte'a Argentina c ao Brasil . Em 1 929, num aviagem a B erlins, ai escreve Questa serasi reeita a soggetto (Esta noire seimprovisa). Em 1930, Come to mi vuoi(Como me quiscres), obtem sucesso comMarta A bba. No final de 1930, Pirandelloparte para os Estados Unidos, a chamadode Ho llywood, pela Metro, para seguiras filmagens de Come tu r mi vuoi, cornGreta Garbo.Dados econennicos-politicos-sociais:Mussolini, superada a crise poloassassinato do Matteotti (1924), reforcaseu poder. Ern 192 5 suprimida todaliberdade c nos anos segu intes todas asorganizacties demo criticas sio dissolvidas.A quebra da bolsa de Nova York, em1929 , gera uma crise mundial.Dados cultumis:Em 19 29 sai a publicayao de Osindiferentes, do Moravia. Na Franya seafirmam os surrealistas. Na A lemanha,Toiler representa l lomem massa.

    Piscator funda o 'Teatro Politico'. Brechtescreve um a serie de obras, dentre asquais A opera dos fres vintans. Ganhamrelevo os novos e scritores americanos:Hemingway, Faulkner, Fitzgerald, DosPassos. No cinema surgem as figurasde Eisenstein, Pudovkin, Pabst, Chaplin.ANDS 1931-1936Dodos sobre o autor:Pirandello viaja constantemente. MartaAbba representa Trovarsi (Encontrar-se).Pirandello comp& La A yala del figliooatnbiato (A fabula do filho trocado),considcrado libreto para mUsica'. Em1933, em Buenos A ires, a estrOa mundialde Q uando si a qualcuno (Quando sealgum). Em 1934, Pirandello recebe oPrmio Nob el de literatura. Sua Ultimaobra, I giganti della montagna (Osgigantes da montanha), que nioterminou de escrever, mas cujo finalteria ditado ao limo, sera encenada emBoboli, a 5 de junho de 1937. Ja depoisda morte de Pirandello quo faleceu a10 de novembro de 1936, em Roma,vitirna de pneum onia.Dados econOmicospoliticos-sociais:Alemanha, Austria e Portugal caem sobregime fasc istas. Na Fthssia, o stalinismosufoca liberdades polfticas e culturais.A Italia invade a EtiOpia e se transformaem 'imperio' . Hitler rearma aAlemanh a. Tern inicio a Gue rra CivilEspanhola.Dados culturais:Nos palcos italianos, a presenca m arcantcde De Filippo e Viviani, autores e atores.Nestes anos, as ditaduras trazem dan osenormes a cultura europeia. Em 1934sio publicados 0 pensanzento, de Blondele o Assassinato na catedral. de Eliot.NOTA : Para a confeccio da cronologia, daistextos foram basicos: tronologia del la vita edella opere di Luigi Pirandello', de ManlioLo VecchioMusrt e "Omnologia della vitadi Pirandello e dei suoi tempi". de CorradoSimioni, de quem se adotou. inclusive, a sum&vlstro por anos.

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    23/26

    Paulo Betti diante de"Assim e, se the parece":a histOria de urn amorque sufoca os outros.

    entrevista a YAN M ICHA LSK I

    Paulista, 32 anus, Paulo BettiC O M C C O U a fazer teatro, como ator.em 1968, num grupo amador deSorocaba. Sua p rimeira direc5o datade 197 5. Desde entao, vent dividindosua carreira entre as duas funcOes.Suas principals direcOes foram:Na Carrera do Dirino, Cerimania Paraurn Negro Assassinado, 0 Anti-NelsonRodrigues, e, recentemente, aconsagracao atrava do enorme sucessode Feliz Ano Velho, que agora estaexcursionando por v irios Estados.Como ator fez, entre outros trabalhos,Vitor ou as Crianeas no Yoder, Os iks.0 Process A Vida F. Sonho, e amontagem paulista de A Aurora daMinim Vida Grande parte de suatrajethria. na sua pa rte initial, esteveligada ao grupo 0 Pe ssoal do Vitor,urn dos m ais interessantes conjuntos queestiveram eta at ividade em Sao Paulo nosanon 70, orientado por Celso Nunes.Para Paulo Betti, a direcio deAssiut Li, Se Lhe Parece traz viriasnovidados. A primeira: um cantata diretocorn a ob ra de Pirandello. Ate attar%ele havia lido, quando ainda fazia seucurs) de ator na Escola do ArteDramatica, apenas algumas pecas doautor Italian, entre as quais nao estavaAssim E. Se the Parece, quo de so leudepois de receber o conv ite doTeatro dos Quatro.Na epoca, gostou dealguntas, particularmente de ScisPersonagens a Procura de um Amor.1113S decididamente nao the pareceutratar-se de urn dram aturgo que eleespontaneame nte escollieria para dirigir.A segunda novidade consiste cmtrabalhar pela primeira vez para um aimportante companhia do chamadoteatro empresarial, corn urn demointegrado por atoresexperimentadissimos:

    ate agora, toda a sua trajetaria se fezbasicamente junto a grupos jovens e ma isou stenos "alternativos".

    Quando veio o co nvite, tive ate umpouco de meth), comcnta Paulo Retti.Mas gostei da proposta do Teatro dosQuatro, e gostei do de salt que etccolocava diantc de m ini, diante da minhaindefinicao entre as functies de ator e dediretor: dirigir esta peca cam este tipode denim c para este tipo de companh iaseria para mim um a maneira de mecolocar cm xcque. E achei tambem questria curioso rental- transportar para estetipo de esquema o tipo de processo quome acostumci a desenvolver corn osgrupos CO rn os quais tenho trabalhado:nao ser o diretor que vem innpor a suaconcepc5o prO pria e pronta, masestimular toda a equipe a participarcomigo da criacao dessa concepc5o.Antes de mudar-se para o Rio para oinicio dos ensaios. Betti passim um mese mcio ern Sao Paulo estudando a peca ctoda a obra de Pirandello, preparando-separa a tarefa, e tomando cuidado deevitar quo esse estudo S c transt'ormasscdesde ja na concepcao de Ulna propostade espeticulo.Desde a primeira leitura, Assig n E .Se the Parece. interessou e motivou odiretor: Lendo a peca, vi que se por urnlado eta firth a ver cam o testa da obrade Pirandello, Unita, por outro lado,mutt mats a ver corn o s dias de hoje doquo a miliaria das suas outras pearsAlgumas de las eu positivamente 1 1 : 1 0(aria: Vestir as Nits, por exemplo. Massenti quo para esta d evia exist ir um apassibilidade de se fazer um a leiturapessoal, que atendesse aos interesses dopUblico atual. Pears coma esta saridificeis, ha de se fazer delas ulna leitura

    pessoal, sena() elas ganham sem pre dagente, o texto resulta sempre mais fortedo que o trahalho da gone. Mas veja hemquo !rasa procura de uma vis5o pessoalnao se trata do uma busca gratulta domoderno pelo moderno, mas de umabusca dos tempos de hoje.A primeira solucito quo passim pelacabeca de P aulo Retti foi a de ahordarAssim E, Se the Parece polo prima dodrama policial, uma histOriaeHitchcock: a g raca consistiria cmdescobrir quern 6 quern, quern e inocentee quern e culpado. Mas esta idaa naoprevaleccu: "A forma como as pessoasfalam, argumentam 6 g enial, masmisterio policial &sauna-se aos pou cos,ou pelo mcno s torna-se previsivel."Outra leitura missivel stria peloingulo do pirandelianismo. ou seja, dadiscussao sobre os diferentes pianos daverdade, sabre a capacidade ouincapacidade do ser human de captarulna verdade una. Mas esta opcdotampouco sensibilizou o diretor: "Adiussiao a interessante, mas acabagirando em falso, c depois nilo umacoisa suficientemente tangivel para osatones trabalharem."

    la no process) dos esforcosconjuntos corn a equipe apareccu aquiloquo Betti chama de "o coracao dotrabalho": a gduco co nsist iria cm"lemur deslocar a enfase do inteiectualpara o emotional".

    0 emotional, no caso, correspondea um trzigica histaria de amor, do umaespecie que sem pre existiu, continuaex istindo e, segundo tudo indica,dificilmente deixari de existir urn dia.Para Pau lo Retti , cis a explicacao dcstaabordagan: T rata-se da histaria de urn hom em-o Sr. Portia, que par am or c ciinne sufoca

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    24/26

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    25/26

    a sua mulher de tal modo que ela acabanao tendo nem nome nem identidade; e,polo mesmo impulso de amor a esposa,sufoca tambem a sogra. Ampliando urnpouco o raciocinio, podemos considerarque a peca 6 sobre certas maneiras pelasquais as pessoas se relacionam,forcando-se mutuanjente a abandonarentas suas respectivas identidades; e sobrecomo as pessoas se submetem a isso,agarrando-se ao que podern conseguir,mesmo see pouco. Esse cirne de Ponzapela muffler nao sc allcra nunca ao longoda peca, mesmo se recorre a subterfngiosmuito variados nas suas tentativas do scimpor. E ate memo o misterioso finalencaixa-se coerentemente ;testainterpretac5o. Este sentiment nos tocoumuito, porque tragicamente a umamanifestac5o que vai acompanhar sempreo ser human. Alias, parece que opr6prio Pirandello teve corn a sua mulherum relacionamento um pouco parecidocorn este. E quern de nos ja nao passou,de alguma forma. por uma experienciasemelltante? Nao gostaria que e sta ideiaficasse evidente no espetaculo, mas queela passasse sutilmente para o pUb lico.Quo passasse, inclusive, a consciOnciatragica quo Ponza tem da sua acao, quoele, apesar disco, nao pode evitar.Esta interpretacijo do sentido da pccaacabou sendo encontrada de comumacordo entre o diretor c o elenco. Fazercorn que os atores participassemativamente das buscas e das descobertasfoi urn process nao isento dedifictildades, considerando adiversidade de formacaes e geraceesrepresentadas no elenco, e a d iferencaentre essas fomtacOes e a do jovemdiretor. Paulo Betti nao esconde as

    dificuldades que atravessou nesteprocesso:- Trabalhando corn M ores de estilostau diferentes fica diffcil as vexesconseguir a sua ades5o a esse tipo deprocess, as conversas tendem aalongar-se excessivamente. 0 ator mats"verde" nao tern a mesma gam a derecursus, mas normalmente esta ma isdisponivel, mais acosturnado a proporformas no vas, tern mais facilidade para secolocar na mesma po sico de insegurancado diretor. E dep ois, nao foi f5cil paramim ver de repente Ilenriqueta Brieba,Sergio Britto e Nathalia Timberg sentadosjuntos num mesmo banco - uma bolafatia da flisteria do nosso teatro sentadanum mesmo banco - e eu tendo deexplicar como acho que devem fazer.. .Voltam a tninha cabeca lembrancas depessoas que tinharn lido meus idolosno meu tempo de teatro amador emSorocaba, velhos atores amadorcs cumdecadas de teatro na s costas, quo nofundo tinham as mesmas qualidadese fraquelas quo estes coin os quaisestou trabalhando agora. No fundo, oprocess do ator a sempre o m esmo,ou polo menos sem eihante, pot maisdiferentes que sejan os caminhos pelosquais ele passa. 0 ator tern aquiloque eu chamo de "o dont da entregapossivel". E foi este dom que permitiuao grupo do A ssan P.; Se the Parecedescobrir, junto com igo, o tal"coraclo do trabalho" - na medida emque possam os avali5-lo hoje, quando faltaamnia um sites para a estreta.Corn efeito, no dia em que estaontrevista foi realizada, u process d eensaios estava apenas chegando a mo tadodo prazo de dois meses, a m ac) de seis

    horas de trabalho por dia, que a producaoestipulou para a claboracio doespetaculo. Paulo Betti considera que otempo de d ois meses O cu rio, ele estaacostumado a ensaiar corn maiortranquilidade, mas reconh ece que "arealidade do esqucina a esta". 0 que opreocupa 6 a necessidade de "estrearbruscamente e ter o trabalho logoavaliado definitivamen to pela critica,pelos colegas, etc. Gosto de estrear nointerior, como costumamos fazer nosgrupos corn os quais tenho trabalhadoem Sao Paulo, e it ajustando oespeticulo aos poucos antes do inicio dasua temporada na c apital".Depo is da estreia de A ssam E, Se L heParece. Paulo Betti esperar o fim datournae de Feliz Ano Velho. para, emagosto, acornpanha r esse espeticulo aNova lorque, onde ele, junto cornlirincando em Cline D aquilo,representara o Brasil num Festival deTeatro La tino. A seguir o espera.o iniciode urn novo trabalho corn o m esmo grupodo Fe l tz A m ) V e i ho . Rccebeu viriosconvites pans, antes mesmo da viagernaos Estados U nidos, realizar outrasdirecOes para companhiasprofissionais doRio, alas preferiu dar urn tempo:"Gostaria' de fazer este tipo de trabalhosO esporadicamente, caso contrariocorreria o risco do esgotantento."E tudo indica quo nio 6 ainda destavez que Paulo Betti find unia peadefinitiva entre as fur/0es de encenadore de attn. Refletindo sobre 0 Ciliumimediato da sua carreira, ele acaba porreconhecer:- Sox ator me rev igora para dirigir.

  • 8/3/2019 PIRANDELLO, Luigi Assim (se lhe parece)

    26/26

    BiblrOleca Pro". Alaide Lisboa de ()try;FAE UFMGMaterial pombacto.comoattimertioLWem145 li/e.)Origem:

    CamaraNota Fiscal i 11-ata:Fornecedor:Valor: RSDon.50:Doador:Valor: RSAgradecimentosPERUCA S FISPAN (Moises)

    CASA ALBE RTO (Dav id Chreem e Newton de A lbuquerque)JO AC HIM MITNITZKY ANTIGUIDADES E DECO R/W OES

    ANTONIO BE RNADO JOIAS( p e l a jia usada pela atriz Yara Amaral)MAURICIO QUA DRIO

    AVELINO A NTIGUIDADESPAYO T (Maquiagem das atr izes)

    JO SE (Image C oiffeur)