PIRA Zine - Edição Piloto - Março 2016

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Edição Piloto 2016 TRIBUTO DE LANÇAMENTO RONEX PT.1 RIVER RATMEN * OS REPUBLICADOS * #ACENAVIVE * 99NOIZAGAIN * GUITAR DAYS * FABIANO BENETTON * MULLET MONSTER MAFIA E A ARTE DE ALEXANDRE NASCIMENTO AVANTE DOS SUPERGENIOS LOCOMOTIVA GIG The Dirty Coal Train ALBUM PIRACICABANO Obras de 2015 Eduardo Belloni é premiado nos EUA O retorno do Killing Chainsaw REGISTROS

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Edição piloto da revista PIRA Zine Março 2016 - Música Independente e Cultura Alternativa em Piracicaba. Nessa edição: Tributo Ronex, Eduardo Belloni, #Acenavive, Ratos de Porão, The River Ratmen. Killing Chainsaw e mais.

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Edição Piloto 2016

TRIBUTO DE LANÇAMENTO RONEX PT.1

RIVER RATMEN * OS REPUBLICADOS * #ACENAVIVE * 99NOIZAGAIN * GUITAR DAYS * FABIANO BENETTON * MULLET MONSTER MAFIA

E A ARTE DE ALEXANDRE NASCIMENTO

AVANTE DOS SUPERGENIOS

LOCOMOTIVA GIG

The Dirty Coal Train

ALBUM PIRACICABANOObras de 2015

Eduardo Bellonié premiado nos EUA

O retorno doKilling Chainsaw

REGISTROS

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C A N T O V I O L Ã O B A T E R I A G U I T A R R A

B A I X O T E C L A D O P I A N O C A V A C O

Tradição e modernidadeem permanente evolução

RUA DO ROSÁRIO, 618, CENTRO - PIRACICABA/SP | (19) 3433-4352 | WWW.VIVACE.MUS.BR

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Registros Locomotiva Gig The Dirty Coal Train

Album Piracicabano 2015

Eduardo Belloni é premiadonos EUA

Mullet Monster Mafia relança dois primeiros álbuns

II (Still Snowing) by99Noizagain

A comunidade de bandas #acenavive

Tributos Ronex Parte I

‘Guitarristas’, com Fabiano Benetton do Odradek

Os Republicados lançam ‘Tudo pode Mudar’

Cows Live Studio com River Ratmen

O Retorno do Killing Chainsaw

O documentário ‘ Guitar Days’

Ratos de Porãono IV Piracicaba Tattoo Fest

O Lendário Chucrobillymanno IV Piracicaba Tattoo Fest

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Foto da Capa:Thiago Altafini - Urgência Filmes

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2015-2016THE DIRTY COAL TRAIN NOVONADA THE RIVER RATMEN

TRAILS AND WAYS ROYALES MAZZAROPI CONTRA O CRIME ODRADEK MUÑOZ THE WATER RATS EATNMPTD

REGISTROS

BANDAPORTUGUESATOCOU NO BENJAMINROCKBAR

The Dirty CoalTrain

REGISTROS

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The Dirty Coal Train nasceu em Lisboa como um one man project, que depois de lançar uma demo virou duo, algum tempo depois tornou-se trio, e então como quarteto lançou seu primeiro EP “Killer Brains From Venus” (2012, Monotone/Portugal), seguido de seu primeiro LP, “The Dirty Coal Train” (2013, Independente), e começou então o caminho inverso, voltando a ser trio para lançar seu segundo LP, “Dirty Shake” (2014, Monotone), para logo em seguida voltar a ser um duo

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Denominador comum em todas as formações, Ricardo Ramos, ou Reverend Jesse Coltrane, fundou a TDCT e hoje a divide com Conchita de Aragón Coltrane. A dupla conta atualmente com participações especiais para preencher principalmente o vácuo deixado nas funções percussivas.

Em Julho de 2015, The Dirty Coal Train veio em tour pelo Brasil para uma série de 8 shows, passando pelos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, e por aqui foram acompanhados pelo excelente Marky Wildstone do The Dead Rocks, que assumiu a responsa na batera. O resultado foi um power trio com entrosamento de quem toca junto há anos.

Mas as variações na formação não param por aí. Em Setembro a banda lançou seu terceiro album, Same Old / Lo-Fi Shit, uma compilação de músicas inéditas em que participam os antigos membros, voltando virtualmente a ser um quarteto. em seu mais recente lançamento.

Com temática focada no universo dos filmes B, com as habituais referências a zombies, monstros marinhos e macacos gigantes, The Dirty Coal Train faz garage surf punk blues rock. Cru, afinado e divertido.

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A P O I O

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Conheci a música de Eduardo Belloni quando colaborei na produção do EPK (Electronic Press Kit) do guitarrista e compositor à convite do produtor Emiliano Donato (Milestone Studio). Sempre tenho grande satisfação em trabalhar em projetos em que o coração é música, mas nesse caso não imaginava o quanto eu seria envolvido pelas

composições e o tamanho da satisfação resultante disso.Na primeira audição percebi a força de atração das melodias, com uma sensação similar a de se ouvir uma boa canção pop pela primeira vez. Mas a questão singular é que aquilo era jazz instrumental, com plena competência erudita.

Debut álbum docompositor e guitarristaEduardo Bellonié premiado nos EUA

Na minha visão limitada sobre música erudita como também sobre os complexos caminhos do jazz, penso de forma simplória que existe uma fronteira que separa a música que pode ser apreciada por qualquer pessoa, da música que só pode ser apreciada por músicos acadêmicos. Acredito que o que define essa fronteira e as nuances entre um extremo e outro é a relação de equilíbrio entre canção/melodia/inspiração x técnica/virtuose/teoria musical. Posso estar equivocado, mas sinto que a maioria dos que são gabaritados não resistem à tentação do virtuosismo excessivo e se exilam no país da música portfolio.

Esse definitivamente não é o caso de ‘Back to the Beginning‘, primeiro álbum do compositor e guitarrista Eduardo Belloni que, com um time de altíssimo nível, gerou uma obra que pode ser apreciada por qualquer pessoa que tenha sensibilidade para canções genuínas. Apesar da virtude técnica e musical explícita em cada nota, a prioridade é sempre a melodia, o ambiente e o desenho de

uma canção. Assim como se faz em música pop.

Isso não impede que o álbum tenha seus grandes momentos de improviso, matadores mas sempre na medida de um time que joga junto e em sintonia naquele objetivo maior. A canção. A obra.

Conceitualmente ‘Back to The Beginnig’ mantém o nível, sendo coeso dos títulos aos gráficos e fotográfia. Tudo é levemente soturno e sempre me faz lembrar dos filmes do diretor Tim Burton. Ouça, por exemplo, ‘Dance of Skulls’ e confira se concorda comigo. Em

alguns momentos tenho a impressão de estar ouvindo algo que poderia estar em alguma música do Radiohead, o que considero ser bem impressionante para um disco de jazz.

Gravado no Estúdio Gargolândia, com mixagem de Thiago Monteiro e masterização de Felipe Tichauer. Formando a banda, além de Eduardo Belloni na guitarra, atuaram Helio Cunha na bateria, João Paulo “JP” Ramos Barbosa no sax tenor, José Luiz Martins no piano e Rafael Abdalla no contrabaixo.

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por Edson Lopes de Campos

A banda de surf music The Mullet Monster Mafia acaba de relançar os dois primeiros álbuns da banda, Power Surf Orchestra (2009) e Dogs of the Seas (2010), em formato vinil Picture disc. O relançamento ainda traz duas músicas gravadas para o projeto Take One Session, com Marcondez Verniz no baixo, Ed Lopes na guitarra e Emiliano Ramirez na bateria.O lado “Capeta” do disco traz o já conhecido

desenho do “capeta com o charuto”, que já ilustrou vários lançamentos da banda, inclusive o pôster da última tour européia, em 2013. Criado pelo ilustrador Wildner Lima, o desenho captou a selvageria das músicas dos dois primeiros álbuns.

Já o lado “Piroleta” traz a fotografia de Bia Moritz, em apresentação histórica da banda no Curitiba Rock Carnival de 2014.

MULLET MONSTER

MAFIA RELANÇA OS DOIS

PRIMEIROS ÁLBUNS EM

PICTURE DISC

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As duas gravações do Take One Session, com Verniz no baixo, trazem uma versão de Swamp sem o trompete e uma versão de Nitro, música gravada por Dick Dale em 1983.

A tiragem é limitada em 300 cópias e foi lançado pela gravadora Neves Records, de Americana. Para 2016, a banda ainda promete um novo álbum com músicas inéditas.

O disco pode ser encontrado no site da gravadora ou com a própria banda pelo Facebook.

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por Edson Lopes de Campos

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ormado em 2013 por três amigos que queriam tocar rock pesado e se divertir, o objetivo sonoro do 99Noizagain é unir o rock pesado,

ou “rock burrachada” como diz a banda, ao psychobilly, surf, metal e punk. Essa mescla de música pesada pode ser conferida no video da música ‘Manfred’ na série Cows Live Studio, produzida pelo Milestone Studio em parceria com o Cows. Manfred é uma das faixas do novo disco da banda.

Com Rogéris Coxéris no baixo e voz, Davizério Ernestério na guitarra e voz e Neritério Ramirizério na bateria e voz, o primeiro registro, intitulado Dustrock Ep, saiu em 2014 pela gravadora Zombies Union Records. O disco conta com seis músicas, cinco próprias e uma versão de Bad Vibrations, do extinto grupo de psychobilly paranaense, Frenetic Trio. Este registro foi lançado em CD Digipak e promovido com uma tour ao lado da banda Sick Sick Sinners por diferentes estados do Brasil.

Gravado no Milestone Studio na cidade de Piracicaba, o álbum foi produzido pela própria banda e o produtor Emiliano Donato. A mixagem e masterização foram realizadas na Inglaterra pelo conceituado produtor Celso Rocha.

Apesar de poucas apresentações, no ano de 2015 o trio voltou ao estúdio e registrou mais duas novas músicas, Manfred e Broken Old Rules, que agora são lançadas por dois selos da Alemanha, o Zombies Union Records e o Violent Heartbeat em vinil 7″ chamado “II (Still Snowing)”

II (Still Snowing) by 99Noizagain

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A comunidade de bandas #acenavive

E m sua vivência nos estúdios Soma e Toca do Bandido, o produtor Felipe Rodarte percebeu que o individualismo inerente e

generalizado entre as bandas autorais gera uma rotina de competitividade por espaços e oportunidades que impede o fomento de um circuito ou cena de artistas autorais, consequentemente prejudicando a todos.

Fazendo juz ao conceito de que a genialidade está na simplicidade, Rodarte apoio-se na constatação mais óbvia e conhecida de que “a união faz a força” para gerar um movimento que se iniciou no Rio de Janeiro e está se espalhando e mudando a realidade de muitas bandas. A esse movimento associou a hashtag #Acenavive como um instrumento inicial de conexão entre as bandas.

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Em entrevista para o site Noize, Rodarte sintetizou bem sua visão em poucas palavras: “Havia a necessidade de potencializar o que estava sendo feito individualmente e a única forma de fazer isso, sem dinheiro, é somando os esforços. Transformar três shows vazios em um evento cheio, ao menos, de músicos assistindo uns aos outros”. Como ja mencionei, uma simplicidade genial.

Max Matta, vocalista do Trela, banda piracicabana que é umas das principais responsáveis pela vinda do movimento para o estado de São Paulo, conta que pôde ver claramente essa transformação entre o momento em que assistia bandas passarem por eventos melancólicos, e uma nova realidade de shows repletos de energia renovada pela movimentação coletiva e audiência multiplicada . Max também comenta que uma das consequências, inesperada e positiva, é a tendência a um sentimento de admiração mútua entre os artistas, fazendo com que o movimento

se inicie em um interesse comum e se desenvolva em verdadeira afinidade e cumplicidade artística, por mais diferente que uma banda seja da outra.Não é difícil constatar que o #Acenavive renova o conceito de “do it yourself” o transformando em “do it together”. E se alguém duvida de sua eficácia é só analisar os resultados atingidos. Juntos já conseguiram resgatar programas de rock extintos nas rádios, recuperar espaços para bandas autorais nas casas de show, chamar a atenção da mídia e inclusive já lançaram uma primeira coletânea de bandas ligadas ao movimento, que distribuem durante seus festivais.

TRELA

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www.dropdead.com.br

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Artistas e fãs criam obras em homenagem ao amigo

compositor

Estrela da música

piracicabana brilha em

seu legado criativo e

afetivo

Artes: Alexandre Nascimento

Foto: Thiago Altafini / Urgêmcia Filmes

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uvi em algum lugar que a melhor forma de homenagear quem já partiu é contando suas histórias. Concordando

com o conceito, fico feliz em perceber que um grande amigo e estrela da música piracicabana é homenageado rotineiramente e de forma cada vez mais intensa.

O professor, músico e compositor Ronaldo Kraide Corte Real, também conhecido como Ronex, nos deixou há cinco anos e seu legado como artista e amigo atencioso é propagado em histórias contadas por quem conhece suas obras e por seu exército de melhores amigos. Amigos que não vêem problema em dividir o título. Talvez por terem aprendido com o professor um pouco sobre o dom da generosidade afetiva.

Lembro-me de um dia em que saí com Ronaldo para ir ao Lao Bar. Fazia um tempo que não nos víamos e eu tinha muito assunto pra atualizar com meu amigo. Entramos no bar, começamos a cumprimentar as pessoas e, entre um cumprimento e outro, nos separamos durante alguns poucos minutos. Fui procurá-lo logo em seguida e lembro bem de ficar muito impressionado ao encontrá-lo já em posse de um violão, cantando no centro de uma roda com umas vinte pessoas que, entretidas por ele, acompanhavam a canção. Foi nesse dia que constatei e me conformei em alegria com o fato de não ser seu único melhor amigo. O bródinho tinha realmente um exército

de melhores amigos.

Essa é uma das razões para as homenagens serem constantes. E não limitam-se apenas aos relatos. Entre textos, montagens, tributos, tatuagens e covers de suas composições, destaco uma homenagem singular, feita

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por dois de seus generais: Alexandre Nascimento e Tales Manfrinato, que com Ronex formavam o trio Supergenios.Passeando entre a viola caipira e o rock, o Supergenios lançou seu primeiro album em 2001, com o título ’Ativar’.Em 2004 fizeram a pré-produção de seu segundo

album em um registro ao vivo. Mas o trio encerrou as atividades antes da conclusão da obra.

Esse material inédito foi resgatado em 2012 e com a ajuda dos produtores Celso Rocha e Emiliano Donato foi finalizado e embalado em

belíssimo trabalho gráfico de Alexandre Nascimento. Ao produto final deu-se o nome ‘Avante’, o segundo album do Supergenios e, em sua essência, uma belíssima homenagem ao melhor amigo, Ronex.

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Detalhe extraído de arte de Alexandre Nascimento

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Detalhe extraído de arte de Alexandre Nascimento

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Detalhe extraído de arte de Alexandre Nascimento

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Detalhe extraído de arte de Alexandre Nascimento

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Av. Presidente Kennedy, 1091, Piracicaba-SP(19) 3377-9907 | estudiolabsound.com.br

Guitarrista e compositor do Odradek conversa com nossos parceiros da Howlin’ Records

GUITARRISTAS:FABIANO BENETTONCOMENTA SEUSFAVORITOS

NICK REINHARDT (TERA MELOS)É o cabeça de dois dos meus álbuns preferidos de todos os tempos: Tera Melos (self titled) e Drugs to the Dear Youth. O Nick além de dominar qualquer tempo estranho, usa pedais como ninguém, principalmente o loop. Sua fase mais pop atual é muito interessante também.

OMAR RODRIGUEZ (AT THE DRIVE IN, THE MARS VOLTA, ANTEMASQUE)Experimentalismo foda, uso incrível da escala latina (menor harmônica), reuniu os melhores músicos do seu tempo. Com certeza influenciou a maioria das bandas que eu gosto que surgiram a partir dos 00’s.

THOMAS ERAK (THE FALL OF TROY)O Thomas tem a dissonância do Omar, os dedos soltos do Stevie Ray Vaughan e uma energia ao vivo que só ele. Doppelganger e Ghostship Demos são álbuns muito marcantes pra mim.

RUSSELL LISSACK (BLOC PARTY)O mais nada a ver da minha lista eu acho, gosto muito da criatividade dele, dos inúmeros pedais que ele usa e o timbre agudo da Tele que foi uma inspiração na minha escolha de guitarra. Não gostei do álbum novo, mas ele ainda tem muita moral!

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SPENCER SEIM (HELLA)Acho que todo músico que conhece o Hella lembra da primeira vez que viu um vídeo da dupla e quis desistir de tocar Emoticon frown A verdade é que em tudo que o baterista Zach Hill se envolve tem coisa boa (ouvir Death Grips, The i.l.y’s [sério, ouça essa!] e a próxima da lista).

MARNIE STERNA Marnie representa com bastante habilidade as minas guitarristas (menções honrosas pra Teri Gender Bender do Le Butcherettes e Emily Kokal do Warpaint), tem um estilo bem único de tocar coisas frenéticas e cantar ao mesmo tempo.

JONNY GREENWOOD (RADIOHEAD)Tem me inspirado demais nas minhas últimas composições, piro nas linhas de notas graves enquanto as agudas repetem, nos timbres alienígenas e no ambiente que ele cria na música.

CYRO SAMPAIO (MENORES ATOS)Gosto das composições do Cyro porque elas são muito ricas de uma maneira acessível que eu gostaria de dominar mais. Aprendo muito com esses caras toda vez que eu vejo eles. Representam muito bem o rock brasuca.

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NICHOLAS ANDREW SADLER (DAUGHTERS)Trevas. Essa banda me chocou na adolescência porque eu não sabia que guitarras podiam soar como cachorros do inferno. A dissonância, a quebra de tempos e o uso do pedal Whammy me derreteram. Não é algo que eu ouço hoje em dia, mas influenciou bastante os primeiros EPs do Odradek.

IAN WILLIAMS (BATTLES, DON CABALLERO)No Don Caballero é um riff torto atrás do outro. E no Battles ele toca synth e guitarra ao mesmo tempo, tem uma criatividade sem igual e me inspira muito na estrutura repetitiva de suas músicas. O documentário sobre o processo criativo da banda é uma das coisas mais legais que já assisti.

WWW.HOWLINRECORDS.COM.BRWWW.FACEBOOK.COM/HOWLINRECORDS

OUÇA A PLAYLIST FEITA POR FABIANO COM MÚSICAS DE TODOS OS GUITARRISTAS DA LISTA

ENTREVISTA CONCEDIDA AO SELO HOWLIN’ RECORDS

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OS REPUBLICADOS LANÇAM CLIPE DE ‘TUDO PODE MUDAR’PRODUÇÃO DE ALMA FILMES E URGÊNCIA FILMES

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VOTE NA BANDA OS REPUBLICADOS NO EDP LIVE BANDShttps://edplivebands.edp.com.br/banda/os-republicados

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THE RIVER RATMENgravando no Milestone StudioProduzido por Emiliano Donato

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KILLINGCHAINSAW

Banda se reúne para série de apresentações divulgando o lançamento do documentário “Guitar Days - An Unlikely

Story Of Brazilian Music”

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O R E T O R N O D O

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Depois de um hiato de 18 anos o Killing Chainsaw volta aos ensaios regulares. Segundo os membros da banda, a intenção de voltar sempre

esteve presente, mas foi sendo adiada em razão principalmente da distancia física entre os músicos. Acumulando quase duas décadas de intervalo entre o último show (Blue Galeria, 1997) e o presente, o Killing se reúne com a missão primária de colaborar com a divulgação do documentário “Guitar Days – An Unlikely Story Of Brazilian Music”, do qual participam como uma das bandas entrevistadas para o filme e também como parceiros na divulgação da obra.

Com esse intúito existem três datas confirmadas. Dia 20 de Abril em São Paulo, dia 23 em Belo Horizonte e dia 30 no Rio de Janeiro.

A banda retorna com a formação que gravou os dois álbuns oficiais. Rodrigo Guedes (guitarra e voz), Rodrigo Gozo (guitarra e voz), Gerson Rasera (baixo e voz) e Pedro Rosas (bateria).

O Killing será headliner nos três eventos que também contará com muitas participações especiais como as bandas Second Come, Mickey Junkies, Twinpine(s), Lava Divers, Valv e The Cigarrettes. Gabriel do Autoramas toca com o KC no Rio de Janeiro. Além de outras figuras ilustres como Alexandre Matias (Trabalho Sujo) e Renato Malizia (The Blog that Celebrates Itself ) na discotecagem.

Os ingressos para ver o retorno do Killing Chainsaw fazem parte de um conjunto de incentivos ligados à campanha de crowdfunding para a finalização do documentário.

Mais detalhes nas próximas páginas ou no link abaixo:

https://www.catarse.me/guitardays

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Guitar Days - An Unlikely Story Of Brazilian Music

GUITAR DAYS – AN UNLIKELY STORY OF BRAZILIAN MUSIC É UM DOCUMENTÁRIO SOBRE O CENÁRIO ALTERNATIVO-INDEPENDENTE DO ROCK NACIONAL, ESCRITO, DIRIGIDO E PRODUZIDO POR CAIO AUGUSTO BRAGA, COM PRODUÇAO ASSOCIADA DE MAGOO FÉLIX E MAURÍCIO PALHANO. ALÉM DO KILLING CHAINSAW, O FILME CONTA TAMBÉM COM OS PIRACICABANOS DO TRAVELLING WAVE.

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Guitar Days – An Unlikely Story Of Brazilian Music propõe contar a história do movimento que optou pela sonoridade do idioma inglês em suas composições barulhentas, dos anos 90 até hoje; e planeja colocar no lugar a pecinha que estava faltando na história do rock brasileiro, conferindo a estas bandas e envolvidos a sua devida importância e reconhecimento.

O longa-metragem é escrito, dirigido e produzido por Caio Augusto Braga. Com

formação pela Escola Panamericana de Arte, Academia Internacional de Cinema, InsMtuto de Cinema de São Paulo e Fullframe, Caio finaliza seu primeiro longa-metragem documental autoral, enquanto inicia a pré-produção de outros dois documentários musicais: “Amarillas” e “Elegia”. Ambos previstos para 2017.

Guitar Days é uma produção independente, conta com os produtores associados Magoo Félix e Maurício Palhano, Felipe Hassum na montagem, finalização Estúdio DeadPixel, edição de som Estúdio Aurora, e não uMliza verba de edital ou leis de incentivo.

COM FORMAÇÃO PELA ESCOLA PANAMERICANA DE ARTE, FULLFRAME E ACADEMIA INTERNACIONAL DE CINEMA, CAIO AUGUSTO BRAGA DIRIGE, ESCREVE E PRODUZ O DOCUMENTÁRIO. O ARTISTA PLÁSTICO E LENDA DO ROLÊ MAGOO FÉLIX AUXILIA NA CO-PRODUÇÃO, JUNTAMENTE COM O MÚSICO, PSICANALISTA E DOCUMENTARISTA MAURÍCIO PALHANO.

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Argumento Na década de 80, época de muita criaMvidade e diversidade musical, o rock nacional se caracterizava por ser de grande alcance popular, cantado exclusivamente em português, com produção técnica homogênea, onde a voz era o elemento principal da música e os arranjos, complementares e secundários. Os instrumentos musicais eram caros, o país vivia um processo de redemocratização com inflação alta, o que fazia com que as novas bandas que surgissem Mvessem poucos recursos para obtenção de som de qualidade, apelando para gravações caseiras e distribuições amadoras, porém criativas. No início dos anos 90, há um boom de bandas independentes de diversos estilos, dentre eles, um derivativo das bandas britânicas de rock alternativo, as Guitar Bands. O mais importante elemento deste novo estilo eram as guitarras, o que causou um grande nó técnico na cabeça dos engenheiros de som, por não conceberem um estilo que não fosse aquele já desenhado pelo B-rock dos anos 80.

As Guitar Bands, peculiarmente chamadas de “Guítar”, não despertavam interesse das gravadoras majors, mesmo com a crescente procura do público pelo gênero. Isso fez com que pequenas lojas criassem selos para lançar as primeiras produções nacionais independentes.

O timing não poderia ser melhor para o surgimento deste estilo. Juntamente com o lançamento dos primeiros álbuns de bandas de rock independente em inglês no Brasil, também desembarcava no país a MTV. Tais

bandas, que jamais teriam espaço no jornais de grande circulação ou nos tradicionais canais de televisão, encontrariam algum espaço em um cenário musical que começou a ser bombardeado também pelas guitarras do grunge de Seattle.

As bandas começaram a surgir e precisavam de lugares para tocar. Os shows aconteciam junto com outras bandas, de estilos diversos, o que fazia do independente uma cena mais situacional do que musical. As GBs dividiam os palcos com os punks, os hardcores, os rockabillies, os pós-punks e até mesmo

A EQUIPE COM TRAVELLING WAVE

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com o metal. As casas noturnas começaram a perceber que um público começava a surgir, e então as noites góticas e rockabillies começaram a dividir espaço com as noites “guítar”.

As bandas pipocavam por todo o país, gravando discos, fazendo shows e celebrando a relação colaborativa entre as próprias bandas no icônico festival Juntatribo. Em meados dos anos 90, a maré começou a mudar. Depois de uma crescente no interesse pelas bandas cantando em inglês e suas guitarras, o mercado entende que o independente é um nicho a ser explorado e as majors abrem suas próprias “independentes”, ditando, como de costume, a maneira como a bandas deveriam moldar sua música, e neste molde o inglês não estava incluído e sim a identificação com elementos musicais brasileiros. Os jovens começaram a ficar adultos, e a responsabilidade de arrumar um emprego ou responder às expectaMvas dos pais começou a desmontar bandas. O que estas bandas não sabiam, é que tinham criado um circuito independente rudimentar, à parte do mercado musical estabelecido, e com vida própria. Outras bandas surgiram, outras casas abriram, o equilíbrio econômico trouxe qualidade para as novas bandas, a internet trouxe novas

possibilidades de divulgação e promoção, e muitas daquelas bandas que acabaram, voltaram com a vontade de outrora, aliada a tecnologia de hoje, desfrutando do caminho que eles mesmos começaram a abrir, em 1989.

Participam do filme:Brincando de deus, Câmera, The Cigareges, The Concept, CSS – Thee Butchers Orchestra, Dead Poets, Far From Alaska, Fish Magic, Garage Fuzz, Hateen, Hurtmold, IML, Killing Chainsaw, Lava Divers, Loomer, Low Dream, Loyal Gun, Maria Angélica Não Mora Mais Aqui, Mickey Junkies, PELVs, Pin Ups, Second Come, Shed, Single Parents, The Soundscapes, Stellar, Travelling Wave, Twinpine(s), Valv, Wry, Alex Antunes, Alexandre MaMas, Fábio Massari, Fernando Naporano, Humberto Finatti, Marcel Plasse, Renato Malizia, JR (92 Graus), Mancha Leonel (Casa do Mancha), Tony Rosenberg (Borracharia), Lê Almeida (Escritório), Marco Badin (Hangar 110), Roberto Cotrim (Espaço Retrô), Claudão Pilha (A Obra).

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MARCO BUTCHER

E ROB K EM TOUR

PELOS EUAA natureza e nomenclatura one man band está estritamente relacionada a projetos de uma pessoa só? Considerando o The Jam messengers como referência penso que a resposta é não. Apesar do projeto ser um duo, nele Marco exibe todas suas habilidades como multi instrumentista simultâneo,

sendo o único da dupla a tocar instrumentos.O Tio açougueiro divide os Messengers com ninguém menos que Rob Kennedy, aka Rob K, figura lendária do underground nova iorquino que passou por The Chumps, Velvet Monkeys, Half Japanese, No King, Purple Jeez e fez história com os

ONE MANPUNK BANDSDO BRASIL

THE JAM MESSENGERS

Ratos de Porao

no IV Piracicaba

Tattoo Fest

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Mestres jedi do rock e do underground brasileiro, o Ratos de Porão chega aos 35 anos levitando. Pra ser claro, quando o assunto é música, chamo de levitação aquele estado de graça que se observa e sente quando um grupo musical atinge um nível de entrosamento tipo harlem globe trotters, tipo globo da morte com 5 motos. Parece mágica. Parece um super poder. E confesso que acredito literalmente que é um pouco das duas coisas. No caso do músico acadêmico, a levitação é matemática e obrigatória. No caso de uma banda de rock, é um prêmio. É magia. E é um super poder.

Ja vi o Ratos tocando ao vivo dezenas de vezes, em casas de show e até em programas de auditório. Não é de hoje que me impressiono com o peso, com os timbres e com o entrosamento. Mas confesso que não esperava que em 2015 continuaria saindo impressionado de um show dos caras e, mais do que isso, com a impressão que a banda ainda está em evolução.

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O show a que me refiro aconteceu no dia 20 de Novembro no IV Piracicaba Tattoo Fest, no Engenho Central. Nele vi um João Gordo soberano, seguro no comando do momento e centro absoluto das atenções.Tudo o que ele fala tem uma resposta imediata e peculiar de cada pessoa que assiste ao show em um raio de pelo menos 3 metros próximo ao palco. Impressionante. Vi um Jão que exibe satisfação em tocar cada acorde e que consegue continuar crescendo na posição responsa de ser o único guitarrista do Ratos de Porão. Mestre. Boka é e sempre foi exatamente tudo o que o Ratos precisa na bateria. E Juninho, na minha opinião, é o melhor baixista que o Ratos já teve e é atleta de alta performance no palco. Cabuloso.

Essa foi a apresentação mais bem humorada que ja vi do Ratos. Talvez seja pelo set especial, focado nos covers da dupla de albums ‘Feijoada Acidente’. Ou talvez seja pelo fato de terem chegado aos seus 35 anos de história sendo talvez a única banda nesse status com a capacidade de rever toda sua trajetória sem ter vergonha de nada. Ratos de Porão nunca foi poser e nunca será.

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IV PiracicabaTattoo Fest

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O compositor, artista gráfico e agitador Klaus Koti é natural de Itararé no estado de São Paulo, mas foi em Curitiba-PR que deu start ao psycho surf do Handevu e os Mandorovas, banda que começou em 2000, formada por Koti na guitarra e voz, William Domakoski no baixo e voz e Moita na bateria. Com o falecimento de Domakoski a banda encerra suas atividades em meados da década.

Com o vácuo deixado pelo fim dos Mandorovas e o ímpeto de criar, Klaus passa a compor e gravar em casa com seu projeto ‘Os Penitentes’. E é nessa época que tem contato com a obra do nosso conhecido Hasil Adkins. A inspiração em the haze fez acordar a criatura nas profundezas da selva Amazônica e em pouco tempo já estivesse montando seu set de OMB. Em 2004 lança ‘Rock’n Roll Primitivo’, seu primeiro EP, já assinado por seu alter-ego primitivo, ‘O Lendário Chucrobillyman‘. O registro contém 5 faixas e foi gravado em casa com um único microfone achado no lixo. E foi tudo em um único take ao vivo. O microfone achado no lixo foi definitivamente adotado e continuou sendo útil na gravação de diversos discos e projetos ao longo de anos.

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Em 2007, no boom das monobandas, Chucrobillyman lança seu primeiro album, “O Lendário Chucrobillyman e sua Monobanda Orquestra”.

Em 2008 introduz seu “estilo da galinha” com seu quase conceitual, ‘The Chicken Album’. O “estilo da galinha”, nas palavras do criador: “É um estilo diferente de se tocar a viola caipira brasileira que consiste numa maneira mais rápida e percussiva que remete em parte ao delta blues, mas com uma sonoridade que é propria da viola caipira de 10 cordas. Todas estas composições foram baseadas na sonoridade deste instrumento mas com uma grande preocupação criativa no uso da percussão, que foi basicamente constituida de pedaços de ferro velho, latas de tinta, caixas de papelão e um tambor de lixo funcionando como bumbo.”

Em 2013 lança a evolução do seu chicken style no excelente ‘Man-Monkey’, seguindo com o ferro velho de garagem, a viola caipira no fuzz, o delta blues e o microfone achado no lixo.

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