Pior para minha alma e sanidade só ter me ocorrido agora a oportunidade de conceituar essa relação. Essa relação que perdurou em silencio por tantos anos, e ao mesmo tempo tão pulsante por debaixo dos panos.

Uma relação sadomasoquista, na qual aquele parasita se aproveitava de mim e sugava cada resquício de compaixão e piedade que por ele eu fingia ter.

Mal sabia eu que ao dar a outra face eu estaria saciando sua necessidade animal de pisar na minha cara. Na qual hoje em dia ele ainda pisa, e com a mesma força.

Porém agora eu entendo, e percebo que se continuar menor que ele, e me tornar fraco, perecerei, mas se eu me reerguer, poderei pisoteá-lo com a mesma força.

Não o farei, porque não me é interessante, também não colocaria outro em meu lugar, por piedade, ninguém merece tal tratamento.

Se pudesse apenas fugiria,

Já que não posso, entendo.

Sou um hospedeiro consciente, que não tem raiva de seu parasita, e que apenas opta por abandoná-lo no frio, para mostrar a ele que ao me enfraquecer, ele também perecerá.