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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PIGMENTANTES NA DIETA DE CODORNAS DE POSTURA CONTENDO SORGO Autora: Débora Rodrigues de Aquino Orientadora: Prof.ª Dr.ª Simara Márcia Marcato Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Daiane de Oliveira Grieser MARINGÁ Estado do Paraná Fevereiro 2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PIGMENTANTES NA DIETA DE CODORNAS DE POSTURA

CONTENDO SORGO

Autora: Débora Rodrigues de Aquino Orientadora: Prof.ª Dr.ª Simara Márcia Marcato

Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Daiane de Oliveira Grieser

MARINGÁ

Estado do Paraná

Fevereiro – 2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PIGMENTANTES NA DIETA DE CODORNAS DE POSTURA

CONTENDO SORGO

Autora: Débora Rodrigues de Aquino

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Simara Márcia Marcato

Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Daiane de Oliveira Grieser

“Dissertação apresentada como parte das

exigências para obtenção do título de

MESTRE EM ZOOTECNIA, no Programa

de Pós-Graduação em Zootecnia da

Universidade Estadual de Maringá – Área

de Concentração Produção Animal”

MARINGÁ

Estado do Paraná

Fevereiro – 2019

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Aquino, Débora Rodrigues de

A657p Pigmentantes na dieta de codornas de postura

contendo sorgo / Débora Rodrigues de Aquino. –

Maringá, 2019.

60 f. : il., figs., tabs.

Orientador (a): Prof.a Dr.a Simara Márcia Marcato.

Co-orientador (a): Prof.a Dr.a Daiane de Oliveira

Grieser.

Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de

Maringá, Centro de Ciências Agrárias, 2019.

1. Cantaxantina. 2. Carotenoides. 3. Coturnix

coturnix japonica. 4. Gema. 5. Luteína. 6. Qualidade

de ovos. I. Marcato, Simara Márcia, orient. II.

Grieser, Daiane de Oliveira, co-orient. III.

Universidade Estadual de Maringá. Centro de Ciências

Agrárias. IV. Título.

CDD 21.ed. 636.6

MAS-CRB 9/1094

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“Eu continuo lutando contra vozes em minha cabeça que dizem que eu não sou o

suficiente

Cada mentira que me diz que nunca vou me equiparar

Eu sou mais do que apenas uma canção de todos os altos e baixos

Lembre-me mais uma vez quem eu sou porque preciso saber

Você diz que sou amado quando não consigo sentir nada

Você diz que eu sou forte quando penso que sou fraco

E você diz estou seguro quando sinto que estou caindo

E quando eu não pertenço, Senhor, você diz que eu sou teu

E eu acredito, sim, eu acredito no que dizes de mim”

Jason Ingram; Paul Mabury e Lauren Daigle

Canção: “You say”

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida e salvação, por me dar uma identidade e permitir que eu continue por

causa de sua graça e infinita misericórdia.

Aos meus pais, Iran Nazaré de Aquino e Regina Eloisa Rodrigues de Aquino, e avós

Ciro Mendes Rodrigues e Lindalva da Silva Rodrigues, por serem meus maiores

incentivadores e investirem em meu futuro, sempre os amarei com todo meu coração.

Aos meus irmãos Diego, Cárita, Lindalva e cunhados Joan, Paulo Junior e Juliana, meus

sobrinhos Vitor, Maria e Marina, por serem minha alegria, meus tios Dallyda e

Emanuel, e toda minha família por serem minha base e nunca permitirem que eu

andasse só.

A minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Simara Márcia Marcato, por acreditar em mim quando

nem mesmo eu acreditava, com um caráter exemplar que levarei em minha memória

para o resto da vida.

A todos os professores que fizeram parte da minha formação, Prof.ª Dr.ª Daiane de

Oliveira Grieser, por se dispor ao papel de coorientadora, Prof.ª Dr.ª Alexandra Potença

por me incentivar e acompanhar desde os primeiros anos da graduação, e todos os

mestres que passaram em minha vida deixando acesa a chama do conhecimento.

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A Universidade Estadual de Maringá, Fazenda Experimental de Iguatemi e Programa de

Pós-graduação em Zootecnia, pelo suporte a realização desse trabalho.

A CAPES, pela concessão da bolsa de estudos.

Ao Grupo de Estudos em Nutrição de Codornas (GENCO), Rosileide Rohod, Mariani

Benites, Diogo Pinaffi, Karina Maia, Marcos Barbosa, Luana Freitas, João Paulo

Rossato, Andressa Carvalho, Felipe Augusto, Maria Tereza, por dedicar tempo e

esforços nesse trabalho que não seria realizado sem vocês.

Aos amigos que ganhei nesse período, Flávia Kleszcz, Naemi Kaneko, Jailton Bezerra,

Evandro Menezes, Natalia Sitanaka, Gher Aleixo, Lenilson Fonsceca, Eline Finco,

Rosileide Rohod, Bruna Higashi, e todas da célula 4G, e tantos outros que me apoiaram

nessa caminhada.

A todos que de alguma maneira contribuíram, minha sincera gratidão, e que sejam

recompensados por Deus.

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BIOGRAFIA

Débora Rodrigues de Aquino, filha de Iran Nazaré de Aquino e Regina Eloisa

Rodrigues de Aquino, nascida em Cuiabá-MT em 3 de agosto de 1993. Em 2011,

ingressou no curso de graduação em Zootecnia pela Universidade Federal de Mato

Grosso, sendo bolsista Permanência (PBP-MEC) e voluntária no Programa de Iniciação

Científica durante todo o curso. Em março de 2017, entrou no curso de Mestrado no

Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UEM, Maringá-PR, tendo como

orientadora a Professora Doutora Simara Márcia Marcato. Submeteu-se a banca

examinadora em fevereiro de 2019.

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ÍNDICE

Página

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. viii

LISTA DE FIGURAS..................................................................................................... ix

RESUMO ....................................................................................................................... xi

ABSTRACT ............................................................................................................... xiii

I – INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 1

1.2 Revisão de literatura................................................................................................... 2

1.2.1 Coturnicultura de postura........................................................................................ 2

1.2.2 Sorgo na alimentação de codornas japonesas ......................................................... 3

1.2.3 Carotenoides: utilização e deposição no ovo .......................................................... 5

1.2.4 Qualidade e tempo de armazenamento ................................................................. 13

1.3 Referências .............................................................................................................. 16

II – OBJETIVOS GERAIS ............................................................................................ 21

2.1 Objetivos específicos ............................................................................................... 21

III – Pigmentantes em dieta à base de sorgo para codornas japonesas em postura ...... 22

Resumo .......................................................................................................................... 22

Abstract .......................................................................................................................... 23

3.1 Introdução................................................................................................................. 24

3.2 Material e Métodos .................................................................................................. 25

3.3 Resultados ................................................................................................................ 31

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3.4 Discussão.................................................................................................................. 38

3.5 Conclusão ................................................................................................................ 40

3.6 Referências .............................................................................................................. 41

IV – Temperatura e período de armazenamento de ovos de codornas alimentadas com

dietas à base de sorgo contendo pigmentantes .............................................................. 43

Resumo .......................................................................................................................... 43

Abstract .......................................................................................................................... 44

4.1 Introdução................................................................................................................. 45

4.2 Material e Métodos .................................................................................................. 47

4.3 Resultados ................................................................................................................ 52

4.4 Discussão.................................................................................................................. 55

4.5 Conclusão ................................................................................................................ 57

4.6 Referências .............................................................................................................. 58

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 60

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LISTA DE TABELAS

Página

III – Pigmentantes em dieta à base de sorgo para codornas japonesas em postura ....... 22

Tabela 1 Composição da ração referência.................................................................. 26

Tabela 2 Valores médios de desempenho de codornas de postura em função dos níveis

de luteína e cantaxantina em rações à base de sorgo...................................................... 31

Tabela 3 Valores médios de qualidade de ovos de codornas de postura em função dos

níveis de luteína e cantaxantina em rações à base de sorgo........................................... 32

Tabela 4 Valores médios de coloração de gema de ovos de codornas de postura em

função dos níveis de luteína e cantaxantina em rações à base de sorgo ........................ 33

Tabela 5 Equações de regressão dos parâmetros de qualidade dos ovos ...................... 34

IV – Temperatura e período de armazenamento de ovos de codornas alimentadas com

dietas à base de sorgo contendo pigmentantes ............................................................ 43

Tabela 1 Composição da ração referência ..................................................................... 48

Tabela 2 Equações de regressão dos parâmetros de qualidade dos ovos ...................... 52

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LISTA DE FIGURAS

Página Figura 1 Comprimento de onda de vários carotenoides.................................................. 7

Figura 2 Leque de cor..................................................................................................... 11

Figura 3 Colorímetro digital............................................................................................11

III – Pigmentantes em dieta à base de sorgo para codornas japonesas em postura ....... 22

Figura 1 Cor da gema em função dos níveis de cantaxantina ao longo do tempo de

consumo (intensidade de verde/vermelho) em função dos níveis de cantaxantina ....... 35

Figura 2 Cor da gema (intensidade de azul/amarelo) em função dos níveis de luteína ao

longo do tempo de consumo .................................................................................... 35

Figura 3 Cor da gema em função dos níveis de luteína e cantaxantina ao longo do tempo

de consumo de rações sem pigmentantes (luminosidade) ............................................. 36

Figura 4 Cor da gema (intensidade de verde/vermelho) em função dos níveis de luteína

e cantaxantina ao longo do tempo de consumo de rações em pigmentantes ................. 37

Figura 5 Cor da gema (intensidade de azul/amarelo) em função dos níveis de luteína e

cantaxantina ao longo do tempo de conusmo de rações sem pigmentantes .................. 37

IV – Temperatura e período de armazenamento de ovos de codornas alimentadas com

dietas à base de sorgo contendo pigmentantes ............................................................

Figura 1 Índice de gema sob diferentes tempos e condições de armazenamento .......... 52

Figura 2 pH de gema (A); pH de albúmen (B) sob diferentes períodos e condições de

armazenamento ........................................................................................................ 53

Figura 3 Unidade Haugh dos ovos em função dos diferentes níveis de luteína (Lut),

períodos e condições de armazenamento ................................................................... 53

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Figura 4 Porcentagem de gema dos ovos em função dos diferentes níveis de luteína

(Lut), período e condição de armazenamento .............................................................. 54

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RESUMO

Objetivou-se determinar o melhor nível de inclusão dos pigmentantes Luteína a partir

de uma fonte natural, extrato de Flor de Marigold (Tagetes erecta), pigmento amarelo e

uma fonte sintética, Cantaxantina (pigmento vermelho), em rações para codornas

japonesas (Coturnix coturnix japônica) à base de sorgo. Foram utilizadas um total de

680 aves, com 64 semanas de idade, e peso corporal médio de 179,93 ± 5,58g,

distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4 x 4 mais

1, sendo quatro níveis de luteína (LUT) (5,4; 5,7; 6,0 e 6,3 ppm) e quatro níveis de

cantaxantina (CTX) (0,4; 0,7; 1 e 1,3 ppm), e um grupo controle sem adição de

pigmentantes, totalizando 17 tratamentos, com 5 repetições de 8 aves/unidade

experimental, somando um total de 85 unidades experimentais. As aves foram alojadas

em gaiolas, criadas em um sistema convencional, recebendo ração e água ad libitum.

Foram realizados três ciclos de 21 dias para avaliação do desempenho produtivo

(consumo de ração, taxa de postura, conversão alimentar por dúzia e massa de ovos,

peso e massa de ovos). Nos últimos três dias de cada período foram avaliados

parâmetros de qualidade dos ovos (peso médio dos ovos, gravidade específica, índice da

gema, unidade haugh, coloração da gema pelo método subjetivo e objetivo e peso dos

componentes dos ovos). Os dados obtidos foram analisados utilizando o programa

estatístico R (R Studio). Para os parâmetros de desempenho e qualidade de ovos, não foi

verificado efeito ( P > 0,05) em função níveis de luteína ou cantaxantina de maneira

independente, exceto para cor da gema, com efeito linear, proporcionais ao consumo de

luteína e cantaxantina mostrando-se diferentes do grupo controle que receberam dietas

sem adição de pigmentantes, com maiores valores correspondentes as cores amarelo a

vermelho e a classificação no leque de cores. Conclui-se que, em dietas a base de sorgo,

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os parâmetros de desempenho e qualidade de ovos não foram afetados e esse uso pode

ser feito desde que sejam utilizados pigmentantes como complemento, sendo o melhor

nível de inclusão de 5,4 e 1,3 ppm de luteína e cantaxantina respectivamente para

manutenção da cor da gema.

Palavras-chave: cantaxantina, carotenoides, coturnix coturnix japonica, gema, luteína,

qualidade de ovos

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ABSTRACT

The objective was to determine the best level of inclusion of Lutein pigments from

Marigold Flower extract (Tagetes erecta), yellow pigment and Cataxanthin (red

pigment) in japonise quail diets with sorgum. A total of 680 birds with 64 weeks of age,

and mean body weight of 179.93 ± 5.58g were used, in a completely randomized

design, in a 4 x 4 factorial scheme, with four levels of lutein (LUT) (5 , 4, 5,7, 6,0 and

6,3 ppm) and four levels of canthaxanthin (CTX) (0.4, 0.7, 1 and 1.3 ppm), totaling 16

treatments and one control group without addition of pigments, with 5 replicates of 8

birds / experimental unit, totaling 85 experimental units. The birds were housed in

cages, raised in a conventional system, receiving feed and water ad libitum. Three

cycles of 21 days were performed to evaluate the productive performance (feed intake,

posture rate, feed conversion per dozen and egg mass, egg weight and egg mass). In the

last three days of each period egg quality parameters (average egg weight, specific

gravity,

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yolk unit haugh index, yolk color by subjective method and objective and egg

component weight) were evaluated. The data obtained were analyzed using the

statistical software R (R Studio). No significant effect (P> 5%) was observed for the

parameters of egg quality and performance as a function of pigment levels, except for

yolk color, with linear effects proportional to the lutein and cataxanthin intake showing

different from the control group that received ration without addition of pigmentants

with higher values corresponding to the yellow and red colors and the classification in

the range of colors. It is concluded that the use of sorghum in does not affect parameters

of performance and quality of eggs and can be done provided that pigmentants are used

as complement, and the best inclusion is the levels of 5.4 and 1.3 ppm of lutein and

cataxanthin respectively to keep the yolk color.

Key words: cataxantin, carotenoids, coturnix coturnix japônica, lutein, quality of eggs,

yolk

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I - INTRODUÇÃO

Os principais fatores que afetam a produção animal de maneira geral são a

alimentação e nutrição. Considerando a coturnicultura, deve-se ainda levar em conta o

fato de apresentarem uma maior exigência nutricional e menor eficiência de utilização

de nutrientes quando comparado a frangos e poedeiras e, consequentemente, o custo de

alimentação das codornas por unidade de produto carne ou ovos é, maior (Marques,

2007).

O milho e o farelo de soja são à base da alimentação das aves. O milho é o principal

alimento energético utilizado, contudo sua quantidade e qualidade decaem com a

variação do clima durante o ano, acarretando um aumento do preço deste produto no

mercado, elevando os custos de produção do setor avícola (Sandeski, 2016). Por outro

lado, o uso de produtos alternativos, substitutos ao milho, têm avançado com o intuito

de reduzir os custos da ração mantendo os níveis nutricionais exigidos pelo animal e

que sejam mais viáveis economicamente (Silva et al., 2012; Sandeski, 2016).

Entre os possíveis substitutos para o milho está o sorgo, que é um alimento

energético de preço mais acessível. Porém, sua quantidade de carotenoides é baixa,

diminuindo a intensidade da coloração da gema, que é crucial para atender as exigências

dos consumidores, que associam a sua pigmentação com um alimento saudável e com

maior quantidade de nutrientes, principalmente vitaminas. Para evitar a insatisfação do

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consumidor, devido a esse problema, podem ser adicionados aditivos pigmentantes

naturais ou sintéticos nas dietas das aves (Garcia et al., 2002).

A cantaxantina é um carotenoide responsável pela coloração vermelha em algumas

espécies de aves, como por exemplo, os flamingos, e vem sendo utilizada na

alimentação de frangos de corte e poedeiras com o objetivo de pigmentar a pele e a

gema dos ovos, respectivamente. Geralmente é produzida e comercializada de forma

sintética (Garcia et al., 2002).

Já o extrato da flor de marigold, também muito utilizado nas dietas das aves, é um

pigmentante natural responsável pela coloração amarela. Essa flor tem como principais

pigmentos os flavonoides e os carotenoides, sendo que seu extrato possui

aproximadamente 27% de luteína e pode ser utilizado na alimentação de poedeiras para

aumentar a coloração amarela da gema dos ovos (Volp et al. 2009).

Diante disso, a utilização de pigmentantes naturais é uma alternativa para uso de

alimentos substituintes ao milho, permitindo a redução nos custos da dieta e

manutenção das características do produto que atenda as exigências do consumidor.

Portanto, o objetivo deste trabalho foi determinar o melhor nível de inclusão de

pigmentante natural (extrato da flor de marigold (Tagetes erecta (pigmento amarelo))

como fonte de luteína e sintético (Cantaxantina (pigmento vermelho)) em dietas de

codornas de postura à base de sorgo, no período de 25 a 36 semanas de idade.

1.2 Revisão de literatura

1.2.1 Coturnicultura de postura

A criação de codorna mostra-se uma atividade econômica crescente no Brasil. O

efetivo de codornas no Brasil, pelos Dados do IBGE de 2017, foi de 15,5 milhões de

aves, independente do objetivo da produção (carne ou ovos) e a produção de ovos de

codorna foi de 290,8 milhões de dúzias no mesmo ano, comparados a um rebanho de

13,8 milhões de cabeças e produção de 273,4 milhões de dúzias e, em 2016, esses dados

apresentaram aumento de aproximadamente 12,31% e 5,9% em relação ao ano anterior,

respectivamente.

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Esse aumento do número de codornas se justifica a vários fatores, dentre esses,

destacam-se a precocidade na produção e maturidade sexual, rápido crescimento, boa

conversão alimentar, alta produtividade, utilizando pequeno espaço para grandes

populações, grande longevidade em alta produção e baixo investimento, os quais

contribuem para o interesse de novos coturnicultores pelo país (Pastore et al., 2012).

Juntamente com esse avanço na produção está o aumento do consumo de ovos e

carne de codorna nos últimos anos. A redução do preço devido ao aumento da produção

torna o produto mais acessível às diferentes classes sociais bem como o melhor

conhecimento de sua qualidade (Almeida, 2013). Além disso, é um produto muito

consumido por crianças e também em restaurantes ou bares como aperitivos. Esse

aumento acompanha a industrialização e beneficiamento do produto, tornando-o mais

atrativo ao consumidor.

1.2.2 Sorgo na alimentação de codornas japonesas

Muitos alimentos se destacam no setor da agroindústria na formulação de rações

animais, para aves e suínos. Dentre os principais, estão o milho e a soja, como fonte de

carboidratos e proteínas respectivamente. No entanto, os custos de produção podem ser

onerados com o uso desses alimentos, a exemplo do milho que tem sua produção

limitada em determinadas épocas do ano e um alto custo no mercado internacional,

levando os produtores a buscarem alternativas mais viáveis em substituição a esse

produto (Assuena, 2008).

O sorgo (Sorgum bicolor) é uma gramínea originária da África, pertencente à

família Gramineae, consiste em um componente básico na alimentação na África, Sul

da Ásia e América Central. Ademais, é um importante componente na alimentação

animal nos Estados Unidos, Austrália e América do Sul, sendo o quinto cereal mais

produzido do mundo, ficando atrás apenas do trigo, arroz, milho e cevada (Conab,

2013).

Esse ingrediente pode ser usado em substituição total ou parcial ao milho, isso

porque possui valores nutricionais muito parecidos com o milho e por isso permite que

as rações sejam formuladas sem grandes alterações em relações as exigências. O seu

cultivo é interessante, pois é mais resistente ao estresse hídrico e menos exigente em

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fertilidade do solo que o milho (Marques et al., 2007). O custo de produção do sorgo é

cerca de 20% inferior e seu valor biológico alcança 95% do milho (Fialho et al., 2002).

A diferença nutricional do sorgo em comparação ao milho está em seu valor

energético e no conteúdo de proteína bruta, sendo inferior em 5% de energia

metabolizável e superior em aproximadamente 15% de proteína bruta, tem, no entanto,

digestibilidade inferior a existente no milho (Buso et al., 2011). Rostagno et al. (2017),

determinaram para o sorgo um valor de 3204 kcal/kg de energia metabolizável para

aves, além de uma composição de 7,61% de proteína digestível, 3,35% de extrato

etéreo, 66,6% de amido, 2,89% de fibra bruta e 1,38% de matéria mineral.

Avaliações quanto ao desempenho e a qualidade dos ovos de poedeiras alimentadas

com dietas contendo sorgo em substituição parcial ou total ao milho, não mostraram

comprometimento no desempenho das aves (Pinto et al., 2005). Para parâmetros de

qualidade de ovos, Moura e colaboradores (2011), utilizando rações à base de sorgo

com adição de pigmentantes, não observaram diferenças significativas quanto a

qualidade, exceto pela cor da gema, variando de acordo com os níveis de pigmentantes

utilizados.

Devido ao fato de o sorgo não apresentar uma proteção para as sementes, como o

milho e outros grãos, este produz vários compostos fenólicos que servem de defesa

contra pássaros, patógenos e outros competidores. Dentre os principais, está o tanino

que pode afetar negativamente a digestibilidade das dietas. Do ponto de vista químico,

no trato digestório, os taninos se combinam com proteínas reduzindo a digestibilidade.

No entanto, a utilização de sorgo de baixo tanino não compromete significativamente o

desempenho animal e a utilização digestiva dos componentes da dieta (Bueno et al.,

2015).

O grão de sorgo possui três estruturas anatômicas distintas denominadas pericarpo,

endosperma e germe. Algumas variedades possuem uma quarta estrutura chamada testa,

localizada entre o pericarpo e o endosperma. A proporção e composição química dessas

estruturas podem variar de acordo com a variedade da planta (Arroyo et al., 2012).

Geralmente, o pericarpo e a testa são compostos por polissacarídeos, compostos

fenólicos e carotenoides. As proteínas, vitaminas do complexo B e minerais estão

localizados no endosperma (tecido de reserva). O germe é constituído por lipídeos,

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vitaminas lipossolúveis e minerais. O conteúdo de carotenoides, é menor que o contido

no milho, o que torna a utilização em rações para poedeiras limitada ao uso de corantes

naturais ou sintéticos para garantir a coloração da gema do ovo (Moura et al., 2011).

O conteúdo de carotenoides no sorgo é um dos fatores que o diferencia do milho,

pois essas quantidades apresentam alta variação de acordo com o genótipo e tipo de

deposição na estrutura da planta. Cardoso et al., (2015), avaliaram mais de cem

genótipos de sorgo quanto ao conteúdo de luteína e zeaxantina, e observaram que,

apesar da ocorrência ser alta, a concentração variou entre 0,44 a 58,5 mg/100 g. Isso se

deve ao fato de a síntese deposição desses compostos no sorgo estarem ligadas a ação

de mais de nove genes diferentes.

Em estudo com poedeiras comerciais, avaliando o efeito da substituição parcial e

total do milho pelo sorgo sobre o desempenho e qualidade de ovos, (Assuena et al.,

2008), observaram que o milho pode ser substituído em até 100% pelo sorgo sem que

haja comprometimento do desempenho e qualidade dos ovos produzidos, mas, ressalta a

importância do uso de corantes naturais ou artificiais como complemento para que a

coloração da gema do ovo não seja comprometida.

1.2.3 Carotenoides: utilização e deposição no ovo

As cores estão amplamente presentes no reino animal, desempenhando importante

papel biológico. Por exemplo, nos pássaros, a atração e seleção é favorecida por cores

brilhantes que sinalizam indivíduos saudáveis. Estas cores vêm da dieta animal e estão

ligadas à presença de carotenoides (Amaya et al., 2014).

Os carotenoides constituem o maior grupo de pigmentos naturais, mostrando muita

diversidade na distribuição natural, estrutura e função. Sintetizados na natureza por

organismos fotossintéticos, algas, bactérias e alguns fungos, são em grande parte

responsáveis pela variedade de cores amarelas e vermelhas em frutas, legumes, fungos,

penas de aves, carne de peixe, ovos, cutícula de crustáceos ou insetos, bem como

plantas e algas (Shen et al., 2014).

Dentro do grupo carotenoides, existem dois principais subgrupos de classificação,

os carotenos e xantofilas. Os carotenos não possuem molécula de oxigênio em sua

estrutura, sendo assim, puros hidrocarbonetos usualmente caracterizados pela cor

laranja. O representante mais conhecido desse grupo é o β-caroteno. Por outro lado, os

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carotenoides que vão do amarelo ao vermelho, classificados como xantofilas possuem

oxigênio em sua estrutura (oxicarotenoides) (Granado-Lorencio et al., 2008).

A cadeia principal da molécula de carotenoides naturais consiste em oito unidades

de terpenoides de 5 carbonos, de modo que a sequência é invertida no centro. Isto

resulta num esqueleto de hidrocarboneto C40H56 parental com ligações duplas e simples

alternadas. A estrutura de ligação dupla constitui a pigmentação marcante e

característica (Kopsell & Kopsell, 2006).

O isomerismo pode ocorrer no caso de rotação de ligações duplas (C = C) através

da molécula, obtendo-se os chamados isômeros trans e cis. Todos os carotenoides

coloridos mostram que a configuração trans, mais comuns na natureza, são mais

termoestáveis que os isômeros cis. A estrutura molecular dos carotenoides e a presença

das duplas ligações conjugadas estendidas causam a presença de elétrons altamente

deslocalizados. Como resultado, a estrutura central da ligação dupla nas moléculas de

carotenoides atua como o cromóforo absorvedor de luz e é responsável pelas intensas

cores amarelo a vermelho (Shen et al., 2014).

Pelo menos sete ligações duplas conjugadas são necessárias para que os

carotenoides transmitam cor. A cor, por sua vez, se aprofunda à medida que o número

de ligações duplas conjugadas aumenta. A estrutura da cadeia de carbono de ligação

dupla conjugada também é responsável pela capacidade dos carotenoides de extinguir

os radicais livres que causam a oxidação do tecido. Assim, os carotenoides também

foram reconhecidos por possuírem propriedades antioxidantes potentes (Surai et al.,

2012).

A classificação em grupos de carotenos e xantofilas consiste principalmente na

configuração de sua estrutura.

Carotenos: sua estrutura molecular é exclusivamente feita de carbono e hidrogênio

formando uma cadeia poli-insaturada com a fórmula química C40H56. Existe uma

grande variedade de carotenos que ocorrem na natureza, no entanto, os mais

relevantes na nutrição animal são o licopeno e β-caroteno, sendo este último uma

referência de atividade pró vitamina A dentre os carotenoides (Amaya et al., 2013).

Xantofilas: também conhecido como oxicarotenoides, este grupo é essencialmente

derivado a partir da estrutura parental de hidrocarboneto de caroteno, nos quais são

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adicionados 1 a 4 grupos funcionais contendo oxigênio, tais como hidroxilas (-OH),

cetonas (=O) ou carboxilas (-COOH). Estes grupos funcionais são adicionados a

uma ou ambas as extremidades da molécula. A fórmula química geral da xantofila é

C40H56O1-4. A presença dos grupos oxigenados torna estes compostos mais

solúveis em água do que os carotenos. Alguns representantes deste grupo são a

luteína, astaxantina, cantaxantina, capsantina, apoester e citranaxantina (Bhosale

& Bernstein, 2005).

Outra característica dos carotenoides é sua capacidade de absorver luz em regiões

do espectro visível, onde a clorofila não é um absorvedor muito eficiente. Eles

absorvem a luz e transferem parte da energia da luz que absorvem para a clorofila, que

então usa essa energia para impulsionar a fotossíntese, por isso são essenciais para a

sobrevivência de organismos fotossintéticos (Wang et al., 2016).

Também podem proteger as plantas que estão superexpostas à luz solar contra a

foto destruição irreversível do aparelho fotossintético, além de agir como antioxidantes

lipofílicos que protegem as membranas celulares contra danos oxidativos. Eles fazem

isso dissipando inofensivamente a energia da luz em excesso que absorvem como calor.

Na ausência de carotenoides, esse excesso de energia luminosa tem o potencial de

destruir proteínas, membranas e outras moléculas (Surai et al., 2012).

A função mais óbvia dos carotenoides nos animais é dar cor. A tonalidade e a

eficiência de coloração relativa dependem de suas estruturas químicas individuais. Os

comprimentos de onda das cores dos carotenoides usados para gema de ovo e

pigmentação de frangos ficam entre 400nm e 600nm dentro da faixa visível do espectro

de cores. Para o olho humano, esses compostos são de cor amarela a vermelha (Figura

1) (Wang et al., 2016).

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Figura 1 – Comprimento de onda de vários carotenoides (Fonte: Wang et al., 2016).

Os altos níveis relativos de carotenoides armazenados na gema do ovo podem ser

benéficos ao desenvolvimento embrionário, principalmente nas primeiras fases de

incubação. Isso pode ser atribuído às propriedades antioxidantes de certos carotenoides.

A alta atividade metabólica do embrião pode acarretar a uma alta produção de radicais

livres, resultando em efeitos negativos. Portanto, a ação protetora antioxidante desses

compostos pode permitir o bom desenvolvimento do embrião e aumentar as taxas de

sobrevivência durante as fases críticas que antecedem a eclosão (Rosa et al., 2012).

As origens da pigmentação da gema do ovo e aves são diversas, mas, estão

principalmente relacionadas a aspectos de saúde e fundamentadas nos sistemas

tradicionais de agricultura familiar. Estes sistemas envolvem a criação semiextensiva,

onde os animais têm acesso a dietas com capim, milho e outras fontes de carotenoides

que são responsáveis pela pigmentação da gema do ovo, pele (e gordura), bem como

pernas, bico e penas (Shen et al., 2014).

Quando o consumo desses carotenoides é baixo as cores da gema e pele ficam mais

pálidas. Algumas doenças das aves afetam negativamente a pigmentação da gema e da

pele, como a coccidiose, a doença respiratória crônica (CRD), a enterite ou a doença de

Newcastle. Portanto, uma pigmentação uniforme geralmente significa boa saúde e boas

condições higiênicas práticas. Para a comercialização de produtos avícolas, em muitos

países, uma cor amarela brilhante ou amarela alaranjada na gema do ovo e na pele do

frango é frequentemente associada a frescor, saúde e se tornou um indicador de alta

qualidade de produtos (Hargitai et al., 2016).

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Os carotenoides também podem ser produzidos por síntese total quando estão

presentes na natureza, mas não eficientemente obtidos de fontes naturais e / ou onde

uma via de síntese relativamente curta é necessária (por exemplo, cantaxantina,

astaxantina, β-caroteno) que os torna tecnologicamente viáveis (Bauernfeind 1981).

A síntese de carotenoides, similarmente a outras substâncias, é caracterizada por

uma via geral onde alguns carotenoides são os principais precursores de outros, que ao

mesmo tempo podem atuar como intermediários ou precursores para carotenoides com

maior complexidade molecular. A tarefa essencial nessa síntese é a construção da cadeia

de polieno característica, isto é, o esqueleto de hidrocarboneto conjugado por ligações

duplas e simples alternadas. Diferentes reações foram desenvolvidas para construir esta

cadeia básica com ligações duplas e simples especificamente localizadas (Nelis &

Leenheer, 1990).

A síntese baseia-se em algumas vias gerais de múltiplos passos, nas quais vários

grupos terminais são obtidos por meio de moléculas de partida chave prontamente

disponíveis. Portanto, embora uma grande diversidade de carotenoides possa ser

sintetizada em condições laboratoriais, na prática, menos de dez deles estão disponíveis

em escala comercial como, por exemplo, astaxantina, astaxantina-dimetildissuccinato,

β-caroteno, cantaxantina, β-apo-8'-carotenal, citranaxantina e o éster etílico do ácido β-

apo-8-carotenoico (Ötles & Çagindi, 2008).

O primeiro carotenoide sintetizado foi o β-caroteno, principalmente pela sua

relativa simplicidade molecular e pelo fato de ser frequentemente um precursor de

outros carotenoides. Posteriormente, a síntese de diferentes grupos funcionais levou à

formação de uma importante variedade desses compostos. Os carotenoides são secos

por pulverização em materiais de matriz estabilizada (antioxidantes) e revestido, são

geralmente formulados com 10% de produtos concentrados e apresentados como pó

para uso comercial em nutrição animal (Dufossé, 2008).

Outro procedimento comum é a extração de substancias derivadas de plantas

também conhecidas como fitogênicas ou fitobióticas. Esses procedimentos liberam os

carotenoides da matriz da planta e os trazem para a solução. Embora a maioria dos

carotenoides na natureza sejam encontrados nas plantas, as mais usadas na prática para

a nutrição animal, são as sementes de Flor de Marigold (Tagetes erecta), pimenta

vermelha (Capsicum annuum - páprica) e urucum (Bixa orellana). A Flor de Marigold é

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uma das mais ricas fontes naturais de luteína e zeaxantina, enquanto pimentas

vermelhas e sementes de urucum são as fontes mais importantes de capsantina e bixina,

respectivamente (Cazzonelli, 2011).

Existem duas fases referentes a pigmentação da gema e pele de frango. O primeiro

(referido como a fase de saturação) envolve a deposição de carotenoides amarelos para

criar uma base amarela, qual é muito importante para uma boa saturação da cor final.

Uma vez que a base amarela é estabelecida, a adição do carotenoide vermelho muda a

tonalidade da cor para uma cor mais laranja-avermelhada (o segundo componente

referido como a fase da cor). A resposta de cor relacionada à dose para carotenoides

vermelhos é maior do que a resposta para amarelos, e a combinação de cores amarelas e

vermelhas é, portanto, mais interessante para a pigmentação (Fletcher & Halloran,

1983).

Apesar de relacionados, os conceitos de pigmentação e coloração são diferentes e é

importante fazer uma distinção. Ambos os conceitos têm uma interpretação diferente e

são avaliados de diferentes formas. A pigmentação é avaliada por química analítica,

normalmente usando HPLC para quantificar a concentração de carotenoides retidos nos

tecidos (por exemplo, gema de ovo, pele, carne) e é expressa em mg de carotenoides por

kg de tecido (mg / kg ou partes por milhão (ppm)). Espectroscopia de Refletância no

Infravermelho Próximo (NIRS) também pode ser usada para estimar o nível de

carotenoides nos tecidos (Rosa, 2012).

A coloração é comumente medida usando Leques de Cor (Figura 4), ou por um

colorímetro que é um método instrumental de medir a vermelhidão, o tom amarelado e

o brilho dos tecidos (Figura 5). Embora sejam mais subjetivos que os métodos

colorimétricos, os leques de cor são o método mais prático e econômico, além de serem

amplamente utilizados para a avaliação de cores de produtos alimentícios (por exemplo,

gema de ovo, tecidos de frango de corte e carne salmonada) (Bauernfeind, 1981).

A deposição desses compostos na gema é possível por sua característica

lipossolúvel, tendo em vista que a gema possui um conteúdo lipídico de em média

26,5% de sua composição total. O vitelo, chamado de gema, é o acumulo de substancias

de reserva com função de nutrir o embrião no processo de reprodução. Dessa forma, por

este motivo, sua composição é rica em nutrientes e energia para garantir o

desenvolvimento embrionário da ave (Speake et al., 1998).

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O vitelo, que se acumula nos folículos, é produzido no fígado pela ação do

estradiol. Lipoproteínas de baixa densidade (VLDL) e vitelogenina são produzidas no

fígado em resposta ao estrogênio. Após a síntese no fígado, as lipoproteínas são

transportadas no sangue para o ovário onde são incorporadas ao folículo em

crescimento por um processo mediado por receptor. Os folículos em crescimento são

muito vascularizados, o que provavelmente facilita a deposição de grandes quantidades

de vitelo (Rutz et al., 2007).

A deposição do vitelo no folículo em crescimento é feita em camadas concêntricas,

isso pode ser demonstrado pela deposição de uma cor diferente de corante lipossolúvel

e, em uma sequência de dias após isto, o vitelo apresenta anéis concêntricos em

diferentes tonalidades como resultado do padrão de acumulo (Blount et al., 2004).

Um folículo em desenvolvimento é rodeado por células foliculares da granulosa

que tem sua proliferação proporcional ao desenvolvimento do folículo, regulado pelo

FSH. No desenvolvimento folicular, as células têm vesículas relacionadas à absorção de

precursores de gema sintetizada pelo fígado e são transportados pelo epitélio folicular

em direção ao ovócito por transcitose. Os núcleos das células foliculares tendem a se

Figura 2: Leque de cor (Fonte: Amaya, 2004) Figura 3: Colorímetro digital

(Fonte: Arquivo pessoal)

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voltar para o centro do ovócito, onde se deposita o vitelo. Além do mais, essa

característica se desenvolve de acordo a deposição de vitelo (Flamini, 2014).

A zona radiada é a região entre a membrana pré vitelínica e membrana plasmática

do ovócito, e região mais periférica com estruturas de microvilosidades na membrana

ovocitária e os processos estendidos das células foliculares, com importância nas trocas

metabólicas pelo aumento da superfície de contato. Esta zona está delimitada

externamente pela membrana plasmática e a membrana perivitelínica interna (Johnson,

1993).

A área do estroma do ovário, em que o folículo tem contato com a superfície

ovárica, é o estigma, que possui uma grande rede de irrigação sanguínea onde ocorrem

o transporte e deposição de compostos. A ruptura dessa membrana ocorre dando

sequência ao processo de ovulação, liberando o óvulo no canal do oviduto, para

posterior formação do ovo (Rutz et al., 2007).

A permanência da deposição desses carotenoides na gema do ovo está relacionada a

frequência de consumo desses compostos através da dieta, podendo variar em cor e

intensidade, de acordo não só com a quantidade consumida mas o tempo de consumo

até serem incorporados integralmente desde o início do fornecimento da dieta ou deixar

de se manifestar conforme o consumo do produto diminuir (Blount et al., 2004).

No geral, a pigmentação e a coloração ideais dependem muito da quantidade de

carotenoides adicionados à ração. A quantidade de aditivo depende do teor básico de

pigmentos nas matérias-primas e da pigmentação desejada. Uma vez que uma

determinada utilização de pigmento é dependente de muitos fatores variáveis e,

portanto, não pode ser prevista com precisão, a utilização acontece sem seguir uma

regra ou padrão especifico, baseando-se em pesquisas ou experiências práticas (Amaya

et al., 2013).

A luteína e cantaxantina são consideradas aditivos tecnológicos isentos de registro,

de acordo com a Instrução Normativa N° 38, de 27 de Outubro de 2015 do MAPA, e

estão entre os pigmentantes comumente utilizados como fonte de carotenoides na

alimentação de aves com objetivo de fornecer a cor desejável da gema, sendo um

complemento na utilização de alimentos alternativos em substituição ao milho (Silva et

al., 2016).

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Além do efeito de coloração de tecidos, os carotenoides desempenham um papel

importante na proteção de células e organismos contra os efeitos nocivos da luz ou ar

em processos de oxidação. Isso já foi demonstrado em bactérias, algas, plantas, animais,

e mesmo em seres humanos no tratamento de doenças fotossensíveis e tratamentos de

pele. Isso ocorre devido a capacidade dos carotenoides em se associar a moléculas

reativas, suprimindo as reações de oxidação nos tecidos (Krinsky, 1989).

Cho et al., (2018), relataram a aplicabilidade da luteína e outros carotenoides em

tratamentos de doenças neurodegenerativas, sua função antioxidante e

antineuroinflamatória, além de regular processos de autofagia em modelos celulares.

A qualidade de ovos não se resume necessariamente a suas características

sensoriais e parâmetros de conservação, tendo em vista que para o consumidor, aspectos

visuais, de maneira geral, influenciam na escolha e consumo de alimentos, e essas

características geralmente são associadas a viabilidade do alimento para consumo, bem

como sua qualidade, frescor ou o fato de estarem livres de contaminação. Por isso,

garantir que a dieta proporcione ao ovo ou demais produtos a cor esperada pelo

consumidor não é apenas uma questão visual, mas sim de qualidade de uma maneira

geral (Bauernfeind, 1981).

Em outros estudos (Moura at al, 2009; Moura et al ,2011) analisaram o uso de

pigmentantes artificiais como a cantaxantina e luteína em rações para codornas de

postura com substituição total do milho pelo sorgo. Estes autores observaram que a cor

da gema de ovos de codornas, as quais receberam ração à base de sorgo contendo

cantaxantina, tiveram uma diferença visual de acordo com os avaliadores, e rações

contendo extrato de Flor de Marigold como fonte de luteína apresentaram maior escore

colorimétrico em menor tempo de fornecimento, concluindo que existe uma eficácia da

utilização desses pigmentantes em rações à base de sorgo.

2.4 Qualidade de ovo e tempo de armazenamento

Desde o momento da postura, à medida que o ovo envelhece, sua qualidade

também decresce ao longo do tempo. O albúmen denso torna-se líquido devido a

inúmeras reações químicas que ocorrem em seu interior, que possivelmente envolvem

ácido carbônico (H2CO3) e o aumento do pH do albúmen. O ácido carbônico, um dos

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componentes do sistema tampão do albúmen, dissocia-se formando água e gás

carbônico (Moura et al., 2008).

Sob condições naturais, esse gás se difunde através da casca e se perde no

ambiente. Devido a essa liberação, o pH do albúmen aumenta, diminuindo sua acidez e

provocando a dissociação química do complexo proteico. Observa-se também a perda

do peso do ovo e o movimento de líquido do albúmen para a gema. Dessa forma, a

qualidade interna do ovo é intensamente afetada pelo tempo de estocagem (Figueiredo,

2008).

A legislação brasileira não obriga a refrigeração dos ovos no ambiente de

comercialização. Nesse sentido, a estocagem acontece em temperatura ambiente ou

apenas acondicionada à climatização do estabelecimento, sendo refrigerados na casa do

consumidor. A normativa (Brasil, 2007), determina condições mínimas internas para

comercialização em consumo, como câmara de ar de quatro a 10mm de altura, gema

translucida e consistente, albúmen transparente, consistente e sem manchas. Na prática,

no entanto, apenas o peso a características aparentes da casca (sujidades, trincas, e

defeitos de casca), são geralmente considerados.

Parâmetros para avaliar a qualidade interna de ovos são indicadores das condições

de armazenamento e o quanto isso pode afetar a vida de prateleira e condições de

consumo do produto. Dentre as variáveis analisadas estão:

Peso absoluto e relativo

Avalia a perda de peso do ovo durante o período de armazenamento, pela

diferença de peso no início e ao final do período, geralmente causado pelas perdas

por trocas gasosas que ocorrem naturalmente entre o ovo e o ambiente. Os pesos

individuais de gema e albúmen também indicam as perdas gasosas e liquefação do

conteúdo interno ao longo do tempo (França et al., 2007).

Unidade Haugh.

Fator de correção para o peso do ovo, que multiplicado pelo logaritmo da altura

da clara espessa, corrigida por 100, resulta na unidade “Haugh”. A unidade Haugh é

uma expressão matemática que correlaciona o peso do ovo com a altura da clara

espessa. De modo geral, quanto maior o valor da unidade Haugh, melhor a qualidade

do ovo. (Alleoni, 2001). Os ovos considerados de qualidade excelente (AA) devem

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apresentar valores de UH superiores a 72; ovos de qualidade alta (A), entre 60 e 72

UH e ovos de qualidade inferior (B), com valores de UH inferiores a 60 são

considerados de qualidade ruim (USDA, 2000).

Índice de albúmen e gema.

A medição da altura do albúmen, quando o ovo é quebrado em uma superfície

lisa, permite determinar a qualidade deste, pois à medida que envelhece, a proporção

de albumina líquida aumenta em detrimento da albumina densa. A água da albumina

atravessa a membrana vitelínica por osmose e é retida na gema. O excesso de água

na gema determina o aumento do seu volume, levando ao enfraquecimento da

membrana vitelínica. Isto faz com que a gema pareça maior em seu diâmetro quando

o ovo é observado em uma superfície plana após a sua quebra (França et al., 2007).

PH do albúmen e gema.

O pH é verificado por meio de pHmetro após a separação do albúmen e gema

com imersão direta do eletrodo no conteúdo. (Alcântara 2012). O ovo fresco

apresenta pH da gema de 6,0 e clara de 6,6. Ao longo do tempo de armazenamento,

este pH é alterado, aumentando consideravelmente. Isso ocorre devido ao teor de

CO2, encontrado no interior do ovo (Sarcinelli et al., 2007).

Gravidade específica.

Esse teste avalia a resistência da casca, sendo que, quanto maior o valor do

resultado do teste, maior a espessura da casca. Para isso, pode se utilizar o método da

flutuação salina que é um teste realizado por imersão dos ovos em recipientes com

soluções salinas com densidades de 1.050 a 1.100, com intervalos mínimos de 0.005.

Os ovos, ao flutuarem, são classificados conforme sua gravidade específica (Freitas

et al., 2004; Hamiltom, 1982).

Alguns trabalhos (Lana et al., 2017; Nepomuceno et al., 2014; Ono et al.,2015)

foram realizados para avaliar a qualidade interna de ovos armazenados em períodos de

até 30 dias, em temperatura ambiente e refrigerados, observando a influência desses

fatores sobre o peso absoluto do ovo, gema e albúmen, altura de albúmen, gravidade

específica, Unidade Haugh, diâmetro e índices de albúmen e de gema e porcentagem de

casca, com efeitos evidenciados a partir do sexto dia de estocagem de ovos em

temperatura ambiente.. Portanto, conclui-se que a qualidade do ovo de fato é afetada

pelo tempo e condições de armazenamento.

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II - OBJETIVOS GERAIS

Determinar o melhor nível de inclusão de extrato de Flor de Marigold e

cantaxantina em dietas de codornas japonesas em fase de postura à base de sorgo,

visando manter parâmetros de desempenho e qualidade de ovos, bem como avaliar a

qualidade destes em função do tempo de armazenamento dos ovos.

2.1. Objetivos específicos

Avaliar o efeito de adição de luteína e cantaxantina sintética em dietas à base de

sorgo para codornas de postura, sob o desempenho produtivo das mesmas;

Verificar o efeito da adição de pigmentantes em dietas à base de sorgo sob a

qualidade interna de ovos de codornas;

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22

Identificar o efeito da adição de luteína e cantaxantina em dietas a base de sorgo

para codornas de postura sob a deposição de pigmentantes nos ovos no período inicial e

no período final de consumo das dietas experimentais;

Avaliar a qualidade de ovos de codornas alimentadas com rações à base de sorgo

contendo pigmentantes, em diferentes períodos e temperaturas de armazenamento.

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22

III - Pigmentantes em dieta à base de sorgo para codornas japonesas em postura1 1

RESUMO – Essa pesquisa teve como objetivo determinar os melhores níveis de 2

inclusão de luteína (extrato de flor de Marigold) e cantaxantina na ração de codornas 3

japonesas de postura à base de sorgo. Foram utilizadas 680 codornas japonesas de 4

postura (Coturnix coturnix japônica), com 64 semanas de idade distribuídas em um 5

esquema fatorial 4x4 sendo quatro níveis de luteína (LUT) e quatro níveis de 6

cantaxantina (CTX) mais um grupo controle sem adição de pigmentantes, com cinco 7

repetições e oito aves por unidade experimental. O experimento foi dividido em três 8

ciclos de 21 dias, onde foram avaliados nos três últimos dias de cada ciclo parâmetros 9

de desempenho e qualidade de ovos. Para avaliar o tempo de deposição e permanência 10

dos pigmentantes na gema, foram avaliados três ovos por tratamento durante 12 dias no 11

início do experimento e 12 dias ao fim a partir do último dia de consumo pelas aves das 12

rações contendo pigmentantes. Foram feitas avaliação da cor pelo método objetivo, 13

medindo parâmetros de luminosidade (L*), intensidade de verde/vermelho (a*), 14

intensidade de azul/amarelo (b*) utilizando um colorímetro portátil (CR400 - 15

MINOLTA). Para desempenho e qualidade de ovos não foram observadas diferenças 16

significativas (P > 0,05), exceto para coloração da gema, com maiores escores de cor de 17

acordo com o aumento do consumo de luteína e cantaxantina. Para parâmetros de cor, 18

observou-se que no início do período de consumo, os níveis de cantaxantina 19

influenciaram nas leituras de cor vermelha a* e os níveis de luteína influenciaram nas 20

leituras de cor amarela b*, enquanto no período final, a interação dos níveis de 5,4 ppm 21

de luteína e 1,3 ppm de cantaxantina proporcionou melhores parâmetros de cor até os 10 22

dias posteriores ao fim do consumo dos pigmentantes. Dessa forma, o melhor uso de 23

luteína, considerando os parâmetros avaliados, foi de 5,4 ppm e de canataxantina de 1,3 24

ppm. A utilização do sorgo em substituição ao milho em dietas de codornas japonesas 25

de postura é viável desde que sejam utilizados pigmentantes como complemento para 26

que se mantenham os parâmetros de cor da gema. 27

28

Palavras chave: carotenoides, cantaxantina, cor, gema, luteína, qualidade de ovos 29

30

31

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Pigments on sorghum-based rations for laying Japanese quails 32

ABSTRACT - The objective was to determine the best levels of inclusion of 33

lutein (Marigold flower extract) and cataxanthin in sorghum - based Japanese quail 34

rations. A total of 680 Japanese laying quails (Coturnix coturnix japonica), with 64 35

weeks of age was distributed in a 4x4 factorial scheme, with four levels of lutein (LUT) 36

and four levels of cataxanthin (CTX), with five replicates and eight birds per 37

experimental unit. The experiment was divided in three cycles of 21 days, where 38

performance and egg quality parameters was evaluated. To evaluate the time of 39

deposition and permanence of the pigmentants in the yolk, three eggs were evaluated 40

per treatment for 12 days at the beginning of the experiment and 12 days at the end from 41

the last day of consumption by the birds of the feed containing pigments. The color 42

evaluation was performed by the objective method, measuring luminosity (L *), green / 43

red intensity (a *), blue / yellow intensity (b *) using a portable colorimeter (CR400 - 44

MINOLTA). For performance and egg quality, no significant differences (P> 0.05) 45

were observed, except for yolk color, with higher color scores according to the increase 46

in lutein and canthaxanthin consumption. For color parameters, it was observed that at 47

the beginning of the period of consumption, canthaxanthin levels influenced the red 48

color reading a * and lutein levels influenced the yellow color readings b *, while in the 49

final period the interaction of the levels of 5.4 ppm of lutein and 1.3 ppm of 50

canthaxanthin provided better color parameters up to 10 days after the end of pigment 51

consumption. The best use of lutein, considering the parameters evaluated was 5.4 ppm 52

and canataxanthin 1.3 ppm. The use of sorghum in substitution of maize in Japanese 53

laying quail diets is feasible provided that pigmentants are used as a complement to 54

maintain the color parameters of the yolk. 55

Key words: carotenoids, cataxantin, color, lutein, quail eggs quality, yolk 56

57

58

59

60

61

62

63

1 Artigo redigido de acordo com as normas da Revista Brasileira de Zootecnia 64

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3.1 Introdução 65

A utilização de ingredientes alternativos ao milho nas rações das codornas de 66

postura vem aumentando, principalmente por proporcionar uma redução nos gastos com 67

a alimentação. No entanto, o uso desses alimentos deve ser estudado e feito de maneira 68

adequada para não acarretar prejuízos no desempenho animal (Garcia et al., 2012). 69

O sorgo é um alimento alternativo ao milho, no entanto, sua composição tem 70

quantidade deficiente de pigmentos como caroteno e xantofilas, e por isso o seu 71

fornecimento à ave induz à despigmentação da gema do ovo. Portanto, o uso do sorgo e 72

outros alimentos alternativos acarreta a necessidade de utilização de aditivos sensoriais 73

que forneçam pigmentantes para dar cor à gema sem que a produção seja afetada 74

(Moura et al., 2011). 75

Normalmente, a utilização de pigmentantes se dá pela combinação de compostos 76

de cor amarela e vermelha, podendo ser carotenos ou xantofilas obtidos por extratos 77

naturais ou pigmentantes sintéticos. Dentre as opções de utilização, se encontram a 78

cantaxantina e luteína, xantofilas que conferem ao produto cores vermelha e amarela 79

respectivamente (Amaya, 2014). 80

A cantaxantina e luteína são pigmentantes do grupo das xantofilas comumente 81

utilizados para obtenção de cores laranja ou avermelhada em produtos de origem 82

animal. Sua deposição e transporte assim como os demais carotenoides ocorrem através 83

de compostos lipídicos e a utilização pode ser feita de acordo com o objetivo e produto 84

em questão (Faruk, 2017). 85

A cor da gema de ovos de codornas que recebem ração à base de sorgo contendo 86

cantaxantina apresenta uma diferença visual se comparada ao uso dessas rações sem 87

nenhuma adição de pigmentates. Já as rações contendo extrato de Flor de Marigold 88

como fonte de luteína, apresentam maior escore colorimétrico em menor tempo de 89

fornecimento mostrando, portanto, como a utilização desses pigmentantes em rações à 90

base de sorgo se torna necessária para manter os padrões de aceitação pelo consumidor 91

(Moura et al., 2011). 92

Neste contexto, o objetivo deste estudo foi determinar os melhores níveis de utilização 93

de cantaxantina e luteína em dietas à base de sorgo para codornas japonesas em fase de 94

postura, visando melhorias no desempenho e qualidade de ovo, otimizando assim a 95

utilização de alimentos alternativos ao milho, sem que a produção dos ovos e 96

viabilidade de comercialização desse produto sejam comprometidos. 97

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25

3.2 Material e métodos 98

Animais e instalações 99

O experimento foi realizado no setor de Coturnicultura da Fazenda Experimental de 100

Iguatemi (FEI), pertencente a UEM, no período de maio a julho de 2018, para 101

determinação de parâmetros de desempenho e qualidade de ovos de codornas japonesas 102

(Coturnix coturnix japônica). 103

As aves foram alojadas em galpão de postura, tipo convencional, com cobertura de 104

telha de barro, piso e paredes laterais de alvenaria com 0,50 m de altura, completadas 105

com tela de arame até o telhado e cortinas laterais móveis, contendo gaiolas de arame 106

galvanizado, dispondo de bebedouros tipo nipple e de comedouro tipo calha, durante 107

todo o período experimental. 108

Utilizou-se um programa de luz de 17 horas por dia (iluminação natural + 109

artificial), sendo controlado com o auxílio de relógio automático (timmer). A 110

intensidade luminosa utilizada foi de 21 lumens/m². Água e ração foram fornecidas à 111

vontade durante todo período experimental. A temperatura (média: 17,5°C; mínima: 112

14,1ºC e máxima: 25,8ºC) e a umidade relativa do ar (média: 74,6%; mínima: 50,5% e 113

máxima: 82,2%) foram registradas sempre no período da manhã, por intermédio de 114

termohigrômetros de bulbo seco de máxima e mínima. 115

Delineamento experimental e dietas 116

A ração referência foi formulada com sorgo e farelo de soja, levando em 117

consideração os valores de composição química e energética dos alimentos proposto por 118

Rostagno et al. (2017). Para atender às exigências nutricionais das codornas, foram 119

adotadas as recomendações preconizadas pelo NRC (1994) para as codornas de postura 120

(Tabela 1). Os produtos foram incorporados em combinações de níveis diferentes 121

totalizando 16 tratamentos e um controle que consistiu na ração referência sem adição 122

de pigmentantes. 123

124 125

126 127 128

129 130

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Tabela 1 - Composição da ração referência 131

Ingrediente Composição percentual da ração (%)

Sorgo (baixo banino) 54,71

Farelo de soja (45%) 29,95

Foscálcio 1,12

Calcário 7,62

Óleo de soja 4,88

Suplemento vit./min1 0,40

Sal comum 0,33

L-Lisina HCL 0,29

DL-Metionina 0,46

L-Treonina 0,11

L-Triptofano 0,02

BHT2 0,01

Inerte+Pigmentantes3 0,10

Total 100

Composição calculada (%)

Energia Metabolizável (Mcal/kg) 2,900

Proteína Bruta (%) 19,00

Cálcio (%) 2,99

Fósforo disponível (%) 0,31

Sódio (%) 0,15

Potássio (%) 0,19

Cloro (%) 0,24

Met + cist digestível (%) 0,94

Lisina digestível (%) 1,15

Treonina digestível (%) 0,70

Triptofano digestível (%) 0,24 1Suplemento vitamínico e mineral – Níveis de garantia por kg de ração: Vit. A – 18.000 UI; Vit. D3 – 132

5.000 UI; Vit. E – 16 mg; Vit. B1 – 1,112 mg; Vit. B2 – 8 mg; Vit. B6 – 2,100 mg; Vit. B12 – 20 mcg; 133 Vit. K3 – 4,028 mg; Pantotenato de Cálcio – 16 mg; Niacina – 40 mg; Colina – 560 mg; Antioxidante 134 (Butil Hidroxi Tolueno – BHT) – 20 mg; Zinco – 126 mg; Ferro – 98 mg; Manganês – 155 mg; Cobre – 135 30,624 mg; Cobalto – 0,4 mg; Iodo – 1,936 mg; Selênio – 0,508 mg; Veículo Q.S.P. (Caulin) – 4 g;

2BHT 136

(Butil Hidroxi Tolueno); 4EM: energia metabolizável; 3Areia lavada + níveis de pigmentantes 137

correspondentes a cada tratamento. 138

139

Foram utilizadas 680 codornas de postura, com 64 semanas de idade, distribuídas 140

em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4 x 4, sendo quatro 141

níveis de luteína (LUT) (5,4; 5,7; 6,0 e 6,3 ppm) e quatro níveis de cantaxantina (CTX) 142

(0,4; 0,7; 1 e 1,3 ppm), e um grupo controle sem adição de pigmentantes, totalizando 17 143

tratamentos, com 5 repetições de 8 aves/unidade experimental, somando um total de 85 144

unidades experimentais. As aves inicialmente foram pesadas individualmente, 145

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distribuídas nos tratamentos pelo peso médio da parcela e apresentavam peso médio de 146

158,1g e produção de ovos médio de 79,7%. 147

A fonte natural de luteína utilizada foi o extrato de Flor de Marigold, com níveis 148

garantidos de 3% de luteína, sendo assim. utilizada em quantidades proporcionais para 149

atingir a quantidade desejada para cada tratamento. Para cantaxantina, utilizou-se o 150

pigmentante sintético, ambos comercializados em pó. 151

Desempenho produtivo 152

O período experimental se dividiu em três ciclos de produção, que compreendiam 153

21 dias cada. As aves mortas foram contabilizadas diariamente para correção do 154

consumo de ração. A colheita de ovos foi realizada diariamente (8h:00), com o objetivo 155

de calcular a taxa de postura (%) e a produção de massa de ovos (g ovos ave dia), 156

contabilizando todos os ovos produzidos, incluindo os quebrados, trincados, anormais e 157

de casca mole. 158

A taxa de postura foi considerada como sendo o produto da divisão do número de 159

ovos produzidos pelo total de aves da UE, dada por: Taxa de postura (%) = (número de 160

ovos produzidos / número de aves alojadas) x 100. 161

A massa de ovos foi obtida pela multiplicação da produção de ovos pelo peso 162

médio dos ovos, de acordo com a equação: Massa de ovos (g ovos ave dia) = (peso 163

médio dos ovos (g) x número de ovos produzidos) / número de aves alojadas. 164

As codornas foram pesadas no início e fim do período experimental para 165

determinação do peso corporal (g) e as rações foram pesadas ao final de cada ciclo para 166

determinar o consumo de ração (g), além do cálculo da conversão alimentar por kg de 167

ovos, que expressa a relação entre o consumo de ração e a produção de ovos em peso, 168

sendo calculada pela equação: CAKG (kg de ovos) = consumo de ração (kg) / peso dos 169

ovos (kg). Além disso, a conversão alimentar por dúzia de ovos – CADZ (kg dz de 170

ovos), que expressa a relação entre o consumo de ração e a produção de ovos em dúzias, 171

sendo calculada pela equação: CADZ (kg dz de ovos) = consumo de ração (kg)/ dúzia 172

de ovos. 173

174

Qualidade interna e externa dos ovos 175

Nos três últimos dias de cada ciclo, foram realizadas as análises de qualidade 176

interna e externa dos ovos, além da determinação do peso médio destes e, para isso, 177

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28

apenas os ovos viáveis foram utilizados. As características avaliadas foram: peso médio 178

dos ovos (g), gravidade específica (g/ml), índice de gema, % de casca, % de gema, % de 179

albúmen, peso de casca por superfície de área e espessura da casca (mm) e cor da gema. 180

Entre as medidas de qualidade, a gravidade específica foi obtida através do método 181

de imersão de todos os ovos em diferentes concentrações de solução salina (densímetro 182

de Baumé variando 0,005 g mL desde 1,060 a 1,090 g mL), de acordo com a 183

metodologia descrita por Hamilton (1982). 184

Para as análises de qualidade interna, três ovos foram selecionados de acordo com o 185

peso médio da UE, identificados e pesados individualmente. Após a pesagem, foram 186

quebrados para a determinação da altura (mm) e do diâmetro (mm) da gema e do 187

albúmen utilizando paquímetro digital (Digimess, com precisão de 0,02 mm). 188

A determinação da altura da gema foi realizada no seu ponto mais alto e para a 189

altura do albúmen, a medida foi realizada na região mais próxima à gema. O diâmetro 190

foi obtido pela média de duas mensurações transversais tanto da gema quanto do 191

albúmen. Posteriormente, por meio destes dados foi possível determinar o índice de 192

gema (IG), dado por: IG = (altura de gema (mm) / diâmetro de gema (mm)) x 100 e a 193

Unidade Haugh (UH), calculada de acordo com Card e Nesheim (1966), considerando a 194

altura do albúmen (A) e o peso do ovo (PO): UH = 100log (A + 7,57 – 1,7 x PO0,37). 195

Posteriormente, a gema e o albúmen foram separados para a pesagem da gema em 196

balança de precisão, e o peso do albúmen foi obtido subtraindo-se do peso do ovo, os 197

pesos da gema e da casca. Os dados de peso permitiram quantificar as porcentagens de 198

gema, albúmen e casca em relação ao peso do ovo, de acordo com a equação: % do 199

componente = (peso do componente (g) / peso do ovo (g)) x 100. 200

Após a secção do ovo, as cascas foram lavadas, secas e armazenadas em 201

temperatura ambiente para determinação posterior do peso (em balança de precisão). 202

Foi determinado também o peso da casca por unidade de superfície de área (PCSA), 203

calculado e utilizando a fórmula adaptada por Rodrigues et al. (1996), em que: PCSA = 204

(peso da casca (g) / 3,9782 x peso do ovo (g)) x 100. 205

A cor da gema foi analisada pelo método subjetivo com o uso do Leque 206

Colorímetríco da Roche, que avalia a coloração em uma escala de cores de 1 a 15 e pelo 207

método objetivo, medindo os seguintes parâmetros: L* (luminosidade), a* (intensidade 208

de verde/vermelho), b* (intensidade de azul/amarelo) utilizando um colorímetro portátil 209

(CR400 - MINOLTA) previamente padronizado nas cores preto (0) e branco (100), 210

usando iluminante D65 e 10º para o ângulo do observador. 211

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29

Análise de cor 212

Para avaliar o tempo de deposição e permanência dos pigmentantes na gema, foram 213

colhidos e avaliados três ovos por tratamento durante 12 dias no início do experimento, 214

contando a partir do primeiro dia de fornecimento das rações experimentais. E durante 215

12 dias ao fim do período experimental a partir do último dia de consumo pelas aves das 216

rações contendo pigmentantes. 217

Esses ovos foram usados para avaliação da cor pelo método objetivo, medindo os 218

seguintes parâmetros: L* (luminosidade), a* (intensidade de verde/vermelho), b* 219

(intensidade de azul/amarelo) utilizando um colorímetro portátil (CR400 - MINOLTA) 220

previamente padronizado nas cores preto (0) e branco (100), usando iluminante D65 e 221

10º para o ângulo do observador. 222

Análise estatística 223

A análise estatística dos dados foi realizada utilizando o programa estatístico R (R 224

Studio), segundo o modelo: 225

Yijkl = b0 + b1Li + b2Cj + b3Li2 + b4Cj2 + b5LCij + FA + eijkl 226

Yijkl = variável medida na unidade experimental k, alimentada com dieta contendo o 227

nível i de luteína e o nível j de cantaxantina; 228

b0 = constante geral; 229

b1 = coeficiente de regressão linear em função do nível de luteína; 230

Li = nível de luteína para codornas em fase de postura; L1 = 5,4 ppm; L2 = 5,7 ppm; 231

L3 = 6,0 ppm e L4 = 6,3 ppm; 232

Cj = nível de cantaxantina para codornas em fase de postura: C1 = 0,4 ppm; C2 = 0,7 233

ppm; C3 = 1 ppm e C4 = 1,3 ppm; 234

b2 = coeficiente de regressão linear em função do nível de cantaxantina; 235

b3 = coeficiente de regressão quadrático em função do nível de luteína; 236

b4 = coeficiente de regressão quadrático em função do nível de cantaxantina; 237

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30

b5 = coeficiente de regressão linear em função da interação entre o nível de luteína e 238

nível de cantaxantina; 239

FA = falta de ajustamento do modelo de regressão; 240

eijkl = erro aleatório associado a cada observação. 241

Foram realizadas análises de regressão dos níveis de inclusão do extrato da flor de 242

marigold e cantaxantina e as estimativas dos níveis de inclusão desses aditivos na dieta 243

das poedeiras foram obtidas utilizando o modelo quadrático conforme descrito por 244

Sakomura e Rostagno (2016). Para comparação dos níveis com o tratamento controle 245

sem adição de pigmentates foi realizado o teste Tukey, com nível de significância de 246

5%. 247

248

249

250

251

252

253

254

255

256

257

258

259

260

261

262

263

264

265

266

267

268

269

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31

270

3.3 Resultados 271

Não foi observado efeito significativo (P > 0,05) de interação entre os 272

pigmentantes sobre as variáveis de desempenho das aves, mostrando que os níveis de 273

luteína (LUT) e cantaxantina (CTX) fornecidos, agiram de maneira independente sobre 274

essas variáveis (Tabela 2). Para consumo de ração (CR), houve efeito linear crescente 275

em função do nível de luteína na dieta. Para as demais variáveis de desempenho, não 276

foram observados efeitos significativos. 277

Tabela 2: Valores médios de desempenho de codornas de postura em função dos níveis 278 de luteína e cantaxantina em rações à base de sorgo 279

CR (g) CADZ CAMO PO (g) MO (g) TP (%)

LUT CTX

0,0 0,0 32.95 0.49 3.62 11.33 9.85 84.29

5,4

0,4 29.87 0.43 3.40 11.46 9.04 86.56

0,7 30.10 0.52 3.70 11.72 9.43 73.01

1,0 31.64 0.51 3.45 11.38 10.03 76.04

1,3 30.73 0.45 3.19 11.46 9.53 83.92

5,7

0,4 28.83 0.47 3.52 11.52 10.20 77.79

0,7 31.11 0.43 3.11 11.57 9.28 85.10

1,0 31.98 0.51 3.23 11.92 9.98 77.67

1,3 31.32 0.47 3.17 11.77 9.63 78.94

6,0

0,4 30.90 0.45 3.22 11.77 8.93 78.85

0,7 33.73 0.56 3.78 11.56 9.00 74.35

1,0 31.44 0.54 3.65 11.58 9.67 74.85

1,3 32.46 0.48 3.58 11.56 9.91 81.65

6,3

0,4 32.14 0.50 3.70 11.39 10.58 77.80

0,7 33.46 0.50 3.25 11.53 10.17 80.85

1,0 34.11 0.49 3.36 11.46 9.73 84.12

1,3 33.55 0.49 3.41 11.33 9.63 83.89

Valor de P

LUT <.0001(L) 0.112 0.352 0.286 0.547 0.348

CTX 0.478 0.596 0.848 0.112 0.946 0.275

LUT x CTX 0.531 0.847 0.725 0.143 0.914 0.254

Erro padrão 0.292 0.007 0.048 0.035 0.124 0.991

Equações de Regressão R2

CR

=29.91862+29.91862LUT 0.38

LUT: Luteína; CTX: Cantaxantina; CR: consumo de ração; CADZ: conversão alimentar por 280 dúzia de ovos; CAMO: conversão alimentar por massa de ovo; PO: peso do ovo; MO: massa de 281 ovo; TP: taxa de postura; EP: erro padrão; R

2: coeficiente de determinação; L: efeito linear (p > 282

5%). 283

Da mesma forma, os resultados para qualidade dos ovos nas condições 284

experimentais, não apresentaram diferença significativa (Tabela 3). Os parâmetros de 285

indicação de qualidade consideram dados de peso e dimensões de seus componentes e 286

isso não necessariamente tem correlação com os níveis de pigmentates na dieta. 287

288

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32

Tabela 3: Valores médios de qualidade de ovos de codornas japonesas, em função dos 289 níveis de luteína e cantaxantina em rações à base de sorgo 290

UH GE (g/ml) IG (mm) C (%) G (%) A (%) PCSA

LUT CTX

0,0 0,0 86.62 1.07 0.47 7.83 32.30 60.07 4.10

5,4

0,4 87.06 1.06 0.45 7.63 31.48 60.90 3.93

0,7 87.93 1.06 0.46 7.78 31.21 61.09 4.05

1,0 86.13 1.06 0.46 7.64 32.29 60.05 3.93

1,3 86.77 1.07 0.45 7.87 31.79 60.32 4.09

5,7

0,4 86.97 1.07 0.46 7.59 31.33 60.86 3.91

0,7 88.03 1.07 0.46 7.79 31.58 60.83 4.00

1,0 88.22 1.06 0.46 7.64 31.23 61.03 4.02

1,3 87.79 1.06 0.45 7.71 30.96 60.96 4.01

6,0

0,4 87.38 1.07 0.45 7.82 31.75 60.22 4.08

0,7 86.76 1.07 0.46 7.90 31.85 60.29 4.07

1,0 86.90 1.07 0.45 7.57 30.85 61.70 3.91

1,3 86.40 1.06 0.46 7.87 31.72 60.34 4.06

6,3

0,4 86.62 1.07 0.47 7.72 31.35 61.02 3.97

0,7 89.00 1.07 0.46 7.73 31.19 61.06 3.95

1,0 87.89 1.07 0.46 7.88 30.44 61.28 4.13

1,3 88.38 1.07 0.47 7.84 31.55 61.10 4.05

Valor de P

LUT 0.081 0.278 0.363 0.736 0.220 0.494 0.353

CTX 0.939 0.572 0.973 0.736 0.673 0.904 0.592

LUT x CTX 0.199 0.962 0.805 0.482 0.924 0.706 0.293

Efeito NS NS NS NS NS NS NS

Erro padrão 0.158 0.001 0.001 0.033 0.105 0.110 0.018

LUT: Luteína; CTX: Cantaxantina; UH: Unidade Haugh; GE: gravidade específica; IG: índice 291

de gema; C: porcentagem de casca; G: porcentagem de gema A: porcentagem de albúmen; 292

PCSA: peso de casca por superfície de área; P: efeito significativo a 5%. 293

Para valores de cor da gema, foram feitas avaliações dentro do período dos ciclos 294

experimentais, com leituras no leque de cores e no colorímetro digital Minolta, de 295

valores de L* a* e b*, como esperado, houve efeito significativo em função dos níveis 296

de pigmentantes na dieta. Sendo o efeito linear negativo para os níveis de cantaxantina 297

em L*, para interação cantaxantina:luteína em a* e cor no leque (LCR) e efeito linear 298

positivo para luteína em b* (Tabela 4). 299

Os valores médios de L* no colorímetro digital correspondem ao nível de 300

luminosidade encontrado na amostra. Em comparação ao grupo controle, sem adição de 301

pigmentantes, houve diferença em comparação aos níveis de 5,4 ppm(LUT)+1,3 302

ppm(CTX) e 6,0 ppm(LUT)+1,0ppm(CAT), sendo que os últimos apresentaram menor 303

luminosidade em comparação ao controle, isso porque os níveis maiores de 304

cantaxantina (pigmentante vermelho), proporciona uma cor de intensidade mais escura a 305

gema, levando assim a uma luminosidade menor e por isso seu efeito inversamente 306

proporcional ao nível de cantaxantina. 307

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33

Tabela 4: Valores médio de coloração da gema de ovos de codornas japonesas em 308 função dos níveis de luteína e cantaxantina em rações à base de sorgo 309

L* a* b* LCR

LUT CTX

0,0 0,0 50.17 a -3.22 g 13.03 b 3.00 e

5,4

0,4 46.27 ab -0.29 ef 18.52 a 5.50 de

0,7 46.87 ab 1.33 cd 18.71 a 6.33 cd

1,0 46.02 ab 2.40 abc 18.25 a 8.83 abc

1,3 45.14 b 2.95 a 17.57 a 8.50 abc

5,7

0,4 46.34 ab -0.55 f 18.43 a 6.50 bcd

0,7 46.78 ab 0.89 de 19.07 a 7.33 abcd

1,0 46.26 ab 2.34 abc 18.31 a 9.16 ab

1,3 45.60 ab 3.24 a 17.86 a 9.83 a

6,0

0,4 46.70 ab -0.52 f 20.70 a 6.33 cd

0,7 47.03 ab 0.62 def 19.82 a 7.66 abcd

1,0 44.35 b 2.51 abc 16.56 ab 9.33 a

1,3 45.27 ab 2.81 ab 16.99 ab 9.83 a

6,3

0,4 45.89 ab -0.46 f 17.25 ab 7.50 abcd

0,7 46.98 ab 0.84 de 17.04 ab 7.50 abcd

1,0 45.96 ab 1.59 bcd 20.34 a 8.83 abc

1,3 46.06 ab 2.89 a 18.46 a 10.00 a

Valor de P

LUT 0.235 0.001 0.008 (L) 0.015

CTX 0.023 (L) <0.001 0.079 0.013

LUT x CTX 0.281 <0.001 (L) 0.062 0.045 (L)

Erro padrão 0.251 0.243 0.291 0.215

Equações de Regressão R2

L* = 48.0579-0.3800LUT-0.7452CTX 0.41

a* = -2.6082+0.3577LUT+1.6428CTX-0.1629LUT:CTX 0.98

b* = 15.7521+1.0722LUT 0.76

LCR=3.26947+0.76972LUT+1.52663CTX-0.15460LUT:CTX 0.91

LUT: Luteína; CTX: Cantaxantina; LCR: cor leque; L*: luminosidade; a*: coordenada 310 vermelho/ver; b*:coordenada amarelo/azul; R2: coeficiente de determinação; L: efeito linear 311 (P>5%). 312

Para LCR (escala colorimetria Roche) e a* (intensidade de verde/vermelho), o 313

efeito linear em função da interação entre os pigmentantes mostra que a cor da gema é 314

resultado do efeito associado dos produtos, assim como os outros parâmetros de cor, o 315

grupo controle se diferiu dos demais. 316

A leitura de a* mostrou que o controle teve menor intensidade de cor vermelha, 317

bem como os tratamentos com menores níveis de cantaxantina, em comparação com os 318

demais. Enquanto que a leitura da escala colorimétrica (LCR) teve o menor valor para o 319

grupo controle, indicando que este tinha menor intensidade de cor, os tratamentos com 320

menores níveis de cantaxantina também apresentaram valores menores de intensidade 321

de cor, comparados com os demais tratamentos. 322

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34

Os valores de leitura de b*, correspondentes à intensidade de cor amarela, 323

mostrou que o grupo controle se diferiu dos demais com menor proporção de amarelo, 324

se comparado aos demais tratamentos, e seu efeito linear positivo em função do nível de 325

luteína na dieta mostra que a intensidade de cor amarela é proporcional ao aumento do 326

consumo de luteína. 327

Para parâmetros de cor analisados ao longo do tempo de consumo inicial pelas 328

aves, nos primeiros 15 dias de experimento, os resultados de leitura em colorímetro 329

digital mostraram que para luminosidade (L*) não houve efeito significativo (P > 0,05) 330

ao longo do tempo de consumo, enquanto que para leituras das cores vermelho (a*) e 331

amarelo (b*), houveram efeitos dos níveis de cataxantina e luteína, respectivamente. As 332

equações de regressão e valores de P estão apresentados na Tabela 5. 333

Tabela 5: Equações de regressão dos parâmetros de qualidade dos ovos 334

Parâmetro Equação de Regressão Valor de

P R

2 Erro

a* início a* = -1.784-0.107CTX-0.107T+0.504CTX:T <0.001 0.69 0.146

b* inicio b* = 19.128-0.889LUT-2.403T+0.555LUT:T 0.010 0.17 0.176

L* final L* = 53.241-1.336LUT-1.883CTX-1.650T-

0.164LUT:CTX:T 0.046 0.10 0.160

a* final a* = 4.328-

0.262LUT0.144CTX+1.260T+0,001LUT:CTX:T <0.001 0.80 0.139

b* final b* = 18.484+1.340LUT+1.372CTX-

2.110T+0.117LUT:CTX:T 0.028 0.69 0.289

LUT: luteína; CTX: cantaxantina; T: tempo de armazenamento; A: ambiente de armazenamento; L*: 335 luminosidade; a*: faixa de cor verde e vermelho; b*: faixa de cor azul e amarelo; Valor de P significativo 336 a 5% 337

338

339

340

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35

0 5 10 15 20

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Tempo (dias)

a*

0,4 ppm CTX

0,7 ppm CTX

1,0 ppm CTX

1,3 ppm CTX

Controle

341

Figura 1: Cor da gema em função dos níveis de cantaxantina ao longo do tempo de 342

consumo (intensidade de verde/vermelho) 343

A leitura de a* (Figura 1) corresponde às faixas de cor verde (menores que zero) e 344

vermelha (maiores que zero), portanto, a adição de cataxantina, pigmento vermelho, 345

resultou em aumento dos valores de a*, ou seja, maior intensidade de cor vermelha ao 346

longo do tempo de consumo das rações experimentais. O tratamento controle mostrou 347

uma queda após o décimo dia de consumo, tendo em vista que a falta de pigmento 348

vermelho na ração sem adição de pigmentantes resultou em menor intensidade de cor da 349

gema. 350

Para valores de b* (Figura 2), correspondente as faixas de cores azul (-) e amarelo 351

(+), os resultados mostraram que para o controle sem adição de pigmentantes. houve 352

uma queda após o décimo dia de consumo e até 15 dias de consumo o menor nível de 353

luteína apresentou os menores valores em comparação aos demais níveis. 354

0 5 10 15 20

8

10

12

14

16

18

Tempo (dias)

b*

5,4 ppm Lut

5,7 ppm Lut

6,0 ppm Lut

6,3 ppm Lut

Controle

355

Figura 2: Cor da gema (intensidade de azul/amarelo) em função dos níveis de luteína ao 356

longo do tempo de consumo 357

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36

Ao fim do período experimental, as leituras de cor foram feitas de acordo com a 358

diminuição de deposição dos pigmentantes na gema, devido a pausa do consumo das 359

rações experimentais. Para valores de luminosidade (L*), vermelho (a*) e amarelo (b*), 360

os resultados foram significativos (P > 0,05) para a interação dos níveis de luteína e 361

cantaxantina ao longo do tempo de consumo de rações a base de sorgo sem adição de 362

pigmentantes. 363

Para L* (Figura 3) a comparação das médias dentro dos níveis de adição de luteína 364

e cantaxantina, mostrou que o tratamento contendo 5,5 ppm de luteína e 1,3 ppm de 365

cantaxantina, apresentou valores que se diferiram com maior luminosidade para o 366

controle e ambos mostraram valores próximos após o décimo dia de consumo de ração 367

sem pigmentantes. 368

0 5 10 15 20

40

45

50

55

Tempo (dias)

L*5,4 LUT + 1,3 CTX

Controle

369

Figura 3: Cor da gema em função dos níveis de luteína e cantaxantina ao longo do tempo 370

de consumo de rações sem pigmentantes (luminosidade) 371

Ao fim do período de consumo das rações experimentais, os valores de a* e b* 372

apresentaram queda ao longo do tempo sem consumo de pigmentantes (Figuras 4 e 5), 373

se equiparando aos valores do controle ao décimo quinto dia de consumo, mostrando 374

que as intensidades de cores vermelho e amarelo foram afetadas pelo consumo de ração 375

sem adição de pigmentantes, apresentando uma queda mais visível após o quinto dia. 376

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37

0 5 10 15 20

-4

-2

0

2

4

Tempo (dias)

a*

5,4 LUT + 1,3 CTX

Controle

377

Figuras 4: Cor da gema (intensidade de verde/vermelho) em função dos níveis de luteína e 378

cantaxantina ao longo do tempo de consumo de rações sem pigmentantes 379

0 5 10 15 20

0

10

20

30

40

50

Tempo (dias)

b*

5,4 LUT + 0,4 CTX

Controle

380

Figura 5: Cor da gema (intensidade de azul/amarelo) em função dos níveis de luteína e 381

cantaxantina ao longo do tempo de consumo de rações sem pigmentantes 382

383

384

385

386

387

388

389

390

391

392

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38

3.4 Discussão 393

Moura et al, (2010), observaram que o uso de sorgo em substituição total ao milho 394

não acarretou em queda no desempenho de codornas de postura, mostrando assim que é 395

viável a substituição, sem que a produtividade seja afetada. Isso se mostra um fator 396

positivo ao produtor que tem mais uma opção de uso na dieta das aves, principalmente 397

quando o milho apresentar preços mais elevados, geralmente em épocas de entressafra. 398

Outro ponto relevante, é que apesar de alguns carotenoides serem precursores da 399

vitamina A, esse fator não foi relevante para o desempenho das aves, tendo em vista que 400

apesar da grande variedade de carotenoides naturais disponíveis, apenas 10% destes 401

podem ser convertidos em vitamina A nas aves (Surai, 2003). É importante ressaltar que 402

os níveis vitamínicos fornecidos na ração estavam acima do exigido pelas aves (NRC, 403

1994), e por isso os carotenoides presentes na ração foram metabolizados e direcionados 404

para síntese da gema (órgão-alvo) (Pérez-Vendrell et al., 2001). 405

Trabalhos anteriores também apresentaram resultados similares, utilizando 406

pigmentantes em dietas à base de sorgo, sem que os parâmetros de produção e qualidade 407

de ovo fossem afetados, exceto pela cor da gema (Silva et al., 2000; Santos-Bocanegra 408

et al., 2004; Curvelo et al., 2009; Moura et al., 2011). 409

Isso demonstra que o uso de pigmentates na dieta de aves que recebem rações 410

com substituintes ao milho, pode ser feito de maneira que os custos de produção possam 411

ser minimizados sem que a produção e qualidade dos ovos sejam afetadas. 412

O escore colorimétrico da gema em função dos carotenoides teve efeitos 413

semelhantes observados por Baião et al. (1999), em pesquisa com produtos comerciais 414

derivados de marigold e páprica, os autores constataram maior eficiência dos 415

pigmentantes sintéticos em relação às fontes naturais na pigmentação da gema e 416

relataram que os pigmentantes sintéticos com maior concentração de xantofilas são mais 417

estáveis. 418

No geral, os pigmentantes depositados na gema se comportam de forma que a 419

partir de uma base amarela, nesse caso a luteína, a associação da cor vermelha, dada 420

aqui pela cantaxantina, de maneira proporcional a deposição dos dois pigmentos, irá 421

conferir uma cor laranja a gema de maior ou menor intensidade. Portanto, o fato de a 422

gema apresentar-se mais pálida ou de cor mais intensa, está diretamente associado ao 423

consumo proporcional de pigmentos amarelos e vermelhos pela ave (Amaya, 2004). 424

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39

A eficiência de deposição também pode variar de acordo com o tipo de 425

carotenoide, Gonzales & Sartori (1999) avaliaram a deposição de carotenoides na gema 426

dos ovos e observaram maior deposição obtida com apo-ester (50%), seguido da 427

cantaxantina (45%), luteína (20%), zeaxantina (22%), capsantina (11%) e β-caroteno 428

(1%). 429

Do ponto de vista econômico, Moura et al. (2011), em estudo utilizando 430

pigmentantes naturais para codornas japonesas, relataram que a suplementação de 431

extrato de marigold em rações à base de sorgo é a mais viável do ponto de vista 432

econômico, pois, além de aumentar em apenas R$ 0,01 por quilograma de ração, 433

proporcionou um padrão de cor equivalente ao obtido em rações à base de milho. 434

Diante disto, os resultados de coloração de gema obtidos para os níveis de 5,4ppm 435

(LUT)+1,3ppm (CTX), mostram que, dentro dessas condições experimentais, esta é a 436

melhor forma de utilização dos produtos associados, tendo em vista que proporcionou 437

os melhores parâmetros de cor de gema, utilizando o menor nível de luteína. 438

Apesar de os ovos de codornas serem comercializados e consumidos na maioria 439

das vezes íntegros, isso não diminui o fato de uma gema despigmentada poder gerar 440

insatisfação ao consumidor, por isso, o uso de pigmentantes em rações à base de sorgo é 441

uma estratégia viável para manter a cor da gema sem que a aceitabilidade pelo 442

consumidor seja afetada. 443

O tempo de consumo inicial dos pigmentantes pode ser um fator de influência na 444

deposição desses compostos na gema, Garcia et al. (2012), observaram que adição de 445

pigmentantes na dieta de codornas promoveu maior escore colorimétrico dentro de um 446

período de 12 dias de consumo, isso mostra a importância em se considerar o tempo de 447

consumo dos pigmentantes na obtenção da coloração de gema desejada. Moura et al. 448

(2011), observaram que com 11 dias de consumo inicial de carotenoides a cor da gema 449

apresentou a cor plateau média de 8,75 no leque colorimétrico. 450

Da mesma forma, a permanência de deposição desses compostos na gema após 451

cessar o consumo dos pigmentantes na ração, mostra que em um período de até cinco 452

dias ainda pode haver influência dos carotenoides consumidos em dias anteriores sendo 453

ainda depositados e conferindo cor a gema. Podendo este ser um parâmetro considerado 454

pelo produtor no gerenciamento de fornecimento do produto, sabendo o tempo que este 455

poderá proporcionar a coloração a gema, sendo assim, o fornecimento pode ser cessado 456

contando com um período de até cinco dias de deposição de pigmentantes 457

remanescentes do consumo das aves 458

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40

3.5 Conclusão 459

O uso de luteína e cantaxantina na dieta não interferem no desempenho e 460

qualidade de ovos das codornas. A cor da gema está diretamente ligada ao consumo de 461

pigmentantes pelas codornas. Dentro dessas condições, a melhor utilização dos produtos 462

associados, é de 5,4 ppm de luteína com 1,3 ppm de cantaxantina, conferindo uma cor 463

de gema com classificação 8 na escala colorimétrica. No fornecimento do produto para 464

as aves, o produtor pode considerar um período de até cinco dias de deposição 465

remanescente dos pigmentantes na gema após o término do consumo. O sorgo pode ser 466

usado em rações para codornas japonesas de postura, desde que sejam usados aditivos 467

com objetivo de fornecer carotenoides que conferem cor à gema. 468

469

470

471

472

473

474

475

476

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478

479

480

481

482

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3.5 Referências 491

AMAYA E; BECQUET P; CARNÉ S; PERIS S; MIRALLES P. Carotenoids in Animal 492

Nutrition. Fefana, 2014. 493

BAIAO, N.C.; MENDEZ, J.; MATEOS, J. et al. Pigmenting efficacy of several 494

oxycarotenoids on egg yolk. Journal Applied of Poultry Research, v.8, n.4, p.472-495

479, 1999. 496

CURVELO, E.R; GERALDO, A; SILVA, L.M; ANTOS, T, A; FILHO, J.A.V; PINTO, 497

E.R.A; OLIVEIRA, M.L.R; FERREIRA, C.B. Níveis de inclusão de extrato de 498

urucum e açafrão em dietas para poedeiras semipesadas e seus efeitos sobre o 499

desempenho e coloração da gema dos ovos. In: II Semana de Ciência e 500

Tecnologia do IFMG campus Bambuí II Jornada Científica 19 a 23 de Outubro de 501

2009. 502

MOURA A. M. A; TAKATA, F. N; NASCIMENTO G. R; SILVA, A. F; MELO, T. V; 503

CECON, P. R. Pigmentantes naturais em rações à base de sorgo para codornas 504

japonesas em postura. R. Bras. Zootec., v.40, n.11, p.2443-2449, 2011. 505

MOURA, A.M.A.; FONSECA, J.B.; RABELLO, C.B.V. et al. Desempenho e qualidade 506

de ovos de codornas alimentadas com rações à base de sorgo. Revista Brasileira 507

de Zootecnia, v.39, p.2697-2702, 2010. 508

NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requirements of poultry. 9.ed. 509

Washington: National Academic Science, 1994. p.44-45. 510

PÉREZ-VENDRELL, A.M.; HERNANDEZ, J.M.; LLAURADO, L. et al. Influence of 511

source and ratio of xanthophyll pigments on broiler chicken pigmentation and 512

performance. Poultry Science, v.80, n.3, p.320-326, 2001. 513

SANTOS-BOCANEGRA, E.; OSPINA-OSORIO, X.; OVIEDORONDÓN, E.O. 514

Evaluation of xanthophylls extracted from Tagetes erectus (marigold flower) and 515

Capsicum Sp. (red pepper paprika) as a pigment for egg-yolks compare with 516

synthetic pigments. International Journal of Poultry Science, v.3, n.11, p.685-689, 517

2004. 518

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42

SILVA J. H. V; ALBINO L. F. T; GODÓI M. J. S. Efeito do Extrato de Urucum na 519

Pigmentação da Gema dos Ovos. Revista brasileira de zootecnia, v. 29 n.5, 520

1435-1439, 2000. 521

SURAI, P.F. Natural antioxidants in avian nutrition and reproduction. Nottingham: 522

Nottingham University Press, 2003. 614p. 523

524

525

526

527

528

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43

IV – Temperatura e período de armazenamento de ovos de codornas alimentadas 543

com dietas à base de sorgo contendo pigmentantes 544

RESUMO – Este estudo teve como objetivo avaliar diferentes níveis de inclusão dos 545

carotenoides luteína e cantaxantina em função do ambiente e período de 546

armazenamento. Foram utilizados cerca de 1020 ovos de codornas de postura 547

alimentadas com dietas à base de sorgo contendo diferentes níveis de pigmentantes. 548

Esses ovos foram divididos em grupos armazenados em temperatura ambiente e 549

refrigerados nos períodos de 15, 30 e 45 dias e, ao final, parâmetros de qualidade foram 550

avaliados. Os resultados mostraram que o nível de inclusão de 5,4 ppm de luteína e 1,3 551

ppm de cantaxantina resultaram em melhores valores dentro das diferentes temperaturas 552

e tempos de armazenamento para parâmetros de Unidade Haugh, índice de gema e pH 553

de albúmen e gema. Dessa forma, o melhor uso de luteína, considerando os parâmetros 554

avaliados foram de 5,4 ppm e de canataxantina de 1,3 ppm, sendo estes os níveis 555

menores de utilização dos produtos que resultaram em melhores valores de parâmetros 556

de qualidade. 557

Palavras chave: carotenoides, cantaxantina, cor, estocagem, gema, luteína, qualidade 558

de ovos 559

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44

IV - Temperature and storage period of quail eggs fed with sorghum-based diets 570

containing pigmentants 571

ABSTRACT - This study aimed to evaluate different levels of inclusion of carotenoids 572

lutein and canthaxanthin depending on the environment and storage period. About 1020 573

eggs from laying quails fed with sorghum - based feeds containing different levels of 574

pigment were used. These eggs were divided into groups stored at room temperature 575

and refrigerated at 15, 30 and 45 days, and at the end quality parameters were evaluated. 576

The color was evaluated in the first 15 and last 15 days of consumption of the 577

experimental rations by the birds to follow the deposition of the pigment compounds in 578

the yolk during those periods. The results showed that the inclusion level of 5.4 ppm of 579

lutein were different within the environments and storage time for parameters of Haugh 580

Unit, gem index and albumin and gem pH. For color parameters, it was found that 581

cantaxanthin levels initially influenced the red and lutein levels influenced the yellow 582

color readings, while in the final period the interaction of the levels of 5.4 ppm lutein 583

and 1.3 ppm of canthaxanthin gave better color parameters up to 10 days after the end 584

of pigment consumption. Thus, the best use of lutein, considering the parameters 585

evaluated was 5.4 ppm and canataxanthin 1.3 ppm. 586

Key words: carotenoids, canthaxanthin, color, storage, yolk, lutein, egg quality 587

588

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45

4.1 Introdução 598

O ovo é um dos alimentos mais completos para alimentação humana, apresenta 599

em sua composição proteína de excelente valor biológico, que reúne a maior parte dos 600

aminoácidos essenciais para nutrição humana, vitaminas, minerais e ácidos graxos. 601

(Terra, 1999). Além disso, é fonte de proteína de baixo custo, sendo um possível 602

substituto das demais proteínas de origem animal. No entanto, sua adequada 603

conservação até o momento de seu preparo, é fundamental para que todas essas 604

características nutricionais sejam mantidas. (Ramos et al., 2010). 605

Desde o momento da postura, à medida que se aumenta o tempo após a deposição 606

do ovo, o albúmen denso torna-se líquido devido a inúmeras reações químicas que 607

ocorrem em seu interior, que possivelmente envolvem ácido carbônico (H2CO3) e o 608

aumento do pH do albúmen. O ácido carbônico, um dos componentes do sistema 609

tampão do albúmen, dissocia-se formando água e gás carbônico (Moura et al., 2008). 610

Sob condições naturais, os gases produzidos se difundem através da casca e se 611

perdem no ambiente. Devido a essa liberação, o pH do albúmen aumenta, diminuindo 612

sua acidez e provocando a dissociação química do complexo proteico. Observa-se 613

também a perda do peso do ovo e o movimento de líquido do albúmen para a gema. 614

Desta maneira, a qualidade interna do ovo é intensamente afetada pelo tempo de 615

estocagem (Figueiredo, 2008). 616

Dentre as características indicativas de qualidade de ovos, está a cor da gema, que 617

geralmente é associada a frescor e viabilidade de consumo do produto, sendo um dos 618

critérios de escolha pelo consumidor. Em rações à base de sorgo, a cor da gema é uma 619

das características que geralmente se altera em comparação ao uso de outros grãos 620

convencionais como o milho, por exemplo, e para complementar seu uso é necessário, 621

portanto, a adição de fontes de carotenoides na ração com objetivo de manter a cor da 622

gema e que podem trazer outros benefícios às características de qualidade do ovo 623

(Moura, 2011). 624

Além de conferir cor aos tecidos, os carotenoides estão ligados a importantes 625

atividades biológicas, seus efeitos benéficos estão relacionados à atividade antioxidante, 626

proteção contra efeitos oxidativos em componentes celulares, ação anti-inflamatória e 627

prevenção de doenças crônicas, podendo ter, portanto, funções tanto para conservação 628

do produto quanto para promover benefícios à saúde do consumidor final (Volp et al., 629

2009). 630

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Dessa forma, o objetivo deste estudo é observar a influência da temperatura e 631

período de armazenamento de ovos de codornas de postura alimentadas com dietas à 632

base de sorgo contendo diferentes níveis de luteína e cantaxantina. 633

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47

4.2 Materiais e Métodos 656

Animais e instalações 657

O experimento foi realizado na no setor de Coturnicultura da Fazenda Experimental 658

de Iguatemi (FEI), pertencente a UEM, no período de maio a julho de 2018, para 659

determinação de parâmetros de desempenho e qualidade de ovos de codornas japonesas 660

(Coturnix coturnix japônica). 661

As aves foram alojadas em galpão de postura, tipo convencional, com cobertura de 662

telha de barro, piso e paredes laterais de alvenaria com 0,50 m de altura, completadas 663

com tela de arame até o telhado e cortinas laterais móveis, contendo gaiolas de arame 664

galvanizado, dispondo de bebedouros tipo nipple e de comedouro tipo calha, durante 665

todo o período experimental. 666

Utilizou-se um programa de luz de 17 horas por dia (iluminação natural + 667

artificial), sendo controlado com o auxílio de relógio automático (timmer). A 668

intensidade luminosa utilizada foi de 21 lumens/m². Água e ração foram fornecidas à 669

vontade durante todo período experimental. A temperatura (média: 17,5°C; mínima: 670

14,1ºC e máxima: 25,8ºC) e a umidade relativa do ar (média: 74,6%; mínima: 50,5% e 671

máxima: 82,2%) foram registradas sempre no período da manhã, por intermédio de 672

termohigrômetros de bulbo seco de máxima e mínima. 673

Delineamento experimental e dietas 674

A ração basal foi formulada com sorgo e farelo de soja, levando em consideração 675

os valores de composição química e energética dos alimentos proposto por Rostagno et 676

al. (2017). Para atender às exigências nutricionais das codornas, foi adotado as 677

recomendações preconizadas pelo NRC (1994) para as codornas de postura (Tabela 1). 678

Os produtos foram incorporados em combinações de níveis diferentes totalizando 17 679

tratamentos sendo um controle que consistiu na ração basal sem adição de 680

pigmentantes. 681

As aves inicialmente foram pesadas individualmente e distribuídas nos tratamentos 682

pelo peso médio da parcela, apresentavam peso médio de 158,1g e produção de ovos 683

médio de 79,7%. 684

685

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Tabela 1 - Composição da ração referência 688

Ingrediente Composição percentual da ração (%)

Sorgo (Baixo Tanino) 54,71

Farelo de Soja (45%) 29,95

Foscálcio 1,12

Calcário 7,62

Óleo de soja 4,88

Suplemento vit./min1 0,40

Sal comum 0,33

L-Lisina HCL 0,29

DL-Metionina 0,46

L-Treonina 0,11

L-Triptofano 0,02

BHT2 0,01

Inerte+Pigmentantes3 0,10

Total 100

Composição calculada (%)

Energia Metabolizável (Mcal/kg) 2,900

Proteína Bruta (%) 19,00

Cálcio (%) 2,99

Fósforo disponível (%) 0,31

Sódio (%) 0,15

Potássio (%) 0,19

Cloro (%) 0,24

Met + cist digestível (%) 0,94

Lisina digestível (%) 1,15

Treonina digestível (%) 0,70

Triptofano digestível (%) 0,24

1Suplemento vitamínico e mineral – Níveis de garantia por kg de ração: Vit. A – 18.000 UI; Vit. D3 – 689

5.000 UI; Vit. E – 16 mg; Vit. B1 – 1,112 mg; Vit. B2 – 8 mg; Vit. B6 – 2,100 mg; Vit. B12 – 20 mcg; 690

Vit. K3 – 4,028 mg; Pantotenato de Cálcio – 16 mg; Niacina – 40 mg; Colina – 560 mg; Antioxidante 691

(Butil Hidroxi Tolueno – BHT) – 20 mg; Zinco – 126 mg; Ferro – 98 mg; Manganês – 155 mg; Cobre – 692

30,624 mg; Cobalto – 0,4 mg; Iodo – 1,936 mg; Selênio – 0,508 mg; Veículo Q.S.P. (Caulin) – 4 g; 2BHT 693

(Butil Hidroxi Tolueno); 4EM: energia metabolizável; 3Areia lavada + níveis de pigmentantes 694

correspondentes a cada tratamento. 695

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49

Foram utilizadas 680 codornas de postura, com 64 semanas de idade, distribuídas 696

em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4 x 4, sendo quatro 697

níveis de luteína (LUT) (5,4; 5,7; 6,0 e 6,3 ppm) e quatro níveis de cantaxantina (CTX) 698

(0,4; 0,7; 1 e 1,3 ppm), e um grupo controle sem adição de pigmentantes, totalizando 17 699

tratamentos, com 5 repetições de 8 aves/unidade experimental, somando um total de 85 700

unidades experimentais. 701

A fonte natural de luteína utilizado foi o extrato de Flor de Marigold, com níveis 702

garantidos de 30% de luteína, sendo assim utilizado em quantidades proporcionais para 703

atingir a quantidade desejada para cada tratamento. Para cantaxantina, utilizou-se o 704

pigmentante sintético, ambos comercializados em pó. 705

Armazenamento dos ovos 706

Ao final do último ciclo, durante cinco dias, todos os ovos produzidos foram 707

colhidos e selecionados, com base na ausência de rachaduras, manchas ou sujeiras na 708

casca, 54 ovos de cada tratamento. Posteriormente, estes foram identificados, colocados 709

em bandeja de papelão, e acondicionados em diferentes ambientes de conservação 710

(temperatura ambiente 17°C; temperatura refrigerada 5°C) e submetidos a diferentes 711

períodos de armazenamento (15, 30 e 45 dias). 712

Em cada período e ambiente de conservação, foram selecionados seis ovos por 713

tratamento para avaliação da qualidade interna. As características avaliadas foram: peso 714

médio dos ovos (g), gravidade específica (g/ml), índice de gema, % de casca, % de 715

gema, % de albúmen, pH de albúmen e gema. 716

Entre as medidas de qualidade, a gravidade específica foi obtida através do método 717

de imersão de todos os ovos em diferentes concentrações de solução salina (densímetro 718

de Baumé variando 0,005 g mL desde 1,060 a 1,090 g mL) de acordo com a 719

metodologia descrita por Hamilton (1982). 720

Para as análises de qualidade interna, os ovos foram selecionados de acordo com o 721

peso médio da UE, identificados e pesados individualmente. Após a pesagem, foram 722

quebrados para a determinação da altura (mm) e do diâmetro (mm) da gema e do 723

albúmen utilizando paquímetro digital (Digimess, com precisão de 0,02 mm). 724

A determinação da altura da gema foi realizada no seu ponto mais alto e para a 725

altura do albúmen, a medida foi realizada na região mais próxima à gema. O diâmetro 726

foi obtido pela média de duas mensurações transversais tanto da gema quanto do 727

albúmen. Posteriormente, por meio destes dados foi possível determinar o índice de 728

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50

gema (IG), dado por: IG = (altura de gema (mm) / diâmetro de gema (mm)) x 100 e a 729

Unidade Haugh (UH), calculada de acordo com Card e Nesheim (1966), considerando a 730

altura do albúmen (A) e o peso do ovo (PO): UH = 100log (A + 7,57 – 1,7 x PO0,37). 731

A gema e o albúmen foram separados para a pesagem em balança de precisão, e o 732

peso da casca foi obtido subtraindo-se do peso do ovo, os pesos da gema e do albúmen. 733

Os dados de peso permitiram quantificar as porcentagens de gema, albúmen e casca em 734

relação ao peso do ovo, de acordo com a equação: % do componente = (peso do 735

componente (g) / peso do ovo (g)) x 100. O pH da gema e albúmen foram mensurados 736

com o uso de pHmetro digital. 737

Análise estatística 738

A análise estatística dos dados foi realizada utilizando o programa estatístico R (R 739

Studio), segundo o modelo: 740

Yijklm = b0 + b1Li + b2Cj + b3Tk + b4Al + b5Li2 + b6Cj2 + b7Tk2+ b8Al2 + 741

b9LCTAijkl + FA + eijklm 742

Yijklm = variável medida na unidade experimental m, alimentada com dieta 743

contendo o nível i de luteína e o nível j de cantaxantina dentro do tempo k e ambiente l 744

de armazenamento; 745

b0 = constante geral; 746

b1 = coeficiente de regressão linear em função do nível de luteína; 747

Li = nível de luteína para codornas em fase de postura; L1 = 5,4 ppm; L2 = 5,7 748

ppm; L3 = 6,0 ppm e L4 = 6,3 ppm; 749

Cj = nível de cantaxantina para codornas em fase de postura: C1 = 0,4 ppm; C2 = 750

0,7 ppm; C3 = 1 ppm e C4 = 1,3 ppm; 751

b2 = coeficiente de regressão linear em função do nível de cantaxantina; 752

b3 = coeficiente de regressão linear em função do tempo de armazenamento (1, 15, 753

30, 45); 754

b4 = coeficiente de regressão linear em função do ambiente de armazenamento 755

(temperatura ambiente ou refrigerado); 756

b5 = coeficiente de regressão quadrática em função do nível de luteína; 757

b6 = coeficiente de regressão quadrática em função do nível de cantaxantina; 758

b7 = coeficiente de regressão quadrática em função do tempo de armazenamento; 759

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b8 = coeficiente de regressão quadrática em função do ambiente de 760

armazenamento; 761

b9 = coeficiente de regressão linear em função da interação entre os níveis de 762

cataxantina e luteína, tempo e ambiente de armazenamento; 763

FA = falta de ajustamento do modelo de regressão; 764

eijklm = erro aleatório associado a cada observação. 765

A comparação entre as médias de qualidade foi realizada pelo teste de Tukey, ao 766

nível de 5% de significância. 767

768

769

770

771

772

773

774

775

776

777

778

779

780

781

782

783

784

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4.3 Resultados 785

Para os parâmetros de qualidade gravidade especifica (GE), porcentagens de 786

albúmen e casca não foram observadas diferenças, mostrando que dentro das condições 787

experimentais esses parâmetros não foram influenciados pelo tempo ou condição de 788

armazenamento. As equações de regressão e valores de P estão apresentados na Tabela 789

2. 790

Tabela 2: Equações de regressão dos parâmetros de qualidade dos ovos 791

Parâmetro Equação de Regressão Valor de

P R

2 Erro

Unidade Haugh UH = 88.080+3.131LUT-4.367T-0.394A+1.807LUT:T:A 0.009 0.56 0.308

Índice de Gema IG = 0.559-0.184T-0.046A+0.089T:A < 0.001 0.90 0.006

% Gema %G =23.557+0.715LUT+8.675T+3.851A+0.652LUT:T:A 0.047 0.55 0.325

pH de gema pHg = 5.711+0.394T+0.208A-0.168T:A 0.012 0.43 0.018

pH albúmen pHa = 9.104+3.790T+2.938A-4.910T:A 0.028 0.11 0.009

LUT: luteína; CTX: cantaxantina; T: tempo de armazenamento; A: ambiente de armazenamento; L*: 792 luminosidade; a*: faixa de cor verde e vermelho; b*: faixa de cor azul e amarelo; Valor de P significativo 793 a 0,05 794

Para os parâmetros de índice de gema (IG), e pH de gema e albúmen os efeitos (P > 795

0,05) foram observados em função do tempo e ambiente de armazenamento, onde para 796

índice de gema (Figura 1) os resultados para o grupo mantido sob refrigeração 797

mostraram-se constantes próximos de 0,4 enquanto que para o grupo mantido em 798

temperatura ambiente os resultados ficaram abaixo de 0,2 após quarenta dias de 799

armazenamento. 800

0 10 20 30 40 50

0.0

0.2

0.4

0.6

Tempo (dias)

Ind

íce d

e G

em

a

Ambiente

Refrigerado

801

Figura 1: Índice de gema sob diferentes tempos e condições de armazenamento 802

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0 10 20 30 40 50

5.8

6.0

6.2

6.4

6.6

6.8

7.0

Tempo (dias)

pH

Gem

a

Ambiente

Refrigerado

0 10 20 30 40 50

8.9

9.0

9.1

9.2

9.3

9.4

Tempo (dias)

pH

Alb

úm

en

Refrigerado

Ambiente

803

Figuras 2: pH de gema (A); pH de albúmen (B) sob diferentes tempos e condições de 804

armazenamento 805

Para valores de pH (Figura 2), para gema (A) até trinta dias de armazenamento em 806

temperatura ambiente, os valores se mantiveram próximos de 6,3 enquanto que sob 807

refrigeração os valores ficaram próximos de 6,1 dentro do mesmo período de 808

armazenamento. Para albúmen (A), o pH apresentou uma queda após o décimo quinto 809

dia de armazenamento de 9,3 para 8,9 em temperatura ambiente e sob refrigeração 810

dentro do mesmo período os valores apresentaram uma queda menos acentuada de 9,2 811

para 9,0 aos trinta dias. 812

Houve efeito significativo para parâmetros de Unidade Haugh (Figura 3), entre os 813

níveis de luteína dentro dos diferentes tempos e ambientes de armazenamento dos ovos, 814

sendo que para condições de armazenamento em temperatura ambiente o tratamento 815

contendo 5,4 ppm de luteína apresentou médias superiores aos demais níveis nas 816

mesmas condições de armazenamento, e de maneira geral, os ovos mantidos sob 817

refrigeração obtiveram valores de Unidade Haugh superiores aos ovos mantidos em 818

temperatura ambiente. 819

0 10 20 30 40 50

70

75

80

85

90

95

Tempo (dias)

Un

idad

e H

au

gh

5,4 ppm Lut Amb

5,7 ppm Lut Amb

6,0 ppm Lut Amb

6,3 ppm Lut Amb

Controle Amb

5,4 ppm Lut Ref

5,7 ppm Lut Ref

6,0 ppm Lut Ref

6,3 ppm Lut Ref

Controle Ref

820

Figura 3: Unidade Haugh dos ovos em função dos diferentes níveis de luteína (Lut), tempo 821

e condição de armazenamento (Ambiente ou Refrigerado) 822

(A) (B)

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Resultados significativos para os níveis de luteína em função do ambiente e tempo 823

de armazenamento também foram observados para porcentagem de gema (Figura 4). 824

Sendo que para o tratamento de 5,4 ppm de luteína, mantidos sob refrigeração até 45 825

dias de armazenamento, apresentou menores valores de porcentagem de gema em 826

relação aos demais tratamentos sob as mesmas condições. Maiores valores de 827

porcentagem de gema indicam maiores pesos de gema, ou seja, maior concentração de 828

água advinda do albúmen. 829

0 10 20 30 40 50

30

35

40

45

50

55

Tempo (dias)

% G

em

a

5,4 ppm Lut Amb

5,7 ppm Lut Amb

6,0 ppm Lut Amb

6,3 ppm Lut Amb

Controle Amb

5,4 ppm Lut Ref

5,7 ppm Lut Ref

6,0 ppm Lut Ref

6,3 ppm Lut Ref

Controle Ref

830

Figura 4: Porcentagem de gema dos ovos em função dos diferentes níveis de luteína (Lut), 831

tempo e condição de armazenamento (Ambiente ou Refrigerado) 832

833

834

835

836

837

838

839

840

841

842

843

844

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55

4.4 Discussão 845

Normalmente ocorre a perda gasosa e de água pelo ovo em função do período de 846

estocagem, no entanto, essas perdas podem ser minimizadas sob condições adequadas 847

de armazenamento. Isto foi observado no presente trabalho, a qual a estocagem de ovos 848

sob refrigeração melhorou os parâmetros de qualidade longo do período de 849

armazenamento. Resultados semelhantes foram observados por Barbosa et al., (2008); 850

Santos et al., (2009) e Rosa et al., (2018) que testaram o efeito da temperatura e período 851

de armazenamento de ovos sob parâmetros de qualidade. Os autores observaram que 852

para ovos mantidos sob refrigeração, os valores indicativos de qualidade foram 853

superiores aos ovos mantidos em temperatura ambiente. 854

A liquefação do albúmen é um sinal de perda de qualidade. Quando um ovo fresco 855

é quebrado em uma superfície lisa, a gema permanece em uma posição central cercada 856

por albúmen espesso. Quando um ovo velho é quebrado fora, a gema é achatada e 857

muitas vezes deslocada para um lado e o albúmen torna-se mais fino, resultando numa 858

maior área de albúmen líquido (Karui et al., 2006). 859

O deslocamento de água do albúmen para a gema, juntamente com a perda de água 860

do albúmen para o meio ambiente, resulta em menor peso do ovo e a porcentagem da 861

gema dos ovos armazenados em temperatura ambiente apresenta maior valor do que os 862

armazenados sob refrigeração. A água resultante das reações químicas do albúmen, que 863

ocorrem mais rapidamente quando os ovos são estocados à temperatura ambiente, passa 864

para a gema, aumentando seu peso (Figueiredo et al., 2011). 865

O pH da albumina de um ovo recém-colocados é entre 7,6 e 8,5. Durante o 866

armazenamento, o pH de albúmen pode aumentar a uma taxa dependente da 867

temperatura para um valor de aproximadamente 9,7. O aumento do pH do albúmen é 868

causado pela perda de dióxido de carbono através dos poros da casca. Dessa forma, o 869

pH do albúmen depende do equilíbrio entre o dióxido de carbono dissolvido, íons 870

bicarbonatos, íons carbonato e proteínas (Karui et al., 2006). 871

Com relação ao efeito do período de armazenamento e temperatura nas 872

propriedades físico-químicas dos ovos, Lee et al. (2016), observaram um aumento 873

significativo no pH do albúmen com o aumento do tempo de armazenamento e 874

temperatura. O pH do albúmen não foi afetado pelo tempo de armazenamento em 2 ℃. 875

O valor de pH da gema aumentou significativamente com o aumento do período de 876

armazenamento. Outros estudos também relataram que o pH da gema foi 877

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significativamente afetado por período e temperatura de armazenamento (Samli et al., 878

2005; Akyurel e Okur, 2009; Jin et al., 2011). 879

Com o aumento do período de armazenamento e temperatura, a deterioração da 880

qualidade dos ovos pode ser principalmente atribuída à perda de água por evaporação 881

através dos poros na casca e a fuga de dióxido de carbono do albúmen (Robinson, 1987; 882

Samli et al., 2005). 883

A temperatura de armazenamento dos ovos e o período de armazenamento são os 884

fatores importantes a serem considerados para qualidade dos ovos de codornas. No 885

entanto, mesmo em condições de temperatura de armazenamento menos favoráveis à 886

conservação, a deposição de luteína nos ovos no nível de 5,4 ppm ajudou na 887

manutenção de características indicativas de qualidade como Unidade Haugh e % de 888

gema, podendo-se atribuir ao fato de ter propriedades antioxidantes que auxiliem na 889

conservação retardando processos de degradação da proteína do albúmen possibilitando 890

que a qualidade seja mantida por mais tempo. 891

892

893

894

895

896

897

898

899

900

901

902

903

904

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Conclusão 905

O tempo de consumo de pigmentantes na ração por codornas de postura está 906

diretamente ligado a deposição desses compostos na gema, sendo, portanto, um 907

parâmetro de avaliação do melhor momento de iniciar o fornecimento bem como cessá-908

lo de acordo com o interesse do produtor em obter a cor de gema desejada tendo em 909

vista que em até dez dias após cessar o consumo ainda pode haver deposição de 910

carotenoides remanescentes na gema. 911

Para os demais parâmetros de qualidade a luteína a 5,4 ppm pode ser o melhor nível 912

de inclusão tendo em vista que proporcionou os melhores valores de qualidade, além de 913

ser o menor nível fornecido, o que pode representar uma melhor eficiência no uso do 914

produto bem como melhor retorno econômico. 915

916

917

918

919

920

921

922

923

924

925

926

927

928

929

930

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984

IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS 985

Este estudo demonstrou que o uso de pigmentantes em rações à base 986

de sorgo para codornas de postura é uma estratégia de grande importância, 987

se tratando da manutenção das características de cor da gema, para que a 988

comercialização do ovo e sua aceitabilidade pelo consumidor não sejam 989

afetadas. Os níveis de inclusão de 5,4 e 1,3 ppm de luteína e cantaxantina, 990

respectivamente, foram observados como os mais viáveis para obtenção da 991

melhor cor de gema com maior eficiência no uso dos produtos. 992

Os resultados encontrados foram obtidos a partir de variáveis de 993

desempenho e qualidade interna dos ovos. Avaliações mais precisas da 994

deposição dos carotenoides no ovo podem ser relevantes para complemento 995

de pesquisas relacionadas a esse assunto para obtenção de respostas que 996

possam explicar melhor o metabolismo e utilização desses compostos em 997

dietas para codornas de postura. 998

999