PIC Uva Gran Finale
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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDAPROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
PIC-UVA
Tema: Elaboração de Diagnóstico e Proposta de Remediação do antigo vazadouro delixo do Município de Iguaba Grande.
Alunos: Camila ......; Thalles .....
Coordenação: Prof. Msc. Eduardo PimentaCo-orientador: Prof. Espc. Luiz Teixeira
Cabo Frio, 24 de novembro de 2009
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JUSTIFICATIVA
Via de regra, os resíduos sólidos urbanos municipais, principalmente de cidades de
pequeno e médio porte, são depositados diretamente no solo descoberto, em vazadouros de lixo
denominados lixão, contaminando lençóis freáticos, cursos d’água, inutilizando o solo e colocando
em risco a saúde das pessoas que se utilizam destes recursos naturais impactados ou mesmo
servindo estes locais como foco de vetores de várias doenças, acarretando sérios problemas de
saúde pública, além de contribuir para a degradação de áreas adjacentes.
Com o Direito Ambiental cada vez mais consolidado e sociedades atuantes e
organizadas, os passivos ambientais vão sendo desvelados e o poder público vem sendo instado a
responder esta demanda, seja através de pressão popular ou mesmo através de Termos de
Ajustamento de Condutas (TAC).
O diagnóstico e a remediação de antigos vazadouros de lixo a céu aberto vem atender à
demandas legais e ambientais, onde os Municípios são instados a implementar ações que visem
apresentar soluções para a recuperação destas áreas, respondendo à demanda oriunda deste os
passivos ambientais.
O Município de Iguaba Grande não foge à regra, e depositava seus resíduos sólidos
urbanos em um vazadouro de lixo a céu aberto localizado no Bairro Vila Nova, em área particular e
arrendada pela Prefeitura para este fim. A utilização da área como local de deposição de resíduo
ocorreu por cerca de seis anos, tendo sido o local fechado em dezembro de 2008. Desde então os
resíduos são vazados no aterro sanitário Dois Arcos, em São Pedro da Aldeia.
Pretendemos realizar diagnóstico da área, bem como publicar os resultados apurados e
apresentar propostas de remediação para a área, propondo ações, por parte do Município, que visem
habilitá-lo a obter a Licença para Remediação de Área Degradada. Cabe salientar que a
Universidade possui curso de Tecnólogo em Gestão Ambiental, no campus Cabo Frio, e seria uma
ótima ferramenta pedagógica a utilização do trabalho na formação acadêmica de nosso alunado.
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OBJETIVOS
Objetivo Geral:
Elaborar Diagnóstico da área, divulgar os resultados obtidos e propor medidas mitigadoras
para a área situada no Bairro Vila Nova, em Iguaba Grande, Estado do Rio de Janeiro.
Objetivos específicos:
Contribuir para a melhoria da qualidade ambiental de nossa região. Auxiliar na recuperação de área degradada na Região dos Lagos, propondo utilização social
e segura do local.
Elaborar proposta de Monitoramento Ambiental para a área degradada.
Proporcionar experiência de campo na formação acadêmica de nosso corpo discente.
Auxiliar na elaboração de políticas públicas para a gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos
(RSU).
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RESUMO
O presente trabalho, uma parceria envolvendo a Prefeitura Municipal de Iguaba
Grande, Universidade Veiga de Almeida (UVA- campus Cabo Frio) e PROLAGOS, visadiagnosticar e apresentar proposta para a remediação da área do antigo vazadouro de lixo a céu
aberto do município de Iguaba Grande, Região dos Lagos, Estado do Rio de Janeiro. O local
recebeu durante aproximadamente 10 anos cerca de 50.000 toneladas de resíduos dispostos de
maneira inadequada. Entre os maiores problemas estão a geração de chorume, produção de biogás,
presença de resíduos hospitalares queimados incompletamente e resíduos sólidos em processo de
decomposição por todo o local. Como mitigação para essas questões foram propostas a arborização
do local para direcionamento do metano, proposta de fitorremediação por metais pesados edrenagem do gás através de manilhas com orifícios para sua vazão, drenagem de águas pluviais para
evitar a lixiviação do percolado, captação e envio para tratamento do chorume, e, para facilitar
todos os processos sugeriu-se a movimentação, nivelamento e compactação dos resíduos em um
único local. Constatou-se ainda a necessidade de uma atuação junto à comunidade do entorno,
desenvolvendo ações de Educação Ambiental e esclarecimentos a respeito do processo de
requalificação da área, buscando soluções de reaproveitamento do local compartilhadas com a
comunidade.
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REFERENCIAL TEÓRICO
O relacionamento do homem com o meio ambiente tem sido norteado por visão
absolutamente utilitarista (Boff, 1999). Aliado a isto, experimentamos um boom demográfico desdea Revolução Industrial (Dorst), aumentando a pressão sobre o meio ambiente..
Além dos avanços tecnológicos e do paradigma de crescimento que sustenta as nações
mais desenvolvidas, o consumo tem crescido bastante e cada vez mais os objetos são produzidos
para que se tornem obsoletos em pouco tempo, produzindo cada vez mais resíduos a serem
descartados, e nem sempre de forma correta (Vieira de Souza; Boeira; Matos Silva e Junkes, 2008).
O crescimento na geração de resíduos nas áreas urbanas tem suscitado discussões junto à
sociedade no tocante à destinação adequada destes resíduos (Damajorovic). O Poder constituído,responsável legal pela gestão dos resíduos sólidos urbanos, tem se mostrado ineficaz no
enfrentamento dos sérios problemas ambientais que o descarte incorreto destes resíduos provoca
(Jacobi (org.), 2006).
Neste contexto, os municípios de pequeno porte são os mais afetados pois a escassez de
recursos aliada à crescente demanda por soluções para estes problemas sem respostas satisfatórias
por parte dos Municípios desnudam situação caótica na correta gestão de seus resíduos, onerando o
Erário Público. (Demajorovic).
Neste contexto, a remediação das áreas outrora receptáculo da deposição incorreta dos
resíduos tem se mostrado premente, buscando-se a restituição destas áreas às comunidades para um
uso mais social e seguro (Barros Junior)
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METODOLOGIA
Foram realizadas visitas técnicas ao local de deposição dos resíduos e à Prefeitura
Municipal de Iguaba Grande para levantamento do histórico da localidade, situação fundiária dovazadouro e quantitativo estimado de resíduos depositados no local. Estas informações foram
obtidas através de dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura
Municipal de Iguaba Grande.
O georeferenciamento do local foi realizado com auxílio da ferramenta disponível no
programa Google Earth. A identificação de corpos hídricos contou com foto montagem elaborada
pela Secretaria de Meio Ambiente e verificação no local. A contaminação do lençol freático foi
realizada de maneira indireta, através da análise do chorume recolhido no local. Constatamos,através de levantamento in loco, a proximidade do lixão com áreas de pastagem e agricultáveis. A
revisão de bibliografia serviu de fundamentação para o levantamento das características da área
objeto de estudo.
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INTRODUÇÃO
A sociedade moderna mantém-se ao longo de décadas, ancoradas em bases
insustentáveis de desenvolvimento, gerando um sistema ambiental e economicamente inviável a
longo prazo (LEFF, 2000).A problemática deste, se encontra em um modelo de crescimento populacional e urbano
concentrado, atrelado ao contínuo avanço tecnológico e científico que traz em seu bojo a idéia de
infinitude dos recursos naturais, nos levando a crer que podem ser explorados ilimitadamente
(GADOTTI, 2000).
Os avanços das ciências e da Tecnologia ofertaram uma grande quantidade de produtos
considerados “indispensáveis” pelo mer cado. A rápida obsolescência destes leva a um aumento na
produção de resíduos., que são depositados, em via de regra, em locais inadequados. (CEMPRE)No Brasil, estima-se que cada brasileiro produza 1,3 quilograma de lixo por dia, o que
representa a geração diária de aproximadamente 230 mil toneladas de resíduos. (Laboratório de
Resíduos Sólidos, Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, e Universidade Federal do
Paraná).
Além da contínua elevação nos índices de produção de resíduos, é acentuada a sua
complexidade, a medida que há uma maior possibilidade de utilização de produtos fabricados com
material tóxico. Com isso aumenta a demanda por locais devidamente apropriados à deposição final
destes resíduos, como os aterros sanitários, que possuem impermeabilização do solo, recolhimento e
tratamento de chorume e biogás, em substituição à utilização de lixões.
No aspecto sanitário, os lixões não possuem características higiênicas adequadas,
contribuindo para proliferação de vetores potenciais, como ratos, moscas e vários artrópodes. A
presença de resíduos hospitalares indevidamente confinados, como objetos perfurocortantes e
ampolas de remédios, potencializam a possibilidade de contaminação e acidentes.
Hoje em dia dispomos de tecnologia e informações que nos possibilitam a criação de
mecanismos de tratamento e recuperação de áreas degradadas. Dessa forma, os municípios que
possuem passivo ambiental por conta da deposição indevida de resíduos têm se movimentado para
dar conta da demanda ambiental e da recuperação de suas áreas impactadas.
O município de Iguaba Grande, situado na região dos lagos, no estado do Rio de
Janeiro, tem população de 22.947 mil habitantes (IBGE, 2007) e produz em torno de 20 toneladas
de lixo/dia. Durante aproximadamente 10 anos estes resíduos tiveram como destino final um
vazadouro de lixo a céu aberto (lixão), localizado no bairro do Arrastão, na zona rural do município,
a 2 Km do bairro Igarapiapunha e a 3 Km do bairro Vila Nova, com latitude de 22°47'12.51"S e
longitude de 42°13'2.69"O. A média diária de resíduos oscilava entre 12 a 17 toneladas dia, o que
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gerou, em todos esses anos, uma média aproximada de 50.000 toneladas de lixo concentrado no
local.
Os resíduos eram depositados de maneira aleatória, concentrados nos fundos e nos lados
do terreno, formando “montes” de lixo, sendo alguns cobertos por terra, mas a grande maioria dos
resíduos não recebia nenhuma cobertura. O chorume escorre pelo terreno e concentra-se emdepressão nele, vazando constantemente para a estrada. Existem dois cursos d’água que cortam o
terreno, agravando a situação em dias de chuva.
Todo esse processo reflete, direta e indiretamente, na sociedade, elevando os gastos com
tratamentos mais complexos para potabilizar a água e maiores custos no tratamento de doenças
evitáveis, onerando o sistema de saúde pública. Aspectos esses, agravados pela falta de
sensibilização cidadã, pouca informação e formação oferecida à população, além da falta de
saneamento básico.Atualmente, grande parte do lixo do município é depositado no aterro sanitário da
cidade de São Pedro da Aldeia- RJ, porém, alguns moradores de bairros residenciais mais próximos,
ainda utilizam o lixão como forma irregular de depósito para alguns materiais jogados na entrada do
terreno.
O objetivo deste estudo é realizar diagnóstico ambiental da área acima, bem como apontar
propostas de remediação para o local, buscando minimizar os impactos provocados pela situação
atual dos resíduos ali depositados.
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CARACTERÍSTICAS DO LOCAL.
O estudo foi realizado no vazadouro de resíduos a céu aberto localizado no bairro do
Arrastão, divisa com o município de Araruama. Possui 48.000 m² de área e localização geográfica
22º47'11.66”5; 42º13'5.86”0. Conforme mostra a figura 1, parte do terreno utiliz ado comovazadouro de resíduo a céu aberto está localizado no município de Iguaba Grande e outra parte
localiza-se no município de Araruama.
Iguaba Grande possui 32 Km² de extensão territorial, 53,601 km² de área total e altitude
de 14 m. Seu limite se encontra entre os municípios de São Pedro da Aldeia e Araruama.
Figura 1- Localização do lixão (70% de seu território no município de Araruama). (fonte Google Earth)
I uaba Grande
Araruama
São Pedro da Aldeia
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1 - Índices pluviométricos
O mapa da figura 2 apresenta a distribuição pluviométrica na bacia hidrográfica da
região dos Lagos. Iguaba Grande está localizada as margens da laguna de Araruama, em área de
transição na distribuição do quantitativo pluviométrico, com média anual entre 1000 mm a 1500mm de chuvas. No decorrer do ano, a distribuição de chuvas mostra que a maior parte da
precipitação ocorre no período que vai de outubro a março. Pelas classificações climáticas
disponíveis (Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro, 1999), parte das regiões norte e
noroeste é classificada como semi-úmida e parte, como seca. Entretanto há indícios de que esteja se
verificando aí um processo visível de diminuição do total pluviométrico nos últimos 40 anos, com
implicações negativas nas atividades dependentes dos recursos hídricos dessas regiões (MARQUES
et al., 2001).
Figura 2 – Distribuição pluviométrica na região dos lagos. (fonte: CILSJ)
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2 - Clima
Na região dos Lagos os verões são moderadamente quentes, amenizados pelos
ventos do mar, e os invernos são amenos. O clima da região é semi-árido menos seco. A
temperatura média anual fica na casa dos 21ºC - com máxima média anual de 28ºC e mínima de18ºC.
Durante o verão predomina a massa de ar Continental Equatorial, enquanto no
resto do ano prevalece a massa de ar Tropical Atlântica. Frentes frias (Frentes Polares Atlânticas)
frequentemente passa pela região, em especial durante a primavera.
No local há presença da massa de ar subtropical do Atlântico, sistema de tempo bastante
persistente nesta parte do litoral Brasileiro, que mantém o tempo firme e ensolarado na maior parte
do tempo. As alterações nas condições do tempo são determinadas basicamente pelas passagens defrentes frias provocando chuva e, durante o inverno, queda de temperatura.
3 - Região Hidrográfica do Rio Una
Por estar localizado em área de divisão das bacias da laguna de Araruama e a bacia do
rio Una, onde parte das águas é drenada para a bacia da laguna de Araruama e parte é drenada para
a bacia do rio Una, a área de vazadouro de resíduos de Iguaba Grande contribui hidricamente para o
leito do rio Papicu um dos que drenam suas as águas para a bacia do rio Uma (fig. 3).
O rio Una tem como formador o rio Godinho, que nasce em Araruama com o nome de
córrego do poço, próximo a via lagos. A nascente é no morro de Igarapiapunha, com pouco mais de
130m de altitude. O trecho inicial, na zona de colinas, o rio Una recebe pela margem direita os rios
Conceição e o Carijó, que no seu trajeto passa pela vila de São Vicente. Pouco depois da
confluência com o Carijó, o Una ingressa na baixada e segue por 23km até atingir a foz. Seu curso
ao longo da baixada é uma sucessão de quatro retas até a estrada RJ 106. Neste ponto, ao norte de
Tamoios, e daí em diante o canal faz um trajeto em formato de meia lua até desaguar na praia de
Unamar dentro da propriedade da Marinha, a 5km ao norte da ponta do Pai Vitório (fig. 4).
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Figura 3: Microbacias da Região dos Lagos. (fonte: CILSJ).
Figura 4: Bacia do Rio Una. (fonte: CILSJ)
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DIAGNÓSTICO DA ÁREA.
ANÁLISE PRELIMINAR DO LOCAL.
Aparentemente, através de um olhar descuidado, a impressão que passa é de um terreno
comum, com pouco lixo depositado logo na entrada, pois o crescimento da vegetação impede a
visualização do passivo ambiental do local (fig. 5).
Os resíduos encontram-se coberto por terra em alguns locais e em outros pontos está
exposto, encoberto pela vegetação. No centro do terreno há acúmulo de chorume (fig. 6), que
escorre e se concentra na entrada do terreno, na margem esquerda (fig. 7).Com o transbordo dos locais onde o chorume é acumulado este escorre para um pasto
localizado do outro lado da estradinha de barro localizada em frente ao terreno, alcançando o leito
do rio Papicu que corta o local. Note-se que o rio Papicu drena suas águas para a bacia do rio Una,
que deságua em Unamar, à esquerda da Ponta do Pai Vitório.
Acumulados desordenadamente, os amontoados de resíduos formaram uma espécie de
vale, por onde escorre o chorume. A concentração maior de resíduos localiza-se nos fundos do
terreno e está parcialmente coberto por terra.
Identificamos várias pegadas de bovinos ou equinos, o que aponta para a possibilidade
do local estar sendo utilizado para pasto de animais, colocando em risco os animais e as pessoas que
possivelmente se alimentarão de seus derivados.
Atualmente o local está desativado, não havendo mais deposição maciça de resíduos,
salvo algum pouco resíduos depositados por passante, logo na entrada. Não há vigilância no local
nem placa indicativa. O cercamento é deficiente, possibilitando acesso fácil ao local.
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Figura 5: Imagem do local em 2010.
Figura 6: Local de acúmulo e escorrimento do churome. Imagem de 2008 (fonte: PMIG)
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Figura 7: Local da “lagoa” do chorume. Imagem de 2008. (fonte PMIG)
Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos (IQR).
Este índice foi criado pela CETESB no ano de 1997 (CEMPRE/IPT), e tem sido
utilizado, desde então, para calcular a qualidade dos aterros sanitários no estado de São Paulo.
Utilizando a fórmula abaixo é possível valorar o aterro em inadequada quando o resultado é maior
ou igual a zero e menor ou igual a 6, controlado quando o resultado é maior que 6 e menor ou igual
a 8 e adequado quando o resultado é maior que 8 ou menor ou igual a 10.
IQR = ( SUB 1 + SUB 2 + SUB 3 ) / 13
No caso do lixão de Iguaba Grande o IQR apurado foi 3,07 (TABELA 1), apontando
para a inadequabilidade do local para deposição de resíduos sólidos. São levados em conta as
características do local, infra-estrutura implantada e condições operacionais.
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Tabela 1: Avaliação do lixão do município de Iguaba Grande
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Deposição dos resíduos hospitalares.
No local pudemos observar a deposição inadequada de resíduos hospitalares,
que podem apresentam alta periculosidade. Esse material era queimado em manilhas
enterradas no solo e não recebiam nenhum tipo de cobertura. Pode-se ver no local a
exposição de várias ampolas de remédio, seringas e outros materiais que não foram
consumidos pelo fogo. O local ainda apresenta o agravante de estar encoberto pela
vegetação e sem sinalização, tornando difícil a visualização do local, expondo a riscos
de acidentes a algum desavisado (fig. 8 e 9).
Figura 8: Local de deposição e queima dos resíduos hospitalares.
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Figura 9: Presença de ampolas, frascos de remédio e seringas.
Presença de cursos d'água.
No local existem vários cursos d’água (figura 10). Torna-se fator de preocupação
pois dois destes cursos d’água passam pelo terreno, precisamente por onde se acumula o
chorume, potencializando o risco de contaminação ao rio Papicu que recebe a
contribuição destes cursos d’água. Este rio drena suas águas para a bacia do rio Una,
podendo acarretar problemas de saúde pública, a curto ou longo prazo, inclusive nos
municípios que se utilizam destas águas, podendo ocorrer a contaminação de hortaliças
e frutas que venham a ser irrigada por águas deste rio e problemas com a dessedentação
de animais.É aconselhável que, preventivamente, as águas a jusante do local de contaminação
sejam monitoradas como forma de diagnosticar possíveis contaminações e implementar
ações corretivas de forma ágil, inclusive com comunicação do fato às autoridades dos
municípios afetados.
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Figura 10- Cursos d'água próximos ao lixão
Presença de pastos e residências
Em frente ao terreno onde está instalado o lixão, há uma área de pastagem e
o percolado escorre atravessando a estrada de terra e alcançando a área de pasto (fig.
11), expondo os animais a contato com o percolado, colocando em risco a saúde dos
mesmos e das pessoas que cuidam ou consomem seus derivados. Existem algumas
moradias próximas ao local.
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Figura 11: Chorume que escore para pasto localizado em frente à propriedade.
Distribuição irregular dos resíduos.
Os resíduos depositados no lixão se encontram dispostos de forma
desorganizada, espalhados por todo o terreno. Não há registros, controle ou células de
separação por tipo de resíduos ali depositados. Excetuando-se os resíduos hospitalares
que eram queimados em local separado, mas sem controle sobre o tipo de resíduo ali
depositado nem tampouco sinalização/demarcação do local e material oriundo da
poda/retirada de árvores que era acumulado na entrada do lixão, no lado direito.
Os demais resíduos eram espalhados pelo terreno, sem divisão por células ou
qualquer outro tipo de separação de resíduos, seja por classificação de periculosidade ou
origem domiciliar ou comercial, sendo todos, indistintamente, depositados no local,
inviabilizando a identificação de áreas de maior risco ambiental, o que nos leva a
considerar toda a área com elevado potencial de periculosidade (fig. 12)
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Figura 12: Deposição irregular dos resíduos. (foto de 2009)
Geração de chorume.
O chorume é um líquido de coloração escura resultante do processo de
decomposição da matéria orgânica e é altamente poluente. Quando em contato com o
solo nu lixívia podendo contaminar mananciais de águas subterrâneas. É comum apresença de metais pesados que quando na cadeia alimentar, provoca o fenômeno da
magnificação trófica.
Foi constatada a presença sistemática de percolado, em grande quantidade,
gerada pela decomposição do lixo depositado há anos no local (fig. 13 e 14). Esse
aspecto pode ser determinante na qualidade dos cursos d'água e solo da região ou
contaminação por metais pesados dos animais que pastoreiam no local.
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Figura 13: Presença de chorume.
Figura 14: Local de remoção mecânica do lixo. Chorume escorrendo no meio dos resíduos.
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Lixo espalhado na entrada do lixão.
Na entrada existem resíduos espalhados, possivelmente por passantes,
constituídos por sacolas de lixo, ossos de animais, pedaços de laminados, que são
jogados a esmo (figura 15). A entrada é fechada por arame farpado e não há nenhuma
placa de sinalização/orientação advertindo a não jogar resíduos no local.
Figura 15: Resíduos espalhados na entrada do terreno.
Catadores.
Havia no local cerca de 20 catadores, não sendo este número fixo, podendo
haver variação. Destes 19 são cadastrados pela Prefeitura sendo 10 mulheres e 9
homens. A idade varia de 20 a 63 anos, sendo que alguns não sabem precisar a idade.
Todos são residentes no município e a maioria possuem filhos com idade variando de 2
anos a 20 anos.
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Normalmente estes catadores concentravam suas atenções em garrafas PET,
papel e metais (fig. 16 e 17). Atualmente estes catadores não ocupam mais o local e
estão dispersos, não tendo se agrupado em nenhuma associação ou cooperativa.
Figura 16: Resíduos separados pelos catadores. Foto de 2008. (fonte PMIG)
Figura 17: Garrafas PET separadas pelos catadores. Foto de 2008 (fonte: PMIG)
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Presença de animais.
Havia muitos urubus e garças no local, conforme podemos observar nas
figuras 18 e 19. Atualmente, nas duas visitas técnicas que fizemos ao local, não
constatamos a presença das aves ou qualquer outro animal. Constatamos sim, a presença
de pegadas de animal de casco, possivelmente bovino e equino, o que nos leva a crer
que estes animais não encontram dificuldades em acessar o local, utilizando o mesmo
como pasto.
Figura 18: Presença de urubus e garças. Foto de 2008 (fonte: PMIG)
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Figura 19: Aves nos montes de lixo. Foto de 2008 (fonte: PMIG).
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PROPOSTAS DE REMEDIAÇÃO
Problemas sanitários:
Movimentação e conformação da massa de lixo.
Os resíduos acumulados no local formam grandes montes que devem ser
aplainados. Sugerimos a liberação de faixa de cerca de 10 metros a contar da testada do
lote em direção ao fundo do terreno e remoção dos resíduos, reservando esta área para
posterior construção de guarita ou edícula e local para recebimento do chorume. Para tal
os resíduos ali depositados devem ser removidos para a parte alta do terreno e o
chorume ali acumulado deve ser drenado por caminhão limpa fossa e encaminhado para
Estação de Tratamento de Efluentes (figuras 20)
Todos os resíduos devem ser movimentados e espalhados uniformemente
pelo terreno, com auxílio de retroescavadeira, visando nivelar o montante de lixo e,
posterior ao nivelamento compactar estes resíduos com auxílio de trator de esteira ou
rolo compressor.
Antes de realizar a cobertura com argila devem ser abertas valas que
receberão canos de PVC de 100 mm ou manilhas de concreto com bitola próxima à dos
canos de PVC, dispostas na forma de “espinha de peixe”, furados nas laterais e na parte
superior para coletar o chorume. Devem ser preparadas valas para recebimento destas
tubulações e estas valas devem ser forradas por pedra brita e as tubulações devem
repousar sobre este substrato, sendo totalmente revestida pelas pedras brita nº 1 ou 2
para evitar o entupimento do sistema de drenagem. Devem ser construídas caixas de
inspeção ao longo do dreno de chorume para eventuais desobstruções (fig. 21).
Para o recobrimento dos resíduos o ideal é o recobrimento com manta
seladora de polietileno de alta densidade. É utilizado também como material selante a
argila de baixa permeabilidade, cobrindo os resíduos com camada de 30 cm de
espessura, uma camada de brita de mão de 5 cm e uma camada de brita fina de cerca de
2 cm, onde deverá ser instalado o dreno de canos de PVC de ¾ furado na parte superior
e laterais para drenar a água percolante e evitar o aumento da produção de chorume emdias de chuva.
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Sobre a pedra brita fina deverá ser colocada uma camada de terra preta e
plantada espécie de gramínea com o fito de melhorar o aspecto do local e servir como
retentora de particulado, diminuindo o processo erosivo.
Na parte dianteira do terreno propomos o aterramento do local e aconstrução de cisterna, com capacidade de acomodar volume de 10.000 L, para
recebimento do chorume drenado dos resíduos, possibilitando que semanalmente haja o
recolhimento deste chorume e envio do mesmo para a estação de tratamento de esgoto
(ETE) no município de São Pedro da Aldeia. Esta cisterna deve ser fechada por laje e
colocação de portinhola para recolhimento do chorume por caminhão limpa fossa (fig.
20).
Cabe ressaltar que todo o projeto deve ser acompanhado por profissionalengenheiro para atestar a viabilidade e adequação do mesmo, atendendo as
especificidades técnicas necessárias à segurança do local.
Foram recolhidos testemunhos do material ali encontrado e encaminhado
para análise que será realizada pela PROLAGOS, para identificação de contaminantes,
além do recolhimento de chorume em 2 pontos distintos, para análise.
Figura 20: Maquete do terreno após a intervenção
cisterna
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Figura 21: Visualização da parte inferior do terreno, com os dutos coletores de chorume.
Figura 22: Aspecto dos resíduos revirados. Processo de decomposição do material.
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Eliminação Fogo e Fumaça
Atualmente não é percebida a presença de focos de fogo ou emissão de
fumaça. Para que posteriormente não surjam focos de fogo a simples cobertura dos
resíduos é suficiente para solucionar o problema. Tal processo deve ser realizado a curto
prazo e com supervisão de técnicos da Prefeitura Municipal.
Figura 23: Presença de fumaça outrora existente. Foto de 2009. (fonte: PMIG).
Delimitação da área de domínio
A área deve ser cercada com arame farpado para evitar a entrada de pessoas
e animais, além de colocação de placas informando tratar-se de área degradada em
recuperação e os perigos de transitar no local sem o acompanhamento de pessoal
técnico da Prefeitura Municipal de Iguaba Grande (figura 24)
Recomenda-se a construção de valas ao redor do terreno visando dificultar a
entrada de animais e servir de local para captação das águas pluviais que são captadas
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pelos sistemas de drenagem, direcionando estas águas para os cursos d’água ali
existentes (figura 25).
Figura 24: Cercamento deficiente da área.
Figura 25: Desenho com aspecto do terreno, cercamento e valas laterais após a intervenção.
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Limpeza da área de domínio
Faz-se necessária a limpeza do entorno do vazadouro, retirando-se todo
material estranho ali encontrado. A retirada deve ser realizada pela prefeitura, com
caminhão de lixo e recolhimento manual realizado pelos garis. Todo este material
retirado deve ser encaminhado para aterro sanitário devidamente legalizado. Tal
processo tem por fito evitar o espalhamento destes resíduos, melhorando o aspecto
visual da área de domínio (figura 26).
Figura 26: Resíduos espalhados na entrada do terreno.
•Resíduos Hospitalares
Os resíduos provenientes da área de saúde (Figura 27) devem ser removidos
do local e encaminhados para tratamento e disposição final adequada em localautorizado a recebê-lo, tendo em vista que estes são considerados resíduos perigosos e
potencialmente contaminantes.
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Figura 27: Deposição incorreta dos resíduos hospitalares.
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Problemas Ambientais
Drenagem de águas pluviais
Com a compactação dos resíduos e a cobertura do local, tornam-se
necessárias intervenções no sentido de coletar as águas da chuva e desviar os cursos
d’água que correm no terreno, evitando impactos erosivos na cobertura dos resíduos e
impedindo que percolem e atinjam os resíduos. Para tal sugerimos a instalação de
canaletas de concreto em todo o entorno da área que funcionariam como fosso, evitando
a entrada de animais e como local de recolhimento e direcionamento das águas pluviais
e dos crpos d’água, que seriam canalizadas para a parte frontal do terreno, pelas laterais,
podendo ser captada para rega ou permitindo que tomem o seu curso normal na natureza
(figura 20).
Como medida de prevenção de infiltração de águas pluviais que atingem a
parte superior do recobrimento dos resíduos sugerimos a instalação de sistema de
drenagem localizado 7 centímetros abaixo do gramado que direcionará as águas pluviais
para as canaletas laterais. Pode-se utilizar tubos de PVC de ¾ com furos nas partes
laterais e superiores para recolhimento da água, mesmo se optarem pela cobertura com
manta de PVC de alta densidade, minimizando possíveis processos erosivos.
Sugerimos ainda, como medida de controle, a abertura de poço artesiano, com
profundidades de 3 metros, 6 metros e 9 metros, na testada do lote, para coleta e análise
das águas subterrâneas, visando o monitoramento das águas pluviais. Em princípio a
periodicidade das análises devem ser mensais e os dados aportados em planilha para
acompanhamento do grau de contaminação do lençol freático, verificando a eficiência
do projeto em caso de diminuição da contaminação ou a necessidade de adequações
visando a plena eficiência do processo de recuperação da área.
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Drenagem do Biogás
O biogás é um produto da decomposição da matéria orgânica e possui
grande quantidade de gás metano, altamente inflamável e explosivo. Visando atenuar a
pressão que o gás exercerá com a cobertura dos resíduos, é necessário que este gás não
fique represado.
É importante analisar a possibilidade de queima do gás produzido, de
acordo com as disponibilidades financeiras da Prefeitura, uma vez que entendemos ser
menos impactante ao ambiente a combustão do gás, além de diminuir o mau cheiro
exalado.
Caso a combustão do gás não seja economicamente viável, sugerimos a
instalação de manilhas com diâmetro de 150 mm, vazadas para permitir captação do
gás.
Estas manilhas deverão ser enterradas espaçadamente, em 3 linhas
longitudinais. Sugerimos que 5 grupos de manilhas sejam instaladas nas laterais do
terreno e na parte central do mesmo. Deve-se ter o cuidado de deixar pelo menos 40 Cm
de manilha para fora do aterro (figura 20).Como as manilhas estarão descobertas, em épocas de chuvas as retiradas do
chorume devem ser frequentes, pois o volume do material tende a aumentar.
Drenagem do Chorume.
O chorume é um produto altamente tóxico, devendo ser recolhido e tratado
antes de alcançar o ambiente. Para tanto é necessária a instalação de sistema de captação
do percolado e direcionamento do mesmo para local apropriado para recebê-lo.
No terreno encontramos vários locais onde há acúmulo de chorume,
dificultando o trânsito de pessoas e máquinas (fig. 6 e 7). Como medida mitigadora deresultado rápido visando preparar o terreno para receber as obras de drenagem do
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chorume, sugerimos que sejam enterradas 2 manilhas pré fabricadas no centro do
terreno (figura 6) e mais 2 manilhas na lagoa de chorume localizada na testada do
terreno (fig. 7) com o fito de facilitar o bombeamento desde líquido por caminhões
limpa-fossa, e posterior envio do material para tratamento na ETE de São Pedro da
Aldeia.
Após o bombeamento do chorume, descrito no parágrafo acima, deve-se dar
início às obras que possibilitarão a coleta sistemática do chorume, que deve ser captado
através de canos de PVC de 100 mm que direcionarão este material para um coletor
central de PVC, com 150’, ou com manilhas de concreto, furadas para permitir a entrada
do chorume. Estes canos/manilhas devem ser enterrados sob o monte de resíduos, e
devem estar dispostos em forma de “espinha de peixe”, conforme mostra a figura 21.As canaletas em diagonal deverão distar cerca de 4 metros uma das outras e
direcionarem para a espinha coletora principal. Aconselhamos a instalação de 4 sistemas
de coleta tipo espinha de peixe conforme figura 21 . A inclinação depende da topografia
do terreno e deve ser avaliada por topógrafo, devendo ser tal que permita o livre fluir do
percolado à cisterna de contenção.
Semanalmente, ou quando se fizer necessário em prazos menores, o material
deverá ser recolhido por caminhão limpa fossa e encaminhado para tratamento. O ritmo
de recolhimento de chorume deverá ser analisada periodicamente para que se adéqüe ao
volume produzido.
Arborização
A arborização desempenha várias funções no ambiente,como a alteração do
microclima, melhoria do ar atmosférico, retirada de particulados em suspensão no ar,
melhoria estética, servir de atrativo para a avifauna, absorver e fixar cátions e ânions de
metais pesados presentes no solo e também pode ser utilizada como barreira para
direcionar materiais gasosos e desviar o vento.
É recomendada a utilização de árvores nativas nas ações de replantio,
visando a melhor adequabilidade das árvores ao clima local e a preservação da história
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natural arbórea, incremento genético à flora nativa, além de desempenhar papel
importante na cadeia alimentar (LORENZI, 2003).
Propomos que todo o entorno do antigo vazadouro de lixo a céu aberto seja
plantado com árvores nativas de porte baixo e médio. Nas tabelas 2 e 3 apresentamossugestões de espécies a serem utilizadas no plantio. Estas árvores deverão ser plantadas
a uma distância de 7 metros uma das outras. Deverão ser intercaladas com espécies
arbustivas, a fim de evitar o efeito palito quando do crescimento das espécies. O
objetivo é formar uma barreira de árvores para direcionar o gás que é desprendido do
local em uma coluna vertical, buscando amenizar o mau cheiro na área e contribuir para
a eliminação de possível contaminante do solo.
A arborização da área serve também como atrativo alimentar e edáfico daavifauna visando contribuir para o aumento da biodiversidade do local e favorecer a
dispersão das sementes.
Vários estudos tem sido realizados para utilização de vegetação no processo
de fitorremediação de metais pesados presentes no solo de vazadouro de lixo a céu
aberto. A fitorremediação pode ser definida como o uso de vegetação in situ para o
tratamento de solos contaminados (Oliveira et al. 2009). As plantas podem remediar os
solos contaminados com metais pesados através dos seguintes mecanismos:
• absorção e acumulação dos metais pesados nos tecidos das plantas (fitoextração).
• adsorção dos metais no sistema radicular, imobilizando os contaminantes
(fitoadsorção).
• libertação para o solo de oxigênio e outros compostos, que podem imobilizar os metais
pesados (fitoestabilização).
• estimulação da biorremediação por fungos ou outros microrganismos localizados no
sistema solo-raíz (rizorremediação).
A utilização de Senna multijuga, Schizolobium amazonicum e Caesalpinia
echinata na fitorremediação de lixão foi proposta por Chaves (2008) e comprovada a
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sua eficácia, razão pela qual sugerimos a utilização destas espécies na fitorremediação
da área.
Como este é um ramo das ciências que vem sendo estudado recentemente, e
não são encontrados muitos resultados definitivos, sugerimos a utilização de outras
árvores neste processo (tabelas 2 e 3), assim como o acompanhamento laboratorial da
presença de metais pesados ou outros contaminantes no solo e nos tecidos dos vegetais,
acompanhando, pelo prazo de 2 anos, e analisando a eficácia do processo de absorção
pelos vegetais.
Todo este processo deverá ser supervisionado por profissional das áreas de
biologia, engenharia florestal, engenharia ambiental ou outras áreas afins.
Nome popular Família Gênero Espécie
Araticum-de-paca Annonaceae Annona Annona cacansWarm.
Aleluia Fabaceae-caesalpinioideae
Senna Senna multijuga
Ipê-amarelo Bignoniaceae Handroanthus Handroanthusserratifolius
Imbiruçu Bombacaceae Pseudobombax Pseudobombaxmarginatum
Ingá-branco Leguminosae-mimosoideae
Ingá Ingá laurina
Orelha-de-macaco Leguminosae-mimosoideae
Enterolobium Enterolobiumschomburgkii
Sapotiaba Sapotaceae Sideroxylon Sideroxylonobtusifolium
Tabela 2: Árvores nativas de pequeno porte.
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Tabela 3: Árvores nativas de médio porte.
Educação Ambiental e requalificação da área.
Com vistas à sedimentar o processo de reconstrução ambiental da área deve
ser implementado trabalho contínuo de Educação Ambiental junto às escolasmunicipais, buscando a participação e conscientização do alunado, auxiliando na
efetivação do reflorestamento, por exemplo, estimulando uma postura cidadã.
Esse processo poderia ser efetivado através da realização de trabalhos e
palestras nas escolas, com incursões de campo à área em recuperação, amparados pela
Secretaria de Educação e Secretaria do Meio Ambiente do município, voltados à prática
de arborização, integrando comunidade, melhoramento ambiental e consciência social.
Além disso, a organização dos catadores que outrora trabalhavam no lixão é
fundamental, sendo os mesmos capacitados e estimulados à busca pela autonomia e
dignidade social, com a participação do Poder Público que deve dar todo o suporte
institucional e jurídico aos catadores, estimulando a criação de uma cooperativa que
poderia participar do processo de gestão dos resíduos sólidos urbanos, ou mesmo sendo
aproveitados no monitoramento da área recuperada, contribuindo para melhorias na
renda familiar.
Paralelo a isso, deve a Prefeitura Municipal estimular a implantação de
Nome popular Família Gênero Espécie
Araçá amarelo Myrtaceae Psidium Psidium littorale
Aroeira Anacardiaceae Schinus Schinus terebinthifolia
Gabiroba Myrtaceae Campomanesia Campomanesiaeugenioides
Jacaré Fabaceae-mimosoideae
Chloroleucon Chloroleucon tortum
Pitangueira Myrtaceae Eugenia Eugenia uniflora
Ipê-branco Bignoniaceae Tabebuia Tabebuia roseoalba
Manga-da-praia Clusiaceae Clusia Clusia fluminensis
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Políticas Públicas na Gestão de Resíduos, com estímulo à coleta seletiva dos resíduos
municipais, com o apoio dos organismos sociais representativos, como a OAB, Centros
de Ensino Superior, entidades de classe e comunidade organizada, visando a diminuição
do volume de resíduos gerados para deposição em aterro sanitário, com a consequente
redução dos gastos públicos.
Com relação à requalificação da área, cabe ressaltar que, para a completa
estabilização dos resíduos são necessários cerca de 15 a 20 anos, sendo que só após este
período é que o local pode ser utilizado para fins sociais e nunca para edificações, pois
mesmo após a estabilização do material o mesmo ganha aspecto de turfa, não
oferecendo base segura para construções.
Para esta requalificação o objetivo deve ser atender a demanda dacomunidade do entorno. Assim, sugerimos uma consulta pública para colher subsídios
que legitimem a requalificação da área, atendendo aos anseios da população diretamente
afetada, observada as limitações de uso para o local.
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CONCLUSÃO
Para a implantação das medidas propostas faz-se necessária a participação
do Poder Público e de equipe multidisciplinar na coordenação e execução dos serviços
necessários.
A proposta de uso futuro da área deve considerar que os resíduos aterrados
ainda permanecem em processo de decomposição após o encerramento das atividades
por períodos relativamente longos, que podem ser superiores a 10 anos (FEAM, 1995).
Além disto, a participação da comunidade local na definição de proposta de
requalificação do local deve ser garantida, para que atenda, especificamente, às
necessidades e anseios das pessoas diretamente impactadas.Independente do encerramento das atividades de recuperação do lixão, os
sistemas de drenagem superficial de águas pluviais e de tratamento dos gases e líquidos
percolados devam ser mantidos por um período de cerca de 20 anos. Este período
padrão é adotado por ser considerado suficiente para o maciço de lixo alcançar as
condições de relativa estabilidade.
Contudo, esse período padrão poderá ser reduzido em discussão com órgãos
reguladores, respaldados de dados de monitoramento como recalque, volume de gás,qualidade / estabilidade do chorume, cobertura vegetativa e inexistência da migração /
infiltração do biogás.
Além disso, mesmo após atingir a estabilização, o maciço de lixo inerte
apresentará uma resistência semelhante à turfa. Nesse sentido, em função dos possíveis
problemas relacionados à baixa capacidade de suporte do terreno e a possibilidade de
infiltração de gases com alto poder combustível e explosivo (metano), a implantação de
edificações sobre aterros sanitários desativados é desaconselhável (FEAM, 1995).Como os resultados de contaminação do chorume foram inconclusivo
recomendamos análises mais detalhadas do chorume bem como análises de possível
contaminação do solo. Estas análises deverão ser periódicas e os dados confrontados
com as análises do material vegetal das árvores utilizadas no processo de
fitorremediação.
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BIBLIOGRAFIA
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384p.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil. Vol. 2. 2. ed. Nova Odessa, SP. Instituto plantarum, 2002.
368p.
PRIMACK, R. B. RODRIGUES, E. Biologia da conservação. 8ª impressão.
Londrina, PR. Editora Planta. 2007. 328p.
PINTO-COELHO, R. M. Fundamentos em ecologia. 2ª impressão. Porto Alegre, RS.
Artmed editora. 2006, 252p.
DORST, J. Antes que a natureza morra: por uma ecologia política. São Paulo, SP.
Editora Edgard Blucher Ltda. 1973. 394p.
LORENZI,,H.…[et al.]. Árvores exóticas no Brasil : madeiras, ornamentais e
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VILHENA, A. (Coord.). Lixo municipal: Manual de Gerenciamento Integrado; 2ª
edição, S.Paulo, IPT/CEMPRE, 2000
Comitê de Bacias Hidrográficas das Lagoas de Araruama e Saquarema e dos rios SãoJoão, Una e Ostras. Plano de Bacia Hidrográfica da Região dos Lagos e do Rio São
João. CILSJ. Rio de Janeiro. 2006.
LEFF, E. Ecologia, capital e cultura: racionalidade ambiental, democracia
participativa e desenvolvimento sustentável. Editora da FURB. Blumenau, SC. 2000
GADOTI, M. Pedagogia da terra e cultura da sustentabilidade. Revista Lusófonade Educação, número 06, Pg. 15 a 29. Lisboa, Portugal. 2005.
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FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.feam.br/ .
Acesso em 05/05/2010.
CHAVES, E. V. Absorção de metais pesados de solos contaminados do aterro
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Schizolobium amazonicum e Caesalpinia echinata. Tese de doutorado. Manaus.
AM. UFAM, 2008.
OLIVEIRA, D.L. et al. Plantas nativas do cerrado: uma alternativa para
fitorremediação. Revista estudos, Goiânia, v. 36, n. 11/12, p. 1141-1159. 2009.
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APÊNDICE
1. Entrevista com o morador mais próximo ao lixão
Nome: Epaminondas de Souza Oliveira.
Endereço: Rua Antônio Castro. Arrastão das Pedras. Número 85.
Constatação: Utiliza água de poço para algumas tarefas domésticas.
Perfuração: 6 metros para encontrar água.
10 metros para encontrar água incolor, inodora e insípida.
Constatação do morador: “Na falta de outra, ela desce tranquilo.” Epaminondas. Não
há relato de problemas gastrointestinais ou quaisquer outros sintomas que possam ser
relacionados à má qualidade da água.
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2. Relatório Técnico Inicial da Avaliação de Passivos Ambientais do
Lixão de Iguaba Grande
2.I – Introdução:
O projeto de remediação do lixão, feito inicialmente com a parceria entre a
Prefeitura Municipal de Iguaba Grande, a Universidade Veiga de Almeida e a Prolagos
S/A tem por objetivo o inicio do processo de remediação e possível posterior
reutilização do “lixão”, localizado na divisa do município de Iguaba Grande com
Araruama, na região dos lagos, RJ. Sendo assim visa diminuir o passivo ambiental e
mitigar impactos de caráter ambiental, social, sanitário e visual da área em questão.
Na presente área encontram-se diversas células, abertas e fechadas, de resíduos
não compactados. Em períodos de chuva, cursos d'água correm ao longo da área em
questão, lixiviando assim, contaminantes dos mais diversos tipos (Não houve nenhum
tipo de controle nos resíduos ali depositados durante o funcionamento do lixão) gerando
assim percolados que se depositam em corpos d'água próximos a região e, com o passar
do tempo, são absorvidos pelo solo.O presente relatório apresenta resultados analíticos obtidos através de ensaios
realizados a partir de amostras do percolado encontrado em lagoas próximas ao
“Lixão”.
As análises contidas no relatório que segue são de caráter preliminar serão
utilizadas como marco zero desta parceria que possui um grande potencial de geração
de frutos de grande valia a todas as partes interessadas; seja ela governo, sociedade,
empresa e/ou Instituição de ensino.A avaliação de tais parâmetros auxilia na determinação da concentração de
contaminantes advindos do lixão; sendo assim apresenta dados de suma importância
para uma avaliação preliminar da real situação encontrada do local em questão.
2.II – Objetivo:
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O presente relatório técnico tem por objetivo geral avaliar o percolado gerado
pela lixiviação de substâncias solúveis encontradas nos resíduos armazenados no lixão
de Iguaba Grande.
Foram feitas análises de carga orgânica (Demanda Química de Oxigênio),
nutrientes (Fósforo Total) e metais (Ferro e Alumínio).
O objetivo específico deste relatório dar início ao processo de caracterização dos
resíduos e passivos ambientais gerados no lixão em questão; para que através dos
mesmos se torne possível dar início ao processo de remediação do local afetado.
2.III – Procedimento:
Foram coletadas amostras d'água nas proximidades do “lixão”, a partir deamostragem simples. As amostras foram armazenadas em frascos PET de 500 ml,
identificadas e registradas através da cadeia de custódia nº 069. As mesmas foram
conduzidas ao Laboratório de Controle de Qualidade da Prolagos, situado na Rodovia
Amaral Peixoto, Balneário, Km 107 na Estação de Tratamento de Esgoto de São Pedro
da Aldeia, em um período de 40 minutos após a coleta.
Os seguintes parâmetros foram analisados: Alumínio, Ferro, Fósforo e DQO
(Demanda Química de Oxigênio), resultando em informações sobre metais, nutrientes e
carga orgânica; todos utilizando método colorimétrico.
Os ensaios foram realizados com o auxílio do Espectrofotômetro DR 2800,
Hach, cada parâmetro com seu respectivo método de acordo com o manual “DR 2800
Spectrophotometer Procedures Manual, November 2005, Edition 1”.
2.IV –
Resultados e Discussão:
Foram analisadas duas amostras, as quais a matriz é água e foram coletadas em
poças formadas, aparentemente, por água de chuva percolada pelo material do lixão. As
mesmas foram identificadas por “AM01” e “AM02”; sendo a 01 mais próxima a entrada
do “lixão”.
As análises foram realizadas no Laboratório Central da Prolagos S/A e os
resultados seguem abaixo:
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Os parâmetros analisados podem ser encarados como indicadores diretos de
contaminantes mais comuns no que diz respeito a qualidade da água e, dentro do
universo analítico em que o Laboratório Central está incluído, se mostram de fácil erápida execução; sendo assim, eles foram adotados como os parâmetros da avaliação
inicial da situação atual do suposto percolado encontrado no local.
A contaminação por parte do Alumínio – que é encontrado solúvel em água no
seu estado catiônico de maior nox, Al3+ - se dá de diversas formas; no caso de
percolados de lixões, na maioria das vezes, aparece em maior concentração em função
da existência de materiais eletroeletrônicos, carcaças de aparelhos em geral, embalagens
de alimentícios, dentre outros. Mas em função do baixo teor de alumínio na água emquestão, podemos chegar a duas linhas de raciocínio: - 1ª: a água em questão, na
realidade, não é um lixiviado do “lixão”; sendo assim, não percolou os contaminantes e
não apresenta teor alto em função disso. 2ª: o percolado em questão não apresenta teores
consideráveis de contaminação por esse parâmetro, sendo, o resultado obtido, fruto da
lixiviação do próprio solo que, por natureza, apresenta teores de Alumínio trocável em
sua composição.
O Ferro – que é encontrado solúvel em águas expostas ao oxigênio do ar e aradiação solar na forma de seu cátion de maior nox o Fe3+- aparece em soluções aquosas
AM 01
Parâmetro Resultado Unidade
0,037 mg/L2,130 mg/L
Fósforo Total 13,9 mg/L
DQO 561 mg/L
Al3+
Fe3+
AM 02
Parâmetro Resultado Unidade
0,022 mg/L
2,590 mg/L
Fósforo Total 6,7 mg/L
DQO 471 mg/L
Al3+
Fe3+
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em função do contato direto de materiais compostos por este metal – que, em sua forma
sólida, como todos os outros metais, se encontra com nox como na forma Al0 - com a
água e com o ar; nestas condições, o metal é oxidado à sua forma descrita
anteriormente. Aliado a esta situação, o ferro pode ser encontrado na composição
natural do solo em função das mais diversas condições as quais o solo foi submetido ao
longo do tempo.
2.IV – Discussão e Resultados:
Com relação aos parâmetros analisados, podemos afirmar que, dentro daspossibilidades analíticas do Laboratório Central e da condição da amostra, foram os
mais adequados no que diz respeito a caracterização das amostras.
Com base nos resultados analíticos, em função das condições de coleta – às
quais não foram realizadas de forma de vera satisfatória – podemos concluir que o
suposto lixiviado não apresenta, em relação aos parâmetros analisados, resultados fora
do esperado e os mesmos não indicam traços consideráveis de contaminação.
Os valores de DQO e Fósforo Total foram relativamente altos quando
comparados à amostras de águas pluviais; já em confronto com lixiviados de lixões com
alta incidência de matéria orgânica – que apresentam valores similares a efluentes
domésticos brutos (algo ao torno de 900-10000ppm e 20-100ppm respectivamente,
dependendo do estado da mesma) – , apresentam valores relativamente baixos. Levando
em consideração a vegetação nos arredores das poças onde as amostras foram coletadas,
podemos concluir que, possivelmente, boa parte destes resultados advêm de partículas
vegetais em suspensão e nutrientes que, naturalmente, estão presentes em solos.
Através dos valores relativamente baixos de alumínio nas amostras, podemos
concluir que as águas que constituíam a poça, muito provavelmente, não sofreram
contaminação em função do contato das mesmas com metais e/ou resíduos sólidos que
contenham alumínio trocável (em sua forma de cátion). Indo mais além, podemos
deduzir, intuitivamente, que, provavelmente, o resultado de alumínio gerado nas
análises é fruto da composição do solo local. Esta conclusão só pode ser afirmativa
mediante a uma análise do solo em questão.
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Já em função do resultado de Ferro, podemos concluir que, provavelmente, caso
não haja uma grande concentração de Ferro em sua forma catiônica na composição
natural do solo local, existe uma contaminação das águas pluviais lixiviadas e,
consequentemente, das amostras em questão por parte deste contaminante.
Sendo assim, em função das análises e conclusões não apresentarem caráter
afirmativo, fica aqui registrada a necessidade de análises mais completas e mais
específicas; as mesmas deveram ser antecedidas de estudos sobre a real dimensão da
área do “lixão”, avaliação dos melhores pontos de coleta (ou seja, aqueles pontos que
apresentarão resultados dos mais representativos), estudo do ciclo pluviométrico da
região (afim de que possa ser gerado um plano de coletas de lixiviados; que só são
“produzidos” após as chuvas), dentre outros estudos à serem realizados in situ.
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ÍNDICE DE QUALIDADE DE ATERROS DE RESÍDUOS)
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4. TIPO DE DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS NO
BRASIL