Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12...

16
Gazeta A irresponsabilidade republicana. Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças monárquicas se encontram no Rio Pág. 5 Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Abril de 2012 Ano XVI Número 196 www.brasilimperial.org.br DIA DO MONARQUISTA

Transcript of Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12...

Page 1: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

Gazeta

A irresponsabilidade republicana. Pág 6

Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12

Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15

15 de outubro

Imperial

Lideranças monárquicas se encontram no Rio Pág. 5

Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Abril de 2012 Ano XVI Número 196 www.brasilimperial.org.br

DIA DO MONARQUISTA

Page 2: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

02

GazetaImperialA Gazeta Imperial é uma publicação do Instituto Brasil Imperial. Artigos, sugestões de reportagens, divulgação de eventos monárquicos e imagens podem ser enviados para [email protected]

Comendador Antonyo da CruzPresidente do Instituto Brasil Imperial

[email protected]

Alessandro PadinEditor e jornalista responsá[email protected]

O povo foi ensinado desde criança que a república é “progresso, democracia e liberdade”. E, também, o povo foi ensinado desde criança que a monar-quia é “retrocesso, autoritarismo e es-cravidão”. Na verdade, até hoje esse preconceito continua nos livros de es-cola e até das universidades, que de-veriam ser mais preparadas, prestam-se a repetir esses preconceitos sem nenhum remorso de consciência.Basta pegar alguns livros escolares para ficar chocado com a capacidade dos escritores de mentir, ignorar os fa-tos históricos e desprezar as estatís-ticas mundiais sobre democracia, de-senvolvimento humano e honestidade. As estatísticas apontam o caráter su-perior da monarquia em promover de-mocracia, desenvolvimento humano e honestidade. Bem como reprovam a república presidencialista em todos esses critérios. Ao mesmo tempo, as estatísticas mostram a república par-lamentarista como opção secundária não tão eficiente quanto à monarquia parlamentar, mas pelo menos superi-or a república presidencial na capaci-dade de produzir resultados.No entanto, isso tudo é ignorado e os livros de história continuam fazendo propaganda antimonárquica e pró-republicana sem serem questionados pelos intelectuais deste país.Ademais, o conhecimento que se tin-ha do período monárquico no Brasil era repleto de preconceitos e ranço republicano. Basta ver o filme “Carlo-ta Joaquina: a princesa do Brasil” que não deixa dúvidas sobre essa visão limitada e preconceituosa. Acredite se quiser, apesar de mentiroso e tenden-cioso, esse filme é exibido nas escolas

para “ensinar” história do Brasil aos alunos.È chegado o ano de 2010 e a direção do Brasil Imperial sente a necessi-dade de dotar o Brasil de um mecan-ismo institucional evoluído, moderno, experimentado em países democráti-cos, com alto IDH e estabilidade políti-ca, dando impulso à retomada da res-tauração da Monarquia Parlamentar Constitucional no Brasil.Somos monarquistas e queremos o sistema implantado em nossa nação, resolvemos arregaçar as mangas e elaborar um projeto com começo meio e fim, que nos leve à implantação da Monarquia Parlamentar Constitucion-al no Brasil, para ser concretizado em 9 anos, tendo seu inicio 2010 e con-clusão em 2018. Já se passaram 2 anos só nos restam agora 7 anos.Dom Luiz e Dom Bertrand, dos quais somos parceiros, já falaram que os Príncipes, não podem liderar movi-mento monárquico ou partido político, porque seria como se estivessem se aclamando a si mesmo. Compete a nós, povo, exercer essa liderança e, no devido tempo, aclamar como Im-perador, o chefe da Casa Imperial. Os príncipes Dom Luiz e Dom Ber-trand, bem como outros membros da Família Imperial estão à nossa dis-posição para atender nosso convite para os eventos monárquicos. Como de fato tem acontecido.O Instituto Brasil Imperial está seguin-do à risca a orientação da família Imperial Brasileira, liderando o povo monarquista na preparação para a aclamação do chefe da Casa Imperial como Imperador do Brasil, ou a quem na ocasião da aclamação a Família

Imperial julgar que está preparado e indicar para assumir os destinos da Nação.Como já falado em parágrafo anterior o povo não conhece a história do nos-so período imperial, a republica con-tou à sua maneira como e o que quis contar, deixando o povo na ignorância do seu passado.Embora o projeto prime pela implan-tação da Monarquia Parlamentar Con-stitucional, atualizada ao século 21, ele não se implanta sozinho, precisa-mos fazer militância que nos garanta a vitória no plebiscito de 2018, e o meio será contar a história do período imperial conforme ela aconteceu.Ninguém nos falou que em 1889 o Brasil, os Estados Unidos, a Inglaterra e a Alemanha, eram as quatro poten-cias mundiais e que a nossa moeda o Real da época (reis) era a moeda mais valorizada do mundo, desbancando a libra esterlina.Essa atividade está a cargo dos Nú-cleos Municipais que realizarão suas atividades diretamente juntos à co-munidade, são as comunidades mais carentes que detém 84% dos votos no Brasil. Para termos a maioria do povo ao nosso lado, o núcleo vai atingir to-das as camadas da população.Para chegarmos a número de núcleos municipais necessários para estar-mos em 100% do território Nacional, tomamos por base a população de 5565 cidades brasileiras.Classificadas em curva abc pela sua população, concluímos que com 1114 núcleos estaremos presentes em 20% das cidades que representam 80% da população, os outros 20% da popu-lação orbita em torno das cidades se-

lecionadas, então marcamos território nas 5565 cidades do Brasil.Sendo o IBI de natureza histórica, cívi-ca e cultural, as portas das escolas se abrem para darmos aula de história imperial aos alunos, o mesmo acon-tece em outras entidades públicas onde damos palestras e outros even-tos o que não ocorreria se fossemos uma entidade política. A campanha pela restauração da Monarquia – verdadeira cruzada nacional – conduzida em níveis el-evados, não visará atingir pessoas, organizações e partidos, ficando a propaganda e o debate primordial-mente no plano das ideias.Escreva a nova história do Brasil, en-vie e-mail diretamente à presidência do IBI, Comendador Antonyo Cruz, no e-mail “[email protected]”, com o título “Eu quero par-ticipar do projeto 2018 em minha ci-dade”.

Comendador Antonyo da CruzPresidente do Instituto Brasil Imperial

Palavra do Presidente

São 122 anos ensinando nas escolas para nossas crianças que a “república é boa” e a “monarquia má e totalitária”. Basta!

“Eu quero participar do projeto 2018 em minha cidade”

Page 3: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

IBI

Criamos o Dia do Monarquista, (15 de outubro) data que não coincidisse com nenhuma outra festividade ou comemoração de rua, para dar visibi-lidade total às ações monarquistas.No dia do Monarquista serão reali-zados Desfiles Culturais com temas monárquicos, simultaneamente em todos os municípios que estamos pre-sentes.Também serão realizados reuniões, seminários, conferências, congres-sos, convenções e outros meios de divulgação, que esclareçam a popu-lação sobre o sistema parlamentaris-ta moderno e democrático, a Monar-quia Constitucional Parlamentar.Os eventos simultâneos nos mu-nicípios trarão visibilidade à causa monárquica junto à:

• Povo, formando militância;• Família Imperial reconheci-mento do movimento;• Imprensa, divulgação de even-tos e matérias;• Classe politica, aproximação de adeptos e futura aprovação do plebiscito;• Empresários, financiamento;• Assessorar na preparação do príncipe herdeiro Dom Rafael, (função do futuro Conselho de Estado);• Produção de programas de TV e filmes que darão visibilidade à monarquia;• Campanha intensiva que nos leve à vitória no Plebiscito de 2018.

Fica evidente que nossas metas são arrojadas. Porém é exatamente disso que o Brasil precisa arrojo dos seus compatriotas, para isso precisamos da união de todos em torno dos mes-mos objetivos: implantar a Monar-quia Parlamentarista Constitucional em 2018 e dar posse ao Imperador

do Brasil como Chefe da Nação e do Poder Moderador. Dar posse a um Primeiro Ministro como Chefe do Gov-erno. Concentrar esforços na Edu-cação e Saúde, pilares de desenvolvi-mento e inclusão social.Por consequência será varrido de uma vez por todas a corrupção que corrói o tesouro nacional e a dignidade hu-mana, restabelecendo a ética, a mor-al e a razão, preservando a família, a idoneidade e o respeito ao próximo.

Tantos os Decanos como os Jovens Monarquistas que por tantos anos lu-tam pela Instauração da Monarquia no Brasil, estão convidados a partici-par do projeto 2018 do IBI Brasil Im-perial Nacional. Agindo todos juntos alcançaremos a força necessária para atingir o nosso objetivo – a restau-ração da Monarquia Constitucional Parlamentar do Império Brasileiro. Massificar a informação, divulgando os benefícios de um mecanismo in-

03

Alessandro PadinEditor e jornalista responsá[email protected]

Comendador Antonyo da CruzPresidente do Instituto Brasil Imperial

MONARQUISTASDa Redação do IBI

já tem o dia seu Dia Nacional

stitucional evoluído, moderno, experi-mentado em países democráticos, com alto IDH e estabilidade política, que possa vir a somar positivamente com a nossa forte economia e nossas riquezas como nação. Participe da reconstrução histórica de um novo Brasil. Não vamos es-perar por aquilo que podem fazer por nós, mas vamos por em prática aquilo que podemos fazer pelo Brasil, Nossa Pátria, Nossa Nação.

Page 4: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

04

“Se não fosse imperador, desejaria ser professor”

D.Pedro IIO Instituto Brasil Imperial reconhecen-do a necessidade de que se crie uma data que preste homenagem a todos os monarquistas do Brasil e, por ser-em estes admiradores incondicionais de Sua Majestade Imperial Dom Pedro II, Grande Homem Brasileiro do século XIX, que é até hoje lembrado como o homem que, se não fosse imperador, gostaria de ser professor, deixando cunhada para a história a famosa de-claração: “Se não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e prepa-rar os homens do futuro.” D. Pedro II, Resolveu, considerando que o dia

As mais belas declarações de parceria eterna, não seriam o suficiente para reconhecer o quão importante você é para o Instituto Brasil Imperial. Nossa cumplicidade monárquica vai se tornando forte, e como Presidente do IBI me sinto comovido a homenagear os/as Confrades aniversariantes do mês. Feliz aniversário! E que você seja muito, muito feliz!

MAIOBenedito Paulo Rodrigues – 12 – Ariranha – SPCarlos Valério Batista de Aguiar – 31 - Niterói – RJCleici Moreira - 14 - Petrópolis – RJDiego Gomes Cardoso - 03 - Carapicuiba - SP Ezequiel Novais Neto – 08 - Montes Claros – MGFabio William Casagrande - 16 - Tremembé - SPFátima Sophia Teixeira Gomes – 26 – Angra dos Reis - RJFrancisco Ferreira da Silva - 08 - Uberlandia – MGJoão Batista Colombi jr - 19 - São Gabriel da Palha – ESJoão José Granate de Sá e Melo Marques – 28 - Lavras – MGLuiz Roberto – 23 – São João del Rei – MGLuiz Carlos de Oliveira – 02 - Batatais - SP Marcelo Albuquerque Magalhaes – 09 - São Paulo – SPMaxwell Júlio dos Santos - 23 – Ipatinga – MGNelson dos Santos Ribeiro Weber - 05 - Porto Alegre – RSRubens Leite Bezerra – 24 – Soledade – PBSamuel Silveira – 30 - São Luis - MA Sergio Amarilio da Silva Kuhn – 09 - Formosa – GOSilvio Dantas – 25 - Recife - PEWillian Costa de Paula – 22 - Sumaré - SP

Seu nome não consta como aniversariante, Atualize seu cadastro. Não te-mos a sua data, sinta-se homenageado também, e gostaríamos que você completasse o seu cadastro para podermos cumprimentá-lo. Se já tem a senha é só acessar e completar os dados no site www.brasilimperial.org.br

Aniversários

15 de outubro é o Dia do Professor, conjuntamente homenagear a Dom Pedro II, aos Professores do Brasil e aos monarquistas, Instituiu-se, as-sim, o dia 15 de outubro como o Dia do Monarquista em nosso País. O Instituto Brasil Imperial, para tanto, deseja contar com a ajuda de todos os brasileiros que tenham o igual desejo de prestar esta homenagem. Dessa forma, que pede aos seus membros associados que a divulgue a toda a sociedade, orientando que os apoios formais deverão ser enviados direta-mente ao e-mail “[email protected]”, com o título “Dia do Monarquista”

Monarquista, anuncie o seu produto ou serviço neste espaço

Page 5: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

05IBI

Lideranças monárquicasreunidas no Rio de Janeiro

O Presidente do IBI Instituto Brasil Imperial, Comendador Antonyo Cruz, reuniu-se no dia 18 de abril no Rio de Janeiro com o Chanceler (Presidente) do Circulo Monárquico do Rio de Ja-neiro, Ohannes Kadberian, e com a escritora, roteirista e produtora Anna Himmel. Na ocasião foi discutido o andamento do projeto série de tv “D. Isabel A Redentora”, de Anna Himmel.A previsão para filmagems do Teaser (Trailer) é para o mês de maio e, em seguida, a Produtora viaja para Parma na Itália onde apresentará a peça “A Gata de Sapatilhas”. Anna Himmel é sucesso na Itália onde morou, produziu e atuou por alguns anos. De volta ao Brasi, em Outubro, fará a apresentação do Teaser para a Família Imperial, convidados, profis-sionais de TV, cinema e teatro.Encontro No encontro, os dois presi-dentes trataram sobre como os vári-os movimentos monárquicos irão se posicionar com os atuais problemas da nação, entre os quais: violência

Da Redação do IBI

generalizada, corrupção descarada, educação, desagregação da família e da religião símbolo do tradicional-ismo, entre tantos outros problemas que estamos enfrentando.Cruz enfatizou a necessidade de todos juntos trabalharem o projeto 2018. “Já diziam os três mosqueteiros um por todos e todos por um. O exem-plo do revoar dos gansos nos ensina que quando uma ave voa sozinha ela sente a resistência do ar e a dificul-dade de voar. Voando na formação em “V” o bando inteiro aumenta em 71% o alcance de voar. Precisamos seguir o exemplo e os os monarquis-tas do Brasil trabalharmos um projeto único para a restauração com data marcada: 2018”, disse Cruz.O Chanceler do Circulo Monárquico do Rio de Janeiro, Ohannes Kadbe-rian concordando com as propostas apresentadas pelo Presidente do IBI, Antonyo Cruz, vai discutí-las com os seus pares e voltar a conversar em uma próxima data.

Antonyo Cruz, Ohannes Kadberian e Anna Himmel

Monarquista, anuncie o seu produto ou serviço neste espaço

Page 6: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

Em abril se comemoram os trinta anos do conflito bélico entre a República Argentina e o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, pela posse do arquipélago das Falklands/Malvinas.O conflito em si, começou como uma atitude desesperada da sanguinária ditadura argentina, então vigente, que ao invadir o arquipélago buscava re-verter a situação de desgaste interno, e ao insuflar o patriotismo do povo ar-gentino poder ganhar uma sobrevida. Essa atitude do governo argentino se deu contra uma comunidade que por muito tempo manteve excelentes relações com os próprios argentinos.As ilhas Falklands, foram ocupadas e colonizadas pelos britânicos a par-tir de 1833, num momento em que as Províncias Unidas do Rio da Prata não tinham a efetiva soberania so-bre aquele território e viviam em lu-tas fatricidas pelo poder político na-cional. Assim em 1982 os argentinos invadiram um território governado e habitado por britânicos, que viviam em paz e harmonia com os próprios

06Artigo

A irresponsabilidadeREPUBLICANALuís Severiano Soares RodriguesEconomista, pós-graduado em história, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói e Artista Plástico

argentinos por mais de cem anos. En-tão como se poderia esperar de um governo que se prese, os britânicos foram em defesa dos seus. Os argen-tinos talvez não tenham pensado bem no que fizeram, ao mexerem com uma potência militar, como é o caso da Grã-Bretanha. Dizem que o general-presidente Galtieri vivia de porre, e só isso explica tal ato, pois os britânicos mobilizaram a Comunidade Britânica de Nações, e mostraram a força do seu império. O resultado foi o esper-ado, os argentinos vergonhosamente derrotados, tendo sacrificado várias vidas jovens a troco de uma loucura de um bêbado. E para sorte dos ar-

gentinos, aquilo que o seu governo es-perava conseguir, se deu ao contrário – a derrota precipitou o fim da san-guinária ditadura platina, e os gener-ais presidentes e seus auxiliares nas atrocidades foram julgados e presos.Assim os argentinos deveriam agra-decer aos britânicos por eles terem vencido a guerra e os terem livrado do pesadelo em que viviam. Mas in-felizmente o atual governo populista argentino insiste em manter na mídia a reinvindicação daquelas ilhas. Essa atitude, claro, volta-se para insuflar o patriotismo do povo, e manter o atual governo com apoio popular, gerando inconsequentemente, cenas ridícu-

las de jovens tentando tacar pedras e coquetéis molotov na Embaixada Britânica em Buenos Aires, por oc-asião da passagem dos trinta anos. Tudo isso, fruto da irresponsabilidade republicana que também existe por lá, pois os argentinos sabem que os britânicos não abrirão mão da sobera-nia sobre aquelas ilhas, nem deixarão o seu povo na mão de estrangeiros que não sabem governar a si mesmo e por isso usam esses expedientes baixos. Além do que, os britânicos não abriram mão daquele território quan-do a única fonte de renda por lá era a lã dos carneiros. Agora que estão expl-orando petróleo por lá, muito menos.

Monarquista, anuncie o seu produto ou serviço neste espaço

Page 7: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

07

O mês de abril é eminentemente lem-brado pelo feriado da páscoa, seja pelo poder publico, pelo comercio ou pela sociedade em geral, relegando para o colégio a tarefa de ensinar aos futuros cidadãos que no vigésimo primeiro dia deste mês comemora-se a imagem do patrono cívico do Brasil.Esta situação é somente um exem-plo do descaso com que se trata a questão da cidadania no país. O próp-rio feriado reveste-se de uma manobra audaciosa para apagar os resquícios da monarquia e de seus defensores, como que num processo de negação do passado e num embuste proposi-tado. Tais atos demonstram que o civ-ismo brasileiro é fictício e concebido de uma forma a ser interessante aos grupos econômicos dominadores.Á época da escolha do patrono cívico do Brasil, durante a republica velha, foi conjeturado qual brasileiro não monárquico e de direita poderia ser elevado a este status. A tarefa era difícil desde sua origem, mas era at-enuada pelo propósito de suplantar a memória nacional por contos da caro-chinha. Criar uma história e conceber uma figura.Ouvimos na escola contos enérgicos sobre a bravura de Tiradentes ante o absolutismo real português, seus pla-nos de independência e sobre “Lib-erté, égalité et Fraternitê”, o Libertas quae sera tamen. Uma boa pesquisa revela o contrario sobre toda a fanta-sia da inconfidência mineira, mas as-sim se propagou a história institucion-

alizada.E deu certo... Hoje, comemoramos um patrono cívico que não se consid-erava brasileiro, que almejava sepa-rar Minas Gerais do resto do Brasil, cujo grupo nunca cogitou abolir a es-cravidão e que não possuía qualquer apoio popular. A farsa fora montada, posta e realizada. Mas porque isso? Simples, ele era republicano.Tantos nomes de grandes patrícios nossos, tantos homens e mulheres que se destacaram em momentos sin-gulares e em sacrifício ao pais, cujos ideais e feitos pouco se fala há déca-das. Baianos na balaiada, Gaúchos na guerra dos farrapos, Paraenses na cabanagem, todos esquecidos, pos-tos de lado para se exaltar um homem cujo diferencial era ser um republica-no contra estrangeiros.Joaquim José da Silva Xavier repre-sentaria a luta contra o estrangeiro, um “brasileiro” morto por ir contra a tirania do absolutismo português colonial. Outros brasileiros, mais val-orosos, e que também lutaram pelo Brasil foram descartados. Uma vez que, na época, D. Pedro II ainda era amado, lembrado e idolatrado pelo povo, qualquer exemplo de uma re-volta contra o império era evitado pela republica velha. Eles queriam apagar a qualquer custo da memória popular um período áu-reo, o fato de que a independência fora produto da monarquia e o sen-timento popular de admiração pelo imperador. E neste ponto chegamos a uma questão crucial a ser tratada, a independência e o conceito de ci-

QUE PATRONO

CÍVICO?Artigo

Nélson Lilioso de Freitas SilveiraBacharel em direito e monarquista Paraense

Page 8: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

08dadania do Brasil, forjado nos primeiros anos de nacionalidade e nativismo.A nação brasileira e o conceito de Brasil não po-dem ser considerados existentes antes da inde-pendência. As colônias portuguesas na américa eram, a exemplo da treze colônias britânicas na américa do norte, territórios autônomos e sem qualquer ligação que não a territorial e a subju-gação ao domínio lusitano.O criador dos conceitos de brasilidade, de Bras-il e de brasileiro foi José Bonifácio de Andrada e Silva, o patrono da independência e um dos maiores cientistas da sua época! Seu renome era tanto que o rei de Portugal levou anos a autorizar sua volta à cidade de Santos no Brasil, sua terra Natal. Bonifácio foi de tal maneira relevante à in-dependência e a formação do Brasil, sendo tão notável profissionalmente, que muitos o chamam de Benjamim Franklin do Brasil. Mas ao contrario do patriarca estadunidense, o patriarca brasileiro era abolicionista e um homem divertido. O livro “1822” narra com riqueza de de-talhes os fatos sobre a questão, por vezes referin-do-se a Bonifácio como homem sábio. Desde sua vinda ao Brasil, a atuação relevante como emis-sário nas cortes de Lisboa, até a guinada que o levou a projetar uma nação moderna no coração da abusada América colonial.As três diferenças básicas entre as duas persona-gens aqui tratadas, Tiradentes e José Bonifácio, não se resumem a pontos históricos. Divergem em essência do conceito de cidadania que temos e daquele que almejamos.Tiradentes não pensava em libertar o Brasil, mas a sua terra na província de Minas Gerais. O mod-elo de governo que os inconfidentes iriam empre-gar era republicano, mas não democrático. Iriam manter a escravidão e continuar num sistema elitista similar ao absolutismo português, uma vez que eram todos de alta classe.Bonifácio, por sua vez, era um abolicionista con-victo. Um idealizador de um sistema educacional e de saúde básico, e orquestrou a união de todos os territórios portugueses na América Latina. Sa-bia que separados seriamos fracos, e que juntos formaríamos um gigante destemido.Todavia, percalços no caminho de Bonifácio im-pediram que ele concretizasse seu intento - entre eles o de mudar a capital do Brasil para o centro da nação, isso em 1822! Ele e D. Pedro I jamais efetivaram seus planos abolicionistas, mas é a eles que devemos nosso legado cívico, a união da nação e a força do Brasil.Portanto, eis a verdadeira história do vinte e um de abril, da farsa militar na republica velha e do verdadeiro patrono cívico do Brasil. Bonifácio foi o homem que idealizou o tamanho, a força e os mais nobres ideais que guiariam a única nação das américas a falar português. A segunda em ta-manho e a primeira a ter telefone. Mas isso já é outra história.

Page 9: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

09Leonardo BrunoPublicado no site Mídia sem Máscarawww.midiasemmascara.org

Curioso o alarido histérico de parte da imprensa em torno do senador Demóstenes Torres, que acaba de sair do DEM. Não que os pecados dele de-vam ir para debaixo do pano. Todavia, o pecado maior não foi o de ser ami-go de um delinqüente vulgar, de um bicheiro de caça-níqueis. O pecado maior mesmo foi de não ter sido ami-go de delinqüentes bem maiores. E, lembremos delinqüentes maiores de

Aos amigos, tudo, aos inimigos, a lei

Pedro França/Agência Senado

esquerda. Alguém supera o PT neste ínterim? Duvido.As safadezas do governo Lula e Dilma são coisas de crime organizado, perto das delinqüências menores de pivete de Demóstenes. Lula e Dilma podem ser amigos do tiranete Hugo Chávez, do narcotraficante Evo Morales, dos terroristas das FARCs, do fanático is-lâmico Ahmadinejad ou do jurássico stalinista do Caribe, Fidel Castro. Ou bem menos, podem ser amiguinhos de Zé Dirceu e Marcos Valério. Mas na imprensa, tudo isso é só silêncio...

Quase sempre desconfio de marchas contra a corrupção. Pois, no final das contas, por trás de tais moralismos, sempre há um corrupto acusando o outro. Neste caso particular, os petis-tas se promoveram justamente com a tal “ética na política”, criando dossiês e fábrica de espionagem na vida pri-vada alheia, parasitando os podres al-heios, enquanto escondiam os seus. Criaram uma ética de delação gener-alizada, digna dos piores esquemas de patrulhamento soviético.E foi assim que movimentaram uma

turba estudantil de moleques analfa-betos funcionais de cara pintada, para fazer coro à derrubada do ex-presidente Collor de Mello. Essa mes-ma juventude cretina e ignorante, que cospe na cara de inermes velhinhos militares da Reserva, enquanto baju-lam e cantam loas à memória de ter-roristas, assaltantes de bancos e as-sassinos comunistas.Concomitante a isso, o PT nos brindou com o mais ardiloso esquema de cor-rupção que a república presenciou em sua história, o mensalão. Isto porque

A fraqueza de políticos como Demóstenes Torres é ignorar que não estão mais numa

realidade democrática elementar

Page 10: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

10o esquema petista foi apenas a ponta do iceberg de um completo e descara-do aparelhamento do Estado pelo partido. A imprensa, com algumas exceções notáveis, foi condescend-ente com as falcatruas monumentais do governo. Aliás, foi por causa dela (além da covardia da oposição), que Lula conseguiu se reeleger e ainda colocar sucessora, um poste chama-do Dilma.Foi diferente com Demóstenes? Sim. A Polícia Federal agiu como a KGB, quebrando a sua privacidade, sem qualquer reserva legal. E o STF, omis-so, quase pondo na gaveta o processo

das falcatruas petistas, foi rápido no ataque ao senador. Quebrou seu sigi-lo bancário e concluiu a destruição de sua reputação.Surpreendente foi o posicionamento do DEM com relação a Demóstenes. O partido pediu sua cabeça e a deu de bandeja para os inimigos. Talvez o “problema” dos democratas é que seu espírito de máfia é fraco demais ou talvez ainda sobre uma certa aparên-cia de decoro público. Decoro, inclu-sive, com o próprio governo, já que a oposição demonstra uma apática e infame covardia. Lula foi bem mais blindado pelos seus acólitos de par-

tido, quando cinicamente dizia que o mensalão não existia e que não sabia de nada. Ou será que alguém acredita que o ex-presidente, com seu entou-rage todo envolvido com a bandal-heira mensaleira, e com José Dirceu, depois cassado, não sabia de nada mesmo? Nem era necessária uma gravação para derrubar o ex-presi-dente. Bastava o Congresso vergonha na cara, e acabaria com a carreira do PT. Ultimamente, porém, o Congresso prefere cassar ladrões de galinha ou batedores de carteira.Mas não me iludo com políticos como Demóstenes Torres, ainda que tenha

sido um grande estrago para uma oposição cada vez mais insignificante. A fraqueza de políticos como ele é ig-norar que não estão mais numa reali-dade democrática elementar. Daí ter sido espionado e massacrado com relativa facilidade. Por isso, não me surpreendente mais a desproporção do caso. Dentro de uma república cada vez mais deformada, no que diz respeito ao cumprimento da legali-dade, o pecado maior do senador foi não ter sido petista. Ou melhor, ter sido opositor do governo. Claro está que aos amigos tudo, aos inimigos, a lei.E o jugo da lei está nas mãos do PT.

Patrimônio

IPHAN abre chamada pública para projetos voltados a qualificação de jovens em

restauração e conservação em Minas Gerais

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional abre chamada pública que seleciona projetos para qualificação de jovens em restauração e conservação de bens do patrimônio cultural brasileiro no Estado de Minas Gerais. As propostas serão recebidas por meio do portal dos convênios (www.convenios.gov.br) no Programa 2041120120002 - Qualificação de jovens em restauração e conservação de bens do patrimônio cultural bra-sileiro no Estado de Minas Gerais. O período de envio é de 17 de abril a 02 de maio de 2012.O objeto das propostas deve estar vol-tado para projetos de apoio a ações educativas, de formação e capaci-tação de jovens, na cidade de Belo Horizonte/MG. A finalidade é qualifi-car 30 jovens em situação de vulnera-bilidade e risco social, no período de um ano, para exercerem a função de assistentes de restauradores, de bens móveis e imóveis, de reconhecido val-or artístico e histórico.A Formação de mão-de-obra quali-ficada para a restauração e con-servação do patrimônio cultural, o fomento a pesquisa e o empreende-

dorismo, a promoção da inserção so-cial e profissional de jovens carentes, a valorização da identidade cultural e a autoestima social, são os objetivos desse projeto.

InformaçõesSuperintendência do Iphan em Minas GeraisTelefones: (31) 3222-2440/3051E-mail: [email protected]

Departamento do Patrimônio Material e FiscalizaçãoTelefones: (61) 2024.6376/6342E-mail: [email protected]

Da Redação do IBI

Page 11: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

11

ExércitoArtigo

BRASILEIROGen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo PereiraPublicado no site Ternumawww.ternuma.com.br

Nos quartéis, no alvorecer do dia fes-tivo de 19 de abril, os clarins ressoarão em manifestação ruidosa anunciando o “Dia do Exército Brasileiro”.Para os pouco afeitos à História da Pátria e do Exército Brasileiro, abaixo breves trechos de nosso livro inédito sobre “A Formação da Identidade do Exército Brasileiro através de sua Evolução Histórica”.

- As lutas contra as tropas holandesas, iniciadas em 13 de junho de 1645, com a Insurreição Pernambucana, e cujos maiores lustros ocorreram na 1ª e na 2ª Batalhas dos Montes Guara-rapes, localizados próximos de Recife, em 19 de abril de 1648 e 19 de fe-vereiro de 1649, respectivamente, de modo especial simbolizaram a deter-minação vigente em expulsar aqueles invasores, que haviam dominado a região por mais de duas décadas.

- Ardilosamente, desencadearam uma luta de desgaste, inovadora pe-los novos métodos surgidos, com surtidas rápidas e fulminantes, para, afinal, mediante o agrupamento de tropas, enfrentá – los em batalhas campais vitoriosas, como foi o caso da 1ª Batalha dos Guararapes, que impediu o rompimento do cerco que as tropas luso – brasileiras impun-ham aos holandeses, então retraídos em Recife, à época capital da colônia holandesa.

- A Primeira Batalha de Guararapes,

travada em 19 de abril de 1648, é o marco inicial do sentimento de nacion-alidade, porque assinala a gênese do Exército Brasileiro. Mais grandiosa do que uma simples vitória, adquiriu, no perpassar dos tempos, um simbolis-mo que ultrapassou a mera limitação temporal, sobrelevando – se muito além do sacrifício material empreen-dido pelos seus personagens. A com-preensão de seu significado místico ficou indelével e perpetuamente mar-cada na historiografia da Instituição, quando, por Decreto Presidencial, de 24 de março de 1994, ficou instituída aquela data, como o “Dia do Exército Brasileiro”.

- Os 18 chefes revoltosos cumpriram um compromisso de honra, assinado em 1645, por João Fernandes Viei-ra, André Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e Henrique Dias, os quais assinaram a seguinte proclamação:

- “Nós, abaixo assinados, nos conjura-mos e prometemos, em serviço da liberdade, não faltar a todo o tempo que for necessário, com toda a ajuda de fazendas e de pessoas, contra todo o risco que se oferecer, contra qualquer inimigo, em restauração de nossa Pátria (pela primeira vez na historiografia brasileira, é citado o vocábulo “Pátria”!), para o que nos obrigamos a manter todo o segredo que nisto convém; sob pena de quem o contrário fizer ser tido por rebelde e traidor e ficar sujeito ao que as leis, em tal caso, permitem. Debaixo deste comprometimento nos aliamos em 23 de maio de 1645”.

Sim, brasileiros, nacionalistas ou sim-plesmente paridos nestas plagas, “a componente militar está, portanto, intimamente ligada à constituição do tecido histórico daquelas sociedades primitivas, participando de maneira cabal de sua existência, até como seu ponto de referência”.No Brasil, não foi diferente, como se comprova desde os primórdios da col-onização, seja nas lutas contra o gen-tio, nos conflitos em busca da interi-orizarão, nos combates aos invasores, nas guerras contra os espanhóis, nas revoltas contra os colonizadores, nas lutas internas de consolidação do ter-ritório e, finalmente, contra os países do sul do continente.No decorrer de toda a nossa história, o Exército tem acompanhado com pat-riotismo a marcha dos acontecimen-tos, sempre imbuído do mais genuíno espírito cívico.

Portanto, militares do Exército brasilei-ro, recebam o nosso efusivo abraço, o nosso respeito, a nossa admiração, pois a partir de 19 de abril de 1648, ou mesmo antes, iniciava - se a con-strução de uma identidade, de uma personalidade, de uma Instituição Permanente, altaneira, orgulhosa e pronta para servir a Nação brasileira.Mas, convém lembrar que par e passo à evolução do Exército Brasileiro(hoje, uma das Instituições de maior credi-bilidade do País), construía - se uma Nação soberana e altiva, esta terra abençoada e seu diligente povo, que sobreviverão, apesar de seus inimigos externos (e internos... também).

“Guararapes: Berço da Nacionalidade e do Exército Brasileiro!”

Brasília, DF, 18 de abril de 2012

Page 12: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

12

MASSANGANATextos clássicos

Joaquim NabucoMinha Formação (1900)

O traço todo da vida é para muitos um desenho da criança esquecido pelo homem, mas ao qual ele terá sem-pre que se cingir sem o saber... Pela minha parte acredito não ter nunca transposto o limite das minhas qua-tro ou cinco primeiras impressões... Os primeiros oito anos da vida foram assim, em certo sentido, os de minha formação, instintiva ou moral, defini-tiva... Passei esse período inicial, tão remoto, porém mais presente do que qualquer outro, em um engenho de Pernambuco, minha província natal. A terra era uma das mais vastas e pito-rescas da zona do Cabo... Nunca se me retira da vista esse pano de fundo que representa os últimos longes de minha vida. A população do peque-no domínio, inteiramente fechado a qualquer ingerência de fora, como to-dos os outros feudos da escravidão, compunha-se de escravos, distribuí-dos pelos compartimentos da sen-zala, o grande pombal negro ao lado da casa de morada, e de rendeiros, ligados ao proprietário pelo benefício da casa de barro que os agasalhava ou da pequena cultura que ele lhes consentia em suas terras. No cen-tro do pequeno cantão de escravos levantava-se a residência do senhor, olhando para os edifícios da moagem, e tendo por trás, em uma ondulação do terreno, a capela sob a invocação de São Mateus. Pelo declive do pasto árvores isoladas abrigavam sob sua umbela impenetrável grupos de gado sonolento. Na planície estendiam-se os canaviais cortados pela alameda tortuosa de antigos ingás carregados de musgos e cipós, que sombreavam de lado a lado o pequeno rio Ipojuca. Era por essa água quase dormente sobre os seus largos bancos de areia que se embarcava o açúcar para o Recife; ela alimentava perto da casa um grande viveiro, rondado pelos jac-arés, a que os negros davam caça, e

Page 13: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

13nomeado pelas suas pescarias. Mais longe começavam os mangues que chegavam até à costa de Nazaré.Durante o dia, pelos grandes calores, dormia-se a sesta, respirando o aro-ma, espalhado por toda a parte, das grandes tachas em que cozia o mel. O declinar do sol era deslumbrante, pedaços inteiros da planície transfor-mavam-se em uma poeira de ouro; a boca da noite, hora das boninas e dos bacuraus, era agradável e balsâmica, depois o silêncio dos céus estrelados, majestoso e profundo. De todas es-sas impressões nenhuma morrerá em mim. Os filhos de pescadores sentirão sempre debaixo dos pés o roçar das areias da praia e ouvirão o ruído da vaga. Eu por vezes acredito pisar a espessa camada de canas caídas da moenda e escuto o rangido longínquo dos grandes carros de bois...Emerson quisera que a educação da criança começasse cem anos antes dela nascer. A minha educação re-ligiosa obedeceu certamente a essa regra. Eu sinto a idéia de Deus no mais afastado de mim mesmo, como o sinal amante e querido de diversas gerações. Nessa parte a série não foi interrompida. Há espíritos que gostam de quebrar todas as suas cadeias, e de preferência as que outros tives-sem criado para eles; eu, porém, se-ria incapaz de quebrar inteiramente a menor das correntes que alguma vez me prendeu, o que faz que suporto cativeiros contrários e menos do que as outras uma que me tivesse sido deixada como herança. Foi na peque-na capela de Massangana que fiquei unido à minha.As impressões que conservo dessa idade mostram bem em que profun-dezas os nossos primeiros alicerces são lançados. Ruskin escreveu esta variante do pensamento de Cristo sobre a infância: “A criança sustenta muitas vezes entre os seus fracos de-dos uma verdade que a idade madura com toda sua fortaleza não poderia suspender e que só a velhice terá novamente o privilégio de carregar.” Eu tive em minhas mãos como brin-quedos de menino toda a simbólica do sonho religioso. A cada instante encontro entre minhas reminiscên-cias miniaturas que por sua frescura de provas avant la lettre devem datar dessas primeiras tiragens da alma. Pela perfeição dessas imagens ina-pagáveis pode-se estimar a impressão

causada. Assim eu via a Criação de Miguel Ângelo na Sistina e a de Rafael nas Loggie, e, apesar de toda a minha reflexão, não posso dar a nenhuma o relevo interior do primeiro paraíso que fizeram passar diante dos meus olhos em um vestígio de antigo Mis-tério popular. Ouvi notas perdidas do Angelus na Campanha romana, mas o muezzin íntimo, o timbre que soa aos meus ouvidos à hora da oração, é o do pequeno sino que os escravos es-cutavam com a cabeça baixa, murmu-rando o Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Este é o Millet inalterável que se gravou em mim. Muitas vezes tenho atravessado o oceano, mas se quero lembrar-me dele, tenho sempre diante dos olhos, parada instantanea-mente, a primeira vaga que se levan-tou diante de mim, verde e transpar-ente como um biombo de esmeralda, um dia que, atravessando por um extenso coqueiral atrás das palhoças dos jangadeiros, me achei à beira da praia e tive a revelação súbita, fulmi-nante, da terra líquida e movente... Foi essa onda, fixada na placa mais sen-sível do meu kodak infantil, que ficou sendo para mim o eterno clichê do mar. Somente por baixo dela poderia eu escrever: Thalassa! Thalassa!Meus moldes de idéias e de sentimen-tos datam quase todos dessa época. As grandes impressões da madureza não têm o condão de me fazer re-viver que tem o pequeno caderno de cinco a seis folhas apenas em que as primeiras hastes da alma aparecem tão frescas como se tivessem sido calcadas nesta mesma manhã... O en-canto que se encontra nesses eidola grosseiros e ingênuos da infância não vem senão de sentirmos que só eles conservam a nossa primeira sensibi-lidade apagada... Eles são, por assim dizer, as cordas soltas, mas ainda vi-brantes, de um instrumento que não existe mais em nós...Do mesmo modo que com a religião e a natureza, assim com os grandes fatos morais em redor de mim. Estive envolvido na campanha da abolição e durante dez anos procurei extrair de tudo, da história, da ciência, da re-ligião, da vida, um filtro que seduzisse a dinastia; vi os escravos em todas as condições imagináveis; mil vezes li A cabana do Pai Tomás, no original da dor vivida e sangrando; no entanto a escravidão para mim cabe toda em um quadro inesquecido da infância,

em uma primeira impressão, que de-cidiu, estou certo, do emprego ulterior de minha vida. Eu estava uma tarde sentado no patamar da escada exte-rior da casa, quando vejo precipitar-se para mim um jovem negro desconhe-cido, de cerca de dezoito anos, o qual se abraça aos meus pés suplicando-me pelo amor de Deus que o fizesse comprar por minha madrinha para me servir. Ele vinha das vizinhanças, pro-curando mudar de senhor, porque o dele, dizia-me, o castigava, e ele tinha fugido com risco de vida... Foi este o traço inesperado que me descobriu a natureza da instituição com a qual eu vivera até então familiarmente, sem suspeitar a dor que ela ocultava.Nada mostra melhor do que a própria escravidão o poder das primeiras vi-brações do sentimento... Ele é tal, que a vontade e a reflexão não po-deriam mais tarde subtrair-se à sua ação e não encontram verdadeiro prazer senão em se conformar... As-sim eu combati a escravidão com to-das as minhas forças, repeli-a com toda a minha consciência, como a deformação utilitária da criatura, e na hora em que a vi acabar, pensei poder pedir também minha alforria, dizer o meu nunc demitis, por ter ouvido a mais bela nova que em meus dias Deus pudesse mandar ao mundo; e, no entanto, hoje que ela está extinta, experimento uma singular nostalgia, que muito espantaria um Garrisson ou um John Brown: a saudade do es-cravo.É que tanto a parte do senhor era inscientemente egoísta, tanto a do escravo era inscientemente gener-osa. A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil. Ela espalhou por nossas vastas solidões uma grande suavidade; seu contato foi a primeira forma que recebeu a natureza virgem do pais, e foi a que ele guardou; ela povoou-o como se fosse uma religião natural e viva, com os seus mitos, suas legendas, seus encantamentos; insuflou-lhe sua alma infantil, suas tristezas sem pesar, suas lágrimas sem amargor, seu silêncio sem con-centração, suas alegrias sem causa, sua felicidade sem dia seguinte... É ela o suspiro indefinível que exalam ao luar as nossas noites do Norte. Quanto a mim, absorvi-a no leite preto que me amamentou; ela envolveu-me como uma carícia muda toda a minha

infância; aspirei-a da dedicação de velhos servidores que me reputavam o herdeiro presuntivo do pequeno domínio de que faziam parte... Entre mim e eles deve ter-se dado uma tro-ca contínua de simpatia, de que resul-tou a terna e reconhecida admiração que vim mais tarde a sentir pelo seu papel. Este pareceu-me, por contraste com o instinto mercenário da nossa época, sobrenatural à força de natu-ralidade humana, e no dia em que a escravidão foi abolida, senti distinta-mente que um dos mais absolutos desinteresses de que o coração hu-mano se tenha mostrado capaz não encontraria mais as condições que o tornaram possível.Nessa escravidão da infância não posso pensar sem um pesar involun-tário... Tal qual o pressenti em torno de mim, ela conserva-se em minha re-cordação como um jugo suave, orgul-ho exterior do senhor, mas também orgulho íntimo do escravo, alguma coisa parecida com a dedicação do animal que nunca se altera, porque o fermento da desigualdade não pode penetrar nela. Também eu receio que essa espécie particular de escravidão tenha existido somente em proprie-dades muito antigas, administradas durante gerações seguidas com o mesmo espírito de humanidade, e onde uma longa hereditariedade de relações fixas entre o senhor e os escravos tivessem feito de um e out-ros uma espécie de tribo patriarcal isolada do mundo. Tal aproximação entre situações tão desiguais perante a lei seria impossível nas novas e ricas fazendas do Sul, onde o escravo, desconhecido do proprietário, era so-mente um instrumento de colheita. Os engenhos do Norte eram pela maior parte pobres explorações industriais, existiam apenas para a conservação do estado do senhor, cuja importân-cia e posição avaliava-se pelo número de seus escravos. Assim também en-contrava-se ali, com uma aristocracia de maneiras que o tempo apagou, um pudor, um resguardo em questões de lucro, próprio das classes que não tra-ficam.[...]A noite da morte de minha madrinha é a cortina preta que separa do resto de minha vida a cena de minha infância. Eu não imaginava nada, dormia no meu quarto com a minha velha ama, quando ladainhas entrecortadas de

Page 14: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

14soluços me acordaram e me comunic-aram o terror de toda a casa. No corre-dor, moradores, libertos, os escravos, ajoelhados, rezavam, choravam, last-imavam-se em gritos; era a conster-nação mais sincera que se pudesse ver, uma cena de naufrágio; todo esse pequeno mundo, tal qual se havia for-mado durante duas ou três gerações em torno daquele centro, não existia mais depois dela: seu último suspiro o tinha feito quebrar-se em pedaços. A mudança de senhor era o que havia mais terrível na escravidão, sobretudo se se devia passar do poder nominal de uma velha santa, que não era mais senão a enfermeira dos seus escra-vos, para as mãos de uma família até então estranha. E como para os escravos, para os rendeiros, os em-pregados, os pobres, toda a gens que ela sustentava, a que fazia a dis-tribuição diária de rações, de socor-ros, de remédios... Eu também tinha que partir de Massangana, deixado por minha madrinha a outro herdei-ro, seu sobrinho e vizinho; a mim ela deixava um outro dos seus engenhos, que estava de fogo morto, isto é, sem escravos para o trabalhar... Ainda hoje vejo chegar, quase no dia seguinte à morte, os carros de bois do novo pro-prietário... Era a minha deposição... Eu tinha oito anos. Meu pai pouco tempo depois me mandava buscar por um velho amigo, vindo do Rio de Ja-neiro. Distribuí entre a gente da casa tudo que possuía, meu cavalo, os ani-mais que me tinham sido dados, os objetos do meu uso. “O menino está

mais satisfeito, escrevia a meu pai o amigo que devia levar-me, depois que eu lhe disse que a sua ama o acom-panharia”. O que mais me pesava era ter que me separar dos que tinham protegido minha infância, dos que me serviram com a dedicação que tinham por minha madrinha, e sobretudo en-tre eles os escravos que literalmente sonhavam pertencer-me depois dela. Eu bem senti o contragolpe da sua es-perança desenganada, no dia em que eles choravam, vendo-me partir espo-liado, talvez o pensassem, da sua pro-priedade... Pela primeira vez sentiram eles, quem sabe, todo o amargo da sua condição e beberam-lhe a lia.Mês e meio depois da morte de min-ha madrinha, eu deixava assim o meu paraíso perdido, mas pertencendo-lhe para sempre... Foi ali que eu cavei com as minhas pequenas mãos ignorantes esse poço da infância, insondável na sua pequenez, que refresca o de-serto da vida e faz dele para sempre em certas horas um oásis sedutor. As partes adquiridas do meu ser, o que devia a este ou àquele, hão de dispersar-se em direções diferentes; o que, porém, recebi diretamente de Deus, o verdadeiro eu saído das suas mãos, este ficará preso ao canto de terra onde repousa aquela que me iniciou na vida. Foi graças a ela que o mundo me recebeu com um sorriso de tal doçura que todas as lágrimas imagináveis não mo fariam esquecer. Massangana ficou sendo a sede do meu oráculo íntimo: para impelir-me, para deter-me e, sendo preciso, para

resgatar-me, a voz, o frêmito sagrado, viria sempre de lá. Mors omnia sol-vil... tudo, exceto o amor, que ela liga definitivamente. Tornei a visitar doze anos depois a capelinha de São Ma-teus onde minha madrinha, Dona Ana Rosa Falcão de Carvalho, jaz na pare-de ao lado do altar, e pela pequena sacristia abandonada penetrei no cer-cado onde eram enterrados os escra-vos... Cruzes, que talvez não existam mais, sobre montes de pedras escon-didas pelas urtigas, era tudo quase que restava da opulenta fábrica, como se chamava o quadro da escravatu-ra... Embaixo, na planície, brilhavam como outrora as manchas verdes dos grandes canaviais, mas a usina agora fumegava e assobiava com um vapor agudo, anunciando uma vida nova. A almanjarra desaparecera no passado. O trabalho livre tinha tomado o lugar em grande parte do trabalho escravo. O engenho apresentava do lado do “porto” o aspecto de uma colônia; da casa velha não ficara vestígio... O sac-rifício dos pobres negros, que haviam incorporado as suas vidas ao futuro daquela propriedade, não existia mais talvez senão na minha lembrança...Debaixo dos meus pés estava tudo o que restava deles, defronte dos columbaria onde dormiam na estreita capela aqueles que eles haviam ama-do e livremente servido.Sozinho ali, invoquei todas as minhas reminiscências, chamei-os a muitos pelos nomes, aspirei no ar carregado de aromas agrestes, que entretêm a vegetação sobre suas covas, o sopro

que lhes dilatava o coração e lhes inspirava a sua alegria perpétua. Foi assim que o problema moral da es-cravidão se desenhou pela primeira vez aos meus olhos em sua nitidez perfeita e com sua solução obrig-atória. Não só esses escravos não se tinham queixado de sua senhora, como a tinham até o fim abençoado... A gratidão estava ao lado de quem dava. Eles morreram acreditando-se os devedores... seu carinho não teria deixado germinar a mais leve sus-peita de que o senhor pudesse ter uma obrigação para com eles, que lhe pertenciam... Deus conservara ali o coração do escravo, como o do animal fiel, longe do contato com tudo que o pudesse revoltar contra a sua dedi-cação. Esse perdão espontâneo da dívida do senhor pelos escravos figur-ou-se-me a anistia para os países que cresceram pela escravidão, o meio de escaparem a um dos piores taliões da história... Oh! Os santos pretos! Seri-am eles os intercessores pela nossa infeliz terra, que regaram com seu sangue, mas abençoaram com seu amor! Eram essas as idéias que me vinham entre aqueles túmulos, para mim, todos eles, sagrados, e então ali mesmo, aos vinte anos, formei a reso-lução de votar a minha vida, se assim me fosse dado, ao serviço da raça generosa entre todas que a desigual-dade da sua condição enternecia em vez de azedar e que por sua doçura no sofrimento emprestava até mesmo à opressão de que era vítima um reflexo de bondade...

Monarquista, anuncie o seu produto ou serviço neste espaço

Page 15: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

15Evento

Lançamento da Exposição Lusa Presença - Coleção de Arte de Luis Severiano Soares Rodrigues

Foi realizado no último dia 17 de abril, na Galeria Manuel Bandeira, Rio de Janeiro, o ato de inauguração da Exposição “Lusa Presença”, que traz a coleção de arte do monarquista e conselheiro do Instituto Brasil Imperial (IBI), Luis Severiano Soares Rodrigues.

Anna Himmel, Luiz Severiano Soares Rodrigues, Antonyo Cruz e Evany Fanzeres

Antonyo Cruz e Evany Fanzeres

Luiz Severiano Soares Rodrigues e Antonyo Cruz

Monarquista, anuncie o seu produto ou serviço neste espaço

Page 16: Pág 12 Imperial Gazeta€¦ · Pág 6 Massangana: um texto clássico de Joaquim Nabuco Pág 12 Lançamento da Exposição Luso- Brasileira. Pág 15 15 de outubro Imperial Lideranças

15

www.brasilimperial.org.br