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ORGANIZADORES DESSA PUBLICAÇÃOElaine Cristina Ferrreira Braz, Fábio Joventino de Amorim e Brunna de Andrade Lima Pontes Cavalcanti

PRODUÇÃO EXECUTIVA Núcleo de Comunicação Social da CPRH

REVISÃO EDITORIAL:Roberto Santos Sotero

CAPA E DIAGRAMAÇÃO:Renata Saturno Santos

FICHA CATALOGRÁFICA:Maria Madalena Barbosa de Albuquerque

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Ouvidoria Ambiental : (81) 3182-8923- [email protected]

B827p BRAZ, Elaine Cristina Ferreira ; AMORIM, Fábio Joventino de ; CAVALCANTI, Brunna de Andrade Lima Pontes. Orgs. Pesquisas científicas e práticas de Educação Ambiental no Refúgio de Vida Silvestre Matas do Sistema Gurjaú. 2ed.

Recife : CPRH, 2020. 38p

Inclui referências.

1. Vida silvestre 2. Educação ambiental 3. Pesquisa cientifica 4. Gurjaú 5. Biodiversidade 6. Mata atlântica 7. Unidade de conservação. I. Autor II. Título.

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Sumário

Apresentação Espécies Arbóreas Em Áreas De Borda De Matas Com Diferentes Usos Do Entorno, Refúgio De Vida Silvestre Matas Do Sistema Gurjaú, PernambucoGabrielle Stefany da Conceição Silva ; Tiago Vinícius Batista do Carmo; Elba Maria Nogueira Ferraz

Qualidade Ambiental Dos Solos Agrícolas: Efeito Dos Elementos Terras-Raras Na Produção Da Cultura CanavieiraBruno Fonseca da Silva; Andrezza Karla de Oliveira Silva; José Coelho de Araújo Filho

Aptidão Agroecológica Dos Solos Em Assentamentos Humanos Localizados Entre Unidades De Conservação Da Mata Atlântica Elaine Cristina Ferreira Braz; Andrea Karla Pereira da Silva

Avaliando A Efetividade Da Gestão Do Refúgio De Vida Silvestre Matas Do Sistema GurjaúAmone Juliana Beserra; José Severino Bento

A Contribuição Da Governança Para A Conservação Ambiental: O Caso Do Refúgio De Vida Silvestre Matas Do Sistema Gurjaú (Pe), BrasilTatiana Santana de Souza; Marx Prestes Barbosa

Construção Participativa De Divulgação Da Biodiversidade De Pernambuco: Atlas Ambiental, Sistemas De Bibliotecas E Centro De Educação AmbientalMárcio Bezerra Martins et al

Trabalho De Educação Ambiental Realizado Na Unidade De Conservação Rvs Matas Do Sistema Gurjaú Por Meio Do Projeto Criança EcológicaDanielle Santana

Diversidade De Fungos Conidiais Em Uma Unidade De Conservação De Pernambuco, Brasil Marcela Alves Barbosa; Elaine Malosso

Educação Ambiental Utilizando Formigas Como Indicadores De Qualidade Ambiental Wellton Lupercinio; Gilberto Gonçalves Rodrigues

Insetos Aquáticos Noturnos Como Prática Educativa Para O Conhecimento Da BiodiversidadERafael Pereira-Silva; Robson Lima; Gilberto Gonçalves Rodrigues

Herpetofauna Do Refúgio De Vida Silvestre Matas Do Sistema Gurjaú Patricia Marques do Amaral Oliveira et al

Apreensão E Resgate Da Avifauna: Como Mitigar As Ações Para A Conservação? Bruno Lisboa et al

Referências

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Apresentação

Uma das maiores Unidades de Conservação na mata atlântica pernambucana, o Refúgio de Vida Silvestre Matas do Sistema Gurjaú, possui como principal objetivo a proteção de ambientes naturais onde se asseguram as condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. Além disso, abriga e protege mais de duzentas nascentes e dois açudes de abastecimento de água para a população da Região Metropolitana do Recife, os açudes Gurjaú e o Secupema. O Refúgio, que é administrado pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), possui uma área de 1.077,1 ha e está localizado na zona rural dos municípios do Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes e Moreno.

A área, que possui 234 espécies vegetais, 220 de aves, 32 de mamíferos, 24 de anfíbios e 30 de répteis, dentre outras, é classificada no Atlas da Biodiversidade de Pernambuco como de extrema importância para a conservação da diversidade biológica e abriga fragmentos da floresta atlântica ao norte do rio São Francisco, no Centro de Endemismo Pernambuco (CEPE), uma das localidades onde essa floresta sofreu maior degradação e, por isso, região do planeta onde os esforços de conservação são imprescindíveis para que não ocorra a extinção global de espécies da área, seguindo orientação da Convenção da Diversidade Biológica (CDB).

Desde 2004, quando a CPRH iniciou o processo de gestão dessa unidade, uma sucessão de atividades têm sido desenvolvidas com o objetivo de possibilitar sua conservação. Em 2009, com a contratação de recursos humanos com dedicação exclusiva para a gestão da UC, as atividades de fiscalização e monitoramento, gestão participativa (conselho gestor), uso público (visitação, trilhas interpretativas), pesquisa científica e educação ambiental têm sido implementadas pela agência e em parceria com outras instituições do poder público e da sociedade civil. Dentre as supracitadas, possuem especial destaque as pesquisas científicas e as práticas de educação ambiental desenvolvidas na área.

Em 2018, a primeira edição desta publicação apresentou resumos de pesquisas científicas desenvolvidas e/ou em desenvolvimento na UC, no decênio 2009-2019, e de algumas das práticas e dos projetos de educação ambiental implementados a partir de 2011. Esta segunda edição contempla mais onze resumos de pesquisas científicas, além do resumo de um projeto de educação ambiental realizado na área. Com conteúdos que variam da análise das espécies vegetais presentes na borda em função dos diferentes usos do solo no entorno do RVS, perpassando pela qualidade e aptidão agroecológica do mesmo e pelos estudos sobre a biodiversidade da área como prática educativa, até a contribuição da governança ambiental para a conservação do Refúgio, o material proporciona ao leitor uma viagem ao território da Unidade de Conservação, guiada por valiosas vivências acadêmicas e socioambientais.

Boa leitura!

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Espécies Arbóreas Em Áreas De Borda De Matas Com Diferentes Usos Do Entorno, Refúgio De Vida Silvestre Matas Do Sistema Gurjaú, Pernambuco

Diferentes tipos de uso do solo no entorno dos fragmentos florestais podem aumentar ou diminuir o efeito de borda em diversos aspectos, como na dispersão de sementes, nos percentuais de espécies com diferentes atributos funcionais, na estrutura da vegetação e no número de espécies de cada hábito. Frente à problemática da fragmentação e das pressões de entorno, torna-se relevante conhecer como o efeito de borda pode alterar a estrutura das populações vegetais em remanescentes protegidos de floresta atlântica, notadamente com diferentes tipos de atividades rurais de alta e baixa intensidade. Como atividade rural de alta intensidade, foi considerado o plantio de cana-de-açúcar, que faz uso periódico de fogo para colheita, pesticidas e fertilizantes; e, como de baixa intensidade, o uso do solo do entorno com áreas de policultura, roçados, sítios, chácaras, ou seja, atividades rurais que se caracterizam como agricultura de subsistência.

Assim, objetivaram-se caracterizar e comparar as estruturas da vegetação e os atributos funcionais de espécies arbóreas presentes em duas áreas de bordas florestais de fragmentos de floresta atlântica, com entornos imediato apresentando diferentes tipos de uso do solo (monocultura de cana-de-açúcar e policultura) e intensidades da atividade (alto e baixo impacto). A paisagem do Refúgio de Vida Silvestre Matas do Sistema Gurjaú foi selecionada por atender aos critérios de entorno imediato a serem testados, por possuir diferentes fragmentos e por ter condições de relevo e solos semelhantes entre as matas. Nas bordas das matas Bom Jardim (alto impacto) e Pau Santo (baixo impacto), foram plotadas dez parcelas de 10 x 10 m, totalizando 20 parcelas paralelas à borda (faixa de até 100 m do limite florestal). Foram amostrados em cada parcela todos os indivíduos com diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 15 cm.

A abundância e riqueza de espécies arbóreas foram semelhantes entre as bordas, com discreto aumento na mata Bom Jardim (25 espécies/150 indivíduos) em comparação a Pau Santo (20 espécies e 133 indivíduos). A composição de famílias e espécies mostrou-se diferenciada entre as matas, principalmente em relação às espécies de maior relevância ecológica em cada área de borda. Mabea occidentalis e Schefflera morototoni foram as espécies de maior importância ecológica em Bom Jardim, sendo que M. occidentalis teve os maiores valores de densidade (300 ind/ha) e frequência (100%) e S. morototoni de dominância (0,4729 m2/ha). Em Pau Santo, destacou-se Mabea occidentalis, com maior densidade (180 ind/ha) e frequência (80%), seguida das espécies Cordia sellowiana, Brosimum guianense e Myrcia sylvatica, que tiveram densidades e frequências iguais (120 ind/ha e 60%) e valores distintos de área basal (Gi). As cinco espécies são classificadas no grupo das pioneiras e têm síndrome de dispersão do tipo zoocórica, com exceção de M. occidentalis, que é autocórica.

Assim, são todas espécies que se desenvolvem bem em condições de maior incidência de luz, como é esperado existir nas áreas de borda das florestas, independentemente do efeito de entorno aumentar ou diminuir a entrada de luz na floresta. A autocoria presente em M. occidentalis pode ser entendida como um fator de facilitação e sucesso no estabelecimento dos indivíduos da espécie nas áreas de borda investigadas, o que difere das demais espécies que têm dependência da fauna dispersora, e a falta desta pode restringir a dispersão e renovação das suas populações. Quanto à ocorrência e ao registro dessas espécies em fragmentos de floresta atlântica de Pernambuco, para o recorte de dez levantamentos fitossociológicos considerados: M. occidentalis e C. sellowiana são listadas em apenas dois

___________________Gabrielle Stefany da Conceição Silva *; Tiago Vinícius Batista do Carmo; Elba Maria Nogueira Ferraz

*[email protected] Federal de Pernambuco, Recife (PE), Brasil.

Departamento Acadêmico de Ambiente, Saúde e Segurança (DASS)

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estudos; B. Guianense, em quatro; M. sylvatica, em cinco; e S. Morototoni, em 70% deles.

Esse maior registro de ocorrência de S. morototoni nos fragmentos de floresta atlântica do Estado sugere que, independentemente de existir variações ambientais entre fragmentos, dos seus diferentes estágios sucessionais e das pressões de entorno nas bordas florestais, a espécie consegue se manter na estrutura da vegetação e vem renovando suas populações. Avançar no conhecimento florístico-estrutural das áreas de borda é preciso, não apenas para entender a dinâmica de funcionamento destas e de seu avanço sucessional, mas para permitir selecionar espécies para a restauração de áreas degradadas dentro dessas paisagens, que seja pautada num conhecimento local das espécies e nas suas respostas funcionais.

Para o recorte espacial deste estudo, indica-se M. occidentalis como uma espécie referência para iniciar o processo de restauração das áreas degradadas nessa paisagem, associada às demais espécies dominantes nas áreas de borda, como S. morototoni, C. sellowiana, B. guianense e M. sylvatica, entre outras espécies que estão presentes na borda florestal e com renovação das suas populações na regeneração natural.

Recomenda-se o monitoramento dessas áreas de borda quanto às pressões existentes e ao avanço do processo sucessional, uma vez que os dados de riqueza de espécies e densidade registrados na mata Bom Jardim, em comparação à Pau Santo, bem como de composição, diferem do que era esperado para o estudo, por ser a monocultura da cana-de-açúcar vista como uma atividade de alto impacto e teoricamente contribuir para reduzir riqueza e abundância das populações menos resistentes às pressões de entorno.

Espécies identificadas no levantamento fitossociológico das áreas de borda das matas Bom Jardim e Pau Santo, Refúgio de Vida Silvestre Matas do Sistema Gurjaú, Pernambuco:

Família EspécieAnnonaceae Anaxagorea dolichocarpa Sprague & Sandwith Annona

glabra L.Araliaceae Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. &

FrodinBoraginaceae Cordia sellowiana Cham.

Calophyllaceae Caraipa densifolia Mart.Clusiaceae Tovomita mangle G. MarizEuphorbiaceae Mabea occidentalis Benth.Erythroxylaceae Erythroxylum mucronatum Benth.Fabaceae Albizia pedicellaris (DC.) L.Rico Parkia pendula Benth.Lecythidaceae Eschweilera ovata (Cambess.) MiersMelastomataceae Miconia calvescens DC

Miconia prasina (SW.) DCMeliaceae Guarea silvatica C.DC.Myrtaceae Myrcia sylvatica (G. Mey.) DC.Moraceae Brosimum discolor Schott.

Brosimum guianense (Aubl.) Huber ex DuckeBrosimum rubescens. Taub.Helicostylis tomentosa (poep. &Endl.) Rusby

Sapindaceae Cupania racemosa (Vell.) Radlk

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Qualidade Ambiental Dos Solos Agrícolas: Efeito Dos Elementos Terras-Raras Na Produção Da Cultura Canavieira

Utilização de fertilizantes no solo a longo prazo ou de forma ineficiente pode modificar e ocasionar impactos na estrutura química do solo, afetando a qualidade ambiental. Isto se deve ao fato de sua composição possuir oligoelementos (metais traços), que em elevadas concentrações acarretam sérios riscos aos cultivos e à saúde humana, por entrarem e se acumularem na cadeia alimentar, não sendo elementos biodegradáveis. Tratando-se dos oligoelementos, os elementos terras-raras (ETRs) formam um grupo coeso, com 17 elementos, constituído por lantanídeos, ítrio e escândio. Amplamente encontrados nos solos brasileiros em baixas concentrações, são aplicados no campo industrial tecnológico e na fabricação de fertilizantes, principalmente dos fosfatados, derivados de rochas fosfáticas, que concentram esses elementos. Devido a isso, solos agrícolas que recebem altas dosagens de adubações têm apresentado altas concentrações de terras-raras.

Estudos apontam para diversos benefícios agrícolas com a utilização de fertilizantes que possuem ETRs em baixas concentrações na sua constituição. Entretanto, esses resultados ainda não se encontram solidificados no campo científico, por existirem poucas pesquisas que analisem as implicações dos ETRs no cultivo, principalmente no Brasil. O Estado de Pernambuco possui extensas áreas de cultivo de cana-de-açúcar, e os fertilizantes fosfatados para essa cultura são aplicados com frequência em altas dosagens. Os ETRs podem estar acumulando-se no sistema solo-planta da cultura canavieira e podem ocasionar impactos negativos em médio-longo prazo. O objetivo deste trabalho é determinar o efeito de ETRs na produção de cana-de-açúcar cultivada em casa de vegetação.

Para realização do experimento, tornou-se necessário realizar a coleta do solo em área com baixos níveis de ações antrópicas, sendo selecionada a Reserva Ecológica do Gurjaú. As amostras de solo foram classificadas e coletadas na fração 0-20 cm em quatro diferentes pontos de uma mesma área. Após coleta, o material foi seco a ar, destorroado e acondicionado em vasos para montagem do experimento em casa de vegetação no Centro de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN/NE). A amostra de solo foi levada ao Laboratório de Química Ambiental do Solo (UFRPE) para análise de fertilidade. As mudas de cana-de-açúcar obtidas no Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE) foram acondicionadas nos vasos com solo. As plantas receberam quatro diferentes doses dos ETRs La, Eu e Y, contendo três réplicas para cada dosagem. Um grupo controle não recebeu as dosagens dos respectivos elementos para fins comparativos. Todas as plantas estão recebendo solução nutritiva semanalmente. A irrigação ocorre de forma controlada, com duração de 15 minutos, a cada três horas.

Por ser um experimento em andamento, resultados consolidados não foram obtidos. Contudo, o solo da área coletada foi classificado como argissolo amarelo distrófico, sendo considerado de baixa fertilidade. A análise de fertilidade reportou altos valores de Al (1,58 cmolc dm3) e matéria orgânica (40,70 g Kg-1), tendo um pH ácido (4,1) e baixos teores de nutrientes, Ca (0,36 cmolc dm3), K (0,14 cmolc dm3) e P (28,52 mg dm3). Os resultados obtidos são considerados normais para o tipo de solo encontrado, demonstrando que a área coletada possui baixa influência antrópica, sendo aconselhável sua utilização em experimentos de casa de vegetação, principalmente para pesquisas que necessitem de solos preservados, com baixa fertilidade.

___________________Bruno Fonseca da Silva*; Andrezza Karla de Oliveira Silva; José Coelho de Araújo Filho

*[email protected] Federal de Pernambuco, Recife (PE), Brasil.

Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente

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Aptidão Agroecológica Dos Solos Em Assentamentos Humanos Localizados Entre Unidades De Conservação Da Mata Atlântica

A implementação de alternativas mais sustentáveis às práticas agrícolas convencionais, no contexto da compatibilização da manutenção e conservação da mata atlântica, com uma agricultura familiar de valorização do agricultor, a exemplo do que promovem sistemas agroflorestais, exige estudos prévios. Dentre outros, a análise da aptidão agroecológica dos solos das áreas onde se pretende implementar tais sistemas. Além disso, é importante considerar que, como afirmam Martins e Ranieri (2014), a busca e o aprimoramento de práticas sustentáveis de uso direto dos recursos naturais devem ocorrer predominantemente no entorno e fora das Unidades de Conservação, de forma que tais espaços priorizem a proteção da biodiversidade. O objetivo desta pesquisa foi verificar a aptidão agroecológica dos solos em três áreas de assentamentos humanos localizadas entre Unidades de Conservação na mata atlântica.

Essas áreas estão localizadas entre os Refúgios de Vida Silvestre (RVS): Matas do Sistema Gurjaú, Matas do Bom Jardim, Matas do Contra Açude, Matas do Engenho Salgadinho e Matas de Caraúna, na Região Metropolitana do Recife (PE). Foram consideradas duas áreas de Projetos de Assentamento (PA) de Reforma Agrária: Serraria e Camarço; e uma área de Loteamento Rural: Pau Santo (Figura 1).

_________________Elaine Cristina Ferreira Braz*; Andrea Karla Pereira da Silva

*[email protected] de Pernambuco, Recife (PE), Brasil

Programa de Pós-Graduação em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável (GDLS)

Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de http://sigcabure.cprh.pe.gov.br/, em 24 de março de 2017, às 18:40.

Figura 1. Localização das três áreas de estudo em relação aos Refúgios de Vida Silvestre: Matas dos Sistema Gurjaú, Matas do Engenho Caraúna, Matas do Bom Jardim e Mata do Engenho Salgadinho.

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Para identificar a aptidão agroecológica dos solos das áreas, foi realizada a consulta à coleção de mapas de solos integrante do Zoneamento Agroecológico de Pernambuco (ZAPE), elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) em 1999. Os dados levantados foram tratados e interpretados a partir da plataforma SIG Caburé, que comporta o Sistema de Informações Geoambientais da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), por esta reunir informações georreferenciadas do documento técnico supracitado, além de outros dados específicos sobre o território onde estão localizadas as áreas de estudo desta pesquisa, e ainda possuir ferramentas que possibilitam a confecção de mapas temáticos.

A investigação da aptidão agroecológica dos solos do Loteamento Rural Pau Santo revelou a predominância de terras agricultáveis de bom e melhor potencial (Figura 2). Já o PA Serraria é composto predominantemente por terras agricultáveis de bom e melhor potencial e, em menor escala, por terras não indicadas para atividades agrícolas. Por sua vez, no PA Camarço, além de terras agricultáveis de bom e melhor potencial, existem também terras com aptidão para a silvicultura e o reflorestamento, em parte significativa da área (Figura 3)

Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de http://www.cabure.cprh.pe.gov.br/, em 25 de maio de 2017.

Figura 2. Mapa contendo informações sobre a aptidão agroecológica dos solos no Loteamento Rural Pau Santo.

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A análise indica o potencial ambiental das áreas para o desenvolvimento de cultivos agrícolas a partir de sistemas mais sustentáveis, como os sistemas agroflorestais. Com destaque para o PA Camarço, que possui parte significativa de seu solo apta a atividades de silvicultura e reflorestamento. Esses sistemas podem representar um caminho valioso para que os agricultores dessas áreas possam mudar o perfil da produção agrícola em seus lotes e parcelas, de processos que agridem o meio ambiente para processos que produzem alimentos promovendo a restauração e a manutenção dos sistemas naturais, numa base sustentável.

Figura 3. Mapa contendo informações sobre a aptidão agroecológica dos solos nos Projetos de Assentamento Serraria e Camarço.

Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de http://www.cabure.cprh.pe.gov.br/, em 20 de maio de 2017.

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Avaliando A Efetividade Da Gestão Do Refúgio De Vida Silvestre Matas Do Sistema Gurjaú

A mata atlântica é um dos biomas mais importantes do mundo, um hotspot mundial. Por sua importância global, ela foi decretada, em seis fases sucessivas entre 1991 e 2008, Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO (RBMA, 2019) e Patrimônio Nacional pela Constituição Federal de 1988 (SOS MATA ATLÂNTICA, 2019). No entanto, mesmo sendo Área Protegida, reconhecida nacional e internacionalmente, continua ameaçada de desaparecer em consequência da ação antrópica que sofre a mais de 500 anos. Com o propósito de preservar amostras significativas desse bioma, as Unidades de Conservação (UC) são excelentes instrumentos, capazes de assegurar proteção aos ambientes naturais. Unidades de Conservação é um termo utilizado no Brasil para definir as áreas instituídas pelo poder público para a proteção dos recursos naturais (MMA, 2019). Nessas áreas, a conservação acontece de forma in situ, mantendo a complexidade do ecossistema e garantindo a evolução natural deste. Porém, somente a instituição legal desses espaços não garantem sua efetividade. Sendo assim, o conhecimento da dinâmica que norteia a gestão destes espaços poderá contribuir para o desenvolvimento de competências e estratégias que assegurem sua eficácia. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa é avaliar a efetividade na gestão do Refúgio de Vida Silvestre Matas do Sistema Gurjaú, a partir da percepção da equipe gestora, dos membros do conselho gestor e pesquisadores.

Para Lakatos e Marconi (1992), a observação direta “utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar”. Assim, a participação nas reuniões do conselho gestor, fazendo uma observação direta acerca dos aspectos que desejava analisar, foi a primeira técnica de coleta de dado. Posteriormente, foram elaborados três questionários distintos, sendo um para a equipe gestora (com 29 perguntas), um para os membros do conselho gestor (com 20 perguntas) e um terceiro para os pesquisadores que desenvolveram e/ou desenvolvem pesquisas no RVS (com 15 perguntas). Para avaliar a efetividade, foram abordados os seguintes parâmetros: objetivos de criação, situação fundiária, planejamento, processo de tomada de decisão, recursos humanos, recursos financeiros e materiais, fiscalização, pesquisa científica, relações com as comunidades do entorno, infraestrutura, parcerias institucionais, importância da Unidade de Conservação, importância do conselho gestor, potencialidades, ameaças, contribuições dos pesquisadores e contribuições do conselho gestor. Em cada questionário, foram inseridos elementos pertinentes à função (gestor, conselheiro, pesquisador) que cada um exerce no RVS.

A partir da análise das reuniões e dos questionários, pode-se ter uma visão dos processos que norteiam a gestão do RVS Matas do Sistema Gurjaú. Ao todo, foram 13 entrevistados, sendo dois membros da equipe gestora, cinco conselheiros e seis pesquisadores, com um total de 64 questões analisadas. A maior dificuldade apontada pelos pesquisadores foi a falta de infraestrutura (veículos e recursos humanos). Vale ressaltar que a participação dos pesquisadores foi muito baixa, visto que foram enviados 20 questionários e apenas 6 pesquisadores retornaram e se dispuseram a participar. Entre os pontos positivos, destacam-se: o comprometimento da equipe gestora, um conselho gestor atuante e acessível e a grande importância da área do RVS para realização de pesquisas científicas.

__________________Amone Juliana Beserra*; José Severino Bento.

*[email protected] Federal de Pernambuco, Recife (PE), Brasil

Departamento Acadêmico de Ambiente, Saúde e Segurança (DASS)

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Para os membros do conselho gestor, os principais entraves são: recursos humanos limitados e carência de verbas públicas, tornando inviável o desenvolvimento de ações necessárias ao pleno funcionamento da área. Entre os pontos positivos, destacam-se: as relações interpessoais entre conselheiros e equipe gestora e a disposição de continuar atuando como membro do conselho. Enquanto que, para equipe gestora, os maiores desafios para efetivar as ações de preservação no RVS Matas do Sistema Gurjaú são: a falta do plano de manejo, a ausência de regularização fundiária e os recursos humanos limitados. A falta de retorno dos pesquisadores depois da conclusão de suas pesquisas (apresentação no conselho e entrega de manuscrito) e a baixa participação de alguns segmentos nas reuniões do conselho também foram apontadas como fragilidades. Como potencialidades, destacam a representação da sociedade civil organizada no conselho gestor e a diversidade da composição do conselho.

A importância e periodicidade das reuniões do conselho e o seu papel na tomada de decisões para assegurar a efetividade das ações de conservação também foram destacadas pelos gestores. As atividades de educação ambiental realizadas dentro e/ou no entorno do RVS Gurjaú e as ações de fiscalização para o combate de crimes ambientais são dois importantes instrumentos que tem potencializado a gestão da Unidade.

O resultado dos questionários apresentou pontos de fragilidades na gestão do RVS Matas do Sistema Gurjaú, que comprometem a conservação da Unidade. Equipe gestora, conselheiros e pesquisadores têm trabalhado em conjunto para garantir o reconhecimento, a valorização e a conservação dos recursos ambientais ali existentes. Porém, é imprescindível que o Estado ofereça as condições necessárias para que esses esforços sejam viabilizados e apresentem bons resultados. Os recursos humanos limitados dificultam as ações de monitoramento e o desenvolvimento de ações educativas e de educação ambiental. A situação fundiária irregular, a caça de animais silvestres e as construções irregulares comprometem as ações de conservação. A inexistência do plano de manejo dificulta o zoneamento e a adoção de medidas administrativas. Ressalta-se que o pesquisador não deve olhar a Unidade de Conservação como um espaço apenas de promoção científica, mas como um espaço de troca de saberes, onde o respeito é mútuo e a partilha do conhecimento é um compromisso de todos os envolvidos. Assim, torna-se evidente a necessidade de alocação de mais recursos financeiros e humanos por parte do Estado, de maior comprometimento dos pesquisadores com a socialização do conhecimento junto ao conselho e de mais empenho por parte de alguns segmentos presentes no conselho, pois a eficácia nos processos de gestão será alcançada quando todos os atores envolvidos trabalharem de forma conjunta e com os mesmos interesses.

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A Contribuição Da Governança Para A Conservação Ambiental: O Caso Do Refúgio De Vida Silvestre Matas Do Sistema Gurjaú (Pe), Brasil Gurjaú

As Áreas Protegidas são criadas e geridas com o objetivo de garantir a conservação da natureza. No cenário do estado de Pernambuco, o ecossistema mata atlântica recebe reconhecimento internacional como área prioritária para as ações de conservação, pela sua grande riqueza natural e elevada biodiversidade (TABARELLI et al., 2002). Essas áreas naturais têm o enorme desafio de compatibilizar interesses divergentes face a fortes ameaças e condições de vulnerabilidade social, política e econômica.

De acordo com o artigo 25, da Lei Estadual n. 13.787/09, de 08 de junho de 2009, que instituiu o Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza (SEUC), “todas as categorias de Unidades de Conservação deverão ter um conselho gestor”, responsável pela efetivação da gestão das Unidades de Conservação. Assim o comitê executivo para implantação das UCs de Pernambuco concretizou a formação de 26 conselhos gestores instituídos por portaria da CPRH e publicados no Diário Oficial do Estado (DOE) em 26 de junho de 2012, das 84 UCs estabelecidas atualmente no Estado, restando ainda 53 UCs sem conselhos gestores.

Este trabalho objetivou analisar de que forma a gestão de Áreas Protegidas tem contribuído para a conservação ambiental no Estado de Pernambuco, considerando a governança nos espaços de decisão. Para o desenvolvimento do presente trabalho, foi utilizado uma combinação de métodos: dedutivo e histórico-dialético. Uma pesquisa exploratória e descritiva foi realizada, adotando-se os procedimentos metodológicos (leitura de documentos e bibliografias). Para coletar os dados, foi utilizada a pesquisa de campo com observação sistemática, entrevista não estruturada focalizada e reuniões projetivas, além da participação em reuniões itinerantes dos conselhos gestores. Para análise e discussão dos resultados, foi utilizada uma abordagem qualitativa com enfoque interdisciplinar por meio da triangulação de métodos.

Como resultado, atualmente, dos 31 conselhos gestores de Unidades de Conservação (UCs) criados, apenas dezesseis estão em funcionamento. Isso demonstra que, na contramão entre a criação de Unidades e efetiva gestão, o déficit no cenário estadual ainda é grande.

Dos dezesseis conselhos gestores em funcionamento, destacam-se cinco Unidades de Conservação de proteção integral em estudo, localizadas na Região Metropolitana do Recife, todas com conselho gestor em funcionamento e abrangendo o ecossistema mata atlântica, relacionadas no Quadro 1.

Observa-se ainda que os esforços de diferentes atores para a conservação das Unidades supracitadas são perceptíveis. No entanto, ainda é muito frágil a capacidade de governabilidade e governança pública na conservação dos recursos naturais no Estado de Pernambuco, em especial devido a sua autonomia financeira e administrativa em longo prazo.

O fortalecimento e aperfeiçoamento dos instrumentos de governabilidade e governança estatal são indispensáveis para direcionar políticas públicas que garantam, de fato e de direito, a conservação ambiental, com aumento da visibilidade e comunicação ambiental, além de intensa articulação entre os diferentes atores sociais na sua fomentação e implementação (BORRINI-FEYERABEND et al., 2014).

___________________Tatiana Santana de Souza*; Marx Prestes Barbosa

*[email protected] Federal de Campina Grande, Campina Grande (PB), Brasil

Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais

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Unidade de Conservação Estadual

Município Coordenada Geográfica

Área da UC (ha)

Conselho Gestor

Refúgio de Vida Silvestre Matas do Sistema Gurjaú

Cabo/ Jaboatão dos Guararapes/

Moreno

25L 273000 9089450

1077,1 Portaria CPRH Nº51/2012 (DOE

26.06.12)

Refúgio de Vida Silvestre Matas do Engenho Salgadinho

Jaboatão dos Guararapes

25L 277800 9092800

257 Portaria CPRH Nº52/2012 (DOE

26.06.12)

Refúgio de Vida Silvestre Matas do Bom Jardim

Cabo 25L 269350 9090900

245,28 Portaria CPRH Nº54/2012 (DOE

26.06.12)

Refúgio de Vida Silvestre Matas de Caraúna

Moreno 25L 268000 9095000

169,32 Portaria CPRH Nº53/2012 (DOE

26.06.12)

Refúgio de Vida Silvestre Matas de Contra Açude

Cabo 25L 277550 9089749

114,56 Portaria CPRH Nº55/2012 (DOE

26.06.12)

Fonte: Elaborado pelos autores com base em CPRH (2017).

Quadro 1. Unidades de Conservação estaduais em estudo. Essas áreas possuem conselhos gestores em funcionamento registrado até dezembro de 2017, Pernambuco, Brasil.

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Construção Participativa De Divulgação Da Biodiversidade De Pernambuco: Atlas Ambiental, Sistemas De Bibliotecas E Centro De Educação Ambiental

Esta pesquisa-ação visa descrever o conjunto de atividades realizadas para a construção de um sistema de informações, com vistas à divulgação da biodiversidade do Estado de Pernambuco, por meio da rede de bibliotecas públicas municipais e virtualmente por meio de um atlas digital. Resultado de um protocolo de intenções conjuntas entre Universidade Federal de Pernambuco, Hochschule Bremen, Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e Sistema de Bibliotecas Públicas Municipais de Pernambuco, tem como objetivo a implantação de um Centro de Referência em Educação Ambiental no interior do Refúgio de Vida Silvestre Matas do Sistema Gurjaú (RVS Gurjaú), em uma edificação de valor histórico-cultural.

Por ser uma das maiores Unidades de Conservação da Região Metropolitana do Recife e por concentrar diversas nascentes, a área possui grande interesse ecológico para a produção e captação de água, com fins de abastecimento, por parte da Compesa, a qual possui duas Estações de Tratamento de Água (ETA) na Unidade, a saber: Gurjaú e Matapagipe. O conjunto construído da ETA Gurjaú, inaugurado em 1918 e com adições posteriores, apresenta valor histórico pelo conjunto de suas edificações, motivo pelo qual se busca, por meio da implantação do Centro de Referência em Educação Ambiental, preservar o conjunto histórico e paisagístico, reutilizando edificações que atualmente se encontram em desuso.

A proposta de criação do sistema de informações inclui a utilização de software para catalogação de espécies animais identificados no Estado de Pernambuco, a divulgação do atlas digital, a implantação de uma biblioteca itinerante e, posteriormente, uma biblioteca permanente, associada ao Centro de Educação Ambiental. Como ponto de partida, foi realizado um workshop entre os dias 17 e 19 de fevereiro de 2019, que contou com a participação dos autores e de jovens pesquisadores vinculados ao Laboratório de Avaliação, Recuperação e Restauração de Ecossistemas Aquáticos (ARRE Água), membros da comunidade local, pesquisadores vinculados a Hochshule Bremen, técnicos do Sistema de Bibliotecas Públicas do Estado de Pernambuco e chefes da RVS Gurjaú.

O objetivo foi apresentar a proposta do desenvolvimento do software e sua interface aos pesquisadores, para que estes compreendam a lógica de funcionamento do mesmo e se tornem multiplicadores. No primeiro momento, foi realizada oficina para apresentação da proposta, seguida de apresentação das equipes e uma visita de campo monitorada ao RVS Gurjaú, para coleta de espécies animais. As coletas foram realizadas no reservatório do Gurjaú e em trechos a jusante do vertedouro, onde foram coletadas algumas espécies de peixes dulciaquícolas para posterior descrição, catalogação e validação junto ao programa de computador disponibilizado pela HS Bremen.

Concomitantemente, foi realizada a descrição da área e avaliação do potencial das edificações para implantação da biblioteca/Centro de Referência em Educação Ambiental — proposta a ser maturada. Tendo em vista que o edifício sugerido para sede definitiva — antiga Escola Saturnino de Brito — constitui um resgate da história da edificação, que serviu como escola para a alfabetização de funcionários da antiga Estação de Tratamento da Água no século passado.

______________Márcio Bezerra Martins*; Gilberto Gonçalves Rodrigues; Heiko Brunken; Glícia Calazans ; Marta Diniz

Guimarães; Antônio de Moura Pereira Filho; Elaine Braz; Fábio Amorim; Maria do Carmo Figueredo Soares; Jefferson Fidélis

*[email protected] Federal de Pernambuco, Recife (PE), Brasil

Laboratório de Avaliação, Recuperação e Restauração de Ecossistemas (ARRE Água)

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Na sequência, apresenta-se registro fotográfico da visita ao RVS Gurjaú e de momentos do workshop.

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Figura 1 – 1) Conjunto paisagístico da ETA Gurjaú; 2) Escola Saturnino de Brito, inaugurada em 1928; 3) Coleta de espécies da ictiofauna no reservatório Gurjaú, prof. Heiko Brunken e pesquisadores; 4, 7 e 8) Preparação dos exemplares para a coleção didática; 5) Registro fotográfico por Márcio Martins; 6) Auxiliar de campo na coleta Jefferson Fidelis; 9) Observação de espécime por especialistas; 10) Pesquisadores em direção à cachoeira do Gurjaú; 11) Apresentação do software no laboratório ARRE Água pelo prof. Heiko Brunken.

O convênio entre a UFPE e a Hochschule Bremen encontra-se em fase de tramitação, e a proposta será encaminhada para a formalização com as instituições parceiras do Estado de Pernambuco, com vistas a abrigar o centro de referência e o banco de dados sobre a biodiversidade. Essas práticas servirão de ferramentas conjuntas para divulgação da diversidade biológica e para a conservação dos ecossistemas, consolidando a preservação do patrimônio público e dos recursos naturais, que compõem a função socioambiental da Unidade de Conservação na categoria de Refúgio de Vida Silvestre.

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Trabalho De Educação Ambiental Realizado Na Unidade De Conservação Rvs Matas Do Sistema Gurjaú Por Meio Do Projeto Criança Ecológica

O projeto Criança Ecológica teve início no ano de 2018, objetivando promover a autonomia cidadã ao incentivar a implantação de projetos comunitários de educação ambiental em territórios de grande vulnerabilidade socioambiental localizados no Munícipio do Jaboatão dos Guararapes, tendo como norte a formação de agentes ambientais mirins que pudessem atuar como multiplicadores das boas práticas ambientais dentro desses espaços. O projeto foi idealizado pela Secretaria Executiva de Meio Ambiente e Gestão Urbana da Prefeitura Municipal do Jaboatão dos Guararapes, por meio da sua Coordenação de Educação Ambiental.

O Refúgio de Vida Silvestre Matas do Sistema Gurjaú, que possui 35,26% do seu território localizado no município, foi o primeiro território a ser atendido pelo projeto. A Unidade de Conservação é considerada de extrema importância biológica para a conservação do bioma da mata atlântica, abrigando diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, sendo ainda berço para o surgimento de mais de duzentas nascentes d’água, que servem para o abastecimento de diversos municípios da Região Metropolitana do Recife. Segundo a Compesa, 57% da sua produção é destinada à distribuição no município do Jaboatão dos Guararapes. A escolha do território para realização do projeto deu-se a partir da participação do município no órgão colegiado do conselho gestor da Unidade de Conservação, a partir do qual observou-se as possíveis potencialidades do processo de formação e atuação de uma turma de agentes ambientais mirins nessa localidade, em frente às graves ameaças à manutenção do ecossistema provocadas pelas ações antrópicas, em especial em razão das ocupações, dos cultivos de monocultura predatória e das demais atividades extrativistas ilegais existentes dentro da Unidade de Conservação e em sua zona de amortecimento.

O projeto foi implantado com o apoio da Secretaria de Educação do município e da Gestão do RVS Matas do Sistema Gurjaú (CPRH), por meio do trabalho realizado na Escola Municipal Rural Professor Paulo Freire, localizada no assentamento rural Camarço, zona de amortecimento da Unidade de Conservação, que integra a área do antigo Engenho São Salvador.

O principal objetivo do curso realizado na localidade foi preparar um grupo de crianças para atuar como protetores das florestas e das águas, enquanto educadores ambientais. Participaram do I Curso para Formação de Agentes Ambientais Mirins dezessete crianças com idade entre 7 e 8 anos, do segundo ano do Ensino Fundamental I.

Por meio de reuniões realizadas junto à gestão escolar, foi realizado um levantamento das principais vulnerabilidades socioambientais percebidas pela comunidade escolar, com potencial a serem erradicadas ou mitigadas por meio de projetos locais que tenham a educação ambiental como principal instrumento transformador. Para tanto, priorizou-se a construção de um pré-projeto local de educação, que incluísse a participação ativa dos futuros agentes ambientais mirins, considerando o cotidiano escolar, os desafios, a disponibilidade de horários e o envolvimento positivo dos docentes nesse processo.

Com base nesse pré-projeto, foram elencados os conteúdos pedagógicos que seriam trabalhados no curso, sendo eles: a história do assentamento rural sobre a ótica da própria

____________________Danielle Santana*.

*[email protected] Municipal do Jaboatão dos Guararapes (PE), Brasil

Superintendência de Meio Ambiente Setor de Educação Ambiental

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comunidade, os princípios da sustentabilidade ambiental, a importância das florestas, a proteção dos mananciais, a importância da agricultura familiar, o uso racional da água em territórios rurais, a coleta seletiva na escola, o descarte adequado do lixo no assentamento rural Camarço, o consumo consciente, os direitos dos animais silvestres e dos domesticados, o ser educador ambiental, as brincadeiras na natureza e as práticas de conexão com a natureza. Optou-se por realizar o curso por meio de oficinas, sempre utilizando instrumentos lúdicos do universo infantil e metodologias da Educação Popular, que para Paulo Freire trata-se de “um método de educação que valoriza os saberes prévios do povo e suas realidades culturais na construção de novos saberes”, assim como da ecoalfabetização, vertente da educação ambiental que consiste na busca por maneiras de operacionalizar a sustentabilidade ecológica por meio da observação e do aprendizado com os sistemas naturais, tendo como base a religação dos seres humanos com os seus hábitats e as suas comunidades.

O curso teve duração de aproximadamente cinco meses, no período de agosto a dezembro de 2018, quando foram realizadas quinze oficinas, incluindo atividades externas e na própria unidade escolar, totalizando 53 horas aula. As oficinas foram ministradas pela equipe técnica da Coordenação de Educação Ambiental do órgão municipal e por outros técnicos da prefeitura e do CPRH especializados nas áreas correlatas à proposta do curso. Por meio do projeto em parceria com a Secretaria de Serviços Urbanos do município, foi conquistada a implantação da coleta de lixo domiciliar no assentamento rural, serviço quase sempre exclusivo aos territórios urbanos.

Muitas foram as atividades de campo, estudando as árvores, observando os animais, realizando dinâmicas na natureza e descobrindo a importância das matas, vivências estas que deram origem à publicação Cartilha Ser Agente Ambiental Mirim – Experiências da Primeira Turma de Agentes Ambientais Mirins do Jaboatão dos Guararapes, lançada em março de 2019. No mesmo mês, foi realizado o evento de diplomação da turma de agentes ambientais mirins, batizada de Tangara Fastuosa, marcando o início do capítulo mais importante desse processo: a implantação do projeto local de educação ambiental, pelo qual os agentes ambientais terão a oportunidade de atuar, tornando-se multiplicadores dentro desse processo amoroso de enxergar a natureza com mais respeito e gratidão.

Fig. 1 Oficina para implantação da coleta de lixo, com a equipe técnica de serviços urbanos.

Fig. 2 Oficina de campo para estudo de espécies frutíferas da mata atlântica.

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O próximo passo previsto no projeto será a criação de um comitê intersetorial de incenti vo e apoio à atuação dos agentes ambientais mirins.

Fig. 3 Carti lha - Ser Agente Ambiental Mirim.

Fig. 4 Evento de formatura dos agentes ambientais mirins, em março de 2019.

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Diversidade De Fungos Conidiais Em Uma Unidade De Conservação De Pernambuco, Brasil

A mata atlântica é considerada um dos biomas brasileiros mais ricos em espécies de plantas, animais e micro-organismos, além de ser uma das mais importantes florestas tropicais do mundo (PINTO; BRITO, 2005; SILVA; CASTELETI, 2005). Nos fragmentos de florestas úmidas, estão as matas ciliares, que ficam às margens de rios, igarapés, lagos, olhos-d´água e represas (BRASIL, 2015). Essas matas desempenham importante função ambiental, formando corredores que favorecem o fluxo gênico entre remanescentes florestais, funcionando também como barreiras naturais contra a disseminação de pragas e doenças nas lavouras (CHABARIBERY et al., 2008). Nesses ambientes de florestas úmidas, são encontrados diversos micro-organismos, como os fungos, que ocorrem naturalmente com os demais integrantes da biota. Eles desempenham um papel essencial na ciclagem e no transporte de nutrientes e no crescimento das plantas (BILLS et al., 2004).

Os fungos conidiais representam um grupo de fungos que produzem conídios por meio da reprodução assexuada, sendo amplamente distribuídos no ambiente. Eles estão presentes em diferentes hábitats terrestres e aquáticos, ocorrendo em abundância no folhedo. O folhedo depositado é colonizado por organismos de várias espécies, que contribuem para a degradação desses substratos e participam da ciclagem de nutrientes e enriquecimento do solo (KIRK et al., 2008; CASTRO et al., 2011). Apesar da sua importância, estudos taxonômicos sobre fungos conidiais em folhedo, no Brasil, ainda são escassos (MARQUES et al., 2008; BARBOSA et al., 2009; COSTA, et al., 2016a,b; COSTA, GUSMãO, 2017). Sendo assim, estudar a diversidade de fungos existentes nesses ecossistemas pode ajudar a entender a decomposição do folhedo e a ciclagem de nutrientes em solos de mata ciliar na mata atlântica.

Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo estender o conhecimento sobre a diversidade de fungos conidiais em folhedo de regiões de mata ciliar em uma área de mata atlântica sob proteção ambiental. Foram realizadas doze expedições de coleta, entre agosto de 2014 e julho de 2016, no Refúgio de Vida Silvestre Matas do Sistema Gurjaú (RVS Gurjaú), que está situado na divisa dos municípios pernambucanos de Moreno, do Jaboatão dos Guararapes e do Cabo de Santo Agostinho, tem cerca de 1.077 ha e é uma área de floresta estacional perenifólia que representa o maior remanescente de mata atlântica do Estado de Pernambuco (FIDEM, 1993). Nessa Unidade de Conservação, foram selecionados seis pontos para coleta do folhedo. Em cada ponto, foram coletadas amostras de folhas em decomposição sobre o solo, colocadas em sacos plásticos, levadas ao Laboratório de Hifomicetos de Folhedo da Universidade Federal de Pernambuco e submetidas à técnica de lavagem delicada em água corrente. Em seguida, as folhas foram acondicionadas em câmaras úmidas e incubadas em temperatura ambiente. Após 72 horas, o material incubado foi observado, diariamente, por um período de 30-45 dias com o auxílio do estereomicroscópio e microscópio de luz.

Foram analisados 1.296 fragmentos de folhedo, coletados em 12 expedições, e identificadas 128 táxons de fungos conidiais com 1.276 ocorrências. Os táxons predominantes foram: Cryptophiale kakombensis (145 ocorrências), Beltrania rhombica (133 ocorrências), Beltraniella portoricensis (82 ocorrências) e Perelegamyces parviechinulatus (46 ocorrências). Foi construída uma curva de acumulação para medir a proporção da diversidade das espécies de fungos conidiais do folhedo em decomposição, que foi revelada por este estudo. No entanto, a curva de acumulação produzida a partir das espécies observadas não atingiu a assíntota.

________________________________Marcela Alves Barbosa* e Elaine Malosso.

*[email protected] Federal de Pernambuco, Recife (PE), Brasil.

Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos.

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A curva de acúmulo de espécies produzida pelo estimador de riqueza Bootstrap mostra que ainda existe a tendência de aumento da riqueza de espécies de fungos conidiais em folhedo sobre o solo de mata atlântica. A curva de acumulação para o RVS Gurjaú estimou que a riqueza máxima de espécies a ser encontrada é 150, e no presente estudo foram encontradas 128 espécies. Logo, 84,66 % dos táxons estimados foram encontrados. Segundo Colweel e Coddington (1994), a estabilização da curva de acumulação é difícil, principalmente em regiões tropicais, pois muitas espécies raras costumam ser adicionadas após várias amostragens.

Dentre os táxons registrados no RVS Gurjaú, seis são novos registros, sendo uma espécie nova (Helminthosporium varium), duas novas ocorrências para a mata atlântica do Brasil (Linodochium sideroxyli e Leptodiscella africana), duas novas ocorrências para a mata ciliar do Brasil (Chalara alabamensis e Stachylidium bicolor) e um novo registro para a América do Sul (Endophragmiella sp.) (Figura 1).

Figura 1 – A-B) Chalara alabamensis - fiálide e conídio; C-D) Leptodiscella africana, célula conidiogênica e conidio com apéndices; E-F) Linodochium sideroxyli, esporodóquio no substrato natural, células conidiogênicas e conídios; G-I) Helminthosporium varium, conidióforo e conídio, estrutura do fungo no substrato natural e conídios em cadeia; J) Endophragmiella sp.,conídios com septo; K-L) Stachylidium bicolor, conidióforo, célula conidiogênica e conídios, e conidióforos agrupados.

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Educação Ambiental Utilizando Formigas Como Indicadores De Qualidade Ambiental

O Brasil é um dos países considerados megadiversos em biodiversidade. Esse território detém riqueza incalculável, e, dessa forma, as atividades de campo, pesquisas e práticas de educação ambiental são fundamentais para compreensão da biodiversidade e das suas interações com o meio ambiente. Assim, com base na complexidade dessas interações, foi traçado um plano de ações, utilizando formigas como grupo-alvo dessas práticas, como modelo de indicadores de qualidade ambiental, com o objetivo de levar aos estudantes toda a problemática das perturbações antropizadas, crônicas e agudas que ocorrem na RVS Gurjaú. As atividades em campo propiciam diversas alegações em relação ao meio: a contingência da coleta de informações, as análises de dados, os panoramas, o confrontamento, as investigações e previsões e, sobretudo, a vivência dessas experiências concretas, que ajudam os estudantes a acarearem suas perspectivas sobre a natureza, permitindo que eles pensem, reflitam e existam. Segundo Seniciato e Cavassan (2008, p. 132), os estudantes adquirem conhecimento direto de experiências físicas provenientes de interações com o meio. No ensino tradicional de Ecologia, são privilegiadas as relações ecológicas em “detrimento do conhecimento sobre os seres, ignorando ou ainda desconhecendo a indissociabilidade das diferentes formas de conhecimentos para a construção dos conceitos científicos”.

Com o avanço da tecnologia e o crescimento da população humana, é imprescindível pesquisar sobre a interferência do crescimento populacional para o meio ambiente. Uma das formas de identificar a qualidade e as mudanças do meio ambiente é investigar alguns grupos de organismos, que são chamados de bioindicadores ambientais (MCGEOCH et al., 2002). As formigas são ditas como bioindicadoras por possuírem uma alta abundância nos diversos ambientes, além de responderem rapidamente a mudanças ambientais devido à sua estreita faixa de tolerância (MAJER, 1983; SILVA e BRANDãO, 1999; MCGEOCH et al., 2002). As cortadeiras do gênero Atta são classificadas como engenheiras do ecossistema de florestas neotropicais (WIRTH et al., 2003). Acima dos ninhos, as formigas desse gênero criam clareiras no dossel da floresta, as quais promovem um aumento na penetração de luz até três vezes maior do que em áreas não influenciadas pelas formigas, sendo acompanhado por aumentos na temperatura e reduções na umidade dos solos dos ninhos quando comparados com áreas-controle (CORRÊA et al., 2010; MEYER et al., 2011a,b). A criação e manutenção dos ninhos provocam mudanças nas características físicas e químicas dos solos (MEYER et al., 2013).

Esta pesquisa-ação, desenvolvida no RVS Gurjaú, foi realizada na borda do fragmento florestal, às margens da trilha ecológica (já existente e utilizada na RVS) nas proximidades da sede administrativa. As formigas foram coletadas com iscas de sardinha com óleo (Figura 1), que, segundo Romero e Jaffé (1989), é o método mais usado para a coleta de formigas. Utilizou-se um filtro de café, onde foram adicionadas as iscas e fixadas ao substrato com auxílio de gravetos. Após 30 minutos, as espécimes de formigas foram colocadas em potes de plástico (com a finalidade de manter todas as estruturas dos indivíduos intactas, com patas e antenas) e levadas para o laboratório, onde, posteriormente, foram fixadas em álcool 70% e identificadas em nível de subfamílias, com o auxílio de chave pictórica (BOLTON, 2003), baseada em caracteres morfológicos para diferenciação em subfamílias e gêneros. Foram realizadas oito coletas ao longo da trilha, para determinar a abundância.

_________________________________Wellton Lupercinio *; Gilberto Gonçalves Rodrigues.

* [email protected] Federal de Pernambuco, Recife (PE), Brasil.

Laboratório de Avaliação, Recuperação e Restauração de Ecossistemas (ARRE Água).

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De forma descriti va, os dados foram observados. A riqueza foi considerada como sendo o número de subfamílias e de gêneros; e a abundância, o número de espécimes em cada subfamília ou em cada gênero. Com o método adotado, foi possível a coleta de três subfamílias na RVS Gurjaú (Tabela 1).

Formigas são organismos pioneiros a se estabelecerem em ambientes recém-perturbados. Com a identi fi cação desses grupos, é possível identi fi car a alteração na estrutura vegetal e a abundância de espécies pioneiras à margem do fragmento.

A

D

B

E

C

F

Figura 1: a-b) Trilha para identi fi cação dos ninhos de formigas; c) Identi fi cação do ninho e coleta de espécimes de formigas; d) Amostra de formigas sendo identi fi cadas em lupa; e) Identi fi cação de subfamílias de formigas; f) Exemplar da subfamília Myrmicinae identi fi cada. Registro fotográfi co: Danielle Marti ns.

Tabela1 - Número total de formigas coletadas, de acordo com as subfamílias de Formicidae em expedições efetuadas na Refúgio de Vida Silvestre Matas do Sistema Gurjaú, em Pernambuco.

Subfamília Riqueza de Gêneros Número de Coletas1 2 3 4 5 6 7 8

Formicinae 2 01 12 11 - 11 17 06 03Myrmicinae 4 14 32 44 62 09 76 34 38Ponerinae 1 - 02 - - 03 - 06 -

Riqueza Total de Gêneros

7

Abundância total 15 4

6

55 62 23 93 46 4

1

_________________Rafael Pereira-Silva *; Robson Lima; Gilberto Gonçalves Rodrigues.

* [email protected] Federal de Pernambuco, Recife (PE), Brasil.

Laboratório de Avaliação, Recuperação e Restauração de Ecossistemas (ARRE Água).

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Insetos Aquáticos Noturnos Como Prática Educativa Para O Conhecimento Da Biodiversidade

A mata atlântica é a segunda maior floresta fluvial do mundo, contando com mais de 8 mil espécies endêmicas, e configura-se como um dos 25 hotspots da biodiversidade mundial. Compreende sete das principais bacias hidrográficas do Brasil. Atividades de campo são indiscutivelmente um dos melhores métodos para ensino das ciências naturais (BRUSI et al., 2011). O contato direto com o meio ambiente permite uma melhor visão acerca de conceitos, procedimentos e elementos, que dificilmente poderiam ser tratados com tanta propriedade em sala de aula ou laboratório (PEREIRA-SILVA et al., 2017). Além de todas essas contribuições, as atividades de campo servem também como um meio de interação entre os docentes, discentes e a comunidade, permitindo uma troca de conhecimento acadêmico e local e a formulação de conhecimento científico a partir do conhecimento ecológico local (CEL) ou das etnociências, como a etnoecologia, etnozoologia e etnobotância. A integração entre o CEL e o conhecimento científico é denominada por Mackinson e Nottestad (1998) como sistema-especialista, que tem como objetivo ampliar a compreensão de fenômenos socioambientais para a construção de um conhecimento abrangente e integrador (PEREIRA-SILVA et al., 2017). As pesquisas científicas deveriam, primordialmente, atender aos interesses e às demandas sociais, internalizando os problemas socioambientais, fornecendo soluções e formação de agentes de transformação social (RIOJAS, 2003; QUINTEIRO et al., 2013), traduzindo a ciência à altura de sua finalidade e para o conhecimento de todos.

Insetos de vida anfíbia – exemplo: Trichoptera (micro-mariposas) — são organismos indicadores da qualidade do ambiente aquático e são bons modelos para estudos de avaliação ambiental. Nessa perspectiva, buscamos, por meio de coleta, triagem e identificação de espécies da ordem Trichoptera, com auxílio de alunos da graduação, demostrar a importância desses organismos para a conservação e manutenção da biodiversidade de insetos aquáticos e ecossistemas associados, em práticas de Educação Ambiental (EA) a partir de pesquisas realizadas na RVS Gurjaú.

As práticas de EA foram desenvolvidas por pesquisadores do ARRE Água, que atuam como monitores desde 2017, e executadas por alunos do curso de graduação em Ciências Biológicas da UFPE, na disciplina de Ecologia Geral II, que ocorre na RVS Gurjaú (Figuras 1A e 1B). As coletas foram realizadas com armadilhas de atração luminosa do tipo lençol e bandeja (Figuras 1C e 1D). Após triados, os indivíduos foram sexados e identificados com auxílio de chaves taxonômicas (PES et al., 2014). A confirmação da identificação foi feita por meio da comparação com exemplares mantidos na Coleção Entomológica Didática do ARRE Água e de literatura específica. Foram identificadas oito espécies de Trichoptera (Blepharopus diaphanus, Leptonema viridianum, Smicridea (Rhyacophylax) bivittata, Smicridea (Smicridea), Chimarra (Curgia), Chimarra (Chimarra) e Cyrnellus fraternus).

A abundância e riqueza de espécies de Trichoptera foi relevante para o conhecimento dessa ordem no Estado de Pernambuco, representando um terço (28 espécies) da biodiversidade registrada até então (SANTOS, 2019). Além disso, a ocorrência de três novas espécies, que estão em processo de descrição, evidencia a relevância dos estudos em Unidades de Conservação, tanto na conservação quanto no desenvolvimento da pesquisa e do registro de nossa biodiversidade. Além das novas espécies, temos o primeiro registro de Cyrnellus fraternus para o Estado de Pernambuco e de Smicridea (Rhyacophylax) bivitatta

_________________Rafael Pereira-Silva *; Robson Lima; Gilberto Gonçalves Rodrigues.

* [email protected] Federal de Pernambuco, Recife (PE), Brasil.

Laboratório de Avaliação, Recuperação e Restauração de Ecossistemas (ARRE Água).

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para o nordeste brasileiro.

Além da com Trichoptera, outras pesquisas recentes com insetos aquáti cos também foram realizadas na RVS Gurjaú. Novas ocorrências e distribuição de Chironomidae (Insecta, Diptera) foram registradas para quatro Unidades de Conservação em Pernambuco, incluindo a RVS Gurjaú. Os taxa pertencem a 35 gêneros dentro das subfamílias de Chironominae (22 taxa), Tanypodinae (11 taxa) e Orthocladiinae (2 taxa), sendo estas as primeiras informações feitas para a região do nordeste do Brasil (NASCIMENTO, SANTOS, PEREIRA-SILVA, RODRIGUES, 2019). O comportamento reproduti vo de seis espécies de libélulas (Odonata), que ocorrem na RVS Gurjaú, também foi pesquisado, em especial a infl uência do comportamento reproduti vo de Neoneura sylvati ca (Odonata: Protoneuridae) e sua morfologia espermáti ca em síti os de reprodução a jusante da cachoeira do Rio Gurjaú (BARBOSA-NETO, CAMPOS JUNIOR, RODRIGUES, 2018).

Figura 1 – Ati vidade de Campo RVS Gurjaú com práti cas de coleta de insetos aquáti cos. (A) Turma da disciplina de Ecologia Geral II do Curso de Ciências Biológicas com ênfase em Ciências Ambientais; (B) Vista da paisagem da RVS Gurjaú; (C) Armadilha luminosa do ti po lençol para a coleta noturna de insetos aquáti cos adultos; (D) Armadilha luminosa do ti po bandeja. Fonte: Autores.

A presença e a riqueza de espécies de insetos aquáti cos se confi guram como indicati vo de qualidade ambiental em ecossistemas aquáti cos e terrestres. As Unidades de Conservação são efeti vas na manutenção e conservação da biodiversidade. As práti cas de campo associadas às ati vidades de EA servem como importante incenti vo para a sensibilização ambiental e atrati vidade para desenvolvimento de estudos em Unidades de Conservação.

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Herpetofauna Do Refúgio De Vida Silvestre Matas Do Sistema Gurjaú

Atualmente, em todo o planeta são reconhecidas mais de 10 mil espécies de répteis não aviários (UETZ, HOSEK, 2019) e 8 mil espécies de anfíbios (FROST, 2019). No Brasil, há registros de 1.137 espécies de anfíbios, nas ordens Anura (1093 spp.), Urodela (cinco spp.) e Gymnophiona (38 spp.) (SEGALLA et al., 2019). Entre as 795 espécies de répteis no Brasil, seis são da ordem Crocodylia; 36, da ordem Testudines; e 753, da ordem Squamata (COSTA, BÉRNILS, 2018). A região Nordeste possui a segunda maior riqueza de répteis do País, com 401 espécies, perdendo apenas para a região Norte (453 spp.). Para o Estado de Pernambuco, há registros de 150 espécies de répteis, sendo 139 pertencentes à ordem Squamata (COSTA, BÉRNILS, 2018). O bioma da mata atlântica representa o segundo maior bloco florestal da região Neotropical, originalmente ocupando uma extensa faixa de mata pela costa oriental da América do Sul (TABARELLI et al., 2004). Seis grandes centros de endemismo são reconhecidos na mata atlântica, e, dentre eles, dois localizam-se ao norte do Rio São Francisco: os brejos de altitude nordestinos e o Centro de Endemismo Pernambuco (TABARELLI et al., 2005). Esses centros apresentam raros censos extensivos publicados para quase todos os grupos de vertebrados terrestres (ex.: SOUSA et al., 2004; MENDES-PONTES et al., 2005; SANTANA et al., 2008; ASFORA, MENDES-PONTES, 2009). Assim, a floresta atlântica ao norte do Rio São Francisco e seus centros de endemismo representam áreas de grande interesse, com potencial de abrigar táxons ainda não descritos ou pouco conhecidos. O Refúgio de Vida Silvestre (RVS) Matas do Sistema Gurjaú, localizado na porção sul da Região Metropolitana do Recife (RMR), ocupa uma área de 1.077 hectares de floresta atlântica e representa a maior reserva da RMR (CPRH, 2019). O presente estudo objetivou conhecer a herpetofauna do RVS Gurjaú, ampliar a amostragem de anfíbios e répteis no Centro de Endemismo Pernambuco, assim como incrementar o conhecimento acerca da riqueza existente no fragmento de mata atlântica do Nordeste.

A amostragem foi realizada no período de 10 a 24 de março de 2018 e contou com duas metodologias de inventário distintas e complementares: Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ) e Buscas Ativas. As AIQs foram dispostas em quatro linhas de 20 baldes de 35 litros, separados por cercas direcionadoras em diferentes pontos do RVS (CECHIN, MARTINS, 2000; FOSTER, 2012). Uma vez que espécies arborícolas, com capacidade de escalar ou saltar os limites dos baldes, e serpentes de médio e grande porte não são efetivamente amostradas por meio de AIQ, a amostragem foi complementada com Buscas Ativas, que consistem em buscas diárias, diurnas e noturnas, com o auxílio de lanternas, explorando possíveis abrigos, tocas e sítios de reprodução, de forma a localizar espécimes, em atividade ou repouso, de forma ativa. Os espécimes encontrados foram registrados, e alguns testemunhos (vouchers) foram depositados na Coleção Herpetológica da UFPE (CHUFPE). Todos os procedimentos de captura e coleta foram autorizados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação e Diversidade (SISBIO 46368-1), pela Agência Estadual do Meio Ambiente do Estado de Pernambuco (Processo 03840/2016) e pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA-UFPE) (Processo 0006/2017).

_______________________Patricia Marques do Amaral Oliveira*, Anna Virgínia Albano de Mello, Camila Nascimento de Oliveira, Bruna

Santana de Morais, Fernanda Ito dos Santos, Lucas Rodrigues de Castro Ribeiro, Marcos Jorge Matias Dubeux, Paulo Henrique Silva, Sérgio Bruno de Assis, Vitória de Ferreira Siqueira Silva e Pedro M. Sales Nunes.

*[email protected] Federal de Pernambuco, Recife (PE), Brasil. Laboratório de Herpetologia.

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A lista completa dos táxons registrados no RVS Gurjaú está apresentada na Tabela 1. As duas únicas espécies consideradas com algum grau de ameaça em listas ofi ciais foram Xenopholis scalaris e Strobilurus torquatus, ambas listadas como vulneráveis (VU) para o Estado de Pernambuco (MOURA, SANTANA, 2017). Nenhuma das espécies amostradas está incluída na Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Exti nção (ICMBio, 2014) e na Lista de Espécies Ameaçadas de Exti nção da IUCN (LEHR, DOAN, 2010; COLLI et al. 2019).A composição da herpetofauna do Refúgio de Vida Silvestre Matas do Sistema Gurjaú se assemelha com a de outras áreas de mata atlânti ca do nordeste brasileiro (SANTANA et al., 2008; QUEISSADA, 2009), revelando assim uma fauna característi ca desse domínio fi togeográfi co. A riqueza ligeiramente inferior de répteis e anfí bios registrada nesse estudo na RVS Gurjaú, em comparação com outras áreas mata atlânti ca da RMR (ex.: SANTOS, 2002; SANTOS, 2009; MOURA et al., 2012), está provavelmente relacionada ao curto período de amostragem em uma única expedição.

Figura 1. Representantes da Herpetofauna do RVS Gurjaú. A: Boana semilineata B: Leptodactylus mystaceus C: Xenopholis scalaris D: Ameiva ameiva E: Micrurus potyguara; F: Dipsas mikanii.

Dentre os anfí bios, foram registradas dezenove espécies de anuros, distribuídas em seis famílias. As famílias Hylidae e Leptodactylidae foram as mais representati vas, sendo representadas por espécies como Boana semilineata (Figura 1–A) e Leptodactylus mystaceus (Figura 1–B). A amostragem de répteis registrou onze espécies de lagartos, alocadas em seis famílias, e 11 espécies de serpentes, em cinco famílias. Indivíduos das espécies Ameiva ameiva (Figura 1–D) e Kentropyx calcarata, ambas da família Teiidae, foram os mais frequentes. Dentre as serpentes, a família Dipsadidae possui uma maior riqueza de espécies e foi representada por espécies como Dipsas mikanii (Figura 1–F) e Xenopholis scalaris (Figura 1–C). A família Elapidae foi representada por dois indivíduos da coral-verdadeira da espécie Micrurus potyguara (Figura 1–E), descrita recentemente (PIRES et al., 2014), e a família Viperidae foi representada pela presença da cascavel (Crotalus durissus) na região de borda de mata. De uma forma geral, o registro de serpentes em campo é ocasional e esparso, fazendo com que a maior parte dos inventários curtos registre baixa abundância e riqueza (FOSTER, 2012).

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Apreensão E Resgate Da Avifauna: Como Mitigar As Ações Para A Conservação?

Devido à carência na fiscalização ambiental que permeia o nosso país, as atividades ilegais envolvendo a avifauna tornam-se recorrentes. As aves são comercializadas para vários fins, sendo o principal deles a domesticação, devido à beleza de cores e aos cantos bem diversificados. Muitos que fornecem os animais para comércio ou algum outro tipo de utilidade (ex.: pets) fazem por ignorância ou por necessidade, no caso de pessoas em situação de baixa renda que vendem por um preço baixíssimo para comerciantes, que, por sua vez, repassam por altos preços (SILVA et al., 2017). Como exemplo típico, temos alguns passeriformes que atingem altos preços nos mercados ilegais, como: curiós (Sporophila angolensis) e canários-da-terra (Sicalis flaveola), o que agrava ainda mais os índices de extinção dessas espécies, como é o caso da ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), que já está declarada extinta (RENCTAS, 2001).

Por serem consideradas como grupo-alvo do comércio ilegal, esse grupo de animais é o enfoque das pesquisas e atividades de campo com práticas de educação ambiental que estamos desenvolvendo. Com base nessas informações, buscou-se fazer um levantamento das espécies de aves contidas nos ofícios de registro de fauna do Refúgio de Vida Silvestre Matas do Sistema Gurjaú (RVS Gurjaú), localizado entre os municípios do Cabo, Jaboatão e Moreno, no Estado de Pernambuco, lugares estes que diariamente apreendem, resgatam e/ou recebem voluntariamente diversos animais silvestres. A listagem das informações se deu pela análise desses ofícios, que foram solicitados aos gestores. Os dados foram ordenados e analisados, e para a identificação das espécies utilizamos o auxílio de especialistas e bibliografias online e em livros da área. O status de conservação foi classificado segundo a IUCN (Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas).

Durante o período de 9 de agosto de 2016 até 29 de julho de 2017, foi registrado um total de 45 aves passeriformes pertencentes a cinco famílias, sendo elas: Thraupidae, com maior número de registros (29); Fringillidae (7); Turdidae (7); e Icteridae (1); totalizando 16 espécies de aves (Tabela 1). Com relação aos seus status de conservação, todos os representantes se apresentam como pouco preocupante (LC), de acordo com os dados da IUCN. A espécie com maior indivíduos registrados foi o papa-capim (Sporophila nigricollis).

Segundo Pereira e Brito (2005), o S. nigricollis é a terceira espécie de ave mais comercializada, principalmente na Feira do Cordeiro, no Recife (PE), e o sexto mais apreendido em Juiz de Fora (MG), devido ao seu canto melodioso e agradável, usado como atrativo no momento da cópula para os animais e como entretenimento para os humanos. Menezes (2001) e colaboradores estimaram que a maior parte das aves apreendidas são provenientes do Sertão e do Agreste.

São necessárias algumas prioridades para as ações de instrução de preenchimento das Fichas de Registro de Fauna, com mais informações sobre o representante, pois apenas o nome popular dificulta a identificação da espécie. Sugerimos incluir informações adicionais, como a coloração das penas, o formato do bico e o tamanho do animal. Pois, a partir disso, têm-se registros mais seguros das espécies mais procuradas, e, a partir dos motivos da procura, pode-se sugerir a implementação de ações mitigadoras para reduzir a procura dessas espécies e garantir uma conservação mais eficiente da avifauna. Práticas educativas de soltura

__________________Bruno Lisboa *, Rebeca Carvalho, Brunna Cavalcanti; Gilberto Gonçalves Rodrigues.

* [email protected] Federal de Pernambuco, Recife (PE), Brasil.

Laboratório de Avaliação, Recuperação e Restauração de Ecossistemas (ARRE Água).

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de animais — aves e outros — constituem-se em ações de educação ambiental efetivas, que podem auxiliar na não captura da fauna silvestre. No Brasil, herdamos dos portugueses o hábito de manter os passeriformes em gaiolas e de buscar alimento (gramíneas) com estes, passeando com os pássaros nas gaiolas para que estes aprendam o canto. O conhecimento sobre a biologia e reprodução de cada espécie, bem como o conhecimento de seus cantos, diferentes tipos de vocalização, também amplia a sensibilização para a não apreensão das aves.

Nome Comum Nome Científico Ordem FamíliaN° de

Registros

Papa-capimSporophila nigricollis

(Vieillot, 1823)Passeriformes Thraupidae 12

Guriatã-de-bananeiraEuphonia violácea

(Linnaeus, 1758)Passeriformes Fringillidae 7

SebitoCoereba flaveola

(Linnaeus, 1758)Passeriformes Thraupidae 6

Sabiá-laranjeiraTurdus rufiventris

(Vieillot, 1818)Passeriformes Turdidae 5

SanhaçuTangara palmarum

(Wied, 1821)Passeriformes Thraupidae 3

Canário-da-terraSicalis flaveola

(Linnaeus, 1766)Passeriformes Thraupidae 2

Sabiá-branco

Turdus

amaurochalinus

(Cabanis, 1850)

Passeriformes Turdidae 2

Chorão

Sporophila

leucoptera

(Vieillot, 1817)

Passeriformes Thraupidae 1

Curió

Sporophila

angolensis

(Linnaeus, 1766)

Passeriformes Thraupidae 1

Golinho

Sporophila

albogularis

(Spix, 1825)

Passeriformes Thraupidae 1

Rolinha-calda-de-

feijão

Columbina talpacoti

(Temminck, 1810)Columbiformes Columbidae 1

Sabiá-gongaSaltator coerulescens

(Vieillot, 1817)Passeriformes Thraupidae 1

Sanhaçu-cinzentoSaltator coerulescens

(Vieillot, 1817)Passeriformes Thraupidae 1

CaboclinhoSporophila bouvreuil

(Statius Muller, 1776)Passeriformes Thraupidae 1

Graúna

Gnorimopsar chopi

(Vieillot, 1819) Passeriformes Icteridae 1

Tabela 1 – Lista de representantes de aves registrados nas fichas da RVS Gurjaú.

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