Peruche

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G.R.C.S.E.S.

UNIDOS DO PERUCHE

Carnaval 2011

Sambódromo do Anhembi – São Paulo04 de Março de 2011

a p r e s e n t a :

“Abram-se as cortinas, o espetáculo vai começar.”

A Peruche vai apresentar. Bravo! Bravíssimo!

“Abram-se as cortinas, o espetáculo vai começar.”“Abram-se as cortinas, o espetáculo vai começar.”

100 ANOS DO

A Peruche vai apresentar. Bravo! Bravíssimo!

100 ANOS DO

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Na verdade, tudo começou antes mesmo dos anos 50, quando, na área do novo bairro da cidade de São Paulo, Parque Peruche, e seus arredores, existiam vários sambistas que des�lavam em diversas outras entidades

do samba pela “cidade”, como a Lavapés, Rosas Negras, além dos cordões como Campos Elíseos e Paulistano da Glória.

Os sambistas sentiram que, na junção de forças, suor e muito trabalho, pode-riam construir muito mais que seu novo espaço físico na sociedade urbanizadora da época, poderiam construir seu espaço cultural, a exemplo de tantas outras organizações que promoviam o samba na cidade de São Paulo.

Em 1954, já existiam o Bloco do Morro do Bico Doce e as batucadas dos times de futebol da área, como o Monte Azul e a Ponte Preta do Parque Peruche, e, em 1955, começa o desenho da Unidos do Peruche. Com uma dissidência da Escola de Samba Lavapés, organizada pelas importantes �guras de Seu Carlão, Gilber-tinho, Boi Lambeu e Jacozinho, nasce a ideia de “se tirar uma escola de samba lá na área do Peruche”.

Em 04 de janeiro de 1956, foi registrada a Ata de Fundação, com o nome de “Sociedade Esportiva Recreativa Bene�cente Unidos do Parque Peruche”, sendo,

apresentaçÃO E HISTÓRICO

Carnaval da Unidos do Peruche na passagem da década de 1950 para 1960. Características do samba rural ainda pre-sentes na metrópole.

Carnaval da Unidos do Peruche na passagem da década de 1950 para 1960. Características do samba rural ainda presentes na metrópole.

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inclusive, a primeira entidade a possuir uma Quadra de Samba para realizar seus ensaios. O local se chamava “Terreiro do Caqui”.

A Peruche já nasceu como Escola de Samba e começou a des�lar em 1956 pela 2ª Categoria com cerca de 300 componentes – um espetáculo para época – que se destacava também pela força de sua batucada. Com a união de várias pessoas que saíam às ruas no período que antecedia o carnaval e com uma taça na mão, arrecadavam dinheiro no centro da cidade para poderem comprar e, inclusive, fabricarem seus instrumentos e fantasias, conseguindo assim des�lar no próximo carnaval.

Nos anos de 1957 e 1958, a Unidos do Peruche continua sendo destaque nas apresentações que eram promovidas pela Rádio Record, merecendo menções honrosas pela imprensa da época.

De 1959 até 1961, a escola, que se apresentou nos carnavais que foram rea-lizados no Ibirapuera, galgou, respectivamente, 4º, 3º e 2º lugares, mostrando sua força e o que viria pela frente. A essa altura, já era uma escola de samba muito respeitada e reconhecida por toda São Paulo.

Já em 1962, a Unidos do Peruche des�la com o enredo sobre Castro Alves, e nesse carnaval, que foi patrocinado pela Rádio América, a Peruche sagrou-se como a grande Campeã do Carnaval de São Paulo.

Nos anos de 1963 e 1964, nos carnavais que foram realizados no bairro da Lapa (1963 a 1967), a Unidos do Peruche chega em 2º e 3º lugares, e nos anos de 1965, 1966 e 1967, obtém seu tricampeonato, respectivamente, com os enredos: IV Centenário do Rio de Janeiro, Exaltação a Carlos Gomes e Exaltação a São Paulo.

Centro de São Paulo, no início da década de 1970. Apropriação do

espaço urbano.

Centro de São Paulo, no início da década de 1970. Apropriação do

espaço urbano.

inclusive, a primeira entidade a possuir uma Quadra de Samba para realizar seus

Centro de São Paulo, no início da década de 1970. Apropriação do

espaço urbano.

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12 Apresentação e histórico

Vale ressaltar que 1967 foi um ano muito importante para o samba e o carnaval paulistano, pois foram o�cializados os des-�les pela prefeitura, fazendo com que o samba atingisse seu reconhecimento perante a socie-dade e saísse do seu período de “ilegalidade”, fato que coincide com o período em que a Unidos do Peruche era a grande campeã paulistana.

Junto com a o�cialização do carnaval paulistano, a Unidos do Peruche rea�rma sua importân-cia dentro dessa manifestação cultural na cidade e amplia seus horizontes, sendo reconhecida não só na capital paulista, mas no interior do Estado e também em outros Estados como o Rio de Janeiro e Bahia.

Os ensaios passam a ocorrer na Rua Zilda, uma das ruas mais tradicionais do bairro, com concentração de comércio e de grande movimentação. Porém, a próxima parada, com o crescimento da Escola, foi a Rua C, atual Rua Antonio Cavazan, no Parque Peruche, num pequeno imóvel comprado para abrigar a nova sede da Unidos do Peruche; mas logo em seguida, um espaço maior foi adquirido no Morro do Chapéu.

A partir dos anos 70, a necessidade de criar o “espetáculo do carnaval” com suas regras normatizadoras e competições acirradas, os des�les induzem os sam-bistas paulistanos a negarem sua origem rural e a sua própria gênese nas ruas de São Paulo. Porém, a Unidos do Peruche continua marcando presença na maior festa popular paulistana, sempre inovando seus des�les, mas também se preocu-pando em rever sua própria história dentro da cidade, suas origens, e buscando por meio do samba a verdadeira exaltação do caminho percorrido.

50 anos de samba – meio século de glórias (1968 - 2º lugar), Amador Bueno e a fundação da Casa Verde (1969 - 2º lugar), Festival do Rei Café (1970 - 2º lugar), Festa de Pirapora (1971 - 2º lugar), Chamados aos Heróis da Independência (1972 - 6º lugar), Brasilidade (1973 - 6º lugar) são exemplos de sambas de enredo que obtiveram enorme aceitação pelo público e críticos da imprensa da época,

1974 – Após invasão policial na quadra da Unidos do Peruche, Seu Carlão, fundador da Escola, procura entender o ocorrido. O samba ainda era visto como cultura marginal.

dade e saísse do seu período de “ilegalidade”, fato que coincide com o período em que a Unidos do Peruche era a grande campeã paulistana.

carnaval paulistano, a Unidos do Peruche rea�rma sua importância dentro dessa manifestação cultural na cidade e amplia seus horizontes, sendo reconhecida não só na capital paulista, mas no interior do Estado e também em outros Estados como o Rio de Janeiro e Bahia.

com o período em que a Unidos do Peruche era a grande campeã paulistana.

carnaval paulistano, a Unidos do Peruche rea�rma sua importância dentro dessa manifestação cultural na cidade e amplia seus horizontes, sendo reconhecida não só na capital paulista, mas no interior do Estado e também em outros Estados como o Rio de Janeiro e Bahia.

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porém com não aceitação por parte da política, trazendo problemas para alguns de seus integrantes.

Durante a ditadura militar, com enredos que não traziam problemas ao an-damento da Escola, os carnavais assim foram: Quatro Festas do Folclore (1974 - 6º lugar), Felipe Mina, O Senhor dos Diamantes (1975 - 7º lugar), Afoxé da Ba-hia (1976 - 6º lugar), Eternos Vigilantes – Homenagem ao Corpo de Bombeiros (1977 - 10º lugar), Di Cavalcanti, Dos Carnavais e das Mulatas (1978 - 9º lugar), Abertura dos Portos (1979 - 9º lugar), Fábulas Fabulosas (1980 - 9º lugar), Moço de Prata, Vitória Régia no Carnaval (1981 - 1º lugar, grupo 2), No Reino da Mãe-D’Água (1982 - 7º lugar), O Criador de Ilusões (1983 - 8º lugar), No Rei- no da Carochinha (1984 - 7º lugar) e Água Cristalina (1985 - 5º lugar). No início dos anos 80, a Unidos do Peruche se estabelece na atual quadra, junto à Ponte do Limão.

Coincidência ou não, já em 1985, a Uni-dos do Peruche apre-senta para o carnaval de São Paulo e para o Brasil a intérprete Elia- na de Lima, com sua voz que encantou a to-dos os sambistas, com os enredos O Palhaço Ne-gro - O Rei do Picadeiro (1986 - 5º lugar) e O Rei do Dia Numa Noite de Carnaval - O Sol, A Luz da Vida (1987 - 4º lugar) prossegue com seu suces-so, mesmo que não tenha tido êxito em colocações melhores nos des�les car-navalescos.

É no ano de 1988 que a Unidos do Peruche muda o conceito e a história do carnaval paulistano, tendo como intérpretes Eliana de Lima, acom-panhada pelo “Imortal do Samba”, Jamelão.

Eliana de Lima, no carnaval de 1985: da Peruche para o mundo.

do Dia Numa Noite de Carnaval - O Sol, A Luz da Vida (1987 - 4º lugar)

-so, mesmo que não tenha tido êxito em colocações melhores nos des�les car

É no ano de 1988 que a Unidos do Peruche muda o conceito e a história do carnaval paulistano, tendo como intérpretes Eliana de Lima, acompanhada pelo “Imortal do

Eliana de Lima, no carnaval de 1985: da Peruche para o mundo.

da Vida (1987 - 4º lugar) -

so, mesmo que não tenha tido êxito em colocações

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É no ano de 1988 que a Unidos do Peruche muda o conceito e a história do carnaval paulistano, tendo como intérpretes Eliana de Lima, acom-panhada pelo “Imortal do

Eliana de Lima, no carnaval de 1985: da Peruche para o mundo.

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Ninguém esperava que a Escola viesse para a avenida naqueles moldes, mos-trando não só sua grandiosidade, mas portando-se como gigante e pioneira na sua ousadia, apresentando para São Paulo um espetáculo verdadeiramente renovador. O enredo cantado e des�lado “Filhos da Mãe Preta” tinha o favori- tismo para esse ano, porém, em resultado não esperado, a Unidos do Peruche �ca com o 5º lugar, gerando críticas por parte da imprensa e colocando dúvidas sobre a colocação da Escola nesse ano.

Seus imensos carros alegóricos e as belíssimas fantasias surpreenderam e en-cantaram a imprensa e o público em geral. Isso fez com que novas entidades car-navalescas passassem a acompanhar esse critério de evolução para que não �cas-sem para trás. A partir daí, o carnaval paulistano cresceu em seu todo e evoluiu consideravelmente.

Novamente, Jamelão, agora sozinho, cantou, em 1989, “Os Sete Tronos dos Di-vinos Orixás” e levou a Unidos do Peruche ao vice-campeonato, protestado pelo público e imprensa da época que elegeram a Peruche como a campeã desse ano, fato que se repetiu com o segundo vice-campeonato em 1990, com o tema “De Roma Pagã ao Esplendor da Paulicea”. Nesses dois vice-campeonatos, a Unidos

Componente da Escola, em 1971.Componente da Escola, em 1971.Componente da Escola, em 1971.

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do Peruche trouxe como carnavalesco a importante �gura do carnaval brasileiro, Joãozinho Trinta.

Sendo uma escola tradicional com toda responsabilidade de produção de sam-bas, foi uma espécie de “Meca” do samba nos anos 80 e início dos 90. Sua quadra recebia constantemente frequentadores da comunidade e todos aqueles que apre-ciavam o samba em seu explendor, incluindo grandes nomes da música brasileira como Tim Maia, Jorge Ben(jor), Almir Guineto, Bebeto, Agepê, Martinho da Vila, Neguinho da Beija-Flor, Zeca Pagodinho, Jovelina Pérola Negra, entre tantos ou-tros que faziam da Peruche uma extensão de seus redutos musicais.

Durante os anos 90, assim se colocou para o carnaval de São Paulo: Quem Não Arrisca Não Petisca (1991 - 4º lugar), O Brasil Mostra suas Cores (1992 - 6º lugar), Mercado, Mercadoria, Mercador (1993 - 8º lugar), O Reino de Oyó visto pelos Olhos de Xangô (1994 - 7º lugar), Não Deixe o Samba Sambar (1995 - 8º lugar), A Cor do Pecado – O Chocolate (1996 - 5º lugar), Todo Brasileiro é Rei com a Coroa Sideral (1997 - 9º lugar), Mamma África – Isto sim é ser Negro (1998 - 7º lugar), Bill Gates – O Cérebro do Futuro (1999 - 9º lugar).

Em 2000, com o enredo Cara e Coroa, as Duas Faces de um Império, a Unidos do Peruche passa pelo seu maior problema, obtém um 13º lugar e cai para o gru-po 1 (acesso) do carnaval paulistano, fato resolvido no carnaval seguinte, “Raça Pura, Mistura Brasil” em 2001, leva o vice-campeonato com a Unidos do Peruche e, novamente, ao grupo especial.

Unidos do Peruche em des�le no carnaval

de 1962.

Unidos do Peruche em des�le no carnaval

de 1962.

Unidos do Peruche em des�le no carnaval

de 1962.

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Em 2002, a Escola alcança apenas a 12ª colocação (Guarujá, a Pérola do Atlân-tico), em 2003 chega em 13º lugar com o enredo que falava do Vale do Paraíba, mas em 2004, com o enredo “São Paulo é como coração de mãe... sempre cabe mais um”, a escola, com a 15ª colocação, cai novamente para o grupo de acesso.

Em 2005, com o pontapé inicial de um projeto que resgata a comunidade, com um trabalho pro�ssional e respon-sabilidade social, a Peruche, com muita luta e empenho baseados em suas ori-gens, com a força daqueles que um dia sonharam com tamanha grandeza calca-do no trabalho, chega ao vice-campeona-to, “Na terra, no mar, no in�nito, somos todos irmãos” dá con�ança à Escola, e a torna sabedora de suas potencialidades.

Em 2006, “Santos Dumont... Bra-sil e França navegando pelos ares...” decola, e apesar do 10º lugar, mostra toda a riqueza e competência da comunidade, que mesmo sem re-cursos, heroicamente se manteve no grupo especial, em meio a um carnaval glamouroso, no qual os recur-sos �nanceiros acabam por quali�car o carnaval atual em sua totalidade, cometendo o erro de não julgar seus méritos socioculturais.

Em 2007, com o enredo “Com Maurício de Sousa a Unidos do Peruche Abre Alas, Abre Livros, Abre Mentes e Faz Sonhar”, a escola promete dar sequência ao trabalho de responsabilidade social, pois o tema empolgante incentiva o conheci-mento e a leitura, além de voltar as atenções para as crianças, sempre no aspecto cultural, gerando um arranjo empolgante para o samba paulistano, tão carente de referências histórico-culturais, justamente pela não divulgação de sua história, que é diferenciada de importantes Estados brasileiros produtores de samba (Rio de Janeiro e Bahia). Novamente, por questões “�nanceiras”, a Unidos do Peruche cai para o grupo de acesso. Porém, os primeiros passos para a prática de ações de responsabilidade social já foram de�nidos, com a comunidade perucheana unida e empolgada para tais atividades junto ao processo de criação do carnaval 2008.

2008 foi o ano da “fênix” para a Escola, ressurge das cinzas e conquista o campeonato do grupo de acesso, com o enredo “Quilombos, Quilombolas, Quizomba ... Meu Quilombo é o Peruche”, a Unidos do Peruche retoma sua tradição com a temática “afro”, conta sobre a chegada do negro ao Brasil e seu

Ala das crianças passa sob o Viaduto do Chá, no início da década de 1970. Os des�les aconteciam durante o dia e se espalhavam pelo centro da cidade, sem hora para terminar.

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papel fundamental na constituição da cultura brasileira, ou melhor, afro- -brasileira, pois entendemos que a ma-triz de brasilidade possui um forte vín-culo com o continente africano.

Após uma brilhante conquista em 2008, outro tropeço acontece na comuni-dade perucheana, o enredo de 2009 com o tema “Do ventre da Terra à indomável cobiça do homem” parece in�uenciar demais os desejos aventureiros em busca da cobiça pessoal, e nosso carnavalesco contratado não cumpre com seu papel pro�ssional, deixando a escola à mercê da “indomável cobiça do homem” como dizia o enredo. Como resultado, apesar de um árduo trabalho da comunidade e seus componentes, a Peruche volta no-vamente para o grupo de acesso.

A comunidade perucheana não de-siste, a�nal são décadas de história e tradições pertencentes à nossa agremia-

ção, e agora com a presença de um carnavalesco sério, comprometido e com for-mação acadêmica, além de sua experiência prática-pro�ssional nos carnavais de São Paulo e Rio de Janeiro, a Unidos do Peruche leva para o sambódromo em 2010 o tema “São Paulo, olhai por nós!”, uma espécie de redenção aos céus, em que o enredo trata da fé, das crenças e religiosidade, abordando in�uências que ajudaram a construir a cidade de São Paulo, e que de certa forma servem como modelo da formação cultural, social e artística do povo brasileiro.

Em 2011, vamos homenagear o nosso querido Theatro Mvnicipal, uma ho-menagem aos 100 anos de um importante ícone da cultura brasileira, berço do Modernismo, do questionamento das in�uências culturais “apenas” europeias, re�etiremos sobre sua importância no passado, presente e futuro, um berço da brasilidade, acreditando que faremos um carnaval à altura da sua imponência, do seu luxo e de todos os símbolos culturais que o Theatro Mvnicipal carrega em si, a qual é sua própria identidade.

Acreditamos que nosso “material humano e físico” está preparado para con-quistar aquilo que aconteceu quando o carnaval foi o�cializado em 1967, com o título de Grande Campeã, porém voltados para normas contemporâneas no mun-do do samba, o qual requer investimento pro�ssional para um retorno igualmente pro�ssional, tanto para sambistas, imprensa, público em geral e os responsáveis investidores, mostrando dessa forma que nesse ano a Unidos do Peruche é The-atro Mvnicipal, e o Theatro Mvnicipal é Unidos do Peruche, e tudo isso é Brasil!

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Inauguração do Theatro Mvnicipal de São Paulo, em 1911.

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ficha técnica

NOME G.R.C.S.E.S. UNIDOS DO PERUCHE

FUFUF NDAÇÃO 4 DE JANEIRO DE 1956CORES OFICIAIS VERDE, AMARELO, AZUL E BRANCO

SÍMBOLO CONSTELAÇÃO DO CRUZEIRO DO SUL

ENREDO “A“A“ BRAM-SE AS CORTINAS, O ESPETÁCULO VAIVAIV COMEÇAR.”100 ANOS DO THEATRO MVNICIPALPALP .

A PERUCHE VAIVAIV APRESENTAR. BRAVAVA O! BRAVAVA ÍSSIMO!

PATRONO FUFUF NDADOR SEU CARLÃO

PRESIDENTE RODOLPHO PRICOLI FILHO

CARNAVALESCO AMARILDO DE MELLO

D D DIRETOR DE CARCARC NAVAL ALEXANDRE CONCEIÇÃO

D D DIRETOR DE BARRACBARRACBARRA ÃOCÃOC RICARDO SEGANTIN

D D DIRETORA DE ATELIE NANCI VALERIA PRICOLLI

D D DIRETOR DE HARMONIA ALEXANDRE CONCEIÇÃO

INTÉRPRETES TONINHO PENTEADO

BERNADETE

MANOEL DA BAIXADA

SERGINHO ISIDORO

CLAULAULA DINHO

TINGA (PADPADP RINHO DA ALA MUSICAL)

M MESTRE DE BATERIA CASSIANO VINÍCIUS PEREIRA (CAL) R RAI RAI R NHA DA BATERIA CAROLINE BITTENCOURT

M MADRINHA DE BATERIA DANIELE FRANÇA

M MUSA DA BATERIA JAQUELINE KHURYURYUR

RAIRAIR NHA-MIRIM STEFANIEFANIEF E CASSIANO

PRINCESA DA BATERIA JULIANA GUAUAU RIGLIO

CASAISASAIS DE MESTRES-SALAS E 1º CASAL: EMERSON E CINTIAPORTA-BANDEIRAS 2º CASAL: ALEX E SUIANE

3º CASAL: RAFAFAF EL E GLEYCE

4º CASAL: KAUAUA Ê E NATHALIA

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SINOPSE DO ENREDO

PROTOFONIAS

ABRAM-SE AS CORTINAS!

Abram-se as cortinas! O espetáculo vai começar!É a Unidos do Peruche que por meio de sua voz popular, um século do Theatro Mvnicipal vai apresentar.

Sambando, cantando, representando e contando...Lá vem a Peruche com seu tema ... do erudito ao popular, vai fazer toda pla-

teia delirar.É pura arte... São óperas, danças, espetáculos teatrais, cantorias, sinfonias e concertos que a

Peruche nesta avenida vai descortinar. É passado, presente e futuro...Da ”Praça Ramos de Azevedo” à “Praça das Artes”, nosso espetáculo

vai começar!

PRIMEIRO ATO

LUZ! DIVINA LUZ! THEATRO MVNICIPALDE SÃO PAULO: UM SONHO DE MODERNIDADE,

O TEMPLO DAS ARTES

Luz! Divina luz! Iluminado nascia o Theatro Mvnicipal... Era como se “Apolo” e suas nove musas dos céus ali pairavam com sua car-

ruagem iluminada para inaugurar mais um “Templo de Arte”. Eram fachos de intenso brilho solar despontando dos ceus e que irradiavam alegrias e felicidades.

Luzes! Muitas luzes! Em meio a tanta luminosidade, ele nascia numa cidade ainda caipira e brejei-

ra, sobre a força econômica da industrialização e da cultura cafeeira.

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25Sinopse do enredo

Iluminado por novas ideias, eis que surgia no Vale do Anhangabaú um “Templo Sagrado das Artes”. Majestoso e grandioso como uma �lial dos templos gregos e abençoa-do pelos deuses.

Um panorama deslumbrante se descortinava...

Nascia em dia de festa e muito burburinho na cidade.

Ao redor daquela maravilha o povo se aglomerava. Deslumbra-dos, todos queriam ver bem de pertinho esse monumento que São Paulo ganhava.

São Paulo estava em ebulição! Damas e cavalheiros, elegantemente vestidos em trajes de gala, chegavam para esse grande momento.

Muitos landôs, coches e limusines com seus chauffeurs e cocheiros de libré vestidos no melhor estilo traziam perso-nalidades e ilustres convidados.

Acontecia o primeiro congestionamento da cidade...Da Praça da República até o Vale do Anhangabaú era um frenesi, o vaievem

de pessoas e de automóveis en�leirados. Maravilhados com tanto luxo, todos iam chegando para uma noite glamorosa.Protofonias de ”O Guarani”, de Carlos Gomes, foi a primeira composição que

o Mvnicipal e sua plateia ouviram na noite de inauguração.O barítono Titta Ruffo e sua companhia deram continuidade ao espetáculo,

interpretando a ópera “Hamlet”, de Ambroise Thomas.Com sua inauguração, abria-se a primeira temporada de óperas no Mvnicipal.E, há quase um século, nascia, numa noite de muita emoção e fausto, o

THEATRO MVNICIPAL DE SÃO PAULO. Um momento mágico! Para nunca ser esquecido...

Um panorama deslumbrante

Nascia em dia de festa e muito

Ao redor daquela maravilha o povo se aglomerava. Deslumbra-dos, todos queriam ver bem de pertinho esse monumento que São

São Paulo estava em ebulição! Damas e cavalheiros, elegantemente vestidos em trajes de gala, chegavam

Cartaz de inauguração do Theatro Mvnicipal de São Paulo, em setembro de 1911.

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SEGUNDO ATO

NO MÊS DO CARNAVAL “SEMANA DE ARTE MODERNA” “PAULICEA DESVAIRADA” NO MVNICIPAL:

UM MARCO CULTURAL

Modernismo no Mvnicipal... Foi em fevereiro de 1922. Quem diria, a uma semana do carnaval!Movimento de valorização de nossas raízes e nossa nacionalidade...

Culto ao nosso folclore. Resgate de nossa cultura. Descoberta de outro Brasil e seu passado artístico.

Com “Paulicea Desvairada”, Mário de Andrade, em poesias, brincou com as palavras e delineou um futuro que fez São Paulo e nossa arte se abrasileirarem.

O Mvnicipal de São Paulo foi o palco desse movimento cultural. No “Templo Sagrado”: conferências, música, poesia, literatura, exposições de

artes plásticas e teatro. Um mosaico de expressões artísticas apresentados de uma forma como nunca se viu. Um escândalo! Um momento de perplexidade! No palco, nas galerias, nos salões e corredores tudo acontecendo.

Oswald de Andrade, Graça Aranha, Villa-Lobos, Guiomar de Novaes, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Mennoti Del Picchia, Ronald Carva- lho, Brecheret, e tantos mais.

Presságios de um futuro... Inovação!A plateia boquiaberta pouco entendeu. Mui-

tas críticas e protestos. Vaias... Aplausos... Gritos... Tudo acontecendo a uma semana do carnaval!Explosão de um movimento cultural que fez

surgir uma nova nação. E o Theatro Mvnicipal de São Paulo foi palco

e testemunho de um dos mais importantes movi-mentos artístico de nosso país, revelado pelo Modernismo.

A partir de então, São Paulo e a arte brasileira nunca mais pararam. A “Paulicea” �cou cada vez mais “Desvairada”.

O Brasil e nossa arte solenemente agradecem.

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Presságios de um futuro... Inovação!

surgir uma nova nação.

e testemunho de um dos mais importantes movimentos artístico de nosso país, revelado pelo Modernismo.

nunca mais pararam. A “Paulicea” �cou cada vez mais “Desvairada”.

Capa do livro Paulicea desvairada, de Mário de Andrade.

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Maria Callas (soprano), apresentou-se na temporada lírica de 1951.

TERCEIRO ATO

ÓPERAS E SUA TEMPORADA DE OURO – 1951

Ao longo de quase um século, o Theatro Mvnicipal de São Paulo recebeu as mais famosas companhias mundiais do universo da ópera e suas estrelas. De início as italianas; depois as francesas, nacionais, russas e wagnerianas...

Apresentando: “La Traviatta”, “Hamlet”, “Aída”, “Lá Bohème”, “Rigolleto”, “Tosca”, “O Guarany”, “Madame Butter�y”, “Il Trovadore”, “Carmem”, “Tristão e Isolda”, “Barbeiro de Sevilha”, e assim por diante.

Autorias: Giussepe Verdi, Arturo Puccini, Richard Wagner, Gioachino Rossini, Carlos Gomes, Georges Bizet...

Cantando: Bianiamino Gigli, Gabriela Besanzoni, Maria Callas, Tito Schipa, Enrico Caruso, Assis Pacheco, Renata Tebaldi, e inúmeras vozes que ecoaram e ecoam pelos salões e galerias do Mvnicipal.

Bidú Sayão é parte importante desta história. A soprano brasileira, mundi-almente conhecida pelo seu “canto de cristal”, com uma voz que “exercia sor-tilégios”, conquistou plateias do “Templo Sagrado” paulistano ao se apresentar sempre de forma fenomenal.

Momentos inesquecíveis!A ressoar pelo Mvnicipal as mais célebres vozes

eruditas, a plateia a aplaudir!

Entreato...

Aproveitando... no “Bar Di-ana” beber champanhe “Mme Pommery” servido pelos bem-trajados garçons e ouvir os tim- -tins das taças do mais puro cristal.

De volta... mais um grande mo-mento desse espetáculo!

1951 – A mais importante tem-porada de ópera na história do Theatro Mvnicipal. No palco: duas estrelas a se apresentar!

Maria Callas (soprano), apresentou-se na temporada lírica de 1951.

A ressoar pelo Mvnicipal as mais célebres vozes

ana” beber champanhe “Mme Pommery” servido pelos bem-trajados garçons e ouvir os tim--tins das taças do mais puro cristal.

De volta... mais um grande mo-

1951 – A mais importante tem-porada de ópera na história doTheatro Mvnicipal. No palco: duas

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28 Sinopse do enredo

Maria Callas e Renata Tebaldi com suas belas vozes a encantar...

Em “La Traviatta” – ópera com enredo baseado na “Dama das Camélias” – elas se revezaram dando um toque especial ao interpretar a personagem de vida mun-dana, Violeta Valery.

Maria Callas ou Renata Tebaldi? Em verdade nem uma, nem outra. Naquela época quem saiu vencedora foi a plateia, pois cada uma delas em suas peculiares quali-dades eram grandes sopranos e divas da música erudita. Hoje críticos apontam ser Maria Cal-las a maior soprano de todos os

tempos e Renata Tebaldi a terceira melhor. E o Theatro Mvnicipal de São Paulo e sua plateia foram premiados com esse grande acontecimento e cúmplices das duas sopranos.

Uma temporada inesquecível. Um ano de ouro para o Mvnicipal!

Entreato...

Tem ópera infantil no Mvnicipal, entre tantas “João e Maria”, um mo-mento triunfal.

A criançada adorando e viajando num mundo de ilusões. Lotando o Mvnici-pal elas se encantam com narrativa das aventuras de dois irmãos perdidos numa �oresta.

Grandes momentos! Várias companhias, muitas estrelas e notáveis da ópera. Theatro Mvnicipal, presença marcante na cena mundial e muitas contribuições há quase 100 anos como um dos mais importantes fóruns brasileiro da arte e no gosto pela ópera.

Titta Ruffo (barítono) - Inaugurou o Mvnicipal interpretando o papel-título da ópera “Hamlet”, de Ambroise Thomas.

Tebaldi com suas belasvozes a encantar...

Em “La Traviatta” – ópera com enredo baseado na “Dama das Camélias” – elas se revezaram dando um toque especial ao interpretar a personagem de vida mundana, Violeta Valery.

Maria Callas ou Renata Tebaldi? Em verdade nem uma, nem outra. Naquelaépoca quem saiu vencedora foi a plateia, pois cada uma delas em suas peculiares qualidades eram grandes sopranos e divas da música erudita. Hoje críticos apontam ser Maria Callas a maior soprano de todos os

Titta Ruffo (barítono) - Inaugurou oMvnicipal interpretando o papel-título da ópera “Hamlet”, de Ambroise Thomas.

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QUARTO ATO

A DANÇA E A DRAMATURGIAA DANÇA

Dançando conforme a música, o Theatro Mvnicipal de São Paulo foi cúmplice de vários bailarinos e suas companhias de dança.Foi parceiro da “Divina Loucura”, de Nijinnsky. Acolheu e aplaudiu a

divina dama da dança, Margot Fonteyn, a melhor e última grande bailarina de estilo clássico.

Apreciou e viu Nureyev �utuar, como se pássaro fosse, por meio de suas pi- ruetas. Foi ao delírio com a bailarina Isadora Ducan – intitulada “a grande evoca-dora dos gestos e pose”.

Em seu palco dançaram ainda: Anna Polowa, Maurice Bejart, Maria Olenewa, Jose Limom, Mikhail Baryshnikov, Ana Botafogo e uma legião de bailarinos.

Quando São Paulo fez 400 anos, lá estava o Mvnicipal participando com a cria-ção do “Ballet do IV Centenário”, integrado totalmente por bailarinos, direção coreográ�ca e cenógrafos brasileiros.

A brasileira Márcia Hayddè, à frente do balé alemão de Stuttgart, foi motivo de orgulho em suas perfeitas apresentações.

Por meio de diversas companhias e de uma diversidade de artistas que por ali bailaram, podem-se apreciar inúmeros espetáculos de rara beleza, entre eles: “Gavotte”, “A Bela Adormecida no bosque”, “Lago dos Cisnes”, ”Gioconda”, “Giselle”, “Maria Maria”, “Das Terras do Benvirá” e “Kuarup” – dançado pelo gru-po brasileiro de vanguarda Ballet Stagium, um dos pioneiros da dança moderna e contemporânea no Brasil.

Em suas edições, o Carlton Dance Festival nos fez conhecer: Michel Clarke, o grupo Momix, L’ensemble, entre outros. Revelou muitas companhias e novos baila-rinos. O grupo de dança de Belo Horizonte, “Corpo” é uma des-sas grandes revelações. Um grande acontecimento, pois é um sucesso até os dias atuais.

Nijinsky (bailarino) in “Sherazade”, dançou no Mvnicipal em 1917.

moderna e contemporânea no Brasil.Em suas edições, o Carlton

nos fez conhecer: Michel Clarke, o grupo Momix, L’ensemble, entre outros. Revelou muitas companhias e novos baila-rinos. O grupo de dança de Belo Horizonte, “Corpo” é uma des-sas grandes revelações. Um grande acontecimento, pois é um sucesso

“Sherazade”, dançou no Mvnicipal em 1917.

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30 Sinopse do enredo

O palco do Mvnicipal conheceu de sapatilhas europeias aos pés descalços dos índios xavantes. Pelas companhias de balé folclóricos – Bolshoi, Berliner, African e outras – pode-se conhecer e admirar ritos e tradições de vários países.

Grandes nomes, centenas de bailarinos anônimos, mundo de sonhos, am-bições e ilusões. Conhecidos ou anônimos, todos foram aplaudidos em meio à cumplicidade do teatro e o fulgor de plateias de admiradores apaixonados pela arte da dança.

A DRAMATURGIA

O Mvnicipal chega às vésperas de seu centenário conhecendo e experimentan-do, em seus palcos, muita dramaturgia.

Testemunho de tudo que se passou por ali, o Mvnicipal, com certeza, foi foi o único que não dormiu um instante a cada peça teatral, sendo o texto tradicional, irreverente ou de vanguarda encenado em seu palco.

Vigilante, irrequieto, não esqueceu nada, e esteve atento a tudo e a todos os movimentos teatrais.

Viu Itália Fausta, Dulcina, Cacilda Becker, Procópio Ferreira e Leopoldo Fróes criarem o embrião de um teatro nacional. Em seu ventre morreram o caixeiro viajante e a “Dama das Camélias”, que teve no palco do Mvnicipal sua principal intérprete, a estrela internacional “Vivien Leigh”, considerada um monstro sagrado do cinema e do teatro. Sorriu e se divertiu com o irreverente mímico Marcel Marceau – o “Chaplin francês”... E pa-cientemente esperou “Godot”.

Com o sofrimento de Alaíde em “Vestido de Noiva”, texto de Nelson Rodrigues, fez surgir na cena teatral brasileira uma nova história. Um marco e um divisor na evolução do teatro brasileiro.

Tramas shakespearianas... “Sonhos em muitas noites de inverno ou de verão”. “Es-colas de Mulheres” a la Molière... Espetáculos de instintos “Avarentos”!

Envolvido no “O Feitiço”, de Oduvaldo Vianna, a plateia �cou inebriada com “A Margem da Vida”, do inglês Tennessee Willians. E �cou surpresa ao ver um “Grito no Ar”, de Gianfrancesco Guarnieri.

Público e Theatro - “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, e perplexos ao assistirem “Navalha na Carne”, de Plínio Marcos. Um golpe duplo!

Cacilda Becker.

“Dama das Camélias”, que teve no palco do Mvnicipal sua principal intérprete, a estrela internacional “Vivien Leigh”, considerada um monstro sagrado do cinema e do teatro. Sorriu e se divertiu com o irreverente mímico Marcel Marceau – o “Chaplin francês”... E pacientemente esperou “Godot”.

de Noiva”, texto de Nelson Rodrigues, fez surgir na cena teatral brasileira uma nova história. Um marco e um divisor na evolução do teatro brasileiro.

muitas noites de inverno ou de verão”. “Escolas de Mulheres” a la Molière... Espetáculos

Cacilda Becker.

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De joelhos, aplausos para “O Santo Inquérito”, de Dias Gomes.

“Aurora da Minha Vida”, “Dona Doida”, “Bodas de Pa-pel” – tantos textos montados, aplaudidos e reverenciados!

Cacilda Becker, John Gielgud, Maria Della Costa, Clara Della Guardia, Dercy Gonçalves, Raul Cortes, Paulo Autran, Tônia Carrero, Gianfrancesco Guarnieri, Eva Wilma... Um céu de estrelas!

Muitos autores, textos, tragé-dias, comédias, dramas.

Mundo de fantasias... tramas...Brilhantismo! Todos autores e atores, protagonistas desta história.Viva a arte de representar! Viva o Theatro Mvnicipal!

QUINTO ATO

A MÚSICA EMBALA O FUTURO – PRAÇA DAS ARTESA MÚSICA

Extraordinárias orquestras, gran-des intérpretes e os mais diver-sos estilos de música foram ou-

vidos no Theatro Mvnicipal.Do tradicional ao moderno, sen-

tiu ainda as sensações letárgicas das experimentações da música de vanguarda e contemporânea. Por sua versatilidade e capacidade de experimentações, ele chega aos dias atuais moderno e atualizado musicalmente.

Grandes intérpretes! Vozes que ecoaram. Orquestras e maestros que emocionaram! “Villa-Lobos,

Dercy Gonçalves.

Bidú Sayão (soprano), no papel de Violetta, ópera La Traviata, de Verdi.

pel” – tantos textos montados,

Cacilda Becker, John Gielgud,Maria Della Costa, Clara DellaGuardia, Dercy Gonçalves, Raul Cortes, Paulo Autran, TôniaCarrero, Gianfrancesco Guarnieri, Eva Wilma... Um céu de estrelas!

Muitos autores, textos, tragé- Dercy Gonçalves.

xtraordinárias orquestras, gran-des intérpretes e os mais diver-sos estilos de música foram ou-

Do tradicional ao moderno, sen-tiu ainda as sensações letárgicas das experimentações da música de vanguarda e contemporânea. Por sua versatilidade e capacidade de experimentações, ele chega aos dias atuais moderno e atualizado

Grandes intérpretes! Vozes que ecoaram. Orquestras e maestros que emocionaram! “Villa-Lobos,

Bidú Sayão (soprano), no papel de Violetta, ópera La Traviata, de Verdi.

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32 Sinopse do enredo

Isaac Karabtchisky, Arturo Tosca-nini, Leopoldo Stokovski”, Lorin Maazel, Jamil Maluf... Brahms, Chopin, Wagner, Berlioz, Rossini e Lorenzo Fernandes. Sinfonia perfeita de astros! Um sucesso!

Prazer foi ouvir a “cintilante pianista” Magdalena Taglia-ferro. Ouvir o piano do gênio Arthur Rubinstein... Nelson Freire, Guiomar Novaes e tan-tos pianistas mais.

Muito bom foi escutar as obras de Villa-Lobos em várias récitas cantadas nas diversas vozes: da erudita Bidu Sayão à popular Elizete Cardoso; em meio a muita polêmica Elizete quebrava um tabu... “Elizete tu és do Mvnicipal”.

Musica popular brasileira... cantar... protestar e encantar...Diogo Pacheco a comandar... Vinicius de Moraes, Pixinguinha, Edu Lobo,

Baden Powell, Francis Hime, Elis Regina...Canção e poesia. Clementina de Jesus, Milton Nascimento, João Gilberto,

Gal Costa, Gilberto Gil... Não era utopia, era o Mvnicipal em sintonia.Música internacional de boa qualidade. Sara Vaughan, Ella Fitzgerald, Ray

Charles, James Brow... Jazz em sinfonia.Grandes concertos! Ah! Concertos e orquestras que �zeram e fazem plateias delirar...Tudo bom de se ver e ouvir... tudo para encantar!Em seus acordes, o Mvnicipal viu-se protegido pelos deuses da música e

foi a�nado com todos os movimentos musicais. Silencioso e reservado, per-mitiu excluir e aproximar grandes sensações musicais. Do erudito ao popular, ele ouviu e viu cantar, tocar e reger os mais notáveis nomes da música mun-dial e brasileira.

Isaac Karabtchisky, Arturo Toscanini, Leopoldo Stokovski”, Lorin Maazel, Jamil Maluf... Brahms, Chopin, Wagner, Berlioz, Rossini e Lorenzo Fernandes. Sinfonia perfeita de astros! Um sucesso!

pianista” Magdalena Tagliaferro. Ouvir o piano do gênio Arthur Rubinstein... Nelson Freire, Guiomar Novaes e tantos pianistas mais.

obras de Villa-Lobos em várias récitas cantadas nas diversas

Heitor Villa-Lobos.

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PRAÇA DAS ARTES – 100 ANOS DEPOIS, OS DEUSES NÃO ESQUECERAM O MVNICIPAL – O FUTURO É AGORA

Reconhecido por um passado e um presente atuante, o Theatro Mvnicipal de São Paulo tornou-se instituição tombada pelo patrimônio histórico do Estado desde 1981.

Próximo de seu centenário, mais uma vez o prestígio e o reconhecimento batem à sua porta em forma de agradecimento por todos os préstimos à arte brasileira.

De novo parece que “Apolo”, em sua carruagem iluminada, e suas deusas pairam sobre o Vale do Anhangabaú para agora presentear esse “Templo Sa-grado” por um século de glórias.

De presente ele traz a “Praça das Artes”, prêmio que só pode mesmo ser uma inspiração dos “Deuses do Olimpo”.

A “Praça das Artes”, projeto que será implantado no entorno do teatro, é a certeza de um Mvnicipal potente e fortalecido para muitos séculos. No pro-jeto, um novo edifício para os corpos artísticos do teatro. Este prédio abrigará: Orquestra Sinfônica Mvnicipal, Orquestra Experimental de Repertório, Balé da Cidade de São Paulo, Coral Lírico, Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo e Coral Paulistano.

A “Praça das Artes” abrigará ainda o Centro de Documentação Artística. O atual conservatório servirá como escola de musica e dança, hoje sem espaço próprio. O salão prin-cipal será a sede para o Quarteto de Cordas da Cidade.

“Praça das Artes”: o fu-turo do Mvnicipal de São Paulo já começou...

O futuro é agora... “Theatro Mvnicipal:

uma ideia moderna de 100 anos atrás”.

“Da Praça Ramos de Azevedo à Praça das Artes”.

atual conservatório servirá como escola de musica e dança, hoje sem espaço

“Theatro Mvnicipal: uma ideia moderna de 100

“Da Praça Ramos de Azevedo à Praça das Artes”.

Coral paulistano.

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“ABRAM-SE AS CORTINAS, O ESPETÁCULO VAI COMEÇAR.”100 ANOS DO THEATRO MVNICIPAL DE SÃO PAULO.A PERUCHE VAI APRESENTAR. BRAVO! BRAVÍSSIMO!Compositores: Toninho Penteado, Nascimento, Alex Lima e De Paula.

Chegou a filial do samba, podem aplaudirO espetáculo vai começar, as cortinas vão se abrirVem cantar, vem sambar, do erudito ao popularA luz, “divina luz” iluminou. . .E num sonho de modernidadeMinha São Paulo acreditouE assim nasceu o templo das artesLar de grandes marcos culturaisA Paulicea desvairada foi a grande inovaçãoCom a arte brasileira em exposição

Palco divino de estrelasBravo! Bravíssimo! (bis)A ópera trouxe emoçãoE conquistou meu coração

Na dança, bailarinos contagiamNum mundo de sonhos e ilusõesNa dramaturgia, fascinantes encenaçõesDramas, comédias, sinfoniasE acordes musicais a tocarFazendo a plateia delirarO seu futuro é agoraNesse centenário de glóriaVem aí a Praça das ArtesPra escrever uma nova história

Nos braços do povoLá vem a Peruche de novo

(Refrão)Parabéns!!! Ao Theatro MvnicipalQue é inspiração pro meu carnaval

Letra do samba“ABRAM-SE AS CORTINAS, O ESPETÁCULO VAI COMEÇAR.”100 ANOS DO THEATRO MVNICIPAL DE SÃO PAULO.A PERUCHE VAI APRESENTAR. BRAVO! BRAVÍSSIMO!

Letra do samba“ABRAM-SE AS CORTINAS, O ESPETÁCULO VAI COMEÇAR.”

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Fachada do Theatro Mvnicipal de São Paulo.

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DEFESA DA LETRA DO SAMBA

Chegou a filial do samba, podem aplaudirO espetáculo vai começar, as cortinas vão se abrirVem cantar, vem sambar, do erudito ao popular

INTRODUÇÃOA Unidos do Peruche carrega consigo o título de filial do samba. mais de meio século de história e cultura popular participando de mais um carnaval.Cantar e sambar, erudito e popular, culturalmente ligadas, uma à outra, manifestações pertinentes tanto ao Theatro Mvnicipal como à quadra da escola de samba.

A luz, “divina luz” iluminou...E num sonho de modernidadeMinha São Paulo acreditou

PRIMEIRO ATOLUZ! DIVINA LUZ!

THEATRO MVNICIPAL DE SÃO PAULO:UM SONHO DE MODERNIDADE,

O TEMPLO DAS ARTESVersos que contemplam a inauguração do Theatro Mvnicipal. São Paulo jamais havia visto tantas luzes, literalmente concentradas em um só lugar, fachos de luzes no prédio do theatro e nos corações e mentes, era a modernidade, o início da concretiza-ção do sonho de ser metrópole... e mais... do Brasil ser Brasil.

SEGUNDO ATONO MÊS DO CARNAVAL

“SEMANA DE ARTE MODERNA”“PAULICEA DESVAIRADA” NO MVNICIPAL:

UM MARCO CULTURALApós a inauguração do Theatro Mvnicipal, em 1922, a uma semana do carnaval, eclode a Semana de Arte Moderna, concentração de mentes van-guardistas que inquietas, questionam a in�uência demasiada da arte estrangeira, e verdadeiramente assumem a “brasilidade” na música, poesia, teatro, artes plásticas, literatura e conferências.

E assim nasceu o templo das artesLar de grandes marcos culturaisA Paulicea desvairada foi a grande inovaçãoCom a arte brasileira em exposição

“ABRAM-SE AS CORTINAS, O ESPETÁCULO VAI COMEÇAR.”100 ANOS DO THEATRO MVNICIPAL DE SÃO PAULO.A PERUCHE VAI APRESENTAR. BRAVO! BRAVÍSSIMO!Compositores: Toninho Penteado, Nascimento, Alex Lima e De Paula.

Trecho da letra do samba Justificativa

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Na dança, bailarinos contagiamNum mundo de sonhos e ilusõesNa dramaturgia, fascinantes encenaçõesDramas, comédias, sinfoniasE acordes musicais a tocarFazendo a plateia delirar

O seu futuro é agoraNesse centenário de glóriaVem aí a Praça das ArtesPra escrever uma nova história

Nos braços do povoLá vem a Peruche de novoParabéns!!! Ao Theatro Mvnicipal

(Refrão)

Que é inspiração pro meu Carnaval

QUARTO ATOA DANÇA E A DRAMATURGIA

O Theatro Mvunicipal também recebeu os princi-pais nomes internacionais (incluam-se os nacio-nais!) da dança e da dramaturgia, cumprindo seu papel de responsabilidade cultural. Sempre permi-tiu aos espetáculos de dança, bem como às apresen-tações teatrais, o merecido destaque e respeito que lhes é de direito, além de contemplar mais uma vez seu público com o que há de melhor.

QUINTO ATOA MÚSICA EMBALA O FUTURO

PRAÇA DAS ARTESVilla-Lobos, Bidu Sayão, Vinícius de Moraes, Clementina de Jesus, James Brown, Elaa Fitzgerald – faltará espaço nessas linhas para citar os grandes artistas da música que passaram por aqui, os exem-plos citados denunciam a vocação vanguardista do Theatro Mvnicipal, a ponto de expandir seu espaço, literalmente ao seu redor. a construção da “Praça das Artes”, um novo marco para a cidade de São Paulo, para o Brasil, espaço para o fortalecimento da cultura e arte brasileiras.

FECHAMENTOA Unidos do Peruche acredita nos valores de brasilidade, e sabe de sua importância na cultura popular. Por isso, a homenagem ao nosso “coir-mão” Theatro Mvnicipal, palco da possibilidade de acreditarmos em nossa história, em grandes conquistas. Nada mais justo e coerente em dedi-carmos um ano de trabalho, singelo e responsável! Acreditamos ter escrito mais um acontecimento na história do theatro, e juntos, fortalecermos ainda mais nossos valores culturais!

TERCEIRO ATOÓPERAS E SUA TEMPORADA DE OURO – 1951As óperas sempre estiveram presentes no Theatro Mvnicipal. Por lá, passaram as mais famosas com-panhias mundias de ópera acompanhadas de suas estrelas, óperas infantis, e claro, não se pode olvidar da temporada de 1951, onde calorosas discussões aconteciam para saber quem foram os mais comple-tos sopranos(as) da música erudita na época.

Palco divino de estrelasBravo! Bravíssimo! (bis)A ópera trouxe emoçãoE conquistou seu coração

Trecho da letra do samba Justificativa

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montagem e croquis

PRIMEIRO ATO

LUZ! DIVINA LUZ! THEATRO MVNICIPALDE SÃO PAULO: UM SONHO DE MODERNIDADE

O TEMPLO DAS ARTES

Neste ato faremos a abertura de nosso enredo, tendo como ponto de partida a comissão de frente com uma alegoria alusiva aos primór-dios do teatro (Grécia), espondo um mix de coreogra�as e encenações

relativas às possibilidades da arte. Na sequência nosso abre-alas se remeterá ao dia da inauguração do Theatro Mvnicipal, e as alas seguintes aos personagens e elementos da mitologia que representaram as origens do teatro na Grécia.

COMISSÃO DE FRENTEApolo e as Artes – Apolo abençoa o Mvnicipal e a Peruche

Há quase 100 anos atrás, num dia mágico e de grande espetáculo e perplexi-dade para a cidade, Apolo abençoou a inauguração do Theatro Mvnicipal de São Paulo. Agora, 100 anos depois, através da representante da cultura popular – Unidos do Peruche – ele volta para nos abençoar, celebrando os 100 anos do Theatro Mvnicipal e abrindo os des�les do Anhembi.

Baseada na mitologia grega, nossa Comissão de Frente utilizará um elemento cênico representando a carruagem do deus Apolo, que será puxada por 4 atores caracterizados como cavalos mágicos, fazendo uma referência aos cavalos que puxam a carruagem de Apolo rumo ao seu palácio que paira sobre o Sol. Os de-mais componentes – atores e bailarinos – vestirão indumentária alusiva à época da inauguração do Mvnicipal. Esta carruagem mágica se transforma num palco de teatro, onde serão apresentadas diversas formas de manifestações artísticas que foram apresentadas ao longo de quase 100 anos. Faz parte das encenações e das coreogra�as momentos especiais alusivos à Semana de Arte Moderna.

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45Montagem e croquis

ALEGORIA 1 – ABRE-ALASLuzes muitas! Muitas Luzes! Nasce o Theatro Mvnicipal de São Paulo.

Alegoria inspirada em elementos e ornatos do prédio do Theatro Mvnici-pal de São Paulo, sem o compromisso de ser uma réplica, representando o dia de sua inauguração. Carruagens e carros de época fazem alusão ao primeiro congestionamento em São Paulo, ocorrido no dia da inauguração, segundo historiadores e jornalistas da época. Essa alegoria possui uma boca de cena na qual serão apresentados trechos de óperas, encenações teatrais, dança e música. Temos ainda uma plateia, na qual acontecerão coreogra�as e interatividade en-tre o público e os artistas da caixa de cena. O destaque central vem num queijo, que estará sob um lustre (inspirado no lustre central que há na sala de espetá-culo do Theatro). Na parte traseira da alegoria reproduções de ruínas gregas, colunas e cariátides remetem às origens greco-clássicas do Theatro.

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MUSA GREGA destaque de chão

ALA 1 – Mnemosine(a memória na mitologia grega – mãe das nove musas)

Nossas baianas, a tradição de uma escola de samba: nossa memória viva. Essa fantasia representa Mne-mosine – aquela que guarda a história: a memória – mãe das nove musas das artes, segundo a mitologia grega. Nossas baianas, ao incorporarem Mnemosine, guardam consigo e trazem para a avenida a história de 100 anos do Theatro Mvnicipal de São Paulo.

ALA 2 – Luz, divina luz

Fantasia alusiva à luminosidade do Sol na concep-ção e conceituação mitológica de Apolo e suas mu-sas. Apolo é luz que irradia e faz brilhar as artes. Ao mesmo tempo, os raios que saem do resplendor desta fantasia remetem à luz, de fato e concreta, que ilumi-nava o interior do Theatro de uma forma como nunca antes vista. Outro fato importante, intrínseco ao con-ceito desta fantasia: pela primeira vez, São Paulo rece-bia a luz pública, inaugurada justamente neste dia, e no entorno do Theatro.

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1º CASAL DE MESTRE- -SALA E PORTA-BANDEIRA Arte e beleza - 100 anos de glóriaVitória de Samotrácia – vitó-ria do Theatro Mvnicipal de São Paulo

Inspirada na escultura alada de origem grega, “Vitória de Samotrácia”, que faz alusão à força, à glória, às conquistas e à vitória, a fantasia do 1º casal de mestre-sala e porta-bandeira representa a vitória, a força e o vigor do The-atro Mvnicipal por suas conquistas e permanência de 100 anos no ideário da cultura e arte brasileiras, como uma das institui-ções mais respeitadas desde país. Uma vitória a ser respeitada e festejada será bailada por nosso casal como celebração ao centenário do Mvnicipal.

Guardiãs do casal de mestre-sala e porta-bandeira 50 bailarinas-guardiãs fantasiadas de musas gregas compõem o cenário, e farão um cortejo ao casal, guardando-os e proteg-endo nosso pavilhão.

ALA 3 – Theatro Mvnicipal de São Paulo – O sonho europeu nos trópicos

Nas cores amarelo e ouro, esta ala simboliza o nas-cimento do Theatro Mvnicipal de São Paulo. Nascia inspirado nos teatros europeus e sonho de emergente elite enriquecida pela cultura cafeeira e uma crescente industrialização paulistana, as quais almejavam uma casa de espetáculos operísticos no nível dos teatros da Europa, principalmente aos moldes do Ópera de Paris e do Teatro de Milano.

fantasia do 1º casal de mestre-sala

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48 Montagem e croquis

SEGUNDO ATO

NO MÊS DO CARNAVAL “SEMANA DE ARTE MODERNA”“PAULICEA DESVAIRADA” NO MVNICIPAL

UM MARCO CULTURAL

Neste ato, vamos fazer uma alusão ao movimento modernista que teve seu marco e ápice na “Semana de Arte Moderna” – discutida, falada e apre-sentada no palco, salões e galerias do Theatro Mvnicipal de São Paulo.

Com elementos literários, iconográ�cos e artísticos que marcaram a poética e dia- lética deste movimento, nossas alegorias e fantasias explicitarão um pouco dessa dialética artística que mudaria a história da arte em nosso país.

Foi em fevereiro de 1922. Quem diria, a uma semana do carnaval!“Paulicea Desvairada”, Mário de Andrade – manifesto e previsão de futuro,

arte e inovação – São Paulo e o Brasil nunca mais foram os mesmos. Seguindo os conceitos mundiais que ditavam a forma de fazer arte: Oswald de Andrade, Graça Aranha, Villa-Lobos, Guiomar de Novaes, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Mennoti Del Picchia, Ronald Carvalho, Brecheret, e tantos mais; ao nosso estilo, nossa produção cultural e artística se tornava genuinamente brasileira.

Era a valorização de nossas raízes e nossa nacionalidade, e culto ao nosso fol-clore, resgate de nossa cultura, descoberta de outro Brasil e seu passado artístico.

ALA 4 – Sinfonias tropicais – Pierrot modernista

Fantasia elaborada com elementos de nossa fau-na e �ora, que tem o objetivo de representar o mo-vimento musical na “Semana de Arte Moderna”, quando nossos musicistas, encabeçados por Villa- -Lobos, objetivavam uma música clássica que reme-tesse aos nossos sons, nossas manifestações cultu-rais e folclóricas. Ao mesmo tempo, na composição da fantasia, a �or da vitória-régia se apresenta como uma gola de pierrot, e o miolo da �or é representado por um pompom na cabeça do integrante, remeten-do ao fato da Semana de Arte Moderna ter aconteci-do próximo ao carnaval.

ALA

na e �ora, que tem o objetivo de representar o movimento musical na “Semana de Arte Moderna”, quando nossos musicistas, encabeçados por Villa--Lobos, objetivavam uma música clássica que remetesse aos nossos sons, nossas manifestações culturais e folclóricas. Ao mesmo tempo, na composição da fantasia, a �or da vitória-régia se apresenta como uma gola de por um pompom na cabeça do integrante, remetendo ao fato da Semana de Arte Moderna ter acontecido próximo ao carnaval.

Velha Guarda – Vestidos em trajes de gala, componentes de nossa Velha Guarda fazem uma alusão a personagens da época. Nossos baluartes trazem o brilho de sua tradição em celebração ao centenário deste reluzente patrimônio cultural – o Theatro Mvnicipal de São Paulo.

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49Montagem e croquis

Entrada da Bateria (ALA 24) – O índio de casaca – Orquestra tropical

Representa a brasilidade de Villa-Lobos na com-posição de suas músicas. Fantasiados de orquestra tropical, os integrantes da bateria farão uma homena-gem a Villa-Lobos – um dos precursores da música clássica brasileira.

3º CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA Bailes de luxo no Mvnicipal

Os famosos e luxuosos bailes carnavalescos que aconteceram no Theatro Mvnicipal de São Paulo.

ALA 5 – Poesia e literatura – Arlequim modernista

Fantasia com tecido em estamparia de balões (re-metendo à capa do livro “Paulicea Desvairada“, de Mário de Andrade) e adereços em forma de perga-minhos com estrofes do poema “Os Sapos”, que foi lido por Ronald Carvalho como forma de deboche ao parnasianismo em uma das apresentações literárias que aconteceram no Theatro Mvnicipal na “Semana de Arte Moderna”.

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50 Montagem e croquis

ALA 6 – Valorização ao Barroco brasileiro

Ala alusiva à valorização da arte barroca brasilei-ra por sua peculiaridade e diferencial. O Barroco brasileiro começou a ser catalogado e estudado como um dos objetos de identi�cação de brasilidade a par-tir de pesquisas e viagens pelo Brasil a fora do nosso genial Mário de Andrade e sua equipe. Feito em sua maioria por artistas mulatos, mesmo sem nunca terem ido à Europa, traços e pinceladas singulares �zeram de nosso Barroco um marco deste estilo de arte brasileira.

ALA 7 – Entre laços e �tas (O folclore brasileiro)

Ala que representa o nosso folclore e mani-festações populares como elemento importante na construção de nossa identidade cultural e ar-tística. Por entre laços e �tas, nosso Brasil �cou mais colorido e mais dançante. Viajando pelo nosso país, na busca de elementos que deline-assem nossa brasilidade, Mário de Andrade e sua caravana catalogaram e presenciaram ma-nifestações folclóricas que representavam um Brasil mestiço com alma própria e alegre, tor-nando-se fato de discussões relevantes do movi-mento modernista no Brasil, na Semana de Arte. Muitos modernistas utilizaram-se desses moti-vos cênicos e iconográ�cos em suas pinturas.

ALA 8 – Identidade cultural e racial (afro-brasileira)

Alusiva a traços que compõem a formação de nosso povo com con�rmação da forte in�uência da cultura africana. Tópico de discussão da “Semana de Arte Mo-derna” – a valorização das in�uências e heranças do povo africano em nosso cotidiano, seja na cultura, na alimentação ou nas in�uências artísticas. A construção de uma nação e seu povo. Em debates e discussões, o modernismo decretava: somos afro-brasileiros.

ALA 6 –

ra por sua peculiaridade e diferencial. O Barroco brasileiro começou a ser catalogado e estudado como um dos objetos de identi�cação de brasilidade a partir de pesquisas e viagens pelo Brasil a fora do nosso genial Mário de Andrade e sua equipe. Feito em sua maioria por artistas mulatos, mesmo sem nunca terem ido à Europa, traços e pinceladas singulares �zeram de nosso Barroco um marco deste estilo de arte brasileira.

ALA 8 –

povo com con�rmação da forte in�uência da cultura africana. Tópico de discussão da “Semana de Arte Moderna” – a valorização das in�uências e heranças do povo africano em nosso cotidiano, seja na cultura, na alimentação ou nas in�uências artísticas. A construção de uma nação e seu povo. Em debates e discussões, o modernismo decretava: somos afro-brasileiros.

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51Montagem e croquis

ALEGORIA 2“Paulicea Desvairada” – Semana de 22 (Redescobrindo o Brasil) - Baile da modernidade

Alegoria alusiva ao movimento modernista que teve como ponto alto a “Semana de 22”, ocorrida em fevereiro de 1922 no Theatro Mvnicipal de São Pau-lo. Na composição cenográ�ca desta alegoria, vem à frente uma réplica do mo-numento comemorativo ao centenário da independência do Brasil, do escultor Luigi Brizzolara, que se localiza no Vale do Anhangabaú. Pierrôs, colombinas e arlequins também fazem parte da cenogra�a, fazendo uma alusão ao fato da “Semana de Arte Moderna” ter acontecido a uma semana do carnaval e ao mes-mo tempo dos bailes carnavalescos que aconteciam no Mvnicipal. Do centro ao alto do carro, uma escultura de Mário de Andrade. Réplicas de pinturas de obras de artistas modernistas estão nas paredes da alegoria. Livros fazem menções aos forte movimento e manifestos literários que embalaram o movimento modernis-ta. Performances de bailarinos por toda alegoria remetem ao espírito inovador que preconizou a “Semana de Arte Moderna”.

MUSA SEMANA DE ARTE MODERNA destaque de chão

Montagem e croquis

ALEGORIA 2

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52 Montagem e croquis

terceiro ATO

ÓPERAS – LUXO – GLÓRIA E ESPLENDOR

Ato dedicado aos momentos operísticos no Mvnicipal. Neste ato, apresenta-remos um elenco de óperas que mais vezes foram apresentadas no Theatro Mvnicipal de São Paulo. Fato relevante a ser considerado é que a alegoria

que representará este ato será alusiva à trilogia verdiana (três óperas populares e consideradas como as mais apresentadas no mundo e especialmente no Mvnicipal). Especialmente La Traviatta, que é de extrema importância na história do Theatro Mvnicipal, encenada por inúmeras vezes e cantada pelas mais belas vozes líricas.

ALA 9 – Pagliacci

Ópera de curta duração, sempre apresentada an-tes de grandes óperas. Daí, estar fazendo também a abertura neste ato. Seu enredo baseia-se numa trupe de palhaços mambembes que montam um picadeiro improvisado numa praça e se apresentam. Muito apre-ciada e por muitas vezes encenada no Mvnicipal.

ALA 10 – Aída e o Egito – Oitenta escravos e trinta Aídas

A ópera “Aída” de autoria de Giussepe Verdi – uma das óperas mais apresentadas no mundo e por várias vezes no Theatro Mvnicipal de São Paulo.

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53Montagem e croquis

ALA 11 – Piratas de Ístria - (Fosca)

Personagem da ópera “Fosca”, do brasileiro Car-los Gomes, autor de diversas óperas.

ALA 12 – Carmem – A cigana e o toureiro

Uma das histórias operísticas mais conhecidas no mundo, tam-bém foi apresentada por inúmeras vezes no Theatro Mvnicipal de São Paulo.

ALA 13 – Papageno – Flauta mágica

Essa ala faz uma alusão ao personagem (pássaro) “O Papageno”, da ópera “Flauta Mágica”, que no enredo rouba pássaros para agradar a rainha. Em várias temporadas foi encenada no Mvnicipal como ópera e em outras, como balé.

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54 Montagem e croquis

ALA 14 – Cio Cio San e o tenente Pinkerton (Madama Butter�y)

Ala com �gurino representando os dois personagens mais impor-tantes da ópera “Madama Butter�y” – a japonesa Cio Cio San – e o tenente americano Pinkerton. Esta ópera, com cenogra�a e �gurinos orien-tais, causou muita admiração no Theatro Mvnicipal.

ALA 15 – João e Maria perdidos na �oresta

Obra dos irmãos Grimm, João e Maria foi transformada numa ópera infantil, sendo dirigida por Jamil Maluf. Obteve grande sucesso em sua temporada no Theatro Mvnicipal.

MUSA DA ÓPERA destaque de chão

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55Montagem e croquis

ALEGORIA 3Sob o olhar do Lord Peruchinho, a Trilogia VerdianaRigoletto – La Traviatta – El TrovatoreBRAVO! BRAVÍSSIMO!

Na composição cenográ�ca desta alegoria teremos como personagem prin-cipal nosso símbolo – “O Peruchinho” –, uma escultura com 12 metros de altura, sentada. Emocionado e apaixonado pela história do nosso enredo, seu coração bate forte. Ele estará assistindo a um baile operístico em homenagem às três óperas mais apresentadas no Mvnicipal, chamadas de “a trilogia verdiana” – Rigoletto, La Traviatta e El Trovatore.

Adereços em forma de rosas (símbolo da personagem principal de “La Traviatta”, Violeta Valèry) farão parte de toda a alegoria como forma de simboli-zar a ópera “La Traviatta”, considerada de grande importância na história do Mvnicipal. Por diversas temporadas, esta ópera foi apresentada no Mvnicipal e cantada pelas mais belas vozes: Violeta Coelho, Bidu Sayão, Renata Tebaldi, Maria Callas e tantas mais.

Mas foi na temporada do ano de 1951 que a história operística do Mvnicipal �cou considerada como a mais importante ao longo de quase seus 100 anos, se-gundo críticos e historiadores. São Paulo teve a oportunidade de comparar as vozes das Divas Callas e Tebaldi em “La Traviatta”.

Consideradas inimigas ferrenhas, as duas divas se revezaram a cada récita, tornando o ano de 1951 inesquecível na história do teatro.

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56 Montagem e croquis

quarto ATO

DANÇA E DRAMATURGIA

Momento do enredo dedicado a duas manifestações artísticas que também fazem parte da historiogra�a do Theatro Mvnicipal de São Paulo.

DANÇADe sapatilhas europeias aos pés descalços de rituais indígenas

Depois de grande sucesso com as óperas, o Mvnicipal se viu inebriado pela dança, dando seus primeiros passos, em 1916, através de uma bailarina não convencional. Foi Isadora Duncan quem inaugurou essa nova experimenta-ção. Era um início forte para um teatro que ao longo de quase um século viu passar pelo seu palco, dos mais puros intérpretes clássicos aos mais ousados experimentalistas. De sapatilhas europeias aos pés descalços dos rituais indí-genas, o Mvnicipal viu e aplaudiu a todos sem preconceito.

Observação: Cisne – Acoplado à Alegoria 3 – Esse acoplado faz alusão ao balé “Lago dos Cisnes” e será uma alegoria introdutória ao 4º Ato na parte alusiva à dança. Nesta alegoria virá como destaque principal Maria Pia Finochio – Presiden-te do Sindicato da Dança de São Paulo e eterna bailarina do Theatro Mvnicipal.

ALA 16 – Dança – Balé clássico: “Lago dos Cisnes”

Ala representando a dança clássica, com co-reogra�a de Camila Pupa – bailarina formada na Escola de Bailado do Mvnicipal. Essa ala, forma-da por um grupo de 50 meninas, dançará coreo-gra�a inspirada no balé “Lago dos Cisnes”. Essa coreogra�a foi escolhida por nossa consultora de dança Maria Pia Finochio, a eterna bailarina clássica do Mvnicipal, pelo fato de ela ter dan-çado inúmeras vezes este balé, quando então era a 1ª bailarina do Mvnicipal de São Paulo. Atual-mente, o corpo de baile do Mvnicipal é de dança contemporânea, tendo sido Maria Pia a última 1ª bailarina clássica do corpo de baile deste teatro.

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57Montagem e croquis

ALA 17 – Dança Contemporânea – Kuarup

Dançado pelo grupo do balé Stagium e coreogra-fado por Marika Gidali e Décio Otero – Esta ala re-presenta a dança moderna e contemporânea. Grupo de grande importância na história da dança brasilei-ra, foi precursor da dança moderna no Brasil e teve o palco do Mvnicipal como seu espaço de dança por várias ocasiões. A coreogra�a a ser apresentada – “Kuarup” – teve sua estreia no Theatro Mvnicipal, assim como os �gurinos que eles estarão usando – que são uma réplica do que foi usado naquela oca-sião e teve assinatura de Clodovil Hernandes. Por isso, esta ala também estará fazendo uma homena-gem ao Clodovil e aos 40 anos do balé Stagium.

4º CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA (MIRIM)Balé: A Bela Adormecida

O príncipe e a princesa da obra serão inspirados no conto “A Bela Adormecida”, de Charles Perrault, que foi adaptada para a versão balé por Tchaikovsky, em 1890.

DRAMATURGIA – TEATRO

Eliminando-se o tempo em que o Mvnicipal esteve fechado para reformas, em quase 100 anos de atividades a estimativa que se faz é que, no mínimo, 800 peças teatrais foram apresentadas. No Theatro se falou italiano, francês, inglês, russo, hebraico. Representou-se do teatro clássico à comédia, incluindo também formas de dramatização experimental. Nele foram plantadas as sementes que resultaram depois no teatro brasileiro.

ALA

fado por Marika Gidali e Décio Otero – Esta ala representa a dança moderna e contemporânea. Grupo

ra, foi precursor da dança moderna no Brasil e teve

várias ocasiões. A coreogra�a a ser apresentada –

isso, esta ala também estará fazendo uma homena

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58 Montagem e croquis

ALA 18 – Teatro: arte em cena – Tragédia

Fantasia alusiva às origens do teatro na Gré-cia, enfatizando a tragédia. Derivada da rica poética e tradição religiosa da Grécia antiga.

ALA 19 – Commedia dell’Arte

Fantasia inspirada nos personagens da Commedia dell’Arte, estilo teatral originário da Itália com objeti-vo de apresentar uma dramaturgia que quebrava os padrões gregos. Forma de teatro popular improvisa-do, que começou no século XV na Itália e se desen-volveu posteriormente na França, Commedia dell’Arte se opõe à comédia erudita, sendo também chamada de commedia all’improvviso.

ALA 20 – Dramaturgia Brasileira – Vestido de Noiva

Ala alusiva à personagem Alaíde, de “Vestido de Noiva”, apresentado no Theatro Mvnicipal em 20 de junho de 1944, de autoria de Nelson Rodrigues e direção de Ziembinski, com os atores Lina Grey, Carlos Perry, Brutus Pedreira e outros. A escolha desta peça teatral para representar a dramaturgia brasileira deve-se ao fato desse texto ter sido considerado marco da modernidade absoluta da dramaturgia brasileira, marcando a reno-vação do teatro brasileiro. A peça causou polêmica na época e ainda hoje é considerada forte em sua linguagem e no tratamento do tema, transplantando para o palco a profunda angústia do autor que contamina os atores e espectadores. Fantasia que será utilizada por 60 drag--queens; em nosso des�le, também iremos contaminar de alegria e perplexidade a plateia do Anhembi.

GRUPO TEATRAL – Coletivo Commune – Commedia dell’Arte – Formado por 20 atores que virão em nosso des�le animando e encenando personagens da Commedia dell’Arte.

Commedia dell’Arte

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59Montagem e croquis

GRUPO TEATRAL – Grupo de 20 atores que irão encenar trechos da peça teatral “Vestido de Noiva”.

De uma caixa cênica no formato de uma boneca, acoplada à frente da alegoria 4, onde a saia torna-se uma ribalta, despojados das fortes linguagens das cenas, peculiares à dramaticidade desta peça, e ainda com atuações fortes e desnudados de pudores, 20 atores representam os três planos que compõem o universo deste texto de Nelson Rodrigues: o plano da realidade, o plano da alucinação e o plano da memória.

ALEGORIA 4Dramaturgia e dança

Dramaturgia – À frente da alegoria, a escultura de uma mulher segura uma máscara da tragédia. A saia desta mulher torna-se uma ribalta com palco teatral de onde o grupo de atores irá interpretar trechos da obra dramatúrgica “Vestido de Noiva”, de Nelson Rodrigues.

Dança – O restante da alegoria remete à dança, representado por cenogra�a e personagens do balé “Quebra nozes” que, em seu enredo, acontece na noite de Natal. A escolha do “Quebra Nozes” deu-se pelo fato de a tradição de todos os anos o Theatro Mvnicipal de São Paulo ter seu prédio decorado para o período de Natal, quando também acontece uma temporada deste balé.

Nesta alegoria virão um casal (o príncipe e a bailarina), personagens principais de “O Quebra Nozes”, dançando partes do balé e duas árvores de natal serão formadas por pessoas que farão diversas coreogra�as.

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60 Montagem e croquis

quinto ATO

A MÚSICA E O FUTURO – PRAÇA DAS ARTES

Neste ato, falaremos da música que embala quase um século de história e da Praça das Artes.

ALA 21 – Ao som do maestro – Música clássica, con-certos e sinfonias

Representa a música clássica universal e suas va-riedades, tais como: concertos, apresentação de can-tores eruditos, sinfonias, e todo universo da musica clássica e erudita.

MÚSICA

Extraordinárias orquestras, grandes intérpretes e os mais diversos estilos de música foram ouvidas no Theatro Mvnicipal.

Do tradicional ao moderno, sentiu ainda as sensações letárgicas das experimenta-ções da música de vanguarda e contemporânea. Por sua versatilidade e capacidade de experimentações, ele chega aos dias atuais, moderno e atualizado musicalmente.

“PRAÇA DAS ARTES”

Às portas de seu centenário, mais uma vez o prestígio e o reconhecimento bate à sua porta em forma de agradecimento por todos os préstimos à arte brasileira, de presente à “Praça das Artes”... Mais uma inspiração dos “deuses do Olimpo”.

“Praça das Artes”... O futuro do MVNICIPAL DE SÃO PAULO já começou...

O futuro é agora...

Observação: “Praça das Artes” é o projeto que será implantado no entorno do Theatro, que terá um novo edifício para abrigar seus corpos artísticos: Orquestra Sinfônica Municipal, Orquestra Experimental de Repertório, Balé da cidade de São Paulo, Coral Lírico, Quarteto de Cordas da cidade de São Paulo, Coral Paulistano e Centro de Documentação Artística. O atual conservatório servirá como escola de música e dança, hoje sem espaço próprio. O salão principal será a sede para o Quarteto de Cordas da cidade.

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61Montagem e croquis

ALA 22 – Acordes e melodias

Ala alusiva à apresentação, no Theatro Mvnicipal de São Paulo, de música moderna e contem-porânea, tais como jazz, blues, música indiana, entre outras.

2º CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA A música que embala o futuro – a Praça das Artes

Com fantasia decorada em pautas e notas musicais, o 2º casal de mestre-sala e porta-bandeira faz uma homenagem à música em toda a sua plenitude e cele-bra a chegada de um futuro promissor, embalado pela Praça das Artes.

ALA 23 – Canções do Brasil

Alusiva às apresentações de música brasileira, tais como bossa-nova, mpb, música política e de protesto, samba de raiz, entre outras já apresentadas no The-atro Mvnicipal.

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62 Montagem e croquis

ALA 24 – Retorno da bateria: O índio de casaca – orquestra tropical

A brasilidade de Villa-Lobos na composição de suas músicas. Fantasiados de orquestra tropical, os integrantes da bateria farão uma homenagem a Villa-Lobos, maior expoente da música clássica brasileira.

ALA 25 – O Theatro renovado – Beleza, arte e tradição para o futuro

O �gurino que aparece na Ala 3, representando o nascimento do Mvnicipal, reaparece no �m do des-�le com o mesmo desenho, porém nas cores azul, branca e prata, simbolizando seu centenário e, atu-almente, sua restruturação, em fase de acabamento e pronto para um futuro de glórias e esplendor.

Grupo Coreográ�co Grupo Raça – Praça das Artes – O futuro é Agora. Com coreogra�a inspirada e baseada no espetáculo de dança “Caminho das Sedas”, apresentado pelo “Grupo Raça” no Theatro Mvnicipal. Agora, o mesmo Grupo Raça participa do des�le da UNIDOS DO PERUCHE, celebrando o centenário e anunciando uma nova era para o Mvnicipal que será o advento da Praça das Artes.

MUSA DA MÚSICA 3 destaques de chão.

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63Montagem e croquis

Grupo Theatro Mvnicipal – O Futuro é agora – Parabéns ao Theatro Mvnicipal. Funcionários e ex-funcionários do Theatro Mvnicipal de São Paulo comemoram os 100 anos e anunciam um futuro de glórias e sucesso à espera da Praça das Artes.

ALEGORIA 5A Música que embala o sonho do Futuro – A Praça das Artes.

Representa: Nesta alegoria, anjos com trombetas anunciam a música e ao mesmo tempo uma nova era para o Theatro Mvnicipal de São Paulo. Com a Praça das Artes, o Theatro Mvnicipal inaugura novos tempos. Tempos de certeza de uma instituição forte e perene para muitos séculos. Dois violinos gigantes remetem à musica de estilo clássico. Escultura de harpa faz uma alusão ao próprio Mvnicipal, que possui em sua decoração várias harpas como ornamento. Duas esculturas do “Pixinguinha” nas laterais trazeiras da alegoria simbolizam a música brasileira. Compõe o carro, além dos componentes fantasiados, 50 cantores do Coral Lírico do Theatro Mvnicipal regidos pelo maestro Roberto Casimiro.

Na parte alta da alegoria estarão 20 jovens alunas da Escola de Bailado do Theatro Mvnicipal coreografadas por Susana Yamaoche, fazendo uma encenação alusiva ao futuro do teatro. A presença desse grupo, também faz referência aos 70 anos da Escola de Bailado do Theatro Mvnicipal.

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PAVILHÃO OFICIAL

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