Perspectivas de crescimento do produto a médio e no longo ...

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Perspectivas de crescimento do produto a médio e no longo prazo (nem uma iota de contribuição minha nessa seção)

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Page 1: Perspectivas de crescimento do produto a médio e no longo ...

Perspectivas de crescimento do produto a médio e no longo prazo

(nem uma iota de contribuição minha nessa seção)

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Taxa de crescimento do PIB no Brasil – dois períodos

100.000

1.000.000

10.000.000

1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020

PIB

Ano

6.6% Taxa

2.7% Taxa

Fonte: The Conference Board

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O PIB brasileiro como função da produtividade e da força de trabalho

y = 9E-25e0,0327x

y = 0,0071e0,0072x

0

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Ano

Modelo de Produtividade de Lewis

Força de Trabalhho

Crescimento Atual da Produtividade

Fonte: The Conference Board

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O Crescimento do PIB brasileiro foi salvo (parcialmente) pelas mulheres

70%

75%

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1980 1984 1988 1992 1996 2000 2004 2008 2012 2016

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ANO

Men CF Men Men

A participação dos homens na FT (contrafacttual)

3.2 milhões de homensa menos na FT

35%

40%

45%

50%

55%

60%

65%

1980 1984 1988 1992 1996 2000 2004 2008 2012 2016

Taxa

de

par

tici

paç

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ANO

Women CF Women Women

10.9 to 15.9 milhões de mulheres a mais na FT

Mu

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Fonte: PNAD 1981-2014

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A Força de Trabalho está chegando ao seu máximo

-

20.000.000

40.000.000

60.000.000

80.000.000

100.000.000

120.000.000

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1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 2060

Forç

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rab

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o

ANO

Observed total Observed men Observed women

Projected Total Projected Men Projected Women

0.6% taxa anual2.4% taxa anual(1.9% sem mulheres)

A FT começa a cair

Fonte: IBGE Population Projections and PNAD 1992-2014

Page 6: Perspectivas de crescimento do produto a médio e no longo ...

Sobram poucos trabalhadores agrícolas de baixa produtividade(está acabando a contribuição das migrações rurais-urbanas)

30%

40%

50%

60%

70%

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90%

1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010

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ANO (CENSAL)

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• Não podemos mais aumentar o produto aumentando

o número de trabalhadores

• A reabsorção dos desempregados é relativamente

pequena e durará poucos anos

• Todo o aumento do produto terá que vir da elevação

da produtividade do trabalho

• A produtividade do trabalho desde o fim do “milagre?”

tem crescido pouco ou nada.

• Nossa média de 0,8% desde 2000 é baixa tendo em vista

os países latinoamericanos

Page 8: Perspectivas de crescimento do produto a médio e no longo ...

COMPARAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO TRABALHO NA AMÉRICA LATINA

Fonte: The Conference Board

0,8

0,9

1

1,1

1,2

1,3

1,4

1,5

1,6

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016

Pro

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Ano

Chile 2.1%

Uruguai 2.9%

Peru 4.2%

Mexico 0.2%

Brasil 0.8%

Argentina 0.0%

Colômbia 1.7%Equador 1.9%

Bolivia 1.5%

Costa Rica 1.3%

Panama 3.8%

Page 9: Perspectivas de crescimento do produto a médio e no longo ...

Opções (de que poucos gostam) para aumentar a produtividade do trabalho: menosintervenção do estado e mais abertura econômica: ha limites políticos e o estado não ajuda

Fonte: World Bank Fonte: Enterprise Surveys

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5

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20

25

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Crescimento da Produtividade do Trabalho 2000-2015

cc = -0.37

0

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20

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-2% 0% 2% 4% 6%

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Crescimento da Produtividade do Trabalho 2000-2015

cc = -0.40

Dificuldade para Importar Dificuldade para Exportar Média dosImpostos Industriais

0%

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Crescimento da Produtividade do Trabalho 2000-2015

cc = -0.45

Fonte: Enterprise Surveys

Page 10: Perspectivas de crescimento do produto a médio e no longo ...

Opções (de que poucos gostam) para aumentar a produtividade do trabalho: menosburocracia – também tem limites políticos

Fonte: Doing Business Fonte: Enterprise Surveys

% do Tempo lidando com a Burocracia Número de procedimentos para abrir uma empresa Dias para abrir uma empresa

Fonte: Doing Business

0

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15

20

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35

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Crescimento da produtividade do trabalho 2000 a 2015

cc = -0.41

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-2% 0% 2% 4% 6%

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Crescimento da produtividade do trabalho 2000 a 2015

cc = -0.60

0

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-2% -1% 0% 1% 2% 3% 4% 5%

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Crescimento da produtividade do trabalho 2000 a 2015

cc = -0.59

Page 11: Perspectivas de crescimento do produto a médio e no longo ...

Opções (de que poucos gostam) para aumentar a produtividade do trabalho: menos impostos– também tem muitos limites políticos

Fonte: Doing Business Fonte: Enterprise Surveys

Gastos com Impostos Indiretos (%PIB) Onde os gastos são mais altos Média ponderada

Fonte: Doing Business

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-2% 0% 2% 4% 6%

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(%P

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Crescimento da produtividade do trabalho 2000 a 2015

cc = -0.15

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Crescimento da produtividade do trabalho 2000 a 2015

cc = -0.21

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-2% 0% 2% 4% 6%

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Crescimento da produtividade do trabalho 2000 a 2015

cc = -0.52

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A esquizofrenia em que vivemos

• Temer fala em garantir que “técnicos” serão nomeados para cargos nas empresas públicas; implicitamente reconhece que as nomeações “políticas” são prejudiciais a seu plano de governo

• Mas precisa de cargos para distribuir entre os que o apoiam

• No Brasil, cargos públicos são moeda de troca

• Temer é prisioneiro, sobretudo, dos caciques do PMDB e também de políticos de outros partidos, por um lado, e do baixo clero no Legislativo, pelo outro

• Existe um mundo além fronteiras cujas ações afetam muito o Brasil. As nomeações para as instituições econômicas foram feitas a contragosto para poder dialogar com esse mundo

• Cunha não criou a podridão da Câmara; a podridão da Câmara criou Cunha (e Maranhão, e Severino muito antes deles etc.). Ninguém controla as casas sem satisfazer os interesses do numeroso baixo-clero

• Queremos mudar o Legislativo e o aparelho do Estado, mas os eleitores são os mesmos, mudam pouco

• Queremos fazer uma reforma ética em cima, mas os que elegeram os pulhas fomos todos nós, brasileiros

• Legislatura trás Legislatura fazemos o mesmo

• Falamos de reforma política (qual delas?), de reforma social e esquecemos a reforma ética

• Não é concebível uma República de Ali Babá

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O BRASILEIRO DESCONFIADO

• Sabemos que há muito tempo os brasileiros não confiam na política e nas instituições políticas

• É pior que isso

• Os brasileiros confiam menos nos outros brasileiros do que os cidadãos de outros países latino-americanos

• Na percepção do povo brasileiro, a crise ética e moral não é, apenas, dos nossos políticos: é do nosso país, é de todos nós

• Somente um em cada dezoito brasileiros confia nos demais

• A imagem que temos de nós mesmos é a de vigaristas à espera de uma oportunidade

• É a metade do nível uruguaio, perto de um terço do argentino. Percentualmente, para cada brasileiro que confia nos seus compatriotas, há sete americanos que confiam nos deles

• Se um brasileiro qualquer não confia nos demais, os demais tampouco confiam nele

• É o resultado da Lei de Gerson, em sua versão mais individualista, egoísta e hedonista. A lei do “vivo”, seguindo a diretriz, o princípio de “se dar bem”.

• Como construir uma sociedade e uma polis onde ninguém confia em ninguém?

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E nós?

• Não tenho ilusão grandiosa a respeito do que nós, cientistas políticos e sociais, podemos fazer. Não legislamos, nem executamos políticas salvadoras.

• Nossa contribuição, modesta, é produzir conhecimento, objetivo, baseado em evidências sólidas. O custo dos nossos erros quando exercemos funções de conselheiros e consultores é alto e não somos nós os que pagam por eles. Outros pagam por nossos erros.

• Durante a crise nacional, observei outra crise, acadêmica, devido à subsunção da racionalidade às lealdades partidárias e ideológicas.

• Emburrecemos.

• Pior: amigos, colegas de profissão e dos departamentos, se transformaram em inimigos, em alvos de operações hostis quase-militares

• Nós os transformamos em inimigos

• A solução dos problemas públicos requer nossa modesta contribuição profissional, fruto de um trabalho coletivo, não somente do somatório de trabalhos individuais.

• E nunca, nunca, de antagonismos que transformam diferenças em oposições movidas a ódio.

Page 15: Perspectivas de crescimento do produto a médio e no longo ...

• Estado rico no Brasil pobre?