Perspec-vas para uma nova contratação do sistema de transportes ...

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Perspec’vas para uma nova contratação do sistema de transportes no município de São Paulo Ciro Biderman [email protected] Seminário: Modelos de Concessão do Transporte Urbano por Ônibus São Paulo, agosto de 2014.

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Perspec'vas  para  uma  nova  contratação  do  sistema  de  transportes  no    município  de  São  Paulo  

Ciro  Biderman  [email protected]    Seminário:  Modelos  de  Concessão  do  Transporte  Urbano  por  Ônibus    

 

São  Paulo,  agosto  de  2014.  

 

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Problemas  da  Concessão  Atual  

•  Taxa  de  retorno  associada  ao  veículo  –  Limitação  de  incenKvo  ao  ganho  de  produKvidade.  –  Limitação  de  IncenKvo  para  a  renovação  da  frota.  

•  IncenKvos  distorcidos  –  Punição  insuficiente  ao  não  cumprimento  do  contrato.  –  Ausência  de  prêmio  por  performance  extraordinária.  

•  Consórcio  permite  que  as  linhas  piores  sejam  repassadas  para  os  parKcipantes  minoritários.  

•  Modelo  operacional  necessita  de  adequações.  

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A  Oportunidade  

•  O  cancelamento  do  Edital  e  o  cenário  pós  manifestações  abriram  a  possibilidade  de  implementarmos  um  edital  com  mudanças  mais  significaKvas.  

•  Além  dos  ajustes  necessários  na  remuneração  há  uma  possibilidade  de  se  alterar  a  estrutura  contratual.  

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Os  Desafios  

•  VerKcalização  das  grandes  concessionárias  e  volume  expressivo  de  veículos  -­‐>  barreiras  à  entrada  na  aquisição  de  veículos.  

•  Posse  de  grandes  terrenos  consolidados  na  cidade  para  servir  de  garagem  operacional  dos  veículos-­‐>  barreiras  à  entrada  na  aquisição  de  terrenos.  

•  Com  poder  de  monopólio,  temos:  –  Seleção  adversa:  ameaça  de  “envelope  em  branco”.  

–  Dano  moral:  dificuldade  em  alterar  operadores.  

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Concorrência  Internacional  

•  Coloca  limites  à  seleção  adversa:  se  não  houver  interesse  de  nenhuma  empresa  nacional  pode  haver  interesse  de  empresas  internacionais.  

•  Dificuldade:  empresas  internacionais  geralmente  requerem  associação  com  empresas  locais.  

•  Possibilidade  de  associação  com  empresas  menores  que  ficarem  alijadas  do  processo.  

•  Necessidade  de  regras  claras.  

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Separação  entre  CAPEX  e  OPEX  

I)  Aquisição  de  veículos  (frota  de  ônibus)  –  Empresa  municipal.  –  Fundo  de  InvesKmento.  –  PPP  separada  para  OPEX  e  CAPEX.  

II)  Garagens  –  Fundo  de  InvesKmento  Imobiliário.  –  PPP  com  reversibilidade.  

III)  Terminais  –  InvesKmento  e  operação  pelo  setor  público.  –  InvesKmento  atravez  de  PPP  com  reversibilidade    –  Operação  concedida.  

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Separação  entre  CAPEX  e  OPEX  I)  Aquisição  de  veículos  •  Redução  do  custo  de  capital:  inclusão  de  alavancagem  e  alteração  no  critério  de  depreciação.  –  Poderia  ser  incluída  diretamente  no  novo  edital.  –  Com  a  mudança  de  TIR  para  BDI,  o  ganho  é  quesKonável.  

•  Redução  do  poder  de  monopólio  no  médio-­‐prazo  –  Em  10  anos  os  veículos  serão  propriedade  do  fundo  ou  da  empresa.  

•  Mudança  na  lógica  de  remuneração:  a  operação  teria  o  seu  lucro  por  BDI,  incenKvando  ganhos  de  produKvidade.  

•  Alteração  de  tecnologia  veicular  não  dependeria  mais  de  incenKvos  adicionais.  

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Separação  entre  CAPEX  e  OPEX  

I)  Aquisição  de  Veículos  por  Empresa  Municipal  •  Necessidade  de  Lei  específica.  

–  Não  é  contraditório  com  a  Lei  13.241  (art.  31).  

•  Depende  de  PAF  para  tomar  Financiamento.  –  Se   o   financiamento   não   for   subsidiado,   não   há  garanKa  de  redução  de  custos.  

•  Necessidade  de  garanKas  pelo  Município.  –  Pode-­‐se  uKlizar  o  fluxo  de  recebíveis.  

•  Risco:  Ineficiência  do  setor  público  nas  compras.  

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Separação  entre  CAPEX  e  OPEX  I)  Aquisição  de  Veículos  por  Fundo  de  Inves'mento  ou  PPP  

•  Definição  de  compras  pelo  município.  •  Repassa  o  controle  do  uso  para  o  agente  financeiro  ou  empresa  ganhadora  da  PPP.  

•  Pode  ser  implementado  sem  necessidade  de  lei  específica.  

•  Não  depende  de  PAF  ou  garanKas  municipais.  •  PPP  é  em  princípio  mais  cara  do  que  fundo  de  invesKmento  financiado  por  banco  de  fomento.  

•  Risco:  criar  outro  monopólio.  

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Separação  entre  CAPEX  e  OPEX  

II)  Garagens  •  As  garagens  representam  um  poder  de  monopólio  igual  ou  

pior  do  que  a  propriedade  dos  veículos.  •  Possibilidade  de  exploração  do  espaço  comercial.  •  Possibilidade  de  entrada  de  novos  atores  (empreiteiras).  •  Fundos  de  InvesKmento  Imobiliário  detém  os  terrenos  e  

recebem  remuneração  proporcional  da  conta  sistema.  –  Operação  e  manutenção  por  conta  dos  operadores  do  sistema.  –  Risco  de  mudança  de  uso  deve  ser  miKgado.  

•  PPP  com  reversibilidade.  –  Terrenos  oferecidos  em  concessão  específica.  –  Reversibilidade  garante  o  uso.  

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Separação  entre  CAPEX  e  OPEX  III)  Concessão  de  Terminais  •  PL  em  votação  na  Câmara  já  contempla:  

–  Concessão  com  reversibilidade.  –  Exploração  do  uso  comercial.  

•  Terminais  já  são  separados  da  operação  do  sistema.  •  Exploração  do  espaço  comercial.  

–  Deve-­‐se  garanKr  o  espaço  para  a  operação.  •  Espaços  adicionais  desKnados  a  serviços  públicos  

–  Creches,  unidades  de  saúde,  etc.  •  Pacotes  de  terminais  incluindo  “carne  e  osso”.  •  Remuneração  da  operação  dentro  da  conta  sistema.  

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Operação  

•  Sem  resolver  a  operação,  muito  pouco  terá  sido  obKdo  sobretudo  no  curto-­‐prazo.  

•  Assimetria  nos  consórcios:  poder  excessivo  do  líder.  •  Não  cumprimento  de  parKdas  planejadas  representa  um  retorno  acima  do  valor  da  multa  dada  a  estrutura  de  fiscalização.  

•  Modelo  operacional  ineficiente:  sobreposição  de  linhas  e  guerra  dos  centavos.  –  68%  do  sistema  viário  operado  pelos  ônibus  tem  sobreposição  de  linhas.  

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Possíveis  Mudanças  Organizacionais  

•  Sociedade  de  Propósito  Específico  (SPE):  criação  prevista  para  PPP,  onde  desaparece  o  líder  do  consórcio  e  a  operação  de  linhas  boas  efeKvamente  compensam  linhas  ruins.  

•  Pode-­‐se  padronizar  o  plano  de  contas  sem  misturar  com  outros  negócios  dos  operadores.  

•  Em  uma  concessão  internacional  os  operadores  pequenos  teriam  opções  para  não  sair  do  sistema.  

•  Sistema  local:  migração  de  cooperaKvas  para  empresas.  

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Operação  Controlada  

•  ParKdas  desde  a  garagem  definidas  pela  SPTrans  ou  por  empresa  separada  dos  operadores.  

•  GaranKa  de  cumprimento  das  parKdas  em  todos  os  horários  com  melhoria  da  qualidade  do  serviço.  

•  Necessidade  de  invesKmentos  da  ordem  de  R$1  bilhão.  

•  Necessidade  de  contratação  de  800  operadores    para  o  Centro  de  Controle  e  1700  fiscais.  

•  Dificuldade  com  o  regulamento  atual  da  SPTrans  que  não  permite  que  a  empresa  opere  o  sistema.  

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Controle  eletrônico  de  par'das  

•  Responsabilidade  do  operador  em  fornecer  informações  confiáveis  do  posicionamento  do  veículo.  

•  Remuneração  inclui  pagamento  pela  aquisição  de  tecnologia  comparvel  com  o  requerido.  

•  Redução  automáKca  da  remuneração  para  parKdas  não  cumpridas.  

•  Correção  entre  o  planejado  e  o  executado  em  função  da  velocidade  média  efeKva.  

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Abrangência  e  Sobreposição  de  Linhas  

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O  Sistema  Troncalizado  Es'lizado  

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Bacias  do  sistema  local  

•  Cerca de 100 bacias locais.

•  Necessidade de sistema intermediário sem rede de BRT.

•  Reduz tempo médio de deslocamento e custos.

•  O sistema necessita de algum mecanismo participativo para ser viável politicamente.

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PPP  para  o  BRT  

•  BRTs  necessitam  de  invesKmento  mas  têm  custo  operacional  mais  baixo.  

•  Possibilidade  de  PPP  juntando  construtoras  e  operadores.  

•  Parte  da  remuneração  dos  operadores  viria  da  operação.  •  Compromisso  com  o  modelo  operacional  do  corredor.  •  Fonte  de  recursos  escassa.  

•  Possibilidade  de  adicionar  à  PPP  a  manutenção  do  corredor  cria  incenKvos  à  qualidade  da  obra.  

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Considerações  Finais  

•  Não  há  como  manter  o  formato  de  concessão  e  operação  vigentes:  pressão  políKca  e  custos  do  sistema.  

•  É  necessário  desvincular  o  lucro  da  posse  do  veículo,  o  que  pode  ser  obKdo  separando  CAPEX  de  OPEX  ou  alterando  a  fórmula  de  remuneração  diretamente.  

•  É  necessário  fazer  cumprir  as  parKdas  o  que  pode  ocorrer  controlando-­‐se  diretamente  a  operação  ou  alterando  a  remuneração  a  parKr  dos  controles  automáKcos  existentes.  

•  É  necessário  mudar  o  modelo  operacional  mas  isso  requer  uma  negociação  complexa  com  a  sociedade  e  capacidade  de  planejamento.