Entre Cuidado e Saber de Si - Sobre Foucault e a Psicanálise
Personal e Cuidado de Si
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Opersonal trainere o cuidado de si: umaperspectiva de mediao profissional
Cibele Biehl Bossle*
Resumo: O presente artigo prope discutir o cuidado desi como uma possibilidade de mediao profissional entreo professor de Educao Fsica que atua como treinadorpersonalizado - personal trainer- e seu cliente. Para tal,foi realizada uma reviso bibliogrfica sobre o tema cui-dado de si, utilizando como aporte terico as obras deMichel Foucault, seguida da tentativa de articulao com opensamento de autores como Deleuze, Baudri l lard,Bauman, Melucci e SantAnna, entre outros.
Palavras-Chave: Cuidado de Si. Personal Trainer. Cor-po.
1 INTRODUO
Atualmente, quando os meios de comunicao de grande cir-
culao destacam a atividade fsica orientada e individualizada, logo
emerge o especialista em forma fsica, ou seja, opersonal trainer
ou treinador personalizado.
Com ares de modismo, esta perspectiva de atividade foi
introduzida no Brasil, segundo Rodrigues (1996), no incio dos anos
90 do sculo XX. Entendo que esta perspectiva parece ter agregado
novos papis s corriqueiras atividades exercidas pelo professor de
Educao Fsica no segmento doFitness.Desta forma, Rodrigues
(1996) parece delinear um desses novos papis quando define o
profissional Personal Trainingcomo uma super microempresa
que vende servios de aptido e visa conquistar o cliente, satisfaz-lo
e mant-lo fiel.
* Mestranda no PPGCMH da ESEF UFRGS. Porto Alegre-RS, Brasil. E-mail:[email protected]
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Neste sentido, o segmentopersonal trainerparece incorporar
e reproduzir o discurso empresarial e na bibliografia encontrada
sobre o tema que esta linguagem se torna visvel. Os livros de Brooks
(2000; 2004); Deliberador (1998); Domingues Filho (2001); Monteiro
(1998); Monteiro (2000); Novaes (1998); Novaes; Vianna (2003);
OBrien (1998); Oliveira (1999); Rodrigues (1996); Rodrigues;
Contursi (1998), em sua maioria, apresentam-se como manuais para
professores de Educao Fsica que desejam trabalhar na rea de
treinamento personalizado. Palavras como cliente, concorrncia,
negociao, marketing, credibilidade, servio, propaganda, consu-
midor, produto, mercado, parcerias so apresentadas de maneira
recorrente nesses livros/manuais. Eles trazem, tambm, orientaes
de como se tornar um profissional de sucesso, estratgias de
marketingpessoal, aspectos contratuais, montagem de programas
de treinamento e a preocupao com a crescente concorrncia no
mercado da atividade fsica.
Sibillia (2002, p. 36) defende que [...] enquanto os cidados
do mundo globalizado vo incorporando o papel de consumidores, a
lgica da empresa passa a permear a totalidade do corpo social,
impondo o seu modelo a todas as instituies. Poderamos pensar,ento, o cliente como o consumidor do servio de aptido vendido
pelo personal trainer.
Neste sentido, Bauman (1999, p. 91) sublinha que os consumido-
res so [...] primeiro e acima de tudo acumuladores de sensaes;
so colecionadores de coisas apenas no sentido secundrio e deri-
vado. Portanto, pensando opersonal trainer como uma empresa
e o seu cliente como consumidor de sua prestao de servio, que
sensaes almejaria este cliente na relao com o seu treinador
personalizado?
Propondo a discusso desta questo, busquei na bibliografia
do cuidado de si uma possibilidade de incio de investigao.
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2 O CUIDADODESI E O PERSONALTRAINER
A partir das idias apresentadas por Foucault (2006) em A
hermenutica do sujeito podemos pensar que os filsofos da Grcia
antiga foram os primeiros pensadores de epimleia heauto, que
pode ser entendido como o cuidado de si mesmo, a preocupao
consigo, o fato de ocupar-se consigo mesmo. Assim, Scrates
apresenta-se como o mestre do cuidado de si, tendo como funo
principal e fundamental estimular os outros indivduos a teremcuidados consigo mesmos, ofcio que lhe foi confiado pelos deuses.
Os textos dos primeiros sculos, de acordo com Foucault (1985)
apontam a exatido da ateno e vigilncia para consigo mesmo, a
apreenso com as perturbaes do corpo e da alma e o respeito
necessrio para consigo mesmo.
O filsofo Epicteto define o cuidado de si como [...] um
privilgio-dever, um dom-obrigao que nos assegura a liberdade
obrigando-nos a tornar-nos ns prprios como objeto de toda nossa
aplicao (FOUCAULT, 1985, p. 53). Este pensador parecia
acreditar que o ser humano, diferentemente dos animais, seria o ser
a quem foi confiado o cuidado de si e precisaria, ento, aprender arealiz-lo com toda a ateno e empenho.
Foucault (2006) situa nos sculos I e II da nossa era a idade
de ouro da cultura de si. Uma das principais formas do cuidado de
si nesses primeiros sculos, nas pocas helenstica e romana, pare-
cia ser a diettica, regime do corpo e da alma. Foucault (1984, p.
93) refere que [...] o regime toda uma arte de viver. Neste
sentido, o regime parecia ter um carter normativo, problematizando
o comportamento do indivduo e compreendendo as medidas exatas
dos exerccios, dos alimentos, das bebidas, dos sonos e particular-
mente das relaes sexuais.
Foucault (1985, p. 107) comenta que a literatura de regime
possua o objetivo de assegurar a autonomia, reconhecendo nela
[...] um dos princpios essenciais da prtica de si: armar-se, para
t-lo sempre a mo, de um discurso prestimoso cedo aprendido,
freqentemente repetido, e regularmente meditado. O regime no
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estabelecia somente uma medida de ordem corporal, mas tambm
de ordem moral, evidenciando um grande comprometimento com
as obrigaes da alma. A alma deveria manter completo domnio
sobre si prpria e o corpo no poderia prevalecer-se sobre ela. A
alma parecia ser, portanto, o foco principal das atenes. Naquele
momento histrico, a obrigao com o cuidado de si mesmo tomou
aspecto de lei, abrangendo a todos incondicionalmente, durante toda
a vida, indiferentemente do status social de cada um.
Deste modo, ao abranger toda a vida, a velhice tambm estariaincluda nesta prtica de si e devia ser encarada como uma meta
positiva da existncia (FOUCAULT, 2006, p. 135). Mas a lei do
cuidado consigo mesmo parece ser fictcia no que tange ao status
social, apresentava-se como privilgio de elite, pois era preciso
despender tempo e recursos errios para a manuteno deste
cuidado. Ento, como auxiliar nessas prticas de si, a aristocracia
de Roma utilizava freqentemente o consultor privado, um conse-
lheiro que agregava diferentes funes e as desempenhava
alternadamente como professor, guia, confidente pessoal, inspirador
poltico e intermedirio em negociaes (FOUCAULT, 1985). Mas a
assistncia no cuidado de si no era feita somente por profissionais,circundava todas as relaes sociais. A procura pela ajuda de uma
outra pessoa com sabedoria e competncia para auxiliar na aplicao
de si era vista como um direito, assim como era dever desta outra
pessoa ajudar a primeira. O cuidado de si aparece, portanto, intrin-
secamente ligado a um servio de alma que comporta a possibilidade
de um jogo de trocas com o outro e de um sistema de obrigaes
recprocas (FOUCAULT, 1985, p. 59).
Foucault (1985) tambm relata a correlao do cuidado de si e
a prtica mdica na cultura grega, onde a ateno com o corpo foi
intensificada com o incremento do cuidado mdico. A filosofia e a
medicina encontravam-se intimamente ligadas, regulamentando avida dos indivduos.
A partir dos sculos III e IV surge o cristianismo defendendo
a renncia de si como princpio fundamental para a salvao de si
(FOUCAULT, 2006). A ocupao consigo mesmo aparece na forma
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do conhecimento purificador, dissipando as tentaes, iluses e
sedues e buscando a salvao da alma. O modelo cristo foi
transmitido a toda histria da cultura ocidental, portanto a alma
continuou a representar o foco principal de todos os cuidados.
Atualmente, porm, vivemos em uma [...] ordem tecnocien-
tfica-empresarial [...] (SANTANNA, 2005, p. 99) onde o corpo
o novo templo da subjetividade e a alma parece ter perdido sua
relevncia. Baudrillard (2005, p. 136) refere [...] tudo hoje testemu-
nha que o corpo se tornou objeto de salvao. Substitui literalmentea alma, nesta funo moral e ideolgica. A salvao do corpo parece
ter suplantado a salvao da alma. SantAnna (2005, p. 103) tambm
chama a ateno para esta mudana, defendendo que [...] quando
o corpo adquire o valor e o estatuto semelhantes ao da alma,
preciso conquist-lo, e control-lo rapidamente, pois, diferente da-
quela, sabe-se que o corpo no possui vida eterna.
Sobre esta finitude do corpo, Bauman (2005) comenta que o
corpo parece ser o nico com expectativa de durao crescente,
quando comparado ao estilo de vida, s instituies e aos objetos
que servem existncia humana. Porm, mesmo evidenciando a
possibilidade de longo prazo (BAUMAN, 2001), o corpo conti-nua a ser mortal, no h uma data pr-estabelecida, mas a sua
finitude um fato concreto. Neste sentido SantAnna (2005, p. 103)
nos remete noo de prazo de validade:
[...] cuidar do corpo aumentar o prazo de valida-
de de suas vrias partes, dilat-los em direes
diversas, para a seguir, reconfigur-los; mesmo que,
para isso, seja preciso modificar radicalmente a
natureza de cada elemento vivo, criando novas vias
para a evoluo.
Assim, o prazo de validade parece no estar ligado unicamente
ao tempo de durao etria deste corpo, mas longevidade de suaaparncia jovem. Nessa perspectiva, Baudrillard (2005, p. 151)
acrescenta que [...] o corpo transforma-se em objeto ameaador
que preciso vigiar, reduzir e mortificar para fins estticos. Uma
enxurrada de informaes nos assola diariamente atravs dos meios
de comunicao que nos apresentam as ltimas estatsticas sobre
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os riscos dos quais temos a obrigao de proteger nosso corpo a
fim de aumentar sua longevidade.
A bioestatstica contempornea, por exemplo, nos oferece
nmeros que, [...] alm de categorizar uma forma de conduzir o
prprio corpo como um fator de risco, tratam cada sujeito que se
encontra capturado nessa rede de incidncias como protagonista
dessa crnica da morte degenerativa (FRAGA, 2006, p. 20).
Deleuze (1999, p. 6) defende que [...] informar fazer circular
uma palavra de ordem [...] e explica que aqueles que nos infor-mam dizem no que exatamente devemos crer. E parecem informar,
tambm, o que precisamos temer.
A crena na necessidade da longevidade esttica parece t-la
tornado um objetivo almejado de maneira incansvel, incrementado
pelo temor na chegada da velhice. Para Melucci (2004, p. 129)
[...] o envelhecer e o ser velho so temas que projetam uma sombra
de inquietude sobre a sociedade solar, que celebra o culto do corpo
jovem e eficiente. A velhice parece ter passado de uma meta po-
sitiva da vida (sculos I e II) para incorporar a negatividade da
inutilidade. Assim, a fim de fugir do envelhecimento, do descarte,
do lixo social, o corpo parece constituir-se em objeto de reinvenoconstante e incansvel. Um corpo em reconstruo infinito
(SANTANNA,2001, p. 65).
Desta forma, essa reconstruo parece significar correo,
reforma, reorganizao e adequao s aspiraes de pertencimento
s normas deste momento histrico. A interveno de especialistas
parece fazer-se necessria nesta reconstruo do corpo, oferecendo
uma rede infindvel de servios e de aconselhamentos. Neste sentido,
Melucci (2004, p. 105) defende que a vida cotidiana: [....] no
mais o campo da experincia e das relaes, mas um espao de
ateno e de interveno para uma quantidade de especialistas que
identificam problemas e nos prope solues. Para cada problema
que surge parece ser necessria a orientao de um especialista,
que prescreve, recomenda, receita e delimita as formas de agir do
indivduo, tornando-o dependente dos seus servios.
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Em relao a esta dependncia, Bauman (2001, p.85) comenta
que [...] procurar exemplos, conselho e orientao um vcio: quanto
mais se procura, mais se precisa e mais se sofre quando privado de
novas doses da droga procurada. Opersonal trainerou treinador
personalizado parece ser um destes especialistas, um especialista
em boa forma, um mentor da corpolatria (MALYSSE, 2002, p.
99). Segundo Oliveira (1999) opersonal trainerseria o profissional
licenciado em Educao Fsica com qualificao em treinamento
desportivo, fisiologia do exerccio, anatomia e biomecnica, apto
para a prescrio de treinamento fsico individualizado.
Entretanto, a atuao profissional do treinador personalizado
no parece abranger somente o treinamento fsico do cliente e seu
exato momento de execuo, mas a totalidade de seu cotidiano.
Parece incluir, tambm, o controle da sua rotina diria, dos seus
hbitos alimentares, dos seus horrios de sono, do seu vesturio,
das suas relaes familiares e sociais; interferindo, muitas vezes,
em suas decises pessoais. Em um rpido olhar, opersonal trainer
parece ser a verso atualizada do consultor privado dos primeiros
sculos.
No entanto, parecem existir diferenas cruciais entre estasduas figuras: o consultor privado objetivava o aconselhamento para
assegurar a autonomia do indivduo, enquanto o personal trainer
parece visar dependncia eterna do cliente ao seu trabalho. O
conselheiro auxiliava o indivduo a cuidar-se a si mesmo, diferente-
mente dele, o personal trainer parece deter a responsabilidade
pelo cuidado do seu cliente. Assim, o cliente parece transferir a
preocupao por cuidar-se para o seu treinador personalizado, isen-
tando-se desta funo. Ao contrrio dos conselheiros dos primeiros
sculos que focavam a alma, o personal trainerparece focalizar
os seus cuidados exclusivamente no corpo do seu cliente. Podera-
mos dizer, ento, que o corpo constitui-se o alvo do cuidado de si naatualidade e que o personal trainer parece ser um agente deste
cuidado. Mas por que o cliente transferiria o cuidado de si para este
especialista?
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A individualizao caracterstica crescente deste momento
histrico poderia ser pensada como uma possibilidade de discusso.
Bauman (2001) defende que a individualizao traz para o indivduo,
concomitantemente, a liberdade da experimentao e o enfren-
tamento das conseqncias. Enfrentar as conseqncias pelas
escolhas ou simplesmente acertar nestas escolhas, parece gerar
grande ansiedade na vida do consumidor. No dar conta de si
mesmo, em sociedades nas quais o si mesmo tornou um negcio
de total responsabilidade de cada um, torna-se um novo fantasma,
to terrvel quanto o antigo fantasma das culpabilidades escondidas
a sete chaves (SANTANNA, 2001, p. 25).
A responsabilidade pelas escolhas parece ser exclusiva de cada
indivduo consigo mesmo e, para fugir do erro, da reprovao, da
culpa, parece ser seguro delegar a responsabilidade de si para outra
pessoa. Neste sentido, no que se refere ao corpo e seu cuidado, o
personal trainerpassaria a ser o alvo desta transferncia de res-
ponsabilidade.
O servio exercido pelo prestador personal trainerque ob-
jetiva o cuidado do corpo do cliente, poderia ser entendido como um
objeto de compra, que adiciona smbolo de poder e status social aoseu comprador. Corpo e consumo parecem estar intimamente liga-
dos: [...] se a redescoberta do corpo sempre a do corpo/objeto
no contexto generalizado dos outros objetos, percebe-se como
fcil, lgica e necessria a transio da apropriao de bens e de
objetos de compra (BAUDRILLARD, 2005, p. 143).
Assim, podemos pensar que ostatusdo cuidado de si parece
ter se mantido inalterado desde a antiguidade, continuando a ser um
privilgio de elite. O cuidado de si realizado pelopersonal trainer
poderia ser entendido como uma prestao de servio exclusiva de
uma elite econmica, que busca a constante metamorfose de um
corpo que consome e consumido. Neste sentido, Andrade e Janata
(2003, p. 1) referem-se ao corpo como [...] sinnimo de mercadoria
plstica, a ser lapidada, preenchida, exposta e vendida [...], o que
corrobora com o pensamento de alguns dos autores aqui apresentados.
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3 CONSIDERAESTRANSITRIAS
A proposta deste artigo de reviso no , de maneira alguma,
encerrar a discusso que, por hora, parece demandar certa com-
plexidade.
A temtica do cuidado de si foi abordada neste artigo com o
intuito de colocar o trabalho realizado pelo profissional de Educa-
o Fsica, que atua como treinador personalizado, no centro da
discusso. Neste sentido, este cuidado foi enfocado como um pos-
svel vis de mediao entre personal trainer e seu respectivo
cliente, pois no parece se tratar de uma relao unilateral, mas de
uma inter-relao.
O cuidado de si parece estar ligado ao trabalho do personal
trainerindiretamente, perpassando, atravessando a relao cliente
- treinador pessoal. Portanto, parece deslocar o papel deste profis-
sional, que focado no treinamento e na preparao fsica do seu
cliente, para pens-lo como um cuidador deste cliente. Assim,
podemos pensar o sentir-se cuidado como uma possibilidade de
sensao almejada pelo cliente na relao com seupersonal trainer.
O tensionamento desta relao atravessado por questes que,
aqui neste artigo, podem convergir com o conceito de cuidado de si.
Este tensionamento parece carecer de discusses mais amplas da
rea de Educao Fsica e Cincias do Esporte, pois a bibliografia
sobre o tema no tem se ocupado de investig-lo.
Assim, a perspectiva de olhar para o tensionamento da relao
dopersonal trainercom seu cliente poderia cotejar uma prtica e
uma teoria que permitissem problematizar esta complexidade, como
a possibilidade da leitura a partir do cuidado de si.
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The personal trainer and the care itself: aperspective of professional mediation.Abstract: The present article proposed to discussthe care itself as a possibility of the professionalmediation between the teacher of the PhysicalEducation who work as personal trainer and his client.That why, was realized a bibliographic revision aboutthe subject care itself, used as theoretical supportthe works of the Michel Foucault, next the attempt ofthe articulation with the thought of the authors as
Deleuze, Baudrillard, Bauman, Melucci and SantAnna,among others.Keywords: Care Itself. Personal Trainer. Body.
El personal trainery el cuidado de si: una pers-pectiva de mediacin profesional.Resumen: El actual artculo propone discutir el cui-dado de si como una posibilidad de mediacinprofesional en medio el profesor de Educacin Fsi-ca que trabaja como entrenador personalizado personal trainer y su cliente. Para eso, fue realiza-da una revisin bibliogrfica sobre el tema cuidadode si, utilizando como soporte terico el trabajo deMichel Foucault, sucedida da tentativa de articulacincon el pensamiento de autores como Deleuze,Baudrillard, Bauman, Melucci y SantAnna, en mediootros.Palabras-Clave: Cuidado de Si. Personal Trainer.Cuerpo.
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