Peronismo

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PERONISMO• No começo do século 20 a Argentina era o país que mais reproduzia os

valores europeus. Após os vinte três anos de repressão da ditadura de Juan Manuel Rosas, o país se transformara em um Estado Liberal. O poder estava concentrado, principalmente, na mão dos senhores de estâncias e membros dos setores comerciais e financeiros (ligados ao mercado internacional). A maioria da população mestiça de índios e brancos (os gaúchos) era marginalizada e sem acesso a política nacional. O desejo de formar uma nação de brancos, tipicamente europeia é o que estimula a imigração no país, sendo grande parte deste contingente era formado por italianos. A indústria de bens de consumo se desenvolve na década de 1910 com o auxílio do capital interno e norte-americano. Á exemplo de outros países da América Latina, a eclosão da Primeira Guerra Mundial possibilitou um grande surto industrial na Argentina, e com isso o crescimento do operariado urbano. O Partido Nacional, que até então controlava todo o cenário político do país, passava por sucessivas crises. Nesse contexto é criada a União Cívica Radical, partido composto pelos setores sociais até então marginalizados: setores médios e urbanos e o operariado. 

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• Juan Domingo Perón surgiu pela primeira vez na política argentina com o fim da Concordância em 1937, como Secretário do Trabalho e Presidência do então eleito Roberto Ortiz. Perón realiza medidas que atraíram o operariado à tutela do Estado, como a criação de novos sindicatos, melhores condições de trabalho, aumento dos salários e uma nova legislação trabalhista e previdenciária. 

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Juan Peron

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• Nas eleições de 1946, Perón é eleito com a maioria dos votos (52%). Até 1951, o peronismo passa a ser o elemento fundamental da política argentina: o Estado passa a intervir na economia e a nacionalizar ferrovias, comunicação, gás e transporte urbanos. O peronismo tem como principais características a política de culto à personalidade, paternalismo e de autoritarismo. A partir de 1951 o cenário da economia argentina modifica-se: a prosperidade dá lugar à crise. Com o aumento da concorrência internacional, do capital norte-americano impossibilitando o crescimento interno e o baixo investimento em industrialização, o desemprego e a inflação se alastra pelo país. 

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• Nesse contexto, o governo perde o apoio da Igreja e enfraquece os laços com as forças armadas. Em setembro de 1955, um golpe militar afasta Perón da presidência, o qual passa a viver no exílio. O peronismo foi um fenômeno típico do que se chama de populismolatino-americano, na definição do cientista político argentino Torcuatto di Tella, ?uma aliança de parte da elite, incluindo industriais e militares nacionalistas, e trabalhadores, para enfrentar outro segmento da elite?, o mais conservador. 

Antes de se casar com Perón, Evita era um simples cantora e atriz de radio teatro. Eles se formaram em um casal diferente de todo o cenário político latino-americano. Famosa por sua elegância e carisma, Evita era considerada por muitos a mãe dos pobres, a protetora dos descamisados (trabalhadores rurais), a chefe espiritual da nação. Como Secretária do Trabalho a primeira dama realiza medidas que vão de acordo com o regime populista, procurando agradar o proletariado: 

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• Para mim os trabalhadores são por isso, antes de mais nada descamisados. Todos estiveram na Praça de Maio naquela noite memorável. Muitos, materialmente, todos de espírito.(...) E não esquecerei jamais o que devo a cada descamisado em particular a vida de Perón. (PERÓN, Eva) 

As principais mudanças sociais no país ocorreram graças à atuação de Evita: o maior investimento em segurança social, reformas, cuidados médicos estatais, pensões e, sobretudo, o voto para as mulheres. Deve-se, também a ela, a expulsão de multinacionais do país e as nacionalizações. Aos 33 anos Evita morre vítima de um câncer. De amada a odiada a ex- primeira dama transformou-se em um mito no imaginário político do país. Perón volta do exílio a Argentina em 1973, com o fim do governo militar. Ele é reeleito presidente com 60% dos votos, tendo como vice a sua terceira mulher Isabelita. 

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• O mito Evita 

A eleição da ex- primeira dama Cristina Fernández de Kirchner a presidência da Argentina, com 44,86% dos votos, marca a história argentina como a segunda mulher a ocupar um cargo tão importante. Cristina possui semelhanças com Evita Perón ao passo que, conquistou a confiança dos trabalhadores (a maioria de seu eleitorado) e possui um cuidado com a personalidade. Assim, a atual presidente seria uma visão pós-moderna de Evita, como afirma o Raúl Aragon, professor e diretor do Centro de Pesquisas de Opinião Pública da Universidade Aberta Interamericana (UAI). Contudo, para Juan Carlos Martínez Lázaro, professor do Instituto de Empresa (IE), a vitória na eleição não se deve apenas pela maquiagem e o discurso populista realizado por Cristina, mas também pelo apoio do eleitorado de seu esposo, Néstor Kirchner. 

?Se há quatro anos a pobreza, a desigualdade social e o emprego eram as maiores preocupações dos argentinos, hoje são a corrupção, a insegurança e a falta de transparência política.Os méritos da recuperação econômica são de Kirchner, porque ele ficou identificado com a chefia do país, por mais que Lavagna, ex-ministro da Economia e um dos candidatos à presidência, tenha sido seu verdadeiro artífice?. 

O fato é que o mito de Evita Perón está enraizado na cultura e no imaginário argentino. Ela conquistou a popularidade e o carisma necessário para conquistar as classes mais pobres e, assim, beneficiar o governo de Perón. Até hoje, vê-se na política argentina um aparecimento de novas Evitas. 

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Maria Eva Duarte, como se chamava no começo; Eva Perón, como ficou conhecida em seus últimos anos; Evita, como o povo a batizou, foi uma figura que rompeu todos os precedentes históricos e definiu uma modalidade política nunca vista até então. Durante o breve período de sua atuação, ao lado de Perón, foi o centro de um crescente poder e se tornou a alma do movimento peronista, em sua essência e em sua voz. Adorada e ao mesmo tempo odiada por milhões de argentinos, o que jamais provocou foi a indiferença.

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Maria Eva Duarte nasceu em Los Toldos, província de Buenos Aires, em 1919.

Ela, sua mãe - Juana Ibarguren - e seus quatro irmãos formavam a família

irregular de Juan Duarte, que morreu quando Evita tinha seis ou sete anos.

Nessa época, mudaram-se para Junín, onde Eva permaneceu até 1935.

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Sentia-se asfixiada pelo ambiente de cidade do interior e então, com apenas 15

anos, decide se mudar para Buenos Aires em busca de ser atriz. Sozinha, sem

recursos nem educação, enfrenta-se com um mundo hostil e difícil, cujas regras

desconhece. Mas triunfa: chega a ser atriz de certo nome, apesar de não ter

maiores dotes teatrais, a sair em capas de revistas e a encabeçar um programa

de rádio muito escutado

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Mas seu destino era outro. Em janeiro de 1944, Eva Duarte conhece o coronel

Juan Domingo Perón num festival que a comunidade artística realizava em

benefício das vítimas de um terremoto que havia destruído a cidade de San

Juan poucos dias antes.

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No mês seguinte, já estavam morando juntos e dois anos mais tarde

regularizam a relação, contraindo matrimônio numa cerimônia íntima e

que não transcende ao público

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Mas seu destino era outro. Em janeiro de 1944, Eva Duarte conhece o

coronel Juan Domingo Perón num festival que a comunidade artística

realizava em benefício das vítimas de um terremoto que havia destruído a

cidade de San Juan poucos dias antes.

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No mês seguinte, já estavam morando juntos e dois anos mais tarde

regularizam a relação, contraindo matrimônio numa cerimônia íntima

e que não transcende ao público

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No seu papel primeira-dama, Eva Perón desenvolveu um trabalho intenso, tanto no

aspecto político quanto no social. No que diz respeito à política, trabalhou

intensamente para obter o voto feminino e foi organizadora e fundadora do ramo

feminino do movimento peronista. Esta organização se formou recrutando mulheres

de distintas extrações sociais por todo o país. As dirigentes da nova agrupação

receberam o nome de "delegadas censistas". 

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No aspecto social seu trabalho se desenvolveu na Fundação Eva Perón, mantida

por contribuições de empresários e por doações que os trabalhadores faziam

quando tinham uma melhora em seus salários. Criou hospitais, lares para idosos e

mães solteiras, dois policlínicos, escolas, uma Cidade Infantil. Durante as

festas de fim de ano distribuía sidra e panettone, socorria os necessitados e

organizava torneios esportivos infantis e juvenis.

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O outro bastão e talvez eixo principal de sua popularidade foi constituído em

torno dos sindicalistas e da sua facilidade e carisma para conectar-se com

as massas trabalhadoras, às quais ela chamava de seus "descamisados". 

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Eva Perón faleceu no dia 26 de julho de 1952, sendo ainda muito jovem, por

ocasião de uma leucemia. A dor popular não a abandonou num velório que

durou 14 dias, e não a abandonaria jamais. No imaginário popular, Evita é para

muitos uma santa.

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Quando escolhi ser "Evita" sei que escolhi o caminho do meu povo.

Agora, a quatro anos daquela eleição, fica fácil demonstrar que

efetivamente foi assim.

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Ninguém senão o povo me chama de "Evita". Somente aprenderam a me

chamar assim os "descamisados". Os homens do governo, os dirigentes

políticos, os embaixadores, os homens de empresa, profissionais, intelectuais,

etc., que me visitam costumam me chamar de "Senhora"; e alguns inclusive me

chamam publicamente de "Excelentíssima ou Digníssima Senhora" e ainda, às

vezes, "Senhora Presidenta". Eles não vêem em mim mais do que a Eva Perón.

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Os descamisados, no entanto, só me conhecem como "Evita". Eu me

apresentei assim pra eles, por outra parte, no dia em que saí ao encontro dos

humildes da minha terra dizendo-lhes que preferia ser a "Evita" a ser a esposa

do Presidente se esse "Evita" servia para mitigar alguma dor ou enxugar uma

lágrima.

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E, coisa estranha, se os homens do governo, os dirigentes, os políticos, os

embaixadores, os que me chamam de "Senhora" me chamassem de "Evita"

eu acharia talvez tão estranho e fora de lugar como que se um garoto, um

operário ou uma pessoa humilde do povo me chamasse de "Senhora". Mas

creio que eles próprios achariam ainda mais estranho e ineficaz.

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Agora se me perguntassem o que é que eu prefiro, minha resposta não

demoraria em sair de mim: gosto mais do meu nome de povo. Quando um

garoto me chama de "Evita" me sinto mãe de todos os garotos e de todos os

fracos e humildes da minha terra. Quando um operário me chama de "Evita" me

sinto com orgulho "companheira" de todos os homens.