Período Sistemático

22
Tem como principal filósofo Aristóteles. Produziu uma enciclopédia de todo saber que foi produzido e acumulado pelos gregos ao longo dos anos. -> FILOSOFIA. Para ele, portanto, a filosofia não é o saber específico sobre alguma coisa, mas sim uma forma de conhecer todas as coisas. Estabeleceu uma diferença entre a totalidade desses conhecimentos, distribuindo-os em escala. Período Sistemático – IV a III a. C

description

O Período Sistemático é o terceiro período da filosofia grega e tem como principal filósofo Aristóteles, que sistematizou o conhecimento da época e justamente por este motivo damos este nome ao período em que ele viveu. Aristóteles criou o método dedutivo, através do sistema lógico de pensamento e pela observação constante da natureza. Escreveu sobre diversos temas, sendo o um dos principais a Ética e a política, pelo qual uma de suas frases mais conhecidas ser "O homem é um animal político".

Transcript of Período Sistemático

• Tem como principal filósofo Aristóteles.

• Produziu uma enciclopédia de todo saber que foi produzido e acumulado pelos gregos ao longo dos anos. -> FILOSOFIA.

• Para ele, portanto, a filosofia não é o saber específico sobre alguma coisa, mas sim uma forma de conhecer todas as coisas.

• Estabeleceu uma diferença entre a totalidade desses conhecimentos, distribuindo-os em escala.

Período Sistemático – IV a III a. C

Cada saber, no campo que lhe é próprio, possui um objeto e procedimentos específicos -> a escala vai do mais simples para o mais complexo.

Cada campo do saber é uma ciência, em grego, epistéme.

Conhecer as leis gerais do pensamento = analítica.(Mais tarde a palavra analítica passou a ser chamada de lógica).

Assim, Aristóteles é o criador da lógica como instrumento do conhecimento em qualquer campo do saber.

ATENÇÃO!!! A lógica não é uma ciência mas sim um instrumento!

Hilemorfismo Teleológico

• Considerado um dos primeiros biólogos que existiu, diferente de Platão, achava que o sensível e o inteligível caminhavam juntos.

• Para ele, todas as coisas estariam constituídas de 2 princípios inseparáveis:

• Matéria (hylé): o princípio dos seres, mas que é determinável pela forma.

• Forma (morphé): o princípio determinado em si mesmo, mas que é determinante em relação à matéria.

• Tudo que existe, compõe-se de matéria e forma. A forma é que faz com que as coisas sejam o que são, enquanto a matéria constitui o substrato que permanece.

• Nos processos de mudança, a forma muda; a matéria permanece.

• Rejeitou a teoria de Platão, segundo a qual, os dados transmitidos pelos sentidos não passam de distorções, sombras ou ilusões da verdadeira realidade existente no mundo das ideias.

• Para ele, a observação da realidade por nossos sentidos leva-nos à constatação da existência real de inúmeros seres individuais, concretos, mutáveis.

Potência e Ato • Buscou analisar a realidade que muda.

• Assim, devemos diferenciar: o ato – manifestação atual do ser; potência – as possibilidades do ser, aquilo que ainda não é mas pode vir a ser.

• Ato – Forma / Potência - Matéria

Método Dedutivo

• Assim, a ciência deveria partir da realidade sensorial – empírica – para buscar nela as estruturas essenciais de cada ser.

• A finalidade da ciência deve ser a compreensão do universal, visando o estabelecimento de definições essenciais que possam ser utilizadas de modo generalizado.

• A dedução representa para o autor o processo intelectual básico de aquisição do conhecimento.

• Observação sistemática das diferentes frutas às quais damos o nome de maçã.

• Assim, o conceito maçã pode ter sentido universal, já que reúne em si a estrutura essencial aplicável ao conjunto das várias maçãs existentes no mundo.

As relações do ser

• Tudo no mundo possui:

• 1 – Essência e acidente

• 2 – Ato e potência

• 3 – Necessidade e contingência

• Assim, todas as coisas tem: causa formal, causa material, causa eficiente e causa final.

A filosofia como um grande sistema de conhecimento

• Busca de um conhecimento que abarque toda realidade.

• Esquematizar através de “departamentos” específicos de conhecimento, formando um conjunto completo e fechado capaz de produzir saber.

• “Corpos Aristotelicum”

• Conhecimento dividido

em 3 esferas.

Aristóteles diferencia as ciências que formam a filosofia conforme seus objetos e finalidades.

ciências preocupadas com a prática em si.

ciências preocupadas exclusivamente com o conhecimento.

• 1- Ciências produtivas: estudam as práticas e técnicas. Finalidade: produção de alguma coisa, objeto ou obra.

• Poética (obra: Tratado da Poética) mimesis = imitação da natureza.

• Retórica (obra: Tratado da Retórica) cartase = reviver os sentimentos por meio da arte para que possamos nos purificar deles. É a arte do discurso e da tragédia grega. Ao sentir o que é representado, aprende-se sobre os sentimentos e cria-se a possibilidade de amadurecimento do ser humano.

• 2 – Ciências Práticas: a finalidade da ação está na realização do agente, ou seja, a finalidade da ação está nela mesma.

• EX: Ética, moral e política.

• Ética: estudo da virtude -> o que ela é e como nos educar. É encontrada no meio justo (meson).

• Por exemplo, a virtude da coragem não é nem temer a tudo e também não é nunca temer: a virtude é a sabedoria da coragem na medida certa.

• Política: “O homem é um animal político” -> O homem só realiza sua natureza essencial no convívio e na relação política com seus pares na cidade.

• 3 – Ciências Teóricas ou Contemplativas: estuda as coisas da natureza e divinas. Coisas que não dependem da ação do homem.

a) Ciência Natural: do mundo sensível.

• ->FÍSICA/ASTRONOMIA: movimento dos corpos sensíveis.

• ->VIDA/BIOLOGIA: movimento do ser vivo.

• -> PSICOLOGIA: movimento do ser racional, da alma humana.

b) Filosofia Primeira: ciência do ser.

• -> ARQUELOLOGIA: busca a causa primeira de qualquer ser.

• -> ONTOLOGIA: reflexão do ser; do que é real.

• -> TEOLOGIA: compreensão do Primeiro Ser, que é perfeito, denominado de Theos.

LÓGICA

• Não é uma ciência, mas um instrumento que todas as ciências tomam parte.

• Qualquer área do conhecimento pressupõe a lógica e a usa para produzir sentido.

• “Organom” -> Refutações Sofísticas, Tópicos, Primeiros Analíticos, Segundos Analíticos, Interpretação e Categorias.

• Refutações Sofísticas: reflexões sobre o sentido dos argumentos sofistas que, após um olhar crítico da lógica, não sobrevive.

• Tópicos: busca encontrar um método que faça uso da lógica nas discussões argumentativas.

• Primeiros Analíticos: teoria da dedução.

– Todo Homem é mortal;

– Aristóteles é Homem;

– Logo, Aristóteles é mortal

• Segundos Analíticos: uso do raciocínio para criar um método sistemático de conhecimento.

• Interpretação: análise de sentenças e frases, que são chamadas de proposições. Relação com a verdade ou a falsidade.

• Categorias: análise do termo ser e de suas inúmeras variações.

Teoria do Conhecimento • Diferente de Platão, que faz uso da alegoria e da

metáfora, Aristóteles escreve a obra Metafísica para, sistematicamente, demonstrar a experiência do conhecer.

• 1- Sensação

• 2- Memória

• 3- Experiência

• 4- Arte

• 5- Teoria

1. (Uenp 2011) As discussões iniciais sobre Lógica foram organizadas por Aristóteles no texto conhecido como “Organon”, onde o filósofo sistematiza e problematiza algumas das afirmações que tinham sido feitas pelos pré-socráticos (Parmênides, Heráclito) e por Platão. Sobre a lógica aristotélica é incorreto afirmar:

• a) Aristóteles considera que a dialética não é um procedimento seguro para o pensamento, tendo em vista posições contrárias de debatedores, e a escolha de uma opinião contra a outra não garante chegar à essência da coisa investigada, por isso sugere a substituição da dialética pela lógica.

• b) Entre as principais diferenças que existem entre a lógica aristotélica e a dialética platônica estão: a primeira é um instrumento para o conhecer que antecede o exercício do pensamento e da linguagem; a segunda é um modo de conhecer e pressupõe a aplicação imediata do pensamento e da linguagem.

• c) A lógica aristotélica é um instrumento para trabalhar os contrários, e as contradições para superá-los e chegar ao conhecimento da essência das coisas e da realidade.

• d) A lógica aristotélica sistematiza alguns princípios e procedimentos que devem ser empregados nos raciocínios para a produção de conhecimentos universais e necessários.

• e) Contemporaneamente não se pode considerar a lógica aristotélica como plenamente formal, tendo em vista que Aristóteles não afasta por completo os conteúdos pensados, para ficar com formas vazias (como se faz na lógica puramente formal). Embora tenha avançado no sentido da lógica formal, se comparada com a dialética platônica, que dependia absolutamente do conteúdo dos juízos.

2. (UFU 2012) Em primeiro lugar, é claro que, com a expressão “ser segundo a potência e o ato”, indicam-se dois modos de ser muito diferentes e, em certo sentido, opostos. Aristóteles, de fato, chama o ser da potência até mesmo de não-ser, no sentido de que, com relação ao ser-em-ato, o ser-em-potência é não-ser-em-ato.

(REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. Vol. II. Trad. de Henrique Cláudio de Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994, p. 349.)

A partir da leitura do trecho acima e em conformidade com a Teoria do Ato e Potência de Aristóteles, assinale a alternativa correta.

• a) Para Aristóteles, ser-em-ato é o ser em sua capacidade de se transformar em algo diferente dele mesmo, como, por exemplo, o mármore (ser-em-ato) em relação à estátua (ser-em-potência).

• b) Segundo Aristóteles, a teoria do ato e potência explica o movimento percebido no mundo sensível. Tudo o que possui matéria possui potencialidade (capacidade de assumir ou receber uma forma diferente de si), que tende a se atualizar (assumindo ou recebendo aquela forma).

• c) Para Aristóteles, a bem da verdade, existe apenas o ser-em-ato. Isto ocorre porque o movimento verificado no mundo material é apenas ilusório, e o que existe é sempre imutável e imóvel.

• d) Segundo Aristóteles, o ato é próprio do mundo sensível (das coisas materiais) e a potência se encontra tão-somente no mundo inteligível, apreendido apenas com o intelecto.