Período Sistemático - novo

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Tem como principal filósofo Aristóteles. Produziu uma enciclopédia de todo saber que foi produzido e acumulado pelos gregos ao longo dos anos. -> FILOSOFIA. Para ele, portanto, a filosofia não é o saber específico sobre alguma coisa, mas sim uma forma de conhecer todas as coisas. Estabeleceu uma diferença entre a totalidade desses conhecimentos, distribuindo-os em escala. Período Sistemático – IV a III a. C

Transcript of Período Sistemático - novo

• Tem como principal filósofo Aristóteles.

• Produziu uma enciclopédia de todo saber que foi produzido e acumulado pelos gregos ao longo dos anos. -> FILOSOFIA.

• Para ele, portanto, a filosofia não é o saber específico sobre alguma coisa, mas sim uma forma de conhecer todas as coisas.

• Estabeleceu uma diferença entre a totalidade desses conhecimentos, distribuindo-os em escala.

Período Sistemático – IV a III a. C

O questionamento de Platão • A ruptura entre o pensamento de Aristóteles e de

Platão se deu por conta da teoria das ideias e das formas, relacionado diretamente com o estudo sobre o mundo natural.

• Dizia não ser preciso haver um mundo hipotético das formas, como o mundo das ideias, pois a realidade das coisas estava aqui na Terra.

• Afirmava que certas constantes podem ser descobertas quando investigamos o mundo natural.

Observando o mundo natural...

• Aprendeu que, ao observar as características de cada exemplo de seres vivos poderia construir uma visão completa sobre eles.

• Para ele não nascemos com as ideias inatas capazes de reconhecer as coisas, como pregava Platão.

• É a partir da nossa experiência do mundo, aprendemos quais as características compartilhadas que tornam as coisas o que elas são.

• E a única maneira de experimentar o mundo é por meio dos sentidos (insight).

• Assim, acreditava que as coisas no mundo material não são cópias imperfeitas de alguma forma ideal, mas que a forma essencial de alguma coisa é inerente à própria coisa.

O mesmo se aplica aos conceitos... • O que é verdadeiro no mundo natural também é no mundo dos

conceitos humanos, como virtude, justiça, beleza, ética e bondade.

• Qualquer ideia que alcançamos só podem ser percebidas pelos sentidos, pois, ao nascer, não temos a ideia de certo e errado.

• No entanto, quando encontramos exemplos de justiça ao longo de nossas vidas, aprendemos a reconhecer as qualidades que tais exemplos têm em comum e, aos poucos, refinamos nossa ideia sobre justiça.

• A única maneira pela qual podemos conhecer a ideia de justiça, então, é observando como ela se manifesta à nossa volta.

• Assim, para Aristóteles existem verdades universais passíveis de serem apreendidas pelos sentidos.

• Dividiu o conhecimento em diversas áreas. Cada saber, no campo que lhe é próprio, possui um objeto e procedimentos específicos (FÍSICA, LÓGICA, METAFÍSICA, ÉTICA, POLÍTICA, POÉTICA E BIOLOGIA).

Classificação biológica • Aristóteles, em sua escola Liceu, começou a colecionar espécies de

todos os animais. Costumava andar com seus alunos pela natureza (os peripatéticos), classificando a fauna e a flora de acordo com suas características específicas.

• Montou então um esquema hierárquico, base da taxonomia. Dividiu o mundo em coisas vivas e não vivas através de suas características compartilhadas.

• Na sua classificação, o ser humano está no topo da hierarquia.

• O poder da razão é algo que não nasce dos sentidos, que é a nossa única característica inata.

• Mas, embora tenhamos o raciocínio como algo tipicamente humano, as ideias não são inatas, sendo a razão necessária para aprendermos as coisas pela experiência.

• Dai a necessidade do uso da lógica.

Hilemorfismo Teleológico

• Uma explicação teleológica é uma explanação sobre a finalidade de algo.

• Para Aristóteles, a forma de uma criatura não se limita às suas características físicas, mas também algo sobre o que essa criatura faz e como ela se comporta.

• Todos os seres, então, possuem implicações éticas.

• Para ele, todas as coisas estariam constituídas de 4 causas inseparáveis:

• CAUSA MATERIAL, CAUSA FORMAL, CAUSA EFICAZ E CAUSA FINAL.

• CAUSA MATERIAL: do que algo é feito.

• CAUSA FORMAL: é a disposição ou forma de algo.

• CAUSA EFICIENTE: é a origem do ser.

• CAUSA FINAL: é a função ou objetivo de algo. (é esta que se relaciona com a ética

• Tudo no mundo possui:

• 1 – Essência e acidente

• 2 – Ato e potência

• 3 – Necessidade e contingência

• Tudo que existe, compõe-se de matéria e forma. A forma é que faz com que as coisas sejam o que são, enquanto a matéria constitui o substrato que permanece.

• Nos processos de mudança, a forma muda; a matéria permanece.

Potência e Ato • Buscou analisar a realidade que muda, mas

procurando conceitos que fossem imutáveis.

• Assim, devemos diferenciar: o ato – manifestação atual do ser; potência – as possibilidades do ser, aquilo que ainda não é mas pode vir a ser.

• Ato – Forma / Potência - Matéria

Método Dedutivo

• Assim, a ciência deveria partir da realidade sensorial – empírica – para buscar nela as estruturas essenciais de cada ser.

• A finalidade da ciência deve ser a compreensão do universal, visando o estabelecimento de definições essenciais que possam ser utilizadas de modo generalizado.

• A dedução representa para o autor o processo intelectual básico de aquisição do conhecimento.

• Observação sistemática das diferentes frutas às quais damos o nome de maçã.

• Assim, o conceito maçã pode ter sentido universal, já que reúne em si a estrutura essencial (as causas) aplicável ao conjunto das várias maçãs existentes no mundo.

A filosofia como um grande sistema de conhecimento

• Busca de um conhecimento que abarque toda realidade.

• Esquematizar através de “departamentos” específicos de conhecimento, formando um conjunto completo e fechado capaz de produzir saber.

• “Corpos Aristotelicum”

• Conhecimento dividido

em 3 esferas.

• 1- Ciências produtivas: estudam as práticas e técnicas. Finalidade: produção de alguma coisa, objeto ou obra.

• Poética (obra: Tratado da Poética) mimesis = imitação da natureza.

• Retórica (obra: Tratado da Retórica) cartase = reviver os sentimentos por meio da arte para que possamos nos purificar deles. É a arte do discurso e da tragédia grega. Ao sentir o que é representado, aprende-se sobre os sentimentos e cria-se a possibilidade de amadurecimento do ser humano.

• 2 – Ciências Práticas: a finalidade da ação está na realização do agente, ou seja, a finalidade da ação está nela mesma.

• EX: Ética, moral e política.

• Ética: estudo da virtude -> o que ela é e como nos educar. É encontrada no meio justo (meson).

• Por exemplo, a virtude da coragem não é nem temer a tudo e também não é nunca temer: a virtude é a sabedoria da coragem na medida certa.

• Política: “O homem é um animal político” -> O homem só realiza sua natureza essencial no convívio e na relação política com seus pares na cidade.

• 3 – Ciências Teóricas ou Contemplativas: estuda as coisas da natureza e divinas. Coisas que não dependem da ação do homem.

a) Ciência Natural: do mundo sensível.

• ->FÍSICA/ASTRONOMIA: movimento dos corpos sensíveis.

• ->VIDA/BIOLOGIA: movimento do ser vivo.

• -> PSICOLOGIA: movimento do ser racional, da alma humana.

b) Filosofia Primeira: ciência do ser.

• -> ARQUELOLOGIA: busca a causa primeira de qualquer ser.

• -> ONTOLOGIA: reflexão do ser; do que é real.

• -> TEOLOGIA: compreensão do Primeiro Ser, que é perfeito, denominado de Theos.

SILOGISMO

• No processo de classificação, Aristóteles formulou uma forma sistemática de lógica que se aplica a cada espécie para determinar se ele pertence ou não a certa categoria.

• Por exemplo, uma característica em comum de todos os répteis é o sangue frio, logo, uma espécie de sangue quente não seria um réptil.

• Qualquer área do conhecimento pressupõe a lógica e a usa para produzir sentido.

• Observou um padrão nessa linha de pensamento com três proposições que consistem em duas premissas e uma conclusão, forma de raciocínio conhecida como silogismo.

Teoria do Conhecimento • Diferente de Platão, que faz uso da alegoria e da

metáfora, Aristóteles escreve a obra Metafísica para, sistematicamente, demonstrar a experiência do conhecer.

• 1- Sensação

• 2- Memória

• 3- Experiência

• 4- Arte

• 5- Teoria

1. (Uenp) As discussões iniciais sobre Lógica foram organizadas por Aristóteles no texto conhecido como “Organon”, onde o filósofo sistematiza e problematiza algumas das afirmações que tinham sido feitas pelos pré-socráticos (Parmênides, Heráclito) e por Platão. Sobre a lógica aristotélica é incorreto afirmar:

• a) Aristóteles considera que a dialética não é um procedimento seguro para o pensamento, tendo em vista posições contrárias de debatedores, e a escolha de uma opinião contra a outra não garante chegar à essência da coisa investigada, por isso sugere a substituição da dialética pela lógica.

• b) Entre as principais diferenças que existem entre a lógica aristotélica e a dialética platônica estão: a primeira é um instrumento para o conhecer que antecede o exercício do pensamento e da linguagem; a segunda é um modo de conhecer e pressupõe a aplicação imediata do pensamento e da linguagem.

• c) A lógica aristotélica é um instrumento para trabalhar os contrários, e as contradições para superá-los e chegar ao conhecimento da essência das coisas e da realidade.

• d) A lógica aristotélica sistematiza alguns princípios e procedimentos que devem ser empregados nos raciocínios para a produção de conhecimentos universais e necessários.

• e) Contemporaneamente não se pode considerar a lógica aristotélica como plenamente formal, tendo em vista que Aristóteles não afasta por completo os conteúdos pensados, para ficar com formas vazias (como se faz na lógica puramente formal). Embora tenha avançado no sentido da lógica formal, se comparada com a dialética platônica, que dependia absolutamente do conteúdo dos juízos.

2. (UFU) Em primeiro lugar, é claro que, com a expressão “ser segundo a potência e o ato”, indicam-se dois modos de ser muito diferentes e, em certo sentido, opostos. Aristóteles, de fato, chama o ser da potência até mesmo de não-ser, no sentido de que, com relação ao ser-em-ato, o ser-em-potência é não-ser-em-ato.

(REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. Vol. II. Trad. de Henrique Cláudio de Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994, p. 349.)

A partir da leitura do trecho acima e em conformidade com a Teoria do Ato e Potência de Aristóteles, assinale a alternativa correta.

• a) Para Aristóteles, ser-em-ato é o ser em sua capacidade de se transformar em algo diferente dele mesmo, como, por exemplo, o mármore (ser-em-ato) em relação à estátua (ser-em-potência).

• b) Segundo Aristóteles, a teoria do ato e potência explica o movimento percebido no mundo sensível. Tudo o que possui matéria possui potencialidade (capacidade de assumir ou receber uma forma diferente de si), que tende a se atualizar (assumindo ou recebendo aquela forma).

• c) Para Aristóteles, a bem da verdade, existe apenas o ser-em-ato. Isto ocorre porque o movimento verificado no mundo material é apenas ilusório, e o que existe é sempre imutável e imóvel.

• d) Segundo Aristóteles, o ato é próprio do mundo sensível (das coisas materiais) e a potência se encontra tão-somente no mundo inteligível, apreendido apenas com o intelecto.