PERFIL EMPREENDEDOR DE ALUNOS DE GRADUAÇÃO EM DESIGN DE … · Resumo: O conceito de...
Transcript of PERFIL EMPREENDEDOR DE ALUNOS DE GRADUAÇÃO EM DESIGN DE … · Resumo: O conceito de...
PERFIL EMPREENDEDOR DE ALUNOS DE GRADUAÇÃO EM DESIGN
DE MODA
Alini, CAVICHIOLI, e-mail¹: [email protected]
Fernando Luiz Freitas FILHO, e-mail²: [email protected]
Wallace Nóbrega, LOPO, e-mail³: [email protected]
UNISOCIESC, Brusque, Santa Catarina.1
UNISOCIESC, Joinville, Santa Catarina.2
UNISOCIESC, Brusque, Santa Catarina.3
Resumo: O conceito de empreendedorismo é demasiado amplo e desperta interesse em acadêmicos, docentes e
pesquisadores em geral, que buscam identificar indivíduos que tenham potencial empreendedor ou que características
possuem uma pessoa empreendedora. Esse artigo tem como objetivo uma análise do perfil empreendedor; de alunos do
curso de graduação de Bacharelado em Design de Moda em duas instituições de ensino superior de Santa Catarina.
Foi utilizada como metodologia um pesquisa de campo e o instrumento utilizado, um questionário de auto avaliação,
respondido por 159 alunos das duas instituições e depois, uma análise qualitativa e quantitativa dos resultados. O
questionário foi respondido por alunos da primeira fase até os formandos. Com a aplicação deste questionário foi
possível traçar o potencial empreendedor, cultura empreendedora e expectativas quanto ao futuro profissional dos
alunos do curso de Design de Moda. Como resultado, verificou-se que os alunos das duas instituições apresentam um
considerável perfil empreendedor e que há semelhança desse perfil entre as duas instituições.
Palavras-chave: Empreendedorismo. Perfil empreendedor. Alunos de graduação. Design de moda.
INTRODUÇÃO
O empreendedorismo é conhecido desde os primórdios do século XVI, mas só nos anos 1990 ganhou
força e hoje se tornou uma tendência no mercado mundial, revolucionando as relações socioeconômicas em
todo o mundo. Conforme Dolabela (2008), o desenvolvimento econômico de uma região está diretamente
relacionado com o grau de empreendedorismo de uma comunidade.
Atualmente o tema existe diante de uma abordagem sistêmica e contingencial, pela qual a organização,
considerada como um sistema aberto é influenciada pelo ambiente externo, complexo e dinâmico, composto
pelas variáveis: condições tecnológicas, políticas, econômicas, sociais, culturais e demográficas. Uma
organização para acompanhar a complexidade desse ambiente, precisa ser inovadora, flexível e mutável.
Diante dessas informações, Pereyra (2003) afirma que o empreendedor é a pessoa que tem coragem de voar
sem ter asas, usando a sua inquietude e imaginação para criar e inovar. É movido pelo gosto por desafios,
capacidade de persuasão e busca constante por novas oportunidades.
Conhecido há tempos como algo inalcançável, o empreendedorismo com o decorrer dos anos tornou-se
referência administrativa, surgindo estudos de aperfeiçoamento, demonstrando que era possível ter resultados
significativos para a economia. O resultado da pesquisa realizada, sobre o assunto, feita com alunos de
instituições de ensino superior, contribuiu para mostrar quem possui o perfil ideal para ser um empreendedor
e também, analisar como é a heterogeneidade do grupo, em relação a esse perfil. Algumas pessoas possuem
um perfil empreendedor, porém, o desconhecem. Em outras ocasiões, as pessoas possuem perfil
empreendedor, porém, elas não manifestam esse perfil em casos práticos. Ao participar dessa pesquisa e ter
acesso ao resultado, foi observado o despertar para essa realidade.
Diante desta visão, o empreendedorismo pode ser visto como um fenômeno organizacional que atingiu
todas as partes do mundo, fazendo atualmente parte não só do meio administrativo, mas também acadêmico
e social e áreas afins.
Por isso, torna-se importante estreitar a relação do perfil empreendedor com cursos superiores, não
apenas da área administrativa, mas como do Design de Moda, por exemplo; inúmeros profissionais desse
setor estão em busca de algo inovador, que caracterize o seu potencial empreendedor, e um dos caminhos é o
que lhes proporcionará o conhecimento sobre o assunto, ou seja, o acadêmico; passando pela sala de aula.
Tratando-se desta realidade, este artigo enfatiza a questão do perfil empreendedor de alunos do curso
Superior em Bacharelado de Design de Moda, de instituições privadas do Vale do Itajaí – Santa Catarina,
com o intuito de contribuir não apenas para o centro de ensino em moda e design, mas também para que os
alunos desta área despertem uma aptidão profissional empreendedora.
METODOLOGIA
Nesse trabalho foi feita uma pesquisa de campo de caráter descritivo, qualitativo e quantitativo. Foi
utilizado, como instrumento de pesquisa, um questionário de auto avaliação, respondido pelos 159 alunos das
duas instituições particulares de ensino superior e que por questões éticas, seus nomes não podem ser
mencionados já que ambas concorrem entre pelo mercado; e foi feita análise qualitativa e quantitativa dos
resultados.
A população em estudo foi de alunos do curso de bacharelado em Design de Moda dessas instituições de
ensino da região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, aqui denominadas como instituição A e B, para efeito
de demonstração de resultados e comparações. O total de respondentes foi de 100% dos alunos regularmente
matriculados nos cursos, sendo 77 alunos da instituição A e 82 da instituição B.
Foi aplicado o questionário de auto avaliação do perfil empreendedor elaborado por Dornelas (2008), que
contém 30 questões, divididas em cinco grupos de diferentes características do empreendedorismo. Essas
características são: comportamento e determinação; obsessão pelas oportunidades; tolerância ao risco,
ambigüidade e incertezas; criatividade, autoconfiança, habilidade de adaptação e motivação e superação.
Com a aplicação do questionário foi possível traçar o potencial empreendedor, cultura empreendedora e
expectativas quanto ao futuro profissional dos alunos do curso de Design de Moda.
Segundo o próprio Dornelas (2008), o perfil empreendedor pode ser dividido em quatro faixas bem
distintas, de acordo com a pontuação conseguida com o questionário em questão:
Menos que 59 pontos: Não possui perfil empreendedor
60 a 89 pontos: Com pouco perfil empreendedor
90 a 119 pontos: Possui um bom perfil empreendedor.
120 a 150 pontos: Possui um perfil empreendedor.
Como relação aos dados obtidos com a pesquisa, estes foram divididos e estudados conforme análise
quantitativa, já que os dados numéricos foram bastante significativos e análise qualitativa, já que a
interpretação dos dados obtidos pode levar a esse tipo de consideração. Também faremos análises estatísticas
sobre os dados obtidos, pois, conforme Montgomery (2004) estatística é um método matemático de
determinar variações de um processo baseado em amostragens coletadas, que permite analisar a qualidade do
processo visando observar os possíveis desvios com relação a médias obtidas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Depois de realizadas as pesquisas como os alunos das duas instituições de ensino, primeiramente foi feita
uma separação por faixa etária, para se definir quais são as populações entre essas faixas e verificar possíveis
variações entre as instituições nesse aspecto. As faixas etárias definidas para análise foram as seguintes: de
17 a 22 anos; de 23 a 28; de 29 a 34 e de 35 anos em diante.
Os resultados obtidos estão representados no gráfico 1.
Gráfico 1. Perfil empreendedor por faixa etária
Fonte: Os Autores (2014)
Pode-se notar que há diferenças entre populações nas mesmas faixas etárias entre as instituições, como
uma tendência na instituição A e ter alunos velhos do que na B.
No cálculo estatístico, os resultados foram os seguintes:
Média do valor do perfil empreendedor da instituição A foi 115,92 entanto da instituição B foi de 118,44
conforme é apresentado no gráfico 2.
Gráfico 2. Perfil empreendedor por faixa etária
Fonte: Os Autores (2014)
Conforme pode ser observado, no gráfico 2, o perfil empreendedor nos dois casos, ficou muito próximo;
o que demonstra que nas duas instituições, os alunos possuem essa mesma característica empreendedora.
Analisando os perfis por faixa etária, obtivemos as médias apresentadas no gráfico 3:
Gráfico 3. Perfil empreendedor por faixa etária
Fonte: Os Autores (2014)
O desvio padrão dessa análise foi de 12,53 para a instituição A e de 12,82 para a B.
Conforme pode ser observado, existe uma grande diferença de população nas faixas etárias, entre as duas
instituições de ensino. Na instituição A existem menos alunos na faixa entre 17 e 22 anos em relação à B. Na
instituição B, a grande maioria dos alunos migrou diretamente do ensino médio direto ao curso superior e
essa maioria é formada de jovens. Essa diferença entre as faixas etárias ocorreu devido ao fato da instituição
A promover a oferta de bolsas de estudo, para candidatos com renda familiar menor, o que acabou atingindo
uma classe que já possui família constituída e que trabalha em funções com menor remuneração; outro fator
a favor da instituição A, é o fato desta ter uma mensalidade mais barata em relação à outra, o que acabou
incentivando pessoas mais velhas a procurá-la.
Na média geral, foi constatada uma proximidade entre as duas, de 115,95 para a instituição A e de 118,44
para a B; porém, podemos constatar que o perfil empreendedor mostrou-se ser mais evidente na faixa etária
mais jovem; isso ficou comprovado no resultado da média dos perfis por faixa etária, que ficou em 122,38
para a instituição A e de 125,36 na B. Nas faixas seguintes, observa-se uma redução gradativa do perfil
empreendedor nas duas instituições, o que significa que a faixa etária maior, parte para o conservadorismo e
cautela no que se refere ao ímpeto empreendedor.
Apesar da instituição A possuir alunos mais velhos do que a instituição B, esta teve revelado um perfil
bem próximo ao da outra instituição; a diferença entre elas é de apenas 2,1% o que significa que o perfil
empreendedor em ambas é praticamente igual. Não obstante, o desvio padrão ficou muito alto, nos dois casos
e praticamente iguais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo se observando uma relativa diferença de faixas etárias, entre as duas instituições de ensino
superior, o resultado do perfil empreendedor das acadêmicas mostrou-se muito próximo, o que demonstra
uma necessidade desse tipo de característica de perfil, para formação desse profissional. Essa pequena
diferença de resultados entre perfis, também pode ser observado entre as faixas etárias, o que demonstra que,
a medida que se avança na idade, o perfil também tendeu a alterar a para menos, o que nos surpreendeu, pois,
pensávamos que esse resultado seria o inverso, ou seja, como o passar dos anos, o perfil empreendedor fosse
sendo cultivado e amadurecido, tornando-o mais nítido e expressivo.
Outro fator a ser considerado, foi a descoberta do perfil empreendedor de alguns alunos, ao realizarem
essa auto avaliação. Até então não havia a consciência, para eles, da existência dessas características,
necessárias para ser um empreendedor em potencial, o que acabou por despertar a curiosidade desses alunos,
no tema em questão.
REFERÊNCIAS
DOLABELA, F. O segredo de Luísa: uma idéia, uma paixão e um plano de negócios. Rio de Janeiro: Sextante,
2008.
DORNELAS, J.C.A. Empreendedorismo: transformando idéias em negócios. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
MONTGOMERY, D.C. Introdução ao controle estatístico da qualidade. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
PEREYRA, E. O comportamento empreendedor: como princípio para o desenvolvimento social e
econômico.Porto Alegre: Sulina, 2003
GESTÃO TÉCNICO ADMINISTRATIVA: ESTUDO DE CASO DE UM
AGRONEGÓCIO DE PRODUÇÃO DE UVA E VINHO NO MUNICÍPIO DE
BRUSQUE - SC
BECKER, Edegar, [email protected]
Unifebe, Brusque, SC
Resumo: O município de Brusque é caracterizado pelas atividades industriais, contudo os espaços rurais ainda são
ocupados de diversas formas, inclusive os dedicados a alguma atividade financeira ligada ao agronegócio. O objetivo
desta proposta de trabalho foi estudar uma propriedade agrícola, localizada na localidade de Ribeirão do Salto,
município de Brusque, que pertence à família de José Luiz Dada, que explora a produção de uva e sua industrialização.
A pesquisa foi denominada de estudo de caso e atendeu a um principal objetivo de implantar uma forma alternativa de
produção de mudas de uva e avaliar a sua viabilidade. Os resultados foram apresentados na forma de figuras e tabelas
para facilitar a compreensão dos leitores. Os resultados mostraram a viabilidade de utilização da forma alternativa de
produção de mudas, principalmente pela qualidade, garantia de procedência e viabilidade econômica. Espera-se que
os resultados desta pesquisa possam auxiliar o meio acadêmico, os empreendedores rurais e as instituições públicas a
incluírem o tema nas suas políticas públicas voltadas ao setor.
Palavras-chave: uva, mudas, gestão.
INTRODUÇÃO
O município de Brusque está localizado em uma região urbano-industrial com característica de
turismo e população de alto poder aquisitivo. Apesar de sua urbanização, os espaços rurais ainda são
ocupados, alguns com fins apenas de moradia e sítios e outros, ainda com exploração econômica.
A produção de uva e seus derivados são atividades consideradas de alto valor agregado, pois as uvas
de mesa colhidas nesta região ocupam um espaço no mercado em épocas de pouca oferta, proporcionando
preços atrativos ao produtor.
A industrialização da fruta através dos processos de vinificação e de fabricação de suco, crescem
cada vez mais, principalmente devido ao turismo religioso.
O vinho e o suco produzidos de forma artesanal e sem aditivos químicos, atraem notadamente
consumidores mais exigentes, o que resulta na garantia de comercialização.
Apesar dessas características regionais, os métodos de produção ainda são muito tradicionais,
especialmente no que se refere a produção de mudas. Atualmente, as mudas são produzidas a campo, forma
utilizada que exige muita mão de obra, tempo e vulnerabilidade devido as intempéries ambientais. A
alternativa sugerida, neste trabalho, para a produção de mudas é o método de enxertia de mesa, que
proporciona maior rapidez na sua execução, menor tempo para a formação de mudas, menor interferência
climática e maior possibilidade de atender aos padrões legais (KUNH et. all, 2007).
METODOLOGIA
O método escolhido para esta pesquisa é o Estudo de Caso, que está incluso nas pesquisas qualitativas
que envolvem uma grande variedade de materiais empíricos (DENZIN e LINCOLN, 200). Este método está
inserido numa abordagem qualitativa utilizada para coleta de dados na área de estudos organizacionais.
O caso a ser estudado nesta pesquisa será uma propriedade rural situada na localidade de Ribeirão
do Salto, município de Brusque, onde a família de José Luiz Dada, cultiva um pomar de uvas com o objetivo
de atender o mercado da fruta in natura e o seu beneficiamento através da vinificação.
Vale destacar que a propriedade agrícola está localizada próxima à divisa entre os municípios de
Brusque e Nova Trento, entre as comunidades de Ribeirão do Salto e Vígolo, respectivamente. Essa
localização é privilegiada pois é um caminho de acesso ao Santuário de Santa Paulina.
As informações foram fornecidas pela própria família Dada, através de planilhas previamente
elaboradas para coletá-las. Durante o período de realização da pesquisa, que compreendeu entre os meses de
julho de 2013 e dezembro de 2014 foram realizadas visitas periódicas ao local de estudo com o objetivo de
acompanhar a implantação e analisar juntamente com a família Dada as informações coletadas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A produção de mudas é realizada através de um processo denominado de “enxertia de mesa”, que
consiste da união de uma variedade de porta enxerto com uma variedade de copa (produção). Esse
procedimento é realizado no inverno e, em seguida, acondicionadas em copos plásticos em um canteiro
protegido com plástico, conforme ilustrado na figura.
Figura 1 – Canteiros de produção de mudas
Fonte: Autor
A quantidade inicial de mudas foi de 1.000 (mil ) unidades. O resultado final após 4 meses foi de
450 mudas. Parte dessa produção foi utilizada na própria propriedade e as demais comercializadas.
O custo para produzir 450 mudas foi de R$130,00. Outros custos não contabilizados foram a mão de
obra familiar, os copos plásticos reutilizados, a terra, matéria orgânica, madeiras e demais itens encontrados
na propriedade.
O valor da muda no mercado gira em torno de R$5,00 a unidade. Com o plantio 400 mudas o Sr.
Dada não precisou desembolsar R$2.000,00 para ampliar a produção nos pomares já existentes, além disso
ele comercializou 50 mudas que somaram R$250,00, o que já superou em quase 200% o custo para a
produção das 450 mudas. Projetando uma de 1,0 hectare, o valor a ser desembolsado seria de R$ 20.000,00.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com isso percebemos que o plantio de mudas é uma atividade muito rentável e que pode ser
explorada para que os produtores possam aumentar a sua renda e garantir mudas de qualidade para seus
empreendimentos.
REFERÊNCIAS
DENZIN, Normann K.;LINCOLN, Yvonne S. (Editores) Handbook of qualitative research. (2.
Ed.). Thousand Oaks, Califórnia: Dage Publications. 2000.
KUHN, Gilmar Barcelos et.all.. Produção de mudas de videira por enxertia de mesa. Circular técnica, 74.
Bento Gonçalves , Abril 2007.
Custos: uma abordagem pratica. René Gomes Dutra. – 7.ed. – São Paulo: Atlas, 2010.
Co-geração de energia solar fotovoltaica na Unifebe
Rafael Francisco, SCHLINDWEIN ODISI, [email protected]
Orientador: Prf. Esp. Milton Augusto Pinotti UNIFEBE – Centro Universitario de Brusque, Brusque, Santa Catarina
Resumo: A pesquisa por fontes alternativas de energia, motivada pela necessidade de novas matrizes energéticas,
tem resultado em fortes avanços tecnológicos, visando à utilização de recursos renováveis com o intuito de
proporcionar sustentabilidade e poupar recursos naturais. Insere-se nesse contexto o objetivo deste projeto, buscando
analisar de forma técnica e econômica a implantação de um parque fotovoltaico no Centro Universitário de Brusque –
Unifebe. Dessa forma, será desenvolvida, e explanada, cada etapa relacionada com o sistema fotovoltaico, desde a
energia solar fotovoltaica na atualidade, os princípios da energia solar, cuja radiação solar é o principal recurso para
este sistema, até os tipos de sistemas ou modelos para a geração da energia elétrica a partir da tecnologia fotovoltaica.
E, para este projeto, será estudado com maior profundidade o sistema conectado à rede elétrica convencional,
objetivando o dimensionamento adequado da geração fotovoltaica para alimentação de cargas específicas a serem
elencadas.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Sistemas Fotovoltaico. Fonte Alternativa de Energia.
INTRODUÇÃO
As pesquisas por fontes alternativas de energia, haja vista a preocupação ambiental e a escassez
energética têm merecido destaque atualmente. Inserida nesse contexto está a justificativa desta pesquisa, com
foco específico na utilização da energia solar para geração da eletricidade.
Segundo Tiradentes (2007), quanto maior for a utilização de energia elétrica utilizando placas
solares, maior será a preservação do meio ambiente; as pessoas que utilizam a energia elétrica de origem
fotovoltaica estão evitando o consumo de combustíveis fósseis. Igualmente, numa análise mais avançada,
estão contribuindo para a diminuição da necessidade de alagamentos provocados por usinas hidroelétricas.
De acordo com Ghensev (2006) observa-se os crescentes avanços em fontes alternativas e soluções
para o meio ambiente. Com isso, os sistemas fotovoltaicos consolidam-se cada vez mais, no mercado atual,
cuja função principal é a conversão da energia solar em eletricidade de forma limpa e sustentável. A
exploração intensa das reservas esgotáveis de combustíveis fósseis, e os danos causados ao meio ambiente,
apresentam um cenário preocupante para o próximo século, justificando a busca por fontes alternativas de
geração de energia elétrica.
A incessante busca por fontes alternativas de energia elétrica foca, sobremaneira, em fontes
renováveis e não poluentes, tais como: a solar e a eólica. Nesse particular, vários países investem nas
aplicações da energia solar, analisando desde as características do fluxo de radiação solar, que incide sobre a
superfície da terra, até a tecnologia necessária para viabilizar sua utilização em termos técnicos e
econômicos.
O Brasil também busca soluções para o futuro, elaborando projetos e estudos para avaliar a
implantação de áreas com sistemas fotovoltaicos, abrangendo vários setores, tais como: as indústrias,
residências e universidades, entre outros. Objetivam, estes estudos e projetos, deter-se conhecimento mais
profundo nesse setor e, dessa forma, agregar esta fonte de energia alternativa na matriz energética brasileira,
visando um futuro promissor, no que tange à utilização da tecnologia fotovoltaica, garantia de uma energia
limpa e renovável obtida através da conversão direta da energia solar em eletricidade.
Tem-se observado, nos últimos tempos, vários apagões em nossa rede elétrica e, uma das razões
para tais fatos, está na falta de investimento por parte do governo em infraestrutura no sistema elétrico de
potência. Motivado pela ausência de investimentos governamentais adequados, o sistema elétrico brasileiro
não consegue fazer uma transmissão e distribuição de energia elétrica mais eficiente.
Decorrente da falta de chuvas, em algumas regiões de nosso país, percebe-se que o nível das
barragens, que sustentam as usinas hidrelétricas, está abaixo do nível normal. A partir desse fato, o governo
liberou o acionamento das usinas termelétricas, resultando na elevação do custo da energia elétrica.
A busca por alternativas de amenizar-se esse problema passa pelo incentivo na utilização de fontes
alternativas de energia elétrica, com o intuito de proporcionar uma autogeração, através de placas
fotovoltaicas e, até mesmo, em outras fontes alternativas como a eólica e biomassa.
O sistema tarifário brasileiro divide o setor consumidor de energia elétrica em dois grupos
distintos: A e B. No grupo A estão inclusas as instalações em alta tensão representadas pelas indústrias, e no
grupo B tem-se as instalações em baixa tensão, enquadradas nele as residências. As empresas enquadradas
no grupo A avaliam, em relação aos custos da energia elétrica, a utilização da energia fornecida pela
concessionária nos horários fora de ponta e horário de ponta, visto que, no horário de ponta (das 19h às 22h),
é cobrada uma porcentagem a mais pelo kWh consumido nesse horário. Muitas empresas optam pelo uso de
grupos de geradores, no horário de ponta, reduzindo, assim, o consumo de energia elétrica da rede
convencional, diminuindo o custo pago pela energia elétrica no horário de ponta.
Valendo-se das premissas citadas propõe-se desenvolver um projeto voltado para a geração de
energia elétrica alternativa, destacando a construção de um parque fotovoltaico na UNIFEBE, aliado à
análise de viabilidade técnica e econômica da instalação. Este projeto, tendo sido executado, terá a função de
produzir eletricidade para suprir a instalação de uma quantidade de carga específica disponíveis na
UNIFEBE.
Agregando valor a esses aspectos há o fato da possibilidade de criação de um ambiente de pesquisa
para os acadêmicos da instituição, propiciando unir teoria e prática no que tange ao aprendizado do
dimensionamento de projetos fotovoltaicos, e da conscientização ambiental quanto à sua sustentabilidade.
A instalação de um parque gerador de energia elétrica, a partir de fontes renováveis se coaduna
com o pensamento ambiental, pois é importante ter a consciência no desenvolvimento tecnológico,
abrangendo métodos de maximização dos recursos naturais renováveis. Igualmente, preservar o meio
ambiente é uma forma de valorizar o ser humano em todos os aspectos, desenvolvendo condição para a
qualidade de vida.
METODOLOGIA
Subdividiu-se, este projeto, em quatro fases: (1) Teórica (2) Pesquisa descritiva, (3) Pesquisa
quantitativa e (4) Pesquisa qualitativa. A fase teórica (1) serviu para embasamento teórico apoiada na revisão
bibliográfica. A Pesquisa descritiva (2) focou no levantamento de informações relativas a dados práticos de
dimensionamento do sistema fotovoltaico, tendo a finalidade de desenvolvimento do projeto e indicação de
sustentabilidade dele. A Pesquisa quantitativa (3) levantou o consumo de energia elétrica nas instalações da
UNIFEBE possibilitando, com esses dados, calcular-se a quantidade de componentes para este projeto.
Finalizando, a Pesquisa qualitativa (4) teve como função definir a parte estrutural, e funcional do projeto,
destacando as estruturas para fixação dos módulos fotovoltaicos e o sistema completo funcionando integrado
à rede elétrica convencional.
Visando à continuidade no projeto serão apresentados os procedimentos para o levantamento do
consumo com dados de radiação solar obtido por meio do programa RADIASOL1. Da mesma forma, a fim
de proporcionar o dimensionamento do sistema fotovoltaico serão abordados os métodos para o cálculo de
energia produzida por módulo, dimensionamento do inversor, sistema de proteção, suportes e fixação e
escolha adequada do cabeamento. Esse dimensionamento levará em consideração o ramal com corrente
contínua e ramal em corrente alternada.
1 Aplicativo para realizar cálculos de determinação da radiação solar, para o território brasileiro, desenvolvido pelo
laboratório da Universidade do Rio Grande do Sul.
III Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de Junho de 2015, Brusque – SC
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os componentes que farão parte do sistema são os seguintes: painel solar, inversor central,
condutores, estruturas para fixação, quadros de distribuição e dispositivos de proteção. No entanto,
serão apresentados os gastos de cada componente e, posteriormente, será montada uma tabela para
avaliar os resultados.
COMPONENTES UNIDAD
E
CUSTO/UNIDADE (R$) CUSTO TOTAL (R$)
Painel Solar 1050 850 892.250,00
Inversor Central 1 144.000,0 144.000,00
String box 5 10.385,90 51.929,50
Estrutura fixação 50 9.550,00 477.500,00
Cabo 2,5mm² 2 35,60 71,2
Cabo 16mm² 2 874,10 1.748,20
Cabo 185mm² 2 1.997,98 3.995,95
Cabo 185mm² 2 7991,9 31.967,60
Fusíveis 5 14,00 70,00
Disjuntores CC 5 90,5 452,5
Disjuntores CC geral 1 250,5 250,5
Disjuntor CA 1 260,5 260,5
DPS CC 5 150,0 750,00
Haste aterramento 5 21,20 106,00
Quadro de distribuição 2 105 210
Total 1.605.561,95
Tabela1: Custo com os componentes do sistema.
Fonte: Autor
5.3.3 Análise do retorno do investimento
Com o objetivo de fazer uma análise do retorno do investimento, em que será calculado o
tempo que o parque fotovoltaico projetado supre o valor gasto para a implantação.
Para fazer o cálculo foram levantadas as seguintes informações: a energia que a UNIFEBE
deixará de pagar para concessionárias e o valor investido com a implantação do parque fotovoltaico.
Dessa forma, o período de retorno (PR) a ser apresentado é dado pela equação 1.
PR= (1)
Neste caso, temos o seguinte resultado.
Para uma tarifa de R$: 0,23 o retorno do investimento fica assim.
III Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de Junho de 2015, Brusque – SC
PR=
Com o resultado expresso acima se verificou que, o investimento se paga durante a vida útil
do parque fotovoltaico, e os componentes têm sua vida útil em média de 25 anos.
Para uma tarifa de 0,37
Portanto ao observar o resultado obtido por utilizar a tarifa no horário de ponta, demonstrou
que o tempo de retorno do investimento diminuiu significativamente, porem a tarifa que será paga para
a UNIFEBE ao produzir a energia do parque fotovoltaico será a concessionária que aprova.
Porém, o tempo de retorno ainda é relativamente alto, e uma forma de solucionar esse
agravante é a busca de incentivos por parte do governo, visto que ele deveria dar mais atenção a esse
meio de produzir energia, pois é um recurso renovável e não poluente.
Para titulo de curiosidade temos o valor gasto em óleo diesel com o gerador da instituição
demonstrado na tabela 1, correspondente a uma media de 4500 litros, totalizando um investimento de
11250 (onze mil e duzentos e cinquenta reais), gasto mensalmente, analisando essa abordagem e visto
que serão economizados 74. 870,74 (Setenta e quatro mil e oitocentos e setenta reais e setenta e quatro
centavos por ano). No entanto a UNIFEBE praticamente deixara de pagar o óleo diesel por ter
instalado o parque fotovoltaico
Fazendo uma análise dos resultados em que foi desenvolvida e avaliada a aplicabilidade
técnica e econômica de um parque fotovoltaico na UNIFEBE, cujo princípio é a união entre o
desenvolvimento técnico referente aos cálculos apresentados no decorrer do trabalho, e também uma
abordagem voltada para a sustentabilidade de certa forma atribuindo valores para a natureza,
porquanto é utilizado como recurso para produção da energia elétrica a própria luz solar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como resultado, com a implantação do parque fotovoltaico a UNIFEBE deixará de
pagar por ano, um valor equivalente de 74.870,74 (Setenta e quatro mil e oitocentos e setenta
reais e setenta e quatro centavos). E ainda está proporcionando um incentivo à utilização
dessa tecnologia.
O Brasil apresenta condições favoráveis ao aproveitamento desse tipo de produção
de energia, não apenas por sua localização, mas também pela grande disponibilidade de
recursos naturais e territoriais, e pelas características do seu sistema elétrico, o que ajudaria na
redução dos elevados custos de transmissão e distribuição por trazer a geração próxima ao
consumidor final.
Para completar o projeto e possíveis estudos futuros é interessante que o
estacionamento solar também sirva para carregamento de bateria de carro elétrico, que no
futuro estarão presentes em larga escala no mercado, e ao estacionar terá um adaptador e,
consequentemente, o respectivo carregamento.
REFERÊNCIAS
GHENSEV, Almir. Materiais e processo de fabricação de células fotovoltaicas. 2006. 154f. Monografia (Pós-
graduação Latu Sensu em Fontes Alternativas de Energia) - Departamento de Pesquisa, da Universidade Federal
de Lavras, Minas Gerais, 2006.
TIRADENTES, Rodriges Antonio A. Uso da energia solar para geração de eletricidade e para aquecimento
de aguá. 2006. 54f. Monografia (Pós-graduação Latu Sensu em Fontes Alternativas de Energia, especialização
em Energia Solar) - Departamento de Pesquisa, da Universidade Federal de Lavras Lavras, Minas gerais, 2006
1
O MÉTODO DE CASO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR COMO
TECNOLOGIA SOCIAL DIFERENCIAL NO PROCESSO ENSINO-
APRENDIZADO PÓS-MODERNO
RAUL OTTO LAUX
Resumo: Este resumo aborda a estrutura básica metodológica proposta para uma investigação sobre o Método
de Estudo de Caso como alternativa positiva aos modelos didático-pedagógicos tradicionais praticados na
Universidade. Pretende-se imprimir um processo analítico comparativo entre esses dois métodos, destacando-se
os benefícios trazidos pelo método proposto por Langdell, no tocante aos quesitos de dinamicidade, maior
participação do aluno no processo de ensino x aprendizado, maior comprometimento deste, mediante a
simulação próxima do ambiente prático das disciplinas. Para a concretização do experimento, sugere-se a
implantação da proposta junto a dois conjuntos de alunos, cada um composto por um grupo de experimentação
do método proposto e outro grupo de controle com o método tradicional. Definiu-se um estudo de corte
longitudinal, experimental, iniciado em março de 2015 e que se estenderá até final do ano letivo de 2016,
encerrando a experiência. Os resultados esperados apontam para vértices inovadores, como: maior dinamismo
em sala de aula, melhores níveis de absorção do conhecimento abordado por seu lado prático, maior índice de
participação do alunado na dinâmica de aula, melhor compreensão e assimilação dos conceitos básicos das
temáticas abordadas, incremento e validação da experiência como fonte dos saberes, equilíbrio e balanço dos
grupos discentes em termos de aproveitamento do processo ensino x aprendizado. Por outro ângulo, a réplica
continuada da metodologia em foco redundará na fixação do método do caso como eixo principal de apreensão
do conhecimento teórico-prático nas futuras gerações de alunos, até firmar-se como dinâmica principal
educativa.
Palavras-chave: Método de caso, didática, pedagogia, inovação.
INTRODUÇÃO
A Educação Superior, se observada comparativamente através de três marcos referenciais
temporais – 1960, 1980 e 1995 –, tem exposto uma tendência clara em dois aspectos
destacáveis, em nível mundial: o crescimento da matrícula e a diversificação das opções
educativas. No tocante ao crescimento da matrícula, um acelerado impulso deu-se a partir da
década de 1960, alçando de treze milhões de estudantes nesse período, a oitenta e dois
milhões em 1995, já com as perspectivas fundamentadas de alcançar os oitenta e cinco
milhões em 20001, índice que vem crescendo em taxas respeitáveis. Já no tocante à
diversificação das opções educativas, diversos movimentos transnacionais têm se
multiplicado no esforço ao atendimento deste quesito, nomeadamente no que concerne ao
valor da diversificação como promotora da equidade social, objetivo que vem sendo
alcançado através das universidades tecnológicas, das políticas de inclusão de estratos sociais
desprivilegiados ao terceiro grau, da ampliação participativa do alunato feminino na
Universidade, dentre outras políticas educativas2.
Com efeito, dito processo tem perseguido o escopo de reconstruir a Universidade a fim de
adequá-la às mudanças de uma sociedade até então eminentemente monocultural, para atender
aos novos desafios de uma nova sociedade em formação, cujas características mais marcantes
são a multicultura, a multiétnica e a multilinguística, “consequência de um aumento dos
1 Asociación Nacional de Universidades e Instituciones de Educación Superior – ANUIES. La educación
superior en el siglo XXI. Líneas estratégicas de desarrollo. México, DF: ANUIES, 2000. 2 Flores-Crespo P, Pastor JCB. El programa de apoyo a estudiantes indígenas: ¿Nivelar académico o impulsor de
la interculturalidad? México, DF: ANUIES, 2006.
2
processos migratórios ante a queda da natalidade e a dificuldade para cobrir determinados
postos de trabalho nos países desenvolvidos”3.
Parece acertado acrescer que, a este processo de mudanças, deva associar-se também uma
renovação metodológica condizente com as novas demandas do mercado de acadêmicos
egressos. Já não basta que o objetivo da pesquisa seja algo individual, mas sim que se
transforme em algo coletivo, mais apropriado ao modelo profissional. Neste sentido, entende-
se que a “especialização e a profissionalização é a consequência necessária de esta nova
situação, o que entra em contradição com o caráter unitário e totalizador da ciência”4. Noutras
palavras, exige-se das universidades que, sob esse novo enfoque, assumam o papel de
verdadeiros e efetivos centros profissionais provedores de conhecimentos teóricos e práticos
úteis para o exercício das profissões.
A temática proposta se justifica, assim, em razão da sua capacidade de atualização das
abordagens tradicionais sobre a relação metodológica do binômio ‘ensino-aprendizado’,
exigindo-se privilegiar com maior ênfase a prática por sobre a teoria, embora sem descuidar
desta, mas, pelo contrário, associando-as intimamente a fim de que se desenvolvam e
aprimorem pari passu. Mediante esta estratégia, a mera teoria repetitiva de conceitos,
fórmulas e premissas já desgastadas pelo tempo, passa a dar lugar à aplicação prática desses
elementos, invertendo a equação educativo-formadora. Noutros termos, inicia-se pela prática
para compreender a teoria. É, em suma, a tão festejada metodologia do Estudo de Caso ou
Método do Caso, proposto por Langdell da Universidade de Harvard (USA), nos idos de
18705.
O objetivo deste estudo reside, assim, na investigação das variáveis que compõem o
Método do Caso, de Langdell, com vistas à ampliação da sua aplicabilidade prática em todas
as áreas do conhecimento, a fim de sedimentar a relação fundamental e intrínseca existente
entre teoria e prática, no sentido lato de complementação em dupla via de interferência. Em
adição, propõe-se que se acresça a esta análise bidimensional, o Método dos Problemas como
ferramenta de extensão da aplicabilidade prática a qualquer área do saber.
METODOLOGIA O estudo de caso “é uma investigação empírica que [a] investiga um fenômeno
contemporâneo (o caso) em profundidade e em seu contexto de mundo real”; [b] fazendo-o
quando “os limites entre o fenômeno e o contexto puderem não ser claramente evidentes”6.
O estudo em foco é parte integrante de uma análise mais ampla e aprofundada, de corte
longitudinal (suvey longitudinal, que permite investigar a evolução ou transformação de
determinadas variáveis em determinado espaço de tempo), iniciada no passado mês de janeiro
do corrente ano, cuja extensão deverá alcançar o mês de julho de 2016, completando o lapso
temporal definido para alcançar o objetivo pretendido. O referido período foi
convenientemente dividido em três etapas: (1ª) leitura, análise e interpretação das principais
fontes – nacionais e forâneas – referenciais sobre o tema, compilação de fundamentos práticos
e ilustrativos, e desenho do projeto operacional; (2ª) definição da amostragem, que estará
composta por dois grupos: [a] uma amostra de participantes que validarão o experimento
(quantitativa e qualitativamente representativa da clientela-alvo do curso a ser avaliado), e [b]
3 Sallán JG. La cultura institucional y la universidad. In: Folch MTF, coordenador. Reconstruir la universidad a
través del cambio cultural. Barcelona: Universitat Autònoma de Barcelona, 2007, p. 13-49. 4 Salguero M. La tarea crítica de la filosofía jurídica en el espacio académico de la Facultad de Derecho. In: Resa
JDR, editor. Política, Economía y Método en la investigación y aprendizaje del Derecho. Madrid: Editorial
Dykinson, 2014, p. 169-282. 5 Langdell apud Martinez VS. Para una didáctica del Derecho. Con especiales referencias al Derecho Mercantil.
Murcia: Universidad Murcia, 1978. 6 Yin RK. Estudo de Caso. Planejamento e Métodos. 5 ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2014, p. 17.
3
um grupo-controle sem treinamento7. O tipo do estudo é participativo-experimental, i.e., “o
pesquisador pode manipular tratamentos para fazer com que aconteçam certas coisas (p.ex.,
pode-se estabelecer uma situação de causa-efeito)”8. Em outros termos, o pesquisador pode
controlar todos os fatores a exceção da variável experimental, a qual, neste específico caso,
reside na aplicação do método de caso, em contraposição ao método tradicional teórico. As
variáveis propostas à mensuração são, a priori: (i) níveis de compreensão de problemas; (ii)
níveis de assimilação de problemas; (iii) níveis de solução de problemas.
No caso específico do estudo em foco, a amostragem está representada por quatro grupos
de alunos – dois para a área administrativa ou de marketing, e dois para a área do Direito –,
sendo, para cada par de grupos, um destinado à aplicação da metodologia de caso e o outro
para controle mediante os métodos tradicionais de ensino/aprendizado. Em termos orientação
epistemológica, o estudo em questão pode então ser classificado de realista.
Por fim, é no tratamento estatístico que reside um dos principais óbices à metodologia do
estudo de caso. Neste sentido, é fundamental que se aclare que os estudos de caso (tal como
os experimentos) só “são generalizáveis às proposições teóricas e não às populações ou
universos”9. Noutros termos, não se trata de representar “uma amostragem, mas sim de
expandir e generalizar teorias (generalização analítica) e não inferir probabilidades
(generalização estatística)”10.
RESULTADOS ESPERADOS
Preliminarmente, diga-se que os estudos de caso tendem a ser mais honestos e claros em
razão de não se esconderem por trás de abstrações estatísticas, sejam de segunda ou terceira
ordem, fatores que lhes imprimem características de uma ferramenta poderosíssima,
principalmente para investigações naturalistas da aula e dos currículos11.
A fim de poder acompanhar a investigação proposto sem perder de vista dados cruciais às
conclusões analíticas do estudo, elaborou-se uma Matriz de diário cronológico, com base no
modelo proposto por McKernan12, cujo formato se constitui na documentação da própria aula
através dos seus históricos de casos (intenções, resultados, efeitos secundários não
antecipados, objetivos alcançados), com o escopo de destacar o efeito frente aos objetivos, o
conteúdo e os métodos docentes, conforme se observa na Ilustração 1.
7 Com base nos estudos de: Rodrigues Jr. JF. Taxonomias de objetivos em TD&E. In: Treinamento,
desenvolvimento e educação em organizações e trabalho [recurso eletrônico]: fundamentos para a gestão de
pessoas. Borges-Andrade JE, Abbad GS, Mourão L; Coelho ACF et al., colaboradores. Porto Alegre: Artmed,
2007, p. 289-321. 8 Thomas JR, Nelson JK, Silverman SJ. Métodos de pesquisa em atividade física. 6 edição. Porto Alegre:
Artmed, 2011, p. 41. 9 Yin RK (op.cit.), p. 22. 10 Ibidem. 11 McKernan J. Investigación-acción y curriculum. 2 ed. Madrid: Ediciones Morata, 2001. 12 Ibidem, p. 106.
4
Esta matriz de registros, em suma, se presta ao apontamento de ações (metas, intenções),
que geram transações entre professor e alunos, cujas respostas se constituem em resultados no
processo de ensino x aprendizado. Assim, deste processo surgirão apenas duas notas dos seus
efeitos: elementos frustrantes (negativos) e elementos acertados (positivos). O registro
rotineiro do professor ao final da sua aula (ou no primeiro momento útil posterior e
disponível) lhe permitirá acompanhar em tempo real o desenvolvimento da sua investigação,
tornando factível a correção de rota em suas estratégias. Ao final do período investigativo, o
conjunto de registros cronológicos permitirá elaborar o relatório final dos resultados da
experiência, acrescido das considerações finais sobre o projeto.
A título de previsão dos resultados esperados do projeto ora proposto, registre-se que, se
este estiver em consonância com a teoria existente e os estudos de caso a respeito, tais
resultados indicarão que o método de estudo de caso, quando em confronto com o método
didático tradicional em exercício, mostrar-se-á mais dinâmico, mais participativo e com
índices melhores de assimilação e de compreensão por parte do corpo discente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo de caso, na prática, nada mais é que um instrumento de largo alcance que
propicia ao acadêmico servir-se dele em substituição à experiência prática ao simular um
contexto que estimula o aprendizado (aprendizado ativo) através da sua participação mais
atuante sobre o binômio ensino x aprendizado, visto que, contrariamente ao que ditam as
metodologias tradicionais (transferência de informação unidirecional), o referido método
privilegia a pluralidade participativa (docente x alunos x docente). A fixação do
conhecimento, seguindo-se esta dinâmica, sobrevaloriza e incentiva ao desenvolvimento de
certas capacidades que soem permanecer apenas latentes no aluno.
REFERÊNCIAS
Asociación Nacional de Universidades e Instituciones de Educación Superior – ANUIES. La
educación superior em el siglo XXI. Líneas estratégicas de desarrollo. México, DF: ANUIES;
2000.
Flores-Crespo P, Pastor JCB. El programa de apoyo a estudiantes indígenas: ¿Nivelar
académico o impulsor de la interculturalidad? México, DF: ANUIES; 2006.
Langdell apud Martinez VS. Para una didáctica del Derecho. Con especiales referencias al
Derecho Mercantil. Murcia: Universidad Murcia; 1978.
McKernan J. Investigación-acción y curriculum. 2 ed. Madrid: Ediciones Morata. 2001.
Salguero M. La tarea crítica de la filosofía jurídica en el espacio académico de la Facultad de
Derecho. In: Resa JDR, editor. Política, Economía y Método en la investigación y aprendizaje
del Derecho. Madrid: Editorial Dykinson; 2014.
Rodrigues Jr. JF. Taxonomias de objetivos em TD&E. In: Treinamento, desenvolvimento e
educação em organizações e trabalho [recurso eletrônico]: fundamentos para a gestão de
pessoas. Borges-Andrade JE, Abbad GS, Mourão L; Coelho ACF et al., colaboradores. Porto
Alegre: Artmed; 2007.
Sallán JG. La cultura institucional y la universidad. In: Folch MTF, coordenador. Reconstruir
la universidad a través del cambio cultural. Barcelona: Universitat Autònoma de Barcelona;
2007.
Thomas JR, Nelson JK, Silverman SJ. Métodos de pesquisa em atividade física. 6 edição.
Porto Alegre: Artmed; 2011.
5
Yin RK. Estudo de Caso. Planejamento e Métodos. 5 ed. Porto Alegre: Bookman Editora;
2014
SISTEMA DE GERENCIAMENTO DO SETOR MANUTENÇÃO DE
GRAMPEAÇÃO BASEADO EM INDICADORES DE DESEMPENHO
Rafael, Russi, [email protected]¹
André, Luis Almeida Bastos, [email protected] Unifebe, Brusque, Santa Catarina
Resumo: A diferenciação das empresas perante as concorrentes no quesito gestão do setor produtivo tornou-se um
aspecto muito importante na estratégia das empresas, podendo interferir diretamente no desenvolvimento da
empresa. Este artigo tem como objetivo mostrar ao leitor como pode ser útil a utilização de indicadores de
desempenho, que estes têm como uma das suas características, a obtenção de dados para assim auxiliar nos pontos
corretos a serem melhorados. Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, seguida de um estudo
exploratório, tendo em vista descrever a aplicação da ferramenta em uma empresa. Para a aplicação desta
ferramenta foi necessário o uso de formulários de registro, onde os colaboradores da manutenção preencheram os
formulários conforme as paradas das maquinas e a hora da liberação para produção .Esta ferramenta encontra-se
aplicada no setor de manutenção de zíperes, a fim de levantar dados relacionados a ociosidades das máquinas por
manutenção corretiva, assim, se necessário definir uma ação para melhora do setor.
Palavras-chaves: Indicadores de desempenho, manutenção, zíperes.
INTRODUÇÃO
A diferenciação das empresas perante as concorrentes no quesito gestão do setor produtivo tornou-se um
aspecto muito importante na estratégia das empresas, podendo interferir diretamente no desenvolvimento
da empresa.
Indicadores de desempenho como base para gerenciamento do setor produtivo de acordo com Kaplan e
Norton (1997apudOliveiraatall, 2013) são de extrema importância para eficiência de um gerenciamento,
auxiliando na tomada de decisões e contribuindo com a eficiência e a produtividade.
Os indicadores de desempenho mostram as deficiências do setor produtivo, auxiliando na identificação
dos pontos corretos a serem melhorados. Com base nos indicadores obtidos as ações devem ser efetuadas
e feitas constantemente o acompanhamento dos indicadores através de novas medições, onde mostrara os
efeitos da ação efetuada.
METODOLOGIA
Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, seguida de um estudo exploratório, tendo
em vista descrever a aplicação da ferramenta em uma empresa.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
KPI é a sigla para o termo em inglês Key Performance Indicator, que significa indicador chave de
desempenho. Esse indicador é utilizado para medir o desempenho dos processos de uma empresa, e com
essas informações colaborar para que alcance seus objetivos. Conceituam-se indicador como parâmetros
representativos dos processos que permitem quantificá-los.
Segundo Mitchell, (2004 apud Lucida at all, 2008), um indicador é uma ferramenta que permite a
obtenção de informações sobre uma dada realidade, tendo como característica principal a de poder
sintetizar diversas informações, retendo apenas o significado essencial dos aspectos analisado.
Os indicadores de desempenho são dados obtidos através de medições do desempenho, cujos dados são
necessários para comparação dos objetivos desejados com o cenário atual.
De acordo com Ghalayini e Noble, (1996), a evolução da medição de desempenho pode ser dividida em
duas grandes fases. A primeira começou em 1880 e durou até o início de 1980, sendo caracterizada pela
ênfase em medidas de desempenho financeiras e de produtividade. A segunda fase, que teve início no fim
da década de 1980 e segue até os dias de hoje, destaca a necessidade de medidas de desempenho
balanceadas (medidas financeiras e não financeiras, além das de produtividade) e integradas para suportar
as novas condições operacionais internas e externas da maioria das empresas. Para complementar Neely e
Austin (2000) citam que a segunda fase ainda pode ser divida em duas partes, a primeira reconhecida pelo
fato das organizações medirem as coisas erradas, não sabendo o que realmente deveriam medir para obter
as informações desejadas. Já a segunda fase se caracteriza pela obsessão por medição, onde as empresas
desejam medir tudo.
Em Kaydos (1991, apud Vasconcelos, 2006) o autor apresenta as seguintes vantagens da medição de
desempenho:
Comunicar a estratégia e clarear valores; Identificar problemas e oportunidades; Diagnosticar problemas;
Entender o processo; Definir responsabilidades; Melhorar o controle e planejamento; Identificar onde e
quando a ação é necessária; Guiar e mudar comportamentos; Tornar o trabalho realizado visível;
Favorecer o envolvimento das pessoas; Servir de base para um sistema de remuneração; Tornar mais fácil
o processo de delegação e responsabilidade.
Segundo Neely, (1998), um sistema de medição de desempenho permite que as decisões e ações sejam
tomadas com base em informações porque ele quantifica a eficiência e a eficácia das ações passadas por
meio da coleta, exame, classificação, análise, interpretação e disseminação dos dados adequados.
As ações das empresas são efetuadas através dos dados obtidos com as medições realizadas. As estratégias
e decisões das organizações dão-se através dos indicadores de desempenhos, pois estes mostrarão os
pontos exatos a serem melhorados.
Esta ferramenta encontra-se aplicada em uma empresa de Zíperes, que foi fundada em 1987 na cidade de
Brusque - SC, é uma empresa que produz e comercializa linhas, fios e zíperes. Hoje, há mais de 25 anos
no mercado conta atualmente com uma infraestrutura de 55.000m2, com aproximadamente 750
colaboradores, dividida em suas três unidades fabris: Linhas e Fios, Zíperes e Tinturaria.
Está aplicada especificamente no setor grampeação de zíper, cujo processo neste setor tem por objetivo
aplicar os dentes metálicos no cadarço. Esta aplicação é dada através de uma máquina estampadeira,
alimentada por um rolo de arame, podendo este arame ser alumínio, dourado ou niquelado, de espessura
media ou grossa, conforme a necessidade do cliente. A manutenção atua neste setor com manutenção
corretiva, onde o processo funciona com o acionamento da líder de produção para manutenção, a execução
do trabalho é efetuada e assim feita a liberação para líder de produção.
Para a aplicação desta ferramenta foi necessário o uso de formulários de registro, onde os colaboradores
da manutenção preencheram os formulários conforme as paradas das maquinas e a hora da liberação para
produção. Com esses dados obtidos criou-se indicadores que mostraram o tempo de maquinas paradas
para manutenção corretiva durante o turno de trabalho. Através destes indicadores obtiveram-se
informações do atual momento que se encontrava o setor de manutenção da grampeação.
Com esses indicadores o gerente de manutenção, pode analisar o tempo de manutenção corretiva,
conforme o objetivo da empresa, a leitura desse indicador apontou um excesso de tempo de maquinas
paradas para manutenção, onde somadas passavam de 8 horas por turno de maquinas paradas devido a
manutenção corretiva.
Com o auxilio do indicador de desempenho foi efetuado um plano de ação para diminuir o tempo de
máquinas paradas, assim chegando ao objetivo da empresa, aumentando o tempo efetivo de
funcionamento das maquinas, consequentemente aumentando a eficiência da produção.
A principal dificuldade para a aplicação desta ferramenta foi a restrição dos colaboradores, o método de
anotações dos dados gerou certo desconforto para manutenção, pois não era algo que se aplicava na rotina
anteriormente.
Alguns outros indicadores utilizados na manutenção do setor de grampeação são: indicadores de
durabilidade de ferramentas de estampagem, indicadores de eficiência na manutenção, indicadores de
saídas de peças para manutenção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os indicadores de desempenho são utilizados nas empresas para saber como se encontra determinado
processo ou setor. O indicador auxilia na identificação dos pontos a serem melhorados e nas tomadas de
decisões. Desta maneira pode-se obter dados para analisar a situação da manutenção, em especifico a
ociosidade das maquinas devido a manutenção corretiva e assim se necessário definir uma ação para
melhora do setor.
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
Jailson Ribeiro de Oliveira [email protected] UFPB Samuel Gomes da Silva Junior
[email protected] UFPB Jerusa Cristina Guimarães de Medeiros [email protected] UFPB
Leandro Oliveira da Luz Lima [email protected] UFPB André Luiz Santos de Araújo
[email protected] UFPB - MEDIÇÃO DE DESEMPENHO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO
AGRÍCOLA COMO FATOR DE ALAVANCAGEM DA PRODUTIVIDADE NA AGRICULTURA
FAMILIAR
Lucila Maria de Souza Campos; Daiane Aparecida de Melo - Indicadores de desempenho dos Sistemas
de Gestão Ambiental (SGA): uma pesquisa teórica – disponivel em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65132008000300010 acessado:
30/04/2015
Ghalayini, A. M. & Noble, J.S. - The changing basis of performance measurement. International
Journal of Operations & Production Management 16(8), pp 63-80, 1996.
NEELY, A. - Measuring business performance. London: The Economist Books, 1998.
Gustavo Zumel Santos Vasconcelos – Balanced Scorecard: fatores relevantes da sua implantação na
diretoria de mercado de capitais do banco do Brasil – disponível em:
http://repositorio.ufrn.br:8080/jspui/bitstream/123456789/14863/1/GustavoZSV.pdf acesado em:
30/04/2015
ANÁLISE DA APLICAÇÃO DO MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR
EM UM SISTEMA PRODUTIVO ETO Vitor, MAZZOCHI AGUIAR , [email protected]
André, LUIS ALMEIDA BASTOS, [email protected]
Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, Santa Catarina.
Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar uma análise sobre a aplicação do Mapeamento do Fluxo de
Valor(MFV) em um sistema de produção distinto daquele no qual os conceitos e técnicas da Manufatura Enxuta foram
desenvolvidos. Por meio de um estudo de caso realizado em uma fábrica de bombas, que opera em sistema produtivo
ETO (Engeneer to order), ou seja, na qual seus produtos são fabricados apenas mediante pedido e especificidades do
cliente, foi possível verificar que o MFV aplica-se a qualquer tipo de sistema produtivo e promove uma visão do fluxo
capaz de evidenciar desperdícios e gerar excelentes melhorias.
Palavras-chave: Mapeamento do fluxo de valor, Manufatura Enxuta, ETO.
INTRODUÇÃO
A Manufatura Enxuta surgiu no Japão, na década de 1970, logo após a 2ª guerra mundial. Neste
período o Japão enfrentou desafios desanimadores em termos financeiros, tecnológicos e nas
relações trabalhistas. Neste cenário concluiu-se que a produção em massa não funcionava no Japão.
Eiji Toyoda e seu engenheiro Taiichi Ohno criaram então um sistema de produção revolucionário
que levou o país, a tornar-se uma das maiores potências industriais do mundo, a Manufatura Enxuta
(DENNIS, 2008).
As empresas brasileiras enfrentam problemas semelhantes aos enfrentados pela Toyota há cinco
décadas, por isso a Manufatura Enxuta é hoje mais relevante do que nunca. No entanto este sistema
é baseado em um modelo de manufatura em massa, ou seja, uma produção repetitiva, seriada e
padronizada. Atualmente, empresas que operam com um sistema produtivo ETO, no qual projeto e
fabricação são feitos mediante pedido e especificidades do cliente, o que implica em alta
variabilidade de fluxos e incapacidade em obter previsões de demanda, também buscam implantar a
Manufatura Enxuta. Para tanto, deseja-se verificar através de um estudo de caso, como uma
empresa que opera dentro destas características, conseguiu aplicar o MFV que é uma ferramenta
proveniente da Manufatura Enxuta, e que resultados foram obtidos.
METODOLOGIA
Neste trabalho utilizou-se o método do estudo de caso. Foram realizadas visitas á fábrica para
verificação das melhorias, registro de imagens e análise da documentação relativa à aplicação do
Mapeamento do Fluxo de Valor.
A pesquisa caracteriza-se como aplicada, uma vez que estuda formas de adaptar ferramentas
enxutas a um caso real. Quantitativa e descritiva, com base na análise, solução e qualificação dos
resultados obtidos durante a aplicação do MFV na empresa estudada.
II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de junho de 2015, Brusque – SC
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com Rother e Shook (2003), o primeiro passo ao iniciar um projeto de MFV, consiste
em definir uma família de produtos a ser mapeada. No caso específico da empresa estudada,
decidiu-se aplicar esta ferramenta com o objetivo de solucionar um problema alvo que ela
enfrentava: os atrasos nos prazos de entrega que geravam pesadíssimas multas contratuais. Para
tanto, uma amostra de 10 bombas com atrasos no prazo de entrega foi analisada e concluiu-se que
70% delas haviam atrasado devido ao fato de possuírem um componente chamado by-pass. Dado
que independente do tamanho ou modelo da bomba os by-pass passavam pelas mesmas operações,
convencionou-se que bombas com by-pass seria a família a ser mapeada.
Figura 1. Bomba com by-pass
Fonte: manual de instruções técnicas Netzsch do Brasil
Segundo Liker e Meier (2003), como em todo o projeto, no MFV é necessário eleger um gerente
do fluxo de valor, e para esta função, o staff da empresa designou o supervisor industrial, o qual se
reporta diretamente ao diretor industrial. Esta decisão foi tomada levando em conta que o gerente do
fluxo de valor deve ter o conhecimento do fluxo completo e a autonomia necessária para fazer as
mudanças acontecerem.
Após isto, foi criado um time funcional composto por pessoas que tinham maior contato com o
problema, e pessoas que poderiam trazer soluções tanto a nível estratégico, quanto á nível técnico.
Estas pessoas pertenciam aos seguintes departamentos: Coordenação de contratos, compras, PCP,
engenharia de fábrica, ferramentaria, produção e montagem.
Com o time funcional e o gerente do fluxo, já definidos, partiu-se para a etapa seguinte, que de
acordo com Rother e Shook (2003), consiste no nivelamento do conhecimento. Nesta etapa, foram
realizados treinamentos sobre ferramentas da Manufatura Enxuta, instruções sobre como elaborar
um mapa do fluxo de valor, e ao final, o problema sobre atrasos nos prazos de entrega foi exposto.
Na sequência sucedeu-se a coleta de dados, e para a execução desta etapa, Rother e Shook
(2003) sugerem que as tarefas sejam divididas entre os integrantes do time multifuncional, e que
sejam feitas, obrigatoriamente, in loco e com o uso de cronômetro. Desta forma, promoveu-se a
cada integrante, um conhecimento detalhado de todo o processo.
Com todos os dados em mãos, foi possível seguir para a próxima etapa do MFV, que de acordo
com Liker e Meier (2007), consiste na elaboração do Mapa de Estado Atual. Para isso um
voluntário, munido de uma folha A3 e lápis, desenhou-o com base nos dados fornecidos pela
equipe, e posteriormente transferiu-o para o AutoCAD. Com o Mapa de Estado Atual, foi possível
obter uma visão geral do processo e por meio disto, analisar desperdícios e prever fluxos futuros.
No mapa de estado atual, toda a equipe foi capaz de enxergar que o by-pass era um componente
crítico, pois só era possível soldá-lo após a montagem da bomba.
II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de junho de 2015, Brusque – SC
Figura 2. Componentes do by-pass sendo soldados na bomba
Fonte: montagem de bombas NEMO Netzsch do Brasil
Foram realizadas algumas sessões de brainstormings com os integrantes da equipe funcional, e
no decorrer de todas elas, várias melhorias eram sugeridas, porém dentre elas, a melhoria de maior
impacto foi um dispositivo que simulava a presença dos bocais da bomba, permitindo assim, que o
by-pass pudesse ser soldado antes da montagem final da bomba. Este dispositivo modificou
completamente o fluxo de valor, não apenas solucionou o problema dos atrasos nos prazos de
entrega, mas também trouxe consigo, um acréscimo importante na capacidade.
Figura 3. Dispositivo que simula a presença dos bocais da bomba
Fonte: Engenharia de fábrica Netzsch do Brasil
Figura 4. By-pass sendo soldado no dispositivo
Fonte: montagem de bombas NEMO Netzsch do Brasil
II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de junho de 2015, Brusque – SC
De acordo com Rother e Shook (2003), a penúltima etapa, é a elaboração do Mapa de Estado
Futuro, cuja função é demonstrar como ficaria o fluxo, após a aplicação de todas as melhorias
desenvolvidas ao longo do MFV. Com o Mapa de Estado Futuro ficou evidenciada uma diminuição
significativa no leadtime de fabricação do by-pass, e instantaneamente obteve-se o aval dos
diretores para que as melhorias fossem imediatamente implantadas.
Tabela 1. Legenda da Tabela
economia
59%
67,20%
Estado atual
Estado futuro
lead time de fabricação tempo de agregação de valor
30075 minutos
12318 minutos
2504 minutos
822 minutos Fonte: Projeto – Fabricação do by pass, Netzsch do Brasil.
Para concluir o projeto, Dennis (2008) sugere que seja elaborado um plano de ação, e este plano
de ação foi feito pelo gerente do fluxo de valor, no formato 5W2H.
Tabela 2. Legenda da Tabela
Fonte: Projeto – Fabricação do by pass, Netzsch do Brasil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo de todas as etapas do MFV, foi promovida a integração de um grupo composto por
participantes de vários níveis da empresa gerando assim um senso de oportunidade, motivação e
aprendizagem.
Por apresentar uma linguagem simples, o MFV tornou as decisões sobre fluxo mais visíveis, e ao mesmo
tempo passíveis de serem discutidas entre integrantes de diferentes níveis da empresa, facilitando também, a
exposição do fluxo futuro à diretoria.
Por meio deste trabalho, conclui-se que o MFV é uma ferramenta aplicável a qualquer tipo de sistema
produtivo, pois ajuda a entender o fluxo de valor atual identificando assim desperdícios e oportunidades de
melhorias.
REFERÊNCIAS
DENNIS, P. Produção Lean Simplificada. Um guia para entender o sistema de produção mais poderoso do
mundo. Porto Alegre: Bookmann, 2008. 191p.
LIKER, J. K., MEIER, D. O Modelo Toyota: Um guia prático para a implementação dos 4PS da Toyota. Porto
Alegre : Bookman, 2007. 423p.
ROTHER, M., SHOOK, J. Aprendendo a Enxergar. Mapeando o fluxo de valor para agregar valor e eliminar
desperdício. São Paulo: Lean Institute Brasil, 2003.
TI VERDE APLICADA À SISTEMA DE APOIO À DECISÃO
VOLTADO À MONITORAMENTO DE CHEIAS
Wagner, CORREIA, [email protected]
Pedro Sidnei, ZANCHETT, [email protected]
UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina
Resumo: A TI (tecnologia da informação), área que tem como fim o processamento de informações e
planejamento de parques tecnológicos, assim como outras áreas, tem seu impacto ambiental questionável.
Diferente de outras situações, quando se trabalha com sustentabilidade em TI, obtém-se resultados tanto do
lado ambiental, quanto financeiramente. Para que um ambiente de TI seja altamente sustentável, deve-se
planejar o mesmo desde a parte física dos itens que o compõe como servidores, computadores, roteadores,
entre outros, e até os softwares que serão utilizados, e a forma que estes devem ser utilizados. Ao aplicar TI
verde em sistemas de apoio à decisão, independente da área que este irá atender, evita-se uma série de
desperdícios, como eliminar ou diminuir o consumo de papel, pois sistemas para este fim, fornecem muitos
relatórios ao usuário, que o induzem a imprimi-los, que através da técnica de UX (user experience) consegue-
se resolver este problema. O alto consumo de processamento e uso de recursos computacionais próprios são
outros desperdícios causados por sistemas deste fim, atualmente com tecnologias como virtualização,
encontrada na cloud computing, instituições de diferentes lugares, podem compartilhar recursos
computacionais, como servidores e equipamentos de rede, tendo uma economia financeira considerável, e
mantendo o mesmo desempenho em suas aplicações.
Palavras-chave: ti verde, monitoramento de cheias, sustentabilidade.
INTRODUÇÃO
O presente projeto tem por objetivo aplicar as técnicas de TI verde à proposta de desenvolvimento
de um sistema de informação para tomada de decisão, que trabalhe com dados hidrológicos,
fornecendo desta forma informações para uso de instituições como defesa civil, órgãos que trabalhem
com informações de bacias hidrográficas, e para fins de planejamento urbano pela engenharia civil. A
necessidade de desenvolvimento do sistema surgiu devido a uma carência em sistemas que realizem
análise e processamento de dados hidrológicos na região do Vale do Itajaí localizada no estado de
Santa Catarina, atualmente extrair informações como média de chuva e ocorrência de enchentes, são
situações nada práticas que necessitam serem feitas em ferramentas como Excel. O mesmo contará
com práticas de TI verde aplicadas, como virtualização, e técnicas que se aplicadas corretamente no
software, ajudam a se tornar mais sustentável, reduzindo por exemplo o uso de papel.
O processo de tomada de decisões com auxílio de softwares específicos, como BI (business
intelligence), uso de Data Mining e Big Data, é cada vez mais comum dentro de empresas,
principalmente nas grandes empresas. Para uso destas tecnologias, é necessário a alocação de recursos
computacionais próprios para seu perfeito funcionamento. Isto também é aplicado para os sistemas de
monitoramento de cheias, que precisam de servidores e equipamentos de redes próprios para seu
funcionamento, todos esses equipamentos geram um certo impacto ambiental, como consumo de
energia para seu resfriamento e funcionamento, que muitas vezes sua capacidade de processamento
não são totalmente utilizadas, podendo ficar durante muito tempo ociosos consumindo energia sem
necessidade.
Softwares voltados à análise de dados e apoio à decisão, possuem uma quantidade grande de
relatórios, muitos destes desenvolvidos para a impressão em papel, que mesmo tendo a opção de
visualização no monitor do computador, induzem ao usuário naquele momento imprimi-lo, pelo fato
de oferecer maior facilidade na leitura quando impresso. O simples fato de se ter o planejamento da
interface gráfica do software durante o seu desenvolvimento, já garante que determinado relatório não
seja impresso por quem esteja visualizando.
Estas situações mostradas acima, aplicam-se a sistemas de monitoramento de cheias e apoio à
decisão, pelo fato de passarem pelos mesmos problemas, por exemplo alocação de servidores, onde
III Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de junho de 2015, Brusque – SC
cada instituição que necessite coletar dados de níveis de chuva e cota de rio, necessitam ter seu próprio
servidor físico e muitas vezes possuem sistemas não favoráveis à leitura de informações pelo monitor
do computador ou dispositivo móvel.
METODOLOGIA
A região do Vale do Itajaí, localizada no sul do Brasil, utilizada como caso de estudo, vêm desde o
começo de sua ocupação sofrendo com enchentes regulares, que ocasiona grandes perdas e prejuízos.
Portanto, órgãos presentes na região carecem de ferramentas computacionais para estudo dos dados
coletados por suas estações de telemetria dispostas ao longo das bacias da região. Após certos
desastres ocasionados na região por grandes enchentes, a busca por medidas não estruturais passou a
ser vista como uma excelente forma para criar planos de contingência e evacuação de moradias diante
de uma situação de emergência.
“No período da última grande enchente ocorrida na bacia do Itajaí, na década de 80, houve uma
reviravolta no cenário político nacional. Devido ao forte processo de urbanização dos grandes centros
e capitais, o Brasil começava a refletir sobre o estado desgastado que se apresentavam os recursos
naturais. ” (CEOPS, 2014).
Implantou-se muitas estações de coleta de dados nas bacias da região, hoje tem-se uma quantidade
de dados alta armazenada, mas que acabam não sendo utilizados ao longo dos anos, devido a carência
de ferramentas para sua análise. Não existem ferramentas que mostram situações ocorridas no passado,
ou comportamento de níveis de chuva que indiquem possível causa de enchente através da análise dos
dados.
Com o desenvolvimento de uma solução de software voltada para a análise dos dados
hidrológicos, torna-se possível verificar em tempo real com os dados coletados quais foram as
enchentes que já ocorreram na região, qual o nível mais comum de cheia que podemos ter na cidade,
médias de chuva e cota, possíveis enchentes que podem ocorrer e muitas outras informações. Torna-se
possível obter estas informações em tempo ágil e com baixo consumo de processamento, devido
algumas técnicas utilizadas em computação para tal situação, como o uso do data warehouse que
realiza um pré-processamento dos dados a serem analisados.
Uma solução como esta pode muito bem ser oferecida como serviço, pelo modelo SaaS (Software
as a service), através do uso de cloud computing (computação nas nuvens). A cloud computing,
consiste no compartilhamento de recursos computacionais localizados em um datacenter, ou seja, um
fornecedor especializado no segmento. Todos os equipamentos como servidores e dispositivos de
redes localizados em um datacenter são compartilhados entre seus clientes, e isolados através de
tecnologia de virtualização, assim sempre que um cliente não estiver utilizando todo o processamento
que foi destinado a ele, outro cliente utilizará esse processamento para si, evitando desta forma que os
servidores fiquem ociosos.
“Uma das principais alternativas hoje é o conceito de Virtualização de Servidores, uma saída
encontrada para otimizar espaço físico e custos de TI dentro das empresas. Com essa tecnologia
colocam-se diversas aplicações dentro de um servidor único, aumentando a eficiência operacional,
reduzindo custos com ativos de infraestrutura, mão-de-obra especializada, licenças de softwares e
eliminando desperdícios com hardware ocioso, chegando em geral a uma economia bem significante
para as empresas. ” (Locaweb, 2015).
Computação na nuvem (cloud computing), garante uma redução de custo e impacto ambiental
considerável. O cliente de serviços na nuvem, paga apenas pelo que utilizar, devido a elasticidade que
a mesma oferece, pois muitas vezes uma empresa ou instituição, precisa de alto poder de
processamento apenas em determinados horários, nos outros horários ela precisaria apenas de um
servidor básico.
“Além da redução de carbono, TI na nuvem diminui os custos de investimento em infraestrutura e
é mais ágil, já que uma TI pode ser criada on-line em minutos. O uso da nuvem também permite maior
flexibilidade por deixar que as empresas paguem por excesso de capacidade apenas quando precisarem
disso. ” (Info Exame, 2015).
A solução de software aqui proposta se encaixa no quesito de elasticidade, pois em épocas
favoráveis à enchentes, terá um número de acessos muito maior, impactando em uma maior carga de
processamento no servidor que hospeda a solução, ao invés de se adquirir equipamentos robustos que
III Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de junho de 2015, Brusque – SC
consumam mais energia, e precisem de sistemas de resfriamento, pode-se alocar apenas um servidor
básico em um datacenter e sempre que precisar de mais recursos, a solução se expandi e diminui
conforme a necessidade de forma autônoma.
“Servidores em Cloud Computing que contam com balanceamento dinâmico e otimização
contínua e automatizada dos recursos disponíveis, reduzindo de maneira inteligente 80% do consumo
de energia do Data Center. ” (Locaweb, 2015).
Além do mais o mesmo sistema poderá ser acessado por qualquer cidadão, já que os dados
armazenados pelo mesmo, são públicos, outras instituições que também necessitem dos dados,
também poderão usufruir do mesmo sistema, evita-se que haja a aquisição de mais servidores já que
um mesmo sistema terá a capacidade de atender à vários usuários de diferentes lugares.
Para quem irá analisar as informações apresentadas, há uma tendência maior em imprimir o que
está sendo apresentado no sistema. Muitas vezes o usuário de computador costuma imprimir relatórios
de sistemas, pelo fato de que os mesmos terem sido feitos para esta finalidade ou seja durante o
desenvolvimento do software não se pensou em planejar o mesmo para apresentar as informações na
tela de forma clara e sucinta.
Situações como esta, podem ser evitadas, aplicando-se técnicas de UX, user experience
(experiência do usuário) à interface gráfica do software. Que deixa as informações apresentadas pelo
software claras e de fácil acesso ao usuário final, sem realizar muitos cliques para chegar à mesma. O
mesmo poderá continuar imprimindo os relatórios, mas será induzido pela sua experiência no uso do
sistema à não os imprimir.
Figura 1. Protótipo de relatório, exemplificando a ocorrência de enchentes na cidade de Brusque-SC.
Fonte: Os Autores.
A imagem acima exemplifica, a apresentação de um relatório do sistema, mostra ao usuário
quais foram as enchentes ocorridas nos últimos anos, o gráfico apresentado, pode ser desenvolvido de
forma que permita interação com usuário, ao passar o mouse sobre os pontos apresentados no
gráfico, pode-se exibir qual foi a cota de rio para aquele período que está sendo visualizado, e o
mesmo poderá também apresentar filtros para visualizar uma menor quantidade de dados e para
classificar os resultados. Caso o relatório fosse composto apenas pela tabela, não se tornaria tão
intuitivo quanto o gráfico, que pode apresentar interatividade com quem está utilizando o sistema.
O conceito de UX não trata apenas do design aplicado à interface de um software, mas
também à toda experiência e sentimentos do usuário relacionados ao uso do software. A ISO 9241-
2101 define a experiência do usuário como “as percepções e reações de uma pessoa que resultam do
uso ou utilização prevista de um produto, sistema ou serviço” (ISO 9241-210: 2010, 2015).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Por ser um projeto de sistema não há resultados concretos do mesmo quanto à TI verde, apenas
atualmente, têm-se resultados das análises já realizadas, como ocorrência de enchente e tendência de
cheias. Mas os conceitos de TI verde aqui apresentados já são aplicados em muitas empresas como
Google, IBM, Unilever, entre outras. Inclusive os resultados apresentados são positivos.
III Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de junho de 2015, Brusque – SC
“Em 65% das empresas, as metas estabelecidas para os projetos são alcançadas, principalmente,
em termos de economia de energia e redução dos gastos operacionais. ” (Techoje, 2015).
Empresas que pensaram em sustentabilidade para seu ambiente de TI, tiveram uma economia
considerável, principalmente em consumo de energia, sendo que muitas vezes não é preciso realizar o
descarte de equipamentos ao aplicar TI verde, mas a alocação correta e aproveitamento dos mesmos.
As políticas de impressão são as que costumam gerar resultados rapidamente nas empresas, a redução
de custos é vista logo cedo.
“Na própria Unilever, empresa que investe em sustentabilidade há mais de dez anos, o programa
de consolidação do parque de impressoras reduziu o número de equipamentos em 60% “Não temos os
números fechados ainda, mas posso afirmar que o volume de impressão caiu drasticamente”, diz
Esposto. ” (Computer World, 2015).
O compartilhamento de recursos computacionais, conforme é visto na cloud computing, mostra-se
uma grande arma na economia de energia, pois desta forma, não a necessidade de o usuário final fazer
uso de um equipamento com alto poder de processamento que consuma mais energia, podendo desta
forma, utilizar computadores com menor capacidade ou até mesmo dispositivos móveis como tablets.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A implantação de técnicas de TI verde em diferentes cenários, não apresenta nenhum impasse
técnico, pode ser que em alguns casos haja custos devido à troca de equipamentos, mas na maioria dos
casos, dá-se pela adoção de políticas internas, como controle de impressão, desligamento de
computadores ao término de trabalho entre outras.
O motivo que contribui para que a implantação de técnicas de TI verde sejam alcançadas é que na
maioria dos casos ela impacta em redução de custos, a computação nas nuvens é um exemplo claro,
em que o único custo é a mensalidade de alocação de recursos sem custos adicionais com
manutenções.
O maior grau de economia chega ao ponto onde um único software é utilizado por várias
instituições diferentes, onde as mesmas, vão usufruir do mesmo servidor e do mesmo sistema ali
instalado, neste caso há o compartilhamento de recursos computacionais de forma bem visível, mas
sem prejudicar o desempenho.
No quesito usabilidade, os relatórios antes vistos em papel, podem através da cloud computing
serem acessados de qualquer dispositivo móvel, como os smartphones, e tablets que são mais
adequados para este fim, ou seja, o usuário não perderá o conforto que antes tinha ao visualizar um
relatório impresso.
REFERÊNCIAS CEOPS [internet].Histórico das Obras de Contenção e o Sistema de Alerta de Cheia na Bacia do Itajaí –
[capturado 2015 Mai 03]. Disponível em: http://goo.gl/KanI6r
COMPUTER WORLD [internet]. Quatro exemplos reais de TI verde em grandes empresas brasileiras -
[capturado 2015 Mai 03]. Disponível em: http://goo.gl/HCMqI9
INFO Exame [internet]. TI na nuvem reduz emissão de Co2, diz estudo – [capturado 2015 Mai 03].
Disponível em: http://goo.gl/zDvkxo
ISO FDIS 9241-210:2009 [internet]. Ergonomics of human-system interaction — Part 210: Human-centred
design for interactive systems – [capturado 2015 Mai 03]. Disponível em: http://goo.gl/a4WiWR
LOCAWEB [internet]. TI Verde - [capturado 2015 Mai 03]. Disponível em: http://goo.gl/hIHOV8
TECHOJE [internet]. TI Verde – Práticas sustentáveis para sua empresa – [capturado 2015 Mai 03].
Disponível em: http://goo.gl/Yily6a
CENÁRIO DA INOVAÇÃO NA PERSPECTIVA EMPRESARIAL NA
REGIÃO DE BRUSQUE
GEORGE WILSON, AIUB, [email protected]
CINTHYA SOFIA, CESARI, [email protected] UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina,
Resumo: A estratégia da inovação nas empresas tem se configurado como uma das principais estratégias adotadas na
busca de vantagens competitivas, no âmbito global e local. A inovação depende de muitos fatores: de recursos humanos
qualificados, de políticas de estímulo, de um adequado ambiente econômico e regulatório, da interação com
universidades e institutos de pesquisa. Mas é o fato de ser uma exigência da competição que torna a inovação um tema
essencial no mundo dos negócios. Para um número crescente de empresas, essa temática está no centro de suas
estratégias competitivas. O cenário das inovações, no âmbito nacional, podem ser identificados a partir do levantamento
da Pintec junto às empresas brasileiras, nos anos de 2003, 2008 e 2011. Para conhecer a realidade das empresas de
Brusque e Região, a presente investigação realizou uma sondagem sobre a inovação em organizações produtivas da
micro região. Para tanto, apropria-se da metodologia consolidada da Pintec/IBGE, aplicada a uma amostra de 10
empresas da região de Brusque. Como resultados esperados pretendeu-se obter um panorama geral dos processos de
inovação empresarial, suas limitações e potencialidades.
Palavras-chave: Inovação, Tecnologia, Cenário
INTRODUÇÃO
Nas ultimas décadas o mundo sofreu profundas transformações nas mais diversas áreas. A
“Era da Informática” perdeu o aspecto referencial e tornou-se gênero de necessidade básica da vida
das empresas e das pessoas. Inicia-se então a “Era da Inovação”, em que o “algo mais” e o poder da
diferenciação são cada vez mais difíceis de serem identificados em meio a grande quantidade de
informações e oportunidades geradas pelas variadas formas de negócios.
As empresas precisam inovar para serem competitivas. É o que afirma Trott (2012) as
empresas precisam se adaptar ao meio de mudança e progredir para se manterem no mercado, pois
seus concorrentes inevitavelmente irão inovar e desenvolver produtos que superem a concorrência.
A inovação depende de muitos fatores: de recursos humanos qualificados, de políticas de
estímulo, de um adequado ambiente econômico e regulatório, da interação com universidades e
institutos de pesquisa. Mas é o fato de ser uma exigência da competição que torna a inovação um
tema essencial no mundo dos negócios. Para um número crescente de empresas, essa temática está
no centro de suas estratégias competitivas.
O Manual de Oslo, que é a principal fonte internacional de diretrizes para coleta e uso de
dados sobre atividades inovadoras da indústria, define a inovação da seguinte maneira: Inovação é a
implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um
processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de
negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas.
Em resumo, entendemos que inovar é realizar algo novo que traga algum resultado, tanto para
a empresa como para a sociedade. Dessa forma, é possível inovar em qualquer área ou modelo de
negócio.
METODOLOGIA
A presente proposta de investigação tem sua metodologia fundada na Pesquisa de Inovação
Tecnológica, desenvolvida em nível nacional, pelo IBGE, nas edições 2003, 2008 e 2011. Para a
visualização do cenário das organizações de Brusque e Região, foi necessário analisar detalhadamente
a metodologia da Pintec 2011 e seus instrumentos metodológicos. Na sequência foi definido as
empresas e seu público alvo, aplicado as sondagens, analisado os dados e construido indicadores, e
por fim, difundido os resultados da investigação.
A unidade de investigação é a empresa, unidade jurídica caracterizada por uma firma ou razão
social que responde pelo capital investido e que engloba o conjunto de atividades econômicas
exercidas em uma ou mais unidades locais. A amostra foi constituída por 10 empresas, a partir de um
universo de empresas industriais, de diferentes setores, sem uma segmentação definida a priori,
escolhidas de forma aleatória.
Para a realização desse trabalho foi necessário a implementação de uma pesquisa baseada no
mesmo formulário original do IBGE, realizada em 2014 pelos alunos da 8ª fase do curso de
Engenharia de Produção do Centro Universitário de Brusque- Unifebe.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram elaborados gráficos para melhor entendimento do panorama da inovação de Brusque e
região, que serão analisados de forma compacta neste resumo.
Gráfico 1: Entre 2012 e 2014, a empresa introduziu algum produto novo ou aperfeiçoado
para a empresa mas já existente no mercado nacional?
Fonte: Pesquisa de Campo.
Analisando o gráfico acima é possível notar que 60% das empresas de Brusque e Região introduziram
entre os anos de 2012 e 2014 algum produto novo ou aperfeiçoado para a empresa, mas que já existe no
mercado nacional.
60%
40%
Introdução de Produto novo/ aperfeiçoado na empresa que ja existe no mercado nacional
sim
não
Gráfico2: Esse produto é?
Fonte: Pesquisa de Campo.
Após o conhecimento sobre a introdução de produtos novos ou aprimorados é importante
destacar o tipo do produto. No gráfico 2 é possível observar que grande parte das inovações da nossa
região são produtos novos para a empresa, mas que já existem no mercado nacional. Esse resultado
se deve pela facilidade e viabilidade dessas inovações, por se tratarem de inovações de proporção
menores.
Gráfico 3: Qual a importância da atividade de P&D realizada entre 2012 e 2014?
Fonte: Pesquisa de Campo.
Entende-se por P&D qualquer atividade de pesquisa básica ou aplicada realizada com a
intenção de buscar conhecimento sobre produtos, serviços e processos. No gráfico acima nota-se que
45% das empresas consideram a P&D uma atividade de suma importância.
33%
50%
17%
Tipo do Produto
novo para o mercadonacional, já existente nomercado mundial
novo para a emrpesa, masjá existente no mercadonacional
45%
11%
33%
11%
Importância da P&D
alta
média
baixa
não desenvolveu
Gráfico 4: Qual a importância introdução de inovações tecnológicas no mercado entre
2012 e 2014?
Fonte: Pesquisa de Campo
Por fim, é questionada a importância da introdução das inovações tecnológicas no mercado,
dentre as empresas questionadas a maioria considerou baixa (34%) ou não se pronunciaram (33%) e
apenas 22% consideram o assunto de alta importância.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A sondagem do panorama da inovação de Brusque e região buscou identificar os impactos
associados ao produto (melhorar a qualidade ou ampliar a gama de produtos ofertados), ao mercado
(manter ou ampliar a participação da empresa no mercado, abrir novos mercados), ao processo
(aumentar a flexibilidade ou a capacidade produtiva, reduzir custos), aos aspectos relacionados ao
meio ambiente, à saúde e segurança, e ao enquadramento em regulamentações e normas.
O objetivo desta sondagem foi uma visão ampla da inovação em um restrito grupo de
empresas de Brusque e região. Foi possível perceber que para algumas empresas a inovação
tecnológica ainda não é vista com o grau de importância significativo.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Hélio Gomes de, et al. Gestão da inovação : inovar para competir : guia do
educador. Brasília : SEBRAE, 2009.
IGBE. Pesquisa de Inovação Tecnológica 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2011
MATTOS, João Roberto Loreiro de; GUIMARÃES, Leonam dos Santos. Gestão da tecnologia e
inovação: uma abordagem prática. São Paulo: Saraiva, 2005.
ORGANIZAÇÃO para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Manual de Oslo. 3. ed. Paris:
OCDE, 2005.
TROTT, P. Gestão da inovação e desenvolvimento de novos produtos. Porto Alegre: Bookman,
2012
WEISZ, Joel. Projetos de inovação tecnológica. Brasilia: CNI, 2009.
22%
11%
34%
33%
Importância da introdução das inovações tecnológicas
alta
média
baixa
não desenvolveu
Aplicação da ferramenta MASP para solução de problemas em uma empresa
metal mecânica de Brusque
Rafael, SEBOLD, [email protected]
André Luis Almeida, BASTOS2 Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina.1
Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina. ²
Resumo: Este trabalho apresenta a fundamentação conceitual e a aplicação da ferramenta MASP em uma empresa do
seguimento metal mecânico, situada na cidade de Brusque SC, como médodo auxiliador na resolução de problemas.
Com a aplicação da ferramenta de forma correta, é possivel encontrar e eliminar a causa raiz dos problemas, obtendo
maior desenvolvimento e otimização dos recursos e dos processos, tendo ganhos significativos com redução de custos
internos e externos, e consequentemente em melhorias de qualidade, produtividade e eficiência. Atavés do levantamento
de dados, optou-se em atuar em um processo que estava com um indice de refugo médio de 96.000 PPM (partes por
milhão) referente ao problema por batimento radial. A ferramenta foi aplicada no processo de usinagem, trazendo
resultados significativos para a organização, onde que obteve-se a redução próximo a 93% dos refugos gerados. Com
isso foi possivel ampliar o conhecimento e replicar as ações realizadas nos processos com similiaridade, dando
continuidade a melhoria continua seguindo o ciclo PDCA.
Palavras-chave: MASP, Resolução de problemas, Redução de custo,
INTRODUÇÃO
Com o mercado competitivo que vivênciamos atualmente, uma prática comum utilizada nas empresas é a
redução de custos de fabricação sem a redução de qualidade no seu produto final. Uma das práticas adotadas
para que isso ocorra, é a redução de desperdicios durante seus processos, sejam eles de manufatura ou
comercial.
Uma ferramenta muito utilizada e que traz um grande resultado se aplicada de maneira correta é o MASP.
O MASP é a Metodologia de Análise e Solução de Problemas, onde se tem toda uma sequência lógica a seguir,
desde de levantamento de dados até o desdobramento final das ações implantadas para os demais processos
com similiaridade. Esta ferramenta é aplicada dentro do ciclo PDCA, que é a sigla em inglês Plan (Planejar);
Do (Executar); Check (Checar); Action (Agir).
METODOLOGIA
Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, seguido da aplicação pratica da ferramenta
MASP na empresa. O trabalho foi desenvolvido através do acompanhamento e melhorias nos processos,
podendo evidenciar e levantar o máximo de informações possíveis para agir na causa raiz dos problemas e
eliminá-los.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Devido aos problemas que todas as organizações possuem, principalmente os problemas relacionados ao
custo de Não Qualidade, algumas ferramentas são necessárias para que se possa atuar na causa raiz do
problema, e assim, impedindo que o mesmo volte a interferir nos processos. Conforme Tubino (2009), a
utilização do MASP implica na adoção de ferramentas analíticas que medem, analisam e sugerem ações contra
as perdas que interferem no desempenho empresarial. Estas ferramentas são conhecidas como Ferramentas da
Qualidade e são aplicadas em processos de melhoria contínua para eliminar as anomalias dos processos,
proporcionado o aumento de qualidade e desempenho dos resultados organizacionais.
III Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de Junho de 2015, UNIFEBE - Brusque – SC
Figura 1 – Metodologia Análise de Solução de Problema – MASP
FONTE: CAMPOS (2004)
Para que a ferramenta possa ser desenvolvida e se tenha os resultados esperados é necessário o
envolvimento de pessoas de todo os setores da organização, também chamado de equipe multidisciplinar. A
análise deve ser conduzida por uma equipe multidisciplinar com formação, conhecimentos e atribuições
diferentes, para permitir a análise em várias perspectivas (WERKEMA, 1995).
A análise de onde se irá atacar é o ponto chave para ter um bom resultado. Mas nem sempre isso é fácil,
pois depende muito de informação que chegam de várias formas, e o grupo tem a obrigação de estratificar
essas informações para poder medir os resultados. Esta estratificação é através do diagrama de Pareto, esta lei
estabelece que 80% das consequências decorrem de 20% das causas. Ou seja, a maioria dos problemas tem
poucas causas e se forem eliminadas podem trazer excelentes resultados (VIEIRA, 1999).
Após a análise estratificada no Pareto, o problema definido a ser trabalhado irá para o diagrama causa e
efeito também é conhecido como diagrama espinha de peixe ou de Ishikawa. Este diagrama foi concebido pelo
engenheiro Kaoru Ishikawa no ano de 1943 e atualmente é uma ferramenta muito utilizada em atividades de
melhoria e controle de qualidade nas empresas. Segundo Ramos (2000), este diagrama representa a relação
entre um efeito e suas possíveis causas. Desta forma, o diagrama de causa e efeito permite agrupar e visualizar
as causas que interferem em um problema ou resultado que esta em análise.
Figura 2 - Diagrama de Causa e Efeito. Fonte: Adaptação de Werkema, 1995
Todos as possíveis causas descritas no diagrama de causa e efeito são aplicadas na ferramenta conhecida
como os 5 porquês. A metodologia dos 5 porquês parte do princípio que após questionar por cinco vezes o
porquê um problema está ocorrendo, sempre tomando como referência a resposta anterior, será descoberta a
causa fundamental deste problema (WERKEMA, 1995).
Após os 5 porquês concluídos, todas as causas são colocadas no Plano de Ação que é conhecida por 5W
2H. A designação desta ferramenta surgiu da união das primeiras letras (em inglês) das perguntas que devem
ser respondidas para planejar uma ação com eficiência e eficácia. É uma ferramenta extremamente simples e
proporciona ótimos resultados aos gestores em suas atividades de planejamento organizacional. “WHAT” (O
III Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de Junho de 2015, UNIFEBE - Brusque – SC
quê): definem-se as tarefas que serão feitas; “WHEN” (Quando): cria-se um cronograma com prazos para a
realização das tarefas. “WHO” (Quem): definem-se quais serão as pessoas responsáveis pela execução.
“WHERE” (Onde): determinam-se os locais onde as tarefas serão executadas. “WHY” (Porque): significa as
razões das tarefas serem executadas. “HOW” (Como): define a maneira mais eficaz para realizar as tarefas.
“HOW MUCH” (Quanto custa): Considerar os custos envolvidos na execução.
Uma das vantagens que o MASP oferece é que seguindo a metodologia passo-a-passo, certamente haverá
obtenção de resultados positivos. Por se tratar de uma ferramenta de baixa complexibilidade, é fácil de ser
implantada e principalmente de ser aceita na organização. Porém, dificuldades também existem, pois é
necessário treinamentos específicos, dedicação e investimento de tempo (WERKEMA, 1995).
Empresa e o processo
Este estudo foi realizado em uma empresa metalúrgica, situada na cidade de Brusque em Santa Catarina
(SC), fundada em 1960. A empresa hoje conta com 950 colaboradores que fazem com que a empresa seja líder
no setor em que atua no Brasil e com capacidade de exportar para mais de 60 países. Sua qualidade é
desenvolvida em todos os processos, com o comprometimento das pessoas e com tecnologias avançadas. Desta
forma a empresa trabalha para que a qualidade não seja apenas uma exigência do mercado, mas um diferencial.
Devido ao alto índice de refugos e da dificuldade em resolve-los principalmente em chegar na causa raiz
do problema, decidiu-se incorporar na instituição a ferramenta MASP para tentar-se assim, minimizar ao
máximo os gastos com refugos e aumentar a satisfação dos clientes internos e externos.
Definiu-se atuar no processo que gerava um alto refugo por batimento radial fora do especificado da
engrenagem do pinhão. Este problema estava com uma média de rejeito de 96.000 PPM. Esta característica
apenas é possível identificar na última operação de todos os processos que o componente passo, onde é
realizado a medição 100%. A meta foi atingir um PPM inferior a 10.000.
A equipe multidisciplinar foi reunida, e iniciou-se a parte de análise onde o problema pode ser gerado.
Todas as possíveis causas foram levantadas e alimentadas no Diagrama de Causa e Efeito.
Após o Diagrama concluído, passou-se para a metodologia dos 5 porquês para chegar na causa raiz de
cada um dos problemas que afeta no batimento radial.
Com a conclusão dos 5 porquês, iniciou-se a etapa do Plano de Ação. Vários estudos foram necessários.
Optou-se por fazer mapeamento de cada processo, realizando medições desta característica antes e após cada
processamento. Assim pode-se identificar o quanto cada processo interfere nesta característica.
Identificou-se que a causa raiz era o ângulo do chanfro de usinagem na face da peça, que gerava dificuldade
no processo de montagem de bucha. Foi constatado que quanto menor o chanfro de entrada, melhor o
alojamento da bucha. A ação foi a alteração do chanfro durante a operação de usinagem. Esta ação ficou por
responsabilidade da engenharia de processos de usinagem.
Outra ação que obteve um grande impacto foi a redução das folgas dos ferramentais utilizados no processo
de montagem de bucha através de prensa hidráulica. Para esta ação ser concretizada, foi necessário o
desenvolvimento do projeto de ferramentais e da fabricação dos mesmos.
Após a validação da eficácia das ações através do acompanhamento dos indicadores, iniciou-se a fase da
padronização dos processos. Todos os processos com similaridade foram revistos e adequados conforme as
melhorias realizadas no projeto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este projeto utilizando a metodologia MASP como ferramenta principal para atingir a meta, reduziu-se de
96.000 PPM para uma média de 6.000 PPM. Conseguiu-se assim, chegar na causa raiz do problema,
descobrindo o quanto cada processo tem influiência na distorção desta característica, e podendo replicar seus
parâmetros aos demais itens com similiaridade, dando um grande retorno para a empresa e também agregando
muito conhecimento a equipe envolvida.
A maior dificuldade que obteve-se durante a execução do projeto, foi em relação aos membros do grupo
deixar suas atividades diárias um pouco de lado e investir tempo para focar no trabalho, pois é necessário se
dedicar ao máximo para poder chegar no melhor resultado.
III Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de Junho de 2015, UNIFEBE - Brusque – SC
REFERÊNCIAS CAMPOS, V. F. TQC – Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). Belo Horizonte: Ed. INDG Tecnologia e
Serviços, 2004.
TUBINO, D. F.. Manual de Planejamento e Controle da Produção. 2. ed. São Paulo, Atlas, 2009.
FERREIRA, L. M. L. SANTOS, M. W. SILVA, M. G. MOREIRA, B. B. Utilização do MASP através do ciclo PDCA,
para o tratamento do problema de altas taxas de mortalidade de aves no setor avícula, ENEGEP, 2010
VIEIRA, S. Estatística para a qualidade: como avaliar com precisão a qualidade em produtos e serviços. Rio de Janeiro:
Campus, 1999
WERKEMA, M.C.C. As Ferramentas da Qualidade no Gerenciamento de Processos. Vol. 1. Belo Horizonte, MG:
Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG, 1995.
APLICAÇÃO EFICIÊNCIA GLOBAL DOS EQUIPAMENTOS (OEE) EM
UMA EMPRESA METALÚRGICA.
Márcio da, SILVA, e-mail1: [email protected]
André L.A.,BASTOS, e-mail²: [email protected]
UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina.1
UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina.2
Resumo: A sustentabilidade e a competitividade estão sendo constantemente almejados em empresas que buscam
sempre aperfeiçoar seus processos e expandir sua lucratividade. A utilização de ferramentas que apresentem indicadores
de desempenho é fundamental para a empresa otimizar seus recursos para a fabricação de seus produtos e para a
prestação de serviços. A Eficiência Global de Equipamentos (OEE) é uma ferramenta que apresenta uma visão geral
dos equipamentos produtivos em uma empresa. Ela confronta os índices de disponibilidade, desempenho e qualidade, a
fim de apresentar as perdas que por sua vez estão ocultas em seus processos e permite disponibilizar recursos
necessários para a eliminação das mesmas. O presente trabalho apresenta os conceitos e elementos da ferramenta de OEE, bem como ilustra um caso de
aplicação em uma empresa no ramo metalúrgico, que na qual pode ser averiguada acentuadamente uma evolução nos
índices de disponibilidade, performance e qualidade nos equipamentos “gargalos” da produção gerando um
desempenho na produtividade.
Palavras-chave: OEE. Gargalos. Produtividade.
INTRODUÇÃO
O homem com o passar dos anos, vem procurando gradativamente organizar de forma mais harmoniosa
seus meios e recursos para a fabricação de seus produtos e para prestação de serviços. Com este propósito,
cada vez mais as engenharias de operações e processo de produção estão se aprimorando com novas
tecnologias e melhores práticas, visto que o mercado a cada dia está exigindo de seus fornecedores mais
qualidade, mais agilidade com menor custo e menor prazo. Partindo deste contexto, as empresas que optam
por controlar e reduzir os custos de produção, bem como aumentar incessantemente a qualidade dos produtos
e serviços (internos e externos) estarão se destacando entre as demais.
Para que a excelência seja alcançada são necessárias ferramentas que auxiliem no gerenciamento dos
processos e dos equipamentos utilizados. Uma ferramenta que possui grande utilidade no gerenciamento é o
indicador de Eficiência Global do Equipamento (OEE- Overall Equipment Efectiveness), por demostrar uma
visão panorâmica da produção no que está relacionada à disposição, desempenho e qualidade do
equipamento. O escopo do OEE permite ponderar as perdas evidenciadas e acondicionar os recursos
necessários para o aumento da produção.
METODOLOGIA
Neste trabalho foi feita uma pesquisa bibliográfica, seguida de um estudo exploratório, tendo em vista
descrever a aplicação da ferramenta de qualidade em uma empresa. Na pesquisa bibliográfica os assuntos
relacionados estão ligados ao controle de qualidade. No estudo exploratório o instrumento utilizado para o
estudo é verificar in loco de que forma a aplicação da ferramenta acontece na empresa estudada.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O OEE é um indicador que apresenta a eficiência do processo, ele é o produto da disponibilidade (tempo
real de operação versus tempo programado de operações) multiplicada pelo indice de desempenho (taxa de
velocidade real versus taxa de velocidade teórica) multiplicando pelo índece de qualidade (produto bons
versus total de produitos fabricados), esta ferramenta deixou de ser como um simples indicador da eficácia
da manutenção produtiva total e passou a ser reconhecida como uma medida eficaz da gestão da
produtividade (HANSEN, 2006).
Silva (2013) afirma, ainda, que o OEE é um sistema de detecção das perdas do equipamento e não um
sistema da rateio de avarias. Ele exprime a eficácia do equipamento numa métrica simplificada, permite
avaliação dos efeitos das ações de melhoria desenvolvidas e permite a identificação e qualificação dos
problemas detectados de uma forma padronizada.
De acordo com Muchiri (2010 apud ALBERTIN et al., 2012), deve-se focar nos gargalos do processo,
nas áreas críticas e nas áreas altamente dispendiosas. Estas áreas representam as maiores perdas e quando
gerenciadas corretamente, trazem os gargalos, mas expressivos para a empresa.
Hansen (2006) comenta que a maior dificuldade do OEE acontece principalmente por motivos de
resistência a mudanças. A resistência é uma caracteristica dos seres vivos podendo originar-se de varias
fatores entre tantas podemos destacar a comodidade.
Chiaradia (2004) relaciona os indices de disponibilidade, performace (desemponho) e qualidade, com as
seis perdas descritas por Nakajima (1989), conforme figura 1 abaixo.
Figura 1 – Índices e suas paradas
Fonte: Adaptado de Chiaradia (2004).
Medeiros e Gerber (2013), afirmam que a análise da Eficiência Global dos equipamentos (OEE), permite
identificar o tempo real de utilização dos equipamentos. Sendo possível mensurar as perdas em função do
tempo, ou seja, do tempo disponível total para operação quanto é realmente utilizado para a produção de
produtos que atendam às especificações de qualidade.
A OEE é uma forma de gestão que visa aumentar a eficiência dos equipamentos através do controle do
indicador OEE, que é composto por 3 indicadores relacionados as seis grandes perdas que reduzem a
eficiência de um equipamento, estratificadas em perdas de disponibilidade, velocidade e qualidade
(ALBERTIN, 2012 apud NAKAJIMA, 1988).
Analisando os resultados apresentado pelo indicador de OEE são reconhecidas e desmembradas as
ineficiências existentes, no intuito de elaborar um plano de ação para por um fim nas ineficiências
encontradas e consequentemente atingir a produtividade almejada.
Hanser (2006) conclui que as empresas com valor do OEE menor que 65% estão em situação inaceitavel
e precisam de mudanças rapidamente. Empresas com valores entre 65% e 75% o processo é considerado
bom, para valores entre 75% e 85% o processo é muito bom e acima de 85% são empresas de classe
mundial.
Este estudo foi realizado em uma empresa metalúrgica, situada na cidade de Brusque em Santa Catarina
(SC), Fundada em 1960 a empresa hoje conta com 950 colaboradores que fazem com que a empresa seja
líder no setor em que atua no Brasil e com capacidade de exportar para mais de 60 países. Sua qualidade é
desenvolvida em todos os processos, com o comprometimento das pessoas e com tecnologias avançadas.
Desta forma a empresa trabalha para que a qualidade não seja apenas uma exigência do mercado, mas um
diferencial.
A implantação do índice de eficiência global dos equipamentos (OEE) fez-se necessário, pois a empresa
estudada teve como foco detectar as principais perdas em seus equipamentos no chão de fabrica e mensurar
através de indicadores os desperdícios que até então eram ocultos, para posteriormente eliminá-los e chegar à
produtividade almejada.
Existe um gerenciamento intenso sobre os OEE na nos equipamentos já existente e momentaneamente na
busca-se implantar nos equipamentos que ainda não possui. Esse gerenciamento é realizado nos setores de
conformação, usinagem, tratamento térmico, retifica e montagem. O percentual de equipamentos com a
aplicação do OEE está em 100% no que esta relacionada aos equipamentos gargalo. Conforme já
mencionado anteriormente na fundamentação teórica, Muchiri (2010 apud ALBERTIN et al., 2012)deve-se
focar nos gargalos do processo, nas áreas críticas e nas áreas altamente dispendiosas. Estas áreas representam
as maiores perdas e quando gerenciadas corretamente, trazem os gargalos, mas expressivos para a empresa.
A empresa tem como meta o patamar de 75% de OEE, porém para chegar a esse nivel foi preciso
envolver as demais areas da empresa, tendo como exemplo a TI (Tecnologia da Informação), com o
próposito de pontencializar as informações de input e output geradas nos equipamentos. Os trabalhos de
equipea multidisciplinares tambem foram de grande importancia para averigau quais eram as paradas a
serem registradas como input e que afetariam os indicadores do equipamento a ser medido, bem como se
estas paradas eram programadas ou não programadas. Realizoû-se treinamentos focado no OEE com os
colaboradores de chão de fábrica demostrando a importância dos colaboradorres na aplicaçãodesta ferrameta.
Realiza-se o gerenciamento do OEE diariamente nos equipamentos e mensalmente verificam-se as
atividades descritas no plano de ação de cada equipamento e os equipamentos que apresentarem resultados
mais inferiores, deverão apresentar um plano de ação para a direção da empresa a fim de reverter o indicador.
Desta forma fica evidente o comprometimento de todos da empresa com a ferramenta utilizada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da ferramenta de OEE utilizada na empresa estudada, pode-se observar a evolução
acentuada nos indicadores mensurando assim as principais perdas que geravam grandes
desperdícios para a empresa. E que apartir dos indicadores essas perdas que eram ocultas
começaram a ser identificadas, qualificadas e direcionadas com o proposito de reverter essas perdas
em horas produtivas.
O trabalho realizado através do apoio da alta direção da empresa e o comprometimento dos
colaboradores nas analises e conseguentemente nas ações, contribuiram para que fosse atingido
75,27% OEE, ou seja, um número levemente maior do que o proposto como meta pela direção da
empresa.
REFERÊNCIAS
ALBERTIN, Marcos Ronaldo; SAMPAIO, Clerton Bruno Pereira; DIAS, Mateus Jatoba; FEITOSA, Pedro Paulo
Barbosa et al. Aplicação da eficiência global de equipamentos com indicador de qualidade. Disponível em:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ ENEGEP2012_TN_STO_158_921_20195.pdf. Acessado em 15 de março de
2015.
CHIARADIA, A.J.P. Utilização do Indicador de Eficiência Global de Equipamentos na Gestão e Melhoria
Contínua de Equipamentos. Um Estudo de Caso na Indústria Automobilística. Tese (Mestrado Profissionalizante
em Engenharia). Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRS. Porto Alegre, 2004
COTRIM, Syntia Lemos; LEITE, João Victor Giavina de Almeida; LEAL, Gislaine Camila Lapasini. Ferramentas de
Gestão de Desempenho: Implantação do OEE no Setor de usinagem em uma Empresa Metalmecânica de
Maringá- PR. Disponível em http://www.aprepro.org.br/conbrepro/2014/anais/artigos/eng%20q/34.pdf . Acessado em
15 de março de 2015.
AVALIAÇÃO DA INCORPORAÇÃO DOS PRINCÍPIOS LEAN ENTRE OS
GESTORES DE UMA MONTADORA DE EQUIPAMENTOS DE
FILTRAÇÃO
André Luís Almeida, BASTOS1
Maitê Taís, LUEMKE2
FURB/ UNIFEBE/ ESNT, Blumenau, Santa Catarina.1
FURB, Blumenau, Santa Catarina.2
Resumo: A implantação de uma filosofia em uma organização não está unicamente ligada às práticas enxutas que
ocorrem visivelmente no chão de fábrica, mas também aos princípios Lean que devem permear as ações
administrativas e a cultura organizacional. Este trabalho buscou identificar o nível de percepção da incorporação dos
14 princípios da filosofia Lean Manufacturing entre os gestores de diferentes setores (administrativos e de produção)
da empresa X. Identificou-se que na percepção dos gestores, a empresa encontra-se com uma média de 4,0 em uma
escala de 1 a 7 de incorporação destes princípios. Ainda de acordo com a pesquisa, constatou-se que os princípios
Lean mais internalizados na empresa são os princípios 9 e 10. Enquanto os princípios 4 e 12 apresentam um menor
nível de incorporação . É possível com este estudo a identificação de pontos a serem melhor trabalhados na
organização, de forma que um projeto Lean Manufacturing alcance melhores resultados.
Palavras-chave: Princípios Lean, Cultura organizacional, Lean Manufacturing
INTRODUÇÃO
Em diversos sistemas produtivos, a implantação da filosofia Lean restringe-se à aplicação de um
conjunto de técnicas e ferramentas no chão de fábrica que, muitas vezes isoladas da própria filosofia e dos
seus princípios básicos, ameaçam o sucesso do projeto em toda a organização. A restrição da abordagem
Lean à adoção de determinadas ferramentas é uma barreira ao processo de implantação deste novo
paradigma de gestão dos processos produtivos da organização e pode, em muitos casos, levar ao total
abandono ou, na melhor das hipóteses, uma implantação parcial da filosofia.
Neste sentido, torna-se relevante diagnosticar o nível de incorporação dos quatorze princípios Lean entre
os gestores de uma organização, de tal forma a verificar os princípios melhor incorporados, bem como os
menos incorporados, avaliando as diferenças de incorporação destes princípios entre os diferentes setores e
também nos diferentes níveis hierárquicos, visando, inclusive, identificar os gaps para subsidiar ações de tal
forma, a partir deste olhar, buscar maior êxito da filosofia Lean na empresa como um todo. Dessa forma, o
objetivo geral deste trabalho consiste em avaliar o nível de percepção da incorporação dos princípios Lean
entre os gestores de diferentes setores de uma empresa multinacional montadora de equipamentos de
filtração e prestadora de serviços para a área de meio ambiente e processos. Para alcançar tal objetivo,
buscou-se ao longo da pesquisa:
a) entrevistar os gestores da organização a partir de um questionário elaborado por Bastos e Barbetta
(2014);
b) identificar o nível de percepção da incorporação dos princípios Lean entre os gestores dos diversos
setores da empresa;
c) estabelecer uma comparação do nível de percepção da incorporação entre os gestores dos diferentes
setores;
d) identificar o nível de percepção da incorporação dos princípios Lean entre os diferentes níveis
hierárquicos da empresa;
e) estabelecer uma comparação do nível de percepção da incorporação entre os diferentes níveis
hierárquicos da empresa;
f) propor recomendações de adequação de acordo com os gaps encontrados.
METODOLOGIA
Para este estudo foi adotada a pesquisa exploratória, a fim de mapear melhor a situação da empresa em
estudo. Dessa forma, tem como base o estudo de caso e, quanto à abordagem, a pesquisa é quantitativa. Para
obtenção dos resultados foi aplicado um questionário elaborado por Bastos e Barbetta (2014) sobre a
incorporação dos 14 (catorze) princípios da filosofia Lean, conforme ilustrado no Anexo.
A pesquisa foi aplicada numa indústria multinacional montadora de equipamentos de filtração e
prestadora de serviços para a área de meio ambiente e processos. O questionário foi respondido líderes,
coordenadores e gerentes de diversos setores da empresa, distribuídos nas áreas administrativas (vendas,
tecnologia da informação, financeiro e recursos humanos), nas áreas de suporte (engenharia, suprimentos,
almoxarifado, laboratório e qualidade) e na área de operações (chão de fábrica). De um total de 26
funcionários destacados pelo perfil desejado para a pesquisa, um funcionário não apresentou qualquer
retorno, totalizando 25 respostas, formando assim uma amostra de 96,15% do total da população estudada.
Após a coleta de dados, calculou-se a média entre as respostas dos entrevistados, além do desvio padrão
e do percentual de variação entre as respostas, a fim de analisar o quanto os gestores concordam ou
discordam entre si.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De maneira geral, a empresa X encontra-se em nível de incorporação de 4,0 pontos de média, resultado
mediano considerando a classificação de 1 a 7 indicada pela escala do questionário. Os princípios mais
internalizados na empresa são os princípios 9, com média de 4,9 pontos, e o princípio 10, com média de 4,7
pontos. Por outro lado, os princípios com maior potencial de desenvolvimento verificados na empresa são os
princípios 4 (nivelamento das cargas de trabalho), com média de 3,0 pontos, e 12 (participação efetiva na
solução de problemas, buscando a origem dos mesmos através da observação e análise dos dados
pessoalmente), com média de 3,5 pontos.
A fim de verificar as diferentes percepções entre os gestores das diferentes áreas da organização, buscou-
se uma análise separadamente das áreas administrativas, de suporte e produtivas. A área administrativa,
composta pelos setores de vendas, financeiro, tecnologia da informação e recursos humanos, possui como
princípios mais incorporados os princípios 9, com média 5,2 pontos, e 10, com 5,0 pontos. Dos princípios
menos incorporados encontram-se os princípios 4, com 3,1 pontos de média, e 5, que trata da cultura de parar
a produção quando detectado um problema e resolvê-lo, com 3,4 pontos.
O estudo realizado nas áreas de suporte indicou que os princípios Lean mais incorporados também foram
os princípios 9 e 10, com médias 4,9 e 4,7 respectivamente. Em contrapartida, os princípios com as médias
mais baixas encontradas, caracterizando um menor grau de internalização, são os princípios 4 (3,0 pontos) e
12 (3,8 pontos).
Nos setores produtivos é confirmada a maior média na percepção da incorporação do 9º princípio da
filosofia Lean, sendo, também neste setor, o princípio mais internalizado, com 4,4 pontos. Destacou-se ainda
neste setor, o princípio 1, relacionado a filosofia de longo prazo, com média de 4,1 pontos. Com as médias
mais baixas de todas as áreas da empresa, destacaram-se os princípios 7, relacionado ao controle visual, e 12,
ambos com 2,800 pontos de média.
Objetivando analisar as percepções entre os diferentes níveis hierárquicos, fez-se uma análise individual
e uma comparação entre os gerentes, coordenadores e líderes da organização.
Entre os gerentes da empresa, destacaram-se como princípios mais incorporados os princípios 1 e 6,
ambos com 4,1 pontos. Em compensação, os princípios 4, com 2,9 pontos, e 13, com 3,3 pontos, são aqueles
com maior potencial de desenvolvimento. O princípio 13 aparece pela primeira vez nos resultados e diz
respeito à tomada de decisões lentamente por consenso, considerando todas as opções disponíveis e
implementando-as com rapidez.
Analisando os resultados dos coordenadores, novamente temos o 9º princípio como o mais internalizado,
com 5,3 pontos, seguido do 10º princípio com 5,1 pontos. Já quando considerados os princípios menos
internalizados, a média mais baixa neste grupo foi no 4º princípio da filosofia Lean, com média de 3,0
pontos, seguido pelo princípio 6, com 3,8 pontos, que trata da padronização das atividades.
Para os líderes, receberam destaque os princípios 9, com a maior média de percepção, e o princípio 11,
com 5,0 e 4,7 pontos, respectivamente. Em contrapartida, os princípios 5 e 12 merecem destaque para
melhorias de desenvolvimento, com 3,0 e 3,1 pontos de médias, nesta ordem.
Uma avaliação mais aprofundada da pesquisadora na empresa X permite justificar os seguintes
resultados obtidos: sugere-se que o princípio mais incorporado na organização estudada, princípio 9,
relacionado ao desenvolvimento de líderes, resulta de um alto nível de comprometimento da liderança com a
implantação do sistema de produção enxuta. Segundo Liker (2005), o progresso e a promoção dos líderes,
preparando-os para ocupação de postos executivos, treinando-os e promovendo seu desenvolvimento de
maneira que entendam seu trabalho, pratiquem a filosofia e ensinem os outros, é o verdadeiro segredo para o
sucesso de uma organização que resolve adotar o Lean Manufacturing. Mesmo com diferenças pessoais no
estilo de gestão, o aperfeiçoamento dos líderes dentro da empresa, faz com que os mesmos não se desviem
da filosofia básica do sistema Lean e possam manter a cultura ano após ano, criando um ambiente de
trabalho contínuo.
Os resultados do princípio 10, relacionado ao desenvolvimento de pessoas, indicam também que, sob a
visão dos gestores, os colaboradores da empresa X valorizam os treinamentos e o incentivo à capacitação,
além da autonomia que lhes é dada na resolução de problemas e sugestões de melhoria de processos. Para o
sucesso a longo prazo, é importante que as pessoas sintam-se parte de um time, uma vez que elas formam a
base fundamental de toda a qualidade e produtividade da empresa. A capacitação do funcionário para que ele
possa agir por conta própria, recebendo tarefas desafiadoras, estimulando a criatividade e inovação aumenta
o comprometimento do mesmo. A prática da ferramenta conhecida como empowerment (investir na
autonomia do funcionário) é fundamental para que os colaboradores apreciem e busquem a satisfação do
trabalho bem feito (LIKER, 2005).
No aspecto referente ao nivelamento de trabalho (princípio 4), vale ressaltar o próprio porte e
complexidade do produto, que constituem limitações para garantir um balanceamento de produção. A baixa
média alcançada neste princípio reflete o sistema de produção adotado pela empresa denominado Engenharia
sob Encomenda (ETO – Engineeringto Order), uma estratégia menos frequente, mas importante em termos
de tendências e modelos de negócio (PIRES, 2004). Nesse sistema, os produtos tendem a ser altamente
customizados e o nível de interação com os clientes costuma ser muito grande. Em suma, primeiro ocorre a
venda do produto, que então é projetado e posteriormente fabricado (BERNARDI; WALTER). As empresas
que trabalham com o sistema ETO devem lidar com altos riscos e custos resultantes da natureza única de
cada contrato além de elevados lead times, desde a elaboração da proposta até a montagem final.
O setor de planejamento da empresa X, buscando equilibrar a produção, estabelece uma sequência que
minimize os desequilíbrios na carga de trabalho. Dentro da linha de montagem, o fluxo de produtos é
contínuo, apesar de existirem pontos de acúmulo de estoque entre processos. Todavia, apesar do empenho do
PCP em garantir uma alta precisão nas previsões, é frequente a inserção de pedidos não previstos,
personalizações ou prioridades de produtos, resultando na desestruturação do nivelamento da produção.
Proporcionando aos fornecedores uma previsão de demanda para o futuro e firmando contratos nos quais
se assume o compromisso de manter um estoque determinado de produtos visando a entrega no momento em
que for solicitado, em quantidades e freqüências cada vez menores, possibilita, além da integração da cadeia
de fornecedores, uma melhor utilização de espaços e tempos dos setores produtivos.
Na avaliação do princípio associado à resolução de problemas analisando sua origem, princípio 12,
entende-se que mesmo os administradores e executivos de alto nível devem ver as coisas por si mesmos, de
forma a compreender não apenas a situação superficialmente. Nesse sentido, a prática da ferramenta Gemba
Walks é de extrema importância para a melhoria dos processos em uma organização. Deduz-se que a
percepção das pessoas ao andar entre o local onde ocorre a produção e olhar a organização sob uma ótica
externa, é diferente de quando se analisa os indicadores ou as informações apenas repassadas.
O processo de ir ao gemba, ou seja, onde o trabalho é feito (chão de fábrica), também contribui para
fortalecer a confiança e mudar a cultura de culpar as pessoas. Ajuda ainda a avaliar efetivamente o clima
organizacional e a atitude e engajamento dos colaboradores, assim como condições de sobrecarga,
ergonomia e segurança, que dificilmente são compreendidos por meio de pesquisas de clima organizacional e
indicadores (LEAN INSTITUTE BRASIL, 2011).
Compreende-se que diferentes níveis organizacionais possuem uma responsabilidade diferente em sua
caminhada no gemba, entretanto nenhum destes níveis deve tornar esta abordagem em uma prática
burocrática, onde os propósitos não estejam claros. Trata-se de uma rotina em que os gestores têm a
oportunidade de orientar, educar e formar demais colaboradores, dando o exemplo e ajudando a criar
sistemas de padronização, gestão visual e melhoria contínua. Em síntese, o Gemba Walks é considerado
essencial para o processo de gerenciar através do entendimento real e profundo da situação e dos problemas
com base em fatos e dados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo geral deste trabalho foi avaliar o nível de percepção da incorporação dos princípios do Lean
Manufacturing entre os gestores da empresa X. Nesse sentido, foi aplicado um questionário individual,
pontuando os 14 princípios escalonando as respostas de 1 a 7, visando identificar o estágio de implementação
da filosofia na determinada organização.
Após a aplicação e compilação dos dados, constatou-se que o questionário utilizado mostrou-se adequado
considerando a finalidade da pesquisa, tornando possível mensurar a percepção dos entrevistados quanto à
incorporação dos princípios Lean na organização. Entende-se que o diagnóstico auxilia no trabalho de
pontuar os princípios mais internalizados e, principalmente, aqueles que ainda possuem possibilidades de
melhoria na percepção entre os gestores.
Além disso, o nível de incorporação dos princípios da filosofia Lean encontra-se em nível 4,0, numa
escala de 1 a 7, onde 7 é o nível mais alto, sugerindo que a empresa X ainda não alcançou a excelência na
prática do pensamento enxuto.
Os princípios mais internalizados estão relacionados ao desenvolvimento de líderes, sugerindo que o
grupo de entrevistados, compreendido pelos gestores da organização, apresenta-se comprometido com as
transformações propostas para a implantação da filosofia Lean; e ao desenvolvimento de pessoas, indicando
que os colaboradores valorizam a autonomia que lhes é dada. Por outro lado, apresentou-se um menor nível
de incorporação quando o assunto estava relacionado à sobrecarga de trabalho, resultado que pode ser
justificado pelo sistema de produção adotado pela empresa (ETO – Engenharia sob encomenda) que possui
limitações que impedem o balanceamento da produção. Compreende-se, entretanto, que a formação de
parcerias com fornecedores auxilia numa melhor utilização de espaços e tempos dos setores produtivos. O
princípio ligado à investigação dos problemas pessoalmente e desde sua origem também apresentou uma
baixa média quando analisado o resultado geral da pesquisa. Nesse sentido, sugere-se a aplicação da
ferramenta Gemba Walks, que visa auxiliar a percepção das pessoas perante os problemas, além de
contribuir para melhorar a confiança e mudar a cultura de culpar as pessoas.
Quando analisados os resultados entre os diferentes setores da organização, confirma-se a percepção dos
princípios mais internalizados e destaca-se ainda, entre as áreas produtivas, a visão à longo prazo. Enquanto
identificou-se com menor grau de internalização os princípios 4, nas áreas administrativas e de suporte;
princípio 5, na área administrativa; princípio 7, na área produtiva; e princípio 12, nas áreas de suporte e
produtivas.
Já na comparação entre os diferentes níveis hierárquicos, destaca-se a diferença de percepção entre os
níveis mais altos da organização e os níveis mais próximos a setores operacionais. Enquanto a padronização
das atividades encontra-se entre os princípios mais incorporados pelos entrevistados segundo os níveis mais
altos da hierarquia, aos demais gestores este princípio está entre aqueles que apresentam maior potencial de
desenvolvimento. Destaca-se ainda, a filosofia de longo prazo, para os gerentes; o desenvolvimento de
líderes, para os coordenadores e líderes; o desenvolvimento de pessoas, para os coordenadores; e o respeito
entre parceiros para os líderes, como os princípios com pontuações mais altas. Contudo, para os gerentes, os
princípios relacionados ao nivelamento de trabalho e decisões por consenso encontram-se ainda com médias
baixas. Para os coordenadores, a necessidade de desenvolvimento é maior nos princípios relacionados ao
nivelamento de trabalho e padronização de atividades. E para os líderes, nos princípios que tratam da ultura
de parar e resolver e de observação pessoal no processo.
Através da pesquisa realizada e aplicada, foi possível alcançar os objetivos definidos no início deste
estudo, contribuindo ainda com a empresa X com sugestões de melhoria e outros possíveis estudos que
poderão ser realizados a fim de melhorar a percepção da incorporação dos 14 princípios Lean propostos por
Liker.
REFERÊNCIAS
BASTOS, A. L. A.; BARBETTA, P. H. Modelo para Avaliação da Internalização dos Princípios Lean
Manufacturing – Uma Validação entre os Gestores de um Setor Produtivo de uma Indústria Têxtil. IV Congresso
Brasileiro de Engenharia de Produção. Ponta Grossa, 2014.
BERNARDI, G. ; WALTER, C. Especificação dos requisitos e proposta de um modelo de referência de um
sistema de informação para produção “one-of-a-kind”. Semana Acadêmica – UFRGS – Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, 1998
LEAN INSTITUTE BRASIL, Para sistematizar a ida ao “gemba”. Disponível em:
<http://www.lean.org.br/leanmail/107/para-sistematizar-a-ida-ao-gemba.aspx>. Acesso em: 19 out. 2014.
LIKER, J. O modelo Toyota, 14 Princípios de Gestão do Maior Fabricante do Mundo. Porto Alegre: Bookman,
2005.
PIRES, S. R. I. Gestão da cadeia de suprimentos: conceitos, práticas e casos – Supply chain management. São
Paulo: Atlas, 2004.
AVALIACAO DA QUALIDADE- INSPEÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE
CONFECÇÃO
Tainá E. JORDÃO, e-mail1: [email protected]
André L.A.BASTOS, e-mail²: [email protected]
UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina.1
UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina.2
Resumo: Para alcançar a competitividade e a produtividade desejadas pelas empresas é necessário que medidas
adequadas sejam realizadas nos sistemas produtivos. Uma das medidas para melhorar tal desempenho consiste na
inspeção do produto. Além disso, as organizações devem atender cuidadosamente as especificações que os clientes
desejam nos produtos fabricados. Desta maneira, a qualidade passa a fortalecer a competitividade da empresa,
diferenciando-a das suas concorrentes, fortalece a empresa e no mercado e amplia o grau de confiança em relação aos
consumidores e de todos aqueles que fazem parte do meio. Este trabalho tem como objetivo, descrever a inspeção de
produtos como uma forma de melhoria e aperfeiçoamento da qualidade na indústria têxtil de confecção do município
de Guabiruba- Santa Catarina. A metodologia utilizada consiste em revisão bibliográfica e um estudo exploratório. As
ações desenvolvidas contribuem para a diminuição de peças de 2ª qualidade que consequentemente seriam enviadas ao
cliente, gerando o descontentamento do mesmo.
Palavras-chave: Inspeção. Qualidade. Indústria de Confecção.
INTRODUÇÃO
Atender as especificações desejadas pelos clientes deve-se constituir em uma das metas da organização, a
fim de garantir-se no mercado competitivo. De acordo com Isnard et al. (2008), o controle de qualidade
envolve todas as atividades que visam prevenir defeitos, para tanto não é só atribuída à inspeção verificar tais
defeitos. Para isso atribui-se uma série de verificações que devem ser feitas, além de analisar a matéria
prima, o produto em fabricação e o acabado e a utilização das ferramentas, inclui constatar as causas dos
defeitos, o método que foi escolhido e a determinação desejada de qualidade ao mercado.
A inspeção pode ser considerada como a etapa mais importante da avaliação do controle de qualidade,
sobretudo em duas situações: na verificação do desempenho do processo produtivo e na verificação das
características de um produto. (GARVIN, 2002). Para isto utilizam-se meios de avaliação como uma ficha de
revisão, na qual se assegura se o lote é aprovado ou reprovado.
Neste contexto o trabalho em estudo retrata a inspeção como meio de avaliação para o controle da
qualidade que visa assegurar melhorias no setor têxtil de confecção.
METODOLOGIA
Neste trabalho foi feita uma pesquisa bibliográfica, seguida de um estudo exploratório, tendo em
vista descrever a aplicação da ferramenta de qualidade em uma empresa do ramo têxtil de confecção. Na
pesquisa bibliográfica os assuntos relacionados estão ligados ao controle de qualidade. No estudo
exploratório o instrumento utilizado para o estudo é verificar in loco de que forma a inspeção acontece na
empresa estudada.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O conceito de qualidade abrange diversos sentidos nas mais distintas situações, sendo na produtividade,
nos sistemas de produção e no aprimoramento do sistema. A qualidade faz parte das metas do sistema
organizacional, podendo ser encontrada nos produtos, serviços, na eficiência dos colaboradores e
principalmente, no que se refere à satisfação do cliente, sendo estas as atribuições que o cliente faz ao
produto ou ao serviço. (OLIVEIRA apud TAFOLI 1996)
Segundo Paladini (2002) avaliar a qualidade é tão importante quanto produzir, pois quando se avalia de
forma continua, a qualidade se torna um fator estratégico para a empresa. Ao mesmo tempo em que se torna
um ponto estratégico esta avaliação da qualidade resulta também na maneira em que os desperdícios são
avaliados, de maneira que os desperdícios se tornem cada vez menores a fim de garantir uma produtividade
com maior índice de qualidade.
Nos séculos XVIII e XIX, quase tudo era fabricado por artesãos, ou seja, ainda não existia o controle de
qualidade. As quantidades que eram produzidas eram pequenas e eram produzidas na maioria das vezes por
trabalhadores habilidosos. A inspeção formal só passou a ser completamente necessária com o surgimento da
produção em massa e a necessidade de peças intercambiáveis, isto são peças que tivessem o mesmo
propósito sem que o resultado fosse prejudicado. (GARVIN, 2002). A inspeção da qualidade é um processo
pelo qual identifica se uma peça, uma amostra ou um lote atende a algumas especificações de qualidade. Na
qual detecta possíveis defeitos, para acionar ações de medidas preventivas a curto e em médio prazo.
(PALADINI, 2002)
A empresa pesquisa atua no ramo têxtil de confecção desde 1999, localizada no município de Guabiruba-
SC. Apesar de ser relativamente nova, os proprietários já estão no ramo têxtil há mais de 25 anos. Desde o
início a empresa contava com tecelagem, malharia e confecção, o que permanece ate os dias de hoje.
A empresa possui sua missão e visão estruturada com o foco de referência da área têxtil e de confecção.
Por meio de parcerias na excelência da qualidade de seus produtos assim como os novos produtos. E como
visionária a empresa quer fortalecer a marca por meio de inovação e exclusividade e ser reconhecida em
âmbito nacional.
O presente trabalho tem como instrumento de qualidade a inspeção senda esta utilizada na empresa em
estudo. A aplicaçao desta ferramenta tem como intuito garantir a qualidade das peças confeccionadas. Para
que isto aconteça , uma tabela de medidas é disponibilizada a cada inspetora, para realmente verificar se as
medidas condizem com a tabela. Outra ficha que é disponibilizada é a ficha tecnica do produto, nesta ficha
contem todas as informaçoes necessarias para que a peça seja confeccionada de forma correta. Tambem
verifica-se as estampas, sendo comprovadas atraves das mesmas ja estampadas em artigos e pinduradas em
um determinado local especifico da empresa, ficando a disposiçao de quem precisar, sendo organizadas por
clientes e na seuqencia por suas referencias. Alem disto utiliza-se tambem uma ficha de Revisão Final à qual
é aplicada apos a costura, durante todo o processo de inspeção do lote. Nesta ficha, consta se o lote foi
aprovoda ou não, caso seja reprovado deve constar quantas são de 2ª qualidade e qual o motivo.
Para manter as melhorias desejadas e estabelecer um padrão de qualidade nas peças confeccionadas, todas
as peças de segunda qualidade são verificadas e analisadas para constar o causa do problema e o que fazer
para melhorar, apos feito isto os responsaveis são cobrados se for um erro decorrente da empresa o
funcionario é cobrado para que o mesmo não se repita e se for externo ocasionado pela facçao a mesma
tambem é cobrada. Para que o mesmo não se repita a fim de melhorar a qualidade das peças. Contudo não
são gerados indicadores que apontem as quantidades confeccionadas ou estampadas com defeitos e tambem
não se realiza nenhum trabalho preventivo, pois não há uma inspetora que se dedique a isnpecionar as peças
produzidas nas facções.
CONSIDERAÇÕES
A ação realizada contribui na diminuição de peças de 2ª qualidade que seriam enviadas ao cliente
final. Na qual vale ressaltar a importância das fichas utilizadas e das amostras de estampas para comparar
com as peças produzidas. É importante supor que a inspeção de qualidade apresenta métodos eficientes, não
só para constar o resultado obtido através do processo, mas também do próprio formato em que o processo
de desenvolve ao longo do tempo.
Uma proposta futura é a implantação de ferramentas de qualidade que contribuirão ainda mais para
garantir a qualidade e gerar indicadores que proporcionem soluções para a melhoria continua na qual
satisfação à meta da empresa. Aplicar um modelo preventivo que seja capaz de minimizar as falhas antes
mesmo de chegar à empresa, como uma inspetora de qualidade que fosse a cada facção para verificar a
qualidade das peças no decorrer do processo.
REFERÊNCIAS
CASTRO, Denyse R. C. A aplicabilidade dos gráficos de controle nas empresas como modelo de inspeção para a
avaliação da qualidade. Disponível
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2012_TN_STP_158_921_20804.pdf > Acessado em 15 de março de
2015.
GARVIN, David A. Gerando a Qualidade: a visão estratégica e competitiva.Rio de Janeiro: Qualitymark Ed,2002. 4p,
18 p.
ISNARD, Junior M. et al Gestão da qualidade.9ed Rio de Janeiro: FGV,2008.
PALADINI, Edson P. Avaliação estratégica da qualidade. São Paulo: Atlas ,2002.
TAFOLI, Eduardo T. Gestão da qualidade em serviço: a busca por um diferencial pelas empresas de pequeno porte do
setor supermercadista da região noroeste paulista. Disponível em www.revista.feb.unesp.br/index.
php/gepros/article/view/174. Acessado em 20 de março de 2015.
A SUSTENTABILIDADE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA:
UM PROJETO DO PIBID NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA
SÃO JOÃO BATISTA
Carla Regiane, VARGAS, [email protected]¹
João Derli de Souza, SANTOS, [email protected]²
André Fabiano, GNOATTO, [email protected]
Beatriz Muller, BEZERRA, [email protected]
Delaine Monize, TIL, [email protected]
Jhonatan, AMORIM, [email protected]
Laudelino Jose De, NOVAES NETO, [email protected]
Madier Gulliti, VIDAL, [email protected]
Maiara, SGROTT, [email protected]
Naisa Carla, RADTKE, [email protected]
Suzan Gracieli, MODSIESKIS, [email protected]
Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE, Brusque, SC.¹,² 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Resumo: Educar para uma vida sustentável implica mudar o sistema, tendo cada vez mais o respeito à
vida, o cuidado diário com o planeta, tem sido uma das obrigações da Educação Física como
componente curricular. O projeto teve como objetivo de desenvolver praticas relacionadas a
sustentabilidade, abordando dentro do cotidiano, trabalhando jogos e atividades com materiais
recicláveis, assim desenvolvendo nos alunos pensamentos de respeito ao ser humano bem como respeito
a natureza. Proporcionando simultaneamente a vivencia da atuação docente, cumprindo assim um dos
objetivos do PIBID que é de a intervenção dos bolsistas nas escolas. O estudo desenvolvido através da
modalidade de Monitoria Paralela envolveu alunos do 4º ano do Ensino Fundamental na faixa etária dos
10 aos 12 anos. As atividades realizadas foram: Contação de história, apresentação dos materiais,
construção de brinquedos com materiais reciclados e a uma Gincana ecológica. Pode-se observar
grande participação durante as aulas de Educação Física, sendo que os alunos realizaram a maior parte
das atividades propostas. Foram identificadas melhoras em algumas capacidades, como trabalho em
equipe, a colaboração, o conhecimento quanto ao tema. Os resultados revelam um avanço qualitativo do
processo de formação de todos os envolvidos.
Palavra-Chave: Sustentabilidade, Educação Física, Projeto, PIBID
INTRODUÇÃO
A intenção de realizar este projeto surgiu da necessidade da sociedade atual
educar para a sustentabilidade onde o educar para uma vida sustentável implica mudar o
sistema, tendo cada vez mais o respeito à vida, o cuidado diário com o planeta. A
relevância deste projeto se justifica pela importância que vem sendo atribuída aos
valores fundamentais, princípios éticos e conhecimentos como respeito à terra e a toda a
diversidade da vida; cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e
amor; construção de sociedades democráticas que sejam justas, participativas,
sustentáveis e pacíficas (ABREU.; CARNEIRO, 2009).
A educação física como disciplina curricular tem a obrigação de seguir as
orientações curriculares onde a educação para um desenvolvimento sustentável é
considerada um dos princípios fundamentais, assim como também mostrada nos PCNs
(BRASIL, 1998). Docentes da Educação Física além do trabalho pedagógico com
jogos, esporte, ginástica, luta, dança - atividades rítmicas e expressivas e conhecimentos
sobre o próprio corpo têm tentado inserir as questões socioambientais para esta área do
conhecimento, possibilitando a disciplina desenvolver nos sujeitos-educandos, valores e
atitudes de responsabilidade para com o meio ambiente(GADOTTI,2008).
Para Demo (2000), a necessidade de relacionar teoria e prática e a superação da
ideia de pacotes didáticos como forma de fazer ensino e despertar aprendizagens. Para
ele, a se criar condições de criatividade, via pesquisa, para construir soluções,
principalmente diante de problemas novos. Diante deste contexto, surge o Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência/CAPES, e a ideia de colaborar com
projetos pedagógicos de formação de professores possibilitando a difusão de
experiências e inovações no processo de formação inicial. Para a Educação Física,
novas portas são abertas no currículo e novas possibilidades de experimentação
pedagógica e aproximação do campo profissional potencializarão as inter-relações com
as necessidades da comunidade escolar.
O projeto teve como objetivo de desenvolver praticas relacionadas a
sustentabilidade, abordando dentro do cotidiano, trabalhando jogos e atividades com
materiais recicláveis, assim desenvolvendo nos alunos pensamentos de respeito ao ser
humano bem como respeito a natureza. Proporcionando simultaneamente a vivencia da
atuação docente, cumprindo assim um dos objetivos do PIBID que é de a intervenção
dos bolsistas nas escolas.
METODOLOGIA/ATIVIDADES
O estudo desenvolvido através da modalidade de Monitoria Paralela envolveu
alunos do 4º ano do Ensino Fundamental na faixa etária dos 10 aos 12 anos.
Foram realizadas atividades :
- Contação de história do Livro “nem tudo é Lixo” (figura 1);
- Demonstração dos materiais, através de imagens e vídeos e também de maneira
concreta (figura 2)
- Elaboração de teatro sobre o tema sustentabilidade (figura 3);
- Construção da bandeira do Brasil com material reciclado (figura 4);
- Brinquedos com materiais reciclados. As crianças montam brinquedos feitos com
materiais reaproveitáveis para estimular aspectos como hábitos sustentáveis,
curiosidade, trabalho em equipe, aprendizagem na prática. Tudo de forma
multidisciplinar, passando por conteúdos que vão da origem do material a ser
trabalhado.(Figura 5)
- Gincana Ecológica, como diversas tarefas utilizando de materiais reciclados ou da
natureza.(Figura 6)
Figura 1 – Contação de História-Nem tudo é Lixo
Fonte:Vargas (2014).
Figura 3- Apresentação do teatro
Fonte: Vargas (2014).
Figura 2 – Apresentação das imagens
Fonte: Vargas (2014).
RESULTADOS DA EXPERIENCIA
Através do trabalho realizado, percebe-se que desde o início das aulas os alunos
gostaram da metodologia das aulas, bem como a prática, sugerindo-se assim atividades
diferenciadas. Pode-se observar grande participação durante as aulas de Educação
Física, sendo que os alunos realizaram a maior parte das atividades propostas. Foram
Figura 4- Construção daBandeira do Brasil
Fonte:Vargas (2014).
Figura 5- Construção das brincadeiras com materiais
reciclados Fonte:Vargas (2014).
Figura 6- tarefa: Ponte de Jornal
Fonte: Vargas (2014).
identificadas melhoras em algumas capacidades, como trabalho em equipe, a
colaboração, o conhecimento quanto ao tema. O trabalho desenvolvido nos mostra a
importância de possibilitar aos alunos atividades diferenciadas que despertem o prazer
em vivenciar a Educação Física no ambiente escolar, e de ampliar os seus
conhecimentos a respeito da prática da atividade física.
Outra reflexão do trabalho refere-se ao processo de construção das atividades
pelo trabalho coletivo. Pode-se perceber que este modelo de construção coletiva
demonstra eficácia, pois houve avanço por parte da equipe dos bolsistas e dos alunos.
Trabalhar coletivamente tem produzido resultados significativos não somente na
apropriação teórico-metodológica do processo de conhecimento da realidade, mas pelas
interações, diálogos e superação de conflitos, num rico processo de sociabilização dos
sujeitos-participantes. E o despertar para responsabilidade socioambiental, além de
possibilitar aos envolvidos uma nova forma de lidar com a natureza.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista o compromisso e empenho apresentados por todos os integrantes
do Subprojeto PIBID, o respaldo oferecido pela UNIFEBE e pela GERED Brusque,
através da escola parceira, os resultados revelam um avanço qualitativo do processo de
formação de todos os envolvidos. Através de relatos dos alunos da escola e dos
bolsistas, constata-se que as experiências oportunizadas pelo Subprojeto possibilitam
uma ampla compreensão do âmbito escolar e seus atores, da natureza da Educação
Física como componente curricular e preparando-os para atuação docente. Desta forma
as atividades realizadas podem contribuir na reflexão sobre as questões pedagógicas da
Educação Física e as questões Socioambientais e ampliando a abrangência de ambos os
conhecimentos no espaço escolar e assim construindo caminho para uma Educação
comprometida com a vida humana.
REFERÊNCIAS
1ABREU, M. J. M.; CARNEIRO, S. M. M. A relação entre a educação física e a educação ambiental –
um estudo na rede municipal de ensino de Curitiba. IX Congresso Nacional de Educação –Educere-
Puc Paraná, 2009.
²BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação física:
Ensino de quinta a oitava séries / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998.
3DEMO, Pedro. Pesquisa e Construção de Conhecimento: metodologia científica no caminho de
Habermas. 4. ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2000.GADOTTI
4GADOTTI, M.Educar para a sustentabilidade. Inclusão Social, Brasília, v. 3, n. 1, p. 75-78, out.
2007/mar. 2008
Aplicação dos 5S em uma empresa de confecção de roupas da cidade de
Brusque – SC
Marcio Fernando, MAFFEZZOLLI, [email protected]
André Luis Almeida, BASTOS, [email protected]
Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina.1
Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina.2
Resumo: A presente pesquisa realizada em uma empresa de confecção de roupas localizada na cidade de Brusque
– SC apresenta a fundamentação conceitual, a aplicação e a importância da ferramenta 5S para a qualidade, esta
ferramenta divide-se em 5 sensos e mostrará o passo a passo de cada senso: senso de descarte, senso de organização,
senso de limpeza, senso de higiene/saúde e senso de disciplina. Mostrará os retornos favoráveis que ela trás, ajudando
ela a se manter no mercado competitivo com sua aplicabilidade, seus benefícios como a busca pela melhoria continua e
mudança organizacional na qualidade do trabalho e dificuldades como a de motivação e manutenção após o programa
implantado. Como resultados alcançados, podem-se destacar a organização da empresa, liberação de espaço físico,
motivação e envolvimento dos colaboradores e gerentes, e melhoria na qualidade dos produtos e processos. É uma
ferramenta de aplicação básica, todavia se aplicada corretamente pode trazer bons benefícios a empresa.
Palavras-chave: qualidade, programa 5 sensos, confecção de roupas, melhoria
INTRODUÇÃO
A concorrência entre as empresas se tornou acirrada, obrigando elas a se adaptarem a este cenário de
forte concorrência que se formou nos últimos anos. Assim a implantação de programas de gestão da
qualidade surgiu como uma estratégia para as empresas conseguirem se firmar no mercado. Com isso em
mente, na década de 1950 no Japão, Kaoru Ishikawa criou o programa 5S, ou cinco sensos. Este método
ficou conhecido por melhorar significativamente a qualidade dentro das empresas que a utilizaram. Todas as
empresas procuram por uma melhora na produtividade, contudo esbarram em deficiências comportamentais
de seus colaboradores, são essas empresas que devem implantar o 5S.
METODOLOGIA
Este trabalho é uma pesquisa bibliográfica, com a aplicação pratica da ferramenta 5S na empresa. O
trabalho foi desenvolvido através de pesquisas e analises das melhorias nos processos, tentando verificar os
problemas ocorridos na empresa, analisá-los e eliminá-los.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os cinco sensos
Diante do problema da concorrência, programas como o 5S vem sendo empregado em busca de um
futuro melhor para as empresas. Segundo Delgadillo et al(2006) ele é um aliado nas estratégias de melhoria
nas organizações, pois é uma proposta que visa reeducar as pessoas, recuperar valores, buscar a melhoria no
ambiente de trabalho, aumentar a produtividade, não descuidar da saúde e segurança, modernizando as
organizações, e o mais importante, busca a conscientização das pessoas para a cidadania.
O 5S ou 5 sensos, foi desenvolvido no Japão por Kaoru Ishikawa na década de 1950, e se apresenta como
uma ferramenta capaz de promover mudanças culturais e aumentar a produtividade das empresas por meio
do combate aos desperdícios de tempo e de materiais, promoção da auto disciplina e da integração entre os
colaboradores (CHARANTIMATH, 2006).
Com o objetivo de alavancar a economia japonesa destruída pós a segunda grande guerra o professor da
universidade de Tóquio Kaoru Ishikawa e o professor Nakaigawa do departamento de defesa japonesa
visitaram algumas empresas americanas. Gostaram tanto do que vira nas empresas americanas, que ao
retornar ao Japão desenvolveram um método para a melhoria da qualidade, o 5S. Segundo RIBEIRO et
al(1994, p. 15), é uma prática desenvolvida no Japão, onde os pais ensinam a seus filhos princípios
educacionais que acompanham até a fase adulta.
A sigla 5S refere-se às iniciais de cinco palavras japonesas: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke.
Traduzindo para o português respectivamente: Senso de Descarte, Senso de Organização, Senso de Limpeza,
Senso de Higiene/Saúde e Senso de Disciplina. Sendo este último (SHITSUKE) responsável por manter
vivos os quatros primeiros “S”.
O 5S pode ser praticado por qualquer sociedade, empresa ou até família, pois tem o objetivo de
transformar as organizações e a atitude das pessoas, aumentando a produtividade, reduzindo os custos,
eliminando desperdícios e assim melhorando a qualidade de vida dos funcionários
Segundo SILVA et al (1994, p. 19), “a partir de maio de 1991, quando o programa foi lançado
fortemente no Brasil, sua importância fundamental na criação do ambiente da qualidade total tem sido
reconhecida amplamente pelas organizações, incluindo muitas das maiores e melhores empresas sadias no
país”.
Os benefícios do 5S para a empresa são consideráveis, visto que, ele muda a maneira de pensar das
pessoas, favorecendo a implantação de práticas de melhoria contínua e mudança organizacional na qualidade
do trabalho.
A maior dificuldade das empresas é em manter o programa funcionando depois de iniciado, pois é
preciso que todo o ambiente se transforme desde a diretoria ao operário, é necessário o empenho e a
autodisciplina de cada um para que tudo ocorra corretamente e o programa seja realizado com sucesso.
Segundo Barreto (1997), na indústria de confecção brasileira o que se encontra é o improviso, visto que
pessoas sem nenhum conhecimento técnico e também de supervisão costumam comandar e coordenar as
Pequenas e Médias Empresas (PMEs), sendo que nem sempre conseguem se adequar às normas exigidas e
implantar métodos efetivos de gestão.
Todos buscam um bem comum no lugar onde trabalham: o sucesso de sua empresa. Por isso o descarte
de itens sem utilidade, liberação do espaço de trabalho, normas de organização, saber diferenciar o certo do
errado, arrumação, locais limpos sem presença de pó, são essas condições que deixam o funcionário
empenhado em realizar um bom serviço dentro de sua empresa, pois assim ele é capaz de realizar um bom
trabalho, em equipe ou não, melhorando dia após dia.
Conceitos
Seiri - Senso de descarte: Conhecido também como senso de utilização visa descartar tudo o que é
desnecessário. Consiste em colocar os objetos em ordem de importância, classificando-os em seu grau de
utilidade, ou seja, uso com alta, media ou baixa freqüência. A aplicação desse senso é um meio de aproveitar
o espaço disponível por meio da eliminação de ferramentas quebradas e obsoletas, lixo e excesso de matéria
prima (BALACHANDRAN; CHANDRASEKARAN, 2009).
Seiton – Senso de organização: Cada coisa em seu lugar para o pronto uso, pois assim não há desperdício
de tempo. Há uma diminuição do cansaço físico, economia de tempo e facilita a tomada de medidas
emergenciais. Primeiro define-se um lugar para os objetos, em seguida deve-se definir como guardar as
coisas e por último obedecer às regras.
Seiso – Senso de limpeza: Cada pessoa deve limpar a sua própria área de trabalho e conscientizar o grupo
para não sujar. Todos devem ver o local de trabalho sob a ótica de um visitante tendo a preocupação de
causar uma boa impressão. È importante que para cada área de trabalho tenha seus responsáveis pela
limpeza. Um ambiente limpo facilita a visualização de itens estragados e melhora a imagem com seu cliente.
Seiketsu–Senso de higiene/saúde: Engloba a organização, limpeza e utilização, mantendo as condições
de trabalho favoráveis à saúde física e mental. Tal senso consiste em padronizar as atividades dos 5´S,
estimulando o aparecimento de eventuais anormalidades e combatendo as mesmas. A definição deste senso
também inclui as boas condições de iluminação e climatização do ambiente de trabalho (GULATI, 2009).
Busca o bem estar dos funcionários, pois com boa saúde a disposição aumenta melhorando a produtividade
Shitsuke - Senso de disciplina: Os resultados serão imediatos se houver a disciplina para aplicação deles.
Sem a disciplina os outros sensos não funcionam, sendo ela então o senso mais importante. Tem que agir de
maneira certa naturalmente, em harmonia com todos os membros da empresa, e concordar em se
comprometer com as normas e padrões éticos. Realizar o combinado.
A Empresa
Este estudo foi realizado em uma empresa de confecções de roupas localizada na cidade de Brusque no
estado de Santa Catarina (SC). Nela atuam o dono, três colaboradores administrativos e um talhador. A
empresa trabalha apenas com talhação própria sendo a parte da costura terceirizada. Atende o mercado da
região sul do Brasil e contem marca própria. Tem um faturamento variável de acordo com a demanda do
mês.
Aplicação
O estado de Santa Catarina onde fica localizada a empresa tem a maior concentração de indústrias do
setor têxtil na América Latina (8.321). O segmento exporta acima de US$ 260 milhões e, dos setores
industriais, é o que emprega mais gente: 155 mil pessoas.
O primeiro passo dado pela empresa foi a implantação do Senso de descarte, onde os itens identificados
que não tinham mais utilização ou estavam com defeitos foram enviados para a “área de descarte” ou para
uma manutenção.
Feito o descarte, seria necessário analisar agora o senso de organização da empresa. Ficaram definido os
locais específicos para as ferramentas utilizadas na talhação, tais como, talhadeira, tesouras, moldes entre
outros. Todos os itens foram identificados e colocados próximos a sua respectiva área de atuação, evitando
assim o desperdício de tempo e o cansaço físico. Arquivos e pastas também foram identificados e
padronizados de acordo.
Pela seqüência, o senso de limpeza e bem-estar do funcionário seria o próximo item analisado. Foi
realizada uma limpeza geral no banheiro da empresa e cartazes sobre higiene pessoal e aromatizantes foram
colocados no local. Em relação às áreas de serviço cada pessoa limpava o seu respectivo espaço de trabalho,
além disso, práticas para a diminuição de sujeira gerada foram discutidas e analisadas. Foi melhorada a
iluminação do ambiente e a climatização visto que o local de trabalho no verão era muito quente.
Para a aplicação do senso de disciplina foi utilizado o recurso fotográfico, mostrando o antes e depois da
empresa e suas melhorias para que os funcionários continuem motivados na aplicação do 5S. Todos os
envolvidos no projeto visualizaram a melhora que o 5s proporciona, sendo assim mais um fator para a
motivação dos funcionários.
Para a eficácia do programa 5S é importante o uso de avaliações para que o mesmo vire uma rotina na
empresa, assim o programa vem sendo monitorado por todos os funcionários onde cada um faz a sua parte e
ajuda o próximo o monitorando também. Até então, a empresa não havia iniciado nenhum programa de
gestão da qualidade, embora já tivesse adotado alguns mecanismos para controle de não-conformidades e
abortado posteriormente. Reuniões semanais começaram a ser realizadas para ver se o programa esta sendo
implantado corretamente, nas quais ocorreram brainstormings, distribuição e acompanhamento da execução
de tarefas contidas no Plano de Ação do Programa 5S.
Como o programa começou agora na empresa os resultados esperados ainda não ocorreram totalmente,
porem melhorias já foram percebidas, como uma melhor qualidade no produto e funcionários mais
motivados, com o tempo espera-se que os resultados ocorram como o previsto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em pouco tempo do programa 5S sendo executado na empresa, pode-se notar uma melhora significativa,
principalmente no estimulo para as pessoas realizarem seu trabalho corretamente. Tudo se encontra
organizado e de fácil acesso aos colaboradores da empresa. Todavia a prática no Brasil tem que ser
aperfeiçoada, visto que no Japão é ensinada para as crianças desde muito cedo e no Brasil isso não ocorre.
Portanto deve-se tentar lembrar aos colaboradores da empresa sempre que possível a importância e os
benefícios trazidos por esse método e mostrar como ela é essencial para o dia-dia dentro da empresa
II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 10 a 12 de setembro de 2012, Brusque – SC
.
REFERÊNCIAS
DELGADILLO, S. M. L. T.; LOUREIRO JUNIOR, A.; OLIVEIRA, E. Repensando o método 5S para arquivos.
Revista Eletrônica de Biblioteconomia, n. 22, 2006.
BARRETO, A. A. M. Qualidade e Produtividade na Indústria de Confecção. SENAI: Londrina, 1997
CHARANTIMATH, P. M. Total Quality Management. 1. ed. New Delhi: Dorling Kingsley, 2006
SILVA, João Martins. 5S: o ambiente da qualidade. 2. ed. Belo Horizonte: Littera Maciel, 1994.
RIBEIRO, Haroldo. A base para a qualidade total 5S. 9. ed. Salvador: Casa da Qualidade, 1994.
BALACHANDRAN, V. & CHANDRASEKARAN, V. Office Management. New Delhi: The McGraw Hill
Companies, 2009.
GULATI, R. Maintenance and Reliability Best Practices. 1. ed. New York: Industrial Press, 2009
MOURA, Moacir et al. Arrumando a casa com qualidade. Curitiba: APRAS, 1996.
A CONCEPÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DAS EMPRESAS
LOCALIZADAS NO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE - UNIFEBE
Carina, SANTOS MARAFIGA, [email protected]
Rafael, IMHOF2
Siliane, FERRARI VOLTOLINI
Janilson, LOTÉRIO4
Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina.1
Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina.2
Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina.3
Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina.4
Resumo: Este projeto é uma parte de um trabalho de iniciação cientifica que ainda está em desenvolvimento. A
proposta deste trabalho visa inicialmente compreender o conceito de sustentabilidade, pois é possível encontrar na
literatura muitas definiçõe para esse termo, que vão muito alêm da questão ambiental. Após essa etapa, haverá
aplicaçãode um questionário com as empresas instaladas na UNIFEBE, no campus do bairro Santa Terezinha. A
definição dessa amostra está baseada na argumentação de que se a UNIFEBE prentende ser uma instituição
sustentável seus parceiros também deverão ser. Após a aplicação serão analisados os dados com o objetivo de
identificar se as empresas são ou não sustentáveis, e com isso se for necessário, propor um plano de ação sobre o
tema a cada uma delas. Espera-se encontrar nas empresas alguns indícios de sustentabilidade, pois acredita-se que,
mesmo não compreendendo seu conceito mais amplo, todas já discutiram ou pensaram algo sobre o tema.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Empresas Sustentáveis. Conceito.
INTRODUÇÃO
A sustentabilidade é um conceito que têm se discutido largamente na atualidade, nas universidades,
na televisão, nos comerciais de produtos em geral e nas empresas. Mas o que define na verdade uma empresa
sustentável? Será que esse conceito serve somente para as empresas que geram resíduos de fabricação ou ele
pode ser um conceito geral que se aplica a todos os ramos?
Para facilitar a compreensão do conceito de sustentabilidade, Sachs (1993) a divide em cinco
classificações: a sustentabilidade ambiental, a sustentabilidade econômica, a sustentabilidade ecológica, a
sustentabilidade social e a sustentabilidade política. Essa divisão é contraposta pela visão de Shumacher
(CMMAD, 1991), que classifica somente em sustentabilidade ambiental, econômica e pessoal. Mas, essas
duas visões diferem principalmente na definição do termo ambiental, pois Shumacher refere-se ao uso
racional dos recursos, enquanto Sachs à capacidade dos ecossistemas diante da agressão humana.
O conceito descrito por Sachs (1993) refere-se à sustentabilidade como:
“Sustentabilidade ecológica – refere-se à base física do processo de crescimento e tem como objetivo a
manutenção de estoques dos recursos naturais, incorporados as atividades produtivas.
Sustentabilidade ambiental – refere-se à manutenção da capacidade de sustentação dos ecossistemas, o
que implica a capacidade de absorção e recomposição dos ecossistemas em face das agressões antrópicas.
Sustentabilidade social – refere-se ao desenvolvimento e tem por objetivo a melhoria da qualidade de
vida da população. Para o caso de países com problemas de desigualdade e de inclusão social, implica a
adoção de políticas distributivas e a universalização de atendimento a questões como saúde, educação,
habitação e seguridade social.
Sustentabilidade política – refere-se ao processo de construção da cidadania para garantir a
incorporação plena dos indivíduos ao processo de desenvolvimento.
Sustentabilidade econômica – refere-se a uma gestão eficiente dos recursos em geral e caracteriza-se
pela regularidade de fluxos do investimento público e privado. Implica a avaliação da eficiência por
processos macro social.” (SACHS, 1993)
Logo é importante compreender que a sustentabilidade é um conceito muito amplo, ultrapassando a
barreira das questões ambientais. Como o passar do anos surgem outros termos. O termo “desenvolvimento
sustentável” surgiu a partir de estudos da Organização das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas,
como uma resposta para a humanidade perante a crise social e ambiental pela qual o mundo passava a partir
da segunda metade do século XX.
Em 1986 a Conferência de Ottawa (Carta de Ottawa, 1986) estabelece cinco requisitos para se
alcançar o desenvolvimento sustentável:
- integração da conservação e do desenvolvimento;
- satisfação das necessidades básicas humanas;
- alcance de equidade e justiça social;
- provisão da autodeterminação social e da diversidade cultural;
- manutenção da integração ecológica.
Esses requisitos são destinados principalmente aos países, mas muitas empresas acabam usando eles
em suas corporações. Para a Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD,1988,
1991) os objetivos que derivam do conceito de desenvolvimento sustentável estão relacionados com o
processo de crescimento da cidade e objetiva a conservação do uso racional dos recursos naturais
incorporados às atividades produtivas. Entre esses objetivos estão:
- crescimento renovável;
- mudança de qualidade do crescimento;
- satisfação das necessidades essenciais por emprego, água, energia, alimento e saneamento básico;
- garantia de um nível sustentável da população;
- conservação e proteção da base de recursos;
- reorientação da tecnologia e do gerenciamento de risco;
- reorientação das relações econômicas internacionais
(CMMAD, 1988, 1991).
Para compreender melhor o termo sustentabilidade é importante conhecer como foi discutida essa
questão ao longo do tempo. Essa linha é apresentada por Minehira (2011).
1906 EUA lançam a Regulamentação para Inspeção de Carnes e a Lei de Alimentos e
Medicamentos.
1911 Estabelecida a primeira reserva florestal do Brasil, no então território do Acre.
1934 O Código Florestal Brasileiro e o Código de Águas são sancionados.
1961 É criada a World Wildlife Fund (WWF), em Zurique, Suíça, por um grupo de cientistas.
1962 A bióloga marinha Rachel Carson lança o livro Primavera Silenciosa, provando que
pesticidas e inseticidas contaminam o ambiente
1967 No Brasil são editados os códigos de Caça, de Pesca, de Mineração e a Lei de Proteção à
Fauna
1968 Paris sedia a Conferência da Biosfera, que debate os aspectos científicos da conservação
do ambiente natural.
1972 Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, em Estocolmo (Suécia). O termo
“sustentabilidade” começa a ser delineado.
1981 É editada a lei que estabelece no Brasil a Política Nacional de Meio Ambiente.
1987 Definido oficialmente no âmbito da ONU o conceito de “desenvolvimento sustentável” no
Relatório “Nosso Futuro Comum”, elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, que ficou conhecido como Relatório Brundtland. “O
desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias
necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível
satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural,
fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as
espécies e os habitats naturais.”
1989 Nasce o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
1990 Promulgado no Brasil o Código de Defesa do Consumidor.
1992 Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92), no
Rio, lança as bases da Agenda 21, que propõe “mudanças nos padrões de consumo”.
1992 Criação da Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS), pela Assembleia Geral da
ONU
1995 A Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU documenta o conceito de consumo
sustentável. “É o uso de serviços e produtos que respondem às necessidades básicas de
toda a população e trazem a melhoria na qualidade de vida, ao mesmo tempo em que
reduzem o uso dos recursos naturais e de materiais tóxicos, a produção de lixo e as
emissões de poluição em todo o ciclo de vida, sem comprometer as necessidades das
futuras gerações.”
1997 É ratificado o Protocolo de Kyoto, que estabelece metas de redução das emissões de gases
de efeito estufa pelas nações industrializadas. Os EUA não assinam.
1998 No Brasil, é publicada a Lei Federal nº 9.605, que dispõe sobre crimes ambientais.
2000 Com 50 milhões de assinaturas, o Manifesto 2000 para uma Cultura de Paz e de Não-
violência defende o “consumo responsável”.
2009 O Ministério do Meio Ambiente do Brasil institui 15 de outubro como o Dia Nacional do
Consumidor Consciente
2010 É declarado o Ano Internacional da Biodiversidade pela ONU.” Tabela 01: Elaborada pelos autores
Como se percebe, muitas ações governamentais já foram apresentadas sobre os temas, e também que
as dimensões da sustentabilidade vão muito além da questão do meio ambiente. A UNIFEBE vem buscando
nos últimos anos, ser uma instituição sustentável, mas o seus parceiros também buscam isso? Dessa forma
propõe-se o estudo da sustentabilidade com os seus parceiros, inicialmente com aplicação de um
questionário, adaptando o modelo usado pela revista EXAME.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada é quantitativa, qualitativa, exploratória. Composta por revisão bibliográfica
e também por questionário aplicado pelos acadêmicos para coleta de dados.
A pesquisa será desenvolvida em quatro etapas, problematização inicial, (elaboração e definição do
problema de pesquisa), organização do conhecimento (levantamento dos objetivos de estudo, pesquisa
bibliográfica e em campo), aplicação do conhecimento (análise doo dados pesquisados) e a socialização do
conhecimento (apresentação dos resultados obtidos para comunidade cientifica e acadêmica).
Diante dessas informações, o problema de pesquisa é inicialmente compreender e buscar uma
definição de o que é um Empreendimento Sustentável para a região de Brusque e identificar empresas que
tenham esse perfil, parceiras da UNIFEBE.
Objetivos:
1) Definir o que é empresa sustentável, para a região de Brusque.
2) Identificar através da definição, exemplos de empresas sustentáveis.
3) Analisar os custos e benefícios de um empreendimento sustentáveis.
4) Verificar ações dos órgãos públicos sobre o tema, e seus impactos ao empreendedor sustentável.
5) Compartilhar informações sobre o tema com outros projetos ou grupos de pesquisas da Unifebe.
Algumas questões que serão abordadas: Dimensão Ambiental
1- A empresa possui uma política ambiental? Qual?
2 - A empresa separa o óleo residual da cozinha, levando em pontos de coleta para reciclarem?
3 - A empresa separa resíduos orgânicos (sobras de alimentos) para transformar em adubo?
4- Selecione as práticas da empresa relacionadas ao consumo de recursos naturais:
3 - A empresa utiliza materiais reciclados em suas operações?
5 - Possui programas estruturados para o gerenciamento de seu desempenho Ambiental?
6 - Existe um programa específico para contratação de aprendizes?
7 - A empresa garante o acesso de todos os seus funcionários a atividades de educação e
desenvolvimento que ampliem a competência, as oportunidades de carreira e a empregabilidade,
independente do seu nível hierárquico?
8- A empresa utiliza critérios sociais para qualificação, seleção e monitoramento de seus fornecedores
de bens e serviços?
9 - Qualifique seu interesse pelos assuntos relacionados com o Meio Ambiente?
10 - Qual ação para proteger o meio ambiente você toma no dia-a-dia?
11 - A solução dos problemas ambientais, a seu ver, depende mais:
12 - O que você acha da importância da formação ambiental nos cursos de graduação, para que os
estudantes saibam como contribuir com a sustentabilidade:
13 - Como você avalia a atuação da UNIFEBE nas questões ambientais:
14 - O que o desmotivaria a separar corretamente os resíduos hoje?
15 - O que você acha do número de lixeiras pela universidade?
Com esse conjunto de perguntas acredita-se poder identificar, em consideração a dimensão ambiental, se as
empresas parceiras da Unifebe, tem o princípio da sustentabilidade em suas organizações.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nessa última década a região de Brusque vem passando por várias situações ocorridas por questões
ambientais, sendo assim, para o futuro administrador/empreendedor, é importante compreender essa
problemática, considerando o seu sentido mais amplo. Também é importante ressaltar que o tema
Sustentabilidade é um dos princípios institucionais definidos pela UNIFEBE atualmente.
A respeito de “empreendedorismo”, de acordo com De Soto (2010), essa expressão procede
etimologicamente do verbo latino “in prehendo-endi-ensum” e significa descobrir, ver, perceber, dar-se
conta. Na França ainda na Idade Média, já se utilizava do termo “entrepreneur” para designar pessoas
encarregadas de efetuar ações importantes. Segundo descrição do dicionário Aurélio empreendedor é “o que
empreende coisas difíceis; arrojado; realizador.” Pode-se perceber que ser empreendedor é algo de muito
tempo atrás. A essência durante toda a história está voltada ao novo, novas ideias, novos comportamentos,
novas maneiras de ver o papel da sua empresa na sociedade. Conforme Chiavenato (2012) o
empreendedorismo é essencial nas sociedades, pois é através dele que as empresas buscam a inovação e
preocupam-se em transformar conhecimentos em novos produtos. Percebe-se pelas palavras do autor, que a
função empreendedora vai muito além do ato de criar uma empresa. Mas sim inovar e acrescentar algo novo
à empresa, e assim para a sociedade. O ato de administrar é ser empreendedor, pois é por ele que metas
viram resultados. No mundo globalizado em que se vive, a concorrência está muito acirrada, por isso a
constante necessidade de práticas novas para administrar sua empresa.
A questão da sustentabilidade é uma tendência, que pode trazer ao mundo novas maneiras de
administrar uma empresa. Os resultados já encontrados mostram que o conceito de sustentabilidade é
conhecido, mas ainda não é totalmente compreendido por todos. Porém percebem-se indícios de
sustentabilidade nelas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como já relatado, essa pesquisa está em fase inicial, mas percebemos que por ser relativamente um
tema novo no mundo empresarial, ainda falta maturidade de compreensão por parte dos empreendedores
atuais e dos futuros empreendedores. Ainda não temos todos os dados finalizados, mas denota a necessidade
de ampliar o debate sobre o tema.
REFERÊNCIAS
CMMAD – Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. 2a ed. Tradução
de Our common future. 1a ed. 1988. Disponível em http://www.onu.org.br/rio20/documentos/ Acessado em 15 de maio
de 2015.
CHIAVENATO, I. Empreendedorismo – Dando Asas ao Espírito Empreendedor, 4ª Ed. Barueri-SP: Manole,
2012.
DE SOTO, J. H. A Escola Austríaca/ Jesus Huerta de Soto. São Paulo: Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2010.
MINEHIRA, C. Linha do tempo do consumo consciente e da sustentabilidade: Do século XIX ao ano 2010,
Akatu traça os principais acontecimentos sobre a cronologia do consumo consciente. Disponível em
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/linha-tempo-consumo-consciente-sustentabilidade-
621885.shtml?func=2 Acessado em 15 de maio de 2015.
SACHS, I. Estratégias de Transição para do século XXI – Desenvolvimento e Meio Ambiente. Disponível em
http://www.onu.org.br/rio20/documentos/ Acessado em 15 de maio de 2015.
ESTUDO SOBRE O APROVEITAMENTO DA ÁGUA DA CHUVA NA
CIDADE DE BRUSQUE
Rubens, BARTELT, [email protected]
Renata, de SOUZA, [email protected]
Bianca, de SOUZA, [email protected] Raul Otto, LAUX, [email protected]
UNIFEBE, Brusque, SC
Resumo: Este trabalho tem como objetivo principal realizar um breve estudo sobre métodos de captura e
armazenamento que permitem o aproveitamento da água da chuva para uso residencial. Tendo em vista o crescente
aumento no consumo e a escassez cada vez maior deste recurso primário e essencial a sobrevivência humana,
torna-se cada vez mais necessário o consumo racional da água, bem como a busca por novas formas de se obter este
recurso de forma sustentável. Uma das formas mais ecológicas de se obter este importante recurso hídrico é através
da chuva, sendo assim a captação e armazenamento das águas da chuva é uma forma de se obter este recurso para
posterior utilização. Mesmo que a água da chuva não seja potável ela pode ser utilizada de diversas formas, tais
como irrigação, limpeza e água servida. O presente trabalho apresenta ainda sugestões para um consumo
consciente deste importante recurso, para que a água não nos falte no futuro. A proposta de pesquisa utilizada foi
de finalidade básica, exploratória e bibliográfica. Os resultados esperados permitirão conscientizar a população da
cidade de Brusque para consumo sustentável, permitindo uma economia com os pelos sistemas de abastecimentos
de água e suas consequências.
Palavras-chave: Água, Aproveitamento, Chuva.
INTRODUÇÃO
A maior parte do Planeta Terra é constituída de água, mas somente uma pequena porcentagem desta água
está disponível para ser utilizada pelo homem. Os oceanos e mares constituem 97,2% da água existente na
Terra, cobrindo 71% de sua superfície. Além disso, há água acumulada nas calotas polares, no pico das
montanhas, no vapor atmosférico, e em profundidades não acessíveis, que não são aproveitáveis (MOTA,
1997).
A escassez da água, problema enfrentado em vários locais, é resultado do consumo cada vez maior dos
recursos hídricos, do mau uso que se faz dos mesmos, da poluição, do desperdício e, sobretudo, da falta de
políticas públicas que estimulem o uso sustentável da água. A essencialidade desse recurso natural é
indiscutível, sendo extremamente necessário para a manutenção da vida no planeta. É em virtude deste
panorama que cresce a necessidade de encontrar meios e formas de preservar a água potável, passando
necessariamente pela busca de novas tecnologias e pela revisão do uso da água pela população.1
O uso de fontes alternativas de suprimento é citado como uma das soluções para o problema de escassez
da água. Dentre estas fontes destaca-se o aproveitamento da água da chuva, por se tratar de uma das soluções
mais simples e baratas para preservar a água potável, trazendo ainda como benefício a redução do
escoamento superficial, minimizando os problemas com enchentes.1
A falta de água é problema que a cada dia esta se tornando constante em diversas residências do pais
principalmente em regiões metropolitanas onde a população é mais concentrada. Com isso torna-se
necessário a conscientização de um consumo racional da água e o desenvolvimento de novas formas de se
obter esse recurso A captação de água da chuva é uma forma de amenizar o problema. Além de amenizar os
gastos com o tratamento, gera uma enorme economia de água potável. A implantação de mecanismos de
aproveitamento de água da chuva seria uma solução de curto, médio e longo prazo para a falta de água. É
necessário captar a água da chuva antes que ela chegue ao solo para que não haja qualquer tipo de
contaminação. O telhado pode servir como um espécie de coletor de chuva onde a água escoa até a calha e é
conduzida por canos que de P.V.C, permitindo assim, armazená-las em cisternas. Com a água que
armazenamos nas cisternas podemos utilizar para diversos fins não potáveis como lavar roupas, carros,
calçadas e também a irrigação de plantações. Caso haja uma boa aceitação pela população desse sistema de
coleta e consumo de água da chuva será um grande ganho para o sistema de abastecimento de água da
cidade de Brusque.
METODOLOGIA
A proposta de pesquisa utilizada foi de finalidade básica, exploratória e bibliográfica, com a finalidade
de apresentar a população sugestões da importância do aproveitamento da água da chuva. De acordo com
Lakatos e Marconi (2007) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida através de varias fontes, ou seja, tanto em
meio impresso quanto digital.
Na a literatura pesquisada destaca que a chuva inicial é mais poluída, pois é responsável por lavar a
atmosfera contaminada por poluentes e a superfície de captação, quer sejam telhados ou superfícies no solo
(GOULD, 1999). Maestri (2003), cita que a região do Brasil que vai do Estado do Espírito Santo ao Rio
Grande do Sul tem grande potencial para ocorrência de chuvas ácidas (pH menor que 5,8). Logo, a água de
chuva desta região deve ser utilizada para fins não potáveis, principalmente nas áreas industriais, onde há
maior poluição atmosférica. A água da chuva para ser potável deve ter pH entre 5,8 e 8,6 (GROUP
RAINDROPS, 2002).
A chuva ao cair trás os elementos presentes na atmosfera, os quais poderão interferir na qualidade desta
água. Desta maneira torna-se necessário a utilização de artifícios que descartam os primeiros milímetros de
chuva, tais como filtros e separadores de água, como pode ser visto na figura abaixo:
Fonte: http://www.sempresustentavel.com.br/
A porcentagem de água consumida por atividade doméstica para um consumo diário de 200 litros por
habitante pode ser vista na tabela abaixo, onde pode ser constatado que o maior consumo de água esta na
utilização do vaso sanitário:
Figura 1: Exemplo de sistema de captação de água da chuva
Tabela 1: Porcentagem da água consumida por atividade doméstica local.
Aparelhos Consumo (%)
Descarga do vaso sanitário 41
Chuveiro 37
Pia (cozinha) 6
Bebida 5
Lavação de roupas 4
Limpeza da casa 3
Irrigação de jardins 3
Lavação de carros 1
Fonte: Sulayre Mengotti de Oliveira 2005
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As águas das chuvas não podem ser negligenciadas nas discussões sobre a falta de água, tanto para o
consumo humano, quanto para o desenvolvimento de outras atividades. Na região Nordeste do Brasil ela é
fundamental para suprir as necessidades de uso doméstico e das atividades na agricultura. Nesta região, os
rios são temporários e grande parte da água subterrânea disponível possui altos teores de sais (HANSEN,
1996). 2
Para uso humano a água da chuva também deve sofrer tratamento, filtração e cloração. O uso da água da
chuva é especialmente indicado na área rural, em chácaras, condomínios e indústrias. Em residências o alto
custo de tratamento geralmente inviabiliza o aproveitamento econômico da água de chuva para consumo
como bebida. Em uma indústria, o elevado consumo e o custo mais elevado do metro cúbico de água potável
geralmente justifica o investimento no tratamento da água da chuva. 2
A captação de água da chuva em telhado e o posterior armazenamento em cisternas se mostra a maneira
mais eficaz de se obter este recurso tão importante para a vida, pois aproveita uma fonte de água geralmente
desperdiçada, e a utilizada em beneficio humano, não somente como fonte de água, mas também como
redutor do custo de vida, o que melhora em muito a situação de famílias mais carentes. Isto pode ser
afirmando tendo em vista o baixo custo do material utilizado na confecção dos mecanismos de captura de
água, já que o material empregado na construção deste mecanismo é de fácil aquisição e não necessita de
mão de obra especializada para a sua instalação.
O material utilizado é em grande parte composto por produtos feitos de PVC, tais como canos e calhas de
chuva, os filtros são de confecção simples e também feitos de tubos de PVC, e a cisterna pode ser feita de
tijolos de barro ou blocos de cimento, ou mesmo pode ser utilizado uma caixa d'água de fibra em seu lugar.
Para a utilização da água na residencia basta construir tubulações hidráulicas separadas, uma para água
potável e outra para a água da chuva, esta não potável Recomenda-se também a utilização de vasos sanitários
com caixa acoplada, tendo em vista que essas são mais eficientes no quesito consumo de água.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa bibliográfica foi essencial para a realização deste trabalho. A metodologia utilizada
possibilitou alcançar o objetivo de sugerir novas maneiras de captar e utilizar a água.
Desta maneira coloca-se em discussão o fato de que se não começarmos a consumir conscientemente a
água, muito em breve este recurso estará esgotado. E percebeu-se pelo estudo que captação de água da chuva
para utilização é uma das maneiras mais sustentáveis e ecológicas e obtenção deste recurso, tendo em vista
que desta maneira é utilizado uma fonte de água até então desprezada.
REFERÊNCIAS
1- Annecchini, Karla Ponzo Vaccari. Aproveitamento da Água da Chuva Para Fins Não Potáveis na Cidade de Vitória
(ES), 2005. 150f. Dissertação Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal do
Espírito Santo
2- Oliveira, Sulayre Mengotti de. APROVEITAMENTO DA ÁGUA DA CHUVA E REÚSO DE ÁGUA EM
RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES: ESTUDO DE CASO EM PALHOÇA – SC. 2005. 149f. Trabalho de Conclusão
do Curso de Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina.
3- Urbano, Edison. Aproveitamento De Água De Chuva De Baixo Custo Para Residências Urbanas. Disponível em:
http://www.sempreustentavel.com.br/hidrica/aguadechuva/agua-de-chuva.htm . Acessado em 17 de março de 2015
4- MAESTRI, R. S. Análise Custo-Benefício para o Aproveitamento da Água da Chuva em Florianópolis. Trabalho de
Conclusão do Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental: UFSC. Florianópolis, 2003
5- HANSEN, S. Aproveitamento da Chuva em Florianópolis. Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Sanitária:
UFSC. Florianópolis, 1996.
SISTEMA DE INFORMAÇÃO APLICADO A GESTÃO AMBIENTAL
NA UNIFEBE
Jonathan, NAU, [email protected]
Wagner, CORREIA, [email protected]
Pedro Sidnei, ZANCHETT, [email protected]
UNIFEBE, Brusque, Santa Catarina
Resumo: A aplicação de uma gestão ambiental eficiente, retribui à instituição que a desenvolve uma visão mais
solidaria para com a sociedade e o meio em que está inserida. A tecnologia da informação (TI) está inserida
em todas as áreas e, trabalhar gestão ambiental nela, server como área de apoio e estratégica. Fornecendo
informações através da internet para os mais diferentes públicos ou realizando processamento, mapeamento de
recursos ambientais. A universidade exerce um papel importante em sua comunidade local e na sociedade.
Poderá, orientar e promover novas estratégias de educar a população para um pensamento mais consciente e
sustentável com o meio ambiente, por meio de um portal online, ou através de trabalhos de extensão realizados
nas escolas da comunidade. A proposta de um sistema de informação, aplicada a gestão ambiental pelo Centro
Universitário de Brusque, poderá divulgar seus projetos e pesquisas na área ambiental, além de cases
aplicados em empresas que apresentaram sucesso também poderá realizar trabalhos com escolas, o portal
fornecerá jogos e conteúdo interativo para utilizar com estudantes de ensino fundamental e ensino médio,
mostrando uma forma de aprendizado diferenciada. Por meio deste portal online, será possível concentrar
informações referentes à riscos ambientais, oferecendo auxilio à população como por exemplo nos períodos de
chuvas fortes e enchentes.
Palavras-chave: projeto de sistemas de informação, gestão ambiental, unifebe.
INTRODUÇÃO
A universidade comunitária tem um papel importante no desenvolvimento de sua região, através
de projetos de pesquisa e extensão, consegue trazer maior evolução e agregar valor à comunidade em
que está inserida. O atual projeto tem por objetivo sugerir a criação de um sistema de informação que
disponibilize conteúdo online para o público em geral, da região de Brusque. Servindo como
ferramenta de apoio e estratégica aos projetos ambientais que venham a ser desenvolvidos na
UNIFEBE. Através de um portal online voltado à gestão ambiental, pode-se divulgar os projetos de
pesquisa na área, fornece conteúdo educativo à estudantes de ensino fundamental e ensino médio e
também entrar em parceria com universidades do mundo todo referente a projetos correlacionados
como por exemplo exibindo informações focadas de chuva relacionadas à estiagem e cotas de rio,
extraídas através da técnica de Data Mining de outros sistemas.
Através de um portal online, pode se trabalhar uma gestão ambiental, de forma que não seja
apenas comportamental, ou seja, instruído à população sobre como usar recursos ambientais, mas
promover campanhas na comunidade que incentivem à coleta do lixo eletrônico, que habitualmente
com a aceleração do surgimento de novos dispositivos, o descarte passa a ser feito com maior
frequência.
“Destaca-se em um estudo da ONU (2010), que o Brasil está em primeiro lugar entre os países
emergentes que mais geram resíduos sólidos provenientes de aparelhos eletrônicos usados, como
computadores, celulares, televisores de alta definição, notebooks, smartphones, aparelhos de mp3,
impressoras, escâneres e todo o tipo de acessórios que estão presentes no modo de vida
contemporâneo. ” (RECI3E, 2015).
Sistemas voltados à temas como sustentabilidade e meio ambiente, possuem uma grande
abrangência, desde fornecimento de informações à população na internet, contribuição na educação e
instrução da população, controle de recursos ambientais, controles de produção focados em
sustentabilidade, e prevenções. Instrumento transformador para conscientizar a população a ter mais
cuidado com a gestão ambiental cultivando nova cultura de respeito ao meio ambiente.
III Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de junho de 2015, Brusque – SC
Como exemplos de sistemas de informação aplicados à gestão ambiental, temos na região do Vale
do Itajaí (Santa Catarina), o projeto SISGA, desenvolvido na Universidade Regional de Blumenau
(FURB), possui uma ferramenta online que permite verificar o critério de avaliação de uma empresa
em relação ao meio ambiente, desta forma fornece em tempo real indicadores sobre a degradação
ambiental a partir dos dados passados para a ferramenta, onde qualquer um com acesso à internet
possa utilizar, além de fornecer conteúdos educativos. Outros exemplos, são empresas que possuem
alguma política de gestão ambiental, como Gerdau e Malwee, que aplicam a gestão ambiental
inclusive em sua produção e práticas diárias.
“Acredita-se que a continuidade do negócio está relacionada ao nosso desempenho na área
ambiental. Essa preocupação está refletida em nossas práticas diárias, nos investimentos para
atualização contínua dos equipamentos e nos programas de estímulo à conscientização ambiental. ”
(GERDAU, 2015).
METODOLOGIA
Os problemas referentes a gestão ambiental até a década de 1960 era um tema restrito a um
pequeno grupo de ecologistas, pois suas preocupações não faziam parte dos problemas concretos da
sociedade naquela época. Hoje a humanidade reconhece a gravidade da crise ambiental, que não
decorreu da irresponsabilidade de alguns, mas que é reflexo do modelo de desenvolvimento e
produção atual. Algumas causas são apontadas para explicar a degradação do meio ambiente, tais
como: a indústria moderna, o aumento populacional e o consumismo supérfluo.
Para combate de toda degradação do meio ambiente utiliza-se de pensamentos da gestão
ambiental, porém apenas com a gestão ambiental não conseguimos desenvolver técnicas para acabar
ou ao menos diminuir a crise ambiental. Para isso a gestão ambiental pode-se utilizar dos sistemas de
informação para aplicar técnicas e ferramentas que fazem com que suas teorias entrem em prática,
criando políticas, práticas, procedimento e ferramentas que objetivam melhorias no desempenho
ambiental.
Nos dias atuais a informação vem sendo um fator decisivo na gestão das organizações (Empresas
ou Universidades), por se tratar de um fator decisivo ela acaba sendo um recurso importante e
indispensável dentro e fora das organizações. Para um melhor aproveitamento da informação criou-se
os sistemas de informação, que nasceram com o objetivo de coletar, processar e transmitir dados entre
usuários, máquinas e processos.
“Um sistema de informação pode ser definido como um conjunto de componentes inter-
relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informações,
com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo
decisório em organizações,” (Laudon, Kenneth C., Laudon, Jane Price, 1999).
Com um sistema de informação temos em mãos uma ferramenta onde podemos alimentar com
dados, processa-los, compara-los e consulta-los, isso é de extrema importância para as pessoas que se
utilizam dessas informações para as tomadas de decisão. Em uma universidade a implantação de um
sistema para a gestão ambiental é vital, não só no sentindo de gerenciamento interno, mas sim na
criação de uma plataforma online que disponibilize conteúdos, práticas, jogos e informação para seus
alunos, colaboradores e comunidade. Hoje a implantação desses sistemas em uma universidade não é
mais um diferencial e sim algo necessário, principalmente pelo papel dela na comunidade local.
Um sistema online de gestão ambiental permite para a UNIFEBE uma aproximação maior com a
comunidade. Através desse sistema pode-se gerar conteúdo orientando e informando a comunidade,
além disso com novos estudos utilizando a técnica Data Mining pode-se emitir a comunidade alertas
com relação aos acontecimentos na região, tais como enchentes, deslizamentos e áreas de risco.
As pessoas terão uma plataforma online disponível a qualquer momento para consulta, vão ter isso
em apenas um lugar e ainda poderão receber alertas de algumas situações de perigo, facilitando desta
forma o acesso a informação. A plataforma vai permitir uma comunicação mais fácil com a
comunidade, atraindo a atenção das pessoas que até então não eram interessadas pelo assunto ou que
não achavam conteúdos como esse disponibilizado em algum lugar.
Algumas universidades já vêm adotando esses portais para acesso a informação, um exemplo
prático próximo a nossa região seria a FURB (Universidade Regional de Blumenau), através de seu
portal online que pode ser acessado no link “http://www.inf.furb.br/sisga/”, possuiu uma área que trata
III Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de junho de 2015, Brusque – SC
da gestão ambiental, onde disponibiliza suas informações através de textos, jogos educativos, cartões
personalizados e histórias para toda a comunidade.
Além das universidades as empresas também estão se voltando para os sistemas de gestão
ambiente, a Ricoh Brasil possui um sistema de informação ambiental que tem por objetivo a tomada
de decisão e a promoção de projetos ecológicos. Através de dados coletados e processados a Ricoh
consegue traçar planos de ações ambientais, identificar os impactos ambientais e apoiar a tomada de
decisão. O sistema da Ricoh também permite em tempo hábil a coleta de dados sobre os efeitos da
conservação ambiental e de dados de custos ambientais, processando-os em indicadores de gestão
ambiental sustentável.
Em nossa região a empresa Cia. Hering realiza alguns trabalhos ambientais e possui um
compromisso com o meio ambiente. Ela tem em seu site as informações referentes a cada ação para
reduzir os impactos ambientais causados por suas atividades. Com essas informações disponibilizadas
de forma online todas as pessoas possuem acesso as ações que empresa vem tomando e além disso
podem contribuir dando ideias e sugestões de melhoria.
Essa cooperação entre empresas/universidades e a comunidade é interessante para resolução de
problemas ambientais que até antes não se dava atenção, ou que não se existia uma forma de
comunicação rápida e eficiente como existe hoje com os sistemas online.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este projeto proposto promovido na Unifebe irá contribuir com toda comunidade com informações
úteis e educativas. pois é capaz de atingir um público maior por um custo relativamente baixo,
disponibilizando informações referentes ao projeto e seu avanço. O site também possibilita uma certa
interação entre a Universidade e a comunidade, servindo como canal de comunicação a todos os
interessados em dar sua contribuição ao projeto seja com críticas, sugestões ou comentários,“
(KOBALL, ALEXANDRE, MICHELUZZI, DIOGO DE C., 2003).
Dentro de empresas estimulam que mais acionistas venham realizar investimentos, construção de
parques ecológicos como áreas verdes, além de afetar todo o sistema de produção da empresa, que
necessita ser adaptado para a gestão ambiental, inclusive seus sistemas computacionais.
Através de suas operações a empresa Cia. Hering tenta ao máximo reduzir os impactos ambientais
por ela causado. Em seu relatório anual, disponibilizado em seu site, ela destaca algumas ações para
sua gestão ambiental. Além de possuir uma área preservada a empresa ainda possui uma comissão
interna de conservação de energia para reduzir os impactos ambientais causados por suas ações.
A Comissão Interna de Conservação de Energia (CICE), que tem por objetivo controlar consumo
de água, energia, combustíveis, gerando indicadores e estabelecendo metas para a melhoria contínua e
mitigação de impactos. A Cia. Hering prioriza energias limpas, sendo o maior consumo de energia
elétrica proveniente de PCH’s, (pequenas centrais hidrelétricas) e matriz de combustível baseada no
uso de lenha de reflorestamento e gás natural,” (CIA. HERING, 2014).
Para a Furb o projeto SISGA trouxe a disseminação de conhecimento e informação conscientes.
Com sua plataforma online o projeto pode levar jogos educativos e conhecimentos ambientais para
regiões que antes não eram alcançadas. O projeto não mensurou quantas pessoas conseguiu alcançar,
mas seus objetivos são de desenvolver ainda mais conteúdo para levar a toda a comunidade e, além
disso, receber sugestões e críticas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A criação de um portal online focado em gestão ambiental na UNIFEBE é uma importante
ferramenta para a instituição e a comunidade. Terá um caráter interdisciplinar, onde trabalhará
diretamente com cursos que compreendam gestão ambiental em seu currículo; com sistemas de
informação no sentido de gerir e manipular a informação na ferramenta, além de mantê-la e implantar
novos requisitos de negócios; para engenharia civil e arquitetura e urbanismo poderá servir como
banco de dados para consulta de dados hidrológicos (cota de rio e nível chuva).
Com o aumento da demanda por pesquisas em área ambiental, assim como o surgimento de novos
artigos escritos por acadêmicos e professores, a ferramenta unificará todos os artigos e pesquisas em
III Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de junho de 2015, Brusque – SC
uma única base de dados, facilitando a procura dos mesmos através de buscadores online, como
exemplo Google.
Por ser tratar de um portal online, onde o número de acesso simultâneos não serão altos, os custos
tanto técnico para se desenvolver o portal, e com recursos tecnológicos (servidores e softwares)
tornam-se baixos, mostrando-se viável e útil a implantação de um portal como o mesmo. Mesmo em
locais da região onde a UNIFEBE não pode estar presente, educadores e ambientalistas conseguem ter
acesso ao portal para realizarem seus trabalhos.
REFERÊNCIAS
CIA. HERING [internet]. Relatório de Sustentabilidade – [capturado 2015 Mai 18]. Disponível em:
<http://goo.gl/Pqc0KC>. Acessado em: 18 Mai 2015.
GERDAU [internet]. Sistema de Gestão Ambiental – [capturado 2015 Mai 17]. Disponível em:
<http://goo.gl/VIxSY9>. Acessado em: 17 Mai 2015.
KOBALL, Alexandre, MICHELUZZI, Diogo de C. [internet]. Informática na Educação Baseado em Data
Warehouse com Aplicação na Gestão Ambiental – [capturado 2015 Mai 18]. Disponível em:
<http://goo.gl/LHBcne>. Acessado em: 18 Mai 2015.
LAUDON, Kenneth C, LAUDON, Jane Price, Sistema da Informação com Internet. [S.l.: s.n.]. 1999. 4 p.
RECI3E [internet]. PROGRAMA RECI3E - Tratando o LIXO ELETRÔNICO com compromisso e
responsabilidade! – [capturado 2015 Mai 08]. Disponível em: <http://goo.gl/mj5HTF>. Acessado em: 08 Mai
2015.
LEAN MANUFACTURING NA GESTÃO DE PROCESSOS
José Luiz Fernando VARGAS - [email protected] ¹
Rodrigo KOHLER - [email protected] ²
André Luís Almeida BASTOS - [email protected] ³
1 Graduando em Administração – 7º. Semestre – UNIFEBE – Brusque/SC
2 Graduando em Administração – 7º. Semestre – UNIFEBE – Brusque/SC [email protected] ³ Professor orientador – Unifebe/FURB/ESNT
Resumo
Este trabalho apresenta o sistema de gestão Lean Manufacturing como uma alternativa para solução de
um problema comum a muitas empresas: o desperdício, que gera despesas e queda na qualidade
empresarial. Para tanto, realiza-se a contextualização histórica desse sistema, bem como a descrição de
suas vantagens e desvantagens na função produção da unidade de negócios para, por fim, levantar
reflexões nas quais a produção enxuta pode ser instrumento para o cumprimento eficiente das estratégias
competitivas estabelecidas na organização.
Palavras-chave: Lean Manufacturing, Produção Enxuta, Estratégias, Organização.
1 Introdução
A função produção tem atingido cada vez mais relevância no âmbito das organizações, haja
vista que as estratégias estabelecidas para esta área podem ser capazes de oferecer variadas vantagens no
mercado competitivo, propiciando, assim, além da eficiência produtiva, sucesso no plano estratégico de
negócios da organização.
Este artigo possui como objetivo, portanto, verificar, teoricamente, sobre estratégias necessárias
à implementação do Sistema de Gestão Lean Manufacturing para melhoria da qualidade empresarial. Para
atingir tais objetivos buscou-se através da pesquisa bibliográfica encontrar as respostas necessárias,
observando tanto a teoria quanto experiências práticas relatadas em estudos publicados em livros, artigos
científicos e manuais técnicos.
2 Desenvolvimento
A expressão “Lean Manufacturing” foi traduzida em nossa língua como Manufatura Enxuta. É
uma faceta de um revolucionário sistema oriental, denominado ocidentalmente de Produção Enxuta ou
Lean Production, e possui em seu cerne várias dimensões: menores recursos, maximiza a eficiência e a
produtividade e, principalmente, maximiza a flexibilidade, sendo mais ágil, inovadora e capaz de
enfrentar melhor as mudanças conjunturais e de mercado. Em quase todos os aspectos, veio a contrapor-
se aos dois outros métodos de produção concebidos pelo homem: a Produção Artesanal e a Produção em
Massa (WOMACK et alli, 1992).
Conforme descreve o autor Martins (2005, p.404), o mesmo afirma que o Lean Manufacturing
não procura apenas eliminar o desperdício, mas também colocar o componente certo, no lugar certo e na
hora certa. A Produção Enxuta tem como foco, otimizar os processos e procedimentos através da
redução contínua de desperdícios, como, por exemplo, excesso de inventário entre as estações de trabalho
(Riani, 2006).
Tem-se então, de acordo com diversos autores (entre eles Corrêa e Corrêa, 2004; Ritzman e
Krajewski, 2004; Womack, Jones e Ross, 1992), que a filosofia da produção enxuta proporciona meios
para o alcance destas vantagens. Essa filosofia é suportada pela busca da melhoria contínua dos
processos que tem como norteadora uma meta a ser perseguida infinitamente: o “zero defeito”.
De acordo com os autores acima, a adoção da produção enxuta pode, também, demandar altos
custos em sua fase inicial, haja vista que sua implementação preconiza fortes investimentos no rearranjo
físico de sua linha produtiva.
Marchwinski e Shook (2007), Jones e Womack (2004), Rother e Shook (2003) descrevem
algumas ferramentas importantes para aplicação ao ambiente de produção: Layout Futuro, trabalho
Padronizado, SMED (Troca Rápida de Ferramentas), Sistema Puxado (Kanban e Heijunka Box), 5
Sensos, TPM (Manutenção Produtiva Total), Poka Yoke e Controle Estatístico do Processo (CEP).
Ainda conforme os autores, visando à busca pela excelência na entrega dos pedidos, reduzir
lead-time de produção e serviços, reduzir estoques, adequação da capacidade produtiva, envolvimento do
chão de fábrica em algumas decisões, planos de ações para eliminar totalmente os desperdícios na
organização e alcançar vantagem competitiva com uma produção eficiente e eficaz, para isso têm-se uma
ferramenta chamada Lean Manufacturing, que quando aplicada corretamente envolve toda a empresa na
busca pela melhoria contínua.
3 CONCLUSÃO
O Lean Manufacturing é um sistema que permite a otimização da empresa como todo tendo
como consequência o atendimento a contento das necessidades do cliente no menor prazo possível. Esta
otimização empresarial tem como principais características o menor custo possível dentro de um patamar
de qualidade superior em todos os aspectos sempre com foco na eliminação da perda.
Para que o Sistema obtenha sucesso é necessário o envolvimento de todos, o que demanda
estratégias motivacionais e avaliação constante dos processos. Estando todos envolvidos e se sentindo
responsáveis pelo desenvolvimento empresarial, é possível atingir ganhos financeiros de acordo com os
objetivos que devem ser claramente especificados e realistas.
O potencial humano e tecnológico é de grande importância em qualquer sistema de gestão,
quando valorizado o potencial humano tende a crescer. O que significa muito para o Lean Manufacturing,
pois resulta em ideias criativas para solução de problemas e ganho de produtividade. Isso evidencia a
necessidade de especial atenção para o clima organizacional para o sucesso do empreendimento e a
revolução que significa o desenvolvimento do sistema de gestão Lean Manufacturing.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração da produção e operações – manufatura e serviços:
uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2004 (cap. 20. “Just in time e operações enxutas”).
MARCHWINSKI, C.; SHOOK J. Léxico Lean. Lean Institute Brasil: 2007.
MARTINS, Petrônio G., LAUGENI, Fernando Piero. Administração da Produção. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 2005.
RIANI, A. M. Estudo de Caso: O Lean Manufacturing Aplicado na Becton Dickinson. Tese de
Engenharia de Produção - Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF / Minas Gerais. 2006, p. 44.
RITZMAN, L. P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações. São Paulo: Prentice
Hall, 2004. (cap. 13, “Sistemas de produção enxuta”).
WOMACK, J. P.; JONES, D. T.; ROSS, D. A máquina que mudou o mundo. Rio de Janeiro: Editora
Campus, 1992.
A RESPONSABILIDADE EMPRESARIAL SOCIOAMBIENTAL MEDIADA PELOS RECURSOS
HUMANOS COMO FERRAMENTA NA CONSTRUÇÃO DA EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
NAIRA MARIA PEREIRA - Universidad Evangelica Del Paraguay
EDSON ROBERTO OAIGEN - Faculdade São Francisco de Assis
MAYARA C. DE AGUIAR MEDEIROS - Faculdade São Francisco de Assis
RESUMO
A pesquisa em realização preocupa-se com o conhecimento e percepções existentes em relação a responsabilidade empresarial socioambiental, recebendo a mediação feita pela Gestão de Recursos Humanos, como ferramenta na construção da Educação para o Desenvolvimento Sustentável. A questão norteadora da pesquisa indica a pergunta que deve ser respondida: a mediação da responsabilidade empresarial socioambiental, usando a Gestão de Recursos Humanos como meio, tornar-se-á uma ferramenta para a Educação na Empresa focada nos princípios do Desenvolvimento Sustentável? A atividade econômica que encara o meio ambiente como dominável e apropriável, e não como controlável e aproveitável, é movida pela lógica da ganância do lucro imediato, de proveito em curto prazo. O meio ambiente é um sistema de relações, pois a existência e a conservação de uma espécie encontram-se subordinadas a equilíbrios entre os processos destruidores e processos regeneradores de seu meio. A pesquisa adota os alicerces de base qualitativa, prevalecendo metodologicamente o processo interpretativo, o que valida o Método Hermenêutico, principalmente. Os instrumentos de pesquisa até agora utilizados foram o ICD 01/14, Matriz Conceitual sobre as percepções de autores relacionadas aos indicadores, e o ICD 02/14 que usou a escala Likert para buscar as opiniões dos gestores de Recursos Humanos relacionadas com os indicadores presentes na Matriz Conceitual. Os resultados mostram que há necessidade de avanços no que se refere a compreensão e domínio dos fundamentos teóricos e práticos sobre o crescimento econômico e o respeito para com o ambiente. Também é reconhecido pela amostra que o ambiente é um patrimônio comum, não constituindo-se uma ameaça a ser dominada, mas um conjunto de complexas e instáveis relações que devem ser controladas, aproveitadas para o bem duradouro e dinâmico da própria sociedade.
IIl Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 1 a 3 de junho de 2015, Brusque – SC
Outro aspecto a ser salientado mostra que o meio ambiente constitui um sistema de relações extremamente complexos, muito sensível às variações de qualquer de seus fatores, desencadeando reações em cadeia, sendo que uma das características da espécie humana é a capacidade de compreender os mecanismos que comprometem sua conservação, intervindo no meio ambiente e que está na consciência do ser humano. Essa tomada de consciência é algo amortecido por duas reações psicológicas espontâneas: a confiança na capacidade de criar técnicas supostamente suscetíveis de corrigir as agressões que o homem oferece ao ambiente.
Palavras-chaves: Ambiente. Relações socioambientais. Educação para o Desenvolvimento Sustentável, Responsabilidade Empresarial, Sustentabilidade, Recursos Humanos.
PROPOSTA DE UM PLANO DE GESTÃO SOCIOAMBIENTAL PARA O
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE - UNIFEBE
Tamily, ROEDEL, [email protected]
Helouize Tuany, ASSINI, [email protected] 2 Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE, Brusque, SC.1,2
Resumo: A preocupação com o meio ambiente vem assumindo proporções cada vez maiores devido aos efeitos visíveis
de desequilíbrio provocado nos ecossistemas. Sendo assim, a responsabilidade social em questões ambientais vem se
baseando em ações de práticas tanto dos cidadãos quanto das organizações. O trabalho teve como objetivo propor um
plano de gestão socioambiental para o Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE. A pesquisa possui uma
abordagem qualitativa, sendo exploratória, descritiva e explicativa. Quanto aos métodos, a pesquisa é bibliográfica e
de estudo de caso. O plano de gestão socioambiental foi organizado pelo modelo 5W1H, tendo como propostas, o
plantio de árvores; a instalação de placas de regulamentação para a economia de energia elétrica; a implantação de
lixeiras para a coleta seletiva; a redução e reutilização de folhas de papel; a implantação dos coletores de pilhas e
baterias, e de azeite; e o marketing ambiental. As práticas sustentáveis se implantadas podem contribuir para a
redução dos impactos ambientais, e pode ser uma boa oportunidade de conscientizar os atores envolvidos.
Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável. Sustentabilidade. Plano de gestão socioambiental.
INTRODUÇÃO
A preocupação com o meio ambiente vem assumindo proporções cada vez maiores devido aos efeitos
visíveis de desequilíbrio provocado nos ecossistemas. Pensando neste cenário, muitas empresas vêm dando
uma atenção especial às práticas sustentáveis, como forma de amenizar os danos no planeta.
Embora haja muita discussão sobre o papel social, que deve ser visto como uma atividade extra e
rentável para as empresas, ainda há muito trabalho a ser feito. A população não pára de crescer e o consumo
desenfreado tem contribuído para um desperdício exagerado dos recursos naturais.
Atualmente percebe-se que não é mais suficiente que as empresas tenham apenas produtos/serviços de
qualidade, elas precisam se destacar por algo a mais, um diferencial, pois os consumidores estão mudando, e
exigindo uma postura diferenciada em relação ao meio ambiente.
A responsabilidade social em questões ambientais vem se baseando em ações de práticas tanto dos
cidadãos quanto das organizações. Constituindo-se, em sua maioria, em ações voluntárias que forçam um
comprometimento maior que a simples adesão de obrigações impostas pela legislação. (DIAS, 2011). Um
plano de gestão socioambiental, segundo o MMA (2014, p.1) “deve estabelecer os objetivos, os projetos,
atividades ou ações que serão implementadas, as metas a serem alcançadas, e as responsabilidades
institucionais [...]”.
Este artigo teve como objetivo propor um plano de gestão socioambiental para o Centro Universitário de
Brusque – UNIFEBE. Este trabalho teve como finalidade a continuação do projeto de pesquisa “Percepção e
consciência ambiental dos acadêmicos do Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE”, que ao final
constatou que 65,54% dos acadêmicos que utilizam o espaço do Centro Universitário de Brusque –
UNIFEBE não possuíam conhecimento sobre as ações e projetos ambientais que estavam sendo praticadas
pela Instituição.
Segundo a Lei nº 9795, que trata da Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA, de 25/04/1999 e
a Resolução CNE nº 02 de 15/06/2012, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais sobre a Educação
Ambiental, as Instituições de Ensino Superior (IES) devem inserir políticas de educação ambiental nos
currículos de seus cursos de graduação. Isso quer dizer, que os acadêmicos precisam conhecer as ações de
sustentabilidade socioambiental da sua Instituição ou de seus respectivos cursos de graduação.
METODOLOGIA
Quanto à abordagem esta pesquisa classificou-se como qualitativa. As pesquisas qualitativas possuem a
facilidade de descrever a complexidade de um determinado problema, compreender e classificar processos
dinâmicos.
Quanto aos objetivos, a pesquisa era exploratória e descritiva, pois a coleta de dados ocorreu através de
levantamento de material produzido pelo Núcleo de Sustentabilidade e Proppex – Pró-reitoria de Pós-
graduação, Pesquisa e Extensão, onde se terá como resultado a descrição de projetos ambientais
desenvolvidos no Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE.
Quanto aos métodos, é uma pesquisa bibliográfica, elaborada a partir de material que foi publicado e
também um estudo de caso. O estudo de caso é muito utilizado para “explorar situações da vida real cujos
limites não estão claramente nítidos; e [...] descrever uma situação do contexto em que está sendo feita
determinada investigação [...]” (GIL, 2010, p.37). A pesquisa bibliográfica foi utilizada para consultar outros
planos de gestão socioambiental em Instituições, inclusive de Ensino Superior.
Inicialmente foram descritos os projetos e ações socioambientais no Centro Universitário de Brusque –
UNIFEBE, posteriormente foi feita uma avaliação dos mesmos.
Foram consultados modelos de planos de gestão socioambiental, para avaliar se eram viáveis ao campus.
O plano de ação foi feito de acordo com Moura (2011), também conhecido como 5W1H. Este modelo não
contempla o quesito How much, que seria quanto custa, para desenvolver tal ação ou atividade. Este modelo
é uma das ferramentas de gestão mais utilizada entre os administradores.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE possui algumas ações socioambientais através dos
setores de Assessoria de Comunicação e Biblioteca. A Política de Ambientalização foi definida no ano de
2014 através do Comitê de Sustentabilidade; e são executadas atividades de extensão através de professores.
É imprescindível que sejam criados projetos que realmente caracterizem ações de redução do consumo de
recursos naturais, e que estes não sejam ações isoladas, como vem sendo feito, já que a sustentabilidade
ambiental é uma das metas do planejamento estratégico para os próximos anos. Estas ações precisam ser
compartilhadas com os acadêmicos através de material informativo, como flyers, cartazes e banners.
O desperdício dos recursos naturais vem se agravando mais a cada dia, e com isso, prejudicando o meio
ambiente. As gerações atuais precisam se engajar com estas questões, especialmente com a separação dos
resíduos, reaproveitamento dos materiais, e redução no consumo de energia elétrica. Ressalta-se ainda que os
acadêmicos, membros da sociedade como um todo, futuros profissionais nas diversas áreas do conhecimento,
podem ter um papel relevante na inovação e na definição de estratégias em gestão ambiental, que
modifiquem a vida da população em seus municípios. Então, hábitos que se fizerem presentes em sua
passagem pelo Ensino Superior, podem ser replicados em outros ambientes.
Através da utilização do método 5W1H, foram levantadas ações e sugestões de melhorias, para sanar
alguns problemas socioambientais do Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE; como a produção de
resíduos sólidos, o desperdício de água e energia, e o envolvimento dos acadêmicos nas ações promovidas
pela Instituição (Quadro 1).
WHAT
O quê?
WHY
Por quê?
WHERE
Onde?
WHEN
Quando?
WHO
Quem?
HOW
Como?
Projeto Objetivos Justificativa Local Evento ou
Prazo Responsável Ações ou método
Plantio de
árvores
- Minimizar a
sensação
térmica no
local;
- Trazer
animais
dispersores de
sementes;
- Recompor a
paisagem.
As árvores possuem
uma ação purificadora
por fixação de poeiras;
por depuração
bacteriana e de outros
microrganismos;
por reciclagem de gases
através de mecanismos
fotossintéticos;
por fixação de gases
tóxicos; amortecimento
dos ruídos de fundo
sonoro; quebra da
Estacio-
namento
O plantio
poderá ser
realizado
durante a
Semana do
Meio
Ambiente ou
no Dia da
Árvore.
Funcioná-
rios e
professores
O plantio de árvores
deverá ser de espécies
nativas. Os locais e a
disposição das mesmas
deverão ser acordados
com o reitor.
monotonia da
paisagens; valorização
visual e
ornamental.(LOMBAR
DO, 1985).
Placas de
regulament
ação para a
economia
de energia
elétrica
- Reduzir o
consumo de
recursos
naturais;
- Diminuir os
gastos com a
energia
elétrica.
A maior parte da
energia elétrica do Sul
do país vem das
hidrelétricas. Reduzir o
consumo de energia
significa poupar a água.
Salas de
aula
As placas
podem ser
fixadas a curto
prazo.
Funcioná-
rios
As placas podem ser
criadas e desenvolvidas
pelos acadêmicos do
curso de Design
Gráfico. A impressão
deverá ser custeada
pela Instituição.
Implantaçã
o de lixeiras
para a
coleta
seletiva
- Reduzir a
produção de
resíduos
sólidos;
- Participar da
coleta seletiva
do município.
Separar os resíduos
sólidos significa estar
em consonância com a
Lei nº 12.305/ 2010;
além de aumentar o
tempo de vida dos
aterros.
Corredores,
cantinas,
salas de
aula,
laboratórios,
cozinha,
setores
administrati
vos.
As lixeiras
podem ser
instaladas a
curto prazo.
Reitoria e
empresa
contratada
Em cada local, deverão
ser colocadas duas
lixeiras, uma para a
coleta de resíduos
sólidos (aqueles que
podem ser reciclados) e
outra para os materiais
orgânicos e rejeitos.
Necessita-se de
divulgação em sala, que
poderá ser feita pela
Assessoria de
Comunicação.
Redução e
reutilização
de folhas de
papel
- Estimular
práticas de
redução da
impressão;
- Reutilizar
folhas para
rascunhos.
O método de
reutilização está
diretamente interligado
com o da redução, pois
tudo que não poderá ser
reduzido deve ser
reutilizado. Após ser
reutilizado o material
deverá ser encaminhado
para empresas
recicladoras de papel.
Setores
administra-
tivos
A ação poderá
ser feita a
curto prazo.
Funcioná-
rios,
coordena-
dores e
professores.
Usar sempre o verso
das folhas para
rascunho ou para a
confecção de blocos de
anotações. Neste caso
poderá ser utilizado
espiral
para a sua confecção.
Sempre que for
impresso documento
com páginas erradas ou
quantidade de
impressão acima do
desejado, as folhas que
só foram
impressas ou copiadas
na parte da frente
poderão ser reutilizadas
no
verso, o restante deve
ser encaminhado para a
reciclagem. É
imprescindível que seja
realizada uma palestra
com os funcionários.
Coletor de
pilhas e
baterias
- Estimular o
descarte
correto de
materiais
perigosos.
Separar os resíduos
sólidos perigosos
significa estar em
consonância com a Lei
nº 12.305/ 2010.
Entrada dos
blocos A, B,
C, D e E.
A ação poderá
ser feita a
curto prazo.
A pessoa
responsável
pela
instalação
pode ser o
zelador.
O coletor de pilhas e
baterias deverá estar
acompanhado de um
banner de
sensibilização
ambiental para o
problema.
Coletor de
azeite
- Evitar a
contaminação
da água e do
lençol
freático.
O descarte de azeite e
óleo pode comprometer
o meio ambiente,
gerando a
impermeabilização do
solo, poluindo a água e
mananciais, e através de
sua decomposição,
formar o metano.
Entrada dos
blocos A, B,
C, D e E.
A ação poderá
ser feita a
curto prazo.
A pessoa
responsável
pela
instalação
pode ser o
zelador.
O coletor de azeite
deverá estar
acompanhado de um
banner de
sensibilização
ambiental para o
problema.
Marketing
ambiental
- Fazer com
que os
acadêmicos
saibam das
ações
realizadas
pela
Instituição.
A maior parte dos
acadêmicos não sabe
relatar as ações que a
UNIFEBE possui em
relação às questões
ambientais.
Entrada dos
blocos A, B,
C, D e E; e
em link
específico
no site da
Instituição.
A ação deverá
ser feita
constantement
e.
Assessoria
de
Comunica-
ção.
A divulgação dos
projetos e ações
ambientais precisa ser
feito constantemente. É
importante a criação de
um link específico no
site.
Quadro 1. Plano de gestão socioambiental.
Fonte: Sugestão da acadêmica e da professora orientadora (2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O plano de gestão socioambiental foi definido de maneira muito simplificada, tendo em vista que não há
nenhum projeto consolidado na Instituição, com exceção do reaproveitamento de banners em lona para
confecção de bolsas ecológicas. Os projetos sugeridos foram o plantio de árvores; a instalação de placas de
regulamentação para a economia de energia elétrica; a implantação de lixeiras para a coleta seletiva; a
redução e reutilização de folhas de papel; a implantação dos coletores de pilhas e baterias, e de azeite; e o
marketing ambiental.
As práticas sustentáveis, que foram definidas no plano de gestão, se implantadas podem contribuir para a
redução dos impactos ambientais, e pode ser uma boa oportunidade de conscientizar os atores envolvidos.
Também observa-se que a estratégia de vinculação de uma empresa ecologicamente consciente, favorece a
divulgação da sua imagem.
Todo empreendimento humano para ser sustentável, deve cumprir quatro “regras” básicas, são elas: ser
ecologicamente correto, economicamente viável, culturalmente aceito e socialmente justo. Por mais óbvios
que parecem ser estes conceitos, eles ainda estão longe de serem cumpridos nas empresas, grupos, pessoas e
governos, dificultando a harmoniosa vida entre o humano e o meio ambiente.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9795. Política Nacional de Educação Ambiental: aprovada em 27 de abril de 1999. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em: 13 abr. 2014.
BRASIL. Lei nº 12305. Política Nacional de Resíduos sólidos: aprovada em 02 de agosto de 2010.. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 01 abr. 2014.
DIAS, Reinaldo. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2011.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Editora Atlas, 2010.
LOMBARDO, M.A. Ilha de Calor nas Metrópoles: o exemplo de São Paulo. São Paulo: Ed. Hucitec, 1985.
MEC – Ministério da Educação. Resolução nº 02. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental:
publicada em 15 de junho de 2012. Disponível em: <http://mobile.cnte.org.br:8080/legislacao-externo/rest/lei/89/pdf>.
Acesso em: 15 abr. 2014.
MMA – Ministério do Meio Ambiente. Plano de gestão socioambiental. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/concursos-e-premios/premio-a3p/item/9170-plano-de-gestao-socioambiental>. Acesso em: 24
abr. 2014.
MOURA, L. A. A. Qualidade e Gestão Ambiental: Sustentabilidade e ISO 14001. Belo Horizonte: Del Rey, 2011.
GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO CENTRO
UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE - UNIFEBE
Tamily, ROEDEL, [email protected]
Gessy Anne Martins de, AMORIM, [email protected] 2 Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE, Brusque, SC.1,2
Resumo: Resíduo sólido, popularmente conhecido como lixo, é o material, substância ou bem descartado pela
sociedade. O gerenciamento dos resíduos sólidos é um conjunto de ações exercidas nas etapas de coleta e destinação
destes resíduos. A pesquisa tem como objetivo geral propor uma política de gerenciamento dos resíduos sólidos para o
Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE. Os objetivos específicos são diagnosticar os resíduos sólidos produzidos
pelos setores e laboratórios, classificá-los, e verificar seu destino. A pesquisa tem uma abordagem qualitativa, sendo
exploratória e aplicada. São produzidos vários tipos de resíduos na UNIFEBE, os de classe I (perigosos), os de classe
II – inertes e os de classe II – não inertes. O Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE necessita urgentemente de
um plano de gerenciamento dos resíduos sólidos, especialmente pelos tipos de resíduos que são produzidos nos
laboratórios. Ressalta-se que através das políticas de gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos nas Instituições de
Ensino Superior, podem-se solucionar vários problemas, não só para o meio ambiente, mas para a população,
promovendo assim, um destino e tratamento correto para estes resíduos.
Palavras-chave: Meio ambiente, Resíduos sólidos, Gestão de resíduos sólidos.
INTRODUÇÃO
O lixo é o resultado do progresso econômico e do sistema capitalista, que produz bens de consumo de
qualidade inferior e ciclo de vida curto, para que a população compre sempre novos produtos. O significado
de lixo e resíduo sólido são muito similares, lixo é tudo o que não se utiliza mais e, portanto foi jogado fora.
Já resíduo sólido segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos é o material, substância ou bem
descartado resultante de atividades humanas em sociedade (BRASIL, 2011).
O impacto causado ao meio ambiente pela produção de resíduos sólidos tem favorecido a busca de
alternativas para minimizar a degradação dos ecossistemas, aumentando a qualidade de vida e o bem-estar da
população (PEIXOTO et al., 2012).
A reformulação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305/2010, em seu Art.3º, inciso X,
define como gerenciamento de resíduos sólidos o “conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas
etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos [...]”.
Na UNIFEBE são encaminhados para a reciclagem, apenas os resíduos que os funcionários recolhem por
conta própria, após a limpeza das salas de aula. Apenas o material de banner é reaproveitado, mas não há
uma política definida do funcionamento do mesmo. O encaminhamento de resíduos provenientes da coleta
seletiva proporciona às empresas um comprometimento com a sociedade, pois estes seriam destinados aos
aterros. Para as empresas que reaproveitam e reciclam estes materiais, estes se traduzem na economia de
matérias-prima e de energia.
A crise ambiental dos últimos anos demonstra a complexidade do sistema gerado pelo consumismo. É
fundamental que se discuta o destino adequado dos resíduos que são produzidos na Instituição, pois a
preocupação da sociedade com o meio ambiente é cada vez maior. Se os resíduos não possuem um destino
correto, estes podem ser responsáveis pela poluição do solo, dos rios e do ar.
Este artigo tem como objetivo geral propor uma política de gerenciamento dos resíduos sólidos para o
Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE. Como objetivos específicos, diagnosticar os resíduos sólidos
produzidos pelos setores e laboratórios, no Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE; classificar os
resíduos sólidos produzidos segundo a Norma da ABNT; e verificar qual é o destino dado aos resíduos
sólidos produzidos pelo Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE.
METODOLOGIA
Quanto à abordagem, a pesquisa classifica-se como qualitativa. As pesquisas qualitativas são
interpretadas através da observação, descrição e compreensão. Suas hipóteses são feitas através da
observação e têm caráter exploratório.
Quanto aos objetivos, a pesquisa é exploratória, pois a coleta de dados ocorrerá através de levantamento
bibliográfico. Em relação à natureza do trabalho, é considerada uma pesquisa aplicada, pois tem a intenção
de auxiliar no futuro, o gerenciamento dos resíduos sólidos do Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE.
Quanto aos métodos, é uma pesquisa bibliográfica, elaborada a partir de material que já foi publicado. “A
principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma
gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente” (GIL, 2010, p.30).
Os resíduos sólidos serão organizados em tabelas, identificando os locais de origem e destino. Eles
também serão classificados segundo a Norma da ABNT, NBR 10.004:2004.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Inicialmente, é necessário definir o tipo de resíduo. Destacam-se no Quadro 1, os principais resíduos
resultantes de atividades no Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE.
LOCAIS RESÍDUOS SÓLIDOS CLASSIFICAÇÃO
Laboratório de Materiais e
Ensaios e Química
Produtos químicos Resíduos classe I - Perigosos
Vidrarias quebradas Resíduos classe II - Não inertes
Papel toalha Resíduos classe II - Não inertes
Metais Resíduos classe II - Não inertes
Óleos e graxa Resíduos classe I - Perigosos
Embalagens plásticas contaminadas Resíduos classe I - Perigosos
Laboratório de Costura
Tecidos Resíduos classe II - Não inertes
Cones de plástico Resíduos classe II - Não inertes
Papel pardo e branco Resíduos classe II - Não inertes
Banners Resíduos classe II - Não inertes
Óleo de manutenção Resíduos classe I - Perigosos
Laboratório de Maquetaria
e Materiais de Construção
Blocos de concreto Resíduos classe II - Inertes
Blocos cerâmicos Resíduos classe II - Inertes
Cimento Resíduos classe II - Inertes
Areia Resíduos classe II - Inertes
Tijolos Resíduos classe II - Inertes
Gesso Resíduos classe II - Não inertes
Madeira Resíduos classe II - Não inertes
Embalagens plásticas Resíduos classe II - Não inertes
Caixas de embalagens de papelão Resíduos classe II - Não inertes
Metais (ferro, aço, fiação revestida, arame) Resíduos classe II - Não inertes
Serragem Resíduos classe II - Não inertes
Solos Resíduos classe II - Inertes
Isopor Resíduos classe II - Não inertes
Laboratório de Fotografia Papel branco Resíduos classe II - Não inertes
Baterias Resíduos classe I – Perigosos
Laboratório de Informática
Aparelhos de CD/DVD, CPU com componentes
- fonte, placas de memória, processador,
estabilizador, fax, impressora, monitor, mouse,
nobreak, notebook, netbook, scanner; servidor,
teclado.
Resíduos classe I - Perigosos
Cabos e fios em geral Resíduos classe II - Não inertes
Salas de aula
Papel Resíduos classe II - Não inertes
Copos plásticos e embalagens Resíduos classe II - Não inertes
Latas de alumínio (bauxita) Resíduos classe II - Não inertes
Alimentos Resíduos classe II - Não inertes
Lâmpadas fluorescentes Resíduos classe I - Perigosos
Salas de atendimento
administrativo
Papel Resíduos classe II - Não inertes
Clips Resíduos classe II - Não inertes
Baterias Resíduos classe I - Perigosos
Copos descartáveis Resíduos classe II - Não inertes
Pincel atômico Resíduos classe I - Perigosos
Lápis Resíduos classe II - Não inertes
Caneta Resíduos classe I - Perigosos
Envelopes timbrados Resíduos classe II - Não inertes
Pastas Resíduos classe II - Não inertes
Cartuchos de tinta Resíduos classe I - Perigosos
Folhas de plásticos Resíduos classe II - Não inertes
Banheiros Papel higiênico Resíduos classe II - Não inertes
Papel toalha Resíduos classe II - Não inertes
Reprografia
Impressoras, CPU com componentes - fonte,
placas de memória, processador, estabilizador,
monitor, mouse, scanner; servidor, teclado.
Resíduos classe I - Perigosos
Cabos e fios em geral Resíduos classe II - Não inertes
Papel Resíduos classe II - Não inertes
Clips Resíduos classe II - Não inertes
Folhas de plástico, material plástico para
encadernações Resíduos classe II - Não inertes
Cantinas
Alimentos (inclusive cascas, folhas verdes) Resíduos classe II - Não inertes
Embalagens de papel Resíduos classe II - Não inertes
Guardanapo Resíduos classe II - Não inertes
Canudinhos Resíduos classe II - Não inertes
Copos plásticos e embalagens plásticas Resíduos classe II - Não inertes
Latas de alumínio Resíduos classe II - Não inertes
Caixas de papelão Resíduos classe II - Não inertes
Quadro 1. Principais resíduos da UNIFEBE.
Fonte: Dados da pesquisa.
Para por em prática um plano de gerenciamento de resíduos sólidos, deve-se estabelecer a política de
Gestão dos Resíduos. Apresenta-se um modelo no Quadro 2.
Hierarquia Política Arranjos Institucionais Instrumentos Legais Mecanismos de
Financiamento
Centro Universitário de
Brusque - UNIFEBE
Diretrizes para a Gestão dos
Resíduos:
- Minimizar a geração
- Separar os resíduos
- Destinar os resíduos
adequadamente
O reitor e membros de um
Comitê específico, que
deverá ser composto,
responsabilizam-se pela
elaboração do plano de
gerenciamento dos resíduos
sólidos do Centro
Universitário de Brusque -
UNIFEBE.
Lei nº 12305/2010,
Política Nacional de
Resíduos Sólidos.
Decreto nº 7404/2010,
Institui a Política Nacional
de Resíduos Sólidos.
Resolução do CONAMA
n° 05/1993, trata do
gerenciamento dos
resíduos sólidos.
Não haverá
financiamento.
Quadro 2: Gestão dos resíduos sólidos.
Fonte: Dados da pesquisa.
Atualmente o que há no Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE é uma separação executada pelos
próprios funcionários que fazem a limpeza das salas e setores. Não existe qualquer tipo de separação nas
cantinas, e não ficou claro o que é feito com os resíduos de alguns laboratórios. Sabe-se que no Laboratório
de Materiais e Ensaios e Química, os reagentes utilizados são acondicionados em bombonas.
Na Figura 1, destacam-se as operações que devem ser efetuadas no Centro Universitário de Brusque -
UNIFEBE. Ao fazer o uso de objetos e coisas, ocorrerá o descarte, mas é necessário que existam lixeiras ou
caixas coletoras diferenciadas, de acordo com o tipo de material, biológico, perfurocortantes, comum
(recicláveis ou não-recicláveis) e químico. Estes resíduos deverão ser acondicionados em local próprio, até
ocorrer a coleta e destinação dos resíduos para os locais corretos.
Os materiais comuns recicláveis deverão ser destinados para Cooperativas de Reciclagem, para que possa
ser feito o uso da matéria-prima, através da reciclagem ou reaproveitamento. Os materiais comuns não-
recicláveis deverão ser destinados para o Aterro Sanitário. Os resíduos sólidos químicos e biológicos deverão
ser encaminhados através de empresa terceirizada ou não, para o Aterro Industrial.
Figura 1. Operações efetuadas no Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE.
Fonte: Dados da pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE necessita urgentemente de um plano de gerenciamento
dos resíduos sólidos, especialmente pelos tipos de resíduos que são produzidos nos laboratórios. A
Instituição produz todos os tipos de resíduos, que foram classificados segundo a NBR 10.004:2004; resíduos
sólidos de classe I – perigosos, que apresentam periculosidade (risco à saúde pública e meio ambiente),
resíduos sólidos classe IIA – não inertes, e resíduos sólidos classe IIB – inertes.
Ressalta-se que através das políticas de gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos nas Instituições de
Ensino Superior, podem-se solucionar vários problemas, não só para o meio ambiente, mas para a população,
promovendo assim, um destino e tratamento correto para estes resíduos. Se esta tiver uma separação de seus
resíduos, se adequará com a Política de Resíduos Sólidos de Brusque, que em 2013, iniciou a coleta seletiva
no município.
Para a definição da política de gestão de resíduos há a necessidade de se compor um Comitê específico
que possa tratar do desenvolvimento da política, bem como de que forma este gerenciamento será posto em
prática na Instituição.
O estabelecimento de uma política de gerenciamento ambiental garantirá que os resíduos tenham um
destino adequado, além de proporcionar a Instituição uma boa imagem na comunidade acadêmica e externa.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 12305. Política Nacional de Resíduos sólidos: aprovada em 02 de agosto de 2010.. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 01 abr. 2014.
BRASIL. Legislação de direito ambiental. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Editora Atlas, 2010.
NBR 10.004. Classificação dos resíduos sólidos. Disponível em:
<http://www.abetre.org.br/biblioteca/publicacoes/publicacoes-abetre/classificacao-de-residuos>. Acesso em: 10
out.2014.
PEIXOTO, K.; CAMPOS, V. B. G.; D’AGOSTO, M. A. A. A coleta seletiva e a redução dos resíduos sólidos.
Disponível em: < http://aquarius.ime.eb.br/~webde2/prof/vania/ pubs/(7)coletaresiduossolidos.pdf>. Acesso em: mar.
2012.
USO DE OBJETOS
DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS
ACONDICIONAMENTO
DESCARTE
COOPERATIVAS DE
RECICLAGEM
ATERRO
SANITÁRIO
ATERRO
INDUSTRIAL
ORGÂNICOS E
REJEITOS
MATERIAIS
RECICLÁVEIS
RESÍDUOS
PERIGOSOS
REDES DE COMERCIALIZAÇÃO SOLIDÁRIA: AVANÇOS E
DESAFIOS DA REDE COMERCIALIZAÇÃO SOLIDÁRIA DO
LITORAL NORTE DE SANTA CATARINA
Karina, Freitag REIS, [email protected]¹
Márcia, GUIMARÃES²
Cristiane Maria, RIFFEL³
Leila Andrésia Severo, MARTINS4
Micheline, Ramos de OLIVEIRA5
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – UNIVALI, Itajaí, Santa Catarina¹
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – UNIVALI, Itajaí, Santa Catarina²
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – UNIVALI, Itajaí, Santa Catarina³
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – UNIVALI, Itajaí, Santa Catarina4
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – UNIVALI, Itajaí, Santa Catarina5
Resumo: O artigo objetiva promover a reflexão sobre a metodologia de formação e incubação de
redes de empreendimentos de economia solidária, a partir da experiência da Incubadora Tecnológica de
Cooperativas Populares da Univali. A proposta de rede de comercialização surgiu em 2013 com o intuito
de fomentar e articular os empreendimentos do litoral Norte de SC. A rede de comercialização é
considerada uma subdivisão do trabalho da incubadora, onde é possível focar de forma personalizada as
necessidades de cada empreendimento de comercialização. A metodologia envolveu a elaboração de um
diagnóstico dos cinco empreendimentos já incubados. Com a análise dos dados, houve o mapeamento
das demandas comuns em termos de gestão e infraestrutura. A partir do diagnóstico foi elaborado e
discutido com os empreendedores o plano de ação. Entre os principais resultados alcançados pode-se
destacar o diagnóstico da rede, que aproximou os grupos. A mobilização dos empreendedores para as
formações em economia solidária com vistas a aprimorar o trabalho, partilhar experiências e fortalecer
a ideia de rede de comércio solidário.
Palavras chave: Economia Solidária; Rede de Comercialização; Ações em Rede; Metodologia de
Incubação.
INTRODUÇÃO
As Tecnologias Sociais estão cada vez mais desenvolvidas dentro das associações e
cooperativas que lidam com novos meios de produção, comercialização e consumo. Através
deste cenário repleto de perspectivas revolucionárias e de encontro ao sistema econômico atual,
de base capitalista, que surgiu a necessidade de se implantar uma organização que abrisse as
portas para um novo segmento, uma nova forma de pensar, uma nova economia em âmbito
regional, com intuito de proporcionar apoio aos grupos (empreendimentos), que surgiu a ITCP –
Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares.
A ITCP UNIVALI possui a incumbência de incubar os empreendimentos econômicos
solidários que fazem parte da Rede de Comercialização Litoral Norte e através de algumas
demandas levantadas nos grupos, organiza e articula atividades como: Oficinas, Formações,
Grupos de Trabalho e Estudos (GTEs), Feiras Ecosolidárias e Assessorias Técnicas. Estas ações
servem de alicerce para os grupos se desenvolverem e se fortalecerem para que posteriormente
“caminhe com suas próprias pernas”.
A rede de comercialização é considerada uma subdivisão do trabalho da incubadora, onde é
possível focar de forma personalizada as necessidades de cada empreendimento de
comercialização.
O presente artigo apresenta o trabalho que vem sendo desenvolvido pela ITCP-UNIVALI
para o fortalecimento da Rede de Comercialização Litoral Norte de Santa Catarina. O mesmo se
propõe a apresentar a metodologia de incubação em rede, enquanto processo de formação,
assessoria técnica, disseminação de tecnologia apropriada e de gestão voltadas à consolidação e
conquista de condições necessárias para a autonomia organizacional, incluindo a viabilidade
econômica destes empreendimentos.
METODOLOGIA
Com a formação da Rede de Comercialização Litoral Norte, observou-se a necessidade de
realizar um diagnóstico estratégico dos Pontos fixos de Comercialização no ano de 2013, tendo
assim o levantamento dos pontos fortes e fracos de cada empreendimento, através de
instrumentos de coleta de dados, como questionário e entrevista semiestruturada.
Após análise dos dados de cada ponto de comercialização, foi identificado pontos em
comuns entre os empreendimentos. Sendo assim foram estabelecidos ações para serem
realizados em 2014 e 2015, em que os empreendimentos participam, ativamente, das ações.
As etapas metodológicas da rede de comercialização estão estruturadas da seguinte forma:
diagnóstico/plano de ação; assessorias técnicas; grupos de trabalho e estudo; oficinas e feiras.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As redes dentro do cenário da Economia Solidária possuem ações estratégicas articuladas
entre si, como uma prática cotidiana que garantem processos de autonomia, solidariedade e
autogestão dos participantes organizados nos territórios. Este é um exercício de democracia,
onde se constroem projetos coletivos, a partir da união de diversos esforços envolvendo
agricultores, artesãos, associações e parcerias que configuram com personagens chaves da
economia solidária e exercem um papel fundamental nessa rede.
De acordo com CRUZ (2009) o principal objetivo das Redes de Economia Solidária é
montar de maneira solidária e ecológica as cadeias produtivas, produzindo nas redes tudo o que
elas ainda consomem no mercado de trabalho capitalista como produtos finais, insumos,
serviços etc., corrigir fluxos de valores, evitando realimentar a produção capitalista. Gerar novos
postos de trabalho e distribuindo renda, com a organização de novos empreendimentos
econômicos para satisfazer as demandas das redes, garantir condições econômicas para o
exercício das liberdades públicas e privadas eticamente exercidas.
A rede de comercialização solidária da ITCP – Univali tem por objetivo honrar os
princípios da economia solidária, fomentar os processos de comercialização, produzindo em
rede e objetivando o melhoramento das atividades.
O conjunto das ações voltadas à comercialização tem como objetivo principal o fomento a
projetos que contribuam com a viabilização de empreendimentos econômicos solidários por
meio da construção de redes de comercialização de empreendimentos e da constituição e
fortalecimento de espaços e instrumentos que dinamizem a comercialização dos produtos destas
iniciativas.
Os pontos fixos de comercialização solidária têm por objetivo, dentre outros, promover e
estimular a comercialização de bens e serviços produzidos pelos empreendimentos nos circuitos
locais, a partir de uma relação comercial baseada nos mesmos princípios da Economia Solidária
e do Comércio Justo e Solidário.
O exercício do trabalho coletivo nessa construção é constante, onde os diferentes atores
têm que enfrentar os desafios, as divergências de opiniões, o respeito às decisões coletivas, a
necessidade de celebrar parcerias com diferentes parceiros, a dificuldade de gerir e sustentar o
espaço, entre outros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, os resultados obtidos na experiência de incubação dos empreendimentos que
fazem parte da rede de comercialização Litoral norte contribuem para motivar o
desenvolvimento de novas redes e fortalecer aquelas em processo de formação.
A estruturação da Rede resultou na integração e colaboração entre os empreendimentos e a
aproximação destes com o Poder Público. Hoje a Rede está estruturada e sua atuação vem se
fortalecendo.
A partir do levantamento do diagnóstico e análise do mesmo chegou-se nas seguintes ações
metodológicas de intervenção para/com os empreendimentos: análise dos pontos fortes e fracos
de cada empreendimento; criação de um plano de ação contemplando os desafios dos grupos;
realização de grupos de trabalho e estudo para contribuir na formação dos empreendedores;
oficinas temáticas; assessorias técnicas nos pontos fixos de comercialização e organização de
feiras de comercialização que promovem a economia solidária.
Por fim, os resultados obtidos nesta experiência contribuem para motivar o
desenvolvimento de novas redes e o fortalecimento daquelas em processo de formação.
REFERÊNCIAS
CRUZ, A. Redes de economia solidária – papeis e limites de atores envueltos: trabalhadores,
universidades e Estado. In: Seminário Internacional “La construcción de conocimientos y praticas sobre
La economia social y solidaria em América Latina y Canadá”, 2009. Buenos Aires: CESOT∕FCE∕UBA,
2009. Mídia digital.