Pereira e Souza - Concepção e Prática Aval Ensino Médio

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um confronto necessário no Ensino Médio

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  • Estudos em Avaliao Educacional, n. 29, jan-jun/2004 191

    Mestre em Educao, professora do Colgio Estadual Jayme Canet Ensino Mdio

    e da Faculdade Norte Paranaense de [email protected]

    Doutora em Educao, professora da Universidade Estadual de Londrina,integrante do Ncleo de Estudos e Pesquisas em Avaliao Educacional

    [email protected]

    ResumoA preocupao central desta pesquisa um estudo de caso foi compreender maisprofundamente os paradoxos presentes na avaliao da aprendizagem, considerados apartir de uma anlise das concepes que sustentam o cotidiano escolar, das diretrizes epolticas educacionais que orientam o Ensino Mdio e das transformaes decorrentes deuma estruturao por ciclo. O estudo possibilitou determinar que as propostas, oraimplementadas, no se traduzem em horizontes promissores para amenizar a seletividade aque ainda est submetida a populao de adolescentes e jovens que freqentam o EnsinoMdio. A avaliao, concebida como mecanismo de controle, apresenta caractersticas quedesqualificam qualquer potencial transformador, efetivando-se enquanto prticaclassificatria, realizada com a finalidade de verificao de contedos e utilizando tcnicas einstrumentos que no asseguram a compreenso do processo de aprendizagem vivenciadopelo aluno. A avaliao desvinculada do processo educativo no cumpre sua funotransformadora e tampouco contribui para redimensionar o pensar e o fazer pedaggico. Afalta de consistncia terica dos professores, aliada s polticas educacionais equivocadas,tm contribudo para a manuteno desta realidade. Portanto, compreender maisprofundamente a natureza da relao ensinar-aprender-avaliar constitui processofundamental para o reencaminhamento de uma escola promotora do conhecimento e daaprendizagem de todos.Palavras-chaves: avaliao da aprendizagem, ensino mdio, concepo e ao docente,organizao por ciclos.

    ResumenEl propsito central de esta investigacin un estudio de caso fue comprender msprofundamente las paradojas presentes en la evaluacin del aprendizaje, consideradas apartir de un anlisis de las concepciones que sustentan la rutina escolar, las directrices ypolticas educativas que orientan la enseanza media, y las transformaciones resultantes deuna estructuracin por ciclo. El estudio hizo posible determinar que las propuestas, alliaplicadas, no se traducen en horizontes esperanzados para amenizar la selectividad a la quetodava est sometida la poblacin de adolescentes y jvenes que frecuentan la enseanza

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    media. La evaluacin, concebida como mecanismo de control, presenta caractersticas queeliminan cualquier potencial transformador, efectivndose como prctica clasificatoria,realizada con la finalidad de verificar contenidos y utilizar tcnicas e instrumentos que noaseguran la comprensin del proceso de aprendizaje vivido por el alumno. La evaluacindesvinculada del proceso educativo no cumple su funcin transformadora y tampococontribuye para redimensionar el pensar y el hacer pedaggico. La falta de consistenciaterica de los profesores, aliada a polticas educativas equivocadas, han contribuido parasostener esta realidad. Por lo tanto, comprender ms profundamente la naturaleza de larelacin ensear-aprender-evaluar constituye el proceso fundamental para elredireccionamento de una escuela promotora del conocimiento y del aprendizaje de todos.Palabras-clave: evaluacin del aprendizaje, enseanza media, concepcin y accin docente,organizacin por ciclos.

    AbstractThe main concern of this research a case study was to achieve a deeper understanding ofthe paradoxes present in the evaluation of the learning process. This was done from thepoint of view of an analysis of the conceptions that underlie school daily life, of theguidelines and policies that guide High School (Ensino Mdio) and of the transformationsderived from a cycle structure. The study made it possible to determine that the proposals,now implemented, do not translate into promising horizons that would ease the selectivityto which High School teenagers and young adults are still submitted. Evaluation planned asa control mechanism presents characteristics that rule out any transforming potential,reassuring itself as a classificatory practice designed to verify contents and using techniquesand instruments that do not ensure an understanding of the learning process as experiencedby the student. Evaluation detached from the education process does not fulfill itstransforming function and does not even contribute to review pedagogical thinking anddoing. Educators lack of theoretical conscience together with misdirected educationalpolicies have contributed to maintain this reality. Therefore, a deeper understanding of thenature of the teaching-learning-evaluating relation constitutes the fundamental process forredirecting high school so that it will promote knowledge and learning for everyone.Key words: learning evaluation, high school, educators conception and action, cycleorganization.

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    to longo o tnel quando no se v a claridade da sada! to negro dentro dele! Os passos ficam presos, o medo de pisarem falso. A impresso de que as paredes se aproximam navoragem de esmagar os corpos que tateiam na escurido. E nafrente dos olhos sequer o vislumbre de um ponto luminoso... to longo o tnel, to escuro... (Pecci, 1986, p. 161).

    No momento, o Ensino Mdio vem sendo reestruturado paraadequar-se s exigncias da Lei de Diretrizes e Bases da EducaoNacional, bem como, e para atender as orientaes e proposiesdelineadas pelos pareceres N 05 CEB/CNE (Brasil, 1997b) e N 15CEB/CNE (Brasil, 1998a), pelo Decreto-Lei N 2208 (Brasil, 1997a), pelaResoluo N 03 CEB/CNE (Brasil, 1998b) e pelos Parmetros CurricularesNacionais, processo que traz para as escolas a necessidade de(re)elaborarem suas Propostas Pedaggicas.

    No Estado do Paran, a Instruo N 01 SEED/DESG (Paran,1998a), a Resoluo N 3492 SEED (Paran, 1998b) e o Proem ProgramaExpanso, Melhoria e Inovao no Ensino Mdio do Paran (Paran, 1996) orientam a implantao das Diretrizes Curriculares para o Ensino Mdio,considerando que a Proposta Pedaggica dos Estabelecimentos de Ensinodever estar embasada nas finalidades previstas em lei e nos valores eprincpios da Esttica da Sensibilidade, da Poltica da Igualdade e da ticada Identidade (Paran, 1998b). A organizao pedaggica e curricular deve,portanto, garantir a vinculao com o mundo do trabalho e a prtica social,priorizando a formao para o exerccio da cidadania e a preparao para oexerccio profissional.

    Os princpios pedaggicos da identidade, diversidade, autonomia,interdisciplinaridade e contextualizao constituem o eixo principal naorganizao do currculo, assegurando, com isso, a sua adequao snecessidades dos alunos e do meio social (Brasil, 1998b). Isto significaapontar para um tratamento dos contedos de forma globalizada,valorizando as experincias do cotidiano dos alunos, permitindo a relaoentre teoria e prtica, dando significado s aprendizagens realizadas naescola, possibilitando que estas sejam teis na vida, no trabalho e noexerccio da cidadania.

    Ante os inmeros desafios que se apresentam para a educao noatual contexto, como a superao da lgica excludente e discriminatria e oredimensionamento das polticas educacionais que condicionam aprecarizao da escola pblica, fica evidente a necessidade de uma posturamais crtica e mais aberta em relao aos rumos do processo educacional.

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    Compreender as relaes sociais, culturais e outras, das mais variadasordens, que sustentam este processo, requer capacidade de discernimento,conhecimentos de base cientfica e compreenso dos determinantes queorientam a prtica que se concretiza na sala de aula, buscando ultrapassaras tenses e paradoxos hodiernos.

    Todavia, ambigidades decorrentes da rapidez com que as novastecnologias surgem e se impem, delineando uma nova sociedade,demandando novos valores, podem no ser percebidas pela maioria daspessoas, uma vez que essa realidade constantemente (re)construda emum complexo espao de relaes sociais. Nesse contexto, tambm areestruturao do Ensino Mdio se apresenta ampla e profunda, exigindode todos que nele atuam alteraes conceituais e prticas, no concernente aensinar..., a aprender..., a avaliar...

    Destarte, nesse contexto, a avaliao da aprendizagem assume papelsignificativo enquanto procedimento diagnstico, a indicar caminhos queefetivem a escola como espao de formao dos cidados mais crticos eatuantes na sua vivncia histrica.

    Analisar e refletir sobre as concepes e prticas avaliativaspresentes na escola e suas implicaes para o processo de aprendizagempodem nos possibilitar uma viso mais clara sobre a importncia do papeldo educador na formao da criana e do jovem. Assim, torna-sefundamental melhor compreender os limites e possibilidades presentes nosdiscursos e nas prticas que caracterizam o dia-a-dia da escola, tendo emvista a efetivao de uma educao que valorize a relaosujeito/conhecimento, que carregue a marca do processo ao/reflexo,que se revele comprometida com a apropriao crtica e significativa dossaberes histrica e socialmente construdos pelo homem.

    Certas concepes pedaggicas podem fazer avanar, retardar ouat impedir o processo de construo do conhecimento (Becker, 1993),portanto, de vital importncia refletir sobre novas condies para aefetivao de aes propiciadoras de aprendizagens, concretizadas,possivelmente, a partir da compreenso clara da natureza do conhecimentoe de suas implicaes na vida dos aprendentes.

    Nessa perspectiva, importante destacar a preocupao de muitosestudiosos para compreender mais profundamente a dinmica pedaggica,buscando favorecer o desenvolvimento de novas capacidades nos alunos;capacidades que contemplem a apropriao de conhecimentos cientficos,tecnolgicos e socioculturais produzidos pela humanidade. Assim,

    em uma viso crtica, alunos e professores participam efetivamente do processo deensino aprendizagem e da avaliao. possvel, ento, trazer para a sala de aulanovas formas de organizao do trabalho pedaggico que possibilitem novas

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    relaes entre alunos e professores. Nesse contexto, as concepes de ensino,aprendizagem e avaliao assentam-se em outros pressupostos. (Veiga, 1996, p.160)

    As formas equivocadas de conceber os aspectos referentes aosprocessos de ensino, aprendizagem e avaliao podem traduzir-se em umaprtica pedaggica que compromete a qualidade da educao em direo concretizao de uma escola verdadeiramente democrtica. Neste sentido,assumir a lgica do aluno/educando constitui [...] o grande desafio doprofessor/educador atual e futuro (Becker, 1993, p. 298).

    Ao assumir esse desafio torna-se necessrio buscar, cada vez mais,as anlises epistemolgicas, promovendo a libertao do senso comum,superando prticas pedaggicas reprodutivistas e conservadoras,caminhando rumo a uma fecundidade terica orientada para a reflexo dofazer e do pensar, para a tomada de conscincia sobre o significado e sobrea natureza do processo de desenvolvimento humano.

    Compreender as implicaes dessa problemtica o maior desafiodeste estudo. A anlise das contradies que se revelam no discurso e naprtica avaliativa apontar, possivelmente, caminhos que permitamvislumbrar alternativas para se enfrentar as questes colocadas para aescola hoje, principalmente no que tange ao Ensino Mdio.

    Estudar esse momento do redirecionamento do Ensino Mdio,analisando aspectos da complexidade do processo de avaliao presentesno discurso e na prtica pedaggica e explicitando as relaes e implicaesque permeiam essa problemtica, pode desencadear reflexes importantessobre os pressupostos de natureza poltica, histrica e cultural em que estoassentadas as concepes educativas, vindo, assim, contribuir para asuperao de posturas inadequadas aos princpios de formao plena edesenvolvimento de capacidades mais complexas nos alunos.

    A prtica avaliativa pode constituir-se em um obstculo efetivaoda aprendizagem quando as dimenses do pensar e do fazer pedaggicono se articulam com perspectivas que promovam o acompanhamento doprocesso de construo do conhecimento vivenciado pelo aluno, tendo emvista a superao dos problemas e dificuldades de aprendizagem.Objetivando a investigao dessa realidade, afigura-se necessrio:

    analisar e desvelar a concepo de avaliao da aprendizagemque se manifesta no discurso dos professores;

    determinar os paradoxos presentes entre o discurso e a prticade avaliao da aprendizagem; e

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    enunciar alternativas que orientem a escola na busca decaminhos para a construo de uma nova cultura avaliativa,qui mais comprometida com a aprendizagem crtica esignificativa dos saberes.

    Refletir sobre os fundamentos que devem orientar a ao educativa,no universo escolar de adolescentes e jovens, uma tarefa indispensvelpara promover e elevar a qualidade da escolarizao daqueles que buscam,na escola, o domnio das competncias necessrias para inserir-se nomundo de hoje e nele atuar de maneira crtica e efetiva.

    Para realizar este estudo optamos pela abordagem qualitativa,porque o significado a preocupao essencial [...] e uma das grandespostulaes a de sua ateno preferencial pelos pressupostos que servemde fundamento vida das pessoas (Trivios, 1987, p. 130).

    A necessidade de analisar e de melhor compreender as concepes eprticas de avaliao da aprendizagem escolar de professores do EnsinoMdio de um colgio da cidade de Bela Vista do Paraso, Paran, e dedesvelar aspectos subjacentes ao cotidiano do fazer docente, determinarama opo pelo estudo de caso, uma categoria de pesquisa qualitativa quepossibilita um maior aprofundamento e reflexo acerca do tema proposto.

    A escola ofertava Ensino Mdio, com as Habilitaes em Magistrioe Auxiliar/Tcnico em Contabilidade, desde a dcada de sessenta at 1997,perodo em que, por determinao da Secretaria de Estado da Educao,cessaram gradativamente essas modalidades de ensino e implantou-se ocurso de Educao Geral. Mas, em 1999, a escola adequou sua proposta deEnsino Mdio, reestruturando-a conforme as exigncias da nova Lei deDiretrizes e Bases da Educao Nacional e das Diretrizes da Secretaria deEstado da Educao (Paran, 1998a) e implantou o Curso de EducaoGeral, em um continuum de dois anos, com promoo imediata da primeirapara a segunda srie, podendo haver reteno ao final da segunda e/ou daterceira srie.

    O estabelecimento de ensino contava, em 2001 ano em que foirealizado o estudo , com uma equipe funcional que somava trinta e cincoprofissionais: vinte e um professores e quatorze funcionrios da equipepedaggico-administrativa. Os professores que integram o quadro docenteda escola so formados nos mais variados cursos de graduao licenciaturas, bacharelados ou especializaes atuando, muitas vezes, comdisciplinas, desvinculadas de sua formao acadmica e submetidos adiferenciados regimes de trabalho.

    Nesse estudo de caso foram selecionadas aes que permitiramcolher dados que possibilitaram o entendimento de como os professores

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    concebem e praticam a avaliao. Tais aes tiveram como objetivo captarintenes, valores, conceitos, pr-conceitos, concepes que explicitassem oprocesso avaliativo efetivado pelos professores na escola, em seus limites epossibilidades.

    Assim, enquanto procedimentos investigativos, foram priorizados:

    a) Anlise de documentosOs documentos representam uma importante fonte deinformaes e so teis na compreenso das concepes evalores que orientam o sistema de ensino e as prticasefetivadas no seio da escola.Esta anlise foi fundamental para a compreenso dasconcepes de ensino, aprendizagem e avaliao que orientam anova proposta pedaggica, assegurando o desvelamento deaspectos relevantes ao objeto de estudo, na inteno de melhorinvestigar as relaes tericas e prticas envolvidas naproblemtica avaliativa.

    b) Aplicao de questionrioConsiderado como instrumento auxiliar na busca deinformaes que delineiam traos caractersticos doscomponentes deste universo de pesquisa, o questionrio foiutilizado objetivando o levantamento de dados gerais sobre aformao e atividades ocupacionais dos docentes que atuam naescola.

    c) Realizao de entrevistasOs dados apresentados em entrevistas semi-estruturadaspermitiram desenvolver interpretaes sobre a maneira como ossujeitos constroem suas vises de mundo, suas concepes, seusvalores e suas relaes no universo estudado, revelandoperspectivas e detalhes significativos.A entrevista semi-estruturada contempla os objetivos desteestudo, por se tratar de instrumento que permitiu acompreenso do discurso e do fazer docente, como tambm, porfacultar um confronto entre as informaes prestadas e ocontexto observado. Assim, possvel constatar que a entrevistasemi-estruturada favorece no s a descrio dos fenmenossociais, mas tambm sua explicao e compreenso de suatotalidade (Trivios, 1987, p. 152).

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    d) Realizao de observaesCom o intuito de garantir a percepo do tema enfocado, nosseus mais variados aspectos, a observao realizou-se de formalivre, no padronizada, buscando a apreenso reflexiva deinformaes importantes que subsidiaram a anlise crtica darealidade estudada. O foco de observao concentrou-se norelacionamento estabelecido entre professores e alunos, durantesituaes de aula, nas avaliaes formais e informais,perfazendo um total de 300 (trezentas) horas.Para captar a natureza das aes, das contradies e dosconflitos que se do no contexto da sala de aula, foramutilizados os registros descritivos, acrescidos de breves reflexesque, depois de revisados, se juntaram aos demais dadosregistrados.

    e) Anlise do material dos alunosCom a finalidade de obter outros dados que pudessemenriquecer ainda mais o estudo, a anlise de materiais comoprovas, trabalhos e outras atividades utilizadas para avaliar osalunos, com certeza, contribuiu para esclarecer pontosimportantes, tanto relativos aos aspectos da dinmica avaliativa,como relativos aos critrios de significao embutidos nosinstrumentos. Assim, esses materiais, puderam fornecer pistasde como se efetiva, na prtica, a avaliao, e revelar aintencionalidade subjacente ao fazer cotidiano.

    A anlise de contedo foi o processo definido para realizar a anlisedos dados, uma vez que este mtodo permite a investigao dasmotivaes, atitudes, valores, crenas, tendncias [...] (Bardin, apudTrivios, 1987, p. 159), bem como o desvelamento das subjetividades quepermeiam os documentos, as falas e outros dados que fazem parte doestudo (Trivios, 1987).

    Por conseguinte, as categorias temticas para anlise foramespecificadas pelo agrupamento das unidades de significao maispertinentes, resultando em uma classificao em que os dados se revelaramrelacionados, mostrando as convergncias e/ou discrepncias entre odiscurso e o fazer docente.

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    A COMPREENSO DE UM OLHAR ATENTO AS CONCEPES EAS PRTICAS DA AVALIAO DA APRENDIZAGEM NO ENSINOMDIO

    Procuramos, na trajetria deste estudo, discutir algumasimplicaes da realidade da avaliao da aprendizagem no Ensino Mdio,mais especificamente de uma escola pblica, salientando as contradies eos conflitos que se manifestam em um cotidiano escolar que reflete ocontexto educacional brasileiro.

    Durante toda a anlise houve a preocupao de respeitar e derefletir, de forma cuidadosa, acerca das manifestaes expressas pelosprofessores que participaram da pesquisa, fossem elas evidenciadas nodiscurso ou observadas na prtica desenvolvida no interior da sala de aula.

    Sabemos que um processo complexo proceder leitura de umarealidade que sofre as mais diferentes interferncias, que vivencia os maisvariados conflitos e que est permeada pelas mais diversas convices epercepes de todos aqueles que integram o cotidiano escolar. Portanto, oolhar inquiridor do pesquisador procurou descortinar alguns pontos docontexto para compreend-los mais profundamente e apontar indicadoresque procurem, antes de tudo, propor caminhos que auxiliem a promoverum processo avaliativo mais dinmico e, ainda, enunciar algumas pistaspara redimensionar o pensar e o fazer pedaggico.

    necessrio destacar tambm que os problemas concernentes avaliao da aprendizagem foram considerados como sintomas de todadesarticulao do processo educativo, uma vez que no poderamosseparar a reflexo sobre a avaliao de um questionamento mais globalsobre as finalidades da escola, das disciplinas, do contrato pedaggico edidtico e dos procedimentos de ensino e de aprendizagem (Perrenoud,1999, p. 168).

    Portanto, no recomendvel ver a avaliao da aprendizagemcomo se nela residissem e se esgotassem todas as mazelas que caracterizamo sistema educacional: o autoritarismo exacerbado, a seletividadedecorrente dos processos de excluso e repetncia e, mais, acompetitividade segregante e injusta para com a maioria condenada apermanecer margem do processo.

    Olhar a educao pela fresta da avaliao da aprendizagem, porconseguinte, pode constituir-se em um importante processo mobilizador deposturas transformadoras, uma vez que os equvocos apontados podem eprecisam desencadear reflexes que se consolidem em prticas maisprximas do desejado. A avaliao da aprendizagem precisa ser

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    redimensionada e ressignificada no contexto escolar, assumindofinalidades diversas daquelas que a vm caracterizando; necessita ser

    repensada em funo do processo educativo do qual parte integrante, e assumira funo pedaggica de apoio ao aperfeioamento do processo de ensino e deaprendizagem, subsidiando o diagnstico das dificuldades e problemas queimpossibilitam o aluno de apropriar-se do saber proposto e fundamentando asintervenes pedaggicas necessrias promoo das condies essenciais ao plenodesenvolvimento do educando. (Souza, 1995, p. 192)

    Observamos que, s vezes, a acomodao, outras vezes, a alienaoou a falta de suporte terico dos professores, adicionadas s polticaseducacionais propostas, em completo desrespeito aos partcipes doprocesso, so fatores de impedimento na construo de uma escola quequer caminhar para promover aprendizagens e desenvolver nos alunoscompetncias e habilidades mais complexas.

    As abordagens realizadas evidenciaram que o discurso e a prticaavaliativa dos professores ainda esto amarrados a foras muitoconservadoras, distantes, portanto, de uma compreenso mais clara eprofunda das finalidades de um processo avaliativo que possa desatar asamarras dessa condio limitadora do processo de ensino e aprendizagemque no prioriza o pleno desenvolvimento de todos.

    Os movimentos observados rumo a possveis mudanas so muitotmidos e carentes de consistncia terica, ficando, assim, com poucaspossibilidades de efetivao, uma vez que se limitam a tentativas isoladas,sem qualquer apoio de outros setores ou instncias responsveis pelaeducao. Estas manifestaes so ocasionais, solitrias, pois raros so osmomentos de estudo e discusso na escola e, em conseqncia, perdem afora de sustentao que poderia advir do trabalho coletivo e solidrio nodecorrer do qual cada um contribui com seus conhecimentos e experinciaspara o crescimento do saber e do fazer do outro.

    Em conseqncia, muitas idias e experincias positivas efavorveis ficam perdidas ao longo do caminho, porque os agentesresponsveis pela proposio e implementao das polticas pblicas deeducao aparentemente desconhecem a necessidade que h de espao etempo para a interlocuo e o dilogo no interior da escola, ignoram aimportncia de promover condies materiais para que as transformaespropaladas possam se concretizar, estranham a exigncia de promoo deum processo de formao continuado consistente e voltado para arealidade de cada contexto.

    As polticas pblicas que ora vivenciamos, embora apresentemalgumas propostas interessantes, no trazem no seu mago possibilidades

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    de inverter a lgica da excluso e, geralmente, confirmam o j tocombatido fracasso escolar, no propiciando espaos de participao eenvolvimento de todas as instncias do sistema educacional.

    O insucesso escolar evidente, ainda, nos altos ndices de evaso erepetncia, tem sido camuflado pelos decretos que instalam mudanascom o propsito de mascarar a realidade, como, por exemplo: osprogramas de Correo de Fluxo (adequao srie/idade) no EnsinoFundamental e o programa de organizao do Ensino Mdio em ciclos comsistema de avaliao sem nota, implantados nas escolas margem dequalquer discusso ou envolvimento daqueles que estariam com aincumbncia de execut-los.

    Assim, as chances de implementar as transformaes necessriasficam comprometidas, uma vez que as propostas educacionais no soconstrudas no coletivo da escola, pelos responsveis maiores por suaconsecuo, e, aparentemente, visam apenas mascarar os problemas,trazendo a iluso de que a evaso e a repetncia so coisas do passado que as chagas maiores do processo educativo foram curadas confirmando-se uma poltica muito mais preocupada com os resultadosestatsticos, to interessantes, principalmente, nos perodos eleitoreiros.

    Importa, ainda, destacar que o pensar e o fazer dos professores resultante de percepes construdas ao longo da vida acadmica eprofissional e tm, portanto, limitaes decorrentes dessa realidade em queesto inseridos. Ento, as concepes, as finalidades e as formas comorealizam a avaliao da aprendizagem so marcadas por percepes e porcertezas edificadas no passado, carentes de maior reflexo acerca de seusdeterminantes e de referencial terico que poderia auxiliar em suametamorfose.

    Assim, os professores permanecem impossibilitados de vislumbrarou de elaborar uma percepo mais clara e objetiva sobre o papel quepoderiam desempenhar enquanto criadores de situaes de aprendizagem,valendo-se dos dados coletados no decorrer do processo de avaliao daaprendizagem enquanto indicadores dos caminhos a serem perseguidospara a construo e reconstruo do conhecimento.

    Nesse contexto, os professores no tm conseguido promoverprogressos significativos, ficando em uma espcie de crculo vicioso queno lhes permite avanar em busca de mudanas, pois diante dasconstantes dificuldades com que se deparam, embebem-se na idia deimpossibilidade de transformao da realidade. E um sentimento deimpotncia e desnimo crescente e contagiante acaba provocando inrcia eapatia frente aos obstculos, como se parcela da responsabilidade pelastransformaes almejadas no fosse tambm daqueles que atuam mais

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    diretamente na sala de aula, como se esquecessem que no momento quevoc comea a racionalizar o seu medo, voc comea a negar os seussonhos (Freire, 1992, p. 34).

    No estamos atribuindo a culpa pelo insucesso da escola apenas aoprofessor, mas alertando para o fato de que , tambm, de suaresponsabilidade promover os avanos que precisam acontecer na escolapara torn-la um lugar mais acessvel aos que nela buscam edificarconhecimentos e possibilidades de compreenso e atuao na realidade.Todavia, isso significa comprometer-se de forma mais reflexiva e efetivacom o planejamento e com a execuo da tarefa educativa, compreendendoque o educador cresce com o aluno quando redimensiona constantemente arelao pedaggica, trabalhando de forma mais dinmica, olhando para afrente e acreditando que possvel avanar atravs de iniciativas simples,mas arrojadas, comprometidas com a efetivao de aprendizagens maissignificativas, tendo a avaliao como uma bssola que orienta quanto aocaminho a ser tracejado a construo e reconstruo de saberes epercebendo que a magia do avaliar est na descoberta da complexidadedo ensinar (Hoffmannn, 1998, p. 135). Ento, necessrio compreenderque

    enquanto a escola der tanto peso aquisio de conhecimentosdescontextualizados e to pouco transferncia e construo de competncias,toda a avaliao correr o risco de se transformar em um concurso de excelncia.(Perrenoud, 1999, p. 168)

    Contudo, no podemos deixar de salientar que cumpre ao estado opapel fundamental de garantir condies para que sejam resolvidos osproblemas da evaso e da repetncia, no via determinao formal ou legal,mas com polticas educacionais mais srias e desatreladas de acordosinternacionais estrategicamente planejados, cujos repertrios de diretrizesno contemplam as reais necessidades dos que buscam uma escola pblicacomprometida com a construo crtica e significativa do conhecimento ecom a transformao de um contexto que vive e sobrevive da separao dojoio do trigo.

    No Ensino Mdio ficam escassas, ainda, as possibilidades dearticulao entre a formao para o exerccio da cidadania e a educaoprofissional, quando se diferenciam as possibilidades de atendimento paraos que podem estudar daquelas ofertadas para os que tm que trabalhar.Dessa forma, aparentemente, so cada vez mais restritos porque noreduzidos os compromissos do setor pblico com a educao, esboandouma escola com alternativas mnimas para o atendimento de uma grande

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    parcela da populao que tem na escola pblica a nica possibilidade desair da periferia do sistema e almejar um lugar ao sol.

    Permanecer como mero expectador uma postura que no vaiauxiliar ou promover mudanas, portanto, os professores precisamredimensionar suas razes para estar em sala de aula, comprometendo-secom a formao daqueles que foram colocados sob sua responsabilidade,reconhecendo-se enquanto promotores da meta maior da escola apromoo do conhecimento. Redirecionar a prtica avaliativa, transpondo apostura classificatria um procedimento necessrio para compreendermelhor o ato de aprender e, assim, poder (re)encaminh-lo, , ainda, umprocedimento necessrio para compreender melhor o ato de ensinar e,assim, poder (re)estrutur-lo.

    Todavia, mais que enunciar as dificuldades presentes no cotidianoescolar pelo implementar de uma nova poltica pblica de educao, urgeque algumas possibilidades de ao sejam sugeridas para permitir ovislumbrar de novas perspectivas, de delinear outros horizontes, na certezade que, a partir de pequenos passos muitas vezes tmidos possveltracejar uma transformao pautada no compromisso com a aprendizagemde todos e com a construo de um tempo e um contexto mais humanos.Assim, faz-se necessrio:

    acreditar na possibilidade de mudana, ter ousadia e buscaralternativas de trabalho que garantam a aprendizagem e ocrescimento de todos os alunos;

    utilizar uma conscincia mais crtica na anlise e nodesenvolvimento da prtica educativa, tendo por baliza umaateno maior para com os objetivos polticos da educao,colocando-se com uma certa dose de subverso em relao aosrgos superiores, quando estes se mantm distantes darealidade da escola (Vasconcellos, 1998a, p. 117);

    avanar com uma postura politicamente mais esclarecida ecientificamente melhor fundamentada acerca da natureza doensinar, do aprender, do avaliar;

    cultivar o hbito do estudo como uma prtica necessria para oaprofundamento terico, visando a melhoria do desempenhoprofissional e a construo de uma postura educativa com maiorcompreenso e comprometimento social;

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    efetivar uma prtica pedaggica diferenciada, promovendo oatendimento s diferentes necessidades dos alunos;

    utilizar tcnicas e instrumentos de avaliao da aprendizagemque dem mais liberdade aos alunos para revelarem seusavanos e suas dificuldades e, conseqentemente, reorientar eimplementar o processo didtico;

    desconstruir uma postura avaliativa j enraizada, diminuindo anfase na prtica classificatria para realizar uma avaliao maisprocessual, integrada ao processo de ensino e de aprendizageme, portanto, comprometida com a superao das dificuldadesque se manifestam no decorrer da caminhada;

    dimensionar a prtica educativa de forma cuidadosa,intensificando o ato de planejar como forma de ultrapassar oimproviso e garantir um percurso mais fecundo da ao e umaclareza maior acerca do o que fazer e do como fazer, emdecorrncia de uma certeza solidamente edificada nacompreenso do porqu fazer;

    estabelecer pequenas metas a serem alcanadas quecontemplem a formao da competncias e habilidadesessenciais aos novos tempos e que possam desencadear aesque tenham por perspectiva utopias fundamentadas na polticade uma escola pblica verdadeiramente mais democrtica;

    considerar os erros manifestos pelos alunos no decorrer doprocesso de ensino e aprendizagem enquanto possibilidade, aoreconhecer neles indicadores relevantes quanto construo limites e possibilidades do saber, tanto pelo aluno, quanto peloprofessor; ao reconhecer neles a funo de (re)significao dacaminhada e de (re)orientao do processo sem fazer deles,portanto, fonte de culpa e de castigo, mas trampolim para osalto em direo a uma vida consciente, sadia e feliz (Luckesi,1996, p. 59);

    fortalecer uma relao pedaggica permeada pela tolerncia,pelo respeito e pela amistosidade, que favorea e estimule ointeresse do aluno pela busca do conhecimento de forma maisrelevante e significativa para a sua vida.

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    As aes que podem ser implementadas so ilimitadas e, comcerteza, precisam da ousadia e da coragem de todos aqueles que sonhamcom uma escola que abra novas perspectivas, novos horizontes a cada dia,sabendo que como j dizia o compositor: quem sabe faz a hora, no esperaacontecer.

    Enfim, precisamos romper com a cultura da seletividade e daexcluso, atenuar posturas avaliativas classificatrias e evoluir paraabordagens de ensino, de aprendizagem e de avaliao mais compatveiscom as necessidades dos alunos, procurando construir uma escola maisdemocrtica e acessvel a todos, comprometida com a transformao darealidade. Isto um sonho, mas um sonho que no impossvel, que devealimentar e encorajar a construo coletiva de um projeto educativo, com aluta de todos pelas condies necessrias para concretizao de um mundomelhor.

    Mais do que nunca, portanto, preciso cultivar a esperana, aconscincia crtica, o debate, a pesquisa para que a escola possa ser umlugar em que se viva a solidariedade, o respeito e a dignidade, valores que,certamente, podero dar um novo rumo a um processo educativotransformador que, qui, faa emergir uma nova realidade, mais sedentade justia e de liberdade para ser e crescer.

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    Recebido em: dezembro 2003 Aprovado para publicao em: maro 2004

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