PEREIRA, E. - A Geografia Fenomenológica

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    Artigo Científico – Ernandes de Oliveira Pereira – ENG 2010 – Porto Alegre - RS

    A GEOGRAFIA FENOMENOLÓGICA:Um olhar sobre a percepção ambiental dos povos ribeirinhos

    do rio Formate a partir dos seus mapas mentais e de sua história oral.

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    A GEOGRAFIA FENOMENOLÓGICA:

    Um olhar sobre a percepção ambiental dos povos ribeirinhos do rio Formate a partirda sua história oral e dos seus mapas mentais

    Ernandes de Oliveira PereiraMestrando do Programa de Pós-Graduação em Geogafia

    Universidade Federal do Espírito [email protected] 

    RESUMO

    O mundo é complexo, dinâmico e imprevisível. Esse é o mundo vivido pelos homens. Oespaço deixa de ser um mero palco de acontecimentos econômicos, sociais, culturais e

    naturais, para tornar-se o espaço vivido pelos homens. Dessa perspectiva, o conceito de lugar 

    ressurge com intensidade. A fenomenologia, proposta por Edmund Husserl e mais tarde

    discutida por outros filósofos, como Merleau-Ponty, Jean Paul Sartre e Martin Heiddeger,

    aparece como uma proposta metodológica de investigação científica da relação do homem

    com o meio que o circunda. Não se propõe como substituta da objetividade dos gráficos e

    das equações, mas como um complemento singular e mais profundo, que permite descrever a

    essência de fenômenos como a percepção ambiental. A proposta nos remete a olhar com os

    olhos de quem vive e sobrevive às margens de um rio. Diante disso as imagens que as

     pessoas fazem do espaço onde vivem, materializadas nos mapas mentais e as narrativas orais

    de um passado que vivifica e edifica os saberes locais, constituem-se dados importantíssimos

     para a análise da gegrafia. O que se propõe é uma metodologia mais humanizada que permite

    compreender a verdade que coordena as relações dos povos ribeirinhos com o espaço que

    ocupam. Muitos caminhos se abrem, dentro dessa perspectiva e que podem ser vir de

    arcabouço teórico para políticas públicas mais eficientes e que de fato minimizem os impactos

    ambientias provocados pelas inundações.

    Palavras-chaves: Mundo vivido, Lugar, Fenomenologia, Percepção Ambiental, História oral

    e mapas mentais.

    Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3

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    mailto:[email protected]:[email protected]

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    A GEOGRAFIA FENOMENOLÓGICA:Um olhar sobre a percepção ambiental dos povos ribeirinhos

    do rio Formate a partir dos seus mapas mentais e de sua história oral.

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    1. O olhar fenomenológico sobre a relação do homem com o espaço que ocupa: o

    mundo vivido, o conceito de lugar e os saberes locais de quem vive e sobrevive.

    As pessoas criam laços afetivos com os lugares onde moram. E muitos elementos contribuem

     para a criação destes laços, que tão fortes, podem superar até mesmo as grandes

    adversidades. Tuan (1980) destaca que a consciência do passado é um fator importantíssimo

    no amor pelo lugar e que para explicar sua lealdade para com o lugar, os homens apontam os

    laços com a natureza, ou recorrem à história. Nesse sentido, as raízes entre o homem e omeio são tão profundas, que até as catástrofes, mesmo aquelas oriundas dos impactos

    ambientais, como as cheias ou deslizamentos de terras, geram histórias, feitos heróicos e

    símbolos. Tudo isso se incorpora ao modo de viver do ser humano e do grupo que ele faz

     parte. O indivíduo indentifica-se com o meio. É o que a princípio dá forma e sentido a sua

    cultura. O geógrafo Paul Claval (2007, p.63), conceitua a cultura como “a soma dos

    comportamentos, dos saberes, das técnicas, dos conhecimentos e dos valores acumulados

     pelos indivíduos durante as suas vidas[...]”. O homem, desde a sua tenra história de vidasobre o planeta Terra se adaptou às intempéries do cotidiano, sobreviveu e incorporou os

    seus feitos à história do espaço que ocupou. Assim nasce a afeição pelo meio que o circunda.

    É assim que o mundo vivido toma forma, toma consistência e passa a dar mais significado à

    vida das pessoas e a tudo que elas fazem no espaço que se apropriaram.

    É assim que vive a população ribeirinha, do rio Formate. De uma enchente a outra, cultiva a

    sua existência, vivencia o seu espaço e constrói a sua historia. Essa vivência é particular e

     peculiar . Por isso os gráficos e as equações, talvez não sejam capazes de revelarem, na sua

     plenitude, a essência dessas experiências com o meio. Tuan (1980) afirma que as paixões

    humanas estão presentes em qualquer cálculo ambiental e que as atitudes e crenças não

     podem ser excluídas, pois o homem é o fator dominante do meio ambiente e o seu

    comportamento deve ser completamente compreendido. Portanto, deve-se refletir que o

    naturalismo exarcebado, não é tão eficaz em demonstrar as verdadeiras razões que

    explicariam a relação entre a população ribeirinha e os eventos catastróficos ligados às cheias.

    Coelho (2009), aconselha que não se pode explicar os impactos ambientais, através de atos,

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    nem seguindo simplesmente as premissas das ciências naturais, isto é, simplesmente através de

    mensurações ou relações mecânicas de causa e feito, mas segundo um arcabouço de

    mudanças sociais estruturadas de longo prazo . É assim, que a história das relações sociais

    com o lugar é inserida como um elemento importante para esse tipo de pesquisa.

     Nesse contexto, a geografia recorre a uma corrente de pensamento da filosofia, conhecida

    como fenomenologia. Foi estruturada por Edmund Husserl (1859-1938), contrapondo-se ao

     psicologismo da época que se utilizava do arcabouço das ciências naturais, para entender 

    fenômenos como o da consciência e da percepção. Chauí (1996, p.05) destaca que “nos finsdo século XIX, a psicologia gozava de grande prestígio e tendia a converter-se na chave para

    a explicação da teoria do conhecimento e da lógica[...]”. Além disso, a filósofa Marilena

    Chauí, esclarece que a,

    “ [...] tendência do naturalismo, do qual o psicologismo é umcaso particular, consiste em resolver a questão anulando adualidade ou a diferença entre sujeito e objeto, e afirmandoque a única realidade é a natureza. [...] Tudo é objeto naturalou físico;”(CHAUÍ, 1996, p.06)

    Foi contra essa tendência naturalista do século XIX, influenciada pelo positivismo, que

    Husserl se pronunciou. É interessante notar ainda, que Husserl era matemático de formação,

    mas suas pesquisas fizeram dele um “fenomenólogo”. E assim ele construiu toda a sua

    carreira dentro do campo da filosofia. Essa proposta de Husserl ficou conhecida como um

    método de investigação. E foi na esfera da matemática que a fenomenologia nasceu

    (ABRÃO, 1999). Paradoxalmente, décadas mais tarde, foi esta forma de pensamento que

    influenciou as ciências humanas, como a Geografia, a Antropologia, a Sociologia etc.

     No seu método fenomenológico de investigação, Husserl, considera que é um erro pensar quea consciência é apenas o resultado de eventos físico-fisiológicos ocorridos no cérebro e no

    sistema nervoso. Que é um engano científico afirmar que o conhecimento é apenas o resultado

    da ação de causa e efeito exercida pelos objetos físicos sobre o sistema nervoso. Husserl

    alerta que dentro dessa perspectiva naturalista, os conceitos de sujeito, objeto, consciência,

    coisa, princípio e percepção só tem sentido se forem reduzidos a entidades empíricas e

    observáveis. Para ele isso gera uma grande confusão entre o que é físico e o que é psíquico

    (CHAUÍ, 1996). Em sua fenomenologia, Husserl propõe que o psíquico é fenômeno e não

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    coisa. Chauí (1996, p.07) esclarece que do ponto de vista de Husserl, “o fenômeno é a

    consciência, enquanto fluxo temporal de vivências e cuja peculiaridade é a imanência  e a

    capacidade de outorgar  significado às coisas exteriores.”

    A consciência ultrapassa as barreiras do material, transcende o que é observável e passível de

    medições. E por isso é preciso existir outro método de investigação para compreender os

    fenômenos como o da percepção. Assim, Husserl conceitua a fenomenologia como uma

    filosofia transcendental, ou seja, “uma descrição da estrutura específica do fenômeno (fluxo

    imanente de vivências que constitui a consciência) [...] na medida em que ela, enquantoConsciência Transcendental constitui as significações ou constituir (no nível transcendental) os

    significados dos acontecimentos naturais e psíquicos.” (CHAUÍ, 1996, p.06)

    A partir desta premissa, onde a consciência deixa de ser um objeto empírico e passa a ser um

    fenômeno que transcende a matéria, Husserl derruba de uma vez, o psicologismo e o

    naturalismo da época afirmando que constituem um grande engano teórico, “[...] como um

    erro que deve ser combatido através da análise fenomenológica da estrutura imanente da

    consciência, enquanto irredutível a um fato natural e, mais do que isto, enquanto fonte dosignificado dos próprios fatos naturais.” (CHAUÍ, 1996, p.06)

    Esse método de investigação científica, permite compreender a essência de muitos fenômenos

    sociais, a partir da consciência e da percepção das pessoas acerca do mundo que os rodeia.

    A idéia de mundo vivido ganhou força a partir de Husserl e foi muito discutida por vários

    filósofos, como Jean Paul Sartre, Merleau-Ponty e Martin Heidegger décadas mais tarde.

    Muitos geógrafos, na tentativa de solucionar problemas epistemológicos, buscaram

    alternativas na fenomenologia, como Eric Dardel, Yi-Fu Tuan , Paul Claval, que juntos com

    muitos outros estudiosos, estruturaram a Geografia Humanística e a Geografia Cultural,

    contrapondo-se ao pensamento marxista e a linha da Geografia Teorética ou Quantitativa. Na

    concepção destes geógrafos, a experiência do homem com o seu meio, transformou o

    espaço, meramente locacional em espaço vivido. Isso fez reacender a idéia de lugar no

    campo da geografia. Holzer (1999, p.69), diz que “estas idéias apontam para um dado: o das

    semelhanças entre o que os fenomenólogos chamam de ‘mundo’ e o que os geógrafos

    humanistas denominam de lugar”. Nogueira (2001, p.29), afirma também que “[...]o mundo é

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    entendido [...] enquanto lugar de vida, enquanto espaço vivido, [...]. Desta forma o espaço

    não é o palco dos acontecimentos.” Diante disso pode-se afirmar que o mundo vivido dos

    filósofos da fenomenologia é o lugar do Geógrafo. Para tanto, houve uma necessidade de

    reaprender a ver este mundo vivido, este lugar. Para alcançarmos esta nova forma de ver o

    lugar dos homens, a geógrafa Amélia R. B. Nogueira alerta que,

    “ entendemos ser o lugar, categoria própria do conhecimentogeográfico. Merleau-Ponty não fala de lugar, mas de mundovivido, porém deixa claro que este mundo vivido é o lugar onde habitam os homens. É preciso reaprender a ver omundo.[...] é preciso reaprender a ver o lugar; estaaprendizagem se dá a partir das histórias narradas pelos quevivem os lugares.” (NOGUEIRA, 2001, p. 38)

    Por isso, a abordagem fenomenológica é a mais apropriada, para compreender a percepção

    da população ribeirinha do rio Formate a partir das suas histórias de vida e de suas

    experiências, pretende-se compreender o que realmente explica a relação dessas pessoas

    com o meio. E até mesmo, propor a partir delas mesmas, soluções que possam mitigar as

    conseqüências dos impactos ambientais associados às inundações que frequentemente

    ocorrem no verão.

    As ferramentas fenomenológicas que foram adotadas pelos filósofos permitem uma

    compreensão mais apurada da organização espacial das populações em várias situações. A

     partir desse ponto de vista, o aspecto cultural tornou-se um elemento fundamental, para se

    compreender essa relação. O homem, desde a sua tenra idade é moldado por sua cultura e

    mesmo adulto sofre suas influências. Claval (2007) deixa claro que o indivíduo vive numa

    sociedade, utiliza um vocabulário de formas e de cores que predeterminam o que sente,

     percebe o mundo através dos padrões de leitura que recebeu. Assim o que ele lê no mundo ena sociedade é o que aprendeu a ver. É por isso que a Geografia Cultural, uma

     particularidade da Geografia humanística, adquiriu força e serviu de arcabouço teórico para o

    estudo da relação do homem com o meio e fez com que os seus saberes locais, muitas vezes

    ignorados pelo poder público e pelos planejadores, ressurgissem. É possível perceber que há

    uma mudança de postura significativa da ciência quanto a esses saberes, pois, na atualidade

    nem tudo na ciência deve ser predeterminado apenas pela precisão e pela ordem dos fatos.

    Também deve-se considerar as artes, as mitologias, as literaturas, as religiões, os saberes do

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    senso comum, entre outros, que procuram, com seu olhar próprio, explicar, descrever,

    compreender a dinâmica do mundo e da vida, e, por isso, não possuem menor valor que os

    saberes da ciência (ARAÚJO, 2007). Esses saberes locais, como por exemplo os saberes

    ambientais dos povos ribeirinhos podem ser considerados e ser apreendidos pelo cientista,

    através das ferramentas fenomenológicas. A exclusão deles , nas tomadas de decisões, pode

    trazer conseqüências desastrosas para a população e essa situação é observável, na região

    cortada pelo rio Formate . Através dos noticiários locais é possível verificar que os poderes

     públicos ignoram tais saberes e por isso não compreendem o modo de vida desta população.Mas mesmo assim, partem para a execução de projetos de intervenção financiadas pelo

    Programa de Aceleração para o Crescimento (PAC), do Governo Federal, que constituem na

    essência, a dragagem do canal do rio, bem como a retirada dos moradores das áreas

    ribeirinhas inundáveis para locais afastados e desprovidos de infra-estrutura básica, como

    transporte públicos, escolas e postos de saúde. Diante dessa realidade, o olhar 

    fenomenológico torna-se uma importante ferramenta para compreender essas relações e

    quem sabe produzir um conhecimento que auxilie, a realização de ações mais eficientes.2. A percepção ambiental e a geograficidade da população ribeirinha

    Conforme está sendo discutido, sabe-se que a experiência dos homens com o meio, não

     pode ser compreendida sem levar em consideração o modo como percebem o mundo e isso

    vai definir o modo como as pessoas interagem com o espaço que vivenciam. O filósofo

    Merleau-Ponty (1999, p.86) enfatiza que “a percepção [...] se orienta [...] em direção a uma

    verdade em si  em que se encontra a razão de todas as aparências”. Nesse sentido a

     percepção é colocada aqui como uma categoria de análise de grande importância para que o

    geógrafo conheça de fato a verdade que está por trás dos fenômenos. Nogueira (2001, p.21)

    ressalta ainda que na verdade, “procuramos somente entender as categorias de análise que

    iremos fazer uso, sob um olhar fenomenológico, quais sejam: percepção, mundo, espaço,

    homem e lugar”. Essa forma de ver o mundo, a partir da experiência da própria população

    ribeirinha do rio Formate, possibilitará um conhecimento mais próximo do que é real. Será

     possível verificar as suas representações, a partir dos seus saberes construídos sem a

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     preocupação com as máscaras da objetividade científica. Cabe ao geógrafo interpretar essas

    informações, como elas de fato nos aparecem. Captar essa percepção é condição

     primordial para se conhecer de fato as verdadeiras razões que explicam o modo como a

     população ribeirinha do rio Formate se organiza no espaço, pois é

    “[...]com essa visão [...] que olharemos[...], vendosuas descrições dos lugares como o conhecimentoconcreto deles, reconhecendo suas representaçõescom as mais exatas possíveis, embora construídassem a preocupação com a precisão.Tentaremosinterpretar as informações [...] tal como[...] nos

    demonstraram e a fenomenologia nos dá sustentação para isto, pois ela é a tentativa de uma descriçãodireta de nossa experiência tal como ela seapresenta.” (NOGUEIRA, 2001, p.21)

    A partir dessas reflexões, entende-se que esta percepção, na visão fenomenológica deve ser 

    vista como o acesso à verdade, ou seja, ao mundo percebido pela população que se quer 

    estudar. É por isso que nesse sentido deve-se concluir que para entender o verdadeiro

    significado da relação do homem com o seu meio é preciso analisar a sua própria percepção.

    E o que se quer verificar nesse trabalho é a percepção ambiental da população. Mas essa

     percepção ambiental não é entendida somente dentro do aspecto natural, e sim dentro de uma

    dimensão mais holística que considera também os aspectos sociais, políticos, econômicos e

    culturais, envolvidos. Acredita-se que é nesse tipo de ambiente que há a completa interação

    do homem, enquanto indivíduo e ao mesmo tempo ser social. É isso que vai influenciar a sua

     própria visão do mundo. Tuan (1980, p.91) conclui que o “ [...] meio ambiente natural e a

    visão do mundo estão estreitamente ligadas: a visão do mundo, se não é derivada de uma

    cultura estranha, necessariamente é construída dos elementos conspícuos do ambiente social e

    físico de um povo”.

    Dessa percepção ambiental espera-se extrair os elementos que revelem a geograficidade

    deste povo ribeirinho. Em sua tese, Amélia R. B. Nogueira cita o geógrafo Eric Dardel, onde

    esclarece o conceito de geograficidade a partir da visão fenomenológica,

    “geograficidade refere-se às várias maneiras pelasquais sentimos e conhecemos os ambientes em todasas suas formas, e refere-se ao relacionamento com osespaços e as paisagens, construídas e naturais, quesão as bases e recursos das habilidades do homem e

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     para as quais há uma fixação existencial.”

    (NOGUEIRA, 2001, p.21)É fato e notório que a experiência de vida deve fazer parte da análise da Geografia. O

    geógrafo não deve apenas estudar os aspectos puramente econômicos para compreender a

    organização espacial das comunidades, ou de qualquer grupo social, como se a economia

    existisse por si só, como se ela não fosse criada também pelo próprio ser humano. É claro

    que não se pode negar as influências da economia nas vidas das pessoas, mas não é um fator 

    determinante. Há elementos da sociedade que não podem ser compreendidos apenas a partir 

    desse ponto de vista. O pensamento objetivo ignora o sujeito da percepção e por isso dáuma falsa noção do real. O Filósofo Merleau-Ponty (1999, p.89) assinala com veemência que

    a “sociedade não é uma comunidade de espíritos racionais [...]”. Portanto tratar o homem

    como ser social é aceitável, mas tentar prever suas ações, como se fosse um fenômeno natural

    qualquer é se compadecer em um grande engano. Para tanto é preciso “retornar ao mundo

    vivido aquém do mundo objetivo, já que é nele que poderemos compreender tanto o direito

    como os limites do mundo objetivo [...]”(MERLEAU-PONTY, 1999, p.90) . A

    fenomenologia nos trás uma forma alternativa e talvez mais eficaz de compreender certasnuanças da experiência de vida das pessoas com o meio, o que nos remete a conhecer 

    também a lógica que está por trás da organização daquele grupo social no espaço.

     Nas últimas décadas, muitos estudiosos das ciências humanas, vêm enfatizando a importância

    do saber local ou senso comum, para as pesquisas humanísticas. Geertz (2006, p.114) afirma

    que “a ciência se baseia na metodologia, a ideologia na paixão moral; os argumentos do senso

    comum, porém, [...] se baseiam [...] na vida como um todo. O mundo é sua autoridade.”

    Mais um vez, é possível perceber que tais saberes não devem ser ignorados, pela ciência.

    Pois grande parte desses saberes nasce das experiências dos homens com o mundo. E com

     passar do tempo se incorporam na cultura. Geertz (2006, p.116 ) ainda destaca que o saber 

    local, ou o senso comum “é um sistema cultural, [...] que se baseia nos mesmos argumentos

    em que se baseiam outros sistemas culturais semelhantes: aqueles que os possuem têm

    convicção do seu valor e da sua validade.” Esses saberes integram uma cultura local, que

    mesmo impregnada de elementos padronizados da globalização, possuem alguns traços bem

    específicos do lugar. É assim que o espaço se transforma em lugar para as pessoas. Os

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    saberes criam laços profundos que nem mesmo uma enchente ou outro desastre natural

    conseguem desfazer. Para atingir este saber e finalmente compreender o modo como as

     pessoas vivem em um determinado espaço ou território, é preciso captar a percepção destas

     pessoas em relação ao meio. O morador ribeirinho, segundo Nogueira (2001, p.94) é “ um

    sujeito que está no mundo, que participa das relações sociais de produção e construção do

    lugar através de seu trabalho. Possui um saber sobre eles que foi adquirido ao longo de sua

    existência no mundo.”

    3. Contribuições dos mapas mentais e da história oral para a compreensão da

    percepção ambiental da população ribeirinha

    Quando chegamos em algum lugar, desconhecido por nós, a distribuição das construções,

    suas funções e os tipos de pessoas que circulam naquele espaço, a princípio não fazem

    sentido para nós. Essa sensação ocorre porque ainda não conhecemos, por exemplo, a

    história do lugar. Não conhecemos ainda os traços culturais mais marcantes das pessoas que

    vivem naquele lugar. Temos a visão de alguém de fora, ou seja, a visão do visitante, quesegundo Tuan (1980, p.74), “a avaliação do meio ambiente pelo visitante é essencialmente

    estética. É a visão de um estranho. O estranho julga a beleza pela aparência”. Temos aí uma

    forma superficial de ver a paisagem e que não capta a realidade em sua plenitude. Quando

     pedimos para alguém elaborar um mapa mental, do lugar onde mora, essa sensação da

    realidade é semelhante. Pois nele estarão representados os elementos mais significantes para o

    autor do mapa. Portanto, é preciso também conhecer a história, os fatos que estão por trás

    daquele desenho ou do relato para que tenham um sentido para nós, pois

    “[...] cada homem, ou até cada grupo, existe umaimagem diferente do espaço, e esta imagem não éfantasia é apreendida a partir do que ele percebe domundo que o rodeia, a partir de sua experiência devida, o espaço vivido, que é também concreto, poisé analisado por homens concretos, sujeitos inseridoso tempo e no espaço, sujeitos histórico-espacial.”(NOGUEIRA, 1994, p.61)

    O espaço vivido dos homens é assim, marcado por artefatos oriundos dos saberes

    construídos ao longo do tempo. Cada marca artificial no espaço, é a expressão de um ou

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    vários tipos de culturas. Desde a antiguidade, o homem faz isso. Até mesmo as culturas mais

    “primitivas”, antes da invenção da escrita, também foram capazes, de se expressarem como

     por exemplo, através das pinturas rupestres encontradas no sítio arqueológico da Serra da

    Capivara no Piauí. Traços que revelam o cotidiano dos povos daquela época . Os homens

    são assim, capazes de mentalizarem os seus lugares e de materializá-los através das

    construções e das imagens. Pois o “ homem constrói imagens mentais do que percebe e as

    representa.[...] Essas representações são criações sociais ou individuais de esquemas

     pertinentes do real.” (NOGUEIRA, 1994, p.64)

    Dentro desse contexto pode-se conceituar os mapas mentais como representações do

    espaço vivido, são mapas que trocamos ao longo de nossa história com os lugares

    experienciados.Eles revelam como o lugar é compreendido e vivido (ARCHELA &

    GRATÃO, 2004). E o uso desse instrumento é cada vez maior, no campo das ciências

    humanas e especificamente na Geografia. E no caso específico dessa pesquisa a idéia de usar 

    os mapas mentais, está associada a possibilidade de captar o ponto de vista daqueles queexperienciam o lugar.

    A riqueza de informações, que podem ser encontradas dentro dos mapas mentais é

    abundante. Sua análise, talvez seja o maior desafio para o pesquisador. Mas mesmo assim,

    esse desafio não deve ser encarado como entrave. É possível analisá-los, à princípio, a partir 

    dos referenciais mais importantes para o autor do mapa. Esses podem revelar o que é mais

    significativo para o “nativo” e a disposição desses referenciais, as formas dos mesmos, suas

    funções podem revelar traços culturais específicos daquele grupo social. As representações

    espaciais mentais podem ser do espaço vivenciado a partir do cotidiano, como por exemplo,

    as construções do presente ou do passado; de localidades espaciais distantes, ou ainda,

    formadas a partir de eventos sociais, culturais, históricos e econômicos, divulgados nos meios

    de comunicação (ARCHELA & GRATÃO, 2004). Por isso, diz-se que os mapas mentais

    são representações sociais.

    Deve-se destacar também que qualquer pessoa pode construir um mapa mental, seja ela

    alfabetizada ou não. Pois a capacidade de organização das percepções sobre o lugar não

    Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3

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    do rio Formate a partir dos seus mapas mentais e de sua história oral.

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    está ligada ao desenvolvimento intelectual da pessoa, mas a sua relação existencial com ele. A

     pessoa adulta que não domina a linguagem escrita também possui, assim como o alfabetizado,

    uma experiência de vida com o seu espaço de produção material. (NOGUEIRA, 2001).

     Nesse caso, os mapas mentais não são exclusividade para pessoas estudadas. Isso é muito

    importante destacar, pois os saberes locais, não tratam apenas de informações técnicas e

    científicas construídas pela comunidade, mas sim de informações oriundas muitas vezes do

    senso comum, ou do bom senso, que são passadas de gerações para gerações. Portanto é

     possível que estes dados, coletados através dos mapas mentais, expressem a percepçãoambiental, daqueles que moram nos bairros dos municípios de Cariacica e Viana, cortados

     pelo rio Formate.

    As histórias que as pessoas narram sobre o lugar onde moram, podem também revelar os

    traços de sua experiência com ele, e o que foi narrado, em que circunstância o fato foi

    lembrado: tudo isso compõe a narrativa, que sempre nasce da memória. (MEIHY, 2005).

    Até mesmo aquelas histórias contadas apenas oralmente, de geração para geração, são dados

    científicos confiáveis, pois “a história oral implica uma percepção do passado como algo quetem continuidade hoje e cujo processo histórico não está acabado (MEIHY, 2005). Ela pode

    revelar as intenções de uma comunidade, e podem revelar a maneira como enxergam o meio

    em que vivem. É fundamental lembrar que na história oral o que se quer buscar é o registro da

    experiência vivencial (MEIHY, 2005). E as entrevistas são fundamentais como um possível

    método de coleta de dados.

    A partir dessa reflexão, a história oral adquire uma importância crucial, para as pesquisas

    ligadas à percepção ambiental. Não é a única, mas talvez a maneira mais eficiente de captar a

    realidade, ou seja, a maneira como os povos experienciam o meio que vivem. Assim a

    história oral se apresenta como uma maneira de captar as experiências das pessoas dispostas

    a narrar os aspectos da vida – quanto mais elas contarem a sua maneira, mais eficiente será

    seu depoimento. (MEIHY, 2005) .

    4. Considerações finais

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    A Geografia busca, através da fenomenologia, a essência do seu objeto de estudo. Uma

    ciência que quer definir as essências, como a essência da percepção e da consciência. É uma

    filosofia que também pretende relatar o espaço, o tempo e o mundo vivenciados pelos seres

    humanos (MERLEAU-PONTY, 1999). E o conhecimento geográfico é o resultado dessa

    experiência dos homens com o espaço e com o mundo que o cerca.

    O conceito de mundo vivido emerge a partir dessa reflexão como sinônimo de lugar. E todos

    os lugares são pequenos mundos. Podem ser símbolos públicos ou campos de preocupação.

    E o poder dos símbolos para criar lugares, depende das emoções humanas (TUAN, 1983).Conclui-se que a essência dos lugares é a mesma do mundo vivido e ambos são produzidos

     pela consciência humana (HOLZER, 2001).

    É a partir dessa relação entre o conceito de “mundo vivido” e o conceito de lugar, que a

     perspectiva fenomenológica se aproxima da ciência geográfica. Surge uma fenomenologia da

    Geografia, que deixa de priorizar a descrição do mundo físico e humano, para descrever o

    mundo vivido. Assim a Terra é vista para além dos seus aspectos físicos, é compreendida

    como lugar de Vida (NOGUEIRA, 2001).Falar da experiência dos homens com o mundo é também falar da percepção que o mesmo

    tem do espaço que o rodeia. Essa percepção do mundo deve ser concebida como o acesso à

    verdade e o que é o mundo se não aquilo que nós percebemos? Nesse sentido deve-se

    compreender que para entender o significado da relação do ser humano com o seu meio é

    fundamental analisar a sua percepção. Dela poderemos extrair elementos que revelem a

    geograficidade dos povos de um determinado lugar.

    Dentro desse aspecto, pode-se dizer ainda que o ser humano, é dotado de uma capacidade

    mental de perceber os objetos e sua disposição no espaço. E a cartografia, tem a prentensão

    de representar e materializar essa percepção espacial. E dentro desse contexto, os mapas

    mentais são excelentes ferramentas de comunicação do indivíduo. Através dele, é possível ver 

    a materialidade da forma de pensar e perceber o seu espaço. Segundo Archela & Gratão

    (2004, p.127) “mapas mentais são imagens espaciais que as pessoas têm de lugares

    conhecidos, direta ou indiretamente.”

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    É essa a proposta de presente trabalho. Oferecer um método de investigação que possibilite

    a descrição do espaço vivido, a partir da percepção ambiental da população ribeirinha do rio

    Formate. Suas imagens e suas histórias constituem dados fundamentais para a compreensão

    desta relação entre o homem e o meio. Entre o homem e as frequentes inundações. Qualquer 

    intervenção, com o intuito de mitigar os impactos das inundações na região, deve adquirir 

    significado e eficácia, a partir do olhar de quem sofre com o rio. Muitas possibilidades se

    abrem nesse caminho. Trilhá-lo requer a coragem de se desvincilhar das amarras da

    objetividade científica.Referências bibliográficas

    ABRÃO, Brenadette Siqueira. História da filosofia. São Paulo:Ed. Nov cultural, 1999.ARAUJO, Maria Luiza Grossi. Ciência, fenomenologia e hermenêutica: diálogos dageografia para os saberes emancipatórios. – 2007. Tese de doutorado em geografia – Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto Geociências, 2007.ARCHELA, Rosely Sampaio; GRATÃO, Lucia Helena B. ; TROTDORF, Maria A. S.. OLugar dos Mapas Mentais na Representação do Lugar. Geografia, Londrina, Volume 13, nº01, Jan/Jun. 2004. P. 127 – 141CHAUÍ, Marilena de Souza. Husserl: Coleção os pensadores. São Paulo: Ed. NovaCultural, 1996.CLAVAL, Paul. Geografia Cultural. Tradução de Luíz Fugazzola Pimenta.Florianópolis:Ed. Da UFSC, 2007.COELHO, Maria Célia Nunes. Impactos ambientais em áreas urbanas – Teorias, Conceitose Métodos de Pesquisa. In: GUERRA, Antonio José Teixeira; CUNHA, Sandra Baptista(Org.).Impactos ambientais urbanos no Brasil. 5ª Ed.Rio de Janeiro:Bertrand Brasil,2009. p.19-45.GEERTZ, Clifford. O Saber Local: novos ensaios em antropologia interpretativa.—8ªed.—Petrópolis: Ed. Vozes, 2006.HOLZER, Werther. O lugar da Geografia Humanista. Revista Território. Rio de Janeiro,ano IV, nº 07, p.67-78. Jul./dez. 1999. P.67-78MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de História Oral.  -- 5ª Ed-- São Paulo:ED.Loyola, 2005.MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. – 2ª edição – SãoPaulo:Martins Fontes, 1999.

     NOGUEIRA, Amélia Regina Batista. Mapas Mentais: Recurso Didático no Ensino deGeografia no 1º Grau. 1994. Dissertação de Mestrado em Geografia Física – Faculdade deFilosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1994.

     NOGUEIRA, Amélia Regina Batista. Percepção e Representação Gráfica: A“Geograficidade” nos Mapas mentais dos Comandantes de Embarcações noAmazonas. 2001. Tese de doutorado em geografia – Faculdade de Filosofia Letras eCiências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.

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    TUAN, YI-FU. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência.Tradução de Lívia de

    Oliveira.—São Paulo:DIFEL, 1983.TUAN, Yi-Fu. Topofilia. Tradução de Lívia de Oliveira. São Paulo:Ed. Difel, 1980.

    Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3