Perdas de Tensão_Rev01

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Perdas de Tensão em Armaduras de Pré-esforço 1 1. PERDAS DE TENSÃO EM ARMADURAS DE PRÉ- ESFORÇO Uma das razões que tornaram num fracasso as primeiras tentativas de utelização do princípio do pré-esforço, foi o desconhecimento e/ou inadequado tratamento do fenómeno de perdas de tensão nas armaduras pré-esforçadas. A percepção dos mecanismos de perda de tensão e, consequentemente, a sua quantificação razoável obriga, necessariamente, ao conhecimento adequado dos efeitos de pré-esforço. O actual estágio de conhecimento dos efeitos de pré-esforço, permite separar as perdas de tensão em dois grupos distintos: a) Perdas Instantâneas/Iniciais São as que ocorrem pouco tempo após os processos de construção e aplicação do pré-esforço e que se devem essencialmente a:

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Perdas de Tensão

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  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 1

    1. PERDAS DE TENSO EM ARMADURAS DE PR-

    ESFORO

    Uma das razes que tornaram num fracasso as primeiras

    tentativas de utelizao do princpio do pr-esforo, foi o

    desconhecimento e/ou inadequado tratamento do fenmeno de

    perdas de tenso nas armaduras pr-esforadas.

    A percepo dos mecanismos de perda de tenso e,

    consequentemente, a sua quantificao razovel obriga,

    necessariamente, ao conhecimento adequado dos efeitos de

    pr-esforo.

    O actual estgio de conhecimento dos efeitos de pr-esforo,

    permite separar as perdas de tenso em dois grupos distintos:

    a) Perdas Instantneas/Iniciais

    So as que ocorrem pouco tempo aps os processos de

    construo e aplicao do pr-esforo e que se devem

    essencialmente a:

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 2

    a1) Atrito entre as armaduras e as bainhas que as envolvem

    (ps-tenso);

    a2) Re-entrada dos dispositivos de amarao (ps-tenso);

    a3) Deformao instantnea do beto.

    b) Perdas Diferidas

    So as que ocorrem lentamente durante a vida til da estrutura

    e que se fundamentam nos fenmenos dependentes do tempo:

    b1) Retrao do beto;

    b2) Fluncia do beto;

    b3) Relaxao das armaduras de pr-esforo.

    Assim, pode notar-se que as tenses instaladas nas armaduras

    de pr-esforo variam ao longo do eixo longitudinal da

    estrutura e ao longo do tempo, ou seja, o valr do pr-esforo

    uma funo da distncia x entre a extremidade de aplicao

    do pr-esforo e a seco em estudo e do tempo: ( )txfP ,= .

    Na anlise de estruturas pr-esforadas, destacam-se trs

    valres de pr-esforo distintos:

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 3

    a) Pr-esforo na origem ( )xP '0 a maxima fora exercida no cabo pelo dispositivo de aplicao

    de pr-esforo e que corresponde a uma tenso mxima nas

    armaduras ( )xP '0 que limitada aos seguintes valores (Art. 36

    REBAP): ( )

    kp

    pukP f

    fx

    1,085,075,0

    '0

    b) Pr-esforo inicial ( )xP0 a fora actaunte no cabo de pr-esforo depois de

    decorrerem as perdas iniciais totais e que corresponde a uma

    tenso nas armaduras ( )xP0

    c) Pr-esforo final ( )xP ou Simplesmente ( )xP a fora actuante no cabo de pr-esforo depois de

    decorrerem a totalidade das perdas iniciais e diferidas e que

    corresponde a uma tenso nas armaduras ( )xP ou ( )xP .

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 4

    2. QUANTIFICAO DAS PERDAS DE TENSO

    2.1 PERDAS DE TENSO INSTANNEAS / INICIAIS

    a) ATRITO ENTRE A ARMADURA E A BAINHA

    Ao puxarmos o cabo de pr-esforo mobilizam-se

    deslocamentos relativos entre o cabo e a bainha (ou o beto

    que envolve o cabo).

    Destes deslocamentos e do contacto sob presso entre o cabo

    e a bainha resultam tenses tangenciais que se designam

    foras de atrito.

    ( )xq.

    ( )xq

    Figura - 1: Foras de Atrito nos Sistemas de Pr-esforo

    'oP ( ) ( )xfoo ePxP *'=

    A aco da fora de atrito sobre o cabo de pr-esforo gera a

    variao do valor de pr-esforo. Neste caso a variao do valor

    de pr-esforo designa-se perda de pr-esforo devido ao atrito

    ao longo das armaduras.

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 5

    As perdas devido ao atrito ao longo das armaduras, geralmente

    ocorrem apenas em elementos de beto ps-tensionados. O

    equilibrio entre o sistema de foras apresentado resulta da

    relao ( ) ( )xfePxP = .'00 . A perda de pr-esforo devido ao atrito ser ento:

    ( ) ( ) ( )( )xfxffr ePePPxP == 1. ''' 000,0 , Portanto, as perdas de tenso totais devido ao atrito ao longo

    das armaduras so definidas pela relao seguinte:

    ( ) ( )[ ]{ }kxxfr ePxP += 1'0,0 Nos casos em que ( )[ ] 2,0

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 6

    - Cabos em feixe, em bainhas metlicas 30,0= ;

    - Cordes isolados, em bainhas metlicas 25,0= .

    LEONHARDT

    - Sistemas Freyssinet e VSL 30,025,0 a= ;

    - Sistemas Leonhardt 15,0= .

    ACI

    - Cabos ou cordes em bainhas flexveis 25,015,0 a= .

    CEB-FIP

    - Cabos ou cordes em bainhas metlicas

    30,020,0 a= depedendo do esticamento do cabo.

    DYWIDAG Bonded Multistrand Tendons

    - Sistemas DYWIDAG 20,018,0 a= ;

    O valor do coeficiente de atrito tambm influenciado pela

    oxidao do cabo ou bainha, ondulao pronunciada da bainha

    e penetrao da calda de cimento para o interior da bainha.

    REDUO DAS PERDAS POR ATRITO

    As perdas por atrito podem ser reduzidas a partir de:

    Revestimento das bainhas com chumbo;

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 7

    Pintura das bainhas com tinta anti-corrosiva;

    Passagem de cabos de pr-esforo por leo;

    Aplicao de pr-esforo pelas duas extremidades;

    Manuteno das bainhas com as extremidades tapadas, em

    local seco e arejado, e ao abrigo do sol e da chuva.

    a2) ( )x o ngulo de desvio da seco em estudo em relao seco de aplicao de pr-esforo (soma das

    variaes de ngulo de ponto de inflexo a ponto de inflexo).

    x

    1 23

    L

    x

    ( ) 2== Lx

    ( ) 321 ++== Lx

    L L

    Figura - 2: ngulo de Desvio da Tangncia

    a3) ( )k o Desvio Angular Parasita As ondulaes parasitas (devido as imperfeies no

    posicionamento dos cabos) acrescem o atrito entre o cabo e a

    bainha.

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 8

    Os efeitos de perda de tenso devido s ondulaes parasitas

    so representados por um ngulo equivalente designado desvio

    angular parasita ( )k . O desvio angular parasita depende de diversos factores

    construtivos:

    Rigidez das bainhas;

    Distncia entre os pontos de suspenso da bainha;

    Cuidados observados durante a betonagem.

    x

    Traado desejado

    Traado real

    Figura - 3: Desvio Angular Parasita

    Os factores que influenciam o parmetro k , tambm influenciam o parmetro .

    O valor de k tambm deve ser definido experimentalmente. Porm, existem alguns valores aferidos pela esperincia prtica.

    REBAP: 01,0=k

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 9

    CEB-FIP: 003,0002,0 ak = .

    Dimetro da bainha [mm] 30 40 50 60

    k 0,015 0,01 0,008 0,006

    b) DEFORMAO ELSTICA E INSTANNEA DO BETO -

    CONTRAO DA ESTRUTURA

    A aplicao do pr-esforo num elemento estrutural pressupe

    a transferncia de uma forca de compresso para o elemento

    em causa. A fora de compresso (que origina tenses de

    compresso) induzida ao elemento origina uma deformao de

    compresso.

    Figura - 4: Deformao do Beto

    L L

    L

    Pelo facto do cabo de pr-esforo (esticado) estar apoiado no

    mesmo elemento, no cabo tambm verifica-se a mesma

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 10

    deformao de compresso ( )L2 , o que origina a reduo do grau de esticamento do cabo, ou seja, a reduo da tenso no

    cabo de pr-esforo.

    Esta reduo de tenso designa-se perda de tenso devido a

    deformao do beto.

    Elementos pr-tensionados

    ( ) ( )xEE

    x cjc

    PePo

    ,

    ,= ,

    Onde:

    PE o modulo de elasticidade da armadura de pr-esforo;

    jcE , o modulo de elasticidade do beto no dia j ; j o dia de aplicao do pr-esforo;

    ( )xc a tenso de compresso no beto ( ) , na seco x , calculada ao nvel do centro de gravidade da armadura de pr-

    esforo, resultante do pr-esforo e das outras aces

    permanentes.

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 11

    Elementos ps-tensionados

    Nos elementos ps-tensionados com dois ou mais cabos, o pr-

    esforo aplicado sucessivamente em cada um dos cabos,

    fazendo com que na aplicao do pr-esforo no cabo 3, a

    respectiva deformao origine perda de tenso nos cabos 2 e 1.

    ( ) ( )xEE

    n

    nx c

    jc

    PePo

    ,

    ,

    121

    = , onde:

    n o nmero de cabos de pr-esforo.

    c) ESCORREGAMENTO DOS CORDES NOS DISPOSITIVOS

    DE AMARRAO

    A reduo do esticamento do cabo de pr-esforo tambm

    acontece devido ao escorregamento dos cordes ou fios nos

    dispositivos de amarrao (cunhas) ou das cunhas nas placas

    de ancoragem quando a fora instalada no macaco

    transmitida para o orgo de ancoragem (atrvs das cunhas).

    Neste caso a variao de tenso no cabo de pr-esforo

    designada perda de pr-esforo nos dispositivos de amarrao.

    A amplitude de escorregamento varia depedendo,

    fundamentalmente, do tipo de sistema de pr-esforo aplicado.

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 12

    Os documentos tcnicos de cada sistema de pr-esforo

    definem a amplitude de escorregamento dos cabos previsveis.

    SISTEMA FREYSSINET

    Tipo de cabo Valor de pr-esforo

    [toneladas]

    Penetrao das

    cunhas s [mm]

    mm512 27 4

    mm712 52 7

    mm812 68 8

    "216 75 12

    "2112 150 12

    QUANTIFICAO DE PERDAS NOS DISPOSITIVOS DE

    AMARRAO

    O movimento de reentrada dos cabos origina tenses e foras

    de atrito da mesma natureza, porm de sinal contrario que as

    tenses de foras de atrito associadas as perdas por atrito.

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 13

    Figura - 5: Perdas por Reentrada das Cunhas

    2

    a

    0P3

    ( )LxP =0

    x

    L

    '0P

    a: o comprimento ao longo do qual a perda se faz sentir.

    A rea 23..'0 P equivale a PEs. .

    ( ) ( )xapx PPo = ...2'0

    ; ( )

    += k

    x

    xp ; pEs

    aP

    P

    .

    .

    '0

    =

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 14

    2.2 PERDAS DE TENSO DIFERIDAS

    RETRACO E FLUNCIA DO BETO E RELAXAO DAS

    ARMADURAS DE PR-ESFORO

    Com o decorrer do tempo, devido quer aos efeitos naturais da

    envolvente estrutural (humidade, isolao, ventilao, ...), a

    qualidade do beto (tipo de cimento, granulometria dos inertes,

    quantidade de gua, ...), como aos estados permanentes de

    tenso no beto e nas armaduras de pr-esforo, verifica-se o

    encurtamento do beto (por retraco), acrscimo da

    deformabilidade do beto (por fluncia) e o decrscimo da

    tenso nas armaduras de pr-esforo sob alongamento

    constante (por relaxao).

    Estes comportamentos tambm originam a reduo do

    esticamento do cabo de pr-esforo e, consequentimente, a

    ocorrncia de perdas de tenso de pr-esforo.

    As perdas dai resultantes denominam-se perdas deferidas

    resultantes da retraco e fluncia do beto, e da relaxao das

    armaduras.

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 15

    A) RETRACO DO BETO

    a contraco do beto ao longo do tempo devido a variao

    de humidade (encurtamento do beto)

    O encurtamento do beto depende de:

    Envolvente estrutural (clima);

    Tipo de cimento que constitui a pea estrutural;

    Dosagem de cimento no beto;

    Dosagem e granulometria dos outros materiais (arreia e

    agregado grosso);

    Quantidade e distribuio de armaduras ordinrias;

    Interaco entre os diferentes constituentes.

    Devido, fundamentalmente, complexidade das leis de

    variao da humidade e dos mecanismos de interao entre os

    materiais constituintes do beto, a quantificao da amplitude

    das deformaes por retraco do beto so efectuadas com

    base em leis empricas experimentadas e aferidas ao longo do

    tempo.

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 16

    QUANTIFICAO DAS PERDAS DE TENSO DEVIDO A

    RECTRACO

    ( ) ( )0, ,. ttEx cspSpt = , onde: pE o mdulo de elasticidade das armaduras de pr-esforo;

    cs o encurtamento do beto devido a retraco, ao nvel do

    centro de gravidade das armaduras de pr-esforo.

    Para a quantificao do encurtamento do beto devido

    retraco, so usados preceitos estabelecidos no REBAP (Anexo

    - I).

    Considera-se u

    Ah ce2

    = ; onde:

    eh a espessura equivalente da seco transversal;

    cA a rea da seco transversal;

    u a parte do permetro da seco em contacto com o

    ambiente;

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 17

    Figura - 6: Quantificao da Retrao do Beto

    1cs...=HR

    1t

    ...=eh

    cs

    idade, t (dias)

    b) FLUNCIA DO BETO

    Depedendo das condies tcnicas e higromtricas na

    envolvente estrutural (parmetros da temperatura e da

    humidade) ocorrem diferentes modificaes na estrutura

    interna do beto, determinados por processos fsicos e qumicos

    complexos.

    Um dos efeitos mais preponderantes destas modificaes

    internas a deformao crescente do beto sob tenso

    constante (fluncia) associada diminuio da elasticidade do

    beto.

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 18

    As leis que definem a evoluo da fluncia tambm se revelam

    muito complexas, sendo, por isso, analisadas a partir de leis

    empricas aferidas pela experincia ao longo do tempo.

    QUANTIFICAO DAS PERDAS DE TENSO DEVIDO A

    FLUNCIA

    ( ) ( ) ( ) pocc

    toccpt EtttE

    xx .,

    ,

    , = , onde:

    ( )xtoc, a tenso no beto ao nvel da armadura de pr-esforo, devido ao pr-esforo e s aces com carcter de

    permanncia;

    cE o mdulo de elasticidade do beto;

    ( )oc tt, o coefeciente de fluncia para a idade t ; pE o mdulo de elasticidade da armadura de pr-esforo;

    Para a quantificao do encurtamento do beto devido

    fluncia, so usados preceitos estabelecidos no REBAP (Anexo -

    I).

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 19

    Figura - 7: Quantificao da Fluncia do Beto

    2,2 %75=HR

    28

    mhe 23,0=

    c

    idade de carregamentoto (dias)

    c) RELAXAO DAS ARMADURAS DE PR-ESFORO

    a diminuio da tenso na armadura de pr-esforo no

    tempo, sob deformao constante.

    O ao de pr-esforo, como outros materiais elsticos, quando

    sujeito a uma deformao constante ao longo do tempo,

    experimenta rearranjos na estrutura cristalina (mutaes na

    estrutura molecular) que origina o decrscimo do estado de

    tenso respectivo.

    Porm, sabe-se que o rearranjo cristalino depende da

    amplitude da tenso sujeita ao ao, sendo tanto menor quanto

    menor for a tenso instalada.

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 20

    QUANTIFICAO DE PERDAS DE TENSO POR RELAXAO DA

    ARMADURA

    Para a quantificao simplificada da perda por relaxao parte-

    se do princnpio que uma tenso inicial de pukf5,0 no origina perdas por relaxao.

    Para um nivel de tenso pukpo f7,0= adoptam-se os seguintes valores experimentais:

    Ao de relaxao normal: porp .15,0, = ;

    Ao de baixa relaxao: porp .06,0, = ;

    Ao de muito baixa relaxao: porp .03,0, = .

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 21

    Figura - 8: Ao de Relaxao Normal

    po15,0

    pukf7,0

    pr

    pukf5,0

    po06,0

    pukf7,0

    pr

    pukf5,0

    Figura - 9: Ao de Baixa Relaxao

    po03,0

    pukf7,0

    pr

    pukf5,0

    Figura - 10: Ao de Muito baixa Relaxao

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 22

    Estes valores so obtidos experimentalmente para um tempo

    horast 1000= .

    Depedendo do nvel de tenso permanente instalado no cabo

    de pr-esforo e do tipo de ao pode-se interpolar nos grficos

    das figuras 8, 9 e 10.

    INTERAO ENTRE AS PERDAS DIFERIDAS POR RETRAO E

    FLUNCIA DO BETO E A RELAXAO DAS ARMADURAS

    Pelo facto de as perdas por retraco, fluncia e relaxao

    ocorrem ao longo do tempo, cada uma delas afecta a outra,

    obrigando a que a sua considerao e anlise seja efectuada

    conjuntamente.

    Ao ocorrer o encurtamento por retraco (perda de tenso

    devido retrao) verifica-se a reduo da amplitude do pr-

    esforo e, consequentimente, como as perdas devido a fluncia

    dependem da amplitude das tenses de compresso

    mobilizadas, elas ficam afectadas pela ocorrncia daquela

    perda.

    O mesmo se pode dizer para as perdas por relaxao: as

    perdas devido a retrao e fluncia do beto originam a

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 23

    reduo do esticamento da cabo e, consequentimente, a

    reduo do alongamento que se pressuponha constante para a

    ocorrncia da relaxao. Portanto, estas perdas tambm

    estaro afectadas.

    INTERACO ENTRE AS PERDAS

    A analogia apresentada pode ser efectuada sob diferentes

    pontos de vista. Contudo, sempre levando concluso da

    legitimidade da sua considerao, anlise e quantificao

    conjunta, como por exemplo se refere no artigo 42 do REBAP.

    Este pensamento aconselha que, para ter em conta as perdas

    por retraco, fluncia e relaxao no clculo das perdas por

    relaxao se considere uma tenso inicial dada por:

    ( ) ( ) ( )xxx rcsptgpo +++ = ,.3,0 , Onde:

    ( )xgpo+ a tenso na armadura de pr-esforo devido ao pr-esforo inicial e s aces permanentes;

    ( )xrcspt ++ , o valor total das perdas diferidas, adoptado por aproximao como sendo igual a (10 15)% da tenso inicial.

  • Perdas de Tenso em Armaduras de Pr-esforo 24

    EXPRESSO DO REBAP PARA A QUANTIFICAO CONJUNTA

    DAS PERDAS DIFERIDAS

    ( ) = ++ xrcspt , ( ) ( ) ( ) ( )[ ] ( )

    ( )( )

    ( )

    +

    ++=

    2,11

    ,,

    ,

    ,,,,

    oc

    po

    poc

    rttppocgcocpocs

    tt

    x

    x

    xxxttEtto

    onde:

    ( ) ( )xx pocgc ,, ; so as tenses no beto na seco x, calculadas ao nvel do centro de gravidade das armaduras de

    pr-esforo, devidas s aces permanentes (com a excluso

    do pr-esforo) e ao pr-esforo inicial (sinal negativo para a

    compresso);

    ( )xpo a tenso nas armaduras de pr-esforo, na seco x, devida ao pr-esforo inicial;

    ( )xrttp o ,, a perda de tenso nas armaduras de pr-esforo na seco x, devida relaxao entre ot e t , calculada para

    uma tenso inicial dada por:

    ( ) ( ) ( )xxx rcsptgpop +++ = ,, .3,0 .