PERCEPÇÃO SOBRE EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO ORÇAMENTO FAMILIAR … · 2018-02-28 · Educação...
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Revista Científica FAZER. Faculdade Anglicana de Erechim – FAE V.5, N.1 - 2017 - ISSN: 2318-289X 32
PERCEPÇÃO SOBRE EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO ORÇAMENTO FAMILIAR DE CEM FAMÍLIAS DO MUNICÍPIO DE ERECHIM-RS
Diane Delazari1
Jéssica Barcarollo2
Juciléia Giacomin3 Daniela Schiffl4
RESUMO
O estudo tem como objetivo averiguar o conhecimento de famílias do município de Erechim-RS sobre o assunto Educação Financeira no Orçamento Familiar. Para isso, foi elaborado um questionário, que foi entregue a cem (100) famílias para respondê-lo, onde foi entregue em envelopes pardos fechados, para que as famílias não fossem identificadas. Trata-se de pesquisa descritiva e qualitativa quanto a abordagem do problema. Identificou-se que 61% das famílias, não têm conhecimento suficiente sobre o assunto exposto, e que também não estão totalmente confiantes na administração de seu próprio dinheiro. Mas apesar disso, 24% afirma, não ter dificuldades financeiras, e 37%, diz também que não tem dívidas, ou se tem, foram planejadas e seu pagamento será em breve. Além disso, conseguem destinar parte de seus rendimentos para uma reserva. Diante do exposto, a pesquisa mostrou que apesar das famílias afirmarem ter pouco conhecimento a respeito do assunto, estão preparadas para administrar as finanças familiares.
Palavras-Chave: Orçamento Familiar. Planejamento Financeiro. Educação Financeira.
1 INTRODUÇÃO
Atualmente o Brasil possui muitas famílias em endividamento, de acordo com notícias
divulgadas diariamente nas mídias. Percebe-se que o número de sites sobre esse assunto vem
aumentando proporcionalmente as ofertas para consumo financiado.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
2016, em agosto de 2016, 58% das famílias encontravam-se endividadas, um número que
embora seja menor que em agosto de 2015 (62,7%), é 0,3 pontos percentuais a mais que em
julho desse ano (2016), quando o índice era de 57,7%. Os pesquisadores afirmam, ainda, que
embora o índice de 2016 seja menos que o de 2015, em função de uma provável retração do
1 Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Anglicana de Erechim (FAE). 2 Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Anglicana de Erechim (FAE). 3 Mestre em Controladoria e Finanças pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). E-mail: [email protected]. 4 Especialização em Matemática pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI).
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consumo, as taxas de juro mais elevadas e o desaquecimento do mercado de trabalho podem
ser responsáveis pelo fato do endividamento.
Infelizmente observa-se que existem pessoas e famílias completamente endividadas, com
seus rendimentos totalmente comprometidos, abaladas moralmente, psicologicamente e
financeiramente, com receio de arruinar-se cada vez mais sem encontrar solução. Diante desse
fato, constata-se que este endividamento pode ter sido provocado pelo gasto desmedido, que
vai além da receita mensal recebida. Isso é confirmado pelo CRC (Conselho Regional de
Contabilidade) na Cartilha desenvolvida sobre Orçamento Familiar (2012/2013, p. 03).
As pessoas são impulsionadas a consumir sem avaliar a real necessidade da compra e as taxas de juros impostas nas aquisições a prazo, bem como a sua real capacidade de pagamento. A principal razão para esse descontrole nas finanças pessoais e orçamento familiar é o fato de as famílias gastarem mais do que ganham.
Certamente, conforme já foi afirmado, um dos principais motivos pelo endividamento é
gastar mais do que se ganha. Pois as pessoas estão preocupadas com o bem-estar e conforto
de sua família, que acabam esquecendo-se de fazer um controle de suas receitas e despesas.
Mas, para manter um controle, as famílias devem demonstrar interesse pelo assunto Educação
Financeira, para que esse conforto seja acompanhado de uma boa administração financeira,
sem prejuízos futuros, e para que essas taxas de endividamento sejam reduzidas. Viegas, Pinto
e Penha (2007, p.47) afirmam que
A família não pode ficar indiferente quanto à necessidade de se implantar controles dos ganhos e, principalmente, dos gastos para a continuidade do patrimônio familiar. Como uma célula social, precisa utilizar a organização, o planejamento e o controle.
Isso significaria utilizar métodos que auxiliem as famílias a gerenciarem seus ganhos,
com o intuito de terem um futuro mais tranquilo e sem surpresas. Ter-se-ia estruturado um
planejamento, onde se encaixaria todos os desejos dos componentes da família e se poderia
elencá-los por ordem de importância, do maior para o menor, objetivando assim, um alcance
programado dos objetivos e com prazos estipulados, envolvendo todo o grupo familiar, com
prioridades comuns. Os autores, Tavares e Machado (2007, p.15) afirmam que,
A realidade mostra que, sabendo ou não sabendo, uma quantidade muito grande de pessoas não se utiliza dos instrumentos de gerenciamento de suas finanças. Mesmo porque, para conseguir um equilíbrio financeiro é necessário um controle rigoroso de suas receitas, o que dá trabalho. Mas compensa.
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Dessa forma, é necessário fazer um planejamento financeiro, envolvendo toda a família
e também as crianças, o que leva ao estabelecimento de uma Educação Financeira. Assim,
Educação Financeira e orçamento familiar estão diretamente ligados à maneira como cada
pessoa controla seus ganhos e gastos, receitas e despesas.
Diante do contexto apresentado, surge o seguinte questionamento: Qual a percepção sobre
Educação Financeira no orçamento familiar de cem famílias do município de Erechim-RS?
Assim a presente pesquisa se justifica pela relevância, por ajudar as pessoas que tem
dificuldades na organização de suas finanças, a compreenderem como podem se organizar para
que suas despesas sejam compatíveis com suas receitas, pois de acordo com Cerbasi (2014,
p.7), “uma vida planejada e com objetivos é mais feliz”.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PLANEJAMENTO FINANCEIRO
De acordo com seus objetivos, tanto as famílias quanto as organizações, possuem
autonomia em suas decisões financeiras e isso deve ocorrer de acordo com um bom
planejamento. O que distingue um grupo familiar de outro é como cada um conduz seus
objetivos, qual a intensidade e o real valor dispensado para a realização de determinados
objetivos. O planejamento e o controle devem andar juntos, um servindo de apoio ao
outro.
O termo controle, hoje, é muito utilizado. O que as organizações e as famílias
almejam e precisam é controlar seu patrimônio, garantir que se tomem decisões precisas
e corretas, pautadas em análises minuciosas de todo o ambiente, externo e interno, que
possa provocar algum tipo de impacto em seu planejamento. O planejamento, por sua vez,
trabalha de encontro ao controle, este procura evidenciar a preparação, estruturação e a
maneira de como será desenvolvida determinada atividade para alcançar a meta proposta.
É indispensável para a tomada de decisões e para a execução de trabalhos dentro de prazos
pré estipulados, como afirma Frezatti apud. Ackoff et al., (2007, p.8) ao falar “das funções
básicas tratadas por Fayol, temos organizar, formar equipe, dirigir, controlar e planejar.
Planejar significa decidir antecipadamente”. Neste âmbito, pode-se afirmar que
planejamento seria uma maneira de manter certo domínio sobre o próprio futuro.
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Planejar é quase uma necessidade intrínseca, como é alimentar-se para o ser humano. Não se alimentar significa enfraquecimento e o mesmo ocorre com a organização, caso o planejamento não afete o seu dia-a-dia dentro do seu horizonte mais de longo prazo. (FREZATTI, 2007, p.14).
Dentre os vários motivos pelos quais as famílias passam por dificuldades
financeiras, pode-se citar o salário baixo, muitos gastos e dependentes, mas, esses fatores
não são os únicos e principais. Esse problema, na maioria das vezes, se resolveria, se as
famílias tivessem um bom planejamento financeiro. A partir de uma organização, fica
mais fácil saber ao certo qual é a renda da família, quais são os gastos, se são importantes
e realmente necessários. Segundo Viegas, Pinto e Penha (2007, p.50)
No meio familiar [...] quanto maior o nível de organização, maior será a facilidade para administrar seu patrimônio. A organização dos bens e direitos, das receitas, das obrigações, das despesas, pode auxiliar o gestor da famíliano controle e maximização do seu patrimônio.
Após ter estruturado um bom planejamento, é possível verificar quais são os
problemas, onde estão as dificuldades e em que se pode melhorar. Não adianta só falar
em planejamento financeiro, e ditar o que é certo e o que é errado. Na prática, é preciso
que as famílias compreendam como funciona e quais os benefícios oferecidos pelo seu
uso contínuo. Segundo Frankenberg (1999, p.31), “o planejamento financeiro pessoal
significa estabelecer e seguir uma estratégia precisa, deliberada e dirigida para a
acumulação de bens e valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de sua
família”.
O planejamento é o mapa que as famílias têm para se guiar e chegar até seus
objetivos, é o que diz Gitman (2001, p.434), ao afirmar que “o planejamento financeiro é
um aspecto importante das operações nas empresas e famílias, pois ele mapeia os
caminhos para guiar, coordenar e controlar as ações das empresas e das famílias para
atingir seus objetivos”. Desse modo, o planejamento se faz importantíssimo, pelo fato que
direciona e conduz as atitudes da família, controlando suas ações e impulsionando a
concretização dos objetivos, é uma maneira de formalizar aquilo que se planeja, como
afirma Ross, Westerfield e Jaffe (1995, p.525) “o planejamento financeiro formaliza o
método pelo qual as metas financeiras tanto das empresas quanto das famílias devem ser
alcançadas”.
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Nesse sentido, Halles, Sokolowskie e Hilgemberg (2009) afirmam que por meio
do planejamento é possível adequar o rendimento familiar às suas necessidades,
identificar e eliminar gastos supérfluos, planejar compras futuras evitando o pagamento
excessivo de juros, realizar objetivos de vida e enfrentar, com maior tranquilidade,
eventuais problemas. Isso significaria dizer, que a partir de um bom planejamento, seria
possível se precaver de certas situações casuais que podem ocorrer, pois se terá traçado
no planejamento, táticas e planos para a resolução de algum imprevisto.
Além disso, no entendimento de Leal e Nascimento (2009) o planejamento
financeiro se pauta em três grandes pontos: i) Como aproveitar as oportunidades de
investimento que o mercado propõe; ii) identificar o grau de endividamento aceitável; e
iii) determinar a parcela dos lucros auferidos. Para Gitman (2001) o planejamento
financeiro precisa ser iniciado com objetivos e planos para um período longo de tempo,
moldando as estratégias e atitudes que se espera realizar para torná-lo real. A partir desse
molde se desenhará os passos a serem dados diariamente, para darem suporte a
concretização dos objetivos pretendidos num curto espaço de tempo.
O planejamento financeiro deve ser o meio para alcançar os objetivos da família,
para assim chegar à satisfação da mesma. Macedo Junior (2007, p.26) defende que o
“planejamento financeiro é o processo de gerenciar seu dinheiro com o objetivo de atingir
a satisfação pessoal”. Porque planejamento financeiro é a projeção de vendas, lucros e de
ativos baseada em estratégias alternativas de produção e de marketing, bem como a
determinação de recursos necessários para alcançar essas projeções. (WESTON e
BRIGHAM, 2000).
De acordo com Sousa e Torralvo (2008, p.75-76), “o planejamento é um processo
que envolve tomada de decisões no presente que terão reflexos no futuro, geralmente de
maneira a se obter o melhor resultado”. Isso implicaria em abrir mão de certas coisas hoje
para se conseguir alcançar algum objetivo maior no futuro. Às vezes, pode se observar
dificuldades momentâneas, que com o passar do tempo tornam-se um impulso para
melhorar e alcançar resultados positivos.
Viegas, Pinto e Penha (2007, p.51) comentam que “o produto final do
planejamento é a orientação sobre o impacto das decisões que devemos tomar hoje”.
Assim, verifica-se que o planejamento financeiro é o que norteia e define as decisões a
serem tomadas, servindo como um apoio e uma precaução. A partir disso, é importante
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traçar princípios para a realização do planejamento financeiro, o que é tratado na parte a
seguir.
2.1.1 Princípios do Planejamento Financeiro
Para que o planejamento financeiro seja executado de maneira correta e dentro das
perpectivas traçadas, é necessário conhecê-lo por inteiro, desde como ele funciona até
como fazer para que ele dê certo e sirva de exemplo para outras pessoas e famílias.
Oliveira (1995) traz alguns princípios que auxiliam a compreender e entender melhor o
planejamento. Esses princípios são divididos em gerais e específicos. Segundo Oliveira
(1995, p.35-36) os princípios gerais são:
Princípio da contribuição aos objetivos: esse princípio trata da realização dos
objetivos maiores, aqueles que se deseja atingir num período mais longo de tempo. Estes
objetivos macros devem conduzir todos os outros, inclusive aqueles de menor
importância e maior facilidade de realização, pois, é através do alcance dos objetivos
menores que se chegará a realização do grande objetivo proposto pela família. Realizar
todos os desejos propostos, identificando a interligação dos mesmos;
Princípio da precedência: organização, direção e controle são as ações chave que
norteiam esse princípio. É preciso executar um orçamento financeiro, planejado e muito
bem organizado, que seja aceito por todo o grupo familiar para, dessa forma, se ter
convicção que esse é o objetivo comum da família. A direção se torna necessária a partir
do momento em que, para atingir esta meta, é preciso seguí-la a risca, sentindo todas as
restrições que são fundamentais para o alcance da mesma. E o controle se faz importante
para saber como irá atingir esse objetivo, os gastos e as prioridades que serão precisos e
impostos para chegar a obtenção do proposto. Deve-se observar todos os pontos definidos
no planejamento e todos os que forem possíveis alcançar.
Princípio da maior penetração e abrangência: o planejamento irá causar
modificações na vida das famílias, elas terão que abrir mão de algumas coisas para assim
poderem conseguir outras. Geralmente, o planejamento traz resultados a longo prazo, o
que no momento atual, fará com que a família não veja muito ganho, e por vezes acabe
se culpando pelo investimento, mas que será muito vantajoso no futuro. Um bom
planejamento trazmuitas oportunidades. Por isso, deve-se conhecer com clareza o
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objetivo deste, para que assim, se entenda as mudanças que ocorrerão em certos
momentos e que se possa aproveitar as chances que surgirem;
Princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade: para atingir os objetivos
propostos, é necessário o envolvimento de todo o grupo familiar, e todos devem estar
cientes de que o resultado só será positivo se cada um fizer a sua parte, reduzindo gastos
desnecessários e desmedidos, e aumentando o foco no planejamento. Aumentar resultados
e diminuir deficiências. Um planejamento ideal, é aquele que consegue alinhar os sonhos
com a maneira como será feito para atingí-los, além de melhorar a harmonia familiar
visando o sucesso do mesmo.
Para que esses princípios gerais ajudem no processo de tomada de decisão, é
necessário ter conhecimento de outros princípios, que Oliveira (1995, p.37), classifica
como específicos, e que significa que cada um deve fazer a sua parte e cooperar:
Planejamento participativo: para facilitar o processo de elaboração do
planejamento é importante que se tenha a ajuda de todas as pessoas que se envolverão
nesse planejamento. É imprescindível o diálogo entre todos os envolvidos, para que cada
um exponha seu ponto de vista e apoie a ideia, gerando assim, uma integração do grupo
familiar e uma união em prol da realização deste planejamento, para que torne-se real e
traga os benefícios almejados;
Planejamento coordenado: a maioria dos aspectos envolvidos no planejamento são
interdependentes. Para isso, é preciso que a coordenação seja feita corretamente e
rigorosamente, para que não aconteça de cada pessoa querer fazer do seu jeito. No
planejamento coordenado, um depende do outro para atingir um mesmo propósito com o
melhor desempenho;
Planejamento integrado: os objetivos principais são escolhidos pelos chefes da
família, aqueles que possuem a responsabilidade maior, porém, para atingí-los, é
necessário a participação e colaboração de todo o grupo familiar. A execução do
planejamento deve ser feita por todos, unidos e conscientes de que para o êxito desse
planejamento é preciso persistência, comprometimento e foco;
Planejamento permanente: deve ser verificado como um ciclo. Revisando os
planos sequencialmente, reavaliando, melhorando aquilo que não deu certo e observando
porque não deu certo, sempre buscando um maior aperfeiçoamento deste planejamento.
A partir desses princípios, constata-se que é necessário sempre contar com o apoio
e a participação de toda a família, do mais jovem até o mais experiente, pois se uma
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pessoa não colaborar, o planejamento familiar poderá não dar certo, e isso pode ocasionar
o fracasso financeiro.
2.2 ORÇAMENTO FAMILIAR
O ser humano, desde seu nascimento está inserido em uma coletividade. Seu
primeiro contato é com seu grupo familiar, que pode ser descrito como a união de duas
ou mais pessoas, por afeição e/ou laços sanguíneos, que ensinam, guiam e preparam esses
indivíduos, para que possam enfrentar os desafios oriundos da convivência em sociedade
e das diferentes crenças.
A família é uma das primeiras e mais importantes escolas da vida. É no meio e por
meio desta que as pessoas aprendem a pensar em coletividade e a conviver com outras
pessoas e outras atitudes, por vezes distintas das suas.
Como toda organização, a família também possui seu patrimônio, e este é composto de
maneira um pouco distinta das demais organizações, principalmente das empresariais, pois
evidencia as necessidades e ambições de todo o grupo familiar. Cada membro da família possui
as suas necessidades, e deseja alcançá-las a sua maneira e em seu próprio tempo, porém, pela
família ser um grupo e possuir recursos, deve mantê-los em dia, cuidando e acompanhando-o para
que não acabe sempre procurando trabalhar juntos e estabelecendo objetivos e metas que auxiliem
e favoreçam o todo do grupo familiar.
Sabe-se que, geralmente, o orçamento está diretamente ligado à empresa, onde é
fundamental para que a empresa siga conforme o esperado. Porém, é válido ressaltar que
este também é de suma importância para as famílias, já que elas também são uma forma
de empresa, apenas com alguns pontos que se diferenciam de uma empresa normal. Este
hábito de orçar pode auxiliar e melhorar o desempenho financeiro das famílias de modo
muito mais eficaz, ajudando-as a gerir seus recursos financeiros.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Desta forma, com a finalidade de atingir os objetivos apresentados neste estudo,
esta pesquisa é caracterizada como um estudo descritivo, que na visão de Gil (2002,
pg.42) “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das
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características de determinada população ou fenômeno, ou então, o estabelecimento de
relações entre variáveis”.
Quanto aos procedimentos, a pesquisa é do tipo exploratória. Pois “uma das
características da pesquisa exploratória, tal como é geralmente concebida, refere-se à
especificidade das perguntas, o que é feito desde o começo da pesquisa, como única
maneira de abordagem”. (PIOVESAN e TEMPORINI 1995, p.319). E, por último, quanto
à abordagem do problema, a pesquisa caracteriza-se como qualitativa e quantitativa, à
medida que se concebem análises mais profundas em relação ao problema que está sendo
estudada.
A amostra do presente estudo contempla 100 famílias de Erechim/RS. Elaborou-se um
questionário com dezoito (18) perguntas objetivas para que fosse possível identificar a situação
financeira em que vivem as famílias do município de Erechim-RS, nos mais diversos bairros. Os
questionários foram entregues dentro de envelopes pardos, para que as famílias não fossem
identificadas, onde levaram para casa, e o responsável financeiro da família respondeu,
devolvendo no dia seguinte.
A escolha das famílias foi de forma aleatória, para que assim se obtivesse pessoas de
diferentes níveis socioeconômico, intelectual, financeiro e consequentemente com maneiras
diferentes de administrar suas finanças, com diferentes pensamentos sobre o tema dinheiro. O
motivo pelo qual a escolha das famílias deu-se de maneira aleatória foi o fato de querer avaliar
famílias com características diferentes. Desse modo, as respostas foram bem variadas, com
pessoas que se encontram em uma situação financeira tranquila, mas, que não tem tanto controle
sobre seus gastos, e outras famílias que com valores menores, administram muito bem suas tarefas
financeiras.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A forma como cada um administra seu próprio dinheiro é diferente de uma pessoa para
outra, e o resultado disso, é o mais variado possível. Com o objetivo de pesquisar a situação
financeira das famílias do município de Erechim foram entregues os questionários com perguntas
objetivas para que fosse possível entender as formas como cada família vem administrando suas
dificuldades diante da crise econômico-financeira que o país está vivendo.
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Depois de concluída a coleta de dados, iniciou-se a interpretação dos mesmos e,
identificou-se que a pesquisa atingiu 100% de sua meta de cem (100) famílias. A primeira
pergunta foi para identificar em quais bairros a pesquisa estava sendo realizada.
Gráfico 1 - Bairros dos entrevistados
Fonte: Autores (2016)
Através dos questionários obtidos, identificou-se em quais bairros a pesquisa foi
realizada, sendo 32 bairros participantes. O bairro com mais pessoas questionadas, foi o bairro
Centro, com dezenove (19) pessoas, em segundo lugar, o bairro Três Vendas, com nove (9)
pessoas, em terceiro lugar, o bairro Atlântico, com sete (7) pessoas e em quarto lugar o bairro
Bela Vista com seis (6) pessoas. Com cinco (5) participantes, foram obtidos dois bairros, com
quatro (4), também dois bairros, com três (3), seis bairros, com dois (2), cinco bairros, e, com
apenas um participante, treze (13) bairros.
Com isso, foi comprovado, que os bairros participantes foram os mais diversos, atingindo
pessoas de todas as classes sociais, com os mais diferentes pensamentos, o que contribui para que
essa pesquisa se torne ainda mais relevante.
3%
2%
7%
2%
6%
19%
4%
1%1%
1%1%
3%
4%
2%
5%5%3%
3%2%
3%
1%1%
1%
2%1%
3%
1%
1%1%
1%
9%
1%
BairrosAEROPORTO AGRICOLA
ATLÂNTICO ALDO ARIOLI
BELA VISTA CENTRO
CERÂMICA COPAS VERDES
CRISTO REI ESPERANÇA
ESTEVÃO CARRARO FATIMA
JOSÉ BONIFÁCIO KM 10 ARGENTA
KOLLER LINHO
MARIA CLARA MORADA DO SOL
MORRO DA CEGONHA NOVO ATLANTICO
NOVO HORIZONTE PAIOL GRANDE
PETI VILAGE PRESIDENTE VARGAS
REDENÇÃO RIO TIGRE
SANTA CATARINA SÃO CAETANO
SÃO CRISTÓVÃO SÃO JOSÉ
TRÊS VENDAS VITORIA
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Gráfico 2 - Sexo dos entrevistados
Fonte: Autores (2016)
Das 100 famílias que responderam, 73% são do sexo feminino e 27% são do sexo
masculino. Com essa pesquisa, mostrou-se que as mulheres estão mais presentes em qualquer
lugar na sociedade, principalmente nas questões financeiras, controlando o seu próprio dinheiro
e de sua família também. Pois cada vez mais, a mulher está ganhando espaço na sociedade, devido
sua inteligência e capacidade de administrar os negócios tão bem quanto os homens, ou até melhor
que eles.
Acredita-se que as mulheres têm pensamento diferente dos homens quando o assunto é
dinheiro, pois enquanto elas realmente visam mais segurança, eles, na maioria das vezes querem
ser bem vistos pelas pessoas do meio em que vivem.
Gráfico 3 - Estado Civil
Fonte: Autores (2016)
Percebe-se que com o passar dos anos, tudo foi mudando, o jeito de pensar, de agir, de
administrar as contas, e principalmente a forma de viver. Ao contrário de décadas passadas, pois
hoje em dia, as pessoas não têm mais aquele pensamento que para se ter uma família é necessário
casar, em uma família tradicional – heterogênea, uma família pode ser formada pelas mais
variadas pessoas. E essa pesquisa mostrou que a maioria dos que responderam o questionário se
identificaram como sendo solteiros, o que totalizou 47% dos entrevistados, sendo que 41% são
73%
27%
Sexo
FEMININO
MASCULINO
41%
47%
0%
2% 10%
Estado civil
CASADO
SOLTEIRO
VIUVO
DIVORCIADO
OUTRO
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casados, 10% responderam a opção outro, onde afirmaram ter união estável, e apenas 2% são
divorciados, na opção viúvo, ninguém respondeu.
Gráfico 4 - Grau de Escolaridade
Fonte: Autores (2016)
Quanto a escolaridade, dos questionários, a maioria tem o Curso Superior, sendo 51% das
pessoas e em seguida, vem as pessoas com Ensino Médio completo, com 17%, 11% são Técnicos,
9% responderam a opção outro, 6% com Ensino Médio incompleto, 5% com Fundamental
completo e apenas 1% com Fundamental incompleto.
Sendo assim, constatou-se que cada vez mais as pessoas estão procurando o ensino
superior para, acredita-se, terem um melhor e mais aprofundado conhecimento, além de pensarem
para o futuro, melhorarem sua qualidade de vida e conseguirem um trabalho melhor, que exija
menos esforço físico e recompense mais, pois o conhecimento adquirido é a única coisa que
ninguém pode tirar de uma pessoa.
Gráfico 5 - Faixa Etária
Fonte: Autores (2016)
A faixa etária mais observada entre as pessoas que responderam o questionário foi entre
21 anos a 30 anos, com 43%, em seguida as pessoas acima de 40 anos, com 24%, depois, vem as
pessoas entre 31 anos a 40 anos, com 21% e por último até 20 anos, com 12%.
5%
1%
17%
6%
11%51%
9%
Escolaridade
FUNDAMENTAL COMPLETO
FUNDAMENTALINCOMPLETOMÉDIO COMPLETO
MÉDIO INCOMPLETO
TÉCNICO
SUPERIOR
OUTRO
12%
43%21%
24%
Qual é a sua idade?
Até 20 anos.
De 21 a 30 anos.
De 31 a 40 anos.
Acima de 40 anos.
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Imagina-se que a idade não possa interferir na hora de falar sobre finanças, pois é
necessário que todos tenham sabedoria para gerenciar suas próprias contas, desde o mais novo até
o mais velho da família, só assim será uma família bem sucedida financeiramente. Com o passar
dos anos, as pessoas foram entendendo que a idade não é mais um empecilho para buscar
conhecimento, o que é necessário, é a vontade de melhorar de vida em qualquer fase da vida.
Gráfico 6 - Números de pessoas que vivem na casa
Fonte: Autores (2016)
O número de pessoas residentes na mesma casa, só interfere na hora de unir as rendas
para dividir as tarefas, e assim, controlar conforme o necessário. Essa pesquisa mostra que 42%
dos respondentes, convivem em 2 pessoas na mesma casa, 32% com 4 a 5 pessoas, 21% com 3
pessoas e apenas 5% com mais de 5 pessoas. Independente do número de pessoas é preciso fazer
o planejamento financeiro da família, pois quanto mais organizada for a família, mais fácil será
de conviver com as despesas.
Gráfico 7 - Renda Familiar
Fonte: Autores (2016)
A renda familiar sempre é a mais preocupante, pois é a partir dela que vem o sustento da
família, e é também, onde as pessoas mais se restringem a responder. Mas, mesmo assim, a
pesquisa conseguiu trazer o número de famílias propostas pela pesquisa, sendo que 45% das
famílias responderam que ganham entre R$ 2.500,01 a R$ 4.000,00. 25% vivem com mais de R$
42%
21%
32%
5%
Quantas pessoas vivem em sua casa?
2 pessoas.
3 pessoas.
4 a 5 pessoas.
Mais de 5 pessoas.
1%
13%
16%
45%
25%
Qual é a renda mensal da sua família?
R$ 500,00 a R$1000,00
R$ 1.000,01 a R$ 1.500,00
R$ 1.500,01 a R$ 2.500,00
R$ 2.500,01 a R$ 4.000,00
Acima de R$ 4.000,00
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4.000,00, já 16% com R$ 1.500,01 a R$ 2.500,00, 13% entre R$ 1.000,01 a R$ 1.500,00, e apenas
um participante sobrevive com uma renda entre R$ 500,00 a R$1.000,00, o que representa 1%.
Gráfico 8 - Controle Diário
Fonte: Autores (2016)
Sobre as famílias manterem um controle diário de seus gastos 46% responderam que sim,
que fazem o controle diário, já 27% responderam que não e 27% responderam que fazem só fazem
às vezes o controle.
O controle diário é de suma importância, é a partir dele que se observam todos os ganhos
e gastos, pois é possível ver detalhadamente tudo o que está acontecendo no orçamento, para que
se possa ver onde economizar, onde está gastando sem necessidade, e melhorar o desempenho
financeiro.
Gráfico 9 - Anotar gastos mensais
Fonte: Autores (2016)
Ao serem questionados sobre anotar os gastos e outras despesas mensais, 41%
responderam que só fazem às vezes, já 40% responderam que sim, que anotam seus gastos, e 19%
responderam que não tem o hábito de anotar. Anotar os gastos mensais é de grande importância,
pois é neles que geralmente estão os maiores valores, pelo qual prejudicam muito a renda familiar.
Por menor que seja, os gastos de baixo valor também não podem ser esquecidos, pois se não
46%
27%
27%
Você faz um controle diário de seus gastos?
SIM
NÃO
AS VEZES
40%
19%
41%
Você tem o hábito de anotar seus gastos e outras despesas mensais?
SIM
NÃO
AS VEZES
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forem anotados podem passar despercebidos e causar grandes transtornos financeiros para a
família quando considerados no total.
Gráfico 10 - Conhecimento sobre Educação Financeira
Fonte: Autores (2016)
Sobre o conhecimento da Educação Financeira, a maioria, ou seja, 61% responderam que
sabem pouco, 36% responderam que conhecem bastante, e apenas 3% responderam que não tem
conhecimento nenhum sobre Educação Financeira.
A Educação Financeira precisa ser um assunto conhecido por todas as famílias, e a
pesquisa mostrou que a grande maioria, sabe pouco, o que é insuficiente para administrar de forma
tranquila suas finanças. As pessoas têm que se conscientizar que é preciso buscar novos
conhecimentos, pois nesse momento de crise em que o país está passando, todo e qualquer
conhecimento adquirido a mais, vale muito.
Gráfico 11 - Conhecimento sobre Orçamento Familiar
Fonte: Autores (2016)
Quanto às respostas em relação ao orçamento familiar, 90% das pessoas que responderam
os questionários, disseram que já ouviram falar em orçamento familiar, e 10% responderam que
não ouviram falar. O que se pode considerar um resultado bom, pois a grande maioria já ouviu
61%36%
3%
Como você considera seu conhecimento sobre Educação Financeira?
POUCO
BASTANTE
NENHUM
90%
10%
Já ouviu falar em orçamento familiar?
SIM
NÃO
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falar, porém, sabe-se que nem todos praticam ou buscam maiores informações, apenas sabem que
existe.
O orçamento familiar é a melhor forma de controlar as despesas, pois através de planilhas,
é possível controlar todos os gastos do ano todo, mês a mês ou dia-a-dia, isso vai depender da
exigência e organização da família.
Gráfico 12 - Conhecimento e segurança para administrar o dinheiro
Fonte: Autores (2016)
Em relação aos próprios conhecimentos financeiros para administrar o dinheiro, 51% das
pessoas, falaram ter um conhecimento razoavelmente seguro, ou seja, mais da metade, não tem
tanta segurança sobre seus conhecimentos.
Já 28% afirmaram que não se sentem muito seguro, o que é preocupante para a situação
financeira de uma família. 16% afirmam ter um conhecimento muito seguro, o que é uma margem
baixa, e 5% confirmaram que seu conhecimento é nada seguro para administrar seu próprio
dinheiro.
Gráfico 13 - Onde adquiriu conhecimento sobre gestão
Fonte: Autores (2016)
5%
28%
51%
16%
Como você nota seu desempenho com relação aos seus conhecimentos financeiros para administrar o
dinheiro?
NADA SEGURO
NÃO MUITOSEGURO
21%
21%
7%
51%
Onde você adquiriu a maior parte dos seus conhecimentos para gerir o seu dinheiro?
Com familiares.
Na escola/faculdade.
Palestras, jornais, revistas,internet, rádio, livros.
De minha experiênciaprática.
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Ao serem questionados quanto a fonte de seus conhecimentos para gerenciar o dinheiro,
algumas responderam mais que uma opção, totalizando 105 respostas. Sendo que a maioria
adquiriu de sua própria experiência, o que equivale a 51%, com familiares e na escola/faculdade,
corresponde a 21% cada e em palestras, livros, jornais, etc., foram apenas 7%. O que comprovou
que as pessoas não buscam o conhecimento financeiro acadêmico, elas aprendem com os próprios
erros, ou com os erros dos outros.
Gráfico 14 - Fatores responsáveis por dificuldades financeiras
Fonte: Autores (2016)
Questionou-se, quais são os fatores que trazem as dificuldades financeiras para as
famílias, e 42% responderam que é referente a ganhar pouco. Já 24%, comentaram que não
possuem dificuldades financeiras, o que é uma margem considerada boa. 19% confessaram que é
porque gastam mais do que ganham e 15% admitiu que é por falta de conhecimento da
administração financeira.
Gráfico 15 - Possui algum tipo de dívida
Fonte: Autores (2016)
42%
15%19%
24%
Você acredita que suas dificuldades financeiras estão mais ligadas a que fatores?
Ganhar pouco.
Falta de conhecimento daadministração financeira.
Gastar mais do que ganha.
Não tenho dificuldadesfinanceiras.
37%
1%
25%
37%
Você possui algum tipo de dívida (empréstimos bancários, cartão de crédito, financiamentos)?
Sim, possuo, mas refere-sea um financiamento a longoprazo, cuja prestação eusempre quito em dia.
Sim, possuo, mas não seibem quando nem como ireipagá-las.
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Sobre possuir algum tipo de dívida, as respostas foram as seguintes: 37% dos
questionários optaram por duas respostas, que foram, sim, possuo, mas referente a um
financiamento a longo prazo, cuja prestação quito sempre em dia, e a outra resposta, não, não
tenho dívidas pessoais, procuro planejar todas as compras para conseguir pagar à vista e com
desconto. Com 25%, sim, mas vou saudá-las em pouco tempo, já que anotei e calculei quando e
como irei quitá-las. O que foi um ponto positivo para a pesquisa, pois as famílias mostraram estar
preparadas para comandar as despesas. E apenas 1% confessou que tem dívidas, mas não sabe
quando nem como irá quitá-las, o que é um fato muito perigoso e preocupante, pois, além da
dívida só ir aumentando, corre o risco de ficar com o nome “sujo na praça” e não conseguir mais
crédito para poder quitar outras despesas que possam surgir. A dívida não é ruim para quem sabe
usá-la, pois investimentos a longo prazo são dívidas, e se faz necessária quando o assunto é
comprar algo de alto valor, como uma casa por exemplo.
Gráfico 16 - Prioriza em caso de perda de renda
Fonte: Autores (2016)
Em relação ao que as famílias consideram que é uma fonte de proteção em caso de
desemprego, duas pessoas optaram por duas opções, onde se obteve 102 respostas. 50% das
pessoas acham que o melhor é possuir poupança ou outras aplicações financeiras. 43% falaram
que acham melhor possuir bens imóveis. É uma ótima opção também, pois os gastos são menores
do que aqueles que pagam aluguel, mas já é uma opção mais difícil de vender, onde o dinheiro
demorará mais para estar disponível. E por último, 7% acham que a melhor opção é possuir bens
móveis.
7%
43%50%
O que você considera mais importante em caso de desemprego/perda de renda?
Possuir bens móveis(carro, moto).
Possuir bens imóveis(casa, apartamento,terrenos).
Possuir poupanças ououtras aplicaçõesfinanceiras.
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Gráfico 17 - Conserva parte dos rendimentos
Fonte: Autores (2016)
Quando questionados em relação às reservas de rendimentos em poupanças e aplicações
financeiras, surpreendentemente, 59% disseram que sim, o que mostra que as pessoas estão
preparadas e conscientes que é bom ter uma reserva para emergências, 29% disse que guarda
dinheiro às vezes, o que já ajuda um pouco e 12% disseram que não, ou seja, se surgir uma
emergência, terá que optar em fazer uma dívida para essa despesa extra.
Gráfico 18 - Despesas mais impactantes
Fonte: Autores (2016)
Referente as despesas que mais impactam o orçamento familiar, houveram 241 respostas,
pela possibilidade de a escolha ser de mais de uma alternativa. Sendo assim, foi constatado que o
que mais pesa, é a alimentação, com 29%, em segundo lugar vem a gasolina, com 16%, saúde,
financiamentos e aluguel com 11% cada, educação com 9%, vestuário com 6%, transporte com
3%, e lazer e supérfluos com 2% cada.
59%12%
29%
Você procura conservar uma parte de seus rendimentos em uma poupança, para fins emergenciais, ou visando atingir
objetivos materiais (compra de casa, carro etc.)?
SIM
NÃO
AS VEZES
11%
11%
16%
3%29%
11%
6%9%
2% 2%
Qual das despesas atinge o orçamento de sua família com mais impacto?
ALUGUEL
FINANCIAMENTOS
GASOLINA
TRANSPORTE
ALIMENTAÇÃO
SAUDE
VESTUÁRIO
EDUCAÇÃO
LAZER
SUPERFULOS
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Com a pesquisa finalizada e todos os resultados obtidos, algumas questões obtiveram
respostas que chamaram mais a atenção em relação aos resultados e serão abordadas agora com
maior ênfase na discussão.
Os resultados da pesquisa apontam que na segunda questão, a maioria dos entrevistados
são mulheres, compondo 73% da amostra. Esse número chama a atenção, pois representa
praticamente o triplo do número de homens que responderam ao questionário.
Como a pesquisa foi destinada às famílias ou a composições familiares, no momento das
respostas é provável que a pessoa que respondeu o questionário seja a responsável pelas mesmas.
Desse modo, afirma-se segundo Cerbasi (2014, p.16) que atualmente as mulheres estão mais
presentes no mercado de trabalho, atuando em diversos cargos, dos mais simples aos mais bem
remunerados:
[...] hoje, a mulher não só conquistou uma posição social e profissional equiparada à do homem como passou a discutir e dividir o controle do planejamento e das finanças da família e dos negócios familiares. Essa nova realidade também gerou a necessidade de se chegar a um acordo sobre a administração da renda familiar em parceria. (CERBASI, 2014, p.16).
Há tempos percebe-se que as mulheres estão conquistando seu espaço na sociedade,
igualando-se aos homens. Hoje, elas estão ganhando salários melhores e estão se tornando
independentes. Sabe-se que a relação das mulheres com o dinheiro é diferente que a dos homens,
como afirma Trueman (2010, p.17-18):
Embora as mulheres estejam ganhando melhor do que nunca, a maioria ainda é motivada pelo desejo de segurança, em vez do desejo de poder. [...] Muitos homens simplesmente adoram o desafio de fazer dinheiro; é como se as finanças virassem um jogo, e vencer lhes proporcionasse respeito em sua comunidade e a sensação de controle e poder. Em contraste, para muitas mulheres o jogo parece muito perigoso.
Diante disso, pode-se perceber que as mulheres são mais cautelosas que os homens, pois,
embora sob as mesmas condições, ainda são vistas como o “sexo frágil”, e geralmente, não sentem
segurança em arriscar. Conforme Halfeld (2004, p.54) “Em geral, as mulheres são mais
conservadoras do que os homens. Eles costumam tomar decisões mais rápidas e, por isso mesmo,
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mais arriscadas.” Talvez seja por isso, que mulheres, por exemplo, possuem menor rotatividade
nas empresas, pelo medo de arriscar e pela segurança maior que adquirem com o tempo.
Conforme se pode observar, as mulheres são muito ativas e buscam desde sempre
reconhecimento e igualdade perante os homens. Hoje, a mulher tem conseguido destaque em
vários negócios e ambientes, porém ainda não é o suficiente, continua lutando e conquistando o
seu espaço.
Com esse entendimento de que a mulher alcançou o seu lugar dentro do grupo familiar,
torna-se mais fácil compreender porque houve essa grande desvantagem dos homens nas
respostas aos questionários. As mulheres estão se envolvendo muito mais nas finanças familiares,
e por vezes são elas que lideram as famílias, preocupando-se com a educação dos filhos, com o
futuro e com a manutenção de seu casamento. Uma família que trabalha unida e se ajuda
permanentemente conquista muito e torna-se mais feliz e completa.
Além disso, outra questão que chama a atenção é a terceira pergunta, onde se pode
identificar a escolaridade dos respondentes, revelando que a maioria deles está cursando ou já
concluiu o Ensino Superior, o que permite que se entenda como uma demonstração de que as
pessoas estão cada vez mais preocupadas com o seu futuro e com o de sua família, pois, através
do conhecimento, é possível conquistar uma melhor condição de vida, um emprego melhor, e
consequentemente uma renda maior.
Um tópico muito importante, e enfoque da pesquisa, tratado na questão dez é acerca do
conhecimento sobre Educação Financeira. Surpreendentemente, 61% das famílias entrevistadas
responderam que seu conhecimento sobre Educação Financeira, é pouco, ou seja, as famílias
admitem que não possuem conhecimento sobre finanças pessoais.
É importante ressaltar que ter consciência e humildade para pedir ajuda no momento de
necessidade não faz da família fraca ou perdedora, pelo contrário, torna-a forte e disposta a
encarar novos desafios, buscando entender e aproveitar os ensinamentos que lhes são dados.
Em relação ao conhecimento sobre o orçamento familiar, as respostas apontaram que 90%
das famílias questionadas conheciam sim o tema orçamento familiar e ouviram conversas
relacionadas a esse tema em determinado momento.
Embora essa porcentagem tenha despertado certo espanto, compreende-se que desses
90% que afirmam terem tido contato com o assunto, provavelmente nem todos o colocam em
prática, ou seja, conhecem, mas não utilizam. Conforme Carneiro e Matias (2011, p.106) “Tudo
o que existe no mundo possui vantagens e desvantagens e, logicamente, o orçamento familiar não
é diferente”.
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O orçamento familiar nada mais é que um planejamento das contas familiares. É a partir
dele que se projetam as receitas e despesas familiares, acompanhadas por um exigente controle,
que deve ser feito diariamente. Acredita-se que o motivo pelo qual muitas famílias não coloquem
em prática esse orçamento, seja pela falta de conversa entre os membros do grupo familiar e o
receio de expor as contas e rendimentos para toda a família.
Num primeiro momento, a implantação do orçamento/planejamento familiar pode parecer
complicado e pode provocar certos desconfortos, porém, depois de elaborado e posto em prática,
eles e torna de suma importância para o crescimento e fortalecimento da família. Orçar é uma
necessidade de todas as pessoas, pois além de servir como instrumento de controle do patrimônio,
também auxilia para o fortalecimento dos laços familiares gerando maior confiança e união entre
os membros da família, o que deve aumentar também.
O desempenho e a segurança para administrar o dinheiro 51% dos questionados,
respondeu que possui um desempenho razoavelmente seguro, o que significa que pensam não
estarem totalmente preparados para administrar o seu próprio dinheiro já que na questão 13 as
famílias revelam ter adquirido seus conhecimentos sobre gestão, na grande maioria, (51%), de
sua experiência prática, o que mostra, que os conhecimentos foram adquiridos através de erros
cometidos. Isso mostra que algumas famílias não pensam em buscar novos conhecimentos através
de livros, palestras ou mesmo na internet. Algumas famílias preferem persistir nos erros, a ter que
procurar ajuda para controlar seus patrimônios.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa teve por objetivo analisar o conhecimento sobre o tema
Educação Financeira, identificar os principais problemas financeiros enfrentados pelas famílias,
além de apresentar instrumentos que auxiliassem as famílias para uma melhor organização das
finanças familiares. De forma geral observou-se que os questionados foram pessoas e famílias
com níveis educacionais, pensamentos e maneiras distintas de controlar seu patrimônio.
Identificou-se, que mesmo com a crise econômico-financeira em que o país se encontra, a situação
das famílias do município de Erechim-RS não é preocupante, pois, grande parte das famílias
questionadas possui controle sobre suas finanças, e supõe-se que estejam preocupadas em mantê-
las em dia.
Atualmente, é muito difícil encontrar pessoas que não possuam nenhum tipo de dívida.
Mesmo as mais insignificantes, se não controladas, podem ocasionar perdas de patrimônio. Dessa
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forma foi possível constatar que as famílias estão buscando adquirir novos conhecimentos por
meio de especializações. Percebe-se com isso, que as pessoas estão preocupadas em manter um
controle financeiro, tanto aquelas famílias que possuem uma renda maior quanto as que
sobrevivem com uma renda baixa, pois ficou claro que a renda não é empecilho para a falta de
conhecimento financeiro, e sim um incentivo para as famílias acharem soluções para melhorarem
de vida e economizarem.
É extremamente necessário criar o costume de registrar todos os gastos familiares em uma
planilha, em um caderno, em um bloco de anotações ou em qualquer outra ferramenta com a qual
a família mais se adaptar. Com essa atitude se estará criando um controle financeiro, que permitirá
visualizar quais são os gastos que mais influenciam a renda mensal da família. Com métodos
simples, como este de registrar as receitas e despesas, tornar-se-á possível para as famílias
compreenderem quais são seus maiores desperdícios e qual a melhor forma de reduzi-los.
Para que o controle financeiro seja eficaz, requer total disciplina, envolvendo todo o grupo
familiar, inclusive as crianças, que no momento em que participam dessas discussões sobre
dinheiro, aprendem e utilizam os exemplos de casa.
Educação é fundamental para a convivência em sociedade, e para o crescimento e
aperfeiçoamento pessoal, embora, muitas vezes não se tenha acesso a essa na escola. Acredita-se
que a Educação Financeira deveria ser uma das disciplinas escolares obrigatórias, pois muitas
pessoas não sabem como investir seus rendimentos e acabam lidando com estes de maneira
inadequada, ficando reféns de dívidas inacabáveis.
Esta pesquisa buscou compreender aspectos específicos sobre finanças pessoais,
identificando que uma boa organização pessoal influencia para um bom desempenho nas finanças
empresariais. Por fim, entende-se que para se conquistar independência financeira é preciso
conhecer suas receitas, minimizar suas dívidas, investir e se educar financeiramente.
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