PERCEPÇÃO DOS CONTABILISTAS DE ERECHIM/RSSOBRE … · duas correntes de pensamento: uma corrente...
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Revista Científica FAZER. Faculdade Anglicana de Erechim – FAE
V.5, N.1 - 2017 - ISSN: 2318-289X 71
PERCEPÇÃO DOS CONTABILISTAS DE ERECHIM/RSSOBRE A IMPORTÂNCIA DO CÓDIGO DE ÉTICA NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO
CONTÁBIL
Fábio Bernieri1
Juciléia Giacomin2
RESUMO
Para que a qualidade da Contabilidade seja assegurada, criou-se o Código de Ética Contábil. Este documento é de fundamental importância para o Contador, pois é ele quem reúne as prescrições de conduta que a classe contábil deverá seguir. Assim, a presente pesquisa teve por finalidade evidenciar a percepção dos contadores sobre a importância do Código de Ética no exercício da profissão contábil. O estudo é classificado como descritivo quanto aos objetivos com abordagem qualitativa por meio da aplicação de um questionário estruturado, com 24 questões fechadas aos profissionais Contabilistas da cidade de Erechim - RS e que prestam serviços para empresas e escritórios de contabilidade. A pesquisa revelou que os clientes de escritórios de contabilidade frequentemente questionam os resultados apresentados, e pelo menos 26.6% dos profissionais entrevistados informaram que existem solicitações de mudança dos resultados por esses clientes. Mesmo assim, 73,3% mostra que a maioria das respostas apontou que os profissionais seguem os procedimentos de forma ética e não realiza em momento algum algo que seja ilegal em suas atividades profissionais cotidianas. A pesquisa também revelou que 90% dos Contabilistas entrevistados mantêm e norteiam a sua conduta ética devido aos motivos dos princípios morais e 100% os entrevistados declararam que abrem mão da postura e conduta correta, para lançar os dados de acordo com os ajustes solicitados por seus clientes, sem verificar se o procedimento está ou não de acordo com as normas regulamentadoras.
Palavras-chaves: Ética. Código de Ética - Profissão Contábil - Contabilistas.
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, a Contabilidade vem ganhando espaço no mercado, por se tratar de um trabalho
minucioso, específico e que exige muito conhecimento. Diante disso, as organizações procuram
1 Graduado em Ciências Contábeis pela Faculdade Anglicana de Erechim (FAE). 2 Mestre em Controladoria e Finanças pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). E-mail: [email protected].
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dar preferência na contratação de escritórios especializados na prestação de tal serviço, pois tais
atividades desenvolvidas por eles demandam muito tempo e conhecimento atualizado das normas,
leis, tributos, etc., sendo dificultoso e custoso para a empresa manter uma equipe para
desempenhar tais funções.
O cenário econômico para a profissão contábil vem se modificando com o passar dos
anos, isso se dá devido as mudanças implementadas e pela adoção das normas contábeis
fundamentadas no padrão IFRS. Essa adoção iniciou-se em 1º de janeiro de 2008, com a edição
da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, e está gradativamente sendo implantada, até mesmo
nas esferas públicas. Para normatizar as instituições, quanto às normas internacionais, o Conselho
Federal de Contabilidade editou a NBC T 19.41 – Contabilidade para Pequenas e Médias
Empresas (GIROTTO, 2010).
A contabilidade é importante em qualquer que seja a instituição, portanto, independente
do ramo que se esteja inserido, tenha-se o mínimo de compreensão acerca de contabilidade, suas
utilidades e seus limites. Desta forma, quanto mais os administradores compreenderem o papel
da contabilidade e sua importância, mais bem preparados estarão para desenvolver suas funções.
O papel do contador em uma empresa é de suma importância, pois este é um importante
influenciador das decisões essenciais em uma empresa (VASCONCELOS, 2001).
Para que a influência deste profissional seja saudável para a empresa, é fundamental que
o mesmo tenha ética no desempenho de suas atividades. A ética profissional é o conjunto de
condutas técnicas e sociais, exigidas por uma classe aos membros que são ligados a ela. Para que
todos adotem o mesmo comportamento diante do desempenho de sua profissão, foi criado os
Códigos de Ética, que norteiam as atividades e compreendem a solidificação do conjunto de
elementos propostos para caracterizar e determinar o comportamento das pessoas em um
determinado grupo social (BORGES; MEDEIROS, 2007).
Complementado, por Campos e Lima (2013):
[...] o Código de Ética do Contador foi criado para nortear os profissionais no
que diz respeito aos procedimentos corretos no exercício da profissão e contem os princípios éticos aplicáveis a sua conduta. A observância do Código de Ética deve ser tida pelo profissional como uma premissa, base de sua carreira. Para tanto faz-se importante observar como esse tema é abordado durante a graduação deste profissional, a contribuição para sua formação e a percepção dos alunos sobre sua importância.
Todo e qualquer Contabilista deve ter conhecimento, que se alguma organização da qual
presta assessoria, fizer – lhe solicitações ilícitas e que vão de contra aos padrões Contábeis e ao
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Código de Ética, se forem alvos da fiscalização e descobertas tais fraudes, a integridade e moral
do mesmo serão comprometidas, sendo que todo o trabalho de manter sua carteira de clientes
sofrerá consequências quando seu nome estiver envolvido em questões não éticas. Além disso, o
Contabilista responderá perante a lei por todos seus atos que estão em desacordo com leis e os
princípios contábeis (MÜLLER, 2003)
Diante deste contexto, surge o seguinte questionamento: qual é a percepção dos
Contabilistas de Erechim/RS acerca da importância do Código de Ética para o exercício
da profissão contábil? A presente pesquisa justifica-se pela importância do Código de
Ética para o profissional contábil no exercício da sua profissão, uma vez que o atual
cenário brasileiro é marcado por divulgações da mídia, através de notícias que evidenciam
e alertam sobre fatos de corrupção em todos os níveis de Poder.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A ÉTICA PROFISSIONAL
Ao buscar o conceito de Ética Profissional, chega-se a uma série de normas que devem levar
o indivíduo à aquisição de hábitos e a formação do caráter, incluindo os deveres e os direitos que
cada profissional deve possuir para viver harmonicamente com os seus pares (CFC, 2003).
Para se estabelecer aqui um conceito de ética profissional, faz-se necessário, primeiramente,
definir o real conceito da palavra ética. Borges e Medeiros (2007, p. 60) estabelecem que a ética
tenha por objeto de estudo “o comportamento humano e o seu objetivo é estabelecer níveis de
convivência aceitáveis entre os indivíduos de uma sociedade”.
O autor Vásquez (1989), explica que “a ética não é a moral”, porém, ambas se relacionam:
[...] a moral vem do latim mos ou mores, costumes, no sentido de conjunto de normas ou regras adquiridas por hábito. A moral se refere, assim, ao comportamento adquirido ou modo de ser conquistado pelo homem. Ética vem do grego ethos, que significa analogamente, “modo de ser” ou “caráter” enquanto forma de vida também adquirida ou conquistada pelo homem (VÁSQUEZ, 1989, p. 14).
Monteiro et al. (2011) tece considerações acerca da etimologia da palavra Ética,
explicando que ela deriva do grego ethos e que tem duas interpretações: uma delas é o caráter que
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é aprimorado ao longo do tempo e a outra é que ética é uma Ciência que tem como objetivo a
perfeição do homem, contribuindo para a sua felicidade. A ética pode ser vista como parte da
Filosofia, um tipo de saber que se tenta construir racionalmente, utilizando para tanto o rigor
conceitual e metodológico próprio da Filosofia, ou ainda, como reflexão sobre as questões morais,
desdobrando conceitos e argumentos que permitam compreender a dimensão moral da pessoa
humana.
Barros (2010) descreve a ética geral como algo que propõe obrigações e deveres que os
indivíduos possuem com seus pares, na convivência diária. A autora evidencia ainda que haja
duas correntes de pensamento: uma corrente que defende que há normas e princípios universais,
que não se alteram no tempo e se aplicam indistintamente a todos os indivíduos e uma segunda
corrente, que defende que o julgamento ético das pessoas é determinado pelas tradições e
costumes de seu meio, da sociedade onde se vive, e, portanto, se altera no tempo e não se aplica
a todos os indivíduos.
Para Oliveira (2007), a construção da ética se dá através de pequenos e firmes costumes,
como se fosse uma casa: se a estrutura que alicerça esta casa for frágil, não será segura. Silva, S.
(2016) complementa que as questões éticas são discutidas hoje no campo profissional,
organizacional e governamental. Os escândalos contábeis envolvendo empresas de renome
nacional e internacional intensificam a preocupação da sociedade quanto a informações que
demonstrem a real situação das empresas.
Borges e Medeiros (2007, p. 63), ao falarem de ética profissional ligada ao
profissional Contábil, relatam que:
Tratando da ética profissional, apresentam um conjunto de elementos que devem estar inseridos nas ações dos profissionais em contabilidade, materializados no código da profissão, que envolve questões de obediência às regras da sociedade, ao servir com lealdade e diligência, e ao respeito próprio. São quatro os preceitos mínimos a serem considerados no exercício profissional e num conseqüente manual de conduta: a) competência; b) sigilo; c) integridade e d) objetividade.
Sá (2010) afirma que a profissão contábil consiste em um trabalho exercido habitualmente
nas células sociais, com o objetivo de prestar informações e orientações baseadas na explicação
dos fenômenos patrimoniais, ensejando o cumprimento de deveres sociais, legais, econômicos, a
tomada de decisões administrativas, além de servir de instrumentação histórica da vida e da
riqueza. Desta forma, o autor não explora somente que o conhecimento técnico e científico deve
ser aprimorado e respeitado pelo profissional Contábil, mas também a conduta virtuosa, que deve
ser construída ao longo da carreira, mantida e resguardada.
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2.2 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL
A grande maioria dos profissionais da Contabilidade está introduzida no meio de agentes
com interesses conflitantes, ou seja, ora, se está no meio da disputa entre os resultados reais da
empresa e o proprietário, entre o fisco e o contribuinte, entre o chefe e seus subordinados, entre
os proprietários e os administradores, entre os concorrentes, etc. A informação que é seu produto,
é importantíssima para o controle das atividades, para a avaliação de desempenho, para a decisão
de investimentos e muitas vezes para traçar o futuro de uma empresa. Por isso, são maiores as
pressões exercidas pelos administradores e proprietários das organizações sobre o profissional
contábil. Daí se dá a grande necessidade de um comportamento ético a servir perante esses
profissionais contábeis (MÜLLER, 2003).
O Conselho Federal de Contabilidade (2003) afirma que a discussão ética para a
profissão contábil requer um conjunto de regras de comportamento do Contabilista no
exercício de suas atividades profissionais. Qualquer profissional deve conhecer a sua
profissão e não seria diferente para o Contabilista, que deve conhecer os aspectos
técnicos, as prerrogativas e as regras de conduta moral da profissão. Não é possível e nem
permissível a um profissional ter todos os conhecimentos técnicos para exercer com
maestria a profissão contábil se este mesmo profissional não desenvolver suas atividades
baseado num comportamento ético em relação aos demais colegas e a terceiros
interessados.
Discutir sobre conduta ética no exercício profissional é uma tarefa complexa em
face da amplitude do tema, pois envolve uma série de princípios e valores individuais
nem sempre condizentes com a proposta de um conjunto de regras a serem respeitadas
por todos indistintamente. No desempenho de suas atividades, todo profissional, além do
aprendizado técnico constante, precisa assimilar conceitos éticos e empenhar-se em
vivenciá-los durante toda a sua carreira profissional (CONSELHO FEDERAL DE
CONTABILIDADE, 2003).
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2.3 O CONTABILISTA PERANTE A SOCIEDADE
O relacionamento do profissional contábil com a sociedade em que está inserido vai
depender muito de sua conduta profissional e ética. Um bom profissional tende a ser
reconhecido por sua comunidade como uma pessoa de bem e honesta. Alves (2007, p. 30)
sustenta que se deve seguir o Código de Ética, a fim de manter o respeito da sociedade:
Os profissionais de contabilidade devem, no exercício profissional, constituir e observar determinadas regras de conduta, no intuito de manter o respeito da sociedade para com a sua profissão. A classe profissional, de maneira majoritária, deve concordar em seguir tais regras, para que todos se sintam obrigados a cumprir o Código.
Assim sendo, vale reiterar que é dever do profissional Contabilista relacionar-se
bem com sua comunidade e manter uma conduta profissional e pessoal ilibada, a fim de
garantir o respeito da comunidade no qual está inserido.
Fari e Nogueira (2007) mostram que para esse novo profissional contábil conquiste seu
espaço no mercado de trabalho, não bastam somente características pessoais, exige-se constante
busca de conhecimentos, não somente ligados à sua área específica. Nesse mercado em contínuas
transformações, o profissional precisa estar em formação continuada: preparado para as
mudanças, sendo capaz de entendê-las rapidamente, adequar-se e propor ações, desenvolvendo
seu potencial criativo e mantendo sempre uma conduta ética ilibada.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, teórico-prática, de abordagem qualitativa,
de fim descritivo. O presente trabalho, quanto à natureza, foi caracterizado como uma
pesquisa teórico-empírica. Sendo que as informações foram obtidas através de uma
pesquisa bibliográfica em artigos científicos, materiais acadêmicos, revista e livros que
abordavam sobre o assunto descrito.Quanto à abordagem do problema, trata-se de
pesquisa qualitativa, que ocorre à medida que se concebem análises mais profundas em
relação ao problema que está sendo estudada. Quanto a abordagem dos procedimentos a
pesquisa é caracterizada como levantamento (survey), é o tipo de pesquisa que visa
determinar informações sobre práticas ou opiniões atuais de uma população específica.
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Quanto aos objetivos da pesquisa foi classificada como descritiva, pois buscou
descrever as práticas e percepções dos Contabilistas em relação à Ética em sua profissão
e a importância do Código de Ética como norteador do desempenho da profissão
Contábil.Já na natureza da pesquisa se tratou como aplicada, pois os resultados foram
obtidos através de um questionário com perguntas fechadas destinados aos Contabilistas
de Erechim/RS.
A população nessa pesquisa foi constituída pelos 550 Contabilistas ativos da
cidade de Erechim/RS. Através do conhecimento do total do número da população foi
aplicado o questionário com 24 questões objetivas de múltipla escolha, norteadoras em
relação ao assunto proposto. O número total de retornos dos questionários pelos
entrevistados foi de 30 questionários respondidos, totalizando 16,8 % do total.
Os questionários aplicados foram elaborados a partir de cinco artigos sobre o tema,
dos autores: Ferreira, A.(2007), Cunha e Colares (2013), Ferreira e Souza (2013), Pontes
(2014) e Silva F (2016). Os questionários destes autores mencionados foram adaptados
para o presente estudo.A aplicação dos questionários eletrônicos foi realizada no período
de data de outubro a 12 de novembro. Foram enviados a 178 destinatários via correio
eletrônico. Nesse correio eletrônico, havia um texto que apresentava a pesquisa e um link
externo que direcionava para os respondentes para o questionário hospedado Google
Docs.
A escolha desta ferramenta se justifica pelo fato da facilidade de desenvolvimento das
tarefas e da aplicabilidade dos questionários, assim, consegue- se abranger um número
maior de entrevistados através do meio eletrônico.
4. RESULTADOS
4.1 ANÁLISE INTEGRADA DOS RESULTADOS
Após os dados coletados e organizados, inicia-se a análise e interpretação dos mesmos.
Inicialmente, com auxílio do Microsoft Excel, uma vez que, o objetivo final da análise é o de
tratar as evidências de forma adequada e organizada, para assim se obter conclusões analíticas
convincentes e eliminar interpretações alternativas e desnecessárias (APPOLINÁRIO, 2006).
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A primeira questão buscou identificar o sexo dos respondentes, o gráfico 01, apresenta
os resultados.
Gráfico 01: Entrevistados por Gênero
Fonte: Autores (2017)
Nota-se através do gráfico 01 que das 30 pessoas entrevistadas, ou seja, 53,3%
são pessoas do gênero masculino, enquanto 14 pessoas entrevistadas 46,7% são do
gênero feminino. Diante desses resultados nota-se um equilíbrio entre a quantidade de
homens e mulheres que atuam como Contabilistas nos escritórios de contabilidade na
cidade de Erechim-Rs. Conforme colocado pelo grupo DPG (2016, p.1):
Hoje no Brasil, as mulheres representam quase 50% dos profissionais graduados em contabilidade. Porém, a mulher ainda tem presença relativamente baixa em relação aos cargos de liderança nos principais órgãos que representam a classe. São 27 Conselhos Regionais de Contabilidade e apenas oito mulheres são presidentes.
Conforme vem se verificando nos últimos anos, a participação está cada vez maior das
pessoas do gênero feminino não somente na área contábil, mas nos mais diversos setores de
produtos e serviços, o que vem tornar esse número cada vez mais expressivos é a quebra das
barreiras impostas no que diz respeito ao trabalho da mulher.
Também foi realizado o questionamento sobre a idade dos Contabilistas. Os resultados são
demonstrados no gráfico 02.
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Gráfico 02: Faixa Etária dos Entrevistados.
Fonte: Autores (2017)
Conforme o gráfico 02 percebe-se que a maior parte dos entrevistados, 30% possui entre
31 a 40 anos de idade. Seguidos de 23.3 % dos entrevistados que possuem de 41 a 50 anos de
idades. Já a menor parcela fica com os entrevistados que possuem entre 18 e 25 anos, 6,7%,
tais pessoas estão a pouco tempo atuando na área da Contabilidade.
De certo modo, também é visualizado no gráfico um equilíbrio entre as diferentes faixas
etárias dos Contabilistas no que diz respeito aos Contabilistas erechinenses. Diante disso, é
possível concluir que no mercado que envolve a Contabilidade, existem pessoas mais
experientes e também a busca pelos jovens ao exercício dessa profissão, onde os mesmos
visam conquistar seu espaço, diante das oportunidades geradas e o crescimento do mercado na
área da Contabilidade.
Foi realizado o questionamento sobre o tempo de atuação dos entrevistados na profissão
Contábil, no gráfico 03, demonstra os resultados.
Gráfico 03: Tempo de atuação dos entrevistados na profissão Contábil.
Fonte: Autores (2017).
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Pode-se notar no gráfico 03, que a maior parte dos profissionais Contabilistas,
30% possui entre 11 a 20 anos de atuação no mercado Contábil, seguidos dos
profissionais que possuem entre 21 a 30 anos de atuação com 20%. Já os que os mais
experientes com mais de 41 anos de profissão somam 3,3%, juntamente com eles vem
os menos experientes que apresentam o mesmo índice, são principalmente os
profissionais recém-formados em contabilidade e conseguem alocar-se no mercado de
trabalho, buscando contribuir no crescimento e fortalecimento da profissão Contábil.
Questionados sobre o tempo de registro no CRC (Conselho Regional de
Contabilidade), no gráfico 04, estão demonstrados os resultados.
Gráfico 04: Tempo de Registro no Conselho Regional de Contabilidade
Fonte: Autores (2017)
No gráfico 04, os respondentes foram questionados em relação ao tempo de
registro no CRC (Conselho Regional de Contabilidade), sendo que 23,3 % dos que
responderam possuem de 11 a 20 anos de registro, já os que possuem menos tempo de
registro somam 16,7%, mostrando que possuem jovens investindo nessa profissão e
conquistando seu espaço no mercado.
Completado por Nascimento (2006, p.17) “na profissão contábil, não basta ter
conhecimento técnico, é preciso ter conduta ética condizente, responsabilidade, lealdade,
dignidade para poder preservar a imagem profissional. ” Sendo assim, "[...] o profissional
Contábil é reconhecido pela sociedade por atuar com esmero e qualidade além de
contribuir para o desenvolvimento da profissão. ”
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Em relação ao entendimento dos entrevistados sobre Ética, os resultados são
apresentados no gráfico 05.
Gráfico 05: Entendimento dos entrevistados sobre Ética
Fonte: Autores (2017)
Em relação ao entendimento dos entrevistados sobre o assunto Ética, nota-se que
56,7% responderam que entendem que atuar com Ética é cumprir o que está escrito
nas Leis, Normas e principalmente nortear-se pelo Código de Ética Profissional. Já
20% dos entrevistados responderam que a ética são os princípios e valores que são
repassados pela família e pela escola no crescimento do indivíduo. Em seguida 16,7%
tomaram partido que Ético é o que promove o bem para os indivíduos de uma
sociedade. Em relação dos entrevistados que acreditam que a Ética é o que está de
acordo com as próprias convicções, ou seja, que acredita que suas ações são certas se
soma 3,3% dos questionados.
No entanto, no gráfico 06, são apresentados os resultados dos entrevistados que
foram questionados em relação ao que baseia suas atitudes e atividades éticas.
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Gráfico 06: Principal base para atitudes Éticas.
Fonte: Autores (2017)
Dos profissionais Contabilistas, 50% responderam que procuram nortear-se e
seguir o que está no Código de Ética Profissional. Já os que se baseiam nas leis e
normas que a sociedade criou, somam 26,7% dos profissionais entrevistados. Em
relação aos ensinamentos e exemplos repassados pela família, perante aos
Contabilistas 10% responderam que a família é maior responsável pela suas atitudes e
atividades serem éticas. Em relação a ensinamentos Bíblicos, 3,3% dos entrevistados
buscam nortear suas atitudes através dos ensinamentos contidos na Bíblia.
Buscou-se verificar a importância das Normas Ética – disciplinares, os resultados
foram apresentados no gráfico 07.
Gráfico 07: Importância das Normas Ético - disciplinares
Fonte: Autores (2017)
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Dos respondentes, 90% responderam que as Normas são fundamentais, pois
servem de guia para os Contabilistas dia a dia no desempenho de suas atividades. Já
de contra isso, 6,7% responderam que as Normas são dispensáveis, pois são
dificilmente aplicadas no dia a dia em suas atividades e 3,3% dos questionados
responderam que as Normas Ético – disciplinares, são dispensáveis, pois não são
claramente conhecidas por eles.
Em relação ao questionamento dos principais motivos que os Contabilistas
procuram manter uma conduta profissional ética, notam-se no gráfico 08 os resultados.
Gráfico 08: Manutenção da Conduta Profissional Ética
Fonte: Autores (2017)
Das respostas dos profissionais, 90% procuram manter sua conduta ética devido
aos motivos dos Princípios Morais. Relacionado com o gráfico 05, os princípios morais
são os repassados pela família e pelos educadores. Já os que responderam que o principal
motivo seria devido às convenções sociais e 6,7% responderam que os principais motivos
seriam outros dos quais não foram citados na questão.
No gráfico 09, em relação ao questionamento no que diz respeito à opinião dos
entrevistados se o Código de Ética Profissional do Contabilista por si só é suficiente no
embasamento da boa conduta ética nas atividades dos profissionais Contabilistas.
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Gráfico 09: Código de Ética e o Embasamento na Conduta dos Profissionais
Contabilistas
Fonte: Autores (2017)
Dos Contabilistas questionados 36,7% responderam que o Código de Ética auxilia
em partes, pois existem outros fatores que também podem auxiliar e influenciar a conduta
ética profissional. Já 16,7% dos entrevistados responderam que o Código de Ética por si
só não auxilia na conduta ética dos profissionais Contabilistas, devido à carência na
fiscalização por parte do Conselho Federal de Contabilidade nos Escritórios Contábeis e
serviços prestados pelos Contabilistas. Outros 23,3% dos respondentes, colocaram que
Código de Ética Profissional do Contabilista é suficiente para garantir a conduta ética nos
Escritórios e profissionais Contabilistas.
O Código de Ética do Contador tem como objetivo habilitar esse profissional a adotar uma atitude pessoal de acordo com os princípios éticos da sociedade. Pode-se afirmar que uma das condições essenciais para o sucesso profissional do contador é sua aderência a um conjunto de princípios éticos que sirvam de premissas para suas ações (LISBOA 1997, p.61).
No gráfico 10, os resultados dos Contabilistas ao serem questionados em relação
ao enfrentamento de dificuldades em manter uma postura ética e respeitar as normas
ético-disciplinares, diante de solicitações e pressões exigidas no mercado de trabalho.
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Gráfico 10: Dificuldades em manter a postura Ética frente ao mercado de trabalho
Fonte: Autores (2017)
Observa-se que 56,7% afirmaram enfrentar alguma dificuldade em manter sua
postura Ética. Já os questionados que responderam que não enfrentam dificuldade em
relação à manutenção da postura ética, somam 43.3%.
Pode-se dizer que, um profissional que adota a transparência como premissa de
trabalho, adota também uma postura ética. Essa postura consolida a credibilidade de seu
trabalho no mercado, sejam com seus clientes, parceiros e principalmente frente aos seus
concorrentes.
No gráfico 11, o questionamento aos Contabilistas foi em relação à opinião das
razões pelas quais levariam eles a adotar e utilizar práticas antiéticas no desempenho de
suas atividades e prestações de serviços a clientes.
Gráfico 11: Razões que levam os Contabilistas a adotar práticas antiéticas
Fonte: Autores (2017)
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Dos entrevistados 37,9% colocaram que são influenciados principalmente por
clientes, 20,7% responderam que prevalece os seus interesses pessoais e fazem o uso de
práticas antiéticas no desempenho de suas atividades.
Já os que prestam serviços a Escritórios Contábeis ou em empresas particulares e
são supervisionados por outras pessoas, que nessa pesquisa somam 17,2%, colocaram que
sofrem pressões de seus supervisores ou donos da empresa para agirem contra sua Ética
e muitas vezes ferindo o Código de Ética da sua classe. Em sequência disso, existe ainda
a cultura organizacional, tanto em escritórios quanto em empresas, que agir em desacordo
com a ética está incumbido na própria cultura organizacional ou no clima organizacional.
Em relação ao questionamento sobre Ética Contábil e sua prática nos Escritórios
Contábeis, no gráfico 12 mostra- se os resultados.
Gráfico 12: A Ética Contábil e sua Prática nos Escritórios Contábeis
Fonte: Autores (2017)
Dos Contabilistas respondentes, 76,7% evidenciaram que a Ética Contábil é
praticada nos escritórios na maioria das vezes. Além disso,10 % dos Contabilistas
respondeu que a prática da Ética não depende somente deles. E os Contabilistas que
responderam que a pratica da ética nos escritórios de contabilidade e rara ou inexistente,
corresponde a 3,3% dos entrevistados.
Em relação ao questionamento sobre Crença em agir de forma Ética no
Desempenho da Profissão Contábil, no gráfico 13 mostra- se os resultados.
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Gráfico 13: Crença em agir de forma Ética no Desempenho da Profissão Contábil
Fonte: Autores (2017).
Observa-se que 90% dos Contabilistas que responderam a pesquisa, acreditam que
se pode agir de forma ética no desempenho das atividades e nos demais compromissos
que a profissão contábil exige. Também, 10 % dos entrevistados discordam que se pode
agir de forma ética na profissão contábil.
Em relação aos principais fatores influenciadores no desempenho da conduta ética
do profissional Contabilista, os resultados seguem no gráfico 14.
Gráfico 14: Principais fatores Influenciadores na Conduta do Profissional Contábil
Fonte: Autores (2017)
Dos respondentes, 31% demonstraram que um dos fatores de grande peso é a
impunidade dos profissionais que infligem às normas, isso vem de encontro ao exposto
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no gráfico 09, onde foi levantado a falta de fiscalização por parte do Conselho Federal de
contabilidade.
Outro fator que possui grande impacto é as pressões e exigências no mercado de
trabalho, 27,6% dos Contabilistas reportam que são impactados por esse fator no
desempenho da sua profissão. Além disso, 20,7% dos entrevistados colocaram o fator
que impacta é a falta de caráter por parte dos Contabilistas. Já os profissionais que
colocaram o desconhecimento das normas ético – disciplinares somam 17, 2% dos
respondentes.
Os entrevistados foram questionados em relação à Disponibilização de
informações a terceiros. O profissional contábil também deve manter a originalidade dos
documentos que estejam sob sua guarda. É proibido que a profissional fraude documentos
ou que viole e altere o conteúdo dos mesmos, caso contrário poderá ser punido por falta
de conduta ética.
Gráfico 15: Disponibilização de informações a terceiros
Fonte: Autores (2017)
O Gráfico 15 demonstra que 3,3% dos entrevistados, não vê problema em passar
informações a terceiros. Já 96,7% dos Contabilistas entrevistados responderam que não
disponibiliza informações de terceiros frente a solicitações, pois tem em mente que tais
informações são confidenciais. Estes agem de acordo com o Código de Ética do
Profissional Contador, que proíbe:
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XVI – emitir referência que identifique o cliente ou empregador, com quebra
de sigilo profissional, em publicação em que haja menção a trabalho que
tenha realizado ou orientado, salvo quando autorizado por eles (CONSELHO
FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2010).
Conforme o Código de Ética do Profissional Contador, a divulgação ou o
fornecimento de informações de uma entidade cliente a terceiros fere os princípios éticos
e morais da profissão contábil e esse tipo de comportamento quando adotado pelos
Contabilistas faz com que a imagem da profissão seja desvalorizada perante o mercado.
Os profissionais devem ponderar cautelosamente sobre estas diretrizes, pois o
descumprimento do código não prejudica apenas a imagem e a carreira profissional de
quem infringe as normas, mas também a imagem de toda a classe contábil, em maior ou
menor grau, dependendo da gravidade da infração. Deve-se levar em consideração a
imagem dos clientes que também será afetada no descumprimento das normas,
prejudicando assim a imagem da empresa no mercado (ALVES, 2005).
No gráfico 16, contém as respostas dos Contabilistas, que ao serem questionados
em relação à condução de suas atividades profissionais perante as normas ético-
disciplinares.
Gráfico 16: Condução das atividades e as Normas Ético - disciplinares.
Fonte: Autores (2017)
Dos respondentes, 90% colocaram que buscam agir de forma espontânea e em
conformidade as normas, pois em seu entendimento acreditam que são úteis e importantes
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no norteamento de suas ações. E 10% dos entrevistados colocaram que respeitam as
normas, mas que em certas circunstancias nem sempre conseguiram respeitá-las.
Em relação ao questionamento sobre o lançamento de contas pessoais no cartão
corporativo, no gráfico 17 mostra- se os resultados.
Gráfico 17: Contas pessoais no Cartão Corporativo
Fonte: Autores (2017)
Ao abordado o assunto em relação ao princípio da entidade, ou seja, como é de
conhecimento de todos os Contabilistas, os cartões corporativos devem ser utilizados
apenas para efetuar compras ou de uso da organização, porém é muito comum encontrar
registros de compras e débitos que pertencem aos sócios em particular. Tal procedimento
é incorreto e o cliente deve ser informado pelo contador responsável que este tipo de
atividade não é permitido.
Das respostas obtidas, 55,2 % dos Contabilistas não realiza tal lançamento e avisa
que essa atitude é incorreta. Em contrapartida, 44,8 % dos Contabilistas somente avisam
o cliente que a operação é incorreta, porém realiza o lançamento.
Sobre o questionamento das formas que os Contabilistas devem nortear sua
profissão, resultou no gráfico 18.
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Gráfico 18: Formas que os Contabilistas devem nortear sua profissão.
Fonte: Autores (2017)
Os resultados evidenciaram que 86,7% dos Contabilistas devem respeitar a
legislação, 83,3% considera que os mesmos devem ser honestos perante suas atividades,
80% devem respeitar os sigilos das informações e 73,3% dos entrevistados devem possuir
zelo nos materiais e informações. De acordo com o Código de Ética do Profissional
Contador, o profissional Contabilista deve exercer a profissão com zelo, diligência,
honestidade e capacidade técnica, em concordância com Princípios de Contabilidade e as
Normas Brasileiras de Contabilidade (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE,
2010).
O gráfico 19, resultou do questionamento em relação a solicitações de clientes em
mudanças no resultado final apresentado pelas atividades das empresas.
Gráfico 19: Atendimento a solicitações de alterações de clientes
Fonte: Autores (2017)
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Percebe-se que 73,3% não realiza tais lançamentos, pois vai de contra seus
princípios e efetuam os lançamentos da forma correta. Já 20% dos entrevistados
declararam que abrem mão da conduta correta para lançar os dados de acordo com os
ajustes solicitados pelos clientes, sem verificar se o procedimento é ou não correto de
acordo com as normas regulamentadores.
No gráfico 20, os Contabilistas foram questionados em relação à posição tomada
frente a uma solicitação de um sócio ou proprietário a uma aquisição particular em nome
da organização.
Gráfico 20: Aquisição de bens em nome da Empresa
Fonte: Autores (2017)
Assim, 86,7% aconselha o sócio ou proprietário a não realizar tal aquisição, pois
estará descapitalizando o caixa da empresa. Outros 13,3% dos entrevistados responderam
que não haveria problemas desde que solicitasse a nota fiscal em nome da pessoa jurídica,
confundido o patrimônio particular com o da empresa.
De acordo com Marion (2008) a contabilidade possui princípios básicos que
regem as práticas de contabilidade, um deles é denominado princípio da entidade, que
consiste basicamente em os bens da empresa não se confundirem com os bens das pessoas
físicas que a ela estão interligados.
Ao ser colocada a problemática aos profissionais, no que se refere a solicitações
de clientes em relação a lançamentos que ajustasse os resultados finais da empresa de tal
forma para obter algum tipo de vantagem econômica, 100% os entrevistados declararam
que abrem mão da postura e conduta correta, para lançar os dados de acordo com os
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ajustes solicitados por seus clientes, sem verificar se o procedimento está ou não de
acordo com as normas regulamentadoras.
Em relação à falta ou pendências de documentação referente à organização de seu
cliente, na hora da realização dos lançamentos mensais, ao se deparar sem as devidas
documentações comprobatórias, qual posição deveria ser adotada.Dos respondentes,
96,7% dos entrevistados que realizam tais lançamentos com os documentos que possuem,
porém solicitam posteriormente o restante dos documentos para arquivamento. Em
contrapartida, 3,3% dos questionados responderam que praticam esse ato sem solicitar os
documentos pendentes utilizando o que o extrato apresenta.
O questionamento relacionado à aplicação de penalidades aos profissionais
Contabilistas frente a infrações cometidas demonstrou que 40% dos questionados
responderam que a aplicação de penalidades em relação a atitudes ilícitas ajuda sim, mas
em partes, 30% dos entrevistados responderam que não, pois as punições servem para
correção da pratica de atos ilícitos e não a ausência dos mesmos. Já 10% dos Contabilistas
responderam que a punição dos atos ilícitos não promove ações éticas nos Contabilistas.
Ao abordar os principais fatores que são relevantes para que o profissional
Contábil consiga se manter no mercado, 46,7% dos entrevistados responderam que os
principais fatores são a praticidade, objetividade e atenção as mudanças do mercado. Já
30% dos respondentes colocaram que a busca pela atualização auxilia na manutenção do
profissional no mercado. Já 16,7% dos entrevistados, responderam que seguir o Código
de Ética do Contabilista e as Normas Brasileiras de Contabilidade, auxilia os
Contabilistas na manutenção do profissional no mercado.
Diante do exposto anteriormente e analisando os resultados obtidos, notou-se que
ainda a ética e os princípios morais dos Contabilistas são influenciados por diversos
aspectos, sendo eles profissionais, pessoais, influencias do meio em que se está inserido
ou ainda influencias religiosas.
5. CONCLUSÕES O Código de Ética Contábil é um instrumento que une a Ética à Lei. Mesmo sendo
eficiente no que diz respeito às normas e norteamento do comportamento dos
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profissionais de contabilidade ainda não elimina possibilidades de fraudes. Por isso a
importância da fiscalização das instituições federais e dos esforços pessoais para que se
faça cumprir as normas e leis, pois diante do mercado existem várias formas e
oportunidades de infringi-las e/ ou transgredi-las.
O presente estudo teve como principal objetivo a análise da percepção sobre a
importância do Código de Ética no exercício da profissão contábil e a das pressões
sofridas no campo de atuação dos profissionais Contabilistas da cidade de Erechim – RS.
Um dos dados mais relevantes da pesquisa, foi em relação ao questionamento da
disponibilização de informações a terceiros, observou-se que grande parte dos
entrevistados, 100%, responderam que não disponibiliza, pois, a informação é
confidencial e vai de contra os princípios éticos.
Em relação às situações e questões colocadas aos profissionais Contabilistas, iam de
encontro a algumas normas e princípios éticos na profissão Contábil. Observou-se que as
maiorias dos profissionais respondentes buscam seguir e atender às normas e princípios
éticos de sua profissão.
Nos resultados da pesquisa também se observou que uma minoria dos entrevistados
que ainda não atendem a algumas normas e princípios éticos abordados no instrumento
de coleta de dados. Muitas vezes, o não seguimento das normas ou princípios não é por
causa do profissional em si, e sim por causa de pressões de agentes superiores ou do meio
em que o profissional Contábil está inserido.
Mesmo que a pesquisa tenha como limitação o tamanho de sua amostra, que por sua
vez não permite que sejam generalizados os resultados encontrados nos questionamentos
notou - se evidências suficientes para concluir que uma parcela dos profissionais
Contabilistas ignora a ética e as normas de conduta profissionais de Contabilidade e fazem
de tudo para manter o cliente satisfeito, mesmo que isso implique em práticas de
contabilidade inadequadas.
Devido à carência de estudos e pesquisas a cerca deste assunto abordado e de
campanhas que retratam a realidade vivenciada pelos profissionais Contabilistas, é de
grande importância e se fazem necessários que sejam incentivadas e desenvolvidas mais
pesquisas a respeito do comportamento e sua conduta. Pois para manter uma boa imagem
muitos dos profissionais Contabilistas adotam práticas incondizentes com a profissional.
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Diante disso é essencial para que se mantenham atualizados a respeito das normas e
da ética, para que assim, se possa tornar o assunto mais difundido na classe, o que
acarretará consequentemente na conscientização dos profissionais sobre a adoção de uma
postura ética condizentes com os demais profissionais e garantir assim a valorização da
classe dos profissionais contábeis.
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