Pense fora da caixa

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* Marcelo Ponzoni é publicitário e diretor executivo da agência Rae,Mp, e atua há 25 anos no mercado. Autor do livro “Eu só queria uma mesa”, da editora Saraiva. E-mail: [email protected]/ www.raemp.com.br TEXTO DE MARCELO PONZONI CONVERSA AFINADA ARTIGO Que caixa? Curto fazer essa pergunta para ver a reação das pessoas, pois existe muita gente que pouco pensa, pessoas que so- mente reagem, atendem às solicitações e questionamentos de uma maneira progra- mada ou simplesmente da maneira que for possível, pessoas que não se incomodam em não entender o que se passa ou o que as pessoas estão falando. Os pensamentos são infinitos e longín- quos, não têm fronteiras nem paredes, desde que você acredite nisto e que, a cada limite, sinta um formigamento para encon- trar chaves ou marretas capazes de abri-las para seguir em frente. Pensar fora da caixa é necessariamente enxergar aquilo que não está exposto ao testemunho dos olhos, é levitar por todas as dimensões, menos aquela em que está 100% com razão, é uma viagem horizon- tal, vertical, circular e infinita sobre os assuntos. Somos cercados por paradigmas e crenças estabelecidas pelas sociedades e por nos- sos ambientes vivenciais. Sair desse qua- drilátero não é fácil, pois nos viciamos em rotinas impostas ou definidas por lideran- ças engessadas e pouco progressistas. No dia a dia, vemos uma infinidade de novas ideias onde pensávamos que tudo tinha sido inventado e criado, mas ao nos- so redor a prova de que ainda existe outro mundo a ser criado é tão real quanto nos- sas convicções conformistas. Seguir o estabelecido é fácil, acomodar-se no já feito é inútil, permanecer na inércia é medíocre. Criar o novo é romper com o defini- do: este é sem dúvida um exercício diário do intelecto, da miscigenação dos mais variados conhecimentos da forma e do pensamento. A troca é essencial nas culturas, nas relações, nos comportamentos e, principalmente, nas ligações dos pensamentos interpessoais. A ideia corre, soma-se, transforma-se em ve- locidades impressionantes, quando colocada em um mesmo foco, em uma mesma busca. A cabeça deve ser um parque de diversões, em que as ideias caminham livres para onde elas quiserem, percorrendo os sons, os chei- ros, as superfícies, os gostos e, principalmen- te, as formas e as cores. Pensar é misturar a imensidão de informações captadas em milhares de possibilidades e ter a coragem de soltá-las em testes frequentes, na ousa- dia de pôr à prova o original sem receios da negação ou da derrota. O primeiro referencial que inicia a possibilidade do acerto, e somen- te o primeiro, origina seu aperfeiçoamento. Caso tenha interesse, pesquise o início das coisas, volte na história e veja de onde ela se originou. Tenho a certeza que irá se surpre- ender com esse encontro. Imagine o que veio após a invenção da roda, quantos foram os inventos a partir deste momento. É assim, a invenção é um cruzamento do já existente com as capacidades do ser humano em cada uma das épocas da história do homem. Acredite, ainda há muito a ser criado, inven- tado, transformado. Abra a cabeça e mãos à obra! Pensar fora da caixa 92 “Somos cercados por paradigmas e crenças estabelecidas pelas sociedades e por nossos ambientes vivenciais. Sair desse quadrilátero não é fácil, pois nos viciamos em rotinas impostas ou definidas por lideranças engessadas e pouco progressistas”

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O Diretor Geral aqui da Rae,MP, Marcelo Ponzoni, fala sobre "Pensar fora da caixa" na revista "Gestão & Negócios" - Edição 60 (nov/13)

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* Marcelo Ponzoni é publicitário e diretor executivo da agência Rae,Mp, e atua há 25 anos no mercado. Autor do livro “Eu só queria uma mesa”, da editora Saraiva. E-mail: [email protected]/ www.raemp.com.br

TEXTO DE MARCELO PONZONI

CONVERSA AFINADA ARTIGO

Que caixa? Curto fazer essa pergunta para ver a reação das pessoas, pois existe muita gente que pouco pensa, pessoas que so-mente reagem, atendem às solicitações e questionamentos de uma maneira progra-mada ou simplesmente da maneira que for possível, pessoas que não se incomodam em não entender o que se passa ou o que as pessoas estão falando.Os pensamentos são in�nitos e longín-quos, não têm fronteiras nem paredes, desde que você acredite nisto e que, a cada limite, sinta um formigamento para encon-trar chaves ou marretas capazes de abri-las para seguir em frente.Pensar fora da caixa é necessariamente enxergar aquilo que não está exposto ao testemunho dos olhos, é levitar por todas as dimensões, menos aquela em que está 100% com razão, é uma viagem horizon-tal, vertical, circular e in�nita sobre os assuntos.Somos cercados por paradigmas e crenças estabelecidas pelas sociedades e por nos-sos ambientes vivenciais. Sair desse qua-drilátero não é fácil, pois nos viciamos em rotinas impostas ou de�nidas por lideran-ças engessadas e pouco progressistas.No dia a dia, vemos uma in�nidade de novas ideias onde pensávamos que tudo tinha sido inventado e criado, mas ao nos-so redor a prova de que ainda existe outro mundo a ser criado é tão real quanto nos-sas convicções conformistas.Seguir o estabelecido é fácil, acomodar-se

no já feito é inútil, permanecer na inércia é medíocre. Criar o novo é romper com o de�ni-do: este é sem dúvida um exercício diário do intelecto, da miscigenação dos mais variados conhecimentos da forma e do pensamento.A troca é essencial nas culturas, nas relações, nos comportamentos e, principalmente, nas ligações dos pensamentos interpessoais. A ideia corre, soma-se, transforma-se em ve-locidades impressionantes, quando colocada em um mesmo foco, em uma mesma busca.A cabeça deve ser um parque de diversões, em que as ideias caminham livres para onde elas quiserem, percorrendo os sons, os chei-ros, as superfícies, os gostos e, principalmen-te, as formas e as cores. Pensar é misturar a imensidão de informações captadas em milhares de possibilidades e ter a coragem de soltá-las em testes frequentes, na ousa-dia de pôr à prova o original sem receios da negação ou da derrota. O primeiro referencial que inicia a possibilidade do acerto, e somen-te o primeiro, origina seu aperfeiçoamento. Caso tenha interesse, pesquise o início das coisas, volte na história e veja de onde ela se originou. Tenho a certeza que irá se surpre-ender com esse encontro. Imagine o que veio após a invenção da roda, quantos foram os inventos a partir deste momento. É assim, a invenção é um cruzamento do já existente com as capacidades do ser humano em cada uma das épocas da história do homem.Acredite, ainda há muito a ser criado, inven-tado, transformado. Abra a cabeça e mãos à obra!

Pensar fora da caixa

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“Somos cercados por paradigmas e crenças estabelecidas pelas sociedades e por nossos ambientes vivenciais. Sair desse quadrilátero não é fácil, pois nos viciamos em rotinas impostas ou de�nidas por lideranças engessadas e pouco progressistas”