Pensando no futuro - ANABB · Edição: Ana Cristina Padilha Revisão: Cida Taboza ... Maria do...

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Ação Novembro/Dezembro 2009 | 1 A A A A A A A A A Ação ç Novembro/ o/ o/ o/ / / /D D De Dez Dez De De e e e embro 2009 | | | | 1 1 1 1 Pensando no futuro Leia a entrevista do especialista em finanças Gustavo Cerbasi, que dá interessantes dicas para quem deseja planejar o orçamento e enriquecer investindo pouco dinheiro em previdência privada Congresso em pauta A ANABB acompanha os assuntos de interesse do funcionalismo do BB no Congresso Nacional. Conheça projetos que estão sendo discutidos no Legislativo Estatuto da ANABB Aprovado em consulta pelos associa- dos, o novo estatuto da ANABB proporciona mais mobilidade à entidade. Confira o resultado final da votação e os benefícios para o Corpo Social De olho na Cassi e na Previ A ANABB, no papel de representante do funcionalismo do BB, apresenta os fatos que marcaram o ano nessas entidades. Veja as principais ações realizadas em 2009 na Cassi e entenda a importância do realinhamento do Plano de Benefícios 1 da Previ ANO XXII - N O 204 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

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Pensando no futuro Leia a entrevista do especialista

em finanças Gustavo Cerbasi, que dá interessantes dicas para quem

deseja planejar o orçamento e enriquecer investindo pouco

dinheiro em previdência privada

Congresso em pautaA ANABB acompanha os assuntos

de interesse do funcionalismo do BB no Congresso Nacional.

Conheça projetos que estão sendo discutidos no Legislativo

Estatuto da ANABBAprovado em consulta pelos associa-

dos, o novo estatuto da ANABB proporciona mais mobilidade à

entidade. Confira o resultado final da votação e os benefícios para

o Corpo Social

De olho na Cassi e na Previ

A ANABB, no papel de representante do funcionalismo do BB, apresenta os fatos que marcaram o ano nessas entidades. Veja as

principais ações realizadas em 2009 na Cassi e entenda a importância do realinhamento do Plano de Benefícios 1 da Previ

ANO XXII - NO 204 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

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CARTAS

UM FINAL FELIZ PARA TODOSVenho mais uma vez parabenizar o Sr. Valmir Camilo pela excelente matéria sobre o des-tino do superávit da Previ e o seu funcionalis-mo [Ação Especial Previ]. Nós, funcionários da ativa, queremos um benefício mais justo e digno para as nossas famílias. De nada adianta estar entre os 50 maiores fundos de pensão do mundo e assistir a um festi-val de discrepâncias entre o seu corpo de associados que trabalharam e trabalham para construir este enorme conglomerado, vivendo como “primos pobres” de uma par-cela que só viu aumentar o bolo e que insis-te em não dividi-lo com aqueles que direta ou indiretamente ajudam a manter os seus polpudos rendimentos.

Vivemos hoje em um banco que desconhece os valores dos funcionários, que joga pesado nas negociações salariais – apesar do estu-pendo lucro de R$ 4 bilhões que se tornará histórico e da crise econômica mundial –, que só consegue enxergar os lucros e as metas abusivas, sugando o funcionário e o fazendo adoecer cada vez mais.

Sinto-me expropriado nos meus direi-tos mais simples nestes quase 30 anos de dedicação ao BANCO, mas continuo fazendo “coro” com aqueles que, como o Sr. Camilo, ainda acreditam em um final mais feliz para todos nós. Que Deus nos ajude!Luiz Cláudio da Silva BarbosaNiterói – RJ

VITÓRIA NA JUSTIÇA 1Com imensa alegria recebi a notícia da ANABB referente ao processo. Ainda mais que che-gou em boa hora. Afinal, filhos universitários é esperança, alegria. E é ter um bom gasto também. Muito obrigada à equipe que sem-pre nos orienta. Mitie Kudo ArantesPereira Barreto – SP

VITÓRIA NA JUSTIÇA 2É com muita satisfação que confirmo o recebi-mento do expediente ANABB/Difap – Ações.

Aproveito o ensejo para expressar-lhes o meu reconhecimento de todos os esforços

que essa Associação dedica aos seus asso-ciados. Vale dizer que é gratificante e salutar ser membro de uma associação cujos diri-gentes se empenham com eficácia na defesa dos direitos de seus coligados.

Creio que obterei o mesmo sucesso na ação do FGTS.

A todos vocês, muito obrigado.Odilon Fernandes da CunhaAnápolis – GO

ESPECIAL CASSI E PREVIImportante iniciativa da ANABB na publica-ção dos especiais Cassi e Previ. Fiquei sa-tisfeita com os conteúdos explicativos sobre as duas entidades de grande importância para o funcionalismo do BB. Estou na tor-cida para a Cassi alavancar o progresso e a Previ continuar zelando pelo nosso grande patrimônio, o qual utilizaremos em momen-to muito importante de nossas vidas.Amália GouveiaSão Paulo – SP

BOM ATENDIMENTODia 18/06/2009 atendi ao telefonema do funcionário Ricardo, da ANABB, informando que, no dia 19/06, a entidade estaria depo-sitando em minha conta-corrente o valor do DARF pago por mim indevidamente, relacio-nado com a carta precatória no 065/2009.

Fiquei surpresa e ao mesmo tempo con-tente, ao constatar a seriedade da entidade em resolver o mais rápido possível a situa-ção equivocada ocorrida.

Aproveito este momento para agradecer toda a atenção que recebi por meio dos con-tatos com os funcionários: Francisco, Cris-tina e Ricardo, sempre muito atenciosos e preocupados em ajudar, ao mesmo tempo muito profissionais nas informações.

É muito bom vivenciar, em um país onde os valores estão se evaporando, que a ANABB leva a sério tudo o que diz respeito e está a seu alcance em relação a seus associados.Teresinha Antoniazzi SiremaCaxias do Sul – RS

Este espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podem ser resumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências selecionadas pelo Conselho Editorial da ANABB. As cartas que se referem a outras enti-dades, como Cassi e Previ, serão a elas encaminhadas. Se você quer enviar comentários, sugestões e reclamações, envie um e-mail para [email protected] ou uma carta para o endereço SCRS 507, Bl. A, Lj. 15 – CEP: 70351-510 – Brasília/DF.

jornal Ação

ANABB: SCRS 507, Bl. A, Lj. 15 – CEP: 70351-510 – Brasília/DFAtendimento ao associado: (61) 3442 9696Site: www.anabb.org.br Redação: Priscila Mendes, Tatiane Lopes, Elder Ferreira e Ariane Póvoa Anúncio: Fabiana Castro E-mail: [email protected] Edição: Ana Cristina Padilha Revisão: Cida TabozaEditoração: Raido Propaganda Foto da capa: Photos to Go Tiragem: 105 milBanco de imagem: Photos to GoImpressão: Gráfica Positiva Fotolito: Photoimage

DIRETORIA EXECUTIVA

CONSELHO DELIBERATIVO

VALMIR CAMILOPresidente

WILLIAM JOSÉ ALVES BENTOVice-presidente Administrativo e Financeiro

NILTON BRUNELLI DE AZEVEDOVice-presidente de Comunicação

EMÍLIO SANTIAGO RIBAS RODRIGUESVice-presidente de Relações Funcionais ELAINE MICHELVice-presidente de Relações Institucionais

Antonio Gonçalves (presidente)Alcir Augustinho Calliari Ana Lúcia Landin Antilhon Saraiva Armando César Ferreira dos SantosAugusto Carvalho Cecília Garcez Denise Vianna Douglas Scortegagna Élcio BuenoGenildo Ferreira dos ReisGraça MachadoInácio da Silva Mafra Isa Musa José Antônio Diniz de OliveiraJosé Branisso José Sampaio de Lacerda Júnior Luiz Antonio CareliMércia PimentelRomildo Gouveia Vitor Paulo Camargo Gonçalves

CONSELHO FISCAL

Cláudio José Zucco (presidente)Antônio José de Carvalho Saul Mário MatteiMaria do Céu BritoTereza Cristina Godoy Moreira Santos Vera Lúcia de Melo

DIRETORES ESTADUAIS

Ivan Pita de Araújo (AL)Ângelo Raphael Celani Pereira (AM)Olivan de Souza Faustino (BA)Maria José Faheina de Oliveira (Mazé) (CE)Elias Kury (DF)Sebastião Ceschim (ES)Saulo Sartre Ubaldino (GO)Solonel Campos Drumond Júnior (MA)Wagner Cardoso de Mesquita (MG)Edson Trombine Leite (MS)Ivan Demetri Silva (MT)Fábio Gian Braga Pantoja (PA)Maria Aurinete Alves de Oliveira (PB)Carolina Maria de Godoy Matos (PE)Francisco Carvalho Matos (PI)Moacir Finardi (PR)Marcelo Antonio Quaresma (RJ)Hermínio Sobrinho (RN)Sidnei Celso da Silva (RO)Paulo Edgar Trapp (RS)Carlos Francisco Pamplona (Chico Pamplona) (SC)Almir Souza Vieira (SE)José Antônio Galvão Rosa (SP)Saulo Antônio de Matos (TO)

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A luta dos funcionários do BB sempre foi marcada pelas disputas entre diversas correntes de pensamento. E não co-meçou com as centrais sindicais. Mesmo no tempo do velho Partidão, antes do nascimento de partidos como PT, PPS, PSOL, PSTU, PC do B, PDT, PSB, PTB, entre outros, as diferen-ças já existiam. Com mais ou menos democracia – não po-demos esquecer a ditadura militar –, o debate nunca esteve ausente nas nossas lutas. Por isso, o debate político atual não pode deixar de lado os movimentos que foram necessários no passado para garantir o presente e o futuro. Abrir mão da ver-dadeira história e tentar apagar o trabalho de construção cole-tiva de um povo, de uma categoria de trabalhadores e de gera-ções de lideranças é como querer “queimar arquivos”. Muito próprio dos regimes de exceção. Uma lembrança terrível.

A luta dos funcionários do Banco do Brasil garantiu um banco com dois séculos de existência, um fundo de pensão com mais de um século de vida e uma Caixa de Assistência à Saúde com quase 70 anos de idade. O espírito democrático que existe na gestão da Previ e da Cassi, com a participação estratégica, gesto-ra e fiscalizadora dos funcionários, foi uma conquista tão impor-tante que abriu as portas para outras entidades dos setores.

Não dá para ignorar a importância dos colegas Chico Parra, Humberto Eudes, Zé Valdir, Vitor Paulo, Toninho Nogueirol, Fernando Amaral e tantos outros para que nossa Caixa de Pre-vidência, apesar do voto de Minerva, seja uma referência no setor. Da mesma forma, não dá para esquecer o trabalho dos colegas Romildo, Onildo, Joilson, Diniz, Graça Machado, Deli e tantos outros, que trabalharam por nossa Caixa de Assistência. Eles trabalharam para garantir a existência de uma empresa de autogestão, contrariando governos, mercados privados de saú-de, Agência Nacional de Saúde − deste e de outros governos −, rede privada de hospitais e clínicas e até de órgãos de controle de despesas das empresas públicas.

Eu mesmo, em 1988, portanto lá se vão mais de 20 anos, andava pelo interior de São Paulo, com meu carrinho, pedin-do voto e transportando Chico Parra, que encabeçava uma chapa para a Previ com o Zé Valdir, contra a chapa indicada pela direção do Banco. Foi uma vitória muito importante não só para eles, mas para todo o funcionalismo. Em 2008, tam-bém pedi votos para eleger Roosevelt Rui, Marcel, Denise Vianna, Gilberto Vieira e tantos outros, juntando, pela primei-ra vez, em uma única chapa, Contraf-Cut e Contec.

É uma pena que um destes companheiros não tenha honrado o trabalho e o esforço de todos os outros e venha exercendo seu mandato de Conselheiro Deliberativo da Cassi

sem nenhum respeito às regras da boa governança. Vazan-do documentos estratégicos negociais da Cassi, que até colocaram o próprio Banco do Brasil em desvantagem nas negociações com o Nossa Caixa-Nosso Banco. Criticando a diretoria da Cassi, esquecendo de sua condição de conse-lheiro, quando poderia propor melhorias para a Cassi e não o fez, em quase dois anos de mandato. Mentindo em nome do “pseudoconhecimento de causa”, ao falar do que não conhece. Usando números e valores que jamais foram trata-dos pelo Banco e pela Cassi. Citando problemas que verda-deiramente existem na Cassi, mas que foram minimizados com o trabalho dos eleitos, e ele o ignora. Ignora também que os problemas de atraso nos pagamentos da Cassi são de responsabilidade dos indicados para a Cassi, pelo gover-no que ele e nós defendemos. Ele, por uma questão partidá-ria e eu, por respeito à democracia.

Não vou falar das críticas feitas à ANABB, pois o verdadeiro associado da instituição me conhece e conhece a história da entidade. Nossa posição em relação à Cassi, inclusive sobre o plano odontológico, foi amplamente tratada no Especial Cassi, publicado em maio de 2009. Não temos duas palavras, duas caras nem duas medidas. Se o conselheiro precisa usar do expediente para publicar suas críticas em um jornal sindical, considerando que não consegue ajudar a resolver os proble-mas da Cassi e usa a força do mandato concedido pelo Corpo Social, deve renunciar ao cargo e devolver os jetons recebidos indevidamente ao longo de quase dois anos. Administrar nos-sas entidades é coisa para homem de bem.

EDITORIALCARTA DO PRESIDENTE

Valmir CamiloPresidente da ANABB

TEM MOLEQUE SOLTO POR AÍ

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Depois de arrumar a casa, fica mais fácil colocar projetos em prática. Foi o que fizeram diretores e conselheiros eleitos da Cassi. O ano de 2009 foi mais um período de realizações em prol dos mais de 800 mil assistidos.

“Este ano foi marcado por grandes consolidações. Amplia-mos a Estratégia Saúde da Família (ESF), aprovamos a polí-tica farmacêutica e estamos acompanhando a implantação dessas políticas. Aprovamos uma parceria com a Previ para avaliar a viabilidade de implantação de uma melhor rede hospitalar onde houver necessidade”, relata a presidente do Conselho Deliberativo, Graça Machado.

A Cassi enfrentou desequilíbrio econômico-financeiro por mais de oito anos e, mesmo com orçamento congelado nos dois primeiros anos da atual gestão da Diretoria de Saúde (2006-2007), muitos processos que não dependiam de ver-bas extraordinárias puderam ser implementados. Entre eles, está o aprimoramento dos exames periódicos dos funcio-nários da ativa do Banco do Brasil. Nos últimos três anos, foram alcançados recordes de exames realizados, com índi-ce mínimo de 95% dos funcionários elegíveis.

Destaca-se também o fortalecimento da participação social na Cassi. Os Conselhos de Usuários estão compreendendo melhor

o papel de ajudar a entidade e os participantes a encontrar ma-neiras de viver melhor, não dependendo somente dos recursos médico-hospitalares da rede credenciada, mas também da mu-dança do estilo de vida. “Ações de promoção da saúde e preven-ção de doenças fazem parte do cotidiano de todas as CliniCASSI, com profissionais atuando com base na Estratégia Saúde da Família e um número cada vez mais crescente de participan-tes aderindo ao Modelo de Atenção Integral à Saúde”, afirma Douglas Scortegagna, diretor de Saúde e Rede de Atendimento.

De forma mais racional e para assegurar a viabilida-de econômica, a Gerência de Saúde conseguiu aprovar na Diretoria Executiva e no Conselho Deliberativo o novo programa de assistência farmacêutica, com a priorização do uso de medicamentos genéricos e com uma logística mais leve e centralizada para aquisição dos remédios. Até o fim do ano, esse novo programa sairá da fase piloto e contemplará todos os associados e dependentes econô-micos autorizados a ter seus medicamentos abonados. “A Cassi deverá economizar ao ano cerca de R$ 17 milhões com a prevalência de medicamentos genéricos e com os descontos decorrentes da aquisição centralizada”, ressalta o diretor.

Atuação dos eleitos na Diretoria Executiva e nos Conselhos traz bons frutos para a Cassi

MATURIDADEPARA NOVOSDESAFIOS

CASSI

CAPA

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Os participantes também serão beneficiados com o des-conto-farmácia, que proporcionará aquisição de medica-mentos por valores menores que os de mercado em mais de 6 mil farmácias credenciadas pela Cassi.

Credenciamento: missão difícil, mas não impossívelA Diretoria de Planos de Saúde e Relacionamento com

Clientes concluiu um estudo para ampliar a rede de presta-dores de serviços na Cassi. O novo redimensionamento da rede credenciada possibilitou a abertura dos processos de credenciamento em todos os estados. Para facilitar o acesso dos prestadores interessados no credenciamento, foi dispo-nibilizada no site da entidade uma ferramenta que possibi-lita a inscrição, facilitando o controle, o acompanhamento e a análise das propostas de credenciamento em todo o país. De acordo com a diretora de Planos de Saú-de e Relacionamento com Clientes, Denise Vianna, a Cassi vem aumentando o número de credenciamen-tos. As unidades da Caixa de Assistência totalizaram, de janeiro a outubro, mais de 2 mil novos credencia-dos. “Não é fácil conseguir novos prestadores, princi-palmente para o interior do país, onde a população de participantes da Cassi é pequena e não consegue ser representativa para es-ses profissionais”, explica a diretora.

Em muitas cidades do interior, a existência de espe-cialistas ainda é reduzida, o que acaba prejudicando o inte-resse desses profissionais em firmar convênios. A entidade agora tem de gradativamente conseguir valorizar os hono-rários pagos por consulta. “Hoje nós pagamos uma fortuna aos hospitais. Precisamos inverter um pouco essa lógica e valorizar mais os profissionais médicos. Claro que isso tem de ser avaliado e implementado com muito cuidado, pois o reajuste de forma linear pode impactar consideravelmente as despesas básicas da entidade. Só para se ter uma ideia,

se fosse dado um reajuste de apenas R$ 3,00 em todas as consultas médicas da Cassi, a despesa básica aumentaria aproximadamente R$ 1 milhão mensal, apenas nas consul-tas ambulatoriais. Isso sem contar com o impacto nos valo-res de internações hospitalares, em que é pago também um percentual de consultas médicas”, destaca Denise Vianna.

Outro problema que está sendo solucionado para reter os profissionais credenciados é a melhoria no processo de pagamento. Foram anos sem investimento em novas tec-nologias. Esse processo envolve mensalmente o manuseio de mais de um milhão de guias, com pagamento quase que totalmente manual, riscos elevados de erros e constantes atrasos em pagamentos e revisões de glosas. Para auxi-liar o processo e evitar desgaste com prestadores estraté-

gicos, a Diretoria de Planos de Saúde está desenvol-vendo, na Central 0800 da Cassi, um atendimento específico para os prestado-res. Além disso, foram con-tratados auditores técnicos para encerrar as contas nos maiores laboratórios e hospitais credenciados em todos os estados. A ideia é liberar a mão de obra da Central de Pagamento da Cassi para trabalhar com os demais prestadores, revendo todo o seu proces-so de pagamento. O serviço deverá ser totalmente auto-matizado.

Saúde da FamíliaNo fim de setembro des-

te ano, a Diretoria de Saúde realizou o I Congresso de Saúde da Família Cassi. “A saúde, que tanto necessita de visibilidade na agenda de desen-volvimento do país, pôde, enfim, ser destaque na entidade para ratificar que o modelo médico-curativo possui grandes limitações para atender a população de forma satisfatória”, ressalta Douglas Scortegagna. O diretor destacou também que o evento foi importante para que os funcionários da Cas-si de todo o Brasil que trabalham com a Estratégia Saúde da Família se sentissem valorizadas pela empresa.

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“Hoje nós pagamos uma fortuna aos hospitais. Precisamos

inverter um pouco essa lógica e valorizar mais os profissionais médicos. Claro que isso tem de ser avaliado e implementado

com muito cuidado, pois o reajuste de forma linear pode

impactar consideravelmente as

despesas básicas da entidade” Denise Vianna

DS

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O congresso também foi uma oportunidade para profissionais da Cassi, autoridades sanitárias, gesto-res do BB e representantes de entidades do funcio-nalismo comprovarem a importância do atendimento com base na Estratégia Saúde da Família. Os nú-meros atestam a validade deste serviço: em 2006, havia 104.582 participantes cadastrados na ESF; hoje são 141.951. Em 2006, 46 CliniCASSI estavam instaladas no país; hoje são 58 e no próximo ano serão 66 serviços próprios implantados. Em 2006, a Cassi apresentava um déficit de mais de R$ 22,7 milhões. “Em 2008, foi possível festejar um superávit de R$ 112,3 milhões, que poderá ser repetido com a colaboração dos participantes em utilizar racionalmente os recursos da rede credenciada e adotar hábitos saudáveis de vida com a ajuda de mais de 2,5 mil colaboradores da Cassi em todo o país”, conclui o diretor Douglas Scortegagna.

Consultoria para avaliar investimento em hospitaisem regiões estratégicasA Cassi contratou, com a Previ, uma assessoria para

analisar a possibilidade de investir em hospitais e serviços médico-hospitalares, além de avaliar os serviços disponibi-lizados pelas unidades e a qualidade da rede credenciada. Esse estudo é também uma tentativa de resolver os proble-mas da grande demanda de serviços de boa qualidade aos assistidos. Até o fim de dezembro de 2009, a consultoria deverá apresentar o resultado do trabalho.

“Esse levantamento vai mostrar se há viabilidade de aqui-

sição de hospitais, associação a algum hospital ou até cons-trução de hospitais próprios, desde que atenda à remunera-ção mínima para as necessidades da Previ e haja viabilidade para a Cassi”, ressalta a presidente do Conselho Deliberati-vo, Graça Machado.

As previsões para o próximo ano são otimistas. “Sabemos que há muito ainda por fazer. Faremos tudo o que for possível e contamos com o feedback do associado para realizar as devi-das correções”, afirma Graça Machado.

Segundo Ana Lúcia Landin, membro do Conselho Delibe-rativo da Caixa de Assistência, os dirigentes eleitos estão atentos às necessidades dos associados e no próximo ano será dada continuidade aos trabalhos em prol dos usuá-rios. “A Caixa de Assistência busca o bem-estar e a satisfa-ção de seus associados”, afirma.

As previsões para o próximo ano são otimistas. “Sabemos que há muito ainda por fazer. Faremos

tudo o que for possível e contamos com o feedback do associado para

realizar as devidas correções”Graça Machado

Douglas Scortegagna – diretor de Saúde e Rede de Atendimento

Denise Vianna – diretora de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes

Graça Machado – presidente do Conselho Deliberativo

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PLANO ODONTOLÓGICO

CASSI

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essa bandeira começou na ANABB e continua com os diretores eleitos da Cassi

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A ANABB, há alguns anos, busca negociar com o Banco do Brasil a implantação de um plano odontológico na Cassi, mui-to antes de o Sindicato e a Comissão de Empresa dos Funcio-nários do BB tratarem do assunto.

Durante aproximadamente dez anos, os representantes da ANABB na Caixa de Assistência foram impedidos de desenvol-ver esse produto, pois não conseguiam o apoio e a aprovação por parte dos diretores da Cassi indicados pelo BB.

Por não ter sido criado um plano odontológico para atender os funcionários e os dependentes do Banco do Brasil, a ANA-BB firmou parceria com uma operadora, que possui rede de mais de 15 mil dentistas em todo o país e atende, aproximada-mente, 2,5 milhões de pessoas. Essa parceria permitiu que, a par-tir de novembro de 2007, os mais de 100 mil associados da ANABB pudessem usufruir desse bene-fício. Participaram das negocia-ções e da implantação do plano odontológico da Associação os dois atuais diretores eleitos da Cassi, Denise Vianna e Douglas Scortegagna, e a presidente do Conselho Deliberativo, Graça Machado, que possuem conhe-cimentos sobre a complexidade que é oferecer plano odontológico para população diversifica-da em todo o país.

Depois que o Banco do Brasil firmou compromisso, em acordo coletivo, de custear o plano odontológico para funcio-nários e dependentes, os diretores eleitos da Cassi iniciaram estudos para viabilizar tal compromisso. Basearam-se no pilo-to utilizado pela Caixa de Assistência, que era um plano odon-tológico oferecido por meio de convênio de reciprocidade com pequena quantidade de pessoas.

Os estudos apontaram custo bastante elevado, aproxima-damente o dobro do que era praticado pelas empresas exis-tentes no mercado. A justificativa está na necessidade de grandes investimentos iniciais em infraestrutura, implantação de sistemas de controle e regulação, além da criação de rede estruturada de dentistas para atender 840 mil vidas.

De acordo com a diretora de Planos de Saúde e Relacio-namento com Clientes da Cassi, Denise Vianna, a opção de desenvolver um plano odontológico na Cassi sem ajuda de nenhuma empresa do mercado com experiência no assunto,

além de acarretar alto custo, ainda traria o risco de prejudicar o plano de saúde. “A Cassi acabou de reestruturar toda a Cen-tral 0800 para dar qualidade ao atendimento. Desde janeiro de 2009, a entidade trabalha para aumentar a rede de pres-tadores e encontrar soluções tecnológicas para automatizar e melhorar o processo de pagamento, que hoje recebe por volta de um milhão de guias/mês”, disse Denise.

O diretor de Saúde e Rede de Atendimento, Douglas Scortegagna, enfatizou que a qualidade do serviço é prioridade. “Os esforços da Cassi devem ser direcionados para sua princi-pal função, que é dar o melhor plano de saúde que os partici-pantes merecem”, afirmou Douglas.

A exemplo do que aconteceu na ANABB, os diretores eleitos da Cassi convidaram as maiores empresas em assistência odon-tológica a apresentar propostas comerciais de forma a viabilizar plano odontológico aos associa-dos, com a possibilidade de ser estendido ao Cassi Família e, posteriormente, ser desenvolvido plano próprio.

Encerrado o processo com a análise das propostas e das empresas concorrentes, os di-

retores eleitos aguardaram por parte dos diretores indica-dos pelo Banco a apresentação da empresa vencedora e o encaminhamento do assunto para o Conselho Deliberativo. No entanto, o processo depende de uma posição do Banco, e não foi concluído.

Em setembro de 2009, a Cassi recebeu estudo desenvolvi-do pelo Banco do Brasil para oferecer, como alternativa, par-ceria com uma empresa que, de acordo com a presidente do Conselho Deliberativo da Cassi, Graça Machado, não possui rede estruturada de dentistas nem tradição no mercado de plano odontológico.

Graça afirma que a responsabilidade de oferecer um plano odontológico é do Banco do Brasil, uma vez que o serviço será totalmente custeado por este. “A Cassi participa como parcei-ra do Banco, porém é necessário escolher um prestador expe-riente, com custo atrativo e produto consolidado no mercado. Não vamos assumir o desenvolvimento de um plano odontoló-gico na Cassi e arriscar colocar as estruturas da entidade em colapso”, completou Graça.

Em setembro de 2009, a Cassi rece-beu estudo desenvolvido pelo Banco

do Brasil para oferecer, como alterna-tiva, uma parceria com uma empresa que, de acordo com a presidente do

Conselho Deliberativo da Cassi, Graça Machado, não possui uma rede estru-turada de dentistas nem tradição no

mercado de plano odontológico

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A Previ passou por alguns percalços em 2009, principal-mente decorrentes da crise econômica mundial. Diante do cenário, as discussões sobre a utilização do superávit ficaram estagnadas. No entanto, independentemente de discutir superávit, a ANABB enaltece a importância de rea-cender a discussão sobre a isonomia entre os participantes do Plano de Benefícios 1. Entenda o que pode melhorar

ISONOMIA NO PLANO DE BENEFÍCIOS 1

PREVI

CAPA

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Desde 2008, a ANABB vem destacando um tema que tem sido prioridade para a Associação quando o assunto é Plano de Benefícios 1 da Previ. Mais do que discutir superávit ou a Resolução CGPC no 26, merece destaque a isonomia entre os participantes do Plano.

Alguns associados podem estar questionando o porquê de falar sobre estas injustiças se as discussões sobre o superávit ainda não foram concluídas. Há uma explicação simples e que mostra a amplitude do tema. As desigualda-des entre diferentes grupos de participantes do Plano de Benefícios 1 é uma realidade que cria desequilíbrios, impe-de o realinhamento do plano, além de prejudicar parcela sig-nificativa de participantes que contribuíram para o superávit. A ANABB considera urgente reduzir as desigualdades entre os grupos participantes do Plano 1 e contemplar todos que contribuíram para a formação do patrimônio.

Análise dos fatosUma simples análise sobre a

atual situação do Plano de Benefí-cios 1, em que todos os participan-tes, independentemente do tem-po de contribuição, deixaram de contribuir com a patrocinadora, mostra como é brutal o desequi-líbrio na concessão do benefício de aposentadoria.

O plano foi concebido com a premissa de que todos os parti-cipantes que completassem 360 meses de contribuições teriam direito à integralidade do Teto do Benefício Calculado (360/360). Assim, aqueles que se aposen-tam antes de completar 360 meses recebem benefícios propor-cionais. Por exemplo, 300 meses de contribuição dão direito ao benefício proporcional de 300/360 do teto do benefício.

Diante disso, pode-se dizer que, “teoricamente”, as re-gras da Previ levariam a uma aposentadoria igualitária para todos os participantes do Plano de Benefícios 1. No entanto, outros fatores devem ser levados em conta. Aí sim é possível entender de onde vêm as diferenças.

Com os consecutivos superávits, a Previ tomou a deci-são de suspender as contribuições dos associados e do BB. Levando-se em consideração que o início das contribuições no Plano de Benefícios 1 aconteceu em abril de 1967 e o fim em janeiro de 2007, temos um quadro atípico incluindo ca-

sos de associados com diferentes tempos de contribuição. No Plano de Benefícios 1, existem os seguintes grupa-

mentos funcionais:

a) funcionários com 360 meses de contribuição na ativa e mais um tempo de contribuição como aposentado;

b) funcionários com menos de 360 meses de contribuição na ativa e mais um tempo como aposentado;

c) funcionários com mais de 360 meses de contribuição na ativa e mais um tempo como aposentado;

d) funcionários com menos de 360 meses de contribuição na ativa e nenhum tempo como aposentado; e

e) funcionários com mais de 360 meses de contribuição na ativa e nenhum tempo como aposentado.

Em 1999, houve mudanças na Previdência Oficial que incluíram, entre outras coisas, idade mínima, tempo de serviço de 35 anos e fator previdenciário. Sendo assim, muita gente, mes-mo querendo se aposentar, teve de continuar trabalhando, sem acrescentar qualquer melhoria ao benefício, pois continuou contri-buindo para a Previ. Assim, a Previ passou a receber 31/30, 32/30 até 35/30 avos ou mais de con-tribuição sem a contrapartida da obrigação de melhorar o benefício dos colegas.

Equiparação das contribuições na ativa e na aposentadoriaPara corrigir esse desequilíbrio e realinhar o plano,

a ANABB apresenta algumas soluções. A primeira delas é equiparar o tempo de contribuição na ativa com o tempo de contribuição como aposentado, levando-se em conta que esse período vai de 1967 – quando foi iniciada a contribui-ção para a Previ – a 2007 – quando o participante deixou de contribuir. A equiparação permite reavaliar os benefícios do ponto de vista do valor total contribuído, e não somente do valor pago até a data da aposentadoria.

Diante disso, a regra passaria a oferecer também bene-fício integral para todos que contribuíram por mais de 360 meses para o Plano de Benefícios 1, independentemente se essa contribuição foi feita na ativa ou após a aposentadoria.

A equiparação permite reavaliar os benefícios

do ponto de vista do valor total contribuído e não

somente do valor pago até a data da aposentadoria

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12 | Ação Novembro/Dezembro 2009

Esse cálculo ainda seria refeito no caso de participantes que se aposentaram proporcionalmente e, mesmo contribuindo após a aposentadoria, não alcançaram 360 meses. Nesses casos, eles receberiam o valor proporcional ao pago na ativa e depois como aposentado. Uma pessoa que se aposen-tou com 300/360 avos, por exemplo, e contribuiu quando aposentado mais 36 meses teria seu benefício recalculado, levando-se em conta 336/360 avos.

Ao equiparar contribuições na ativa e na aposentadoria, haverá participantes que contribuíram mais de 360 meses para o plano. Nesses casos, a ANABB sugere que seja pago benefício adicional de acordo com o valor contribuído a mais. Para esse benefício, deve haver a formação de um fundo, cal-culado com base na reserva matemática de cada um dos par-ticipantes, considerando 1/360 da reserva para cada mês de contribuição posterior ao 360o mês. É importante deixar claro que todos os participantes contemplados pelo Benefício Espe-cial Renda Certa, mediante a utilização do superávit de 2006, terão descontada dos valores apurados a parcela já paga, recebendo apenas o que restar ou, caso haja recebido parcela superior, nada a mais.

Segurança para quem ainda não completou360 meses de contribuiçãoPara aqueles que não completaram 360 meses de contri-

buição, pois estas foram suspensas, a ANABB sugere a cons-tituição de um fundo para garantir as contribuições pessoais e patronais. Caso o participante utilize o recurso de receber bene-

fícios por aposentadoria ou benefício antecipado aos 50 anos de idade, antes de completar os 360 meses de contribuição, o benefício será proporcional ao tempo de trabalho e os recursos excedentes do fundo de contribuição voltarão para o Plano de Benefícios 1. No entanto, este grupamento, por estar sendo be-neficiado com a isenção de contribuição no período anterior a 360 meses, ficará com o chamado risco do plano. Isso significa dizer que, caso o fundo necessite no futuro, este participante deve ser o primeiro a voltar a contribuir.

Suspensão definitiva das contribuiçõesa partir do 3600 mêsOs participantes e a patrocinadora só serão chamados a

contribuir caso o Plano de Benefícios 1 entre em desequilíbrio. Sendo assim, a sugestão da ANABB é que as contribuições se-jam suspensas definitivamente após o participante completar 360 meses de contribuição. Isso porque, dessa forma, não haverá mais distorções entre o tempo de contribuição dos par-ticipantes, evitando futuras injustiças no plano.

Caso seja necessária a volta da contribuição, devem ser chamados, primeiramente, os participantes que não haviam completado o período mínimo de 360 meses de contribuição e foram beneficiados pela criação do fundo, conforme explicado anteriormente. A contribuição de cada um será proporcional ao tempo que restava para completar o período de 360 meses.

Se essas contribuições não forem suficientes, e somente neste caso, devem ser retomadas as contribuições dos par-ticipantes com mais de 360 meses.

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Ação Novembro/Dezembro 2009 | 13

BRASIL APROVA ENTRADA DA VENEZUELA AO MERCOSUL O Senado aprovou, por 35 votos a 27, o protocolo de adesão da Venezuela

ao Mercosul (PDS 430/08). A matéria vai à promulgação. O texto do acordo, firmado em Caracas em 4 de julho de 2006 pelos presidentes dos países do Mercosul, ainda precisa ser aprovado pelo Congresso do Paraguai. O placar apertado expressou a polêmica em torno do tema. O debate foi gerado espe-cialmente pelas críticas à postura antidemocrática do governante da Venezue-la, Hugo Chávez.

SETOR PÚBLICO TEM 21% DOS EMPREGOS NO PAÍSSegundo estudo divulgado pelo Ipea, a partir de informações do IBGE e dos

ministérios, o serviço público representa um quinto dos empregos do país. Em 2008, o Brasil tinha 8,2 milhões de servidores públicos, 21% do total de pessoas empregadas. O Executivo tem 91% dos servidores. As administrações municipais concentram metade dos postos de funcionalismo, 4,3 milhões de servidores. Em seguida, vêm as administrações estaduais, com 3,1 milhões, e o governo federal, com 676 mil servidores.

NOTAS

GOVERNO QUER TRANSFORMAR BBEM MULTINACIONAL

Presente no exterior desde 1941, o Banco do Brasil ace-lerou os planos internacionais nos últimos meses para que a instituição deixe de ter escritórios ou agências únicas e passe a atuar como banco de varejo. O presidente do BB, Aldemir Bendine, confirmou, no dia 15 de dezembro, que a instituição mantém negociações com o argentino Banco Patagônia sobre possível compra de participação ou asso-ciação com a entidade. Oficialmente, o interesse do Banco do Brasil é investir fortemente em mercados da América do Sul, especialmente Argentina, Chile e Paraguai, e nos Estados Unidos. A ideia é transformar o BB em multinacio-nal nos principais parceiros econômicos do país.

BB INAUGURA AGÊNCIA NÚMERO 5.000Em 14 de dezembro, o Banco do Brasil inaugurou a

agência número 5.000, localizada no Jardim Ingá, bairro do município de Luziânia (GO), com 100 mil habitantes. O BB pretende criar uma agência bancária em cada um dos municípios do país, segundo afirmou o vice-presiden-te de Varejo e Distribuição, Alexandre Abreu. Atualmente, a instituição está presente em 3.519 municípios e conta com 17.859 pontos, somados os postos de atendimento bancário e eletrônico.

CERCA DE 4 MILHÕES DE APOSENTADOS AINDA TRABALHAM

A aposentadoria não é necessariamente passaporte para ficar em casa. Quase 20% dos aposentados brasileiros − 3,8 milhões de pessoas acima de 60 anos − trabalham, mesmo re-cebendo o benefício. Segundo o IBGE, idosos correspondem a 23,3% dos chefes de família acima de 18 anos e sustentam filhos e netos. Continuar na ativa, entretanto, nem sempre é op-ção. Na maioria dos casos é questão de necessidade. A renda dos idosos é crucial para o sustento material dos familiares.

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Por Elaine Michel, vice-presidente de Relações Institucionais da ANABB

QUE PREVI QUEREMOS?

PREVI

Impossível falar em Previ sem tocar na ferida aberta: distribuição do superávit ou, mais exatamente, distribuição da Reserva Especial para Revisão de Plano, que, segundo a própria Previ, chegava a R$ 21,3 bilhões em outubro e talvez atinja, ao fim do exercício 2009, a casa dos R$ 38 bilhões.

Não serve mais a alegação de que o impasse causado pela Resolução no 26, do Conselho de Gestão da Previdên-cia Complementar (CGPC), esteja emperrando a abertura das negociações. Ora, a resolução teve seus efeitos sus-pensos na Justiça por meio de liminar. Ainda que tal norma estivesse em vigor, embora contestada, a negociação pode-ria simplesmente passar ao largo da legalidade ou não da re-solução. Houvesse vontade política, a Previ e o BB poderiam rever as premissas do Plano de Benefícios 1, que, sabida-mente, está em desequilíbrio. Desequilíbrio porque um fun-do de pensão não existe para apresentar sucessivos supe-rávits ou déficits. Quando ocorre uma das duas situações, a primeira coisa a verificar é se o plano não estaria cobrando demais em contribuições ou pagando menos benefícios do que poderia. Ou, mais ainda, cometendo injustiças contra segmentos de segurados.

O impasse é político. A balança de forças na Previ em suas instâncias decisórias está desequilibrada. Na formação do Conselho Deliberativo, temos três membros titulares – e seus suplentes – indicados pelo patrocinador e três mem-bros titulares – e seus suplentes – eleitos diretamente pelos participantes e assistidos. Da mesma forma, na Diretoria

Executiva, temos o presidente, o diretor de Investimentos e o diretor de Participações indicados pelo patrocinador. Por outro lado, temos o diretor de Administração, o diretor de Planejamento e o diretor de Seguridade eleitos pelos parti-cipantes e assistidos. Mas, inexplicavelmente, em ambos os órgãos predominam a voz e o voto dos indicados pelo Banco. Alguns dos eleitos, representantes oriundos do movimento sindical, adotam cegamente a política do Banco e curiosa-mente se acham Governo.

É neste ponto que reside o grande equívoco que se alastrou sobre parte do movimento sindical. Não soube separar as lutas dos trabalhadores do apoio às políticas do Governo que ajudou a eleger, esqueceu sua verdadeira natureza, sua razão de ser: a defesa dos interesses dos trabalhadores.

Essa situação é extremamente confortável para o patro-cinador, uma vez que nem sequer precisa utilizar seu direi-to ao voto de Minerva.

As promessas foram deixadas de lado: • antecipação do benefício aos 45 anos para

as mulheres;• fim do voto de Minerva;• fim da Parcela Previ;• permissão de voto ao Corpo Social nas grandes delibera-

ções, entre elas as alterações estatutárias; e• incorporação de novos benefícios que atendam a totali-

dade dos associados.

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A Previ vai muito bem, obrigada.

Seus participantes, assistidos e beneficiários,

nem tanto

A ANABB, por meio de seus representantes, em muitas tenta-tivas não logrou êxito para, minimamente, pautar esses temas. Não encontrou apoio nem entre os “companheiros” eleitos.

Foi criado o “Renda Certa” mesmo com os represen-tantes da ANABB no Conselho Deliberativo e na Diretoria denunciando que a distribuição do superávit, da maneira que foi feita, era um grave equívoco, em função de premiar alguns poucos em detrimento da maioria.

Se não bastassem os anseios não atendidos dos partici-pantes e assistidos, acompanhamos a aprovação nas comis-sões da Câmara dos Deputados e do Senado Federal de pro-jetos como o Projeto de Lei (PL) no 3.962/2008 e o Projeto de Lei do Senado (PLS) no 77/2009. O primeiro trata da criação da Superintendência de Previdência Complementar (Previc). É sensato que se aumente a fiscalização nos fundos de pensão, mas é incoerente que esta seja financiada pelos participan-tes, sendo que é de responsabilidade do Estado. Tal PL prevê a obrigação de pagamento quadrimestral por todos os fundos de pensão, à autarquia Previc, a título de “taxa de fiscalização e controle”. Somente a Previ contribuirá, quadrimestralmente, com R$ 2.225.000,00. Ademais, prevê-se a criação de diver-sos cargos comissionados a serem ocupados por indicação, facilitando a concepção de espaços de poder. O segundo pro-jeto aventa alterações na legislação quanto aos conselhos de fundos de pensão e, pasmem, propõe a exclusão do direito de os participantes escolherem seus conselheiros fiscais. Bem, mas estes temas ficarão para uma próxima conversa.

A Previ vai muito bem, obrigada. Os participantes, as-sistidos e beneficiários, nem tanto. Nossa Caixa de Previ-dência é perfeita para o mercado financeiro, para as em-presas com ações à venda etc. No entanto, se quisermos falar de governança corporativa, o discurso é fácil quando olhamos os conceitos aplicados, mas onde está o equilíbrio nos posicionamentos de nossos representantes? Por que o crescimento das ações movidas contra a Previ quando seus assistidos, beneficiários e ex-participantes sentem-se usurpados dos direitos?

A pergunta certa é: que Previ queremos? Aquela que simplesmente produz superávit? Ou aquela que, tendo su-perávit, respeitada a legislação, revê o plano, identificando desequilíbrios e injustiças e corrigindo-os?

O funcionalismo do BB é esclarecido, formador de opi-nião e está atento à atuação de seus representantes. Não podemos consentir um fundo de pensão que não reflita para os associados seu desempenho econômico, que pos-tergue, ano após ano, a solução para seus desequilíbrios. Felizmente essa história ainda está longe de terminar e cer-tamente temos muito a acompanhar e votar.

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Por Tatiane LopesEdição: Ana Cristina Padilha

PLANEJAMENTO HOJE, ENRIQUECIMENTO NO FUTURO

ENTREVISTA

Como administrar seu dinheiro para resultar em equilíbrio financeiro? Esta é uma pergunta que a maioria dos brasileiros se faz frequentemente. Mui-tos deles vivem a realidade de ver o dinheiro saindo da conta quase no mesmo momento em que entrou. O desafio é saber fazer as escolhas certas diante de infindáveis tentações que o mundo nos oferece. O Jornal Ação conversou com Gustavo Cerbasi, espe-cialista em finanças, planejamento familiar e econo-mia doméstica e autor de vários livros sobre o tema,

entre eles Investimentos inteligentes e dinheiro: os segredos de quem tem. Cerbasi falou sobre plane-jamento financeiro e enalteceu a importância de se pensar no futuro. Para ele, a educação financeira dos filhos deve ser guiada pelo exemplo dos pais. O consultor afirma que, antes mesmo de adquirir a casa própria, o cidadão deve separar renda para in-vestir no futuro. E ainda vai além: prova por A mais B que a pessoa, se fizer planejamento, pode enriquecer investindo pouco dinheiro em previdência privada.

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Ação: O que é preciso fazer para ter uma vida tranquila, longe dos problemas financeiros? Cerbasi: A primeira coisa é evitar arrastar, ao longo do ano, os pro-blemas que são de competência do ano anterior. A maior parte dos problemas decorrem da displicência com a qual as pessoas tratam os gastos de janeiro e fevereiro, porque é uma época de gastos muito elevados. E o grande combustível para realizar os pagamentos seria utilizar o 13o. Quem torrar o 13o nas celebrações ou liquidando as dí-vidas de 2009 deveria conduzir o ano de 2010 com um pouco mais de restrições orçamentárias, visando ter um 13o intacto no fim desse ano, não para celebrações, mas sim para um começo de ano pago à vista e talvez, a partir de 2011, mudar completamente esta história.

Ação: O que é prioritário na hora de gastar?Cerbasi: Acho que toda a classe mé-dia brasileira está sofrendo desequilí-brio financeiro, resultante do desequi-líbrio em suas escolhas de consumo. É muito comum as famílias escolhe-rem primeiro a moradia, com base em suposto espaço de orçamento, e depois correr atrás de possível pou-pança, de possível orçamento para o lazer. Isto é um erro grave, porque normalmente não sobra espaço para lazer, não sobra verba para pequenos presentes e prazeres do dia a dia. Consequentemente, se a pessoa viver uma vida mais restritiva, acumulando vontade de consumo, quando se expõe ao consumo será mais compulsiva.

Ação: Então moradia não deve ser prioridade?Cerbasi: Seria muito interessante que, antes de comprar a mora-dia, eu pensasse primeiro qual vai ser o gasto, a verba que eu vou dedicar para ter qualidade de vida naquela região. Um segundo ponto importante seria destinar verba muito claramente definida para a preservação da vida futura: algo entre 10%, 15% da renda. Depois de assegurar qualidade de vida e segurança futura é que as pessoas deveriam olhar para o orçamento e ver o quanto sobrou e aí decidir o padrão da moradia e do automóvel.

Ação: A economia financeira ainda é um monstro?Cerbasi: As pessoas estão mais conscientes em relação à neces-sidade de pensar no futuro, de se planejar. Isto fica muito evidente no mercado de previdência privada, principalmente, que cresceu de

seis a sete vezes nos últimos seis anos. Mas infelizmente as pes-soas ainda não conduzem seu planejamento com disciplina. Muitos ainda carregam trauma das últimas duas décadas em que todo o planejamento a curto prazo foi punido com bancos que quebraram, com planos de previdência que não funcionaram, com poupança que foi congelada. Este temor em relação ao longo prazo deve ser repensado, porque não é simples questão de esclarecimento da população. As regras mudaram sensivelmente a partir do Plano Real. Nós temos uma Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que fiscaliza intensamente os mercados de investimento, um Banco Central que manteve, nos últimos anos, rédeas curtas na fiscaliza-ção do sistema financeiro. Basicamente os bancos brasileiros não foram afetados pela crise em função das políticas de limitação de

alavancagem que existem no Brasil. E principalmente nós temos uma Superintendência de Seguros Priva-dos (Susep) que fiscaliza muito bem planos de previdência e seguros, que dão solidez a estes mercados. Então, hoje as instituições brasilei-ras estão realmente em oásis de proteção, não por obra do acaso ou por sorte, mas sim pela construção de modelo bastante conservador e austero que veio com o Plano Real e foi consolidado no atual governo do presidente Lula. Nós temos real-

mente um mercado financeiro muito sólido no Brasil.

Ação: Hoje falar em previdência privada ainda é assunto de classe média, de classe média alta ou já é possível levar a questão para o universo das classes D, E? Ainda está distante falar em previdência privada para este público?Cerbasi: Não. Na verdade a classe D vem se aproximando da realidade de previdência privada principalmente porque nós já temos horizonte de meia década de boa vendagem, crescimen-to dos planos deste mercado, discussão exaustiva do tema na imprensa em geral, e as pessoas estão mais esclarecidas. Não é um produto simples, pois requer boa orientação, boas reflexões. A pessoa precisa ter consciência de que ela não pode contar com o produto a curto e médio prazos. As grandes vantagens dos pla-nos de previdência estão na não necessidade de aporte signifi-cativo – pois é possível conduzir plano de previdência pagando R$ 80,00, R$ 100,00 mensais – e, principalmente, na automatiza-ção do processo de enriquecimento.

As grandes vantagens dos planos de previdência estão na não

necessidade de aporte significativo – pois é possível conduzir plano

de previdência pagando R$ 80,00, R$ 100,00 mensais – e, principalmente, na automatização

do processo de enriquecimento

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Ação: Enriquecimento com uma pequena contribuição mensal?Cerbasi: Hoje se um jovem de classe D, por exemplo, é orientado a abrir uma conta em um banco, contratar um plano de previdên-cia e contribuir com R$ 50,00 mensais, ele não está simplesmente construindo futuro seguro, ele está mudando a realidade de sua si-tuação de vida, certamente construindo crescimento naquele âm-bito social. Isto já vem chegando à consciência da população mais pobre no Brasil e, felizmente, se não for por iniciativa do trabalhador, muitas vezes por iniciativa das empresas e das associações de que faz parte. Os trabalhadores estão construindo futuro mais seguro ao complementar sua renda.

Ação: A educação financeira pode ser passada desde criança?Cerbasi: Educação financeira é questão de qualidade de vida. Dificilmente você vai edu-car com teorias e sermões. A forma mais fácil de edu-car é pelo exemplo. O gran-de desafio de nossa socie-dade, a que educa seus filhos na faixa dos 30 aos 45 anos, é justamente o fato de ter tido este exem-plo. Os adultos de hoje não tiveram educação financei-ra diante das turbulências econômicas que vivemos nas décadas de 1980 e 1990. Então, hábitos que existiam en-tre os mais velhos, como cultivar o dinheiro, seja em um por-quinho, seja em um pote de biscoito, seja anotar os gastos em uma agenda, seja fazer planos, não existem mais. Estes hábitos foram abandonados diante da inflação elevada. A regra naquele período era uma só: consuma e consuma o máximo que você puder para não perder da inflação. Então, nós temos hoje uma geração adulta que cresceu com falsa percepção de que dinheiro que entra na conta tem de sair desta até o fim do mês para mol-dar o padrão de vida.

Ação: Realmente, é o caso da maioria dos brasileiros?Cerbasi: Foi isso que nós aprendemos a fazer. O dinheiro caía na conta e nós corríamos para o supermercado para comprar o quanto antes. Então, o desafio dessa geração está em tentar resgatar antigos hábitos que nós não vimos. São os hábitos de nossos avós. Talvez um caminho seja a escola, mas não adianta

fomentar educação financeira na escola se o professor não sou-ber praticar educação financeira. Eu acho que o começo ideal se-ria fomentar debate entre pais e professores, pais e educadores, visando estabelecer práticas.

Ação: Em sua opinião, essa perspectiva vai mudar no futuro?Cerbasi: Eu acho que o desafio tem de começar pelos adultos, porque o uso do dinheiro vai ser aprendido por meio do exemplo. Eu acho que daqui a dez, quinze anos, quando a atual geração, que vem pagando plano de previdência, começar a colher os frutos e a contar para os netos a boa escolha que fez no começo do milênio, aí nós teremos exemplos interessantes a seguir e será mais fácil induzir os jovens a poupar. Nós teremos, no mínimo, 50% de jo-vens poupadores seguindo o exemplo de seus pais, tios e avós.

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Eu acho que daqui a dez, quinze anos, quando a atual geração, que vem pagando plano de previdência, começar a colher os frutos e a contar para os netos a boa escolha que fez no começo do milênio, aí nós teremos exemplos interessantes a seguir e será mais fácil induzir os jovens a poupar

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Por Tatiane Lopes

ESTATUTO

SEU VOTO FEZ A DIFERENÇA

Por Tatiane Lop

A ANABB mobilizou-se para que os associados participassem de mais um importante processo eleitoral. Desta vez, para votação das propostas referentes à reforma do estatuto

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Até meados da década de 1970, os negros vivenciaram, na África, um dos piores períodos do século 20: um severo regime de segregação racial, conhecido como apartheid. Fo-ram duros anos de discriminação que só mudaram quando a população negra adquiriu o direito ao voto. A partir daí, o de-safio de transformar aquele país em um lugar mais humano começou, enfim, a se concretizar.

Este é o poder que o voto tem. Ele possibilita mudanças po-sitivas, já que manifesta o interesse coletivo sobre qualquer as-sunto, seja nas grandes decisões, como a escolha de presiden-tes, seja nos temas que interessam a segmentos específicos.

Foi pensando dessa forma que a ANABB cha-mou a atenção de seus associados para participa-rem de mais um processo eleitoral da entidade. E o resultado foi significativo, ao comprovar que estes assimi-laram o objetivo das mudanças propostas: melhorar a atual estrutura da entidade e promover o crescimento.

As alterações propostas pe-los conselheiros da ANABB bus-caram adequar a Associação à realidade do funcionalismo do BB. Desde a última reforma no estatuto, que ocorreu há 17 anos, muitos acontecimentos con-tribuíram para transformações na entidade. O principal deles refere-se ao ordenamento jurídico.

As determinações do novo Código Civil, publicadas na Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, e alteradas pela Lei no 11.127, de 28 de junho de 2005, foram o pontapé para as discussões sobre a reforma estatutária. O novo Código Civil impõe às associações novas regras nas relações com seus associados. Entre essas, re-gras para filiação e desfiliação, fixação de quórum para decisões estratégias da entidade e poderes do Corpo Social.

O novo Código Civil também criou algumas leis, entre elas a necessidade de as empresas se preocuparem mais com os aspectos socioambientais, que atualmente representam uma tendência mundial. Além disso, questões referentes ao direito do consumidor pediam a ampliação das finalidades da ANABB.

“Um exemplo claro da necessidade de mudança diz respeito à Ação Civil Pública, ajuizada pela ANABB, referente à correção das poupanças dos Planos Bresser, Verão, Collor I e II. Tal ação está baseada no Código de Defesa do Consumidor. No entanto,

a ANABB está enfrentando algumas barreiras, já que a Justiça en-tendeu que nossa entidade não poderia representar os associa-dos em questões que tratam de relações de consumo. A reforma do estatuto da ANABB agrega mais este ponto: incluir como finali-dade da Associação a defesa dos associados também em relação aos direitos do consumidor”, exemplifica o vice-presidente Admi-nistrativo e Financeiro da ANABB, William José Alves Bento.

BenefíciosHaja vista a necessidade de realização de pleito para ade-

quação às questões legais, os conselheiros da ANABB perce-beram que poderiam incluir temas relativos ao funcionamen-to da Associação, que há muito tempo estavam defasados e dependendo de atualização.

Entre eles, está o próprio crescimento da Associação. Des-de a última alteração estatutária da ANABB, aprovada em 1992, a entidade cresceu bastante. Agregou novas ativida-

des, viu sua demanda aumentar e evoluiu a estrutura organizacional. Os números comprovam a evolu-ção. Atualmente, são mais de 100 mil filiados à Associação.

“Acredito que a ANABB ao longo de sua história, mais de 23 anos, vem consolidando sua atuação de representação do Funcionalismo no BB, e hoje, dentro da dinâmica de evolução natural e renovação das instituições, não poderia fi-car à margem destas transforma-ções”, afirma o vice-presidente de

Relações Funcionais, Emílio Rodrigues. Por isso, a discussão estatutária também fez referência à bus-

ca por agilidade administrativa e maior participação dos dirigen-tes e dos novos funcionários, que poderão concorrer a cargos diretivos na Associação após cinco anos de admissão no Banco.

“Apenas quem tivesse mais de dez anos de Banco poderia se candidatar para os Conselhos da ANABB. Com o novo estatuto, esse tempo diminui para cinco anos. É fundamental que todos en-tendam a importância desta nova geração para o futuro da ANABB. Estes 60 mil funcionários que entraram no Banco nos últimos tem-pos devem conhecer o compromisso da Associação, bem como se integrar ao patrimônio que é de todos”, destaca o vice-presidente de Comunicação da ANABB, Nilton Brunelli.

Com 23 anos de existência, a ANABB vem se adaptando às

Ação Novembro/Dezembro 2009 | 21

As alterações propostas pelos conselheiros da ANABB buscaram adequar a Associação à realidade

do funcionalismo do BB. Desde a última reforma no estatuto,

que ocorreu há 17 anos, muitos acontecimentos contribuíram para

transformações na entidade

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necessidades do funcionalismo do BB. A ampliação dos servi-ços da Associação é um processo natural, já que faz parte da missão da entidade procurar caminhos e ações inovadoras que atendam os associados. Por isso, a reforma estatutária também teve este objetivo: estimular o crescimento da ANABB em diversos segmentos e agregar as gerações de associados que estão por vir. “A reforma do estatuto ampliou a capacidade da ANABB de bem representar os associados na Justiça e fora dela”, destaca o presidente, Valmir Camilo.

Para a vice-presidente de Relações Institucionais, Elaine Michel, a aprovação do estatuto é um avanço. “Avançamos democraticamente, quando propomos criar outras catego-rias de sócios e permitimos a outros usufruírem, se assim o desejarem, de saúde, habitação e previdência comple-mentar. Também avançamos quando propomos clarear o direito do Conselho Deliberativo de destituir integrante da Diretoria Executiva e dar amplo direito de defesa. Quando incluímos novas competências ao Conselho Fiscal, entre tantas outras novidades.”

Oferecer mais serviços aos associados com ações que promovam o exercício da cidadania, da qualidade de vida e da defesa de todos que compõem a entidade foi um dos pontos aprovados no novo estatuto. De acordo com o pre-sidente do Conselho Deliberativo da ANABB, Antonio Gon-çalves, isso abrirá espaço nas esferas do poder para as novas gerações de associados. “Estamos vivendo um novo momento importante e diferenciado na vida de nossa Asso-ciação, de estímulo à maior participação e de novas ações administrativas”.

Aliadas a esses temas, estão as alterações na categoriza-ção dos associados. Com esse item, será possível reforçar a capacidade da ANABB de defender e aumentar o leque de associados, criando categorias e trazendo para a Associação empresas ligadas ao Banco do Brasil.

Com o novo estatuto, a categoria de sócio efetivo será utilizada apenas para funcionários do BB de qualquer categoria e aposentados que recebem benefícios do Banco ou da Previ. Foram criadas as categorias de sócio contribuin-

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NOVAS MODALIDADES DE SÓCIOS DA ANABB

Sócios Quem são Direitos

Sócio efetivo

Sócio contribuinte interno

Sócio contribuinte externo

Funcionários do BB de qual-quer categoria e aposentados que recebem benefícios do Banco ou da Previ

Ex-funcionários do BBe pensionistas

Parentes de associados da ANABB até quarto grau, empregados de entidades e de empresas ligadas ao BB

Vota e pode ser votadoParticipa de reforma estatutá-ria e dissolução da AssociaçãoFormula consultas, encami-nha proposições e denuncia irregularidades

Apenas votaParticipa de reforma estatutá-ria e dissolução da AssociaçãoFormula consultas, encami-nha proposições e denuncia irregularidades

Não vota nem pode ser votadoFormula consultas, encami-nha proposições e denuncia irregularidadesParticipa de reuniões eassembleias

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te interno, para ex-funcionários do BB e pensionistas, e sócio contribuinte externo, em que estão os paren-tes de associados da ANABB até quarto grau e empre-gados de entidades e de empresas ligadas ao BB.

Outra mudança se refere à alteração do tempo de mandato dos dirigentes da ANABB. Com o novo esta-tuto, será de quatro anos e passará a valer a partir de 2012. Dessa forma, a duração dos mandatos passará a acompanhar os períodos eleitorais para Presidên-cia da República, governos, prefeituras, Cassi, Previ e Cooperforte. O objetivo é ter maior atuação no Con-gresso Nacional e ajudar os associados nos debates durante os processos eleitorais.

“Somente quem acompanha o dia a dia de uma gran-de entidade sabe avaliar o quanto é dispendioso o pre-paro e a realização de eleições. Da divulgação do pleito à posse dos eleitos, gasta-se muito e, assim, é evidente que um mandato de quatro anos constitui medida de verdadeira economia de recursos que, em última instân-cia, pertencem aos associados e devem ser gastos nas atividades-fim da entidade, e não em processos inter-nos”, completa a conselheira deliberativa Isa Musa.

ParticipaçãoQuinze mil duzentos e sete associados partici-

param da votação para a reforma do estatuto da ANABB. Eles tiveram a possibilidade de votar pelos Correios ou pela internet. Deste total, 77,78%, ou seja, 11.828, aprovaram as propostas de alteração integralmente.

Neste processo de votação, a ANABB inovou e im-plantou um sistema de consulta que não era em bloco. Isso significou que os associados tiveram a liberdade de aprovar, reprovar e vetar as alterações com que não concordaram. Dois mil e quarenta e dois, ou seja, 13,43% dos participantes, votaram nesta opção e es-colheram itens na reforma que mereciam ser revistos. Um mil cento e quarenta associados votaram pela não aprovação das propostas de reforma estatutária.

Também como forma de dar mais transparên-cia ao processo, o início da apuração dos votos foi transmitido pela internet. Cento e trinta e oito asso-ciados, em todo o Brasil, assistiram, em tempo real, à abertura dos envelopes e à apuração do primeiro lote de 100 votos.

Neste processo de votação, a ANABB inovou e implan-tou um sistema de consul-ta que não era em bloco. Isso significou que os asso-ciados tiveram a liberdade de aprovar, reprovar e vetar as alterações com que não concordaram

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Por Tatiane LopesColaboração: Elder Ferreira

Foram anos de dedicação e dura rotina no trabalho. Para muitos colegas, a longa trajetória de mais de 30 anos de carreira é marcada por períodos de mudanças, adaptações, novas regras, distância dos amigos e familiares. No entanto, ao chegar o momento de se aposentar, esta realidade pode mudar, e para melhor.

A longevidade e a estabilidade financeira têm contribuído para que as pessoas não coloquem um ponto-final na vida ativa quan-do se aposentam. Os casos de aposentados que buscam quali-dade de vida vêm aumentando. E, para muitos, a qualidade de vida está associada ao lugar onde se mora.

Há quem tenha trabalhado em metrópoles e deseje fixar re-sidência em regiões mais calmas. Outros trocam os centros ur-banos por lugares à beira-mar. Também existem aqueles que retornam às raízes e à cidade natal.

Família, amigos, clima, diversão, qualidade de vida etc., tudo pode influenciar na escolha de um novo local para se fixar residência. Um exemplo é o caso do aposentado Aarão Passos Filho. O contato com os familiares e com a praia pesou em sua escolha. Ele trabalhou no interior de Sergipe e, quan-do se aposentou em outubro de 1994, escolheu Aracaju para morar. “Sempre trabalhei perto da família. Além disso, Aracaju é uma cidade litorânea, com clima muito bom. Não trocaria para morar em nenhuma outra cidade”, defende Aarão.

Já o aposentado Antilhon Saraiva dos Santos saiu do Piauí, chegou a Brasília na década de 1970 e nunca mais foi embora. Na capital federal, trabalhou, constituiu família e aposentou-se. Para ele, Brasília tem características que cativam seus morado-res. “Brasília é uma coisa mágica, a gente se acostuma, princi-

palmente quem não teve a oportunidade de morar em outras metrópoles. A qualidade de vida é um ponto atraente”.

O aposentado piauiense relembra que já ouviu muitas pesso-as reclamarem do clima seco de Brasília e de que os moradores da capital são mais reservados. Mas ele discorda e defende com orgulho a capital. “Não concordo com a história de que Brasília é uma cidade fria. Isso foi um mito que se criou em décadas passadas, pois a cidade recebia muitas pessoas desconhecidas que vinham de outros estados. Era inevitável que se criasse um ambiente de isolamento. Brasília está tomada por regiões ad-ministrativas que têm porte médio de vida, onde as pessoas se conhecem. Ao mesmo tempo, estou a quilômetros do centro do poder e tenho opções de lazer dentro e fora de Brasília, como em Caldas Novas. Quanto ao clima, é fácil se acostumar; em geral, não passamos por grandes mudanças de temperatura.”

Mesmo quem ainda está na ativa sonha com as várias possibilidades de moradia que podem aparecer com a apo-sentadoria. É o caso do funcionário Cláudio Pacheco. O gaú-cho completou 31 anos de BB em 2009 e a experiência de ter trabalhado em 16 dependências do Banco, do Nordeste ao Sul do país, ajuda na escolha. “O que eu geralmente cos-tumo fazer é não voltar a trabalhar ou morar por onde eu já passei. Tenho uma paixão pela Argentina, país que já visitei e pelo qual me encantei. Quem sabe more lá um dia”, explica o morador de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul.

Outro exemplo é o caso do aposentado Romildo Gouveia. Ele nasceu no interior de Pernambuco, região litorânea e de clima quente, altas temperaturas e pouquíssimo ou nenhum frio. Em uma viagem a trabalho, conheceu Curitiba e decidiu que aquela

COMPORTAMENTO

HORA DA APOSENTADORIAEscolher o lugar para viver a aposentadoria nem

sempre é tarefa fácil. Ficar perto da família,

aproveitar o litoral ou uma bela vista na

montanha. Qual será a sua escolha?

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seria uma boa cidade para se morar. A escolha de Curitiba em detrimento a outras capitais foi

influenciada principalmente pelos filhos. Romildo queria uma cidade que tivesse qualidade de vida, parques e boa educação. Para ele, Curitiba atendeu a todos esses requisitos. “Além disso, tinha a questão da convivência familiar. Achávamos que era im-portante para os nossos filhos estarem perto da família, já que a família da minha mulher mora nessa região”, completa.

Para Romildo, a maior dificuldade da capital paranaen-se é o clima, mas isso não é um problema. Em Curitiba, a maior parte do ano é de pouco sol, tempo nublado e frio. O vento constante a transforma em uma das cidades mais frias do país. “Mas dá para aprender a conviver. Não é mais difícil se adaptar ao clima de Curitiba do que ao do sertão do Nordeste”, brinca o pernambucano.

Com esses exemplos de aposentados do Banco do Brasil, é possível perceber que a escolha do lugar para morar é influen-ciada por inúmeras peculiaridades. O estilo de vida, os costu-mes, a tranquilidade, tudo contribui para esta decisão. Cada pessoa faz sua escolha influenciada pela sua história. E são estas histórias que o Jornal Ação quer contar.

Veja alguns depoimentos

“Tomei posse em Itiúba, na Bahia, fiz carreira e fui para Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, onde estou até hoje. O clima é bem quente e estamos perto da praia. É um importante centro econômico da região. O atendi-mento médico também é bom. Cachoeiro não tem muito desemprego, porque o mármore e o granito são as bases da economia.” Jaci Fávero Januário, aposentada desde 2007,moradora de Cachoeiro de Itapemirim (ES)

“Eu gosto muito de Fortaleza, onde moro desde 1978. Entrei no Banco em 1974, trabalhei em vários estados. Mas não troco Fortaleza por lugar nenhum no mundo. Existem praias boas, a qualidade de ensino também é uma vantagem. Temos clínicas e hospitais de qualidade. Um aspecto negativo da cidade é o trânsito caótico.”Francisca Almeida Alves, aposentada desde 1999,moradora de Fortaleza (CE)

“Lajeado é uma região que fica no Vale do Taquari, ro-deada por cidades menores. O comércio é muito forte. O clima é instável e o frio é muito grande. A cidade está localizada a 120 km de Porto Alegre. Temos uma AABB muito boa e com infraestrutura. Para quem tem filhos, a área educacional está em expansão com escolas e facul-dades. O povo é acolhedor.”Iara Wenneker Roveda, aposentada desde 1996,moradora de Lajeado (RS)

“Ribeirão Preto tem um clima quente. O lazer e o atendimento médico também são bons. Existem muitos hospitais e boas faculdades, como a USP. É uma cidade grande e ainda com jeito de interior. Aqui se concentram as principais concessionárias de automóveis e usinas. Temos três bons shoppings, o comércio é movimentado e existem vários lugares para encontrar os amigos, como as choperias.”Felisberto Antonio Casari, aposentado desde 2004,morador de Ribeirão Preto (SP)

“Eu nasci em Itu. Trabalhei em várias cidades e encer-rei minha carreira em Ribeirão Preto. Saí de Itu e fiz uma somatória de conhecimento e de vida. Itu transformou-se em uma cidade dormitório de São Paulo e ficou meio complicada a vida lá. Agora estou mudando para Caldas Novas, em Goiás. Há mais de 30 anos que eu frequento a Pousada do Rio Quente. Eu acho que, se você se acomoda em um lugar, você está morto. Caldas Novas tem mais estrutura que São Sebastião.”Alonso Sergio Waack Sampaio, aposentado desde 1991, morador de São Sebastião (SP)

Mande um e-mail para a redação do Jornal Ação ([email protected])

e explique quais fatores pesaram na hora de escolher o melhor lugar

para aproveitar sua aposentadoria. O objetivo não é apontar conclusões,

mas sim mostrar que cada lugar oferece características que seduzem e

encantam. Tudo depende de como você pretende aproveitar os bons mo-

mentos que a aposentadoria proporciona. Quem sabe sua opinião pode

influenciar um colega que está prestes a se aposentar.

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Para a Associação, a participação de funcionários que representam o segmento pós-98 em grupos de discussões são fundamentais para que a entidade possa tomar atitudes em prol da isonomia no Banco do Brasil

Funcionários pós-98 na ANABB

“Todos os integrantes dos grupos são porta-vozes dos associados”. É com este pensamento que o presiden-te do Conselho Deliberativo da ANABB, Antonio Gonçalves, enaltece a importância dos grupos temáticos da entidade. Em 2009, foram empossados novos integrantes, repre-sentantes dos funcionários pós-98.

“A abertura para a participação dos novos funcionários nos grupos temáticos é muito importante, pois a ANABB conta com 100 mil associados e nós temos 10 mil associa-dos pós-98. Precisamos trazer isso para a própria cultura

associativa de funcionários; e a ANABB traz este diálogo de divulgação entre as demais entidades do Banco do Brasil, e não só dela mesma”, destacou a coordenadora do grupo Novos Funcionários (pós-98 e bancos incorpora-dos), Paula Goto, eleita para o primeiro mandato.

Engajada na discussão da isonomia entre os pré e pós-98 e bancos incorporados, Paula Goto destaca a importância da criação do novo grupo e da participação em entidades representativas de classe como a ANABB. “A grande questão de nossa participação nas entidades

Por Elder FerreiraEspecial para o Jornal Ação

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é porque nós somos mais de 50% do corpo funcional da ativa. Então, se em um momento não podíamos lutar pelos direitos por sermos minoria, agora podemos lutar com mais força.”

Composição dos gruposEssa foi a segunda eleição aber-

ta para a participação dos funcio-nários pós-98. Neste ano, mais três grupos assessores foram criados: produtos e serviços da ANABB; no-vos funcionários (pós-98 e bancos incorporados); e grupo assessor de Previdência e Aposentadoria II. O objetivo dos grupos temáticos, mais conhecidos pela sigla GAT, é dar subsídios aos membros do Conselho Deliberativo e Diretoria Executiva na tomada de decisões, por meio de discus-sões de temas de interesse do funcionalismo do Banco do Bra-sil, associados e aposentados.

“A ANABB é pioneira na abertura da participação de fun-cionários pós-98, pois são eles que vão dar continuidade às entidades em futuro próximo”, destacou a coordenadora do grupo Saúde e Qualidade de Vida, Ana Lúcia Landin.

No total, são oito grupos: Relações Institucionais e Co-municação; Cidadania e Responsabilidade Socioambiental; Saúde e Qualidade de Vida; Relações Trabalhistas e Sin-dicais; Previdência e Aposentadoria – dois grupos; ANABB

e seus Produtos e Serviços; e Novos Funcionários (pós-98 e bancos incorporados).

Cada grupo tem um coorde-nador e um secretário. Além dos funcionários pós-98 elei-tos, participam dos grupos: diretores estaduais, membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal e alguns ex-conselheiros com experiência nos temas de cada grupo.

O integrante do grupo Rela-ções Institucionais e Comuni-cação Pedro Henrique Duarte destaca a importância da par-ticipação. “Cada integrante do GAT desempenha papel funda-mental no grupo para o qual foi

designado. Para que este papel seja desempenhado de forma significativa, é preciso mostrar-se atuante e partici-pativo nas reuniões propostas pelo grupo, assim como con-tribuir para que as discussões culminem em recomendações

cionários pós-98, pois são eles que vão dar continuidade às entidades em futuro próximo”, destacou a coordenadora do grupo Saúde e Qualidade de Vida, Ana Lúcia Landin.

forma significativa, é preciso mostrar-se atuante e partici-pativo nas reuniões propostas pelo grupo, assim como con-tribuir para que as discussões culminem em recomendações

No total, são oito grupos: Relações Institucionais e Comunicação; Cidadania

e Responsabilidade Socioam-biental; Saúde e Qualidade

de Vida; Relações Trabalhistas e Sindicais; Previdência e

Aposentadoria – dois grupos; ANABB e seus Produtos e

Serviços; e Novos Funcionários (pós-98 e bancos incorporados)

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GAT e seus integrantesRELAÇÕES INSTITUCIONAIS E COMUNICAÇÃO Coordenadora: Elaine MichelSecretário: Pedro Henrique D. Oliveira

Alcir Calliari Célia Larichia Élcio Bueno Cláudio Zucco Elias Kury Solonel C. Drumond Junior

CIDADANIA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTALCoordenadora: Graça Machado

Augusto Carvalho Emílio Rodrigues Pedro Loss Roberto Tiné Francisco A. Silva (Xixico) Maria Aurinete

SAÚDE E QUALIDADE DE VIDACoordenadora: Ana Lúcia LandinSecretário: Cláudio Lahorgue

Cláudio Munhoz Denise Vianna José Antônio Diniz Douglas Scortegagna Rosineia Diana Balbino Carolina Maria Godoy Matos Edson Trombine Leite

RELAÇÕES TRABALHISTAS E SINDICAISCoordenador: Antilhon SaraivaSecretário: Gilberto Vieira

Maria do Céu Rosane Oliveira Sybelle Chagas Tereza Cristina Godoy Almir Vieira

PREVIDÊNCIA E APOSENTADORIA I Coordenador: José BranissoSecretário: José Sampaio de Lacerda Júnior

Fernando Amaral Isa Musa Inácio Mafra Pedro Paulo P. Paim William Bento Hermínio Sobrinho

PREVIDÊNCIA E APOSENTADORIA IICoordenador: Vitor Paulo C. GonçalvesSecretário: Ítalo Lazzarotto

Ariele Azambuja Armando Santos Cecília Garcez Romildo Gouveia Vera Melo Saulo Sartre

ANABB E SEUS PRODUTOS E SERVIÇOSCoordenador: Antonio Gonçalves Secretário: Saul Mattei

Nilton Brunelli Luiz Careli Mércia Pimentel Luiz Carlos Teixeira Moacir Finardi Wagner Mesquita

NOVOS FUNCIONÁRIOS(PÓS-98 E BANCOS INCORPORADOS)Coordenadora: Paula GotoSecretária: Lissane Holanda

Bruno Vidal Antônio Carvalho Genildo Reis Valmir Camilo Maria José Faheina de Oliveira

PARTICIPE!Envie sugestões de temas a serem discutidos nos grupos temáticos para o e-mail [email protected]

de caráter técnico relevante para a tomada de decisão dos Conselhos da ANABB. A inclusão na pauta das dis-cussões de temas contemporâneos, que envolvam o fun-cionalismo do BB ou que possam indiretamente afetá-

lo, contribui para o alcance dos objetivos de cada GAT”, finaliza.

Os grupos assessores estão formados e em breve os resultados serão sentidos no trabalho dos Conselhos.

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Associação completa 22 anos em 2009

APABB: VOLUNTARIADO QUE DÁ CERTO

O que faz uma associação durar tantos anos? Trabalho, empenho, dedicação? Um conjunto desses e de outros adjeti-vos pode explicar os 22 anos de existência da Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência do Banco do Brasil e da Comunidade (APABB).

Fundada oficialmente em São Paulo por grupo de funcio-nários do Banco do Brasil, pais de pessoas com deficiência, a APABB ganhou corpo e adesões em outros estados. Hoje, atua em 13 estados e no Distrito Federal.

As atividades da APABB são divididas em quatro progra-mas: Atenção às Famílias e às Pessoas com Deficiência, Capa-citação e Qualificação Profissional, Lazer e Esporte. O trabalho inclui orientação, informação, encaminhamento, acompa-nhamento e visita domiciliar às famílias. O projeto promove atividades que visam à estruturação ou reestruturação da vida familiar, à construção de boa e digna qualidade de vida, à inclusão social da família e da pessoa com deficiência e à conscientização quanto aos direitos de cidadãos e aos direi-tos especiais. Em 2008, foram feitos 62.362 atendimentos, beneficiando diretamente quase 18 mil pessoas.

Os programas da APABB são os pilares da organização e em cada um deles são desenvolvidos projetos que atendem pessoas com deficiência não só na família do Banco do Brasil como também na comunidade.

O presidente da APABB, Roberto Tiné, destaca a parti-cipação do voluntariado na associação: “A APABB, por ser

uma entidade de pais e amigos, trabalha com o voluntaria-do. A associação tem corpo técnico de funcionários, mas toda a sua gestão, ou seja, a presidência, a diretoria, a re-presentação dos estados, os coordenadores dos núcleos, é composta por voluntários”.

O fruto do trabalho da associação foi reconhecido ao longo dos anos, seja pela difusão do trabalho nos estados, seja pela participação nos conselhos. Atualmente, a APABB participa de 22 conselhos municipais e estaduais de direitos nas áreas de Saúde, Assistência Social e Direitos das Pessoas com Defi-ciência. Além disso, desde 2004, ocupa assento como titular no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade), ligado à Presidência da República por meio da Secre-taria Especial dos Direitos Humanos.

A APABB é uma organização sem fins lucrativos. Quem quiser ser voluntário e ajudar a entidade a manter seus projetos e a ampliá-los pode contribuir mensalmente com o valor mínimo de R$ 10,00 ou anualmente com o valor mínimo de R$ 30,00. Basta preencher a ficha de adesão, que segue com o Jornal Ação, e remetê-la para a APABB sem nenhum custo. Doações e contribuições são reverti-das para a realização de projetos. “Cada associado que contribui para a APABB é responsável por um sorriso da pessoa com deficiência”, destaca Roberto Tiné. Contri-bua você também. Junte-se a este time e ajude a APABB a provar que normal é ser feliz.

Por Elder FerreiraEspecial para o Jornal Ação, com informações da APABB

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Por Gabriela AmaralEspecial para o Jornal AçãoEdição: Ana Cristina Padilha

POLÍTICA

FOCO NO CONGRESSOOs projetos de lei de interesse do funcionalismo do BB têm acompanhamento constante da ANABB. É o caso

dos projetos que falam sobre a criação da Previc e a isonomia entre os bancários pós-98

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A ANABB assume o papel de vigilante do asso-ciado no Congresso Nacional. Tudo que está sendo discutido em relação ao funcionalismo do BB tem acompanhamento da Associação. Este é um dos vários serviços prestados ao associado. A ANABB desenvolve um trabalho minucioso de acompanha-mento dos projetos de lei em andamento na Câma-ra dos Deputados e no Senado Federal. São proje-tos que, de variadas maneiras, influenciarão a vida de funcionários do Banco do Brasil, aposentados, pedevistas ou pensionistas.

Atualmente, entre as matérias identificadas e priori-zadas pela Vice-presidência de Relações Institucionais da ANABB (Virin), responsável por esse acompanha-mento, merecem destaque três projetos: o Projeto de Lei (PL) no 3.962, de 2008, que cria a Previc; e o Pro-jeto de Lei no 6.259, de 2005, e o Projeto de Lei do Senado (PLS) no 77, de 2007, que dispõem sobre a isonomia entre funcionários pré e pós-98.

Previc: regulação para os planos de previdên-cia complementarO PL no 3.962/2008, do Poder Executivo, “cria a

Superintendência Nacional de Previdência Comple-mentar (Previc)” e tramitou, no Congresso Nacional, em regime de urgência. A urgência dispensa as prin-cipais formalidades regimentais e prevê a apreciação concomitante da matéria por todas as comissões as quais foi despachada e não tenha tramitado.

O primeiro e mais visível impacto de tal projeto é o alívio orçamentário para o Governo – com a incorporação à Previc da Secretaria de Previdên-cia Complementar (SPC). A matéria ainda institui a Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar (Tafic), a ser paga pelas entidades de previdência complementar. Os valores, de até R$ 2,225 milhões, pagos quadrimestralmente, são determinados por faixas, de acordo com o total de ativos dos fundos. Quanto a este ponto, especifica-

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mente, é importante destacar o inevitável e indevido repasse – e “socialização” – do custeio da Tafic aos participantes e assistidos de planos de previdência privada.

A Previc conta com estrutura básica composta por uma Diretoria Colegiada – com um diretor superintendente e quatro diretores indicados pelo ministro da Previdência; uma Procu-radoria Federal; uma Ouvidoria; uma Corregedoria e Coorde-nações-Gerais; um Conselho Nacional de Previdência Comple-mentar; e uma Câmara de Recursos. Ainda altera a estrutura organizacional da Administração Pública, aumentando seu quadro funcional com a criação de cargos comissionados.

Para a vice-presidente de Relações Institucionais da ANABB, Elaine Michel, é certo que a fiscalização do crescente setor de previdência comple-mentar deva ser incentivada e apoiada. Contudo, “a criação de cargos comissionados na Previc vai de encontro à tendência de estruturação do aparato institu-cional democrático contempo-râneo, que sinaliza sua tendên-cia rumo ao enxugamento da máquina estatal e à especiali-zação das funções e dos cargos públicos”. Ela acrescenta que essas observações parecem não fazer parte das conside-rações da maioria das entidades representativas que apoia a criação da Previc sem ressalvas.

É preciso atentar, nesse sentido, que as vantagens des-tacadas sobre a criação da Previc não devem se sobrepor, e muito menos servir de cortina, às intenções e às conse-quências reais do surgimento de uma instituição – e, assim sendo, de um espaço de poder político – de tal porte. Espe-cialmente quando esta instituição é criada às expensas de participantes e assistidos dos fundos de pensão. A criação de espaços de poder, na realidade, colabora para aumentar as chances de disputa e ingerências políticas externas e in-devidas nos fundos de pensão, o que formalmente é inten-ção contrária do Projeto de Lei, de acordo com o autor.

É importante destacar que é cada vez maior o número de pessoas que está buscando fundos complementares que garantam uma aposentadoria mais tranquila. A previdência social, como parte da seguridade social, é um direito constitu-cionalmente garantido aos cidadãos brasileiros. No entanto, a atual configuração da previdência pública traz grandes impas-ses e dificuldades à inclusão da massa de aposentados no sis-

tema previdenciário público. Sendo assim, são principalmente os cidadãos taxados de 15% a 27,5% pelo Imposto de Renda, participantes de entidades de previdência complementar, que mais uma vez ficariam encarregados de sustentar e financiar a máquina previdenciária. Isso porque, além de arcarem com os impostos e os taxamentos pagos por todos os cidadãos, também, indiretamente, assumiriam o ônus da Tafic.

Em pauta na Ordem do Dia do Plenário de 24/06, foram desig-nados, para o projeto, os relatores das Comissões de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP), de Finanças e Tributa-ção (CFT) e de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJC): deputa-dos Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP), Pepe Vargas (PT/RS) e Mendes

Ribeiro Filho (PMDB/RS), respec-tivamente. Todos ofereceram pa-receres favoráveis à matéria, na forma do substitutivo da CTASP.

No Senado Federal, o PL no

3962/2008 foi rapidamente aprovado, tendo tramitado sob as relatorias dos senadores Romero Jucá (PMDB/RR) – nas Comissões de Assuntos Econô-micos e de Constituição, Justiça e Cidadania – e Heráclito For-tes (DEM/PI) – na Comissão de Assuntos Sociais. Recebida no

Senado em julho de 2009, já em 18 de dezembro, a maté-ria foi encaminhada à sanção presidencial.

Isonomia no BB entre os pré e pós-98Os outros dois projetos sob constante acompanhamento

da Virin são o PL no 6.259/2005, dos deputados Daniel Almeida (PCdoB/BA) e Inácio Arruda (PCdoB/CE), e o PLS no 77/2007, do agora senador Inácio Arruda (PCdoB/CE). Ambos dispõem sobre “isonomia salarial, benefícios e van-tagens dos empregados do Banco do Brasil S.A.”, entre outros bancos e instituições públicas federais, admitidos a partir das Resoluções no 9, de 30 de maio de 1995, e no 10, de 8 de outubro de 1996, do Conselho de Coordena-ção e Controle das Empresas Estatais (CCE/Dest)

Estes projetos preveem equidade de direitos referentes aos planos de previdência privada patrocinados por estas institui-ções públicas, bem como aos seus planos de assistência à saúde, e à participação na distribuição de lucros, resultados e outras vantagens. A isonomia pretensa não é retroativa e tem efeitos apenas a partir do momento da sanção presidencial, quando a lei entra em vigor.

É importante destacar que é cada vez maior o número de pessoas que está buscando fundos complementares que garantam uma aposentado-

ria mais tranquila

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O PL no 6.259/2005 encontra-se na CTASP com parecer favorável do deputado Eudes Xavier (PT/CE), na forma do substitutivo apresentado. A proposta justifica-se na medi-da em que as resoluções supracitadas institucionalizaram uma situação de desigualdade sobre os direitos adquiridos pelo funcionalismo bancário, discriminando os emprega-dos mais novos, admitidos posteriormente.

A intenção, na época, de se implementar um “novo mode-lo” no qual a redução de despesas se dava pela contenção dos custos com recursos humanos colocou-se acima de re-conhecidos princípios do Estado Democrático de Direito e de nossa Constituição. Estes fatos, públicos e notórios, preten-dem ser sanados com tais projetos. O presidente da ANABB, Valmir Camilo, defende a causa: “a ANABB vem se dedican-do à defesa da reparação de tais injustiças, que contradizem as políticas de valorização do trabalho e dos trabalhadores que norteiam nossa entidade”, afirma.

O PL no 6.259/2005 tramita em regime ordinário e conclusi-vo, não cabendo manifestação do Plenário. Deverá ainda passar

pela CFT, para análise técnica e de mérito, e pela CCJC, para análise da constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa.

O PLS no 77/2007, de mesmo teor do PL no 6.259/2005, tramita ordinária e conclusivamente e foi despachado ape-nas à CCJC, onde aguarda parecer do senador Aloizio Mer-cadante (PT/SP).

Em manifestação oficial, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) estima que o impacto financeiro nas folhas de pagamento das instituições será da ordem de 0,5% a 1,5%. A razão disto se sustenta na não alteração ou reajuste do salário dos cargos comissiona-dos, que representam mais de 60% das folhas salariais des-sas empresas públicas. Assim, o valor adicional decorrente da isonomia será absorvido pelo valor de referência das res-pectivas funções, CTVF, no caso do Banco do Brasil.

As questões relativas à isonomia dos pós-98 são priori-dade para a ANABB. Demonstração disto foi a constituição do Grupo Temático de Novos Funcionários, responsável por discutir e delinear estratégias de ação para este tema.

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Os gastos do governo federal

com os cartões corporativos já atin-

giram mais de R$ 46,67 milhões em

2009. Só a Presidência da Repúbli-

ca já torrou quase R$ 10 milhões,

dos quais R$ 9,7 milhões são sigi-

losos, com a desculpa de “garantia

de segurança”. O Ministério da Jus-

tiça também adora os cartões: sem

explicações sobre o destino da gra-

na, a Polícia Federal já gastou mais

de R$ 10,2 milhões em operações.Blog Cláudio Humberto

PARABÓLICA

ZERO E DEZ

GASTOS COM O CORPORATIVO

O COMEÇO DO FIMDOS BOLETOS

Desde meados de outubro, foi

instituído o Débito Direto Autori-

zado (DDA) pelos bancos. O novo

sistema permite que os clientes

consultem e paguem eletronica-

mente suas contas, eliminando

a emissão de boletos de papel e

o envio pelo correio. A instituição

do DDA pelos bancos vai poupar

um bilhão de litros de água, 370

mil árvores, 46 milhões de KWh

e milhões de quilos de dióxido

de carbono. Entre descontos

tarifários que serão oferecidos

às empresas que optarem pelo

novo serviço e redução de cus-

tos nos processos de impressão

e postagem, analistas do setor

estimam que é possível conse-

guir uma economia da ordem de

R$ 860 mi. Se for confirmado,

esse número cobriria com folga o

investimento feito pelos bancos.Agência ANABB, com informações

da IstoÉ Dinheiro

O BB LUCRA R$ 5,9 BILHÕES NO ANOE JÁ TEM 20% DO CRÉDITO A estratégia de manter uma expan-são de crédito agressiva, mesmo no momento mais agudo da crise, leva o Banco do Brasil a deter mais de 20% do saldo de crédito total do país. O crescimento do saldo de em-préstimos da instituição de 41,2%,

em relação a setembro de 2008, a saldo de R$ 285,217 bilhões, é o principal responsável por um lucro líquido de R$ 1,979 bilhão entre julho e setembro e de R$ 5,992 bi-lhões no acumulado em nove meses, crescimento de, respectivamente, 6% e 2,3% em relação aos mesmos períodos do ano passado.

MUDANÇA DE CLIMA EMWASHINGTONObama é uma promessa. Uma bri-lhante e bonita promessa. Mas ainda não tem na mão nenhuma diferença fundamental que tenha feito ao mun-do. Por isso, o prêmio [Nobel] é pre-maturo. Tomara que sirva para ele entender a dimensão a que ele che-gou. Ele é esperança, mas não teve ainda a audácia da mudança. Pelo contrário. Passei os últimos dias em Londres conversando intensamente com todo tipo de pessoa envolvida em mudança climática. Todo mundo

olha para Washington sabendo que lá é a batalha decisiva para garantir a vitória em Copenhague. A agenda es-tava lotada após oito anos do obscu-rantismo de Bush, mas Obama con-tinua sendo uma grande e brilhante esperança. Que o Prêmio Nobel seja a alavanca para que ele faça a dife-rença no mundo.Miriam Leitão – Obama, ainda uma esperança, com menos audácia – O Globo

BANCO DO BRASIL

INTERNACIONAL

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NOVO CONSELHO ASSUMENA COOP-ANABBNovos conselheiros tomaram posse na Cooperativa Habitacional da ANABB (COOP-ANABB). Os integrantes ocupam cargos nos Conselhos de Administração, Diretor, Fiscal e entre os Delegados. As mudanças aconteceram em virtude do falecimento do diretor presidente da COOP-ANABB, Fernando Alberto de Lacerda, no dia 27 de setembro, e para preenchimento de cargos vagos. O novo diretor presidente é o vice-presidente de Relações Funcionais da ANABB, Emílio Santiago Ribas Rodrigues, que acumula o cargo sem remuneração. O Conselho Diretor da COOP-ANABB também é

composto por: José Sampaio de Lacerda Júnior, na Diretoria de Habitação; José Branisso, na Diretoria Administrativa e Financeira; e Antonio Lírio Lourenço, na Diretoria de Novos Empreendimentos.

ANABB GANHA LIMINARNA JUSTIÇAA ANABB ganhou mais uma limi-nar em benefício dos associados. Desta vez, a decisão foi favorável à ação impetrada pela ANABB que pede a não incidência do INSS so-bre um terço constitucional de fé-rias. A ação baseou-se no fato de que essas remunerações não “se agregam aos proventos da aposen-

tadoria, de modo que não configu-ram fato gerador da contribuição previdenciária”. A liminar foi con-cedida pelo juiz Antônio Corrêa, da 9a Vara da Seção Judiciária do Dis-trito Federal, em setembro de 2009. A partir da decisão, essas verbas se-rão depositadas em juízo em conta individualizada para cada associa-do da ANABB. Caso a decisão seja favorável, os associados recebe-rão o dinheiro retido. “Somente em ações judiciais, já conseguimos reverter mais de R$ 1,2 bilhão para associados. É um gran-de motivo de comemoração”, afirma Valmir Camilo.

BRASIL

PREVI

ANABB

SISTEMA PREVIDENCIÁRIOEM DESEQUILÍBRIO O envelhecimento da população é algo positivo que reforça o patamar de desenvolvimento de um país. Mas ele traz também desafios. Para alguns economistas, o principal é o equilíbrio do sistema previdenciário. Nesse as-pecto, os números preocupam. O go-verno anunciou um rombo de R$ 9,7 bilhões nas contas da Previdência em setembro. É o valor mais alto desde 2007. Nos nove primeiros meses de 2009, o déficit totalizou R$ 39,1 bilhões, alta de 15,6% sobre o mes-mo período do ano passado. A gravi-dade da situação pode ser compro-vada por uma matemática simples. Há 20 anos, o valor das aposentado-rias do INSS equivalia a 2,5% do PIB. Em 2010, projeções indicam que esse percentual irá para 7,5%. A situação tende a piorar graças ao crescimento, a cada ano, do número de aposenta-

SÉRGIO ROSA NA VALE?Pelo que se apurou, tem motivo sim-ples o fato de o nome de Sérgio Rosa, da Previ, estar sendo “usado” para in-comodar Roger Agnelli, da Vale. É que seu mandato acaba em maio e ele não pode ser reconduzido à presidên-cia. A não ser que mudem os estatutos do fundo de pensão.Direto da fonte – O Estado de São Paulo

dos. Enquanto isso, a quantidade de pessoas na ativa e que contribuem para o INSS não avança na mesma proporção. Resultado: a conta sim-plesmente não fecha.IstoÉ Dinheiro

EUFORIA BRASILEIRAEstamos, no Brasil destas semanas, em horas de euforia. É justo que nos sintamos vitoriosos. Nos últimos anos, conseguimos dar a volta por cima. Deixamos de ser um dos países mais endividados do mundo, retira-mos da pobreza absoluta milhões de famílias, obtivemos êxitos singulares – embora ainda muito modestos – no campo da ciência e da tecnologia, e a natureza nos destinou reservas generosas de petróleo na camada subsalina de parte do litoral.Mauro Santayana – Os perigos do otimismo –

Jornal do Brasil

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OPINIÃO

O SINAL DOS TEMPOS

Duas senhoras conversam na feira em 1968.

– Sabe o filho da Dona Judite?

– Sei. Aquele mirradinho, cheio de espinhas, cabelo seboso...

– Ele mesmo. Passou no concurso do Banco do Brasil.

– Bonitinho aquele menino, não?

Isso era comum até a década de 1970. Os aprovados no concurso do

Banco do Brasil, muitos deles estudantes das apostilas de Júlio Cunha, pas-

savam a ser bom partido. Nos quadros do Banco, havia muitas pessoas talen-

tosas em diversas áreas – que provavelmente se frustraram, porque, como o

salário de ingresso era atraente, deixavam seus sonhos de lado e colocavam

a carreira no Banco como prioridade. Com certeza não se arrependeram, por-

que sempre tiveram reconhecimento da sociedade, salário digno, assistência

médica da Cassi, lazer nas AABBs, economia nas cooperativas de consumo

e, agora, justo complemento de aposentadoria pela Previ.

Boa parte dessas pessoas reúne-se anualmente na grande festa dos

colegas aposentados do BB, o CINFAABB. Fico imaginando, neste universo

de quase mil veteranos atletas participantes, quantas NCR, CRPH, EPC, EAC,

EPI e EAI eles datilografaram ao longo de suas carreiras. Quantas brincadei-

ras não fizeram com colegas recém-empossados, seja mandando buscar a

máquina de procurar diferença ou o envelope redondo para carta circular,

seja vendendo assinatura da revista Desed ou propondo ao calouro a incum-

bência de levar o lucro para Brasília. Quantos deles utilizaram o Funcionário/

Assunto/Razões, os oitavados e os 03/14. Muitos deles foram ajudantes de

serviço, investigadores de cadastro, trabalharam no Setop, Setin, Setex, Camio,

Cacex. Quantas Orpags não cumpriram e de quantos cursos Coord, Caiex, Intro,

Conta I não participaram. Alguns, com certeza, trabalharam nos Pavans e con-

viveram com clientes simples que cultivavam a agricultura familiar.

O CINFAABB é uma festa empolgante, talvez porque o que menos importa

é o resultado das partidas. Importa é a confraternização, o congraçamento.

No jogo, o fairplay é destaque. Basta um colega cair – e a gente cai muito de-

pois dos 50 – que o adversário imediatamente joga a bola para fora e, após o

atendimento, este mesmo adversário ajuda o colega a se levantar.

Fico pensando como vivem os colegas que já se aposentaram do BB e

como viverão aqueles que se aposentarão nos próximos anos. Parece que

vivem relativamente bem aqueles que não têm de ajudar financeiramente

os filhos já maiores. Aquela geração do século passado criou a Previ, a Cassi,

as AABBs, as cooperativas de consumo, de crédito, de ensino, as entidades

de aposentados, como a AAFBB e várias AFABBs, a APABB, a Unamibb, a Ban-

corbrás, a FENABB e a ANABB. À medida que as dificuldades surgiam, eles

sempre encontravam soluções e tinham o associativismo como bandeira. O

que será que falta para a geração que está entrando no Banco hoje? Será

que não há desafios? Será que todos os problemas que se apresentaram

foram solucionados pelos “antigos colegas”?

Também fico pensando nos colegas que entram hoje no Banco. Qual a

expectativa deles? Os números mostram que aquela ideia de muitos, de que

eles ficam pouco tempo no Banco, não é verdadeira. Às vezes, exigimos um

comportamento da geração atual, mas tudo mudou bastante. Há 30 anos,

nós nos reuníamos na AABB para jogar futebol, vôlei, basquete – que naquele

tempo se chamava bola ao cesto –, sinuca e para nadar e tomar sol. Hoje

eles têm a internet com orkut e msn, os shoppings com gigantes praças de

alimentação e várias salas de cinema, as locadoras de DVD, a TV a cabo com

mais de 100 canais à disposição, enquanto nós só tínhamos as TVs Tupi,

Record, Excelsior e Globo, e, além de não ter tido controle remoto, a imagem

muitas vezes ficava rodando. É impossível comparar. Dia desses eu disse para

o meu filho que, em 1974, a AABB de Ribeirão promoveu uma excursão para

Praia Grande e lá alugou duas casas. Em uma ficaram as mulheres e na outra,

os homens. Ele ficou me olhando meio desconfiado e imagino que passou pela

cabeça dele a seguinte dedução: “eles se contentavam com muito pouco”.

Pode ser. Na década de 1950, muitos se casavam sem ter geladeira, e a

televisão só começou a invadir a sala de nossas casas na segunda metade da

década de 1960. A chegada do homem à lua, em julho de 1969, foi um marco

mundial, em que pese o fato de muitos não acreditarem que Neil Armstrong e

Michael Collins realmente pisaram lá. Hoje, é comum ter uma televisão e um

notebook em cada quarto, ao tempo em que as salas, em que as famílias se

reuniam, andam abandonadas. Só espero que os novos colegas do Banco,

que já representam quase 70% do pessoal da ativa, além de curtir toda a

tecnologia do mundo atual, lutem para manter as conquistas dos colegas do

século passado e avancem no sentido de garantir boas condições de traba-

lho. A ANABB já está fazendo a parte que lhe cabe, chamando os colegas

pós-98 para participar dos Grupos Assessores Temáticos. Outras entidades

do funcionalismo, também preocupadas com o rumo que as coisas podem

seguir, estão tomando medidas para incluir os novos colegas nas discussões

dos assuntos relacionados ao Banco e seu funcionalismo.

Os “novos” também vencerão os desafios. É a minha aposta.

Nilton BrunelliVice-presidente de Comunicação