Pedroso 45

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s o P edro o vozeiro comarcal de NÓS-Unidade Popular da comarca de Compostela Ano XII • nº 45 •Abril-Junho de 2011 O começo do verao tem como característica especial na cidade de Compostela a apariçom dos reforços das uni- dades de intervençom da polícia espanhola. A presença dos fardados “antidistúrbios” patrulhando polas ruas da nossa cidade, ou organizando espectaculares controlos viários nas entradas e saídas da capital galega, som já um sintoma de que chegárom as calores estivais. A normalidade com que a populaçom reage perante esta situaçom nom pode ocultar, e de facto nom o fai, a consideraçom que as autoridades políticas fam sobre o comum da vizinhança da capital do nosso país. Se na época de maior afluência turística a nossa cidade é to- mada polas forças de choque da polícia e os controlos aleatórios passam a ser cousa comum, é bastante evi- dente que para os chefes desses operativos os habitantes de Compostela som na sua totalidade suspeitos de terro- rismo e subversom. E insistimos na ideia de que é a totalidade da populaçom a que se considera perigosa, já que se bem é possível que a acçom mais discreta dos serviços de informaçom se focalize sobre determinados indivíduos ou entornos sociais, a presença ameaçante e constante dos policiais das UIP afecta por igual todo aquele que passeie polo centro da cidade ou acceda ao casco urbano numha via- tura. Em muitas ocasions temos denunciado das páginas des- te jornal como as autoridades municipais, autonómicas Continua na página 2 www.nosgaliza.org O Pedroso entrevista Luz Fandinho Histórica militante da esquerda independentista Análise Municipais 2011 Tempo de mudanças Suspeitos habituais

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Pedroso número 45

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    2011

    O comeo do verao tem como caracterstica especial na cidade de Compostela a apariom dos reforos das uni-dades de intervenom da polcia espanhola. A presena dos fardados antidistrbios patrulhando polas ruas da nossa cidade, ou organizando espectaculares controlos virios nas entradas e sadas da capital galega, som j um sintoma de que chegrom as calores estivais.

    A normalidade com que a populaom reage perante esta situaom nom pode ocultar, e de facto nom o fai, a consideraom que as autoridades polticas fam sobre o comum da vizinhana da capital do nosso pas. Se na poca de maior afluncia turstica a nossa cidade to-mada polas foras de choque da polcia e os controlos aleatrios passam a ser cousa comum, bastante evi-

    dente que para os chefes desses operativos os habitantes de Compostela som na sua totalidade suspeitos de terro-rismo e subversom.

    E insistimos na ideia de que a totalidade da populaom a que se considera perigosa, j que se bem possvel que a acom mais discreta dos servios de informaom se focalize sobre determinados indivduos ou entornos sociais, a presena ameaante e constante dos policiais das UIP afecta por igual todo aquele que passeie polo centro da cidade ou acceda ao casco urbano numha via-tura.

    Em muitas ocasions temos denunciado das pginas des-te jornal como as autoridades municipais, autonmicas

    Continua na pgina 2

    www.nosgaliza.org

    O Pedroso entrevista

    Luz FandinhoHistrica militante da esquerda independentista

    Anlise

    Municipais 2011Tempo de mudanas

    Suspeitos habituais

  • e estatais coincidiam em conceber Compostela como um grande par-que de atracons em que se tinha que garantir que ningum se saisse do roteiro marcado. A Compostela do Jacobeu nom se pode permitir que o cenrio montado para o gozo do turista fosse perturbado pola acom irresponsvel dumha populaom que pretenda viver com normalidade nu-mha cidade que, por muito que pa-guemos impostos e moremos nela, nom nos deixam considerar nossa.

    Assim ano aps ano, desde que o governo Fraga inventara o Jacobeu

    no 1993, a cidade tomada pola polcia quando comea o verao. E a ocupaom pode aparecer em qual-quer outro momento de se produzir umha situaom sensvel, como umha visita do monarca ou do Papa de Roma.

    Curiosamente esta sobre-abundncia de fardados nas nossas ruas semelha ter um nico alvo: as manifestaons e mobilizaons de corte poltico, so-cial ou sindical, que som ultra-vigila-das, controladas e mesmo proibidas, nesses momentos de especial sensi-bilidade. Mas revela-se praticamente inoperante diante de factos aberta-mentes criminosos como a recente vaga de roubos em estabelecimentos comerciais.

    Este facto merece que se lhe empres-te umha especial atenom, j que ao tempo que durante o ms de junho

    parecia que em Compostela estava a actuar umha organizaom crimi-nosa especializada no roubo em lo-jas, os esforos policiais estavam-se centrando no controlo de accesos cidade dentro dum operativo antiter-rorista.

    Mas normal que isto acontea por-que, como j temos manifestado em multidom de ocasions, a abafante presena policial em Compostela nom resposta a umha realidade em que exista um nvel delictivo extraor-dinriamente elevado, senom exclu-sivamente a um critrio de controlo da dissidncia poltica. Sendo assim normal que s autoridades policiais se lhe passe por alto atender ques-tons tam banais como umha vaga de roubos quando estm com o olho posto em que fazemos os radicais independentistas.

    Pouco mais o que podemos acres-centar sobre uns factos que desgra-adamente j som umha tradiom compostelana e que muito nos te-memos nom se vam ver modificados para melhor nos prximos tempos. A realidade parece condenar-nos a continuar a viver sob um estado de

    cousas em que o facto de morar em Compostela nos convirta em objec-tos de vigilncia permanente, nom vaia ser que se nos ocorra rachar com a idlica imagem da cidade do apstolo.

    S aguardamos que a evoluom da realidade social da nossa cidade e do conjunto do pas desvende os olhos de quem at o momento nom viu esta situaom como um problema, e que num futuro prximo podamos gozar da nossa cidade com a liberdade a que temos direito sem sermos co-accionados pola ameaante presen-

    a dos agentes armados dos corpos policiais de intervenom. Porque, por muito que no-lo neguem, temos direito a usar as nossas ruas sem ser tratados como suspeitos habituais.

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  • Semelha que nom houvo grande vontade por parte das foras institucionais com representa-om municipal de evitar a chegada de Conde Roa presidncia da Cmara Municipal de Compostela.

    De que outra forma, pois, interpretar a notcia difundida h uns dias, por um meio de comunica-om, que umha empresa do novo alcaide da capital da Galiza padeceu no ltimo ano 18 embargos por Fazenda?Porqu esta importante informaom foi revelada posteriormente s eleions de 22 de maio quan-do os 18 embargos de Geslander, promotora imo-

    biliria em que Gerardo Conde Roa possui 99% das aons, from publicados no Boletn Oficial do Estado (BOE) entre fevereiro de 2010 e abril de 2011?

    Porque PSOE e BNG nom alertrom disto? Porque tanto pacto de silncio?

    Os factos som eloquentes. O actual inquilino de Raji foi embargado polo Ministrio de Economia por d-

    vidas com Fazenda, com a Segurana Social, com as administraons locais e auton-

    micas por parte da empresa Geslander Proyectos de Edificacin SL, cons-tituida em 2004, e centrada em todo o vinculado com o sempre opaco negcio do tijolo e o cimento.

    Lembremos que esta actividade empresa-rial de Conde Roa j tinha sido denunciada publicamente h tempo por

    acumular atrasos e impagos do Imposto de Bens Imveis por valor de mais de 7.000.

    Mas as irregularidades de quem devia dar exemplo nom ficam por a. Geslander tampouco tem domiclio conhecido.Para evitar ter que render contas, posteriormente a estas denncias a empresa foi dada de baixa do registo de actividades econmicas, embora nom fosse formalmente liquidada.

    Por meio do Instituto Galego de Vivenda e Solo a empresa de Conde Roa construi vivenda de pro-moom pblica em Compostela na etapa em que Fraga governava a Junta da Galiza.

    A carncia de habilidade ou deliberado desinteresse para denunciar estes graves factos nom s sementam dvidas sobre as razons polas que nem o PSOE nem o BNG nom movrom ficha, tambm constata a pre-ocupante ligaom empresarial de Conde Roa com o mundo da especulaom imobiliria e as redes mafio-sas do capitalismo do tijolo.

    A falta de rigor para cumprir com a legalidade vigo-rante que teoricamente defende o seu partido umha evidncia. Mas levando em conta que os vnculos des-tes negcios multimilionrios com a poltica muncipal permanente, h razons para estarmos alerta e com preocupaom.

    Mais quando umha das primeiras medidas publicamente adoptadas pola nova corporaom municipal foi o com-promisso de cessom de terrenos municipais em Sam Lzaro para construir o Clube Financeiro de Santiago. O CFS umha entidade da oligarquia local, um dos ni-nhos do pior empresariado, sobradamente conhecido nas carnes do proletariado e o povo trabalhador.Companhias como Castromil, Espia y Delfn, Prez Rumbao, Castrosua, Grupo Brea, Puentes y Calzadas, Pousadas de Compostela fam parte desta associaom. Agora o governo municipal cede terrenos pblicos para construir um elitista centro de lazer onde poder desfrutar da maisvalia extraida ao povo trabalha-dor compostelano.

    Cumpre pois fazer frente nova etapa poltica que o novo mapa eleitoral abriu com novas tcticas e mentalidades. A esquerda independentsita representada por NS-UP tem firme determinaom de exercer de oposiom popular ao governo do PP e participar em todas aquelas iniciativas destinadas a defender os interesses do povo trabalhador de Compostela.

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    Nos ltimos dous meses vimos as-sistindo a umha srie de protes-tos que, abarcan-do todo o Estado espanhol, ocu-prom distintas praas emblem-ticas e sacrom rua o estado de mal-estar impe-

    rante polo atual estado de crise econmica que estamos a viver. Este mal-estar adotou a concep-tualizaom de indignaom, adquirindo este fora poltica por cima das diferenas sociais e ideolgicas. Umha situaom que afeta [email protected] por igual e cuja soluom vai alm de direitas e esquerda, eis o discurso maioritrio imperante nas mobilizaons de maio e junho passado. Ns, embora nom podamos deixar de sentir simpatia por todo aquele processo de auto-organizaom popular, discordamos nestas premissas. A crise econmica afeta em muita maior medida aque-les que menos tenhem, o povo trabalhador, e as soluons estm marcadas sempre ideolgica e politicamente ao serem produto dumha ou dou-tra forma de exercer o poder poltico. Ao tempo, achamos que um erro de conse-

    quncia catastrficas, que rematou por esmore-cer o movimento, o isolamento respeito do teci-do e movimento social que leva anos atuando no mesmo espao humano e geogrfico. Acampar no Obradoiro pode servir para manter um alto seguimento dos meios de comunicaom ou para construir um poderoso espao simblico, mas entanto nom se apoiar e participar na multidom de conflitos que atenazam esta cidade e esta na-om nom se poder construir movimento popu-lar senom que ficar num feixe de anedotas de universitrios. O movimento da acampada da Praa do Obradoiro adoece destes problemas, tentando um unitarismo impossvel remata por caracterizar-se polo seu sectarismo que margi-na por parciais todos aquelas luitas que geram conflito. Evita-se a defesa da lngua para nom criar reticncias nos espanhol-falantes, foge-se da luita feminista por fraccionalista, situa-se a questom eleitoral no seu cerne obviando o direi-to colectivo a decidir, tem-se medo no ataque machista, homfoba e retrgrada hierarquia ca-tlica por temor a ofender a populaom religio-sa.... Em definitiva, entende-se o conflito como criador de divisons e nom como aglutinador de diferentes experincias subversivas e caminho para construir unidade na diversidade. O manti-mento da pureza dumhas demandas iniciais que ningum conhece e que from aprovadas alm

    das nossas fronteiras rematou por criar o isola-mento.Porm, nom se pode esquecer as grandes virtu-des que este movimento tivo, comeando por ser um protesto contra a situaom econmica e pondo como palavra de ordem a renncia a ser mercadoria, tal como o sistema capitalista nos tem [email protected] Ao tempo recupera-se a rua como espao tradicional e fundamental da prti-ca poltica, socializando espaos que at o mo-mento (e a pesar de serem patrimnio colectivo) estivrom dedicados a serem postal para a turis-tificaom da nossa cidade, como por exemplo a Praa do Obradoiro. E nom podemos esquecer, o carter horizontal e assemblear como pea eixo de qualquer movimento transformador, magnifi-camente materializadas nas macias assembleias diante do Pao de Rajoi onde qualquer [email protected] podia tomar a palavra e votar.Em conclusom, estamos assistindo a mais umha mostra do mal-estar popular que necessrio or-ganizar atendendo rica variedade social, cons-truindo espaos comuns de intervenom social e popular, alheios a sectarismo e esquemas pre-concebidos e plenamente imersos na sociedade na qual atuam e interatuam.

    Miguel Cuba forma parte de AGIR, organizaom estudantil da esquerda independentista

    o p i n i o mSobre o 15-M

    Miguel Cuba

  • Passas-te boa parte da tua intensa vida na emigraom latinoameri-cana. A tua conscincia nacional e social fruto do xodo forado por Espanha?Sim, eu vim-me na obriga de emi-grar pola fame com 19 anos e voltei com 33. A minha mae morreu com

    37 anos de tuberculose producida pola fame que passvamos. Como anedota dizer que iamos com passa-porte turista que punha vlido para todo o mundo salvo para Rssia e satlites.Na emigraom eu soubem o que foi a solidom e conhecim a morrinha da

    que [email protected] rim. Mas a riqueza mais grande que eu trouxem da emigra-om em 1964 foi a minha identidade como galega consciente.

    A dia de hoje mants actividade principalmente no campo cultural e feminista. A lngua esmorece e o patriarcado avana. Que cumpre fazermos?Continuar a luitar. O principal ra-char o sistema, com o modelo socio-econmico actual nom possvel mudar a situaom da lngua nem acabar com o patriarcado. Sim que h pequenos avanos mas o sistema actual por excelncia machista e inimigo da identidade nacional e este sistema tem no seu poder as armas que som os bancos e a imprensa.

    Levas dcadas vivendo e luitando em Compostela. Que mudanas positivas tes contrastado na cida-de? A vitria de Conde Roa que vai significar?

    Eu sim que tenho experincias po-sitivas, sentim-me aceitada e acolhi-da. Vejo como h jovens com menos preconceitos hora de defender a lngua e as suas ideias.Quanto vitria de Conde Roa nom creio que seja sinificativamente di-ferente que com o anterior alcaide. Mas vamos ter um novo inimigo de todo o que poda significar identidade nacional, penso que tanto no campo cultural como no feminismo vai ser um inimigo muito pior do que Buga-lho. Conde Roa um indesejvel.

    Como militante da causa da revo-luom galega, que prognstico fas do nosso futuro colectivo?Som optimista. Estamos a criar um germolo e, ainda que tenhamos dian-te de ns umha oposiom claramen-te fascista com a que h que luitar, h esperana, tenho ilussom.

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    O Pedroso entrevista

    Luz FandinhoHistrica militante da esquerda independentista

    A riqueza mais grande que eu trouxem da emigraom foi a minha identidade como galega consciente

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    Os resultados eleitorais das passadas eleions de Maio supugrom umha mudana significativa no panorama poltico-instituicional da cidade de Compostela, ao trazer consigo umha mudana do partido no governo aps mais de 20 anos de corporaons dirigi-

    das por um alcaide do PSOE. hora de valorizar o acontecido e defi-nir o posicionamento da esquerda inde-pendentista perante esta nova situaom temos que comear por dimensionar na sua justa medida os resultados, que mais al da espectacularidade mediti-ca que acompanha qualquer relevo no governo, nom revelam qualquer salto quantitativo na correlaom de foras.Assim, o PP em relaom ao 2007 acres-centou os seus apoios em 2.000 votos e 4 pontos percentuais, conseguindo equiparar os seus resultados nuns co-mcios municipais com os habituais nas convocatrias estatais e autonmicas na localidade.

    O PSOE sofre umha queda de arredor de 3.500 votos e quase 8 pontos per-centuais, atribuveis concorrncia do efeito desgaste da prpria gestom mu-nicipal durante tam longo perodo e ao efeito contgio da m imagem pblica do governo estatal gerido por Zapatero.Pola sua banda o scio menor do ante-rior governo municipal, o BNG, cai em 1.500 votos respeito de 2007, seguindo a estela da perda de votos que acompa-nha o autonomismo nos ltimos anos.A correlaom de foras entre os dous blocos institucionais, PP dumha banda e PSOE-BNG noutra, fica bastante pare-lha j que de sumar os votos dos scios no anterior governo estes continuariam a superar, por pouco, os recolhidos polo PP em solitrio. Porm, a aritmtica eleitoral provoca que por escasso mar-gem se escapasse um quarto vereador ao BNG, o que derivou na maioria ab-soluta do PP de Conde-Roa.

    Mas restringir a nossa anlise em ex-clusiva representaom atingida po-las foras que conseguirom os apoios necessrios para sentar representantes nas cadeiras de Rajoi daria-nos umha imagem distorzida, j que para alm da representaom de este ou aquele par-

    tido nas eleions h mais cousas que avaliar.Em primeiro lugar chamamos a aten-om sobre o curioso facto de que o in-cremento na participaom, que passou de 56% em 2007 para 62.5% em 2011, foi acompanhado da suba tambm do nmero de votos brancos e nulos. Especialmente significativo o medre deste ltimo grupo j que passamos dos 388 votos nulos de 2007 at 1.007 vo-tos no 2011, um voto que na sua imensa maioria umha expressom de descon-tentamento com o estado de cousas vi-gorante na poltica institucional.Tambm nom podemos esquecer que a abstenom, se bem baixou respeito dos comcios de 2007, continua a supor um maior peso percentual que o de qual-quer fora poltica que se apresentava. Nom est de mais ter na cabea, espe-cialmente quando as autoridades fam declaraons falando em nome de toda a populaom, que o senhor Conde-Roa alcaide graas ao voto de 20.787 pes-soas, no entanto houvo 29.349 pessoas com direito a exerc-lo que nem sequer depositrom voto algum numha urna.

    Finalmente, entre as foras apresenta-das que nom atingirom representaom de destacar o sucesso relativo de IU, que atingiu os 1.906 votos aumentando os seus apoios, atraindo parte do voto desiludido da esquerda sociolgica; os 968 votos que recolheu o projecto ul-tra-espanholista da UpyD, e o digno resultado atingido pola Candidatura do Povo, impulsionada por sectores do independentismo entre os que nom se acha a nossa organizaom, que acadou 598 votos.

    Tendo na cabea todos estes dados e pondo-os em relaom com a realidade scio-poltica quotidiana da capital da Galiza quando realmente podemos fa-zer umha anlise do que se passou e da trascendncia destas eleions.

    Em primeiro lugar h que reconhecer a vitria do PP de Conde-Roa frente ao projecto representado polo binmio PSOE-BNG. O desgaste do exerccio do governo, que em modo algum po-demos qualificar de transformador ou de esquerdas, levou a um momento de relevo por umha outra fora sistmica. Certo que os tics abertamente reaccio-nrios e ultra-espanholistas do PP com-postelano podem causar alarme entre os sectores sociais mais avanados da nos-sa cidade, mas nom menos certo que para o comum dos vizinhos e vizinhas pouca diferena vam achar entre o pro-jecto estratgico de cidade defendido por Bugalho e o de Conde-Roa.

    Alis, a vitria eleitoral do PP nom foi dum calibre exagerado. De certo, e a pessar dalgumhas visons catastrofistas que mesmo se chegrom a fazer pbli-cas por parte dalguns vultos progres-sistas, a populaom de Compostela no seu conjunto nom mais carca agora que h 4 anos. Simplesmente aconteceu que tanto o PSOE como o BNG nom conseguirom atrair o apoio dalguns mi-lhares de compostelanos e compostela-nas que ficrom na casa, votrom nulo ou branco, ou apoirom algumha das candidaturas que nom atingirom repre-sentaom.

    A respeito da expressom do desconten-tamento daqueles sectores sociais situa-dos nas coordenadas da esquerda inde-pendentista ou com afinidades com ela, temos que parabenizar os resultados da Candidatura do Povo, que suponhem um aumento considervel do nmero de votos atingidos por qualquer outra can-didatura da que participasse o indepen-dentismo nas ltimas duas dcadas. Se bem tambm temos que fazer menom expresa de que este resultado se d ape-sar de se ter configurado esta proposta poltica sem contar com todas as cor-rentes do independentismo presentes na localidade, entre elas NS-UP, que foi excluida a priori e que nom participou nem apoiou em nengum momento esta candidatura. Mas este desencontro nom pode fazer-nos obviar que os resulta-dos da CdoP, e tambm da candidatura Ames na Esquerda, revelam publica-mente a extensom e madurecimento na comarca dum movimento independen-tista modesto mas com umha referen-cialidade crescente.

    Mais difcil medir a trascendncia nos resultados do movimento do 15-M. A ac-om [email protected] [email protected], que atingiu umha notvel massividade na cidade nas datas imediatas celebraom dos comcios, dificilmente medvel enquanto os resul-tados finais se achrom dentro das pre-visons de voto estimadas com anteriori-dade sua eclosom. Porm, nom resulta muito aventurado deduzir que parte do aumento da participaom e do cresci-mento do voto em branco e nulo, assim como do recebido polas foras que nom atingirom representaom, atribuvel influncia de diferentes propostas que emanrom do dificilmente classificvel conglomerado social e ideolgico que alimentou este movimento.

    Finalmente, e entrando j na parte mais difcil de qualquer anlise com ilusons prospectivas, toca-nos fazer umha ava-liaom das perspectivas que se abrem na localidade durante os prximos qua-tro anos.Evidentemente, e sem fazer falta que botemos a olhada muito atrs, a belige-rncia manifestada polo novo alcaide de Compostela contra a esquerda indepen-dentista nom permite que nos fagamos muitas ilusons sobre as facilidades que acharemos nas instituions municipais para desenvolver as nossas actividades. Porm, tampouco podemos cair no erro de idealizar a situaom em que viviamos at a altura; j que nos anos do bipartido estivmos afeitos a multas, proibions e restrions do mais variado. De certo que nom seremos ns que so-framos umha maior queda nas facilida-des para desenvolver o nosso trabalho. A fim de contas nom h subsdios que nos podam retirar nem convnios que poidam rachar; nunca tivmos nada dis-so com Bugalho, polo que poderemos sobreviver sem eles com Conde-Roa. Abre-se pois um tempo em que a falta de favor por parte do governo municipal, reforada polas restrions oramentares obrigadas pola crise econmica, situem mais associaons e organizaons de todo o tipo numhas situaons semelhan-tes s que vivemos ns h muito tempo. Ser o momento entom de receb-las neste lado do caminho e abrir vias de dilogo para favorecer no futuro umha alternativa transformadora a srio na nossa cidade. Evidentemente esta nova situaom supor tambm a necessidade de manter umha alerta constante polos intentos de capitalizaom por parte da nova oposiom institucional da acom do movimento associativo.

    Temos diante de ns uns tempos dif-ceis mas que como todas as situaons de mudana abrem novas possibilida-des. Aguardemos estar altura dos no-vos reptos.

    Anlise municipais 2011Tempo de mudanas

    Nova corporaom municipal

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    Cumprimos a primeira dcada de vida, desde a Assembleia Nacional Constituinte decorrida na capital da Galiza em Junho de 2001.O Cmpus Sul compostelano acolheu 5 de junho a jornada ldica e formati-va com que comemoramos os nossos primeiros 10 anos de vida como pro-jeto poltco. Para isso, contamos com um programa apertado que se desen-volveu ao longo de toda a jornada, a partir do meio-dia. Antes, o trabalho militante encarregou-se de montar a infra-estrutura necessria para a re-alizaom desta festa de confraterni-zaom independentista, socialista e feminista.Antes do jantar coletivo, um grupo de companheiros e companheiras amenizou a conversa com msica tradicional galega. Gaitas e percus-som do Pas pugrom a trilha sonora ao encontro da militncia velha e da nova. Tambm de simpatizantes que quigrom acompanhar-nos neste dia especial dentro de umha trajetria de luita que, com toda a legitimidade, nos permite deter-nos um instante para lembrarmos coletivamente a nossa histria como corrente poltica original e especfica no espao sobe-ranista e de esquerda galego.Com um dia ensolarado e sem exces-sivo calor, aps o jantar, a pausa foi acompanhada pola msica de inter-venom de Jos Constenla, que trou-xo msica de Suso Vaamonde, de Fujam os Ventos e Zeca Afonso. Ao longo da tarde, realizrom-se cam-peonatos de bilharda e de jogos po-pulares (corda, corridas de sacos...), enquanto Servando Barreiro ameni-zava com msica e jogos o grupo de crianas num espao reservado para elas.

    Num outro espao, as palestras e de-bates sucedrom-se tambm durante a tarde. Xurxo Martnez Crespo apre-sentou a obra do comandante Souto-maior 24 homens e mais nada, da Abrente Editora; o historiador Dio-

    nsio Pereira expujo o sentido e os contedos da sua investigaom sobre o mundo do trabalho no mar da Ga-liza durante o franquismo, Luita de classes e repessom franquista no mar (1864-1939). Carlos Solla e Jos Manuel Barbosa protagonizrom umha Crnica da desfeita do patri-mnio cultural, tanto material como imaterial. Mais tarde, o historiador Bernardo Miz, o sindicalista da CIG scar Peres Vidal e a militante de BRIGA Luzia Leirs debatrom sobre os mecanismos de resistncia e luita do povo trabalhador galego, com perspetivas histrica, operria e juvenil, respetivamente.O momento central da jornada cor-respondeu ao ato poltico decorrido no cenrio principal da romaria con-duzido por Xavier Moreda quem deu a conhecer as razons desta iniciativa e a validez do projeto da Unidade Po-pular, lembrando a Miguel Nicols e Telmo Varela, atualmente presos na Lama e Villabona. Um grupo de militantes e ex-militan-tes apresentrom breves testemunhos sobre a militncia particular de cada qual ao longo da ltima dcada, in-cludos companheiros e companhei-ras de recente incorporaom luita organizada em NS-UP. From lem-brados as j falecidas Helena Talho, Ramom Muntxaraz e Jos Manuel Sanmartim Boua Martinho.

    A seguir, o nosso porta-voz Nacio-nal, Alberte Moo, dirigiu, em nome da Direom Nacional, um discurso s pessoas congregadas, fazendo um breve repasso a esta dcada de tra-balho militante, lembrando as com-panheiras e companheiros que tanto tenhem dado para a continuidade e avano do projeto e anunciando as li-nhas mestras da atuaom poltica nos prximos meses.A partir de sucessivas assembleias comarcais e nacionais e de discussons amplas da militncia, Alberte Moo confirmou a validade da orientaom

    anunciada no passado outono e que prev, neste verao, avanar um pas-so mais na recuperaom da iniciativa poltica de NS-UP e dos seus con-tornos polticos prprios, no quadro de um contexto de crise generalizada do capitalismo e de imprescindvel ativaom de estratgias de luita am-pla e firme nos objetivos. Explicitando a disponibilidade da nossa organizaom para a coincidn-cia nas luitas concretas com outras correntes polticas mais ou menos prximas em parte dos objetivos polticos que perseguimos, Alberte Moo afirmou a iniciativa prpria prevista para este Dia da Ptria em Compostela: umha manifestaom in-dependentista, anticapitalista e femi-nista, convocada por NS-Unidade Popular.

    Depois do discurso do companheiro Alberte Moo, aplaudido pola mi-litncia e simpatizantes presentes, entre o som dos foguetes, Xavier Moreda deu a conhecer as adesons e saudaons internacionalistas chega-das de Aragom (Puyaln de Cuchas), Argentina (Coletivo Amauta), Cas-tela (Izquierda Castellana), Equador (MPD), Euskal Herria (Esquerda abertzale), Madrid (Iniciativa Co-munista), Pases Catalans (Endavant (OSAN) e MDT), Portugal (Poltica Operria), Repblica Dominicana (Movimento Camaista), alm do Movimento Continental Bolivaria-no. Depois de agraceder a assistncia e desejar longa vida e sucessos polti-cos Unidade Popular, a festa conti-nuou. Um concerto com Ixion e Kave GZ, junto ao Rapu, prolongou-se at a meia-noite, concluindo umha jor-nada satisfatoriamente avaliada pola nossa organizaom como parte do calendrio poltico anual e do traba-lho pola construom de umha slida corrente revolucionria e indepen-dentista na Galiza do sculo XXI.

    Militantes e simpatizantes da esquerda independentista

    celebramos 10 anos de NS-Unidade Popular

    Concha Roussia Afonso Pindoulo Kiko Neves Xurxo M. Crespo Dionsio Pereira C. Solla e J.M. BarbosaLuz Fandinho B. Maiz-O. Peres-M.Castro-L. Leirs

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    O roubo do Cdice Calixtino um facto de extra-ordinria gravidade diante do que NS-Unidade Popular quer fazer as seguintes valorizaons:

    1. A perda dum bem patrimonial de tam ex-traordinrio valor umha tragdia nacional. O Calixtino um dos mais fermosos e antigos exem-plares dumha tipologia artstica e documental, os cdices medievais, que pola sua singularidade merecem a maior atenom e respeito.

    2. mais que questionvel que bens dessa cate-

    goria continuem a estar em maos de instituions privadas, especialmente quando os seus custdios nom som capaces de guard-los nas condions p-timas de segurana.A propriedade do Cdice Calixtino por parte da Igreja Catlica, assim como doutra multi-dom de bens, deveria ser suprimida e passar gestom pblica. Mas nom s pola incapacidade desta para garantir a segurana, senom tambm polo direito popular justa recuperaom duns bens que a Igreja conseguiu nuns tempos em que exercia o domnio poltico.

    From os dezmos e tributos impostos polo senhorio jurisdi-cional da igreja compostelana os que financirom a fbrica e construom das obras de arte que se guardam na catedral e a prpria baslica, justo seria que a sua propriedade revertisse no patrimnio pblico.Alis, umha vergonha que a pesar das exaons fiscais e os subsdios pblicos que recebe a igreja para destinar prote-om do seu patrimnio artstico,

    aconteam factos coma este roubo e que o acceso consulta deste patrimnio esteja submetido ex-clusivamente discrecionalidade das autoridades eclesisticas.

    3. insultante que o governo autonmico conti-nue a enterrar milhons de euros nesse engendro que chamam Cidade da Cultura quando a poltica de proteom patrimonial chega a uns extremos de desleixo tal. O roubo do Calixtino apenas a expressom mais meditica dum terrvel estado geral de abandono do patrimnio artstico e cultural galego.

    4. Finalmente, nom sabemos a que est esperando o senhor Cortio, Delegado do Governo espa-nhol na Galiza, para apresentar a sua demissom depois do tremendo ridculo que supom estabele-cer um dispositivo de blindagem policial da cida-de compostelana e que acontea um roubo destas caractersticas sob os seus narizesAguardamos que as autoridades policiais dem ex-plicaons de como pode acontecer um facto assim num entorno, o das imediaons da catedral, onde permanentemente estm despregados efectivos da UIP e numha cidade em que os controlos aleatrios nas entradas e sadas da cidade som habituais.

    Um ano mais a Assembleia Comarcal de Compostela de NS-UP organi-zou cacharela para festejar entrada do solstcio de verao. A iniciativa tivo lugar na praa do Matadoiro, na zona velha, a partir das 21 horas da quinta-feira 23 de junho at bem en-trada a madrugada. Msica popular, chourios e vinho acompanhrom um ano mais ao povo da capital da Galiza a entrar com bom p na etapa estival.

    O roubo do Cdice Calixtino nom pode ficar impune

    NS-UP Compostela organizou

    XI cacharela popularA Naom Galega, aps sculos de opres-som, negaom, esplio e dependncia poltica do Estado espanhol, usurpador da nossa Soberania Nacional, chega a este momento histrico com a necessi-dade imperiosa de se dotar de um Esta-do prprio, ao servio da Naom e do povo trabalhador, como nico meio de solucionar os graves problemas a que nos conduziu, em todos os mbitos, esta situaom de dependncia, agrava-da mais ainda desde a aprovaom do quadro jurdico-poltico constitudo pola Constituiom espanhola de 1978 e o Estatuto de Autonomia de 1981, e pola entrada da Galiza, imposta polo Reino de Espanha, na UE e na NATO.Esta necessidade ainda mais evidente no contexto da grave crise do sistema capitalista, ante a qual as trabalhado-ras e os trabalhadores da Galiza nom temos a ferramenta de um Estado ao nosso servio, que nos permitiria apro-var e levar avante medidas contrrias logica capitalista neoliberal que se impom na Europa e na maior parte do mundo e comear a construom de um modelo econmico e social alternativo, favorvel aos interesses das classes po-pulares, das mulheres e da juventude: o Socialismo.

    CONSIDERANDO o Povo galego natural e legtimo dono da sua Sobe-rania como Naom e nico titular da capacidade de dispor de todos os ins-trumentos e competncias polticas que considerar necessrias para resolver os seus problemas polticos, econmicos,

    sociais, ecolgicos e culturais, assim como para preservar a sua identidade nacional.

    CONSIDERANDO o Povo galego nico possuidor da potestade de deter-minar democraticamente as competn-cias que asume ou delega em qualquer quadro supranacional ou de estabelecer a forma de as recuperar, assim como de fixar as relaons que preferir manter com outras instituions e a forma de articular a sua solidariedade.

    CONSTATANDO a comprovada inuti-lidade do Estatuto de Autonomia para tirar a Galiza da marginaom poltica e econmica; constatando a necessidade de um novo quadro jurdico e poltico que respeite a dignidade de galegos e galegas e possibilite a construom de umha naom livre, soberana, socialista e sem patriarcado.

    CONSTATANDO que, apesar dos nu-merosos acordos internacionais que o Reino de Espanha tem subscrito no que di respeito aos direitos dos povos, o di-reito de autodeterminaom continua a ser abertamente negado, e a sua defesa nua e conseqente, demonizada e per-seguida.

    CONSTATANDO que a Constituiom espanhola nega o direito de autodeter-minaom do Povo Galego, ao estabe-lecer que a soberania nacional reside no povo espanhol (artigo 1.2). E que estabelece que a prpria Constituiom

    se fundamenta na indisolvel unidade da naom espanhola, ptria comum e indivisvel de todos os espanhis (ar-tigo 2). E que ainda recolhe (artigo 8), que as foras armadas tenhem como missom garantir a soberania e inde-pendncia de Espanha, defender a sua integridade territorial e o ordenamento constitucional, ou seja, impedir pola violncia institucional o direito demo-crtico de autodeterminaom.

    AFIRMAMOS o direito da Galiza sua Independncia. Afirmamos o direi-to da Galiza a dispor da sua Soberania Nacional total e a que esta seja jurdica e politicamente reconhecida.

    RECLAMAMOS o incio de um pro-cesso de ruptura democrtica baseado no respeito Soberania Nacional gale-ga, que permita a superaom do atual quadro poltico estatutrio e constitu-cional e que culmine na proclamaom da Repblica Galega, completamente livre e independente.

    E por isso SOLICITA1.- Que o Cmara Municipal de Com-postela debata e aprove a Moom Mu-nicipal em prol da Independncia da Galiza aqui apresentada, coincidindo com a celebraom do 25 de Julho, Dia da Ptria, deste ano 2011.2.- Que o governo municipal comu-nique este acordo s restantes cmaras municipais da Galiza, exortando-as a tomarem resoluons no mesmo senti-do.

    MOOM MUNICIPAL POLA INDEPENDNCIA DA GALIZA

  • soPedro ovozeiro comarcal de NS-Unidade Popular da comarca de Compostela www.nosgaliza.orgConselho de Redacom: Anjo Paz, Jos Dias Cadaveira, Yasmina Garcia, Carlos Morais, Srgio Pinheiro, Andr Seoane Antelo, Patrcia Soares Saians.Imprime: Tameiga Edita: NS-Unidade Popular da Comarca de Compostela. Rua Quiroga Palcios, 42, rs-do-chao, Compostela Galiza Tel. 695596484 e-mail: [email protected] Correcom lingstica: galizaemgalegoPublicaom trimestral de NS-UP da Comarca de Compostela Distribuiom gratuita.Permite-se a reproduom total ou parcial dos artigos e informaons sempre que se citar a fonte. O Pedroso nom partilha necessariamente a opiniom dos artigos assinados.O Pedroso n45 Abril-Maio 2011 Tiragem: 5.000 exemplares Depsito Legal: C-1002-01 Encerramento da ediom: 10 de Julho de 2011

    O Dia da Ptria deste ano tem lugar numha conjuntura ca-raterizada pola agudizaom da crise sistmica capitalista, mas tambm polo avano do processo assimilacionista espanhol e o endurecimento do patriarcado. Som tempos duros para o povo trabalhador galego, basi-camente para os setores mais desprotegidos, as trabalha-doras, a juventude e as pessoas reformadas.Som tempos de resistncia, organizaom e luita. Nom som horas de concessons e negociaons.

    O capitalismo est a desenvolver umha ofensiva global e ilimitada contra os povos, a nossa classe e os direitos e conquistas das mulheres. Nom d trgua. Frente sua alternativa de mais precariedade, mais desemprego, mais misria, menos salrios e menos pensons, mais reformas laborais, mais retrocessos em direitos e liberdades e mais exploraom, nom fam sentido propostas de mnimos. Nom se trata de reformar o sistema, h que transfor-m-lo integralmente. A nica alternativa que devemos construir a alternativa revolucionria socialista.

    Nom se trata simplesmente de modificar a lei eleitoral; de controlar a casta poltica que impom os ditames so-cioeconmicos do grande Capital; de reduzir e castigar a corrupom; de fiscalizar e restringir o poder da banca. Todo isto est bem, mas claramente insuficiente. Vai por trs da realidade. O projeto imperialista espanhol realizar as lipossucons e maquilhagens adequadas para satisfazer boa parte des-

    tas legtimas demandas e, deste jeito, neutralizar a revolta social que o povo trabalhador tem que promover.Nom som horas, portanto, de programas minimalistas para alianas frentistas com os setores intermdios, nem de propostas reformistas. Som horas de denunciar o capitalismo, o patriarcado e a opressom nacional que padecemos por Espanha.

    H que acumular foras polticas e sociais em prol da independncia nacional, do socialismo e da supe-raom do patriarcado. E isto s possvel mediante a batalha ideolgica e poltica nas fbricas, nos centros de ensino e trabalho, nas praas e ruas. Estes som os centros de gravidade do combate.

    Nom h atalhos. Qualquer outra via aparentemente mais sedutora e menos dura simplesmente puro ilusionismo e ingenuidade. A liberdade conquista-se luitando.Galiza e as suas classes trabalhadoras nom podem seguir experimentando vias mortas. Aps mais de trinta anos de autonomia, o modelo constata o seu fracasso. Essa receita nom serve.

    Galiza tem que exercer o direito de autodeter-minaom para conseguir a plena soberania e a independncia nacional. Mas este objetivo deve ir indissoluvelmente ligado ao Socia-lismo e superaom da opressom, discrimi-naom e exploraom que padece mais de meta-

    de da populaom: as mulheres.

    Esta mudana de ciclo, que entre contradions es-tamos a viver, coincide com o X aniversrio da fun-daom de NS-UP. Os objetivos que drom lugar ao nosso nascimento em junho de 2001 nom s subsistem, como estm mais vigentes e atualizados que nunca. Desenvolver a unidade popular prioritrio para dotar de umha eficaz ferramenta de combate as luitas do nosso povo.

    Neste Dia da Ptria nom estamos todos, faltam os pre-sos polticos galegos. Aos companheiros Miguel Nico-ls e Telmo Varela, e a todos os presos independentistas, transmitimos umha saudaom revolucionria e reclama-mos a sua imediata liberdade.

    Denantes [email protected] que [email protected]!

    PSOE-PP-BNG, a mesma merda !

    A luita o nico caminho!

    Viva Galiza livre, vermelha e lils!

    Galiza, julho de 2011