PEDIDO DE COMPRA E PEDIDO DE ENTREGA - Comunidade … · ABNT NBR 6118:2003 (Projeto de Estruturas...

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MANUAL DO CONCRETOPedido de Compra e Pedido de Entrega

Manual de compra eprogramação de concreto

No pedido de compra

Definimos quais serão as propriedades e osparâmetros necessários ao concreto fresco e endurecidoque a empresa de serviço de concretagem deverá satisfazerao entregar concreto na obra.

No pedido de entrega (programação de concreto)

Definimos como este concreto será fornecido paraa obra, em cada programação de concretagem.

I - Pedido de compraBasicamente, a especificação do concreto é dada

pelo:

1. fck

2. diâmetro máximo agregado

3. consistência

Poderemos ter outras especificações comple-mentares, mas o atendimento das mesmas pode provocara alteração do fck do concreto, com a conseqüente elevaçãodo seu custo.

1. fckA resistência característica do concreto (fck) é o item

mais importante para se definir qual o concreto a serfornecido. Ele é estipulado pelos projetistas para que osrequisitos gerais de qualidade da estrutura sejam atendidos.

Com o valor do fck, saberemos qual é a classe doconcreto que será fornecido (C25, C30... C50, NormaNBR 8953).

Esta resistência, normalmente, refere-se à idade de28 dias. Caso a resistência característica do concreto tiveridade diferente desta, a mesma deverá constar no pedidode compra.

A norma NBR 6118:2003, com seus novosconceitos de durabilidade das estruturas, trouxe algumasrecomendações a respeito da classe e fator a/c do concreto,em função do nível de agressividade ambiental a que aestrutura de concreto estará exposta. A exemplo do fck, oprojetista, a partir de agora, deverá fazer constar no projetoo fator a/c especificado.

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MANUAL DO CONCRETOPedido de Compra e Pedido de Entrega

NBR 6118:2003 – Tabela 6.1 – Classes de agressividade ambiental

ClassificaçãoClasse de geral do tipo Risco de

Agressividade Agressividade de ambiente deterioraçãoAmbiental para efeito da estrutura

de projeto

RuralI Fraca Insignificante

Submersa

II Moderada Urbana 1), 2) Pequeno

Marinha 1)

III Forte GrandeIndustrial 1), 2)

Industrial 1), 3)

IV Muito Forte ElevadoRespingos de

maré

1. Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividademais branda (um nível acima) para ambientes internos secos(salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço deapartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientescom concreto revestidos com argamassa e pintura).

2. Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (umnível acima) em obras nas regiões de clima seco, com umidaderelativa do ar menor ou igual a 65%, em partes da estrutura

protegidas de chuva em ambientes predominantemente secos ouem regiões onde chove raramente.

3. Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais,galvanoplastia, branqueamento em indústrias de celulose e papel,armazéns de fertilizantes, e indústrias químicas.

NBR 6118:2003 – Tabela 7.1 – Correspondência entre classe deagressividade e qualidade do concreto

Classe de agressividade(tabela 6.1)Concreto Tipo

I I I I I I I V

Relação CA <– 0,65 <– 0,60 <– 0,55 <– 0,45água/cimentoem massa CP <– 0,60 <– 0,55 <– 0,50 <– 0,45

Classe de concreto CA >– C20 >– C25 >– C30 >– C40(ABNT NBR 8953)

CP >– C25 >– C30 >– C35 >– C40

1. O concreto empregado na execução das estruturas deve cumpriros requisitos estabelecidos na ABNT NBR 12655.

2. CA corresponde a componentes e a elementos estruturais deconcreto armado.

3. CP corresponde a componentes e a elementos estruturais deconcreto protendido.

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Como temos duas especificações a serem atendidas(fck e fator a/c), devemos adotar um valor que irá satisfazerambas, por isso é muito importante saber o fator a/c do concretopara um determinado fck e se este valor atende o especificado.

Exemplo:

Para um concreto armado (CA) e uma classe deagressividade ambiental moderada, (classe II) asespecificações seriam um concreto de classe maior ou igualao C25 (fck 25,0 MPa) e com fator a/c = 0,60.

Pode ser que o concreto C25 tenha um fatora/c=0,65, o que não atenderia à exigência. Se o concretoque tivesse um fator a/c=0,60 fosse o C30, o concreto dopedido seria o concreto fck 30,0 MPa, que atende a todasas especificações, e não o fck 25,0 MPa.

2. Diâmetro máximo do agregado graúdo

A NBR 6118:2003 limita a dimensão máximacaracterística do agregado graúdo utilizado no concreto,em função da espessura nominal do cobrimento:

D Max = 1,2 C nom

Nas vigas, o espaçamento mínimo entre as faceslivres das barras longitudinais tem que ser, pelo menos,20 % maior (1,2x) que a dimensão máxima característicado agregado graúdo.

Agregados graúdos utilizados:

– brita 0, diâmetro máximo 9,5 mm

– brita 1, diâmetro máximo 19 mm

– brita 2, diâmetro máximo 32,0 mm

Esta última brita é muito pouco utilizada em obrasestruturais.

A dimensão máxima do agregado também deveráser compatível com o equipamento de transporte doconcreto.

3. ConsistênciaA consistência do concreto será definida pelo:

– tipo de transporte do concreto dentro da obra

– tipo de peça a ser concretada

– dificuldade da aplicação do concreto

– complexidade da forma

– quantidade de armadura

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Em condições normais, temos as seguintesconsistências medidas pelo abatimento do tronco de cone:

– 20+-10 mm: concreto consistência seca, utilizado emextrusoras de concreto, e concreto projetado via seca

– 40+-10 mm: concreto para piso, aplicados com vibro-acabadoras

– 60+-10 mm: concreto convencional

– 100+-20 mm: concreto bombeável

– 120+-20 mm: concreto bombeável para distânciavertical e/ou horizontal

média

concreto aparente

– 150+-20 mm: concreto bombeável para distânciavertical ou horizontal grande

– 200+-30 mm ou 220 +- 30: hélice contínua

parede diafragma/estacão

concreto auto-adensável

Obs: recomenda-se o intercâmbio com os prestadores deserviços envolvidos (concreteira, laboratório, projetista,empresa de acabamento) para troca de informaçõesacerca desta propriedade.

4. Especificações complementaresAlém das especificações acima descritas, podem ser

solicitadas outras características para o concreto.Geralmente, estas especificações são destinadas adeterminados tipos de obras ou cuidados específicos paradeterminada aplicação do concreto.

É importante que o responsável pela elaboração dopedido de compra na empresa procure verificar anecessidade e a eficiência dessas especificações, pois elaspoderão trazer custos extras e até prejudicar uma outracaracterística mais importante do concreto.

Algumas exigências complementares:

– resistência característica do concreto à tração na flexão(fctmk)

– consumo mínimo de cimento

– pedido pela composição da mistura (traço) oucaracterísticas especiais

– tipo de cimento

– módulo de deformação do concreto

– aditivos

– adição de fibras

– outras propriedades e condições especiais

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a. Resistência característica do concreto à traçãona flexão (fctmk)

Esta especificação é para pavimentos e pisos deconcreto simples, nos quais as tensões solicitantes sãocombatidas tão somente pelo próprio concreto e onde nãoexista nenhum tipo de armadura distribuída.

A verificação da resistência à tração na flexão éfeita em corpos de prova prismáticos. Caso exista umacorrelação confiável para o concreto entre a resistência àtração na flexão e a resistência à compressão simples, averificação pode ser feita por meio da medida desta últimacaracterística do concreto.

Geralmente, a resistência à tração na flexãocorresponde entre 10% a 15% da resistência à compressãosimples do concreto.

b. Consumo mínimo de cimento

Para o concreto dosado em central (onde aresistência de dosagem é calculada levando-se em contauma condição de preparo tipo A – cimento e agregadosmedidos em peso e correção de umidade dos agregados –um desvio de padrão conhecido) as Normas BrasileirasABNT NBR 6118:2003 (Projeto de Estruturas de Concreto –

Procedimento) e NBR 12655:1996 (Concreto – Preparo,Controle e Recebimento) não contemplam nenhumalimitação de consumo de cimento para garantir a suadurabilidade.

Existiam algumas recomendações de consumomínimo de cimento que estavam ligadas ao conceito dedurabilidade do concreto. Com o conceito das classes deagressividade ambiental, tabelas 6.1 e 7.1, quando se exigeuma classe de concreto e um determinado fator a/c, essasrecomendações perderam o sentido para os concretosestruturais.

Para outros concretos que não sejam estruturais,podemos encontrar algumas dicas de consumo mínimo.Confira abaixo.

• Na norma NBR 7583 “Execução de Pavimento deConcreto Simples por Meio Mecânico”, encontramos umarecomendação de consumo de cimento mínimo de 320 kgpor m³ para o concreto utilizado em pavimentos ou pisosde concreto simples.

• Na norma NBR 6122 “Projeto e execução deFundações”, encontramos recomendações de consumomínimo de cimento para alguns tipos de fundação:

– estacas tipo broca: 300 kg/m³

– estacas tipo “hélice contínua“: 350 kg/m³

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– estacas tipo Strauss: 300 kg/m³

– estacas tipo Franki: 350 kg/m³

– estacas escavadas com uso de lama: 400 kg/m³

– estacas escavadas com injeção: 600 kg/m³

São necessários cuidados especiais na aplicação deconcretos com consumo de cimento elevado, a fim de evitaro aumento de fissuras devido às retrações hidráulica etérmica. Estas fissuras irão diminuir a durabilidade da peçaconcretada.

c. Pedido pela composição da mistura (traço) oucaracterísticas especiais

O concreto é solicitado especificando-se asquantidades de cada um dos componentes (aglomerante,agregados, água, aditivos) por m³.

Podem ser solicitadas também algumascaracterísticas especiais, como: teor de argamassa ou deagregado miúdo, cor, massa específica e outras.

Estas solicitações não são muito comuns e só sãoutilizadas quando o concreto e/ou concretagemapresentarem características muito especiais.

Na maioria desses casos, a empresa de serviço deconcretagem se exime da responsabilidade sobre o concretofornecido.

d. Tipo de cimento

No Brasil, são fabricados 8 tipos básicos de cimento,cada um com uma certa particularidade e um conjunto decaracterísticas que, inclusive, as diferenciam entre si.

São eles:

1. Cimento Portland Comum (CP I)

2. Cimento Portland Composto (CP II)

a. Cimento Portland CP II-Z (com adição de materialpozolânico)

b. Cimento Portland Composto CP II-E (com adição deescória granulada de alto-forno)

c. Cimento Portland Composto CP II-F (com adição dematerial carbonático – fíler)

3. Cimento Portland de Alto-Forno (CP III)

4. Cimento Portland Pozolânico (CP IV)

5. Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)

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6. Cimento Portland Resistente a Sulfatos (RS)

7. Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC)

8. Cimento Portland Branco (CPB)

Os cimentos se diferenciam de acordo com aproporção de clínquer, sulfatos de cálcio e adições, taiscomo: escórias, pozolanas e calcário, acrescentadas noprocesso de moagem. Podem diferir, também, em funçãode propriedades intrínsecas, como alta resistência inicial,a cor branca, entre outros. O próprio Cimento PortlandComum (CP I) pode conter adição (CP I-S), neste caso, de1% a 5% de material pozolânico, escória ou fíler calcárioe o restante de clínquer. O Cimento Portland Composto(CP II- E, CP II-Z e CP II-F) tem adições de escória, pozolanae filler, respectivamente, mas em proporções um poucomaiores que no CP I-S. Já o Cimento Portland de Alto-Forno (CP III) e o Cimento Portland Pozolânico (CP IV)contam com proporções maiores de adições: escória, de35% a 70% (CP III), e pozolana, de 15% a 50% (CP IV).

Os cimentos são fabricados tendo em vista amatéria-prima local e a disponibilidade de adições. Cadafábrica de cimento irá produzir o tipo de cimento que suaregião permite.

A especificação de um determinado tipo de cimentopode trazer alguns benefícios, só que o concreto poderáter um custo que o inviabilize.

Um determinado benefício conseguido pelautilização de um tipo de cimento específico poderá, ainda,ser atingido por meio da utilização do cimento usual daregião, em conjunto com outros materiais ou aditivos, oupor intermédio de outras práticas de dosagem e deconcretagem.

e. Módulo de deformação do concreto

Este dado é importante para se estimar e prever adeformabilidade das estruturas.

Com as mudanças ocorridas na normaNBR 6118:2003, o valor do módulo de deformação doconcreto, utilizado para o cálculo das estruturas, está maisbem estimado, trazendo valores mais coerentes com osresultados reais obtidos nos ensaios efetuados em corposde prova de concreto.

O ensaio de determinação do módulo dedeformação não é facilmente executado e existem muitaspraças, nas quais o mesmo nem tem condições de serexecutado.

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O valor do módulo de deformação considerado nocálculo da estrutura é estimado, segundo a NBR6118:2003, em função do fck da estrutura. Caso já existamensaios do módulo de elasticidade efetuados para oconcreto em questão, comprovando esta estimativa, e se oconcreto alcançar sua resistência característica, teremos aconfiança de que o valor calculado (adotado no cálculo)do módulo de deformação foi alcançado.

f. Aditivos

Pode ser pedido algum aditivo, designado pelafunção ou denominação comercial, para se alterar algumacaracterística do concreto, em função de uma necessidadeespecífica.

O uso de aditivos no concreto deve ser feito commuito critério e usado só após testes de compatibilidadecom o cimento utilizado.

Alguns aditivos podem trazer conseqüênciasindesejáveis para a estrutura, tais como: algunsaceleradores de pega que podem atacar a ferragem;outros aditivos podem incorporar muito ar ao concreto,abaixando sua resistência à compressão; e outros podemretardar ou acelerar descontroladamente o início de pegado concreto.

Outros aditivos podem trazer bons resultados seutilizados numa determinada peça, mas em uma outraaplicação seu uso pode ser ineficaz. É o caso do aditivoimpermeabilizante (ou similar) que será eficiente em peças,onde o risco de aparecimento de fissuras (retração térmicaou hidráulica) seja pequeno, como por exemplo, paredese vigas. Em lajes, nas quais o aparecimento de fissuras émuito difícil de ser combatida, o aparecimento de apenasuma fissura já compromete a impermeabilidade da peça,e a utilização desse aditivo terá validade nula.

Na utilização de algum aditivo, pode ser necessárioalterar a composição do traço de concreto, como é o casodos aditivos superfluidificantes, quando o teor da argamassado concreto deve ser compatível com a consistência finaldo concreto.

g. Adição de fibras no concreto

Pode ser solicitada a adição de fibras no concretopara pisos, com o propósito de tentar minimizar afissuração que ocorre no estado plástico e nas primeirashoras de endurecimento.

As fibras ainda diminuem o grau de exsudação doconcreto e colaboram para evitar perda da resistência aodesgaste superficial.

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Os tipos de fibras mais utilizadas são:

– nylon, com dosagem média de 0,350 kg/m³

– polipropileno, com dosagem média de 0,600 kg/m³

– aço, com dosagem de 20 a 40 kg/m³

– vidro, com dosagem média de 0,7 a 1,0 kg/m³

A adição de fibras no concreto pode exigir umaumento de água no traço do mesmo e deverá ser corrigidapara evitar a perda de resistência à compressão. Pode,ainda, prejudicar a bombeabilidade do concreto.

Devem ser tomados cuidados especiais para que asfibras não aflorem e para que sejam bem misturadas.

h. Outras propriedades e condições especiais

Podem ser solicitadas outras propriedades e condiçõesespeciais, como: retração, fluência, permeabilidade,temperatura do concreto, resistividade e outros.

Estas solicitações não são muito comuns e só sãoutilizadas nos casos de concretos com aplicações especiais.

Freqüentemente, para atender a uma dessasespecificações são necessários alguns ensaios delaboratório, em geral, demorados (pelo menos 28 dias) enem sempre disponíveis na praça.

I I - Pedido de entrega(programação de concreto)

No pedido de entrega, a obra determinaa quantidade de concreto a ser entregue, o dia,o horário, o intervalo e o tipo de lançamento. Por suavez, a empresa de serv iço de concretagemirá ver i f icar seu planejamento, acei tar ascondições propostas pela construtora, confirmara programação e se comprometer a efetuar oserviço solicitado.

Este pedido será encaminhado pela construtora,geralmente por intermédio da obra, tendo como base ocontrato de prestação de serviços entre a construtora e aempresa de serviços de concretagem.

É importante enfatizar que o planejamento e aprogramação são alguns dos pontos de maiorimportância na cadeia da prestação de serviços deconcretagem, pois se cumpridos, de parte a parte,serão preservadas a qualidade, a produtividade e aotimização da mão-de-obra e, conseqüentemente, oscustos serão menores.

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Para termos uma boa programação de concreto,devemos executar quatro ações:

– informar

– confirmar

– programar

– verificar

1. Informe

Devemos informar as especificações do concretodesejado para esta concretagem:

– fck

– brita

– abatimento

– outros (se for o caso)

Estas especificações devem ser iguais aos do pedidode compra, pois estas já foram discutidas anteriormente. Alémdisso, as condições comerciais e técnicas foram previamentecombinadas e, no caso de algum concreto especial, a empresade serviço de concretagem já terá providenciado osquantitativos do traço e as tabelas de balança necessárias.

Devemos informar como deverá ser a aplicação doconcreto, se ele será aplicado convencionalmente ou comequipamento de bombeamento. Havendo necessidade deequipamento de bombeamento, será verificado o melhorequipamento para executar o serviço e providenciados osequipamentos e os serviços imprescindíveis (montagem detubulação e mangotes) para a boa execução do mesmo.

2. ConfirmeDeveremos confirmar alguns dados:

– nome do cliente

– endereço da obra

– peça a ser concretada

– volume de concreto a ser entregue

– nome de quem está fazendo a programação

– data da programação

Estes dados são relevantes para a identificação dolocal, onde será efetuado o serviço de concretagem, epermite às prestadoras de serviço de concretagem

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conhecer as peculiaridades de cada uma das obras(conhecidas por meio de visita prévia efetuadas à obra),tais como: a distância, as dificuldades de acesso, o melhorequipamento para o serviço e outros.

3. Programe

Deveremos programar:

– a data da concretagem

– o horário exato de início da concretagem

– intervalo de entrega

– volume por viagem

– equipamento de bombeamento, se for o caso

Como está sendo feita uma programação e nãouma reserva, a data da concretagem e o horário de seuinício deverão ser programados considerando sempreque a obra deverá estar pronta para receber os serviçose que o equipamento de bombeamento (se for o caso) eos primeiros caminhões betoneira já deverão estar nolocal, prontos para os serviços começarem no horárioprogramado.

O intervalo de entrega e o volume por viagemdeverão ser definidos lembrando-se do tipo de aplicaçãodo concreto (convencional ou bombeado), do transportedo concreto dentro da obra, da equipe de concretagem,do tempo de aplicação e da segurança dos funcionáriosenvolvidos. Devemos recordar, também, que o concreto éum produto com tempo limitado para aplicação (150 min).

Esta programação deverá acontecer comantecedência, de modo a poder ser feito um melhorplanejamento de ambas as partes:

– serviço de bombeamento: no mínimo, 72 horas

– concreto convencional: no mínimo, 48 horas

4. Verifique sempreDevemos fazer algumas verificações no intuito de

garantir que a programação seja eficiente e para quetenhamos uma minimização de custos para ambas as partes.Veja abaixo:

– se as peças a serem concretadas estarão prontas nohorário programado para iniciar a concretagem;

– se os equipamentos para a concretagem estarãodisponíveis e funcionando (vibradores, réguas, níveis,mangueira de água, formas para moldagem);

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– se o pessoal da obra estará a postos;

– se não haverá corte programado pelas Concessionáriasde Serviço Público de Energia ou Água, no período daconcretagem;

– se haverá necessidade de iluminação no local deconcretagem;

– se a concretagem depender de outros prestadores deserviço, tais como: aplicadores de concreto e laboratório decontrole de qualidade, verificar se os mesmos irão cumpriro mesmo horário programado para a concretagem;

– se o acesso ao local de descarga do concreto estarálimpo e desimpedido, bem como se haverá espaçosuficiente para o estacionamento dos caminhões betoneira;

– se a obra fornecerá condições ideiais de segurança detrabalho para a execução dos serviços;

– se o local para equipamento de bombeamento estarálimpo e desimpedido, com fácil acesso e terreno sólido parapatolamento e livre de interferências (fiação elétrica, árvores);

– se não haverá coincidência de descarga de outrosmateriais na obra (tijolos, blocos, cimento, ferro, madeira,caçamba de entulho), que possa prejudicar o início e odecorrer da concretagem; e

– se a empresa de serviço de concretagem possui equipa-mentos adequados para atender às necessidades da obra.

ReferênciasAssociação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Execução

de concreto dosado em Central, NBR-7212. Rio deJaneiro, 1984.

Concreto para fins estruturais – Classificação porgrupos de resistência, NBR-8953. Rio de Janeiro, 1992.

Projeto de estruturas de concreto – Procedimento,NBR-6118. Rio de Janeiro, 2004.

Concreto – Preparo, controle e recebimento,NBR-12655. Rio de Janeiro, 1996.

Concreto de Cimento Portland – Preparo, controle erecebimento, NBR-12655. Rio de Janeiro, 2001.

Projeto e execução de fundações, NBR-6122. Rio deJaneiro, 1996.

Associação Brasileira das Empresas de Serviços deConcretagem – ABESC, Dicas ABESC – Recomen-dações da ABESC para tornar sua construção maiseconômica e segura!

Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, Guia Básicode utilização do Cimento Portland BT-106.

Comunidade da Construção, 2003.Russo, Ary Gentil. Procedimentos para melhorar a

qualidade e confiabilidade do concreto produzidopor uma empresa de serviço de concretagem, 1997.

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