Protocolo de Enfermagem para vítima com traumatismo...

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i ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A. FACULDADE ANHANGUERA DE TAUBATÉ Curso de Enfermagem Ivonete Aparecida de Siqueira Lidiane da Silva Mendes Lemos Protocolo de Enfermagem para vítima com traumatismo crânio-encefálico: Revisão do processo através da leitura de prontuários Professor Orientador: Márcio Gomes da Costa Taubaté 2011

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ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.

FACULDADE ANHANGUERA DE TAUBATÉ

Curso de Enfermagem

Ivonete Aparecida de Siqueira Lidiane da Silva Mendes Lemos

Protocolo de Enfermagem para vítima com traumatismo crânio-encefálico: Revisão do processo através da

leitura de prontuários

Professor Orientador: Márcio Gomes da Costa

Taubaté 2011

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Ivonete Aparecida de Siqueira Lidiane da Silva Mendes Lemos

Protocolo de Enfermagem para vítima com traumatismo crânioencefálico: Revisão do processo através da leitura

de prontuários

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso para Obtenção do Grau de Bacharel pelo Curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera de Taubaté.

Professor Orientador: Márcio Gomes da Costa

Taubaté 2011

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Ivonete Aparecida de Siqueira Lidiane da Silva Mendes Lemos

Protocolo de Enfermagem para vitima com traumatismo crânioencefálico: Revisão do processo através da leitura de

prontuários.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem na Faculdade Anhanguera de Taubaté.

Aprovado em de de 2011.

________________________________

Prof. Márcio Gomes da Costa Faculdade Anhanguera de Taubaté

Orientador

________________________________

Prof. Márcio Gomes da Costa Faculdade Anhanguera de Taubaté

Avaliador

________________________________

Prof. Sandro Alex da Silva Gama Faculdade Anhanguera de Taubaté Coordenador do Curso Enfermagem

Taubaté 2011

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Dedico este trabalho a minha família por ela ser muito mais do que um laço sanguíneo, por representar a base de toda a minha vida, foi

com o seu carinho, amor e dedicação que venci está fase bastante difícil, obrigada por tudo.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, nosso refúgio e força, pela saúde, fé e perseverança que tem nos dado, que nos ajudou a não desistir diante das barreiras;

Aos nossos pais, que em nenhum momento mediram esforços para realização dos nossos sonhos, que nos guiaram pelos caminhos corretos, nos ensinaram a fazer as melhores escolhas, nos mostraram que a honestidade e o respeito são essenciais à vida, e que devemos sempre lutar pelo que queremos. A eles devemos a pessoa que hoje nós somos;

Aos nossos irmãos(ãs), pelo carinho e atenção que tiveram conosco, sempre nos apoiando em todos os momentos de nossas vidas;

Ao meu marido/namorado, que abriram mão de momentos de convívio, quando o dever e o estudo me chamaram, mas que sempre esteve ao meu lado me apoiando nos momentos difíceis, acrescentando razão e beleza nos meus dias;

Aos nossos primos e primas, tios e tias pelo apoio e carinho;

As nossas famílias pelo carinho e apoio dispensados em todos os momentos que precisamos;

Aos amigos, pela paciência, por tolerar a nossa impaciência e ficar do nosso lado, mesmo longe estão sempre com a gente;

A minha parceira de TCC, que comprou as minhas idéias, que acreditou na minha capacidade, que confiou em mim;

Aos amigos que fizemos durante o curso, pela verdadeira amizade que construímos, por todos os momentos que passamos durante esses quatro anos, sem vocês essa trajetória não seria tão prazerosa;

Aos colegas de trabalho pela sua amizade, paciência, dedicação e contribuição;

Ao nosso orientador Márcio Gomes da Costa por toda sua paciência, dedicação e ensinamentos dispensados no auxílio à concretização dessa monografia;

Aos professores, pelo conhecimento, dedicação e que de alguma forma contribuíram para nossa formação profissional;

Por fim, gostaríamos de agradecer a todos que contribuíram direta ou indiretamente para que esse trabalho fosse realizado.

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“Como é bom quando podemos compartilhar de um estudo proposto por estudantes e ao mesmo

tempo, aprender algo novo para o nosso cotidiano”.

(Estudantes 2011).

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RESUMO

SIQUEIRA, Ivonete Aparecida de; LEMOS, Lidiane da Silva Mendes. Protocolo de Enfermagem para vítima de traumatismo crânioencefálico: Revisão do processo através da leitura de prontuários. 2011. 38 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Enfermagem) - Faculdade Anhanguera de Taubaté, 2011.

A pesquisa foi realizada em um Pronto Socorro de um hospital geral do Vale do Paraíba-SP e aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa sob o nº #817. A amostra deste estudo foi constituída pela revisão de quatro prontuários escolhidos aleatoriamente, de vítimas de traumatismo crânio encefálico, de ambos os sexos, entre 20 e 35 anos.

Quanto ao critério da pesquisa, foi uma pesquisa aplicada, por que teve o interesse de gerar conhecimentos para a utilização na prática, dirigidos a solução de problemas específicos, relacionados à pesquisa em questão. A própria característica do objetivo proposto, exigiu a pesquisa descritiva como inicio de uma busca das propostas as hipóteses, o que se deu a partir da leitura de prontuários, relacionando todas as variáveis (itens do exame físico e da descrição dos procedimentos), elencando em ordem cronológica (do inicio ao fim do atendimento) à medida que foram sendo qualificados. Os pesquisadores no momento não se preocuparam com a seqüência de prioridades, por estarem utilizando o caráter quantitativo (enumerando as variáveis para posterior análise).

Devido à complexidade do tema, os autores fizeram a comparação interpretativa, se os dados relacionados ao paciente fossem pertinente ao caso em questão, confrontando os itens, com interesse de explicar a sua relação com o protocolo ATLS. A construção de uma tabela foi necessário para auxiliar na analise dos indicadores, pois assim os pesquisadores poderiam a partir de fragmentos da descrição do atendimento, passo a passo, construírem um objeto completo, contendo todos os indicadores, o que levará a uma fácil interpretação. Com base na análise da tabela os pesquisadores poderiam seguir duas vertentes: 1º se o protocolo de atendimento do Pronto Socorro estando de acordo com ATLS este foi revisado e atualizado com base em revisão bibliográfica. 2º se o protocolo não estiver de acordo com ATLS, foi desenvolvido um protocolo de enfermagem baseado no ATLS, a partir de revisão bibliográfica atual.

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viii Palavras-chave: traumatismo crânioencefálico, protocolo de enfermagem, qualidade nos cuidados de saúde.

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ABSTRACT

SIQUEIRA, Ivonete Aparecida de; LEMOS, Lidiane da Silva Mendes. Nursing protocol for victims of traumatic brain injury: A review of the process by reading records. 2011. 38 p. Monograph (Bachelor of Nursing) - Anhanguera University of Taubaté, 2011.

The survey was conducted in an emergency department of a general hospital in the Vale do Paraíba-SP and approved by the Research Ethics Committee under No. # 817. The sample was made by reviewing medical records of four randomly chosen victims of traumatic brain injury, of both sexes, between 20 and 35.

The criterion of research, applied research was, why had the interest to generate knowledge for use in practice, aimed at solving specific problems related to the research in question. The characteristic of the proposed objective, descriptive and demanded the beginning of a search of the proposed hypotheses, which took place from reading the records, listing all the variables (items of physical examination and description of procedures), listing in chronological order (from beginning to end of care) as they have been qualified. The time the researchers were not concerned with the sequence of priorities because they are using the quantitative character (list variables for further analysis)

Due to the complexity of the subject, the authors compared the interpretive, the data related to the patient were relevant to the case, comparing the items of interest to explain their relationship to the ATLS protocol. The construction of a table was needed to assist in the analysis of the indicators, as well as the researchers could from fragments of the description of care, step by step, building a complete object, containing all the indicators, which will lead to easy interpretation. Based on the analysis of the table the researchers could follow two strands: one of the protocols for the care of Emergency is in accordance with ATLS this was revised and updated based on literature review. 2 º if the protocol is not in accordance with ATLS, a protocol was developed based on ATLS nursing from current literature review.

Keywords: traumatic brain injury, nursing protocol, quality health care.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Pupilômetro .............................................................................. 32

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Análises dos prontuários ............................................................... 23

Tabela 2 – Análise dos dados no atendimento ao trauma vítima 1 .......................... 25

Tabela 3 – Análise dos dados no atendimento ao trauma vítima 2 .......................... 25

Tabela 4 – Análise dos dados no atendimento ao trauma vítima 3 .......................... 26

Tabela 5 – Análise dos dados no atendimento ao trauma vítima 4 .......................... 26

Tabela 6 - Escala de Coma de Glasgow ........................................................... 32

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LISTA DE SIGLAS

ATLS Advanced Trauma Life Support AVP Acesso Venoso Periférico CD Craniotomia Descondensada ECG Escala de Coma de Glasgow FC Frequência Cardíaca FR Frequência Respiratória FSC Fluxo Sanguínea Cerebral HD Hipótese Diagnostica HIC Hemorragia Intracraniana LCD Líquido Cefalorraquidiano LPD Lavado Peritonial Diagnostico PIC Pressão Intracraniana PPC Pressão de Perfusão Cerebral SAE Sistematização de Assistência de Enfermagem S/C Sem Contraste SDRA Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo SNC Sistema Nervoso Central TC Tomografia Computadorizada TCE Traumatismo crânioencefálico TVP Trombose Venosa Profunda

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ...................................................................................... v

RESUMO ................................................................................................. vii

ABSTRACT ............................................................................................... ix

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................... x

LISTA DE TABELAS ..................................................................................... xi

LISTA DE SIGLAS....................................................................................... xii

SUMÁRIO ............................................................................................... xiii

1. Introdução ................................................................................... 14

2. Revisão de Literatura ..................................................................... 16

3. Análises e Resultados ...................................................................... 23

3.1. Apresentação do cenário ........................................................ 23

3.2. Avaliação dos dados .............................................................. 23

3.3. Exame Físico ....................................................................... 28

3.4. Exame cabeça pescoço e neurológico ......................................... 31

3.5. Sistematização da Assistência de Enfermagem no Pronto Socorro ........ 34

4. Considerações Finais ...................................................................... 37

Referências ............................................................................................ 39

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1. Introdução

O traumatismo crânio encefálico (TCE) é uma das principais causas

de morte, principalmente nas pessoas jovens de sexo masculino, as

conseqüências do TCE podem ser marcada por seqüelas neurológicas graves

em decorrência da maturidade do trauma.

As vitimas que sobrevivem ao TCE precisam de um tratamento de suporte

avançado e as intervenções de enfermagem são muito importantes para que

o tratamento seja eficaz.

O enfermeiro tem papel de planejar a assistência de enfermagem buscando

utilizar seus conhecimentos, possibilitando à recuperação da vitima.

A proposta da construção de um protocolo de enfermagem para pacientes de

TCE tem como objetivo incorporar a prática assistencial, uma forma de

facilitar o trabalho do enfermeiro e beneficiar o paciente.

O presente estudo de caráter descritivo, qualitativo, busca revisar

prontuários de pacientes de ambos os sexos, juntando informações que

contribuam para a construção de um protocolo de enfermagem para a

assistência ao paciente grave, será constituído de analise de quatro

prontuários de pacientes na faixa etária de 20 a 35 anos em um Pronto

Socorro de um Hospital geral do Vale do Paraíba.

O Pronto Socorro é uma área do Hospital com maior complexidade da

assistência é com maior fluxo de atividades profissionais, onde exige uma

assistência imediata e eficiente com conhecimento técnico e habilidade do

profissional.

Esta pesquisa pretende realizar levantamento bibliográfico em artigos, sites,

revistas, livros, traçando a trajetória histórica sobre o tema TCE, descrever

através da leitura de prontuários os principais procedimentos relacionados

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15 ao paciente de TCE atendidos no hospital pesquisado, desenvolver uma

tabela demonstrando as diferenças entre os atendimentos para vitima de

TCE, realizados no hospital pesquisado confrontando com o protocolo do

ATLS, realizar uma leitura critica da tabela criada e organizar um protocolo

de enfermagem para atendimento a paciente vitima de TCE.

Os dados encontrados além de contribuir para a construção de um protocolo

de enfermagem possibilitarão identificar se os profissionais trabalham

baseado em critérios universais (ATLS) que visam diminuir a morbi-

mortalidade dos pacientes vítimas de TCE.

O protocolo desenvolvido será uma ferramenta para uso durante a

assistência de enfermagem, facilitando e permitindo aos seus usuários

incorporar os conhecimentos técnicos a pratica profissional, poderá

contribuir também para melhora da qualidade das intervenções de

enfermagem do hospital pesquisado ou em qualquer outro serviço de

atendimento de urgência e emergência.

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2. Revisão de Literatura

O Advanced Trauma Life Support (ATLS) tem sua origem nos

Estados Unidos em 1976, é um programa que visa capacitar médicos no

atendimento de pacientes politraumatizados em qualquer hospital que

possua infra-estrutura e materiais necessários. Após participar do curso,

cada profissional é capaz de realizar o atendimento de um paciente com

trauma.

A idéia de se desenvolver uma sistematização no atendimento a paciente

vitima de trauma surgiu na cidade de Aubum, Nebraska, quando aconteceu

um acidente com uma aeronave, neste acidente a esposa do Dr. James K.

Styner morreu e os três de seus quatro filhos sofreram ferimentos graves.

Após o acidente tiveram ajuda de um carro que os levou a um hospital mais

próximo, à sua chegada, encontraram o serviço de emergência fechado, o

medico local chegou quase 10 horas após o acidente e o atendimento de

emergência foi considerado insuficiente e inadequado.

Dr. Styner ficou tão abalado com aquele atendimento que motivou-se a

mudar a abordagem ao paciente traumatizado mundo a fora e ao regressar

ao trabalho, dedicou-se a desenvolver um sistema que salvaria vidas em

situações de trauma. Styner e seu colega Paul , com a ajuda de pessoal

experiente em suporte vital avançado cardíaco e a Fundação Lincom em

Educação Medica, produziram o primeiro curso ATLS, desenvolveram um

protocolo de atendimento ao politraumatizados, e começou a difundi- lo em

todo o pais. (STYNER, 2006).

O traumatismo crânio encefálico (TCE) é uma das principais causas da

morte e incapacidade em adultos jovens, em geral abaixo dos 35 anos, do

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17 sexo masculino, quase o dobro em relação ao sexo feminino, normalmente

relacionado a acidentes e violência, com conseqüências que abrangem desde

incapacidade física a deficiências cognitivas, neurológicas, comportamentais,

psicológicas e sociais em longo prazo; o que torna o TCE um problema de

saúde pública. A gravidade das lesões está relacionada com a intensidade do

trauma e a recuperação dos sobreviventes é marcada por seqüelas

neurológicas graves e a qualidade de vida prejudicada. (HOHL et al, 2009).

As vitimas que sobrevivem ao TCE podem apresentar ausência e

incapacidade que são temporárias ou permanentes, interferindo na

capacidade do individuo de desempenhar suas funções, é considerado como

um processo patológico que pode progredir com o passar do tempo. (HORA;

SOUZA, 2005).

Nas últimas décadas houve uma redução na morbidade em pacientes com

TCE devido aos avanços médicos, a melhora nos centros específicos de

atendimento e no sistema de transporte rápido. Os principais cuidados com

paciente vítima de TCE grave são o manuseio da Pressão Intracraniana (PIC)

e o cuidado em se evitar a hipotensão sistêmica. Observando que apenas 6%

dos pacientes tiveram terapia-alvo para Pressão Intracraniana (PIC).

(SABACK; ALMEIDA; ANDRADE, 2007).

A hemorragia intracraniana (HIC) se desenvolve em aproximadamente 50%

de todos os TCE graves e é mais comum naqueles com lesão expansiva

intracraniana e foi encontrada em 71% dos pacientes operados com

hematoma intracerebral e 39% dos pacientes com hematoma subdural

aguda (HSDA) e hematoma extradural (HED) (ANDRADE et al, 2009).

No TCE, o fluxo sanguíneo cerebral (FSC) deve ser avaliado pela pressão de

perfusão cerebral (PPC), que é calculada pela pressão arterial média (PAM)

menos a PIC. Como o cérebro é confinado em uma caixa óssea rígida e a

pressão perfusão cerebral (PPC) é dependente da pressão intracraniana

(PIC), o controle do HIC assume o papel de máxima importância no TCE.

(ANDRADE et al, 2009).

Segundo Andrade et al (2009) “É fundamental observar fatores como

hematoma, contusões, edemas e acumulo de liquido cefalorraquidiano (LCR)

ou aumento do volume intravascular para não elevar a PIC”.

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18 Sendo assim, no TCE podem surgir elementos como hematomas, contusões,

edema, acúmulo de LCR ou aumento de volume intravascular, neste caso,

em um primeiro momento podem ocorrer à acomodação intracraniana,

elevando a PIC. Em adultos o valor normal de PIC é de 15mmHg sendo que

os valores de pressão intraventricular e lombar são iguais com paciente

deitado, e dependendo da altura do paciente a pressão lombar pode atingir

de 20 a 30 mmHg. (...) O edema cerebral consiste na passagem de água,

sódio e proteína no espaço intersticial é formado na substancia cinzenta,

podendo acumular-se na substancia branca do cérebro, esse edema pode ser

aumentado conforme o aumento da pressão arterial é da temperatura

corporal. (ANDRADE et al, 2009).

Procedimentos específicos para redução da PIC e drenagem de hematoma

são realizados após avaliação do neurocirurgião, sendo eles:

A craniotomia descompressiva (CD) é um método cirúrgico para redução

imediata da pressão intracraniana (PIC). Geralmente é indicada em casos de

tumefação cerebral e hematoma subdural agudo ou mesmo para lesões não

traumáticas (FALEIRO et al 2005).

Segundo o Site www.fiend.docs.com (2010) dreno de portovac é um dreno

indicado para pós-operatório de cirurgias nas quais se espera sangramento

considerável, fechar a ferida cirúrgica sem o dreno faz com que o sangue

acumule entre os tecidos formando um hematoma que pode tanto se tornar

um meio de cultura para microorganismos como também causar a

deiscência das suturas.

Segundo o Site www.doctoralia.com.br (2010) derivação ventricular externa é

um sistema fechado usado para drenagem de liquido cefalorraquidiano

usado em procedimentos por neurocirurgião.

A gravidade do TCE é determinada utilizando a Escala de Coma de Glasgow,

este resultado é obtido pela observação de três parâmetros: Abertura Ocular,

Melhor Resposta Verbal e Melhor Resposta Motora, podendo pontuar de 3 a

8 como grave, 9 a 12 como moderada e 13 a 15 para leve, as anormalidades

pupilares também é um parâmetro muito importante. (OLIVEIRA et al, 2008)

Um fato importante no atendimento ao TCE é conhecermos não só a Escala

de Coma de Glasgow adulto (ECG), mas outras variações como Escala de

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19 Coma de Glasgow pediátrico sendo que ambos são de parâmetro evolutivo e

como índice de prognóstico, devendo ser interpretada com cautela.

Em crianças, a Escala de Coma de Glasgow pontua de 14 a 15 como leve, 9

a 13 como moderada e 3 a 8 como grave e também é utilizada como

parâmetro evolutivo e como índice prognóstico.(...) Sendo que a PIC deverá

ser monitorada em toda criança com TCE grave com ECG < 8.(CARVALHO et

al, 2007)

A escala é aplicada limitadamente em crianças, especialmente abaixo de 36

meses de idade, por que a habilidade verbal está em desenvolvimento. A

ECG pediátrico é uma escala à parte, mas próxima da adulta, que foi

desenvolvida para avaliar crianças menores, mas não se esquecendo que a

abordagem inicial de adulto e criança no trauma é realizada da mesma

forma utilizando ABCDE.

Conforme o ATLS o ABCDE no trauma de uma forma generalista significa:

A liberação das vias aéreas.

B verificar boa respiração e ventilação.

C verificar boa circulação, controle de hemorragia.

D avaliação neurológica e verificar pupilas.

E exposição do paciente com aquecimento corporal.

Existem também outros exames muito importantes como a tomografia

computadorizada (TC) que favorece rapidamente o diagnóstico do TCE

podendo ser observado hematoma intracraniano ou edema cerebral, volume

de lesões de alta densidade, desvio de linha média e evacuação de lesão de

massa. (OLIVEIRA et al, 2008).

Além dos exames específicos é necessária a manutenção da oxigenação

cerebral para reduzir o edema encefálico.

Em seu trabalho cientifico Saback; Almeida; Andrade (2007) destaca que:

A intubação traqueal e a conseqüente dependência da ventilação mecânica tornam-se imprescindível, pois protege as vias aéreas, permite a sedação e a curarização, evita a hipoxemia e previne a hipoventilação, evitando aumento da pressão intracraniana (PIC) e alterações na pressão de perfusão cerebral (PPC). Pacientes com lesão no sistema nervoso central (SNC) correm o risco de broncoaspiração, pela diminuição do nível de consciência e perda dos reflexos protetores das vias aéreas, podendo causar síndrome

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do desconforto respiratório agudo (SDRA), assim com o tempo prolongado na ventilação mecânica.

A demora na obtenção de uma via aérea definida pode trazer complicações

ao paciente sendo a necrose o principal mecanismo de morte celular no TCE.

As lesões secundarias são decorrentes de processos que contribuem para a

morte celular após o trauma inicial. Seus principais elementos são a hipóxia,

distúrbios metabólicos, distúrbios hidroelétricos e hipertensão intracraniana

(HIC). (ANDRADE et al, 2009)

Os cuidados inadequados podem piorar o quadro geral do paciente,

agravando o quadro neurológico, podendo levar à morte, o profissional deve

estar capacitado para atender as necessidades desse tipo de paciente que

exige vigilância constante, e aplicando as intervenções necessárias para a

sua recuperação. (ALCANTARA; MARQUES, 2009)

O tratamento do politraumatizado grave exige a rápida identificação das

lesões e a instituição de medidas terapêuticas para controlar as condições

que ameaçam a vida. Dessa forma foi criada uma abordagem sistematizada

desse atendimento, permitindo que ela possa ser revista e aplicada.

A avaliação inicial inclui: Preparação pré-hospitalar e intra-hospitalar,

triagem, avaliação primaria, reanimação, avaliação secundaria, monitoração,

reavaliação continua e tratamento definitivo.

O paciente deve ser avaliado de forma rápida e eficiente, numa seqüência

lógica de prioridades para manutenção da vida. Esse processo constitui o

ABC dos cuidados com o traumatizado e identifica as condições que

ameaçam a vida. (GUEDES et al, 1998).

Observamos abaixo o ABCDE nas entre linhas, utilizado ao paciente vitima

de traumatismo.

A) Via aérea definitiva com ventilação assistida. Usar succinilcolina ou veruconium.

B)Tratar possíveis lesões torácicas que comprometam a ventilação.

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C)Tratar hipotensão e choque. Indica-se LPD1 em paciente comatoso em choque na pesquisa do foco sangrante. Excluir choque neurogênico, tamponamento cardíaco ou o pneumotórax hipertensivo.

D) Após sanados o A, B e C, fazer glasgow e avaliar o reflexo pupilar ao estímulo luminoso.

E)Expor o paciente com prevenção da hipotermia.

Exames auxiliares à avaliação primária: monitor gasometria arterial, RX de tórax AP e bacia na sala de emergência, sondagem gástrica e urinária. (SILVA, 2009).

De uma forma genérica, o ATLS fornece subsídios para todos os profissionais

realizarem o atendimento primário e secundário do trauma, entretanto para

melhor especificar o tema citaremos Veiga et al (2007) que descreve em seu

artigo um protocolo de cuidados de enfermagem ao paciente com TCE, nos

moldes que os pesquisadores pretendem encontrar ou desenvolver como

descrito nos objetivos da pesquisa.

1. Protocolo de avaliação neurológica

2. Manter vias aéreas pérvias: quando necessário, aspiração orotraqueal para manter boa oxigenação. Se lesões faciais: não aspirar narinas. Oximetria de pulso, para detecção precoce de qualquer nível de hipoxemia. Avaliação da respiração e ventilação. Antes da aspiração: sedação de acordo com o valor da PIC. Utilização de cânula de Guedel se mordedura ou queda da base da língua, retirar assim que possível. Capnógrafo: manter pCO2 entre 30-35mmHg

3. Manter acesso venoso calibroso ou cateter venoso central, para quantificação da volemia. Realizar balanço hídrico de 1 em 1 hora.

4. Imobilização da coluna até descartar trauma raquimedular (colar cervical, prancha rígida e mobilização em bloco).

5. manutenção de pressão arterial média em 90mmHg.

6. Passagem de sonda nasogástrica para descompressão gástrica. Em caso de lesão facial ou trauma de base de crânio (confirmado ou suspeita), é contraindicada a passagem nasogástrica, devendo ser feita orogástrica.

7. Sonda vesical de demora para controle do balanço hídrico.

8. Controle de glicemia capilar na admissão e de 3/3 horas. Se necessidade de bomba de insulina, glicemia capilar de 1/1 hora.

1 Lavado Peritonial Diagnóstico

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9. Manter cabeça alinhada e decúbito elevado a 30 º

10. Controle da temperatura (manter normotérmico). Se necessário: utilizar antitérmicos ou hipotermia.

12. Evitar uso de soro glicosado.

13. Atentar para crise convulsiva e utilizar protetores nas laterais da cama.

14. Avaliar distensão, hematoma e dor em região abdominal.

15. Proteger os olhos entreabertos aplicando creme protetor ocular (Epitezan®) na pálpebra inferior a cada oito horas.

16. Cuidados com a pele:

- descartado trauma raquimedular, realizar mudança de decúbito a cada duas horas. Se hipertensão intracraniana: manobras descompressivas utilizando coxins

- colchão perfilado, protetores de calcâneos e de cabeça.

- proteger proeminências ósseas com bóia-gel ou coxins.

- manter a pele hidratada com creme hidratante.

- inspecionar couro cabeludo, genitálias, membros inferiores e superiores, condutos auditivos e narinas para pesquisa de abaulamentos, ferimentos corto-contusos e saída de secreções.

17. Profilaxia de trombose venosa profunda: ver protocolo de TVP.

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3. Análises e Resultados

3.1. Apresentação do cenário

O TCE é uma agressão ao cérebro, não de natureza degenerativa ou

congênita, mas causada por uma força física externa, podendo produzir um

estado de diminuição ou alteração de consciência, resultando em

comprometimento das habilidades cognitivas ou do funcionamento físico.

Pode também resultar no distúrbio do funcionamento comportamental ou

emocional. Este pode ser temporário ou permanente e provocar

comprometimento funcional parcial ou total, ou mau ajustamento

psicológico.(OLIVEIRA et al 2005)

Para o desenvolvimento desta pesquisa foram analisados os dados colhidos

através da revisão de prontuários conforme mostra a tabela 1.

Tabela 1 - Análises dos prontuários

Fonte; Próprios autores

3.2. Avaliação dos dados

Total Analisado 4.893 prontuários Prontuários utilizados 4 prontuários

Outros traumas 58 prontuários Total descartado 4.889 prontuários

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Na letra A (Liberação das vias aéreas), as vítimas 1, 2 e 3 tiveram o

atendimento parcialmente adequado e a vítima 4 não teve o atendimento

correto. Sendo que nas vítimas 1 e 2 foi utilizado colar cervical e a prancha,

a vítima 3 utilizado somente o colar cervical e na vítima 4 não foi realizado

nenhum procedimento. Em todas as vítimas não foram descritos a realização

da liberação das vias aéreas. Pacientes com Glasgow menor ou igual a 8

necessitam de via aérea definitiva.

Na letra B (Boa respiração), as vítimas 1 e 4 tiveram o atendimento

parcialmente adequado e as vítimas 2 e 3 não tiveram o atendimento correto.

Sendo que na vítima 4 foi realizado Raio X e exame físico do tórax, na vítima

1 foi realizado somente o Raio X do tórax e nas vítimas 2 e 3 não foram

realizados nenhum procedimento. Em todas as vítimas não foram avaliados

a freqüência respiratória (FR) e administrado Oxigênio de alta concentração.

Toda vítima traumatizada deve receber O2 suplementar. Se não for

intubado, deve receber máscara com reservatório adequado para

oxigenação máxima.

Na letra C (Circulação), todas as vítimas tiveram o atendimento parcialmente

adequado. Foram puncionados acessos venosos periféricos (AVP) para

administração de medicamentos. Em todas as vítimas não foram

puncionados dois AVPs de grosso calibre para infusão de volume para

hidratação.

Na letra D (Avaliação neurológica), as vítimas 2 e 4 tiveram o atendimento

parcialmente adequado e as vítimas 1 e 3 não tiveram o atendimento correto.

Sendo que na vítima 4 foi realizado TC de crânio, avaliação da ECG

incompleta e das pupilas, na vítima 2 foi realizado somente a TC de crânio e

nas vítimas 1 e 3 não foram realizados nenhum procedimento. Em todas as

vítimas não foram avaliadas as freqüências cardíacas (FC).

Na letra E (Exposição e Proteção contra a hipotermia), todas as vítimas

tiveram o atendimento parcialmente adequado. Sendo que nas vítimas 1 e 3

foram realizados Raio X dos segmentos do corpo e avaliação do especialista,

na vítima 4 foi realizado Raio X dos segmentos do corpo sem avaliação do

especialista e na vítima 2 foi solicitado somente a avaliação do especialista.

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25 Em todas as vítimas não foram realizadas as exposições para avaliação e

aquecimento.

Um dado importante verificado durante o desenvolvimento do

estudo foi que em todos os prontuários revisados não foram encontrados

registros de Sinais Vitais e realização da Sistematização da Assistência de

Enfermagem, não existem relato, anotação e carimbo do Enfermeiro(a) de

plantão.

Vítima 1: 28/4/2010, M.L.R., HD TCE, 23 anos, sexo masculino.

Tabela 2 – Análise dos dados no atendimento ao trauma vítima 1

Atende Não atende

A Parcialmente, usado colar cervical e prancha.

Liberação de vias aéreas.

B Parcialmente, solicitado RX de tórax.

Anotação da Freqüência Respiratória, exame físico do tórax, administração de Oxigênio de alta concentração.

C Parcialmente, punção acesso venoso periférico para medicação.

Duas vias de acesso venoso de grosso calibre para infusão de volume para hidratação.

D Não atende.

Solicitação de TC de crânio, anotação da Freqüência Cardíaca, avaliação pupilar e avaliação da Escala de Coma de Glasgow (ECG).

E

Parcialmente, solicitado RX de seguimentos do corpo e solicitado avaliação do especialista.

Solicitação de RX de crânio, exposição para avaliação e aquecimento do paciente.

Fonte; Próprios autores

Vítima 2: 22/5/2010, N.A.C., HD TCE, 22 anos, sexo masculino.

Tabela 3 – Análise dos dados no atendimento ao trauma vítima 2

Atende Não atende

A Parcialmente, usado colar cervical e prancha.

Liberação de vias aéreas.

B Não atende.

Anotação da Freqüência Respiratória, exame físico e RX de tórax, administração de Oxigênio de alta concentração.

C Parcialmente, punção acesso Duas vias de acesso venoso de

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venoso periférico para medicação.

grosso calibre para infusão de volume para hidratação.

D Solicitado TC de crânio. Anotação da Freqüência Cardíaca, avaliação pupilar e avaliação da Escala de Coma de Glasgow (ECG).

E Parcialmente, solicitado avaliação do especialista.

Solicitação de RX de crânio e dos segmentos do corpo, exposição para avaliação e aquecimento do paciente.

Fonte; Próprios autores

Vítima 3: 16/6/2010, A.L.R., HD TCE, 35 anos, sexo masculino.

Tabela 4 – Análise dos dados no atendimento ao trauma vítima 3

Atende Não atende

A Parcialmente, usado colar cervical.

Liberação de vias aéreas e uso de prancha.

B Não atende.

Anotação da Freqüência Respiratória, exame físico e RX de tórax, administração de Oxigênio de alta concentração.

Q’ Parcialmente, punção acesso venoso periférico para medicação.

Duas vias de acesso venoso de grosso calibre para infusão de volume para hidratação.

D Não atende.

Solicitação de TC de crânio, anotação da Freqüência Cardíaca, avaliação pupilar e avaliação da Escala de Coma de Glasgow (ECG).

E

Parcialmente, solicitado RX de seguimentos do corpo (crânio, cervical, pelve e fêmur), realizado sutura de face e solicitado avaliação do ortopedista.

Exposição para avaliação e aquecimento do paciente.

Fonte; Próprios autores

Vítima 4: 16/6/2010, S.R.G.S., HD TCE, 35 anos, sexo masculino.

Tabela 5 – Análise dos dados no atendimento ao trauma vítima 4

Atende Não atende

A Não atende. Liberação de vias aéreas, uso do colar cervical e prancha.

B Parcialmente, solicitado RX de tórax e realizado exame físico do tórax.

Sem anotação da Freqüência Respiratória, administração de Oxigênio de alta concentração.

C Parcialmente, punção acesso Duas vias de acesso venoso de

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venoso periférico para medicação.

grosso calibre para infusão de volume para hidratação.

D Parcialmente, avaliação da ECG, avaliação pupilar, TC de crânio e cervical S/C.

Avaliação da ECG incompleta e anotação da Freqüência Cardíaca.

E Parcialmente, realizado RX de seguimentos do corpo.

Realização de RX de crânio, exposição para avaliação e aquecimento do paciente, solicitação da avaliação do especialista.

Fonte; Próprios autores

Tabela 6 – Tabela descrevendo as principais conseqüências do Atendimento inadequado na sala de emergência

CONSEQUENCIAS

Não liberação ou Liberação inadequada de vias aéreas.

A

Impossibilidade de intubar por presença de sangue na cavidade oral, não visualização de lesão oculta das vias aéreas (edema, trauma de laringe)e corpo estranho (ovace). Manutenção de barreira mecânica (queda da língua, posicionamento inadequado da cabeça) impedindo a entrada de oxigênio em alta concentração.

CONSEQUENCIAS

Não verificação da Boa Respiração

B

Desenvolvimento de hipóxia, que acarreta aumento da pressão

intracraniana, rebaixamento da Escala de Coma de Glasgow,

ausência de diagnóstico de pneumotórax.

CONSEQUENCIAS

Não verificação da Boa Circulação

C Risco de Choque Hipovolêmico,hipotensão devido ao estabelecimento do choque descompensado, arritmias cardíacas, assistolia.

CONSEQUENCIAS

Não verificação da Avaliação Neurológica

D

A não verificação modifica drasticamente o prognóstico da vitima,

por ser a escala de coma de Glasgow o parâmetro utilizado para

indicar a intubação endotraqueal.

A ausência da avaliação neurológica impede o diagnóstico das

complicações do TCE, sendo os principais, a presença de processo

expansivo intracraniano e o conseqüente aumento da PIC.

CONSEQUENCIAS

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Não verificação da Exposição e Proteção contra a Hiportemia

E

Negligência na identificação de lesões em diversos seguimentos do

corpo, como região do dorso, períneo, crepitação da pelve, priapismo,

deformidades ósseas em extremidades, crepitação de costelas,

enfisema subcutâneo, hemorragias externas, hematomas,

lacerações, perfuração por arma de fogo ou branca, sangramentos

pelo reto, que são indicativos externos de traumas com possíveis

complicações. A exposição sem preocupação com o estabelecimento

da hipotermia pode favorecer o estabelecimento de complicações do

choque.

Fonte; Próprios autores

3.3. Exame Físico

A omissão no prontuário do paciente da anotação de Sinais Vitais,

Sistematização da Assistência de Enfermagem, anotação de enfermagem e

carimbo do enfermeiro(a) de plantão, traz questionamentos de qual tem sido

o papel do enfermeiro durante o atendimento do politraumatizado. Diversos

autores enfatizam a importância dos registros de enfermagem no prontuário

do paciente, como prova documental da prática de enfermagem e este fato

está relacionado com uma questão jurídica, no âmbito dos conselhos de

enfermagem, código civil e código de defesa do consumidor

(OGUISSO,SCHIMIDT, 2007).

É o registro no prontuário que comprova as práticas realizadas na

sala de emergência, descrevendo o atendimento baseado no protocolo ATLS,

com a avaliação rápida das lesões e instituição de medidas terapêuticas de

suporte de vida. Visto que o tempo é essencial, as anotações de horários dos

procedimentos demonstram uma abordagem sistematizada, que podem ser

facilmente revista, criticada e sirva de ferramenta avaliativa.

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29 O mneumônico ABCDE descreve uma forma organizada de

atendimento ao paciente politraumatizado, sendo a abordagem da via aérea

(letra A) o primeiro passo, pois favorece a livre entrada de ar nos pulmões,

seguido dos demais BCDE não menos importantes, que complementam o

complexo atendimento prestado ao paciente. O tempo de atendimento é

fundamental para preservação das funções cerebrais e prevenção da

hipovolemia, esta é uma avaliação que não deve demorar a ser realizada,

devido à importância do trauma.

Sendo assim o diagnóstico definitivo não é importante de imediato

porque as medidas de estabilização estão sendo realizadas, deve-se,

entretanto executar os procedimentos com segurança para não provocar

novas lesão, ou complicar as que já existem. O site www.scribd.com (2011)

refere que a seqüência de atendimento preconizada pelo ATLS é

esquematizada de maneira longitudinal e o atendimento de maneira

simultânea quando necessário.

A maneira mais simples de diagnosticar o problema com as vias aéreas é

avaliação da resposta verbal, sinais de cianose e agitação que podem

significar obstrução, neste caso é importante aspirar as vias aéreas e

observar presença de corpos estranhos. O uso do colar cervical é obrigatório,

não devendo ser negligenciado.

Segundo Atzingen et al (2008) notou-se que o trauma mata seguindo

uma ordem cronológica previsível, por exemplo “A obstrução das vias aéreas

mata mais rapidamente do que a perda da capacidade de respirar, que mata

mais rapidamente do que redução do volume sanguíneo circulante”.

Observamos abaixo como deve ser realizado o atendimento de um

politraumatizado conforme o site www.scribd.com (2011)

Exame Primário (ABCDE)

A) Permeabilidade das vias aéreas

Procurar de imediato o diagnóstico de obstruções por corpo estranho, traumas faciais, fraturas mandibulares, fraturas da laringe e traquéia.

Como primeira medida é recomendada a manobra de levantamento do queixo (chin lift) ou de anteriorização da mandíbula (jaw thrust).

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Proteção da coluna cervical: todas as manobras de desobstrução das vias aéreas devem ser feitas com o colar cervical.

B) Avaliar e garantir ventilação e oxigenação adequadas

A permeabilidade das vias aéreas, por si só, não significa ventilação adequada.

A existência de uma troca adequada de gases e uma boa ventilação deve ser sumariamente investigada (inspeção, ausculta, percussão, palpação).

C) Avaliação da perfusão orgânica

Pulsos, cor e temperatura da pele, nível de consciência.

Circulação

Controle da hemorragia (principal causa de mortes pós-traumáticas evitáveis).

Os torniquetes não devem ser utilizados, a não ser em caso de amputação traumática. Hemorragias em tórax e abdome, nas partes moles ao redor de fraturas graves de ossos longos, no espaço retroperitoneal são as principais causas de sangramento oculto.

Restauração da volemia: 2 veias periféricas com acesso calibroso.

Amostras de sangue devem ser coletadas para testes de ABO, provas cruzadas, Hb, Ht.

Se o paciente não responder à reposição inicial, deve receber sangue tipo específico;

Se não houver possibilidade (falta ou não realização de prova cruzada), deve receber sangue tipo O-.

D) Avaliação neurológica

Reação pupilar;

Escala de coma de Glasgow;

Sinais de lateralização 2 e nível de lesão medular.

E) Exposição / Controle do ambiente

Prevenir hipotermia (ambiente e soluções aquecidos);

Despir completamente o paciente para exame completo da superfície corpórea.

2 Como diminuição de força

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3.4. Exame cabeça pescoço e neurológico

A avaliação inicial deve identificar lesões que comprometem a vida do

paciente e, simultaneamente, estabelecer conduta para a estabilização das

condições vitais e tratamento destas anormalidades.

Anomalias do couro cabeludo, ocular, ouvido externo, membrana timpânica,

lesões dos tecidos moles, feridas penetrantes, enfisema subcutâneo, desvio

da traquéia e aparência das veias do pescoço, devem ser pesquisadas

durante o exame físico primário.

Uma rápida avaliação do estado neurológico deve determinar o nível de

consciência e a reatividade pupilar do traumatizado. O rebaixamento do

nível de consciência é indicativo de diminuição da oxigenação e lesão direta

do encéfalo. A avaliação do estado neurológico determina o nível da

consciência e deverá ser realizada na avaliação inicial, pode-se em um

primeiro momento utilizar o AVDI (A alerta, V estimulo verbal, D estimulo

doloroso, I irresponsivo) (imediatamente à recepção do politraumatizado, por

exemplo, na recepção da vitima ainda na maca do veículo de resgate) seguido

da avaliação primária, já na sala de emergência com a utilização da ECG,

não esquecendo a avaliação pupilar; as pupilas assimétricas ou dilatadas

podem ser indicadores de elevação da pressão intracraniana. Esta avaliação

neurológica segue propedêutica própria e deve determinar a lesão de acordo

com o nível de consciência do paciente, devem-se fazer perguntas a vitima e

solicitar que realize pequenos movimentos para avaliar a função motora dos

membros inferiores e superiores. (WILKINSON et al 2000).

A Escala de Coma de Glasgow conforme a tabela 6 em anexo, foi

desenvolvida na década de 70 e tem sido mundialmente utilizada em

trauma, e em paciente crítico com disfunção do Sistema Nervoso Central

(SNC), é um instrumento valioso para avaliação neurológica.

Esta é uma forma objetiva de avaliar a consciência, a escala avalia três

parâmetros de resposta a estímulos, a abertura ocular, a melhor resposta

verbal e melhor resposta motora. Um resultado menor de 8 indica a

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32 realização de intubação traqueal, para manutenção e proteção das vias

aéreas. (www.sarah.br,2011)

Tabela 6 - Escala de Coma de Glasgow

Parâmetros Escore Abertura ocular Espontânea 4 Ao estimulo verbal 3 Ao estimulo doloroso 2 Ausente 1 Melhor Resposta Verbal Consciente e orientado 5 Confuso 4 Palavras desconexas 3 Sons 2 Ausente 1 Melhor Resposta Motora Obedece a comandos 6 Localiza dor 5 Movimento de retirada 4 Flexição anormal (decorticação) 3 Extensão anormal (descelebração) 2 Nenhuma 1

O exame neurológico é utilizado pelo Enfermeiro tanto na admissão

como na evolução do paciente. A freqüência com que o exame é realizado

depende do estado de gravidade do paciente ou da rotina da instituição, cabe

ao Enfermeiro determinar este intervalo de tempo, visto que varias

complicações são detectadas através do exame neurológico (...) A avaliação

das pupilas deve ser feita através da observação do tamanho, simetria e

reatividade pupilar a luz, o diâmetro da pupila é medido por um aparelho

chamado pupilômetro, o diâmetro pupilar normal geralmente esta entre 3 a

6 mm, sendo que a divergências em algumas literaturas.(CELEGATO et al

2007).

Figura 1 - Pupilômetro

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O exame da cabeça deve ser feito com cuidado, fraturas no crânio

devem ser procuradas, fraturas na base do crânio podem ser suspeitadas

pela presença de sangue no tímpano, drenagem de líquido cefalorraquidiano

pelo ouvido ou nariz, hematoma ao redor dos olhos, lesão nos nervos do

crânio: fraqueza na face, perda de audição, redução da visão, visão dupla.

Lacerações do tecido cerebral ocorrem quando há fraturas, podendo levar a

perda de substância encefálica e levam a hemorragia intracraniana, déficits

neurológicos sempre estão presentes, e deixam seqüelas, apesar de ocorrer

certa melhora com o tempo.

Fatores de risco

A fratura óssea do crânio implica em grande força exercida pelo

mecanismo de trauma diretamente na cabeça, e podem ser observada em

torno da calota óssea, base do crânio e face.

Hematoma epidural (localizado entre a calota craniana e a

membrana mais externa de revestimento do cérebro) São lesões associadas a

fraturas que laceram uma das artérias ou veias meníngeas em geral há

perda da consciência logo após o trauma com recuperação após alguns

minutos ou horas.

Hematoma subdural agudo (localizado entre as membranas que

revestem o cérebro) é encontrado, freqüentemente, em pacientes que sofrem

traumatismo decorrente de aceleração e desaceleração em altas velocidades,

são acompanhados de laceração do parênquima e dos vasos.

Conforme descreve M. Giugno1,K.M at AL (2003) o conteúdo

intracraniano é composto de 80% de tecido cerebral, 10% de liquor e 10% de

sangue, se esses volumes forem alterados, ocorre o aumento da pressão

intracraniana. Inicialmente o conteúdo intracraniano tende a se acomodar,

controlando temporariamente o aumento da PIC, entretanto o aumento

progressivo de um dos elementos presentes, tende a comprometer a

funcionalidade de outro, caracterizando o quadro patológico da HIC. Muitos

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34 hematomas intracranianos demoram a ser apresentados nos exames de

imagem como a tomografia computadorizada, por exemplo. Este hematomas

são uma das causas do aumento da pressão dentro da calota craniana eles

ocorrem geralmente nos traumas cranianos de media ou grande intensidade,

produzindo lesões de massa e geralmente ocorrem no lobo frontal e

temporal, (www.sarah.br,2011).

A monitoração precoce da PIC no paciente com TCE pode revelar

lesões de massas expansivas, quando não consegue realizar o exame

neurológico preciso. Após estabelecer a monitorizarão da PIC, a Pressão de

perfusão cerebral (PPC) pode ser calculada pela fórmula (PPC = PAM-PIC) o

valor normal é de 20 mmHg e a 25 mmHg em paciente com TCE grave.

Para manter o controle da PIC e da PPC devem-se usar recursos como a

redução do metabolismo cerebral, sedação, intubação a hiperventilação,

terapia hiperosmolar e procedimento cirúrgico.(GENTILE et al 2011).

Fatores importantes

A proteção da coluna cervical usando o colar e a prancha constitui

medida universal no atendimento do paciente vitima de trauma, devendo ser

mantida até a avaliação de um especialista que comprove não haver lesão

neurológica, lesão óssea ou lesão da medula cervical.

O tamanho apropriado do colar é muito importante, pois um colar pequeno

poderá não prover a imobilização adequada e suficiente, enquanto o grande

poderá levar a uma hiperestensão cervical no paciente, sendo assim, a

escolha do tamanho ideal é feita calculando a distancia entre a linha

imaginaria no ombro, e a base do queixo. O uso da prancha rígida deverá

ser mantida durante o transporte do paciente, dando maior estabilidade e

protegendo a coluna cervical. (www.marimar com.br,2011)

3.5. Sistematização da Assistência de Enfermagem no Pronto

Socorro

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35 Considerando a Resolução COFEN nº 272/2002 que dispõe sobre a

Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE), nas instituições de

saúde brasileiras, como sendo uma atividade privativa do Enfermeiro. A SAE

é um método que o Enfermeiro utiliza para identificar a saúde e a doença e

assim pode contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e

reabilitação da saúde do individuo. (COFEN, 2002)

Trata-se de uma abordagem para solucionar os problemas, exigindo

habilidades cognitivas e técnicas, direcionando uma assistência de

enfermagem que satisfaça as necessidades do cliente. O Enfermeiro deve

elaborar um plano de cuidado visando uma assistência de qualidade. Ao

planejar a assistência, garante sua responsabilidade junto ao cliente, desse

modo o planejamento permite diagnosticar as necessidades e garante a

prescrição adequada dos cuidados prestados. (ANDRADE, VIEIRA 2005)

O processo de Enfermagem possui cinco fases seqüenciais e inter-

relacionadas: levantamento de dados (investigação), diagnóstico,

planejamento, implementação e avaliação. A utilização do processo de

enfermagem traz muitos benefícios principalmente para o cliente, porque

melhora a comunicação entre a equipe, agiliza o diagnóstico e o tratamento

do problema de saúde, elabora cuidados do individuo e não apenas a

doença. (AMANTE et al 2009).

O Pronto Socorro por ser uma área do Hospital com maior complexidade de

atendimento e maior fluxo de atividades, exige do profissional uma

assistência imediata e eficiente, habilidade e conhecimento técnico profundo.

O enfermeiro deve ser ágil na realização de uma sistematização

personalizada para cada cliente, tendo em vista as alterações que ocorrem

devido a instabilidade hemodinâmica que os pacientes politraumatizados

tendem a apresentar.

A coleta de dados é muito importante para o processo de

enfermagem, que tem como objetivo obter informações importantes sobre a

saúde do individuo, esses dados são fundamentais para o plano de cuidado.

Para um cliente com cuidados especiais que geralmente apresenta-se

instável, a assistência de enfermagem sistematizada é ainda mais

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36 necessária, pois facilitará o domínio da técnica, que concilia com um

cuidado humanizado.

Quanto maior a necessidade de cuidados ao cliente, maior é a necessidade

de se planejar a assistência, pois a sistematização visa à organização, a

eficiência e a validade da assistência prestada.

Portanto, considerando a Sistematização de Assistência de

Enfermagem para a prática de enfermagem, observa-se a necessidade de

capacitar melhor os Enfermeiros, para que executem e utilizem desse

instrumento importante, de forma que ofereça um cuidado integral e

qualificado para as vitimas no pronto socorro. Esta afirmação é comprovada

por Costa (2011) que avaliou provas de candidatos ao cargo de enfermeiro de

Pronto Socorro e após analise dos resultados, descreveu:

O estudo demonstrou que em todas as respostas dos sujeitos

investigados, existiam diferenças de interpretação que afetavam o sentido

real dos conceitos; o que difere do pensamento de vários autores citados

e da própria resolução, com relação a importância do conhecimento da

teoria para desenvolvimento de uma práxis de enfermagem.(COSTA,

2011)

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4. Considerações Finais

O enfermeiro na unidade de emergência necessita ter conhecimento

científico, prático e técnico para poder transmitir segurança para sua equipe,

tomar decisões e diminuir os riscos ao paciente. (WEHBE, GALVÃO 2001)

Segundo Costa (2011) existem barreiras que dificultam a implementação da

SAE pelos enfermeiros, principalmente no que se refere ao significado de

suas fases e citando Hermida (2004) algumas das principais barreiras é a

“necessidade de aprofundamento teórico, falta de prática e não saber realizar

o processo de enfermagem.”

A qualidade do atendimento na sala de emergência é importante para uma

rápida reanimação do paciente. A enfermagem ocupa um lugar de extrema

importância na equipe de emergência, pois todo o processo de admissão e

preparo de materiais é direcionado e coordenado pelo enfermeiro. Santos et

al (2010) descreve que a utilização de protocolos de atendimento para a sala

de emergência proporcionará a equipe de enfermagem em conjunto com a

equipe médica, executar um atendimento sincronizado e direcionamento

para que o atendimento se torne mais ágil e eficaz.

Baseado na coleta de dados dos 04 prontuários de vítimas de TCE os

resultados revelam que no atendimento ao trauma os profissionais de

enfermagem não estão preparados para oferecer uma assistência imediata e

de qualidade para as vítimas de TCE. Além disso, comprovou a falta de

organização e direcionamento no atendimento ao politraumatizado, onde em

nenhum momento encontrou-se escrito nos prontuários a sequência correta

recomendada no protocolo ATLS. As descrições médicas apresentavam-se

incompletas e inexistia a formalização escrita da SAE, descaracterizando a

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38 importância do enfermeiro na sala de emergência. Sendo assim a utilização

de um protocolo de enfermagem na sala de emergência construído de forma

personalizada, proporciona segurança para a equipe e conduzirá um

atendimento com qualidade ás vitimas de traumas, atendidas na sala de

emergência.

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Referências

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