Opinião -...

37

Transcript of Opinião -...

Page 1: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com
Page 2: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

04 - Editorial Paulo Rocha06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Semana de... José Carlos Patrício22 - Dossier Cáritas Portuguesa

50 - Multimédia52 - Estante54 - Concílio Vaticano II56- Agenda58 - Por estes dias60 - Programação Religiosa61 - Minuto Positivo62 - Liturgia64 - Fátima 201768 - Fundação AIS70 - LusoFonias

Foto de capa: AEFoto da contracapa: DR

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo AguiarPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

2

Opinião

Presidente daRepública àespera do Papa[ver+]

Francisco, 4 anosde pontificado[ver+]

CáritasPortuguesa, açãono terreno[ver+] Paulo Rocha | José Carlos Patrício|Fernando Cassola Marques |Manuel Barbosa | Paulo Aido | TonyNeves

3

Page 3: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Os juízes da caridade

Paulo Rocha Agência ECCLESIA

O antigo diretor da Sala de Imprensa doVaticano, o jesuíta Federico Lombardi, falouinúmeras vezes sobre a relação entre os media ea Igreja Católica e sobretudo operacionalizouesse relacionamento numa proximidadecrescente, salvaguardando a especificidade e asdinâmicas de cada uma das partes. Uma ocasião,numa conferência realizada durante umcongresso que reuniu títulos da imprensacatólica da Europa, referiu-se aos indicadores deconfiança (ou desconfiança) que podem existirentre as partes, entre os media e a IgrejaCatólica, marcados por uma tensão recíproca (oque não é necessariamente negativo). Dizia, naaltura, que há dois temas em que a IgrejaCatólica, mesmo sendo completamentetransparente e verdadeira, vai gerardesconfianças e reservas por parte dos meios decomunicação social e do debate mediático: osque se relacionam com a moral e com a gestão.A cada passo, a tese do padre Lombardicomprova-se! Não só porque são recorrentes as

4

incursões mediáticas nesses temas,também porque permanece algumadificuldade em tratar nos meios decomunicação social o que decorrede comportamentos morais ou deopções administrativas. Se, por umlado, estão em causa decisões doforo individual, elas são tomadas,por outro, em nome de umacomunidade e têm, também porisso, repercussões públicas.Diante da suspeita de gestãodanosa por parte de instituições queatuam no setor social e dos seusresponsáveis, tenham ou nãoqualquer ligação à Igreja Católica, énecessário, sem dúvida, afirmar aurgência de averiguar a verdade eexigir permanentemente atransparência. Mas tendo presenteduas premissas: há circunstânciasem que não basta ser sério, mas énecessário parecer; e é preciso não

esquecer ingenuamente que muitosdebates são adulterados consoantepontos de interesse que seextremam sem cessar.E as pessoas...! No contexto de umdebate que não vai além devariáveis numéricas, esquecem-semuitas histórias de vidas,circunstâncias concretas de quemdepende de uma ajuda para não terfome, de uma palavra parasobreviver e do voluntariado paraolhar outro humano. Tanto paraorganismos reguladores como parao escrutínio da opinião pública, énecessário incluir neste debatesobre o setor social as mulheres ehomens, crianças ou idosos que, emqualquer momento, estão emcontacto com organizações sociais enelas encontram a garantia daelementar dignidade de vida. Sãoesses os principais juízes dacaridade.

5

Page 4: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, líder do Partido Popularpara a Liberdade e a Democracia, celebra a vitória nas legislativas

desta quarta-feira

6

"Os números são simples: 2,1% de défice, o melhor

em 42 anos de democracia, 2% de saldo primáriopositivo, diminuição de um ponto da dívida líquida,estabilização da dívida bruta e começo da redução,estabilização do sistema financeiro, criação de 118 milpostos de trabalho líquidos. Estes são os números. Econtra factos não há argumentos".António Costa, primeiro-ministro português, Porto,14.03.2017 "Talvez seja possível dar algum sentido útil a umaestratégia anual, virada agora para médio e longoprazo, e sobretudo tirar proveito da Lei deEnquadramento Orçamental, para reforçar uma visãodo Orçamento que lhe proporcione mais estávelhorizonte e mais clara operacionalidade económica”.Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da RepúblicaPortuguesa, Lisboa, 15.03.2017 "Somos confrontados com notícias de que o senhorprimeiro-ministro toma as decisões certas pelosmotivos errados. Afinal, a revisão curricular nãoavança, não porque é um clamoroso erro, mas simporque o primeiro-ministro não quer pôr em risco oresultado nas eleições autárquicas"Pedro Alves, deputado do PSD, Lisboa, 15.03.2017 “Na segunda-feira, a senhora presidente da Saudaçor[empresa pública que gere os recursos eequipamentos de saúde dos Açores] teveoportunidade de afirmar que a situação é efetivamentegrave, todos nós o reconhecemos”Rui Luís, secretário regional da Saúde dos Açores,sobre a divulgação de dados de 230 mil utentes daregião, Horta, 15.03.2107

7

Page 5: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Marcelo Rebelo de Sousaantecipa encontro com o Papa

O presidente da RepúblicaPortuguesa antecipou à AgênciaECCLESIA o seu encontro com oPapa, durante a visita queFrancisco vai fazer a Fátima, nosdias 12 e 13 de maio, por ocasiãodo Centenário das Aparições.Marcelo Rebelo de Sousa salientouque o encontro com o Papaargentino terá lugar no dia 12 “logoa seguir à chegada” de Francisco àBase Aérea de Monte Real, “depoisdas cerimónias protocolares”.Para o presidente da República,

será “uma honra reencontrar” oPapa depois da visita que fez aoVaticano, a 17 de março de 2016.“Uma ocasião única que nãoesqueço na minha vida”, apontouRebelo de Sousa, acrescentandoque esta “nova conversa” com oPapa será necessariamente “maiscurta do que a outra, que foi maisde meia hora”.As declarações de Marcelo Rebelode Sousa à Agência ECCLESIAforam prestadas esta quarta-feira, àmargem da apresentação do livro‘Conversas

8

em altos voos’, uma obra dajornalista Aura Miguel sobre o PapaFrancisco, cujo prefácio é assinadopelo presidente da República.Numa abordagem à figura do Papaargentino, o chefe de Estadoportuguês destaca uma figura “quequer ao tratar dos grandesproblemas da humanidade, querdos problemas do dia-a-dia, maisconcretos, é “de uma proximidade ede uma doação integral ao outro”.“É mais do que empatia. É um Papaque está perto das pessoas, dosseus problemas, que recorre a umdiscurso muito simples e muito claro,é um Papa muito preocupado, aindamais do que os seus antecessores,com os jovens, com os imigrantes,filho de imigrante, que acompanhaportanto

esses dramas que atravessam ajuventude, que atravessam asmigrações, os refugiados”, realçou.O presidente da República destacouainda a capacidade de Francisco,sendo “da América Latina”, olharpara o “drama da Europa”, umaregião “de certa maneiraenvelhecida por comparação comaqueles continentes onde a IgrejaCatólica está a crescer e aflorescer”. “Compreender este Papana sua maneira de ser écompreender o seu percurso, a suabiografia. Ele nunca deixou de ser opároco que usava os sapatoscambados, que tinha um contactodiário, pessoal e constante com todaa gente, que se sente mal nossalões, que se sente mal comoestadista, na alta-roda da vidainternacional”, apontou.

O presidente da República Portuguesa assinalou o 4.º aniversário depontificado do Papa Francisco, saudando a sua “corajosa defesa dosvalores universais da paz e da justiça”. Marcelo Rebelo de Sousasublinha, numa mensagem divulgada pela página oficial da Presidênciada República, que a eleição do cardeal Jorge Mario Bergoglio “comoSumo Pontífice da Igreja Católica, a 13 de março de 2013, marcou umponto de viragem para todo o mundo, pela luz de esperança que, emtempos sombrios e de grande incerteza, o magistério do PapaFrancisco vem incutindo em milhões de seres humanos”.

9

Page 6: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Um pontificado de continuidadeGuilherme d’Oliveira Martins disseque os quatro anos de pontificadodo Papa Francisco vieram retomar,“com elementos de mudança”, alinhas fundamentais deantecessores como João XXIII, JoãoPaulo II e Bento XVI. Em entrevistaao Programa ECCLESIA destasegunda-feira, na RTP2, o atualadministrador executivo daFundação Calouste Gulbenkiandestaca a forma como o Papaargentino tem procurado daratenção aos “sinais dos tempos” e à“causa da paz”, na esteira de JoãoXXIII e de João Paulo II.O presidente do Centro Nacional daCultura realça ainda o modo comoFrancisco tem estado presente nocentro do debate sobre a justiçasocial e a economia. “É preciso nãoesquecermos uma encíclicaextraordinariamente importante, eque está bem presente nestepontificado, que é a ‘Caritas inveritate’, do Papa Bento XVI, muitoclara, muito dura, contra a economiade casino, contra o curtíssimoprazo, contra as ilusões, contramercado e uma economia quemata”, salienta Guilherme d’OliveiraMartins.No entanto, para aqueleresponsável, existem “elementos demudança”

na ação do Papa Francisco, quepodem ser separados “em doisdomínios”: o “arrumar da casa”, ouseja, a “organização” da Santa Sé; ea parte mais “pastoral”.Sobre o primeiro, Guilhermed’Oliveira Martins lembra o trabalhoque o Papa Francisco temdesenvolvido na restruturação daIgreja Católica e do Vaticano, demodo a “não haver qualquer névoarelativamente ao cumprimentoestrito dos princípios”, em matériascomo o combate ao crime financeiroe à pedofilia. “Isto levanta paraalguns incómodos naturalmente,mas são exatamente os mesmosincómodos que Jesus Cristo aochegar ao templo e ao ver osvendilhões, tomou uma atitude clarae inequívoca, e este Papa nãoesquece essa atitude”, salienta.

10

Reitor espera bons frutosda visita do Papa a FátimaO reitor do Santuário de Fátimaacredita que a visita do PapaFrancisco vai trazer "uma novaperspetiva" sobre a Mensagem esobre o santuário às pessoas maisafastadas da Igreja. "Não tenhodúvidas que a presença do Papa e,concretamente, a presença do PapaFrancisco, pode ajudar as pessoasque habitualmente não olhavampara Fátima a olhar com uma novaperspetiva para a mensagem e parao santuário", afirmou o padre CarlosCabecinhas à Agência ECCLESIA.A menos de dois meses da chegadado Papa Francisco a Portugal, oSantuário desenvolve esforços depreparação para o acolhimento detodos os que pretendem participarna peregrinação internacionalaniversária de maio, nos dias 12 e13.O responsável sustenta a procurade "muitas outras pessoas" deoutras confissões cristãs e religiõesque não deixavam de visitar Fátima."Há todo um público menosvinculado ao fenómeno religiosoque nos últimos tempos temprocurado Fátima, sobretudo pelavia cultural. Penso que a vinda doPapa pode potenciar estaaproximação entre Fátima e asfranjas menos sensíveis à temática

da mensagem deste lugar".O padre Carlos Cabecinhasreconhece uma certa "resistência aFátima", do ponto de vista"intelectual e cultural", área em quetêm investido. "Temos procuradoque a nossa reflexão procure atingiroutras dimensões quehabitualmente não estãocontempladas. Temos procuradoalargar o nosso horizonte eprocurado que Fátima tenha essavertente cultural que habitualmenteera menos valorizada".O reitor do santuário marianodestaca a iconografia como um eloestético e espiritual. "Há toda aimportância iconográfica esimbolismo ligado ao que bebemose experimentamos do ponto de vistaestético, também porque ésignificativo na dimensão culturalcomo também popular".

11

Page 7: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

12

«Estandartes Mensagem de Fátima» assinalam a celebração do centenário

Santuário e autoridades civis ultimam preparativos para visita do Papa

13

Page 8: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

4 anos de pontificado do Papa anti-herói

O Papa completou esta segunda-feira quatro anos de pontificado,marcados por mensagens deabertura e diálogo, com atençãoaos mais desfavorecidos, e medidasde reforma interna. A mensagempassa por gestos concretos, como avisita a Amatrice, uma das zonasafetadas pelos sismos no centro deItália, a viagem a Lesbos, de ondevoltou com um grupo de refugiados,ou o encontro com líderes de váriasreligiões, na cidade italiana deAssis, assinando uma declaraçãoconjunta pela paz que rejeita oterrorismo fundamentalismo.

Francisco disse em entrevista a umperiódico alemão que não gosta da“idealização” da sua figura, ele quejá foi representado como um super-herói. “Eu sou um pecador, soulimitado”, referiu ao ‘Die Zeit’, depoisde em janeiro ter referido ao ‘ElPaís’ que apenas quer uma Igrejamais “próxima” e rejeita a ideia de“revolução” ou de ser“incompreendido”.Repetindo alertas contra a onda de“populismo” no Ocidente, Franciscotem sublinhado a necessidade deconstruir “pontes” para travar

14

a cultura do “medo” do outro queleva a levantar “muros”, ao mesmotempo que critica a exploração dospaíses mais pobres e os negóciosda guerra.A condenação da violência emnome da religião, da “loucurahomicida” do fundamentalismo temacontecido em diversas ocasiões,muitas vezes com o pano de fundo aperseguição a minorias religiosas noMédio Oriente e o “martírio” doscristãos em vários países.Ecumenicamente, os últimos mesesficaram marcados pelo encontrohistórico com o patriarca ortodoxode Moscovo, Cirilo, em Cuba; pelaviagem à Suécia, para assinalarcom os luteranos os 500 anos dareforma protestante; e pela primeiravisita de um Papa à igreja anglicanade Roma.A aproximação a outrascomunidades cristãs tem geradoalgumas críticas internas, que semultiplicaram a respeito de posiçõesapresentadas na exortaçãoapostólica pós-sinodal ‘AmorisLaetitia’, que recolhe os resultadosde dois Sínodos sobre a família(2014 e 2015), na qual se propõeum caminho de “discernimento” paraos católicos divorciados quevoltaram

a casar civilmente.No atual pontificado, a IgrejaCatólica viveu o terceiro Ano Santoextraordinário da sua história, oJubileu da Misericórdia, para, naspalavras do Papa, sublinhar que “amisericórdia é o nome de Deus” erecordar a importância do “perdão”.Simbolicamente, foi neste ano queaconteceu a canonização de SantaTeresa de Calcutá.Na Polónia, onde presidiu à JornadaMundial da Juventude, passou emsilêncio pelos campos deconcentração nazi de Auschwitz.O Papa tem alertado para a“globalização da indiferença” e paraos perigos da concentração dariqueza, propondo uma mudança doparadigma económico e financeirointernacional.A reforma da Cúria Romana, com aajuda de um Conselho de Cardeaisdos cinco continentes, já levou àcriação de dois dicastérios e avárias alterações na administraçãoeconómico-financeira da Santa Sé edo Estado do Vaticano, além demedidas no acompanhamento eprevenção de casos de abusossexuais.

15

Page 9: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Papa critica quem sacrificatrabalhadores ao lucro

O Papa condenou no Vaticano o“pecado gravíssimo” de deixarpessoas sem emprego por“manobras económicas” ouinteresses menos “claros”. "Quem,por manobras económicas, parafazer negócios que não sãototalmente claros, fecha fábricas,empresas, e tira trabalho aoshomens, esta pessoa comete umpecado gravíssimo", disse, no finalda audiência pública semanal quedecorreu na Praça de São Pedro.A intervenção, improvisada, foisaudada com uma salva de palmaspelos peregrinos presentes no

Vaticano. "O trabalho dá-nosdignidade e os responsáveis dospovos, os dirigentes, têm aobrigação de fazer todos ospossíveis para que cada homem ecada mulher possam trabalhar eassim andar de cabeça erguida,olhar os outros nos olhos, comdignidade", assinalou Francisco.O Papa tinha começado por deixaruma palavra de solidariedade aostrabalhadores da ‘Sky Italia’. “Desejoque a sua situação laboral possaencontrar uma rápida solução norespeito pelos direitos de todos,especialmente das famílias”, apelou.

16

Fátima, entre a China e o VaticanoO Papa Francisco abençoou umaimagem de Nossa Senhora deFátima que foi levada ao Vaticanopor católicos da China, antes doinício da audiência geral. No final dopercurso em papamóvel pela Praçade São Pedro, o Papa parou parasaudar um pequeno grupo de fiéis,com bandeiras da China, que seajoelharam diante dele e o beijaram.Um dos elementos do grupo traziaconsigo uma imagem de NossaSenhora de Fátima, que apresentoua Francisco.Em janeiro, o Papa tinha abençoadono Vaticano seis imagens de NossaSenhora de Fátima, destinadas àcomemoração do Centenário dasAparições na Cova da Iria em todo omundo, uma das quais teve comoprimeiro destino Hong Kong, naChina.O regime de Pequim criou em 1957uma Igreja “oficial”, a APC -Associação Patriótica Católica, paraevitar interferências estrangeiras,em especial da Santa Sé, e paraassegurar que os católicos vivamem conformidade com as políticasdo Estado, o que inclui o controlosobre a nomeação de bispos,pretensão não reconhecida peloVaticano.

Os católicos que seguem asindicações de Roma, nãoreconhecendo a APC, vivem numaIgreja “clandestina”.Um novo regulamento obriga osbispos católicos a registar-se juntodo Departamento dos AssuntosReligiosos da China, especificandoque "aqueles que não obtiverem ouperderem as credenciaisprofissionais não podemcomprometer-se em atividades comopessoal religioso".Entre as ações "criminosas"elencadas está "aceitar o domíniode forças estrangeiras, aceitar semautorização clero de gruposreligiosos estrangeiros ouorganizações, assim como outrosatos contrários ao princípio daindependência religiosa e doautogoverno”.

17

Page 10: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

18

Tribunal Europeu de Justiça decide que empresas podem proibirfuncionários de usar símbolos religiosos

Papa condena «pecado gravíssimo» de tirar trabalho às pessoas

19

Page 11: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Uma semana de aniversáriosespeciais

José Carlos Patrício Agência ECCLESIA

Não caro(s) leitor(es), não estou a escrever arecordar que esta semana fiz anos, e que belafesta foi!Quero antes aproveitar a oportunidade paradestacar algumas das efemérides que marcaramestes dias, a começar pelo 4.º aniversário dopontificado do Papa Francisco, assinalado a 13de março.Quatro anos que têm mostrado ao mundo umaIgreja Católica mais presente no mundo, mesmono plano mediático, porque mais envolvida com asociedade, com os seus problemas e desafios.Desde a sua famosa frase, ‘parece que forambuscar-me ao fim do mundo’, o Papa argentino jápercorreu também ele um longo caminho, masdescobriu um atalho para o coração daspessoas, através da sua energia e alegria, e deuma personalidade que teima em estar presenteonde os dramas da humanidade se fazem sentirde forma mais intensa.Esta semana está ainda marcada pelo primeiroano de Marcelo Rebelo de Sousa comopresidente da República Portuguesa, e com umestilo também muito ligado ao de Francisco.Se o Papa não pára no Palácio do Vaticano, aliásescolheu a bem mais humilde Casa de SantaMarta para residência, o presidente portuguêsnão pára no Palácio de Belém, desmultiplicando-se em iniciativas de índole política e cultural,social e solidária.Estando no meio das pessoas, hoje num bairrosocial, amanhã num hospital a ler histórias

20

para crianças, depois numaconferência ou seminário sobrejustiça social.Na apresentação esta quarta-feiraem Lisboa do livro ‘Conversas emaltos voos’, da jornalista Aura Miguelsobre o Papa Francisco, MarceloRebelo de Sousa disse “há um Papapara cada momento”.Uma Igreja Católica repleta dedesafios e interpelações,inclusivamente internos, precisavade um Papa ao estilo do antigoarcebispo de Buenos Aires, JorgeBergoglio.E creio que um Portugal ferido pelacrise económica, descrente nasinstâncias internacionais e nosresponsáveis políticos, também

precisava de um presidente daRepública ao estilo de MarceloRebelo de Sousa.Mas já no horizonte próximo está jáoutro aniversário, dos 50 anos daencíclica ‘Populorum Progressio’, doPapa Paulo VI.Um documento que quando foipublicado, a 26 de março de 1967,alertava para as condições quetinham de ser criadas para garantiro desenvolvimento de todos ospovos, com um elenco de propostasque hoje permanecem bem atuais.No entanto sobre isso não queroadiantar-me, vai ter tempo de lernum próximo semanário digital daAgência ECCLESIA.

21

Page 12: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

A Semana Nacional Cáritas que decorre até domingo é este anocentradano tema da Família e pretende reforçar o apoio prestado às pessoasmais carenciadas em todo o país. Numa mensagem alusiva ao temadasemana o bispo auxiliar de Lisboa, D. José Traquina, apelaà ousadia de, a família, "ser verdadeiramente capaz deconstruir a Paz".O dossier desta edição do Semanário centra-se naação desta organização católica de solidariedadee ajuda humanitária, em Portugal e junto dosrefugiados. Para dar a conhecer históriasde vida e trabalho concreto, junto dequem mais precisa e não dispensaesta presença.

22

23

Page 13: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Um dia com a Cáritas de CoimbraA reportagem da ECCLESIA foipassar um dia em Coimbra, junto daCáritas Diocesana, que desenvolveo seu serviço/missão através daatuação diversificada em múltiplasáreas de intervenção a partir deuma leitura atenta dasnecessidades e atualmente uma“grande questão” é a área doenvelhecimento. “Temos de fazeralguma reestruturação no serviçotradicional de apoio a idosos. Pensoque de forma geral o Estado já osabe”, afirma a diretora deDepartamento de Inovação |Comunicação e Projetos da CáritasDiocesana de Coimbra.Carina Dantas explica que devido àsalterações demográficas dentro de“muito pouco tempo” não vão terresposta para as pessoas que estãoa envelhecer e “a ficar maisdependentes” porque as estruturasresidenciais, o lar “já não temvagas”. “Não temos ainda esquemasde apoio domiciliário suficientes,estruturados para que as pessoaspossam permanecer em casa maistempo”, observa.A Cáritas Diocesana de Coimbratem tentado “criar alternativas” parao cuidado ao domicílio e refere quetêm que continuar a investir, a fazerque seja “percetível” às “vias de

financiamento estatal” para quepossa ser “não apenasimplementado” a nível local, masnuma “política nacional diferente”.O projeto ‘Lucas 10,35’ é umexemplo de voluntariado com aspessoas de maior idade que aequipa da Cáritas tem estado adinamizar junto de paróquias egrupos.Para a diretora de Departamento deInovação é necessário também“investir muito” na inclusão socialassociada à pobreza, aodesemprego, a “outras formas denão inclusão dos padrões comunsda sociedade” não tanto pela viacaritativa mas, essencialmente, pelapromoção e qualificação.Carina Dantas comenta que têm“grande dificuldade” em garantirsoluções de empregabilidade parapessoas em situação dedesvantagem enquanto noutrospaíses, por exemplo, existemcooperativas/empresas sociaisquando em Portugal encontram“problema legislativo”. “É essencialpara conseguirmos não estarapenas a dar dinheiro às pessoasmas criar ferramentas para queconsigam ter vidas autónomas. Issoé dignidade, de outra forma estamosa manter problema que nunca seresolverá

24

e não consegue mudar a formacomo a sociedade encara aspessoas em situação de exclusão”,alerta.A Cáritas Diocesana de Coimbraconsidera que tem de haver “ligaçãode forças e proximidade muitogrande” entre as politicas sociaisdefinidas e as instituições sociaisque trabalham efetivamente noterreno para além da “predisposiçãodas instituições para arriscarem emcoisas novas”.Com um trabalho em muitas áreasde intervenção, a entrevistadaespera que resultem da leituraatenta das necessidades daspessoas onde alguns projetos têmevidenciado “mais necessidades”ou, pelo menos,

têm existido “mais alterações aolongo do tempo”, por razõespolíticas, económicas, demográficase sociais.Carina Dantas explica que nãoquerem “inovar por inovar”, mas osproblemas vão emergindo e têm deresponder sendo a atualização“muito importante no trabalhosocial”. A instituição católica tambémestá em contacto com as paróquiase grupos socio caritativos deCoimbra com a sua equipa dePastoral e Voluntariado que“trabalha diretamente com as váriasparoquias tenta capacitá-las, darformação”.Em plena Semana Cáritas 2017, quetermina este domingo com umpeditório publico, a entrevistada

25

Page 14: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

refere que a “transparência éessencial” e têm todas as contas eas atividades publicas no seu site,“é muito fácil as pessoasperceberem” o que fazem e como. Olha o robôA Cáritas Diocesana de Coimbraestá a participar na faseexperimental de um robô que prestaapoio complementar a idosos, noâmbito de um projeto internacionalfinanciado pela União Europeia.Luís Santos, o gestor do projeto‘GrowMeUp’ como é denominado,realça que “o grande objetivo éfacilitar a introdução

deste tipo de tecnologias nomercado e na sociedade”, tendo emconta que cuidar dos mais idososserá cada vez mais “umanecessidade no futuro”.A iniciativa ‘GrowMeUp’ é uma dasgrandes bandeiras do programacomunitário de financiamentoHorizonte 2020, no que toca aoapoio à terceira idade. Écoordenado pela Universidade deCoimbra e além de Portugal envolveatualmente mais sete paceiros dediversos países, como a Suíça e oChipre.O robô, “totalmente fabricado emPortugal”, tem a capacidade deinteragir com as pessoas idosas,

26

graças a um sistema de diálogointeligente. Está também preparadopara apoiar os mais velhos nas suasnecessidades e hábitos, porexemplo “na deteção de quedas” ou“na toma de medicação”, ajudandoassim a prevenir problemasdecorrentes da inevitáveldeterioração das capacidadesfísicas e cognitivas das pessoas naterceira idade.De acordo com Luís Santos, “o robôvai ser proativo na procura dapessoa dentro do espaço de casa,para detetar o comportamento dapessoa dentro de casa e se háalguma situação de emergência queseja necessário reportar aoscuidadores, da Cáritas oufamiliares”.

O último ano foi praticamente tododedicado à fase experimental doprojeto, “na Cáritas e em casa daspessoas”, o que permitiu identificaralgumas lacunas a melhorar.A primeira questão, refere LuísSantos, “é que, por causa dasexpetativas que o idoso tem quandovê o robô, a aceitação da tecnologiaestá dependente da facilidade queele tem em interagir através dodiálogo”. “Outro problema é que ascasas típicas em Portugal sãoespaços pequenos, portanto anavegação de um robô deste tiponesses espaços tem algunsdesafios”, admite o investigador.O desejável é fazer com que o robôseja totalmente “autónomo”,

27

Page 15: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

de modo a não precisar denenhuma intervenção do idoso paraestar completamente funcional,sendo que atualmente já conseguedetetar quando está com um nívelbaixo de bateria e dirigir-se à suaunidade de carregamento.O senhor António é um dos idososque já tem um robô deste géneroem casa, que para além de ser“uma companhia” também lhe “dámúsica”. “Chamei-lhe Rosa. Para osamigos Rosita. Ela pode ajudar emmuitas coisas, nomeadamente noagendamento das consultas, nopedido de socorro, e ainda estamossó no princípio, com o passar dotempo certamente outraspossibilidades terá”, realça.A participação da Cáritas Diocesanade Coimbra no projeto ‘GrowMeUp’faz parte da aposta da instituiçãocatólica na busca de soluçõestecnológicas que ajudem aproporcionar um serviço dequalidade à população idosa daregião. Projeto CriArteA Cáritas Diocesana de Coimbradesenvolveu o projeto ‘CriArte’ como objetivo de promover a integraçãoda comunidade cigana e a integração

da mulher ao proporcionar aaquisição de competências deautonomia e empregabilidade, comfundo solidário. “A ideia do ‘CriArte’foi fazer a integração através daformação, quer na área da costuraquer através de um parceiro nosso,a Associação de Paralisia Cerebralde Coimbra (APCC), fazer oprocesso que dá escolaridade àspessoas”, explicou o psicólogoRicardo Sousa.À Agência ECCLESIA, recorda que ainiciativa foi “bem aceite” pelopúblico-alvo, principalmentemulheres de etnia cigana, e avertente solidária funcionou como“motivação para se entregaram aeste projeto”. Alguns produtos daformação eram destinados aotrabalho da APCC com crianças debaixa visão e essa componente “foimuito bem aceite” pelas formandas.“À medida que iam aprendendo astécnicas de costura perceberamtambém que aquilo que estavam afazer teria um objetivo maior”,acrescenta.Ricardo Sousa relembra ainda quepromoveram um encontro com ascrianças da APCC e as formandasperceberam a “responsabilidadesocial” do seu trabalho: “Ia ser

28

utilizado” e “facilitador do trabalhoda associação, para além da suaaquisição de competências deempregabilidade. Por sua vez, aassistente social Carla Marquescomeça por destacar que trabalhamhá muitos anos com mulheres epara além deste projeto iniciado em2016 têm ‘oficinas ocupacionais’onde também as capacitam para“algumas competências”.“O ‘CriArte’ veio proporcionaradquirir essas competências deforma mais profissional ecertificada”, acrescenta, observandoque faltava a parte da

costura porque nos bordados játinham feito essa aprendizagem.“Esta parte da costura, commáquina para finalizar um trabalho,ainda não tinham essascompetências”, observa sobre “umhandicap” da instituição que nãotinha esses equipamentos, por isso,não podiam ensinar.“Só ensinamos realmente o queconhecíamos”, assinala ainda aassistente social à AgênciaECCLESIA, referindo que tambémtiveram “oportunidade de aprenderpara continuar a ensinar”.‘Revitalizar o chinelo’ é outra

29

Page 16: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

aposta da Cáritas Diocese deCoimbra tanto neste projeto, comonoutros “de bordados” há algumtempo. Carla Marques assegura quevão “continuar a apostar” naformação porque a aposta é “naspessoas, essencialmente nelas”, aideia é dar continuidade com asmesmas e com outras mulheres.É com satisfação que conta quemuitas “já bordam os bibes para osmiúdos irem para a creche” etambém fazem trabalhos “em casa”e vão

“mostrar com gosto o queaprenderam e aplicaram”.Segundo o psicólogo Ricardo Sousao projeto ‘CriArte’ foi também“dinâmico e atacou em váriasfrentes” para “conseguir cumprirtodos os objetivos”.A instituição realizou várias ações ecampanhas para, por exemplo,“adquirir material” para os produtos,as máquinas de costura e osbrinquedos que foram adaptadospara além de se candidatarem a umfundo

30

nacional de apoio à integração dascomunidades ciganas. “A campanhafoi essencial pela solidariedade einteresse das pessoas emcolaborarem connosco e daremoportunidade a estas pessoas deconseguirem estas competências”,destacou a assistente social CarlaMarques.A Cáritas Diocesana deCoimbra teve também comoparceiros do ‘CriArte’ o CEARTE -Centro de Formação Profissional doArtesanato; a APCC e a Faculdadede Psicologia e Ciências daEducação da Universidade deCoimbra. Projeto-piloto de IdososVisitadoresA Cáritas Diocesana de Coimbraestá a desenvolver o projeto-piloto‘IdoVis - Idosos Visitadores deOutros Idosos’ onde todos ganhame partilham a sua vida. “Temosmuitos utentes e muitos não têmvisitas ou não têm familiares ou osfamiliares estão muito longe. Víamosessa necessidade, a tristeza mesmoquando outros utentes tinhamvisitas e eles não”, começa porcontextualizar Teresa Abrantes daUnidade de Internamento.A educadora social da Cáritas de

Coimbra explica que como têm“pessoas muito válidas” noutrasvalências e com “muito para dar”chegaram à conclusão que faziasentido porem esses utentes avisitar os outros que “não tinhamfamília e precisam dessa visita”.Neste contexto, Teresa Abrantesdestaca o caso da “Dona Alice” quetem “muito para dar, muito amor” e“precisava disso”, por isso, tornou-se visitadora.À Agência ECCLESIA, a Dona MariaAlice afirma que participar no projeto‘IdoVis’ “tem sido muito gratificante”porque ajuda “quem sofre” comotambém já sofreu. “Ajudar os outrosé muito bom e sinto-me feliz porquedou aquilo que tenho, amor, carinhomas também recebo meiguice,beijinhos, abraço”, acrescentou. Avisitadora, segundo a educadorasocial da Cáritas Diocesana deCoimbra, “fez muito bem”, porexemplo “à D. Josefina” a quem “émuito difícil chegar” porque aos 53anos e devido a doença, está numacadeira de rodas, vivia mais isoladae “revoltada” por não falar.

31

Page 17: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Cáritas e FamíliaTodos temos experiência do que éviver em família. Muitos commemórias felizes da nossa infância;outros não. Algumas das nossasfamílias são grandes, ou mesmomuito grandes; outras sãopequenas, mesmo muito pequenas.Uns dos que agora leem estaslinhas serão pais ou mães, serãoirmãs ou irmãos de outros, deoutras. Uma coisa é certa: todossomos lhos ou lhas. O importante éque, para cada um de nós, essafamília é a ‘nossa família’.Ora, o Papa Francisco, naExortação Apostólica A Alegria doamor, arma que a relação entre osirmãos se aprofunda com o passardo tempo; e explica: «o laço defraternidade que se forma na famíliaentre nos, quando se verifica numclima de educação para a aberturaaos outros, é uma grande escola deliberdade e de paz. Em família, entreirmãos, aprendemos a convivênciahumana […]. Talvez nem sempreestejamos conscientes disto, mas éprecisamente a família que introduza fraternidade no mundo. A partirdesta primeira experiência defraternidade, alimentada pelosafetos e pela educação familiar, oestilo da fraternidade irradia-secomo uma

promessa sobre a sociedadeinteira» (n.194).É fazendo apelo a este lugarprimordial de relação fraterna, comoescola de liberdade e de paz, quedesejo fazer-lhe um convite nestaQuaresma, para que no III Domingopossamos celebrar o Dia Cáritas:que procure, com criatividade eousadia, os modos de a sua famíliaser verdadeiramente capaz deconstruir a Paz.Não conheço como gostaria cadauma das realidades familiares daspessoas a quem agora me dirijo.Não sei, por experiência direta, oque é faltar hoje

32

o necessário para comprar mais umlivro ou um caderno que é precisopara a escola; ou o exercício que épreciso fazer a meio do mês, com osalário, para que ele possa chegaraté ao m. Ou o cansaço do m dodia, as atenções necessárias, astensões que não se conseguemevitar. Às vezes um tom de voz maisalto… As lágrimas. Não conheço asua família… Mas sei que muitasvezes a vida do dia-a-dia não é fácil.E, por isso, peço licença para lhepoder propor que, como quer queseja a sua realidade, procure dar

passos significativos no sentido de asua família ser efetivamenteconstrutora da Paz.O Papa Francisco, na mensagempara o passado Dia Mundial da Pazsobre a não-violência, chega aarmar: «lanço um apelo a favor dodesarmamento, bem como daproibição e abolição das armasnucleares […] Com igual urgência,suplico que cessem a violênciadoméstica e os abusos sobremulheres e crianças» (n.5).Gostaria de terminar citando outraMensagem do Dia Mundial da Paz:

33

Page 18: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

34

a de 1994; S. João Paulo II tempalavras particularmenteinspiradoras e atuais: «A vós, pais,compete a responsabilidade deformar e educar os lhos para serempessoas de paz: para isso, sede vósmesmos, primeiro, construtores depaz. Vós, lhos, lançados para ofuturo com o ardor da vossa idadejovem, repleta de projetos e sonhos,apreciai o dom da família, preparai-vos para a responsabilidade de aconstruir ou promover, segundo arespetiva vocação, no amanhã queDeus vos conceder. Cultivaiaspirações de bem e desígnios depaz. Vós, os avós, que, com osoutros membros da casa,representais na família laçosinsubstituíveis e preciosos entre asgerações, dai generosamente ovosso contributo de experiência etestemunho para ligar o passado aofuturo num presente de paz. Comoesquecer, em, tantas pessoas que,por vários motivos, se sentem semfamília?Quereria dizer-lhes que, tambémpara elas, existe uma família: aIgreja é casa e família para todos.Ela abre

de par em par as portas paraacolher todos quantos vivemsozinhos e abandonados; neles, vêos lhos prediletos de Deus,independentemente da idade, equaisquer que sejam as suasaspirações, dificuldades eesperanças. Possa a família viverem paz, de modo que dela brote apaz para a família humana inteira!»(n.6).É este o nosso sonho! E por issotambém o nosso compromisso.Cristo disse: «Bem-aventurados osque promovem a paz, porque serãochamados lhos de Deus» (Mt 5,9).Cristo pode contar consigo?

D. José Traquina,Bispo Auxiliar de Lisboa,

Membro da Comissão Episcopal daPastoral Social e Mobilidade

Humana

35

Page 19: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Ajudar as Famílias

A Semana Nacional Cáritas, queagora começa, pede a nossaespecial atenção para o apoio àsfamílias nas dificuldadeseconómicas que continuam aenfrentar.Esta iniciativa anual reforça umaatitude que há de ser permanente,de atenção solidária a problemasque, sendo de outros, são nossostambém, de todos e de cada um denós.Correspondamos generosamente,quer com maior envolvimentocorresponsável, quer com acontribuição material no peditórioque se faz nestes dias, graças à

colaboração de tantos voluntários.A nossa Cáritas Diocesana deLisboa inclui-se ativamente nestepropósito, com todo o apoio que nosmerece. No “site” do Patriarcado deLisboa (http://bit.ly/caritas2017)estão disponíveis informaçõesglobais e concretas sobre as suasatividades nos últimos três anos,bem como sobre os seus projetospara o futuro.Em plena Quaresma, a SemanaCáritas leva-nos ao essencialcristão: a Deus e aos outros, ondeEle urgentemente nos espera.

D. Manuel Clemente,Cardeal-patriarca de Lisboa

36

Cáritas Diocesana de LisboaA Direção da Cáritas Diocesana deLisboa (CDL) reagiu em comunicadoàs notícias sobre a sua situação egestão financeiras, rejeitando atentativa de criar um “escândalo”com este tema. “Tornar escândaloos montantes, ainda que os valoresestejam atualmente incorretos porexcesso, do que a instituição detémem contas bancárias, e que seencontra ao serviço da IgrejaDiocesana e de projetos em cursoou futuros, desconhecesimplesmente o esforço dedicado dedireções anteriores e a açãosociocaritativa da CDL”, refere umanota divulgada na página oficial dainstituição católica.A CDL reagia a uma notícia dojornal ‘Público’ sobre a instituição,segundo a qual a Cáritas Diocesanade Lisboa teria mais de dois milhõesde euros em depósitos bancários ecerca de 320 mil euros investidosem obrigações.A CDL explica que esses montantes“pouco mais cobrem que ano e meioa dois anos de salários dos quase50 trabalhadores” da instituição,que depende de donativos paraobter 60% das receitas anuais,“absolutamente incertas”.

O comunicado realça a necessidadede “relevar a importância da gestãodos limitados recursos face àsobrigações”. “Que perda deoportunidade, ao desvalorizar-se otrabalho e esforço diário de tantos,procurando mesmo penalizar esseesforço, apoucando-o,mediocrizando-o e procurando influirna atitude de quem nos apoia eajuda a ser sustentáveis”, lamenta aCDL.

37

Page 20: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Pedir para ajudar

A Cáritas promove até domingo oseu peditório público nacional, umainiciativa anual inserida na semanada instituição católica, que este anose assinala com o tema ‘FamíliaConstrutora da Paz’. “Este dinheiroé para os pobres e o dinheiro dospobres é dinheiro sagrado. Todo odinheiro que for angariado ficará nadiocese para ao longo do ano poderajudar a mitigar muitas das

necessidades, infelizmentecontinuam a ser muitas que a nossagente está a passar”, disse opresidente da Cáritas Portuguesa àAgência ECCLESIA.Eugénio Fonseca destaca que opeditório anual é uma das ações daSemana Cáritas que “tem maiorprojeção”, a começar pelo númerode voluntários que envolve. Oresponsável reconhece e agradece“a generosidade dos portugueses”nas

38

várias iniciativas que promove ainstituição católica, em particular oseu peditório público.Em 2016, o peditório públicoangariou mais de 265 mil euros eforam atendidas em todas asCáritas Diocesanas “mais de 100mil pessoas”, ajudando-as nassuas “principais causas defragilidade”, como o “desemprego,saúde e habitação”. “Podemoschegar muito mais longe bastaabdicar de uma bica (café) parasubir este valor”, referiu EugénioFonseca, que este ano gostava dejá na segunda-feira, dia 20,adiantar “alguns valores” dasolidariedade dos portugueses.‘Família Construtora da Paz’ é otema da Semana Nacional Cáritasque termina com o dia nacional dainstituição, no terceiro domingo daQuaresma, este ano a 19 demarço. “A família, por mais que sepretenda negar, é o núcleo centralda vida de qualquer ser humano, éo espaço relacional de preferência,é ai que se aprende os valores quesão depois necessários para seconstruir sociedades maishumanizadas”, comentou opresidente da Cáritas Portuguesa.

Neste contexto, o responsávelmostra-se admirado por não existirno país uma “Secretaria de Estadoda Família” que articulasse, com osoutros ministérios, politicas quepudessem ser mais favoráveis àfamília.“Tudo o que é decisão politica ainterferência nas pessoas é direta enas famílias que estão constituídasem pessoas”, assinala, destacandotambém a responsabilidade dacomunicação social.Eugénio Fonseca reforça que nafamília se aprende o “valor dapartilha, da honestidade, do trabalho,da verdade” e tem sido “muitoprejudicada” pela falta de condiçõesfavoráveis.A Cáritas Portuguesa temem www.caritas.pt/semanacaritas umapágina dedica à sua semananacional.

39

Page 21: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Uma Cáritas com rosto jovem

A Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima é a única em Portugal quetem um grupo ‘Cáritas Jovem’,criado em 2014, com o objetivo de“envolver” mais a juventude aolongo do ano, e dinamiza projetoscom crianças e adolescentes.Nelson Costa, da Cáritas Diocesanade Leiria-Fátima, explica que ogrupo jovem da instituiçãodesenvolve

diversos projetos como o ‘Escuta-me’, uma conferencia na primeirasexta-feira de cada mês que está nosegundo ano, ou o ‘Equipa-te’ umfim de semana lúdico-desportivospara adolescentes carenciados.A Agência ECCLESIA foi conhecer o‘Explica-me’ que, segundo oanimador cultural, consiste em “darexplicações

40

a crianças e adolescentes”do segundo e terceiro ciclo doensino básico que “tinham poucosucesso escolar” e passem a ter“boas notas”, “um percurso escolardigno”.O projeto de explicações tem cercade dois anos e nos adolescentessão identificados “comportamentosdesviantes na escola, más notas”,são sempre sinalizados pelostécnicos da Cáritas oriundos defamílias que já acompanham.Nelson Costa, que faz parte daequipa coordenadora da ‘CáritasJovem’, recorda que este gruponasceu a partir da colónia de fériasque a Cáritas de

Leiria-Fátima organiza há cerca de30 anos, e de envolver “osmonitores voluntários, todos jovens,”durante o resto do ano.Gonçalo Santos é de Leiria e namanhã de cada sábado, por voltadas 11h00, quando chega à CáritasJovem, diz as disciplinas que vaiestudar e depois vai para a sala.“Estudo um pouco em casa antesdos testes para preparar a matéria econsolidar”, conta à AgênciaECCLESIA, salientando que o‘Explica-me’ “é bom” porque antes“tinha sempre más notas e umanegativa por período”.

Bragança-MirandaA Diocese de Bragança-Miranda está a organizar várias iniciativas naSemana Nacional da Cáritas. No sábado decorre um jantar solidário,com animação de danças de salão, e a apresentação da campanha“Sorrisos Amigos”, em parceria com o Movimento Eucarístico Juvenil.Na tarde de domingo, a minicaminhada (a partir das instalações daCáritas Diocesana até à Catedral), seguida de largada de balões,antecipa o encerramento da Semana Nacional, que terá lugar naCatedral, com uma Eucaristia animada pelas crianças e colaboradoresda organização católica de solidariedade.Ao longo da semana também decorre um peditório público, levado acabo pelos voluntários; o valor angariado, tal como a renúnciaquaresmal, destina-se a apoiar as famílias que mais precisam de ajuda.

41

Page 22: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Programa+Próximo promoveformação nas dioceses, para chegara quem mais precisa

A Cáritas Portuguesa apostou naorganização do “pilar social daIgreja” com o programa ‘+ Próximo’,para a formação dos agentespastorais e grupos sociocaritativosde âmbito paroquial. “O programa ‘+Próximo’ pretende responder a umanecessidade de melhororganização, melhor consistência daqualidade dos serviços da açãosocial, da necessidade de formação,qualificação e também animação”,explicou o responsável operacionaldo programa a nível nacional àAgência ECCLESIA.

Pedro Salgueiro salientou o facto deo programa não ser só formação,mas ter uma “componente deanimação” na diocese, pelo quecada Cáritas é chamada a “animar equalificar” as paróquias “queconseguir”.O responsável, que acompanha asCáritas Diocesanas naimplementação e divulgação do ‘+Próximo’, adianta que há “muitapartilha, muita articulação” a partirda realidade que já existe. “Paraque cada paróquia cuide dos seuspobres é o grande mote que vamosbuscar ao padre Américo”,

42

observou Pedro Salgueiro.Por sua vez, Paulo Neves destaca apreocupação da Cáritas Portuguesaem “tentar organizar” esta dimensãoeclesial com um programa que tema ver com a “identidade” da Igreja,num esforço, desde sempre, de“estar próximo das pessoas” eorganizar-se para que “ascomunidades sejam verdadeirascomunidades cristãs e verdadeirasparóquias”.O colaborador no programa ‘+Próximo’ considera que a“pertinência” para as comunidadesverifica-se na “necessidade” daspessoas desenvolverem “uma açãocada vez mais consciente, maisconcertada” e mais vivida pelacomunidade.Segundo Paulo Neves, comresponsabilidades nas Cáritas dazona norte de Portugal, tem existidouma “consciência crescente” dasinstituições nas dioceses da“necessidade” de organizarem-se,que o programa é “central” da suamissão e, nesse contexto, temhavido “esforço de estar maisatendo a estes contributos” parafazê-los chegar às bases. “A lógicaé ativar cada vez mais

quem está mais próximo daspessoas, quem está no local, quemestá mais em contacto com osproblemas”, frisa o responsável.Pedro Salgueiro contabiliza que 16Cáritas Diocesanas já aderiram ao‘+ Próximo’, entre as 20 quecompõem a federação nacional,umas com “grande ritmo” chegam a“muitas paróquias, outra chegam amenos, mas com muito empenhotambém”.Em 2016 desenvolveram-se cercade 292 ações de animação eformação. Para o responsáveloperacional do programa a nívelnacional, o ‘+ Próximo’ pode ser umaforma de chegar “a mais pessoasem situação de pobreza, fragilidade”e ainda há “paróquias que não têmorganizada a dimensão caritativa”.“Queremos grupos o mais informaismas consistentes e com formação,técnicas que são importantes, eespírito cristão fortíssimo”, concluiuPedro Salgueiro.

43

Page 23: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Cáritas aponta «aniversário amargo»do tratado UE-TurquiaA Cáritas Europa assinalou oprimeiro ano do acordo entre aUnião Europeia e a Turquiarelativamente à crise dosrefugiados, considerando-o um“aniversário amargo” para milharesde pessoas em necessidade. “AUnião Europeia não pode continuara delegar a gestão deste problema.Colocar o foco na segurança internae na dissuasão não é solução. Épreciso um novo modelo e parar decriminalizar a migração. Temos desalvaguardar o direito a cadapessoa de viver a sua vida comdignidade, na linha dos valoreseuropeus”, realça o secretário-geraldo organismo católico.Num comunicado enviado à AgênciaECCLESIA, Jorge Nuño Mayerrecorda as inúmeras pessoas quehoje batem à porta da Europa, embusca de uma realidade diferente,mais segura e acolhedora, que jánão conseguem encontrar nos seuspaíses.Porque são provenientes de naçõesque estão em guerra, como a Síriaou o Iraque, porque sofrem aperseguição étnica e religiosa noMédio Oriente ou na Ásia, ouporque vivem na pobreza e naopressão, sobretudo no continenteafricano.

Milhares de pessoas e famílias, quechegadas à Europa estão agora“entregues a si próprias e acondições desumanas edegradantes na Grécia”, o que “temlevado inevitavelmente a que outrosoptem por rotas alternativas, e maisperigosas, em busca de proteção naUE”, aponta o secretário-geral daCáritas Europa.O tratado entre a União Europeia ea Turquia foi firmado a 18 de marçode 2016, com o objetivo de controlaro fluxo de entrada de refugiados emigrantes na Europa, sobretudoatravés da Grécia.No texto do acordo estáestabelecido que todas as pessoasque cheguem ilegalmente a territóriogrego serão recolocadas naTurquia, com os custos a seremassumidos pela UE.A burocracia e a indefinição que temenvolvido este processo levou noentanto a que muitos refugiados emigrantes estejam agora como quea viver “num limbo na Grécia”, semsaberem quando irão seguir o seudestino.É o caso de uma família iraquiana,constituída pelo pai, a mãe e trêsfilhos pequenos, que chegaram

44

à ilha grega de Lesbos via Turquia.De acordo com a Cáritas Europa,“ficar no Iraque – eles viviam lá semágua nem eletricidade – erademasiado perigoso pelosproblemas com o Estado Islâmico”.Eles atravessaram a pé asmontanhas até solo turco ondepermaneceram durante dois meses.Agora, depois de terem sidorecolocados na Turquia, “estão nocampo de refugiados de refugiadosde Kara Tepe, na esperança deseguirem para a Alemanha onde

têm alguns familiares”.“Apesar de todas estas dificuldadese provações, o pai desta famíliapermanece otimista, e querencontrar trabalho para tomarcontrolo sobre a sua vida epoder colocar os seus filhos naescola outra vez”, conta IreneLoukidou, a assistente social daCáritas que está a acompanhar estasituação.Para a organização católica, éfundamental que a União Europeia eos seus Estados-membros secomprometam “a encontrar soluçõesde longo prazo para estas pessoas”.

45

Page 24: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Cáritas assinalou sexto anode conflito na Síria

A Caritas Internationalis promoveuuma campanha de sensibilizaçãorelacionada com a guerra na Síria eo sexto aniversário do conflito,assinalado esta quarta-feira, dia 15de março.Numa iniciativa inserida no projeto

‘A Paz é Possível’, que conta com oapoio do Papa Francisco e de todasas Cáritas espalhadas pelo mundo,o organismo católico apelou àoração pela paz e pelo povo sírio. Echama a atenção – através de umconjunto de imagens – para anecessidade de

46

de refugiados e deslocados.As imagens em questão congregamagentes e funcionários de diversasdelegações da Cáritas,provenientes de países como aItália, o Bangladesh, a Argélia, aEscócia e o Chipre. “Unindo osnossos corações, os nossos rostose as letras de diferentes alfabetos,queremos e acreditamos que a pazé possível na Síria e em todo oterritório do Médio Oriente”, podeler-se.

Iniciada a 15 de março de 2011, aguerra na Síria opõe o governo dopresidente Bashar Al-Assad a forçasrebeldes contrárias ao regime e jáprovocou cerca de 400 mil mortos equase cinco milhões de refugiados.Além disso, o conflito praticamentedeixou todo o território em ruinas eobrigou mais de 6 milhões depessoas a abandonarem as suascasas e terras e a viverem comodeslocadas no seu próprio país.

O Vaticano, a CáritasInternationalis e a ComissãoInternacional Católica dasMigrações debateram emBruxelas o desafio das criançasrefugiadas que estão a chegarsozinhas e cada vez em maiornúmero à Europa. Emcomunicado, a Cáritas salientaque atualmente o número decrianças desacompanhadas e a precisarem de “proteção” abrange já“metade do número de refugiados no mundo”, uma soma “alarmante”.Maria Escobar, chefe da delegação da Cáritas junto da sede dasNações Unidas em Genebra alerta que “muitas crianças têm sidolevadas a viajar sozinhas como refugiadas ou migrantes” e ficamcompletamente à mercê dos “traficantes humanos e dos predadoressexuais”.

47

Page 25: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Ao lado dos refugiadosOs portugueses estão ao lado dosrefugiados que chegam à Gréciadepois de arriscar a vida emtravessia “terríveis”, nas quaischegaram a pensar que iam morrer.O jornalista Henrique Matos esteveem reportagem junto dos refugiadosque chegam à Grécia, em busca depaz e de um futuro melhor. Umtrabalho feito com a ajuda daCáritas Portuguesa para dar aconhecer o que é que motivou osrefugiados a deixarem o seu país,os perigos que enfrentaram aolongo do seu

percurso, o acolhimento que estão ater na Grécia, e também os seusanseios e sonhos para o futuro.Na base deste trabalho esteve oacompanhamento a uma equipa daCáritas Portuguesa, liderada pelopresidente daquele organismocatólico, Eugénio Fonseca, e queteve como objetivo verificar e apoiaros projetos solidários dedicados aosrefugiados, que estão emandamento na Ilha de Lesbos e emoutros locais da nação grega.A organização católica está cadavez

48

mais envolvida no trabalho junto dosrefugiados, no apoio humanitário deemergência e na criação decondições de “maior integração”destas famílias.Em parceria com a Cáritas daGrécia e com a Cáritas da Suíça,está em curso um projeto que visapermitir a famílias refugiadasvulneráveis terem apoio social ealojamento, enquanto aguardampelo processo de asilo,repatriamento ou outras opções.Filipa Abecassis, da UnidadeInternacional da Cáritas Portuguesa,refere que a instituição católicatambém já apoiou refugiados noLíbano, através das congéneresdestes países.Nesta área, a Cáritas Portuguesa“só trabalha com as Cáritas dospaíses, para garantir que osprojetos são executados”, salienta.Esta ajuda aos refugiados começouno final de 2015 “com a distribuiçãode kits de alimentação” e “cuidadosde saúde primária” no Líbano, disseFilipa Abecassis. A instituiçãocatólica portuguesa também jáapoiou projetos no Síria comdistribuição de “roupas quentespara crianças”.Na Grécia, a Cáritas Portuguesa emparceria com a sua congénerehelénica está a trabalhar no

acolhimento “de uma comunidadeinteira de Yazidis (120 pessoas)”.Na visita ao prédio, Filipa Abecassissublinha estas habitações “têmtodas as condições, com refeitóriocomum e uma sala para convívio” eas “pessoas estão felizes”.A instituição grega criou um centrosocial para “prestar apoio arefugiados, imigrantes e àcomunidade local mais vulnerável”,relatou.Através destas iniciativas, a CáritasPortuguesa está “cada vez maisempenhada na relação com osdoadores e seus parceirosinternacionais”, disse.

49

Page 26: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Cáritas Portuguesa Onlinehttp://www.caritas.pt/

Sob o lema “Família Construtora daPaz”, vivemos entre 12 e 19 demarço a semana nacional daCáritas. Este ano a proposta passapor “envolver todos os portuguesesno Peditório Público” que irá serrealizado por milhares devoluntários que “vão estar emdiversas cidades de norte a sul opaís, em muitas superfíciescomerciais e em todas as diocesesportuguesas”. Além desta açãopodemos participar nesta iniciativaatravés de três formas distintas. Aprimeira passa por “conhecer oprograma das iniciativas da tuadiocese e participar”, para isso osítio online será a melhor forma de oconseguir. A segunda somosdesafiados a divulgar essas ações“junto dos amigos e contactospessoais e profissionais”. Por último,basta pegarmos no nossosmartphone e tirar “uma selfie comum voluntário e partilha-la nas redessocais”.Ao digitarmos o endereçowww.caritas.pt somos informadossobre as ações de solidariedadeque estão a decorrer, bem como asprincipais notícias das atividades

que ocorreram ou que irão serimplementadas.Na opção “caritas portuguesa”,podemos conhecer um pouco maissobre a Cáritas nacional, objetivos,história, corpos sociais e aindaconhecer a ação da Cáritas emPortugal. Nomeadamente é possívelsaber que a sua rede é constituídapor 20 Cáritas diocesanas e porgrupos locais de atuação deproximidade, com a colaboração deprofissionais e voluntários.Caso queira saber tudo sobre ascampanhas de solidariedade emPortugal e no mundo, que se“destinam a ajudar os mais pobresque sofrem, quer por desastresnaturais ou catástrofes humanas”,basta clicar em “campanhas”.No item “projetos”, obtemos maisdados sobre os programas que sãodesenvolvidos nos mais variadoslocais, junto dos mais carenciados,na luta contra a exclusão, naformação de agentes, nasensibilização para odesenvolvimento. Tudo isto são“temas que se cruzam nestesprojetos, sempre em parcerias comatores locais, privados ou públicos”.

50

Esta instituição católica apoia ecolabora nas diversas iniciativaspromovidas pelas mais distintasassociações/agentes da sociedade.Seja na cooperação com asinstituições de apoio aos imigrantesbem como na assistência emsituações de emergência. Por outrolado assume ainda aresponsabilidade de facilitar aformação de todos os que praticame animam a pastoral da caridade eainda, promove e suporta parceriasde voluntariado. Para conhecer tudoisto e muito mais basta aceder a“políticas sociais”.Por último, sugerimos que passepelo espaço “colaborar”, onde fica

a conhecer formas de cooperaçãocom esta organização católica eainda na “editorial caritas”, ondeencontrará publicações dereferência “em português que nasua maioria são livros de pequenatiragem e não sustentáveis no canallivreiro”.Fica então lançado o repto para quevisite o sítio e colabore com estainstituição porque em “cada dioceseo valor angariado nesta açãoreverte para o trabalho de respostaàs necessidades das pessoas efamílias locais que encontram naCáritas resposta às suasnecessidades”.

Fernando Cassola [email protected]

51

Page 27: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Livro de Aura Miguel dá a conheceraos portugueses «o Papa que aí vem»

A jornalista Aura Miguel, da RádioRenascença, apresentou em Lisboao livro ‘Conversas em altos voos’,baseado num entrevista ao PapaFrancisco, que vai visitar oSantuário de Fátima nos dias 12 e13 de maio.Em declarações à AgênciaECCLESIA, Aura Miguel realçou quea ideia

da publicação deste livro foi “dar aconhecer” aos portugueses “o Papaque aí vem, com a sua faceta denormalidade e de proximidade”.Caraterísticas que ficaram bempatentes no contacto que avaticanista portuguesa teve comFrancisco e na história que rodeia a

52

obtenção da entrevista.Ao longo de mais de 30 anos, AuraMiguel já acompanhou cerca de 90viagens internacionais de diferentesPapas - João Paulo II, Bento XVI eFrancisco.Foi numa dessas deslocações deavião, ao Sri Lanka e às Filipinas,em janeiro de 2015, que a jornalistasolicitou a conversa mais pessoalcom Francisco, que seriaconcretizada oito meses depois, emsetembro.Durante a apresentação da suaobra, a jornalista recordou a“maneira desarmante” como o Papaaceitou o desafio, com umacomunicação que “não passoununca por nenhum secretário,nenhum porta-voz”.“Se ele pudesse era assim com todaa gente, estava junto de toda agente, e eu creio que essa é aexperiência que ele vai viver cá.Mas também nós somos chamadosa que ele experimente umacolhimento como gosta”, apontouAura Miguel, que não arriscouprognósticos acerca da passagemde Francisco por Portugal.“Este Papa é imprevisível e Fátima éum poço de riqueza, com umaatualidade impressionante 100 anosdepois. Por isso penso que depoisda visita de Francisco haverá muitacoisa

para falar”, observou.Inspirado também nos encontros enas várias conferências de imprensarealizadas a bordo do avião papal, olivro ‘Conversas em altos voos’destaca não só a linha acessível ehumana que tem caraterizado opontificado de Francisco, mastambém a sua ligação à VirgemMaria, a Fátima, e à sua visão sobrePortugal.Nessa entrevista, o Papa salientaque o Santuário de Fátima faz dePortugal um país “privilegiado” erefere que “nunca conheceu umportuguês mau”.“Eu perguntei-lhe se ele já tinhavindo a Portugal, ele diz que não,que só veio cá uma vez depassagem mas conheceuportugueses e que ficou com muitoboa ideia dos portugueses”,recordou a vaticanista.Ao longo do diálogo com a jornalistaportuguesa, Francisco abordavários assuntos, como o contextoatual da Igreja Católica; a relação daIgreja com o mundo, com os jovens,as desigualdades económicas esociais, a situação da Europa, acrise dos refugiados, e também osdesafios ambientais que pairamsobre o planeta.

53

Page 28: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

II Concílio do Vaticano: O plano deatualização de D. David de Sousa noFunchal

Quando se realizou o II Concílio do Vaticano (1962-65), o bispo da Diocese do Funchal (Ilha da Madeira)era D. David de Sousa. O prelado que esteve naqueleterritório eclesial de 1957 a 1965 fez diversasreformas na diocese madeirenseO período do seu pontificado é assinalado pelogrande acontecimento do século XX, o II Concílio doVaticano, e pelas diversas “reformas” na diocese doFunchal, nomeadamente os seminários, as paróquias,a catequese, a boa imprensa e o ensino católico. Omagistério e o pontificado de D. Frei David de Sousaenquanto bispo do Funchal é francamente marcadopor estas preocupações pastorais.O seminário e as vocações são o fator que mede avitalidade de uma diocese. O Seminário é de facto o«coração da diocese».A revitalização dos seminários e obra das vocaçõesnão constituiu um problema para a diocese, ou seja,não houve impedimento por parte do clero e dos fiéis.No entanto, o prelado viu-se obrigado a “esvaziar aspequenas economias da diocese e do Cabido e asolicitar a colaboração de todas as paróquias dadiocese”, refere Vítor de Sousa na tese«D. Frei David de Sousa, bispo do Funchal (1957-1965) - Igreja e sociedade madeirense na segundametade do século XX»D. David de Sousa encontrou uma diocese com váriaslacunas em relação aos seminários e vocações. O

54

principal problema da diocese,segundo o prelado, estavaidentificado. Esta identificação ficoua dever-se, em grande parte, a umavisita apostólica realizada à dioceseno ano de 1956. Nessa ocasião ovisitador apostólico, no seurelatório, comunicou à Santa Sé asituação dos seminários e vocaçõesna diocese funchalense. Por suavez, a Santa Sé, através daSagrada Congregação dosseminários e das universidades,comunicou ao bispo diocesano aurgência de uma reforma dapastoral das vocações e seminários.Estas indicações da Santa Sé sãouma das heranças que D. FreiDavid de Sousa vai receber quandoé nomeado bispo do Funchal.As indicações dadas pela Santa Sésão precisas quanto ao que fazerpara resolver o problema da obradas vocações e seminário. Sobreeste tema das vocações é relevanterecordar que o prelado precedentetivera um pontificado demasiadolongo e que nos últimos anosperdera “imaginação” pastoral, ouseja, estava já desgastado devido àdoença e à idade avançada. Asorientações dadas pela Santa Séestão de certo modo

presentes na carta pastoral sobreos seminários, pela qual D. FreiDavid anuncia a atualização dosseminários e obra das vocações nadiocese do Funchal.

55

Page 29: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Março 2017Dia 18 de Março*Aveiro - Costa Nova - Encontrodiocesano de Pastoral Litúrgica *Guarda - Seminário da Guarda -Reunião do Conselho Pastoral daDiocese da Guarda sobre o 3ºcapítulo do «Instrumentum laboris»preparatório da assembleiadiocesana. *Lisboa – Carnaxide - Caminhadapela paz integrada na Semana daCáritas *Lisboa - Convento de SãoDomingos - Conferência sobre«Religião e Europa na era mediática- da submissão ao messianismo,equívocos e contextos» por JoaquimFranco e promovida pelo InstitutoSão Tomás de Aquino. *Bragança - Hotel Turismo SãoLázaro - Jantar solidário da Cáritasdiocesana de Bragança-Mirandapara ajudar as famílias carenciadas. *Lisboa - Centro Cultural de Belém -Exibição do projeto artístico«Tropário

para uma pastora de ovelhasmansas», uma iniciativa integradanas comemorações do Centenáriodas Aparições *Évora - Praying ChalengeQuaresma promovido peloDepartamento da Pastoral Juvenilde Évora Dia 19 de Março*Algarve - Encerramento doquestionário online «Avaliar Rumoao Futuro» feito pela Diocese doAlgarve *Porto – Sé - «Te Deum» pelo 4ºaniversário do Pontificado PapaFrancisco. Dia 20 de Março*Lisboa - Capela do Rato - Sessãodo curso «grandes correntes daética ocidental» na Capela do Rato *Porto - Centro Paroquial deFreamunde - Sessão do ciclo «AAlegria do Amor no Cinema»

56

*Viseu - Seminário de Viseu - NoSeminário Maior de Viseu realiza-sea semana bíblica com o tema «Noano favorável, discípulosresponsáveis – Pescadores dehomens». (20 a 23) Dia 21 de Março*Lisboa – CENJOR - Sessão doseminário «O que vem o PapaFrancisco fazer a Fátima?»orientado por António Marujo *Vaticano - Santa Sé - Missa festiva,presidida pelo Papa Francisco, emrecordação ao martírio do beatoÓscar Romero, acompanhado portodos os Bispos de El Salvador, emvisita ad Limina. Dia 22 de Março*Fátima - Centro Pastoral Paulo VI -Primeiras jornadas de comunicaçãosocial no contexto do Centenáriodas Aparições e da visita do PapaFrancisco Dia 23 de Março*Vaticano - Início da «Clericus Cup»patrocinado pela Santa Sé e aConferência Episcopal Italiana.

*Lisboa – CENJOR - Sessão doseminário «O que vem o PapaFrancisco fazer a Fátima?»orientado por António Marujo. *Fátima - Processo de acreditaçãode jornalistas para a visita do PapaFrancisco ao Santuário de Fátima(23 a 30 de abril)

57

Page 30: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Este sábado, no Centro Cultural de Belém, pelas21h00, é apresentado o projeto artístico “Tropáriopara uma pastora de ovelhas mansas”, uma iniciativaintegrada nas comemorações do Centenário dasAparições.. A iniciativa visita também a cidade do Portoa 26 de março, na Casa da Música. Na segunda feira, no Porto, tem início um ciclo decinema inspirado na exortação apostólica do Papa“Amoris Laetitia”. A iniciativa parte do Centro deCultura Católica do Porto e da Pastoral Familiar daVigararia de Paços de Ferreira que promovem, demarço a julho, um ciclo de cinema sobre este estetema. O primeiro filme projetado é «A família Bélier»,de Éric Lartigau (França, 2014), no dia 20 de março,pelas 21:00, no Centro Paroquial de Freamunde. ‘O que vem o Papa Francisco fazer a Fátima?’ dá temaa dois seminários que começam terça feira, dia 21, emLisboa, no Cenjor - Centro de Formação deJornalistas. A formação no contexto da visita do PapaFrancisco à Cova da Iria, pelo Centenário dasAparições de Fátima, decorre nos dias 21, 23, 28 e 30de março, entre as 09h00 e as 13h00. Na quarta feira, o Santuário de Fátima promove asprimeiras Jornadas de Comunicação Social. A Sala deImprensa do Santuário afirma que esta iniciativapretende enquadrar os jornalistas nos “aspetosessenciais do fenómeno e da mensagem de Fátima”,aproveitando as comemorações do Ano Jubilar.

58

59

Page 31: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h30Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa

Domingo:10h00 - Porta Aberta;11h00 - Eucaristia;23h30 - Entrevista deAura Miguel Segunda-feira:12h00 - Informaçãoreligiosa Diariamente18h30 - Terço

RTP2, 13h00Domingo, 19 de março,13h30 - Dia Cáritas: Projetos de todos os dias nasCáritas diocesanas. Segunda-feira, dia 20, 15h00 - Entrevista ao padre SamuelGuedes sobre Sílvia Cardoso,100 anos depois de se terdedicado ao "apostoladocristão". Terça-feira, dia 21, 15h00 - Informação e entrevistaao padre Tiago Neto, sobre a Quaresma no ambienteda catequese. Quarta-feira, dia 22 de março, 15h00 - Informação eentrevista a Luís Lobo Xavier sobre o projeto ACEGENEXT. Quinta-feira, dia 16, 15h00 - Informação e entrevistade comentário à atualidade. Sexta-feira, dia 17, 15h00 - Análise à liturgia dedomingo pela irmã Luísa Almendra e o padre NélioPita. Antena 1Domingo, 19 de março - Experiência do jornalista daEcclesia Henrique Martos em Lesbos, com a CáritasPortuguesa e os projetos desenvolvidos na Grécia deajuda aos refugiados. Segunda a Sexta, 20 a 24 de março - Projetosdesenvolvidos pelas Cáritas nacional e diocesanas:Peditório nacional; Idosos visitadores; Programa «+Próximo»; Projeto «Explica-me»; Projeto «Criarte».

60

61

Page 32: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Visita do Papa com hino de JoséTolentino Mendonça e João Gil

O Santuário de Fátima divulgou ohino para a visita do Papa nos dias12 e 13 de maio, com letra de JoséTolentino Mendonça e música deJoão Gil, e o videoclipe, produzidoAgência ECCLESIA.Com o título ‘Deus em mim’, o hino éapresentado num videoclipe quetem a realização de Luís Costa, daAgência ECCLESIA, e interpretadopelo grupo ‘Vocal Emotion’, noambiente de Fátima.O padre e poeta José Tolentino

Mendonça manifestou a suasatisfação por construir uma letrapara o hino da visita do Papa, ondequis expressar “uma dasexperiências mais vitais” que Fátimaproporciona, a condição deperegrino.Para o vice-reitor da UniversidadeCatólica Portuguesa, o “grandepatrimónio de Fátima” reside napossibilidade que todas as pessoastêm de descobrir a sua condição deperegrinos. “Nos caminhos deFátima descobrimos que a nossa

62

humanidade passa a valer mais”,sublinhou o padre José TolentinoMendonça.Interpretado pelo grupo ‘VocalEmotion’, o hino para a visita doPapa “recolhe inspirações damúsica pop mais recente, dandouma ideia muito interessante dapresença da Igreja no mundo”.Ainda no domingo, o Santuário deFátima lançou o site da viagem doPapa à Cova da Iria, de 12 a 13 demaio, apresentando informaçõespara peregrinos e dados biográficosde Francisco.O Papa vai chegar à Base Área deMonte Real, onde Paulo VI (1967) eJoão Paulo II (1991) tambématerraram para rumar a Fátima,seguindo para o santuário nacionalde helicóptero.Carmo Rodeia, diretora decomunicação e porta-voz doSantuário de Fátima, explica àAgência ECCLESIA que a instituiçãocatólica quer propor

um “conjunto de subsídios”,particularmente destinados aosperegrinos, num “ano jubilar” queassinala o Centenário dasAparições.A página papa2017.fatima.ptapresenta a imagem que ilustra ocartaz desta visita, no Centenáriodas Aparições, oferecendo aosvisitantes menus com dados paraquem se pretende deslocar à Covada Iria, na peregrinaçãointernacional de maio, a pé, de carroou integrado num grupo, prevendoainda casos de necessidadesespeciais.

Os CTT vão assinalar o Centenário das aparições de Fátima com trêspeças filatélicas, a a dois meses das celebrações que evocam aprimeira aparição na Cova da Iria. A emissão Centenário das Apariçõesde Fátima, a emissão Visita de Sua Santidade, Papa Francisco e o livro‘Fátima 100 Anos’, editado pelos CTT e da autoria de Paulo MendesPinto, evocam “um dos fenómenos religiosos mais importantes domundo”.

63

Page 33: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Fátima ao longo de 100 anos

Embaixada de Portugal junto daSanta Sé acolheu encontrocomemorativoO cardeal Angelo Sodano, que emmaio de 2000 foi responsável peladivulgação da terceira parte dochamado “segredo” de Fátima,sublinhou esta quarta-feira emRoma a dimensão de “esperança”nas Aparições da Cova da Iria. “Háuma mensagem de esperança quechega até nós da celebração docentenário das aparições de MariaSantíssima em Fátima. Numerosas egraves podem ser as provações davida e as tragédias do mundo, masmaior ainda é o amor de Deus pornós”, escreve o antigo secretário deEstado do Vaticano, numaintervenção divulgada pelo jornal‘L’Osservatore Romano’.D. Angelo Sodano refere que, doSantuário de Fátima, a Virgem Mariadeixa uma mensagem de confiançana força divina. O decano doColégio Cardinalício interveio estatarde num evento na Embaixada dePortugal junto de Santa Sé, emRoma, numa conferência sobre amensagem de Fátima, tendo emvista a visita do Papa Francisco àCova da Iria (12-13

de maio) por ocasião do Centenáriodas Aparições.O cardeal Sodano deixa votos de ocentenário das aparições marianasde 1917, na Cova da Iria, ajudem a“refletir sobre o significado para aIgreja e para o mundo desteacontecimento extraordinário”. “Amemória dos acontecimentos deFátima pode fazer-nos compreendermelhor a presença providencial deDeus noas acontecimentoshumanos”, sustenta. No mesmo encontro, o bispo deLeiria-Fátima apresentou umaconferência sobre o Centenário dasAparições da Cova da Iria aosmembros do corpo

64

diplomático acreditado na Santa Sé.“Provavelmente, só hoje, depois dequase um século, estamos emposição de compreender maisprofundamente a verdade, a riquezae toda a extensão destamensagem”, disse D. António Marto,sobre a atualidade da Mensagem deFátima.O responsável aludiu aosacontecimentos de 1917 como um“programa espiritual e pastoral paraa evangelização, desta vez nacompanhia e sob a proteção doCoração Imaculado de Maria”. Oprelado sublinhou que os anúnciose os pedidos da Virgem Maria aosTrês Pastorinhos permanecemválidos e sustentou que “a sombrabrilhante de Fátima” abrange oséculo XX, “talvez o século maiscruel e sangrento da história”.Neste quadro trágico, a VirgemMaria aparece em Fátima “comouma visão de paz e uma luz deesperança para a Igreja e para omundo”, referiu D. António Marto,numa intervenção

divulgada pela página do Santuáriode Fátima.O bispo de Leiria-Fátima destacoualguns dos aspetos da Mensagemde Fátima e a sua relevância paraos dias de hoje, como a “afirmaçãoda primazia de Deus”, uma dascaraterísticas essenciais. “Fazerregressar o ato de adoração a Deusao centro da vida da Igreja e domundo, em contraste com oambiente de perseguição e, hoje, deateísmo da indiferença religiosa”,acrescentou.

A 13 de maio de 2000, o cardeal Angelo Sodano, então secretário deEstado do Vaticano, anunciava em Fátima a terceira parte do Segredo:“É uma Via Sacra sem fim, guiada pelos Papas do século XX”. Nasequência do atentado de 13 de maio de 1981, no Vaticano, o PapaJoão Paulo II atribuiu a “uma mão materna” o facto de ter sobrevivido.

65

Page 34: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Ano A – 3.º Domingo da Quaresma Visitar aFonte, a Água,a Vida!

Neste terceiro Domingo da Quaresma, deixemo-noslevar pela Palavra da Esperança!A primeira leitura mostra como Deus acompanhou acaminhada dos hebreus pelo deserto do Sinai,atendendo às suas necessidades nos momentos decrise; um povo que caminha na esperança fundada emDeus.A segunda leitura vem reafirmar o fundamento daesperança, que nunca engana, porque o amor deDeus foi derramado em nossos corações pelo EspíritoSanto que nos foi dado e pela oblação plena de Cristona Cruz.O Evangelho apresenta o encantador diálogo deJesus com a samaritana, afirmando-se como a únicaágua viva que mata as nossas sedes, o único salvadordo mundo.Essa água viva de que Jesus fala faz-nos pensar noBatismo. Para cada um de nós, esse foi o começo deuma caminhada com Jesus. Nessa altura acolhemosem nós o Espírito que transforma, que renova, que fazde nós filhos de Deus e que nos leva ao encontro davida plena e definitiva. Há que renovar essecompromisso assumido como realidade que marca anossa vida, os nossos gestos, valores e opções.O abandono do cântaro pela samaritana, e por cadaum de nós, significa o romper com todos os esquemasde procura de felicidade egoísta, para abraçar averdadeira e única proposta de vida plena, abrindo ocoração ao Espírito que Jesus nos oferece e exige queretomemos caminhos de vida nova.Se de facto encontramos Cristo que nos traz a águaque mata a sede de felicidade, não podemos ficarfechados nessa descoberta. Há que partir, sair dassacristias, ir às pessoas e testemunhar, comentusiasmo e coerência, essa vida nova queencontramos em Jesus.

66

Deixemo-nos levar pela Palavra daEsperança! É tempo de visitar denovo a Fonte, a Água, a Vida: ir àfonte de água viva; beber a água dafonte viva; saciar a vida na água dafonte... Quantos desafios àesperança!Quantas vezes seguimos vagosapelos mas não nos deixamosconvocar pela fonte pura! Quantasvezes miramos a nossa vida emribeiras secas mas não renovamoso fundo do nosso ser na águacristalina! Quantas vezes noscomprometemos em vidas estéreismas não nos deixamos seduzir pelavida abundante! Quantos desafios àesperança renovada!

É tempo de visitar de novo a Fonte,a Água, a Vida! Como vai a nossavida? Andamos em dinamismos deesperança? Andamos mergulhadosna fonte fecunda ou somos levadospor fontanários secos? Bebemos dafonte da água viva ou estagnamosnos poços de águas mortas?Estamos centrados na vida plena oumovemo-nos em existênciasefémeras? Quantos desafios àesperança renovadora!É tempo de visitar de novo a Fonte,a Água, a Vida! Que assim seja aolongo desta terceira semana daQuaresma!

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

67

Page 35: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

A guerra esquecida na República Democrática doCongo

Violência sem fimNos últimos meses umaviolência absurda instalou-sepor todo o lado como umaepidemia. O presidente não querabandonar o poder e as ruasencheram-se de tiros, morte emedo. Algumas igrejas têm sidovandalizadas, semináriosdestruídos e até uma irmã foiassassinada. Contra toda estacrueldade, os Cristãos têmapenas uma arma: a oração. Elespodem contar consigo? Sábado, dia 18 de Fevereiro.Homens armados invadiram oseminário maior de Malole, emKatanga, na República Democráticado Congo, e perante o pânicogeneralizado de todos os que seencontravam no edifício,arrombaram portas e foramdestruindo tudo à sua passagem,roubando e queimando. O seminárioficou praticamente destruído. Nomesmo dia, foi profanada a Igreja deSão Domingos de Limete, emKinshasa. Derrubaram o sacrário,saquearam o altar, partiram osbancos e incendiaram parte doedifício. No domingo seguinte, oPapa apontou o dedo a esta ondade violência e perseguição à Igrejana República Democrática doCongo. O Santo

Padre pediu o fim dos combates edenunciou até o uso de crianças-soldado por parte de gruposarmados. Esta é uma história antiga.Há mais de vinte anos que este paísé cenário de guerras, de violênciase sofrimento. Nos últimos tempos,porém, tudo parece ter-seagravado, numa violência crescentecom notícias muito alarmantes deataques a aldeias e povoados. Naverdade, a destruição de igrejas econventos, agressão a sacerdotes eirmãs e até o assassinato dereligiosas, tudo isto passou a fazerparte do dia-a-dia na vida doscristãos na República Democráticado Congo. Luta pelo poderDe facto, a República Democráticado Congo está a viver um perigosoimpasse político depois de opresidente Joseph Kabila, no poderdesde o assassinato do pai, em2001, ter mostrado vontade decontinuar, mesmo depois determinado o seu mandato no final doano passado. Com o país dividido,com a violência nas ruas, foinecessário fazer a ponte entreGoverno e oposição. Para o

68

Cardeal Laurent Pasinya, osataques que se têm registadocontra a Igreja na RepúblicaDemocrática do Congo são um“alarmante” sinal de insegurança. Etodos temem que esta onda deviolência não tenha fim. Este ano,a Campanha da Quaresma daFundação AIS está focada emÁfrica. Tem como objectivoprimordial dar a conhecer o trabalhode sacerdotes e de religiosas, porvezes em condições absolutamenteterríveis, junto das populações maiscarenciadas. De facto, a presençade comunidades religiosas tem-serevelado essencial na promoção dapaz e no combate à espiral deviolência, medo e morte

neste continente, como temacontecido na RepúblicaDemocrática do Congo. Mas aspróprias comunidades religiosasestão na mira de bandidos e degrupos armados. Ninguém está asalvo. No meio de toda estaanarquia, as irmãs e os sacerdotesdão-nos um extraordinário exemplode coragem e abnegação. Contra aviolência mais absurda, eles têmapenas uma arma: o Terço. A Igreja,na República Democrática doCongo, pede as nossas orações.Será que a morte da Irmã MarieClaire foi em vão?

Paulo Aido| www.fundacao-ais.pt

69

Page 36: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

Obrigado, P. Henrique Cheepens

Tony Neves Espiritano

Há homens que marcam e o P. Henrique é umdeles. Eu estudava Teologia em Lisboa no fimdos anos oitenta. Saiu-me na sorte fazer trabalhopastoral na Paróquia da Cruz Quebrada, cujopároco era o P. António Colimão. A Paróquiatinha duas grandes periferias: o vale do rioJamor, junto ao Estádio Nacional, com refugiadostimorenses, apoiados pelo P. Apolinário Guterres;o Alto de Santa Catarina, com um enorme eproblemático bairro de lata, habitado por umamaioria de caboverdianos, apoiados pelo P.Afonso Cunha. Foi no centro da paróquia e,sobretudo, no Alto de Santa Catarina que tenteidar o melhor de mim entre 1985 e 1988.Não muito longe do bairro estava outro bairro delata com fama mais arrasadora: a Pedreira doHúngaros. Ali viviam, numa barraca no meio dobairro, os Padres dos Sagrados Corações,holandeses. O responsável da Comunidade erao P. Henrique Scheepens, homem de umaenorme coragem e radical opção pelos maispobres. Muitas vezes lá ia com os jovens do Alto,outras tantas apenas para me encontrar com ospadres ou celebrar no bairro a convite deles.Fui para Angola e, no regresso, soube dadestruição do bairro e realojamento dos seushabitantes. Perguntei pelos padres, sobretudopelo P. Henrique, e disseram-me que tinhamudado de bairro, mas não de compromisso.Assim, instalou-se na comunidade que animavaas paróquias da Charneca e das Galinheiras,mudando-se mais tarde para Unhos e Catujal.Sempre do lado

70

dos mais excluídos e pobres,sensível às periferias e margens dacidade de Lisboa.A vida dá muitas voltas e, em 2012,vou reencontra-lo com frequêncianas reuniões de SuperioresMaiores, em Fátima. Já quebradopela idade e doença, em nadamudava o discurso e a suaconvicção missionária detestemunhar o amor de Deus juntodos mais pobres e abandonadosdas nossas sociedades. Era umaalegria partilhar dois dedos deconversa e recordar os velhostempos dos bairros de lata, pobrezade que nem eu nem ele tínhamossaudades. Mas as pessoas, essassim, ficaram e ficam nos nossoscorações e são o melhor do mundo.Soube pelo novo Superior do P.Henrique que ele, por doençagrave, teve de regressar à Holandapara cuidados continuados. Foi umaenorme tristeza para mim. Fiquei

agora mais chocado com a notíciada sua morte, na sua terra natalmas muito longe do povo por quemdeu a vida.Obrigado P. Henrique pela força ecoragem do seu testemunho, pelapobreza com que viveu e pela féque transmitiu com as suas escolhade opção clara pelos pobres. A suaousadia de percorrer periferia emargens serão para mim, sempre,um ponto de referência obrigatório.

71

Page 37: Opinião - agencia.ecclesia.ptagencia.ecclesia.pt/semanario/netimages/pdf/ecclesia_205_-_17_de...avança, não porque é um ... Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o encontro com

72