Caso - Quando Começamos a Produzir? cresceria pois passariam a vender um produto de maior valor...

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CASO Quando Começamos a Produzir? Autor: Carlos Lobo

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Não estou com fome…Antero estava pronto para começar a comer. Com ele estavam os diretores de TI, Operações e dois consultores. Eles não estavam no restaurante da fábrica. Eles estavam no restaurante privativo da diretoria e visitas ilustres, onde a secretária tinha mandado servir o almoço.Mas ele não estava com fome. Na verdade estava preocupado com o andamento da montagem da nova linha de produção da MADEIREX e a data prevista para o início da produção. A MADEIREX dedicava-se a produção de painéis de madeira reconstruída (ver anexo 1). Tradicionalmente eles fabricavam chapas de fibra, depois saíram deste mercado. Posteriormente lançaram uma nova fábrica no interior de Santa Catarina onde fabricavam placas de MDP. Agora faziam 10 meses que tinham tido a reunião de conselho onde decidiu-se pelo investimento de 180 Mi US$ e faltavam 12 meses para o planejado início da produção da nova linha. Ele avaliava que o tempo não seria suficiente. E isso era grave pois comprometia ROI projetado para o investimento. Como gestor, ele sabia que isso provavelmente afetaria sua credibilidade e provavelmente da empresa também. Definitivamente o conselho de administração não iria apreciar isso. Por isso ele tinha tentado algo incomum em projetos deste porte: multa caso a data prevista para início da produção não se cumprisse. Mesmo assim haviam muitas dúvidas sobre a gestão daquele projeto.Na verdade aquele era um gigantesco esforço de modernização para uma empresa tradicional no setor de madeiras mas cuja participação no mercado nacional não passava de 9%. Como esta nova linha poderiam chegar a 14-15%. O que era muito bom para eles - além de aumentar o faturamento, a lucratividade cresceria pois passariam a vender um produto de maior valor

agregado, dado que venderiam MDF com acabamento, e não cru como as chapas de fibra fabricadas no passado, embora isso ainda fosse muito pouco frente a gigante DURATEX - Grupo tão grande que deixou de competir no mercado nacional e agora brigava em todo o hemisfério sul. O plano geral era arrojado. Como forma de reduzir o investimento em maquinário, a empresa fracionou a compra da linha que quando montada teria mais de 1 km de comprimento, dentre mais de uma dezena de empresas. Novamente, em construções de grande porte como hidro-elétricas isso é pratica arriscada, mas comumente observada. Na escala do projeto da MADEIREX, não. Dentre as empresas fornecedoras haviam empresas européias muito grandes e competentes, mas também alguns pequenos fornecedores locais para a construção do prédio, arruamento e pavimentação e guarda-corpos - a torre principal da linha de produção equivalia a um prédio de 6 andares. Vide anexo 4.A nova linha de produção deveria produzir painéis do tipo MDF. Na outra fábrica do grupo, no interior de Santa Catarina, eles produziam o MDP. Como eles também produziam outros produtos correlatos, isso completava o portfólio.

O Mundo dos Painéis de Madeira Reconstituída O MDP é o painel mais consumido no mundo, sendo utilizado na fabricação de móveis retilíneos (tampos de mesas, laterais de armários, estantes e divisórias) e, de forma secundária, na construção civil. Também muito utilizado na fabricação de móveis, o MDF leva alguma vantagem sobre o MDP por causa de características mecânicas específicas que o aproximam da madeira maciça, como consistência, boa estabilidade dimensional e grande capacidade de usinagem. Em menor escala, há a aplicação na construção

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CasoQUANDOCOMEÇAMOSAPRODUZIR?� ____________________________________________________________civil, como piso, rodapé e batente, entre outros.Apesar das diferenças na aplicação, os processos de produção do MDP e do MDF são similares, como se vê no anexo 2. Com o menor consumo mundial, a chapa de fibra é utilizada particularmente na fabricação de móveis, sobretudo em fundos de gavetas e de armários. Porém, a tendência é de que, ao longo do tempo, seja substituída pelo HDF, produto obtido pelo mesmo processo de fabricação do MDF, embora com alta densidade e maior valor agregado, graças ao refinamento das fibras utilizadas.

Os painéis de madeira reconstituída podem, ainda, ser comercializados sem revestimento ou revestidos. O revestimento pode ser aplicado em ambas as faces e apresentam-se em três diferentes tipos: baixa pressão (BP), finish foil (FF) 2 e lâmina de madeira (LM). No caso da MADEIREX o processo previa um finish foil para aumentar o valor de venda do MDF. No Brasil, a indústria de painéis de madeira reconstituída utiliza somente madeira oriunda de florestas plantadas. Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa), responde por cerca de 500 mil hectares plantados de pínus e eucalipto e emprega cerca de 5.500 funcionários diretamente e 25 mil indiretamente.O anexo 3 apresenta o perfil de demanda mundial e a evolução dos preços.

A PropostaA proposta que Antero tinha recebido da empresa de consultoria propunha o que eles chamavam de partida vertical. Ou seja, trabalhar na preparação de todos os detalhes relacionados com a nova linha de produção para que esta atingisse um patamar de produtividade e eficiência o mais rápido possível.Isso é medido usualmente com o OEE - Overall Equipment Efficiency, e o anexo 5 mostra como é calculado.

A figura abaixo mostra o comportamento esperado na partida de grandes equipamentos e ao lado, o comportamento prometido com a partida vertical.Os consultores apresentaram o caso da Unilever e o lançamento dos sabonetes Dove, cuja produção no Brasil iniciou-se em junho de 2002. Segundo eles, a fábrica atingiu o patamar planejado de produção em 30 dias, igualando-se a fábrica irmã, na Alemanha.Se isso pudesse ser repetido na MADEIREX seria excelente. Antero ainda se lembrava da fábrica no interior catarinense que consumiu alguns anos para atingir o OEE de 95%- Anexo 6. Definitivamente o ROI do projeto seria completamente comprometido se o mesmo se repetisse na nova linha de MDF.

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OEE

Problemas

Tempo

Target

Duração do Startup (Tradicional)

OEE

Problemas

Engenharia

Fabricação

Testes

Instalação

Comissionamento

OEE

Problemas

Tempo

Target

Duração do Startup (Meta) OEE

Problemas

Engenharia

Fabricação

Testes

Instalação

Comissionamento

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CasoQUANDOCOMEÇAMOSAPRODUZIR?� ____________________________________________________________O Tamanho do ProblemaUma fábrica pertencente a um grupo pequeno como eles recebendo uma linha de produção com a última palavra em tecnologia, alto grau de automação - Ver anexo 7 para as fotos das cabines de controle, necessitaria de uma mudança radical. Caso contrário, eles não teriam sucesso.Toda a linha de produção, da entrada das toras de pínus até a saída dos painéis da lixadeira seria controlada por apenas 4 operadores e 1 supervisor em cada turno, a partir de 3 salas de controle, de onde podiam visualizar toda linha através de câmeras de vídeo e ajustar qualquer parâmetro de processo, incluso os necessários para mudar a espessura dos painéis produzidos, automaticamente. A equipe completa de operadores para esta linha não passava de 16 pessoas por turno. Ver fotos ilustrativas no anexo 8.Como coordenar a montagem da linha considerando que todos os fornecedores estavam preocupados com sua parte, mas ninguém estava gerenciando o “todo”. (Posteriormente, no auge da montagem, mais de 400 pessoas transitavam diariamente na área envolvidas de algum modo na montagem)Não só a entrega e startup da linha de produção preocupava Antero. Todas as

áreas de suporte precisavam ser revisadas e ajustadas:- Contratar e treinar a equipe de

operação;- Capacitar a manutenção;- Comprar peças sobressalentes para a

linha não parar - somente a esteira custava 500 mil euros. Deveríamos ter outra ou não?

- Como seria a logística de entrada de pínus? A fábrica ficava literalmente no meio da cidade. O volume de caminhões entregando toras continuamente geraria um engarrafamento que iria até a praça de pedágio da rodovia estadual!

- Licenças na CETESB;- Fornecedores de adesivo para a

preparação da cola;- etc…

Contratar ou não Suporte da ConsultoriaEstava no momento da decisão, ir em frente com ou sem o apoio da consultoria. Os proprietários da empresa pensavam ser desnecessário, e até estava fazendo alguns movimentos contrários. Entretanto a decisão cabia a ele. O que fazer?

Anexos:

1)

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2)

3)

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4)

5)

6)

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Perda por Parada

Perda por Velocidade

Perda por Defeitos

Tempos O.E.E

Tempo total disponível

Tempo de carga

Tempo de operação

Tempo efetivo

Tempo de operação com valor agregado

Quebras

Mudanças de linha/ regulagens

Pequenas paradas

Redução de velocidade

Retrabalho de produtos defeituosos Início de produção

Paradas Programadas Perdas por falha administrativas e de controle

Índice de Tempo Operacional

Índice de Desempenho Operacional

Índice de Qualidade

Categoria de Perdas

0%

25%

50%

75%

100%

Meses1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58

OEE

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7)

8)

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