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Gestão empresarialERP para pequenas e médias empresas
índice
Capítulo 1 O mercado e o real conceito do ERP
Capítulo 2 Os caminhos da implementação
Capítulo 3Como escolher a solução adequada à sua empresa
Capítulo 4Com qual consultoria eu vou?
Capítulo 5Casos de sucesso
Capítulo 6Para saber mais sobre ERP
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8
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15
3
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25
O MERCADO e o real conceito do ERP
Capítulo 1
O ERP (Enterprise Resource Planning) talvez seja uma
das primeiras siglas criadas pelo mundo corporativo da
Tecnologia da Informação (TI). Assim, falar sobre ele pode
em princípio parecer algo ultrapassado. Na prática, a realidade
é outra, completamente distinta, especialmente entre as
pequenas e médias empresas no Brasil.
A propósito, até o fim de 2006, de acordo com um
levantamento divulgado à época pela IDC, o Brasil era o País
que menos adotava pacotes integrados de gestão. O estudo,
que ouviu 3 mil empresas e analisou o perfil de uso e de
compra de ERPs na América Latina, indicou que a penetração
desses sistemas atingia 55% das empresas brasileiras.
Segundo a pesquisa, a média da região é de 71%. Além disso,
entre as empresas que adotam sistemas integrados, apenas
17% possuem pacotes prontos, o que significa que a grande
maioria desenvolve internamente suas soluções ou compra
sistemas de múltiplos fornecedores.
Já de acordo com a 19ª Pesquisa: Administração de
Recursos de Informática da Fundação Getúlio Vargas, a
adoção de ERPs nas empresas brasileiras passou de 65%,
em 2002, para 76% entre 2007 e 2008. A brasileira Totvs
lidera o mercado nacional de ERPs, respondendo por
24% do mercado, enquanto a SAP detém23%, seguida por
Oracle (17%), Datasul (16%), Infor (7%) e outros (13%).
Como a Totvs deve incorporar a Datasul (acordo que, até
a publicação deste especial, ainda precisava ser aprovado
pelos conselheiros das duas empresas), sua liderança
deve ser ampliada. O professor Fernando Meirelles,
coordenador da pesquisa, destaca que os sistemas de
cada empresa incluem aqueles das companhias adquiridas
por elas. “Esses números não mudaram muito no último
ano, quando não foi feita nenhuma grande aquisição de
empresas específicas de gestão”, observa.
As divergências numéricas existem mesmo,
especialmente porque cada instituto adota uma metodologia
distinta para as suas análises. A questão, no entanto, é
que a adoção de sistemas integrados de ERP em pequenas
4
Capítulo 1
5
O mercado e o real conceito do ERP
e médias empresas vem crescendo expressivamente no
Brasil, especialmente de meados do ano passado para cá,
com a instituição do projeto da Nota Fiscal Paulista (NF-e),
em outubro de 2007. Somadas às exigências deste projeto
estão as obrigações previstas pela legislação, que obriga
estabelecimentos com receita anual superior a 120 mil reais
a adotarem sistemas de emissão de cupom fiscal, mais
conhecidos pela sigla ECF, e outra lei que determina que as
empresas que utilizam sistemas de recebimento por cartão de
crédito integrem estes ao ECF.
Esses pacotes de normas acabam levando à maior procura
por soluções de ERP, especialmente pelas empresas de micro,
pequeno e médio portes, que ainda não tinham nenhum de seus
processos automatizados, nem muito menos controlados. Além
dessa adoção “forçada”, agora mais do que nunca, a rentabilidade
- e mesmo sobrevivência - dessas companhias se dará mais do
que nunca pela boa gestão. “Em função de fiscalização, o mercado
terá de adotar uma nova postura, muito mais formal do que a
adotada até aqui”, diz Rubens Ferraz, presidente da Eclética
Informática, desenvolvedora de ERP para bares e restaurantes.
“A concorrência do mercado mostra que é preciso mais
profissionalismo”, completa. E isso significa a adoção de softwares
com recursos além da simples emissão de cupons fiscais.
Embora admita que de outubro do ano passado para cá
a procura pelo Franchise Pró-Manager, como é chamado o
ERP da Eclética, tenha crescido por conta da nova legislação,
Ferraz acredita que o setor esteja de fato vivendo uma
mudança de cultura e já procura por soluções de gestão e
automação com o objetivo de aumentar a competitividade.
“O ERP realmente ainda é uma novidade para as empresas
de pequeno e médio porte. O conceito elas já conhecem,
controle de estoque, para ficar apenas nos mais básicos.
Em resumo, o ERP nada mais é do que um conjunto de
ferramentas que integram todos os departamentos de uma
empresa. A vantagem está na garantia de informações em
tempo real e muito mais confiáveis, permitindo um melhor
controle financeiro, mais produtividade e competitividade,
uma vez que permitirá à empresa a tomada de decisões mais
acertadas e rapidamente.
Para os especialistas, as deficiências na gestão das
empresas estão entre as principais causas da mortalidade dos
negócios de micro, pequeno e médio portes. Segundo o Serviço
Brasileiro de Apoio a Pequenas e Médias Empresas (Sebrae),
78% dos empreendimentos abertos no período de 2003 a 2005
permaneceram no mercado. O resultado, divulgado no segundo
semestre de 2007, é considerado extremamente positivo, quando
comparado com o obtido em pesquisa anterior, em que esse
índice foi de 50,6%, para empresas abertas entre 2000 e 2002.
De acordo com a pesquisa, intitulada “Taxa de Sobrevivência
e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas”, a busca por
mais informações sobre gestão de negócios é um dos fatores
para a expressiva melhora no índice de sobrevivência das
empresas. Entre as empresas que baixam a porta, a maioria
vasta delas o faz por não gerar lucro. Parece óbvio. No entanto,
muitos executivos ainda não se deram conta que, para saber
se a empresa está ou não dando lucro, é necessário fazer
um acompanhamento de perto de tudo o que a companhia
vende e gasta – e o ERP veio para fazer essa tarefa de forma
automatizada. Por funcionarem de forma integrada, suas
ferramentas medem todos os resultados da empresa.
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mas a prática e operacionalização desse conceito é
novidade”, observa Isley Roberto Schroeder, diretor da
Unidade de negócios da Benner e autor do livro “Paradigma
da Informática - Gerar lucro para as empresas”, que
exatamente traz dicas de compra de
software, seleção de fornecedores e
análise de propostas, entre outras.
Antonio Schuch, vice-presidente de
vendas para SME da SAP no Brasil,
explica que o conceito de ERP é pegar
processos e tarefas repetitivas e de
rotina e colocá-los organizadamente em
um software. No entanto, o executivo alerta que o ERP ainda
não é algo tão conhecido e dominado quanto se imagina. “As
pessoas ainda têm muitas dúvidas sobre o que é e de que
forma podem se beneficiar dele”, assegura, acrescentando
que por vezes os executivos não compreendem as
justificativas de investir em um sistema de gestão
empresarial em detrimento de comprar, por exemplo, mais
matéria-prima ou máquinas para sua empresa. “O ERP é
uma ferramenta para gerenciar todas as demais ferramentas
daquela empresa. Ele eleva o negócio como um todo. É um
investimento que pode maximizar todos os investimentos
já feitos pela empresa e não apenas mais um software ou
hardware”, garante Schuch.
Os sistemas de gestão empresarial são pacotes de
aplicativos de software com ferramentas capazes de
automatizar todos os processos de uma companhia, de um
extremo a outro, passando pelo controle de pedidos, fluxo
de caixa, recursos humanos, contas a pagar e receber,
atendimento ao cliente, relacionamento com fornecedores e
O mercado e o real conceito do ERPCapítulo 1
As deficiências na gestão das empresas estão entre as principais causas da mortalidade dos negócios de micro,pequeno e médio portes.
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Capítulo 2
Os caminhos daIMPLEMENTAÇÃO
Antes de qualquer outra coisa, é importante destacar que
a elaboração do projeto de implantação deve acontecer
antes mesmo da escolha da ferramenta. Um bom projeto
deve considerar inicialmente a automação dos processos mais
latentes dentro da companhia. “Tentar automatizar tudo de
uma vez, não levará a empresa a lugar algum. É preciso fazer
a implementação passo a passo. Não precisa ser conservador,
mas tem de ser consciente”, aconselha Godoy, da Totvs. “Uma
vez que os alicerces básicos, das rotinas tradicionais, estiverem bem
implementados, é hora de começar a adotar os recursos menos
críticos para o negócio”, concorda Augusto. Segundo o executivo
da Star Soft, a ordem seria implementar o ERP para os processos
fundamentais do dia-a-dia, em seguida aprimorar aqueles processos
já existentes e que também são importantes para o negócio e, em
terceiro lugar, analisar aquilo que o sistema oferece, além do básico,
e começar a fazer uso.
Schuch, da SAP, diz que a diferença
entre os projetos de sucesso e os
fracassados está na boa definição de
seu escopo e em um planejamento de
longo prazo. “É preciso ter claros os
tipos de funcionalidades que a empresa
de fato precisa, quais indicadores serão
necessários, que processos terão de ser gerenciados e com quem ele
precisa ser integrado”, enumera o executivo. Também é importante
estabelecer expectativas ao início do projeto.
O projeto, segundo os especialistas, também não pode ser
desenvolvido com base apenas no momento atual da companhia.
É preciso analisar o cenário futuro e as perspectivas de
negócios, bem como de necessidades de integração e regras de
regulamentação envolvidas nas atividades da empresa. Além
disso, o projeto deve incluir, de acordo com Elisabete Waller,
vice-presidente de aplicativos da Oracle do Brasil, fórmulas para
que a empresa tire proveito dos desenhos das melhores práticas
já embutidas em boa parte das soluções de ERP disponíveis no
mercado. “É uma forma de adequar a empresa às boas práticas e
trazer ganhos expressivos para o negócio”, garante Elisabete. “É
um erro querer colocar dentro do ERP os processos da empresa
exatamente como eles são feitos. É um excelente momento para
A diferença entre os projetos de sucesso e os fracassados está na boa definição de seu escopo e em um planejamento de longo prazoAntonio Schuch, da SAP
aproveitar para realizar uma revisão dos processos”, sugere
ela. “A empresa deve aproveitar as boas práticas de um
software de gestão para aperfeiçoar os seus processos”,
concorda Godoy, da Totvs.
Finalmente, mas não menos importante, os especialistas
afirmam que a adoção do ERP não pode ser uma decisão unilateral,
tomada pelos alto-executivos da companhia. “Quem faz o sistema
funcionar é a equipe operacional. Ela não pode se sentir ameaçada
e tem que enxergar aquilo como algo interessante e vantajoso”,
afirma o executivo da Totvs. Schroeder, da Benner, destaca ainda
que um projeto de ERP em pequena empresa vai envolver muito
mais as pessoas que estão no dia-a-dia. E isso, em sua opinião,
exige um esforço maior do que em uma companhia de grande porte,
porque os recursos humanos são menores e o conhecimento está
concentrado em alguns poucos profissionais.
Ao mesmo tempo, é preciso definir um líder para o projeto e
um departamento com usuários-chave que de fato se envolvam
com ele. “Caso contrário, não haverá empresa que faça um
ERP funcionar corretamente”, garante Augusto, da Star Soft.
Schuch acrescenta que uma empresa só verá o ROI (retorno
sobre o investimento) de um projeto de ERP se pensá-lo como
uma iniciativa de negócios, e não de TI. E parte desse processo
é a criação de um comitê formado preferencialmente pelos
diretores da área. “Não importa que eles não entendam nada de
TI. São eles que dominam o negócio”, justifica. “A implantação
de um ERP deve ser tratada como um processo de gestão da
empresa e não de uma ferramenta de TI em si”, diz Schuch.
“Vemos muitos pequenos empresários que compram, colocam
no ar e depois vêem que o ERP não atende a especificações de
negócios de sua companhia”, revela.
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Capítulo 2
11
• Achar que uma grande software house é sempre a mais indicada para a sua empresa
• Não implementar um projeto de gestão de mudanças
• Transferir para o ERP os processos da forma como eles já são utilizados, sem que eles passem por uma revisão e considerem o conjunto de melhores práticas dos pacotes de software
• Não envolver toda a empresa no projeto de ERP
• Esquecer os custos de manutenção, treinamento de usuários (um levantamento da Microsoft aponta que 60% dos custos são vinculados a treinamento de usuários do ERP)
• Planejar a implementação como um projeto de TI, e não de negócios
• Acreditar que a pequena empresa tem necessariamente processos menos complexos do que as grandes
• Não enxergar a empresa como um conjunto de processos
• Achar que os profissionais conseguirão se dedicar em tempo integral ao projeto
• Escolher o software por impulso, sem considerar a consistência da solução
Os caminhos da implementação
FUJA DOS ERROS MAIS COMUNS
Os erros cometidos pelas pequenas empresas na hora de adotar o ERP são semelhantes aos vividos pelas grandes organizações. No entanto, o pequeno empresário não costuma ter verba para corrigir o rumo do projeto. Confira os problemas mais comuns e saiba como evitá-los.
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Capítulo 3
COMO ESCOLHER a solução adequada à sua empresa
Uma vez que não restam dúvidas sobre o potencial e
iminência das pequenas e médias empresas investirem em
soluções de gestão empresarial, os fornecedores de ERP
não perderam tempo em ajustar suas ferramentas, de forma
que elas atendessem não só às necessidades de negócio, mas
também fossem financeiramente viáveis para essas organizações.
Assim, o mercado está atualmente repleto de empresas
teoricamente especializadas em soluções de ERP, dos mais
variados tipos, que prometem mundos e fundos. No entanto, a
escolha do pacote mais adequado às necessidades da empresa,
independentemente do seu tamanho, deve levar em conta
questões que vão muito além do modismo.
O primeiro passo, conforme explica Schuch, da SAP, é o
empresário entender que um ERP não é um projeto apenas da
área de TI. “Ele deve envolvê-la, claro, mas precisa incluir todas as
diretorias funcionais da empresa”, sugere. “Sem isso, é impossível
escolher a solução ideal”, garante o executivo da SAP.
Wilson Godoy, vice-presidente de gestão de desenvolvimento
da Totvs, admite que o porte das empresas pequenas e médias
não lhes permite fazer grandes investimentos. “Desta forma, o
sistema tem de ser abrangente o suficiente para ter o maior grau
de aderência à necessidade das organizações”, explica o executivo.
“Aderência significa atender aos pontos básicos das operações
essenciais, como faturamento, pagamento de contas e estoque,
14
Capítulo 3
15
entre outras”, explica Nilton Tadeu Merched Augusto, diretor de
canais e marketing da Star Soft. “Uma solução aderente consegue
aproveitar aquilo que a companhia já tem funcionando de forma
correta, ainda que não esteja automatizado. Se tiver dados de
estoque em Excel, por exemplo, isso pode ser aproveitado e
carregado em um sistema aderente”, detalha o executivo da Star
Soft. “O fator principal é a questão da transparência. Um produto
nunca vai atender 100%, sempre exigirá algum ajuste. Quem
disser o contrário, estará mentindo”, alerta Augusto. “Os sistemas
também precisam ser flexíveis porque as empresas e processos
mudam freqüentemente”, acrescenta Mauricio Prado, gerente-
geral da divisão Microsoft Business Solutions no Brasil.
Outro tema a ser observado no momento de escolher o ERP
é a sua capacidade de integração com as soluções de seus
parceiros e de todo o ecossistema, de acordo com Schuch. “Essa
pesquisa junto aos parceiros pode ser fundamental tanto do
ponto de vista técnico, quanto de negócios”, explica.
Unanimidade entre todos os especialistas ouvidos por PC WORLD,
a escolha do fornecedor do ERP deve levar em conta que a relação
com ele será longa. Segundo Prado, da Microsoft, o tempo médio de
uso de um ERP é de dez anos. “É importante escolher um parceiro
que tenha fôlego contínuo para manter investimentos em inovação
e pesquisa e desenvolvimento”, completa Prado.”O empresário
deve analisar a percepção que o mercado tem da longevidade
do fornecedor com o qual ele está tratando. Em especial nesses
últimos anos, com o violento movimento de fusões e aquisições,
além de muitas software houses pequenas terem encerrado
operações”, aconselha Godoy, da Totvs. “Nessa onda de fusões e
aquisições, mais importante do que saber se a ferramenta tem ou
não as características, é saber se a empresa conseguirá atender às
necessidades ao longo do tempo”, reforça Schuch, da SAP.
Capítulo 4Como escolher a solução adequada à sua empresa
COM QUALconsultoria eu vou?
A escolha de longo prazo mais importante é a do
fornecedor. No curto prazo e para o sucesso do negócio,
porém, o segredo está no parceiro de implementação,
na consultoria que apoiará a pequena ou média empresa,
revelam os especialistas.
Depois, eles alertam para o fato de as empresas de
menor porte precisarem ser muito ágeis e dinâmicas,
mais do que as grandes, e isso pode dificultar o
processo de implementação. E é necessário parar alguns
processos para fazer parametrizações. Godoy, da Totvs,
lembra que, por causa disso, na hora de escolher a
consultoria, portanto, é preciso buscar uma parceira que
entenda que os processos precisam ser bem definidos
e que a metodologia atual estava baseada em alguns
poucos profissionais, que detinham o maior volume de
informações e conhecimento sobre a empresa.
“Aqui vale visitar clientes parecidos, da mesma indústria,
com os mesmos problemas e perspectivas. Eles podem dar
dicas valiosas e de detalhes sobre os quais sua empresa
talvez não lembre”, aconselha Schuch, da SAP. “Procurar
uma consultoria externa para ajudar nesse entendimento.
Conversar com parceiros e potenciais fornecedores para
16 17
Capítulo 4 Com qual consultoria eu vou?
descobrir os seus aprendizados”, sugere Prado, da Microsoft.
Schroeder, da Benner, concorda que a contratação de
uma consultoria é uma opção interessante, mas alerta que é
preciso tomar cuidado porque o empresário, ao buscar uma
consultoria, precisa saber exatamente o que está comprando
dela. “Algumas entendem mais de negócios, outras mais
de tecnologia”, afirma. Na mesma linha, Godoy diz que uma
alternativa interessante pode ser a contratação de uma
consultoria de negócios e outra de TI.
“Atualmente, o projeto de ERP é basicamente
10% máquina, 20% software, 30% suporte e 40%
responsabilidade de quem vai implementar o sistema”,
contabiliza Augusto, da Star Soft. Em resumo, conforme
ele afirma, o sucesso do projeto depende basicamente de
duas coisas: a metodologia a ser praticada pela consultoria
contratada e uma boa definição de escopo por parte do
cliente. Ou seja, o sucesso depende dos dois lados e a
compradora é co-responsável pela implementação. “A
consultoria deve ser responsável por todo o levantamento
de processos, mas se a empresa não passar todos os
detalhes, ela não terá propriedade para entender os
problemas e objetivos do cliente de forma a obter do
sistema de gestão os resultados esperados”, explica.
Como gerenciar a transiçãoO projeto de gestão de mudanças é fundamental para o
sucesso de uma implementação de ERP – e ele deve fazer
parte do trabalho prestado pela consultoria ou parceiro de
implementação, de acordo com os especialistas.
“Um processo de aculturamento não acontecerá da
noite para o dia. Ele precisa se dar em paralelo ao projeto
respeito a tecnologia. Os 80% restantes estão
relacionados a pessoas. “Não subestime o cuidado com
pessoas, pois é mais fácil implementar a ferramenta do
que mudar os hábitos dos profissionais”, assegura.
“Normalmente a consultoria ajuda no processo de
transformação, mas antes disso ela precisa entender os
processos de cada área, que até então não eram vistos.
A relação entre as áreas muda e a consultoria precisa
identificar essas questões”, explica Elisabete .
No caso das pequenas empresas, que costumam
ter uma equipe bastante enxuta de usuários do ERP,
o chamado BPO (Business Process Outsourcing, ou
terceirização dos processos de negócios) pode ser
uma alternativa interessante, segundo Elisabete. Isso
porque elas não ficam dependentes de alguns poucos
profissionais, que podem deixar a companhia a qualquer
instante. Além disso, não precisarão gastar com o
treinamento de novos funcionários que venham a
ˇsubstituir aqueles que a deixaram.
“Assegurar a continuidade do conhecimento dentro da
empresa é fundamental. As empresas precisam aprender
a reservar um porcentual de seu orçamento para TI, e
desse montante, reservar uma parte à reciclagem de
profissionais, que deve acontecer todo ano”, finaliza
Schroeder, da Benner.
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Capítulo 4
19
Com qual consultoria eu vou?
do ERP”, alerta Godoy, da Totvs. “A metodologia de
implementação do parceiro contratado precisa levar em
conta a gestão de mudança, comunicação, treinamento
dos usuários e transferência de conhecimento”, afirma
Schuch, da SAP.
Prado, da Microsoft, menciona um estudo que indica
que apenas 15% dos profissionais de uma empresa com
ERP utilizam a ferramenta e ainda aproveitam apenas
os recursos básicos da solução, o que significa que ela
é subutilizada. O baixo nível de adoção pode ser fruto da
falta de um projeto de gestão de mudanças, o que acaba
gerando resistência entre os usuários. Outro motivo pode
ser a complexidade de sua interface. “Quanto mais difícil
for de usar, mais tempo a empresa gastará para treinar
os profissionais”, resume Prado. Além disso, em uma
empresa pequena, o profissional tem ainda menos tempo
para dedicar ao treinamento.
“É preciso mostrar para a organização a importância
do projeto”, diz o especialista da Microsoft, acrescentando
que a baixa adoção traz várias conseqüências negativas
para a empresa. “O funcionário usa menos a ferramenta
e acaba criando ilhas de informações, sem integração ao
sistema principal”, revela.
Elisabete, da Oracle, também destaca a importância
de um projeto de gestão de mudanças para o sucesso
do ERP. Segundo ela, toda a empresa deve ser envolvida
no processo de transformação para que a aceitação se
dê em maior nível. “Muitos projetos, especialmente do
passado, fracassaram por falta de um processo de gestão
de mudança”, afirma a executiva, acrescentando que
atualmente, apenas 20% de um projeto de ERP diz
Capítulo 5
20 21
Ao organizar e integrar processos, a empresa descobriu que por 15 anos pagou 1% a mais de impostos do que o necessário; correção garantiu o ROI em poucos meses
Casos deSUCESSOERP garante retorno imediato sobre o investimento na Fibralit
Um sistema antiquado e implantado inicialmente apenas
para a emissão automática de notas fiscais. Conforme
surgiam as novas demandas, o sistema recebia módulos
adicionais, como para pagamento de contas e gestão de estoque,
entre outros. Este era o cenário de TI na fabricante de placas
de fibra de vidro Fibralit, até meados de 2006. “Em um dado
momento, percebemos que aquele sistema não daria mais
conta de atender ao crescimento da empresa, que passou por
expansão e teve a fábrica aumentada”, afirma Marcos de Arruda,
sócio-proprietário da Fibralit. “Os dados ali não eram integrados
de forma a nos permitir a tomada de decisões acertadas em um
curto espaço de tempo”, lembra o executivo.
Então a companhia optou por implantar um ERP mais
elaborado, de mercado e que ao mesmo tempo coubesse
em seu orçamento. Escolheram a solução da Datasul, cuja
implementação teve início em novembro de 2006. Arruda conta
que a maior parte dos recursos-padrão do sistema atendia às
necessidades da Fibralit. “Algumas questões particulares do
nosso negócio exigiram uma customização”, revela o sócio-
diretor da empresa, referindo-se aos processos de formação de
custo e controle de produção.
Em abril de 2007 o ERP da Datasul entrou em funcionamento
na companhia. Arruda conta que a decisão foi de desligar o
sistema antigo na véspera do ativamento do novo. “Foi um
risco que assumimos. Mas fazer a implementação e manter os
dois sistemas em paralelo poderia atrasar muito o processo”,
justifica. “Tudo correu bem e já no primeiro dia emitimos notas
sem nenhum problema.”
Ao contrário do que sugerem os especialistas, na Fibralit, a
decisão tanto de trocar o ERP, quanto de escolher o produto e
implementá-lo de fato envolveu apenas os sócios da empresa.
Casos de Sucesso
22
“Eu cuidei da compra do sistema, até o pagamento e
a ordem de produção. A partir dali, meu sócio [Heitor
Rejane Junior] foi quem cuidou”, revela Arruda. Ele conta
que a Fibralit não conta com uma área de TI estruturada,
então a Datasul foi quem fez o carregamento da base de
informações do sistema antigo para o novo ERP. “Hoje
temos um controle de processos muito maior, além de
atendermos o cliente dentro do estabelecido e cumprir
prazos corretamente”, afirma.
Arruda conta que depois que o sistema foi
implementado, a empresa descobriu que pagou, ao longo
de seus 15 anos de existência, 1% a mais de imposto do
que seria de fato obrigada a pagar. “Com a implantação
do sistema, descobrimos a divergência”, diz ele. “Com a
descoberta do erro, conseguimos recuperar cerca de 5
anos de perdas decorrentes dos impostos pagos a mais,
e o que economizamos já pagou o sistema”, contabiliza,
revelando que o investimento total realizado no projeto
girou em torno de 100 mil reais. Segundo Arruda, o
sistema em si custou algo perto de 60 mil reais, mas a
empresa, por causa de seus processos muito particulares,
demandou customizações além do normal. Hoje são 13
módulos integrados.
“A maior dificuldade foi fazer com que as pessoas da
empresa aceitassem a cultura de um projeto de ERP”,
destaca. O problema, segundo ele, foi solucionado com
treinamento, que deu aos usuários a noção da importância
de ter os processos integrados e de que não adiantava mais
apenas cada um fazer a sua parte. “A partir do momento
em que entenderam como a coisa deveria funcionar,
caminharam com muito mais facilidade”, conclui.
Gestão ajuda empresa do segmento de couro a elevar vendasBonton implementa programa da Star Soft para facilitar integração entre departamentos e estima salto de 10% nas vendas no mercado nacional
Calçados, bancos, carteiras e bolsas. Esses são alguns
dos produtos fabricados pela Bonton, empresa focada
em artigos de couro em geral, que no início de 2006
identificou a necessidade de melhor integrar os processos
de seus diferentes departamentos para conseguir manter o
crescimento dos negócios.
Capítulo 5
23
Casos de Sucesso
24
Capítulo 5
Em março de 2006, com o objetivo de dinamizar os
processos de vendas, compras, controle de estoque
e custos, a companhia adquiriu o ERP Star Soft
Applications. Inicialmente, o software foi aplicado para
aumentar a confiabilidade dos dados, além de melhorar o
desempenho do setor administrativo da Bonton.
“Optamos por migrar para o ERP Star Soft
para acompanhar o ritmo das transformações do
nosso mercado. Nossa perspectiva é aperfeiçoar o
gerenciamento das atividades comerciais com mais
agressividade, rapidez e precisão”, afirma Claudio Vieira
dos Santos, diretor industrial da Bonton, acrescentando
ainda que a nova configuração contribui para administrar
as compras com mais otimização.
Segundo o executivo, a empresa investiu R$ 80 mil
na implementação do ERP, que entrou em produção
pouco mais de um ano depois, em julho de 2007. Com
todos os seus processos redesenhados e organizados, e
com a otimização das operações dos setores financeiro,
contabilidade e também a folha de pagamentos, a
empresa projeta um avanço de 10% nas vendas pelo País
no primeiro ano de uso do ERP.
Agora, em busca de aprimorar ainda mais os relatórios
para tomadas de decisão e gerenciamento, a Bonton optou
por ativar os recursos de Business Intelligence do ERP da
Star Soft, projeto em andamento na empresa.
Capítulo 6
PARA SABERmais sobre ERP
Benner Solutionwww.benner.com.br/novosite/web/cases.asp
Traz uma área em que apresenta casos de sucesso de seus
principais clientes. Para quem estiver na dúvida, é sempre bom
conhecer referências e, com sorte, encontrar alguma empresa
da mesma área de atuação que esteja usando a solução.
CBS Consultingwww.cbsconsulting.com.br/erp.htm
O site da consultoria traz um espaço bastante didático sobre
sistemas de gestão. Podem ser encontradas informações
básicas sobre o conceito de ERP – para que serve, como
funciona, quanto tempo leva uma implementação, etc.
Datasulwww.datasul.com.br/
O fornecedor nacional de sistemas de gestão (que deve ser
incorporado pela Totvs) oferece em seu site informações
gráficas bastante intuitivas, sobre os produtos – divididos
por segmento de indústria. Há também um espaço com os
casos de sucesso de seus clientes.
Linha de códigowww.linhadecodigo.com.br/Artigo.aspx?id=1840
O site Linha de Código e feito por e para profissionais de
Tecnologia da Informação e traz comentários e artigos de
quem conhece bem os sistemas de gestão e seus processos
de implantação. O link traz um artigo que apresenta uma visão
geral sobre ERPs, desde sua criação até os dias de hoje.
25
Saiba mais sobre ERPCapítulo 6
Microsoftwww.microsoft.com/brasil/corporativo/default.mspx
A partir da área de soluções corporativas do site da Microsoft
é possível encontrar alguns artigos interessantes sobre gestão
empresarial, que abordam temas como a integração do CRM
com o ERP e se a companhia está pronta para adotar uma nova
solução de gestão.
Oracle www.oracle.com.br
Empresa que traz uma ampla gama de soluções de software
empresarial, a Oracle oferece em seu site informações sobre os
produtos, com boa parte do conteúdo em inglês.
Prodel Informáticawww.prodel.com.br/ERP.htm
Outra consultoria com informações bem interessantes.
Além de explicar do que se trata, o site traz um histórico
sobre sistemas de gestão (de sua criação até os dias de
hoje) e comentários sobre como estes aplicativos vêm se
adaptando à web e o que esperar no futuro.
SAPwww.sap.com/brazil/solutions/business-suite/erp/
Um dos principais players do mercado de ERP no Brasil, a SAP
traz em sua página informações sobre suas soluções, com
white papers em PDF sobre o tema, apresentações e dados
sobre a atualização de ferramentas de gestão empresarial.
Scielo Brasilwww.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
530X2002000300006
O site da Scientific Electronic Library Online é indicado para quem
quiser se aprofundar um pouco mais no tema. O link acima, por
exemplo, traz um white paper produzido por pesquisadores do Centro
Universitário da FEI e trata de sistemas integrados de gestão ERP
em pequenas empresas: um confronto entre o referencial teórico e a
prática empresarial.
Star Softwww.starsoft.com.br
Fornecedora nacional de soluções para áreas como CRM,
Business Intelligence e ERP, a Star Soft disponibiliza em seu site
informações sobre os produtos, catálogos sobre metodologia de
implantação e cases, entre outros.
Totvswww.totvs.com.br/web/guest/software
A área dedicada à apresentação dos aplicativos da Totvs é
interessante porque fala mais de negócios e menos de tecnologia.
Ali o leitor encontra o espaço dividido por segmentos de mercado e,
clicando no setor escolhido, é possível ver uma descrição sobre como
a solução pode auxiliar empresas daquele setor.
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