Paz na terra 5d (paulo & fernando zornitta)

10
PAZ NA TERRA – UTOPIA OU POSSIBILIDADE ? Paulo Zornitta¹ & Fernando Zornitta² Ilustrações: Rubens Ygua³ O Instinto Humano - O Despertar do Ego e a Inversão de Valores na Linha Evolutiva da Humanidade Sem filosofar muito ou nada, por certo todas as grande perguntas existenciais já fizemos a nós mesmos: - De onde viemos e para onde vamos ? - Para onde caminha a humanidade ? - Qual o destino da vida e do planeta ? - Será que estamos guiando o nosso futuro comum ou simplesmente deixando ele ”acontecer” ? - Que responsabilidades e possibilidades temos; como e com que ferramentas podemos mudar rumos e mentalidades, caso ainda tenhamos tempo para isso ? Perguntas que nos perturbam e incomodam todo o dia, enquanto procuramos uma luz no fim do túnel que nos dê segurança própria, para seguirmos vivendo, para gerarmos filhos, podermos ter netos, para saborearmos e dignificarmos a vida como ela merece. Das cavernas à era moderna, o homem sempre procurou por melhores condições de subsistência; climas mais propícios, maior abundância de alimentos; descobriu, inventou e reinventou, ajudando com a sua criatividade a resolver os problemas imediatos da humanidade. Entretanto, movido pela mais valia – preocupado em ter e não em ser e, empurrado por um macro sistema de forças que o desnorteia – o da economia – e por outros que o empuxam - como o da ciência e da tecnologia, está rumando e seguirá o seu certo destino, direto para o abismo, para o caos absoluto. O homem do século XX, da ciência, da cibernética e das viagens espaciais, fez círculos em volta do nada e comprometeu a sua própria sobrevivência. Enquanto se vangloriou das suas conquistas, agiu como um masoquista e caminhou satisfeito rumo a sua total destruição. Promoveu a depreciação do seu habitat e da vida; acumulou centenas, as vezes milhares de vezes o que necessitou para viver, degradou, destruiu e deixou a grande maioria da população da Terra na mais absoluta miséria. Os autores

description

Como conseguir paz na Terra e o start do processo individual

Transcript of Paz na terra 5d (paulo & fernando zornitta)

Page 1: Paz na terra 5d (paulo & fernando zornitta)

PAZ NA TERRA – UTOPIA OU POSSIBILIDADE ?Paulo Zornitta¹ & Fernando Zornitta²

Ilustrações: Rubens Ygua³

O Instinto Humano - O Despertar do Ego e a Inversão de Valores naLinha Evolutiva da Humanidade

Sem filosofar muito ou nada, por certo todas as grande perguntas existenciais jáfizemos a nós mesmos:

- De onde viemos e para onde vamos ?

- Para onde caminha a humanidade ?

- Qual o destino da vida e do planeta ?

- Será que estamos guiando o nosso futuro comum ou simplesmente deixando ele”acontecer” ?

- Que responsabilidades e possibilidades temos; como e com que ferramentaspodemos mudar rumos e mentalidades, caso ainda tenhamos tempo para isso ?

Perguntas que nos perturbam e incomodam todo o dia, enquanto procuramos umaluz no fim do túnel que nos dê segurança própria, para seguirmos vivendo, paragerarmos filhos, podermos ter netos, para saborearmos e dignificarmos a vida comoela merece.

Das cavernas à era moderna, o homem sempre procurou por melhores condições desubsistência; climas mais propícios, maior abundância de alimentos; descobriu,inventou e reinventou, ajudando com a sua criatividade a resolver os problemasimediatos da humanidade. Entretanto, movido pela mais valia – preocupado em tere não em ser e, empurrado por um macro sistema de forças que o desnorteia – oda economia – e por outros que o empuxam - como o da ciência e da tecnologia,está rumando e seguirá o seu certo destino, direto para o abismo, para o caosabsoluto.

O homem do século XX, da ciência, da cibernética e dasviagens espaciais, fez círculos em volta do nada ecomprometeu a sua própria sobrevivência. Enquanto sevangloriou das suas conquistas, agiu como um masoquista ecaminhou satisfeito rumo a sua total destruição. Promoveu adepreciação do seu habitat e da vida; acumulou centenas,as vezes milhares de vezes o que necessitou para viver,degradou, destruiu e deixou a grande maioria da populaçãoda Terra na mais absoluta miséria. Os autores

Page 2: Paz na terra 5d (paulo & fernando zornitta)

O homem, ele mesmo, é quem contribui para a insustentabilidade do planeta e detoda a vida que nele habita pelo livre arbítrio que lhe foi permitido.

Desde as mega estruturas dos blocos econômicos, associados por conveniência e,das nações mais poderosas do mundo, até a escala de simples indivíduos, todoscompetimos por mais e queremos crescer e ter mais, mais e cada vez mais e,sublimados psicologicamente e socialmente pela voracidade do consumo e daprodução, que também vêm pela mídia e entra sem convite nos nossos lares com afalsa promessa (quase nunca cumprida) de lazer, cultura e felicidade plena – vamosletargicamente deglutindo os sapos que não nos alimentam e nem nos satisfazemculturalmente e que fazem parte do “marketing anti-vida”, que está a serviço damorte, da nossa própria lenta e agonizante morte que leva de arrasto o nosso meiocircundante – que parece não nos dizer respeito.

Não bastassem as catástrofes naturais que todo o ano enfrentamos (acelerando-sepor causa dos nossos “descuidos”), não bastasse a fome, as doenças e adevastação ambiental que deveríamos dar – mas não damos - uma mínimaatenção, ainda avançamos sem rumo centrados na mais valia e perdemos com ela osenso de direção e de responsabilidade, como alguém que dirige um automóvelalcoolizado ou dopado.

Esta é a grande e paradoxal estrada pela qual caminha a humanidade, uma estradaque não deu e não dá acesso a todos que competem e se degladeiam no percurso eque só aos mais preparados é permitido chegar. Uma estrada sem qualquerfundamentação lógica. E é nela que centramos o nosso modelo evolutivo excludentee “competimos” munidos de pás e enxadas com as tecnologias de ponta dos paísesdesenvolvidos.

Na busca de uma estrada que conduza a paz, é inconcebível e insustentávelseguirmos um modelo evolutivo em que um único homem, como Bill Gates, quepossui o equivalente proporcional a centenas de milhões de outros seussemelhantes. É inadmissível uma única nação consumir, poluir e desperdiçar tantocomo os EUA (perto de 60% do total mundial); da mesma forma que éparadoxalmente trágico coexistirmos com países sugados, explorados eabandonados a sua própria sorte como os da África ou da América Latina – como oHaiti, em que quase 100% da suas populações agonizam de fome, de doenças e/oude miséria.

Page 3: Paz na terra 5d (paulo & fernando zornitta)

40% dos recursos do planeta estão nas mãos de apenas 6% da população;15% da população que vive nos países desenvolvidos, são responsáveis por56% do consumo mundial e 40% da população pobre consome só 11%.345 pessoas têm nas mãos a fortuna do mundo – mais de U$ um bilhãocada; enquanto que o capital especulativo – sem lastro - que ronda asbolsas de valores e que cria crises em todo o mundo é estimado em U$A100 trilhões (embora não existam ativos desta monta no planeta – o PIB detodos os países juntos é estimado em U$A 30 trilhões, mas o meio ativocirculante no planeta é de 130 trilhões, ou seja, 100 a mais do que oreal).*²

Na nossa evolução (“involunção” seria um melhor termo) e com as nossas açõescriamos o “eixo da vergonha”, o famoso e conhecido como “eixo norte-sul” onde só20% da humanidade (o norte) vive dignamente (embora sempre com o seutambém futuro incerto) e os 4/5 restantes agonizam de sintomas da exclusão:“fome crônica”, doenças, falta de tudo (de educação, de moradia, de saúde, delazer e de todos os demais problemas do sub-desenvolvimento).

Vivemos e “involuímos” instintivamente e em completo paradoxo: desenvolvemosmega tecnologias que só uns poucos se utilizam e que se prestam mais acontinuidade desse sistema que oprime e aprisiona vidas, povos, nações inteiras eque se presta a reprodução de ciclos, de geração de cada vez mais gente noconsumo de alimentos e produtos, de destruição, de desperdício e morte; semnada, absolutamente nada fazermos para mudar ou para deixarmos comocontribuição para melhorar o planeta e a vida que nos acolhem.

Nessa paranóica roda viva, geramos também, em todas as escalas, conflitos,guerras e litígios sem qualquer fundamentação lógica; destruindo culturasmilenares por alguns litros de petróleo ou por pepitas de algum mineral, só paracontinuarmos crescendo e, para isso, semeamos pelo instinto - que ainda não nosabandonou no pós-cavernas - o ódio.

“O século XX, ficará marcado como o século dos contrasensos e paradoxos,em que avançamos sem saber para onde íamos. Enquanto, dispúnhamosde tecnologias de ponta, que nos propiciaram pesquisar até a origem e avida em outros planetas, esquecemo-nos da valorização de todas as formasde manifestação dela aqui mesmo na Terra; em que praticamos odesperdício e seguimos investindo errado (em guerras e em litígios, empesquisas - sem quaisquer fundamentações lógicas, por exemplo),deixando 4/5 da humanidade excluída, enquanto consumimos com todos os

Page 4: Paz na terra 5d (paulo & fernando zornitta)

recursos naturais e ajudamos a exterminar a vida do planeta pela nossaação ou pela nossa omissão.”*²

São quase 110 mil pessoas que morrem todo o dia no mundo de fome edesnutrição – a grande maioria nos países subdesenvolvidos. E os pobres emiseráveis que conseguem sobreviver, geram novos pobres - os “pobreshereditários”, numa “síndrome multidimensional” que não se acabará com medidaspaliativas e atuando-se nos efeitos. O problema é mundial. Nos paísesdesenvolvidos a má gestão pública – que contribui para este estado de coisas-também ocorre, assim como a corrupção, mas num país subdesenvolvido, elarepresenta a morte de milhares de pessoas e faz acentuar o processo de destruiçãoambiental.

A parte da sabedoria que nos caberia como “top de linha na classificação dasespécies” parece que não se justifica, quando percebemos as incongruências dasnossas humanas ações. Gastamos preciosos recursos e fosfato para gerarmostecnologias em máquinas astronomicamente caras que se prestam a procurar vidainteligente em outros planetas (muito provavelmente porque ela esteja em faltaaqui na Terra) e promovemos uma inconcebível devastação da natureza paraproduzir e acumular centenas as vezes milhares de vezes mais do que necessitamospara sobreviver. Competimos e oprimimos o nosso semelhante movidos peloinstinto animal e pelo medo que polui as nossas mentes e os nossos espíritos e,levamos isso para fora do núcleo familiar, para o mundo externo e para asinstituições que criamos para trabalhar, para estudar, para recrear (lembremo-nosdos estádios de futebol que viraram campos de guerras); para as empresas, paraos órgãos públicos e da sociedade civil.

Num contexto de insanidade global, como então procurar portas de saída e novasestradas para a construção da paz e que visão de futuro podem ter crianças ejovens que vêem os seus pais – que vieram dos mesmos ciclos e culturaegocêntricos e insanos (e que, privilegiados e no conforto dos seus lares, podem sedar ao luxo de lerem e de se instruírem, inclusive através de contato com esteartigo) - darem um amor incondicional aos seus (nem todos por certo) e pisaremfora da soleira dos seus lares tropeçando em outros humanos abandonados a suaprópria sorte (os excluídos) ou ver o seu habitat se degenerar e fazerem de contaque o problema não é seu e nem da sua nobre família ???

Page 5: Paz na terra 5d (paulo & fernando zornitta)

Embora a “crise civilizatória” a qual vivemos e que está nos conduzindo para oabismo e para o caos, algumas portas podem ser apontadas para a reversão e atotal mudança deste e de outros paradigmas, através de estradas paralelas a seremconstruídas por mentes esclarecidas e que possam conduzir a uma esperança deuma “cultura de paz e de harmonia planetária”.

A consideramos o diferencial de forças que gravitam – da globalização à essa linhade uma cultura de paz e harmonia planetária – e, conjuntamente com essa forçaque começou nas sombras da idade média e que agregou todas os estapafúrdios eas outras mazelas que nos levaram ao atual estágio civilizatório, a estratégia émudarmos o vetor ou os vetores em busca da paz. Não será necessário contraporuma energia no sentido oposto a da força que se nos apresenta e nem tão poucolutarmos, mas tão somente mudarmos o foco, o vetor, “a estrada”.

É preciso largarmos as espadas que ferem e nos armarmos de luz, com a mesmaluz que alguns iluminados já vieram à Terra nos indicar os horizontes e focos.

Uma guerra não se vence, todos perdem (e a humanidade parece que nãoapreendeu ainda isso), todos saem diminuídos; recursos desperdiçados não serecuperam (mas continua-se investindo errado) e, energia não se pode jogar fora,quando contra forças maiores e invencíveis como as das guerras ou da globalizaçãoda economia.

Novas estradas limpas, despoluídas, integras poderão ser construídas esedimentadas no caminho da paz e da harmonia – que muitos queremos. Temosbons exemplos delas, que aí estão e bem de baixo dos nossos olhos para serviremde pressupostos. Mas para começarmos a construí-las e pavimentá-las para nós epara a humanidade toda, precisamos antes passar por algumas portas, para entãoacessarmos o material que pavimentará essa nova estrada.

São ritos de passagem, portas de passagens mentais, de conscientização para asnecessárias mudanças de paradigmas. Não é um remédio barato, mas também nãoé um remédio tão amargo, se realmente queremos protagonizar mudanças econstruirmos a estrada da paz e esperança.

Entretanto o começo é individual e necessitamos desse rito de passagem mentalpara depois, através da promoção de um sistemático tratamento e deaprendizagem coletiva, catalisarmos o processo e promovermos o realinhamentodas mentes tortas e dos rumos errados (através dos novos vetores), o que virá porum processo lento e gradual, que a fé e a esperança - necessárias para estaempreitada - nos fazem acreditar ainda haver tempo para a necessária reversão doquadro negro que pintamos até então como “humanidade”, até curarmos ashistóricas feridas deixadas pela opressão, pelo ódio racial e religioso, pelas guerrase disputas e pela própria competição irracional.

Page 6: Paz na terra 5d (paulo & fernando zornitta)

A Primeira e maior porta de passagem é a do a do Amor Universal eIncondicional – e para ultrapassá-la faremos um compromisso de nãoofereceremos mais o nosso amor só à nossa família, mas também para os outros epara todas as formas de vida, numa aproximação do que denominamos de Neo-Humanismo*¹. Assim e para isso também viveram grandes personalidades comoMahatma Ghandi, Madre Tereza de Calcutá, São Francisco de Assis, João Paulo II,dentre tantos outros corações. Assim está nos mostrando com singelos masimportantes gestos contemporâneos, como o da atriz Angelina Joly, adotandocrianças de países do “terceiro mundo”; como o do músico Bono, através daquestão ambiental, do também cantor Sting com a causa indígena ou do nossoBetinho com a inclusão social.

O amor universal e incondicional da primeira e maior porta – a mesma do Neo-Humanismo que propomos – envolve o núcleo familiar, abarca o nível comunitário,a localidade, a cidade, o país em que vivemos, o meio, as espécies biológicas comas quais interagimos; o mundo todo enfim. É um amor universal e não egocêntricoe não mais focado só na nossa família e nos indivíduos mais próximos. É um amorpositivo, incentivador, partilhador, tolerante, compreensivo, solidário, fraterno,dedicado, elevador. É um amor que se preocupa com o social e com o ambiental eque respeita a diversidade e todas as formas de vida.

A segunda porta é a da Vocação, onde encontraremos a luz e a energia naturalda mais preciosa munição com a qual viemos - e contaremos por toda a nossaexistência terrena - para contribuir para com o mundo em que vivemos. Quantospotenciais artistas, atletas, missionários, exploradores do mundo e das ciências,abandonam as suas aspirações vocacionais mais profundas por imposições sociaispara serem profissionais padronizados socialmente, “especializados emperfumarias” liberais, empresários ensimesmados e vêem suas vidaspotencialmente frustradas por não terem seguido o seu impulso interior ?

Page 7: Paz na terra 5d (paulo & fernando zornitta)

O homem que se identifica com o que faz, chega ao estágio da arte na suaprofissão e mais perto de realizar-se como ser humano. A ele vêm de formaabundante a inspiração criativa, de uma fonte infinita e aberta, que ele por fimmanifesta através dos seus sentidos objetivos cá na Terra, através das suas obras eações, ficando estas perceptíveis e disponíveis também aos outros.

O homem que aceita a segunda porta fica em sintonia com a fonte e com o criadorde tudo. Por ela deve seguir com grandeza e humildade para que não se feche peloego e pelo orgulho de um dom que maior do que a si mesmo e em verdade é umagota perto do imenso oceano.

A terceira porta é a dos Vínculos – só dedicarmos o nosso precioso tempo eações às associações com pessoas e entidades que nos levem a objetivos de cunhouniversais. Não dedicarmos ou emprestarmos as nossas vidas e não “vestirmos acamisa” de empresas e instituições que não se afinem com os nossos princípios;para aquelas que só pensam em benefícios, dividendos e lucros.

Outras portas de passagem podem ser encontradas para o caos que nós mesmosajudamos a construir e para chegarmos às estradas da paz e da harmonia e,podemos enxergar essas possibilidades nos exemplos que nos vem dos seres commenos ou nenhuma sapiência, como a nossa pretensa: nos exemplos e portas quevêem da própria natureza, que leva e traz, que produz e tira e que usa dela mesmosó o que lhe basta. Vem dos animais irracionais, os quais para manutenção da vida,consomem nesse balanço harmônico o absolutamente necessário, deixandonaturalmente a maior parte sobrar para todos.

Também e talvez possa vir dos nossos ancestrais das cavernas ou dos nossoscontemporâneos das florestas – dos povos indígenas e daqueles que vivem emcontato com a natureza – como os pescadores, que ainda reverenciam o mar; dospovos nômades, dos esquimós, dos estrativistas e de outros – tanto para citarmoscomo exemplos.

Querendo Avançar – A Estradas da Morte ou a Estrada da PazA humanidade insandecida no máximo tem pensado em “o quefazer” para mudar e reverter o atual e catastrófico quadro –objetivo perseguido e nunca alcançado - mas jamais pensou noque “não fazer” - numa parada total das suas perniciosas açõesao planeta e a vida.

Os Autores*²

Page 8: Paz na terra 5d (paulo & fernando zornitta)

“A vida para se manifestar necessita da terra, da água e do ar. Sabemos disso, mascontinuamos empobrecendo o solo, explorando, poluindo e tirando dela o máximoque podemos; precisamos das águas doces e do mar para o consumo de alimentose para a manutenção da vida aquática, mas fazemos delas imensos esgotos a céuaberto; imprescindimos do ar que respiramos para a manutenção de todas asformas de vida, mas continuamos a jogar na atmosfera bilhões de toneladas porano de produtos tóxicos.

Estamos promovendo o verdadeiro holocausto, mas hipocritamente nosreunimos para falar em “desenvolvimento sustentável” e para encontrar as formasde atacar as causas históricas e hereditárias da degeneração do Planeta, mas ahumanidade enjaulada pelo mesmo sistema de forças que a tem aprisionado nestesúltimos séculos, continua com a sua ação suicida e autofágica em nome daeconomia, do corporativismo e não da ecologia e da paz.”*²

Embora conheçamos apenas 1,5% da nossa biodiversidade (ou seja, nãoconhecemos 98,5% das espécies do mundo animal e vegetal existentes no planetaTerra) e querendo avançar destemidamente rumo ao futuro, pesquisamos a vida, amodificamos geneticamente (de forma anti-ética) e brincamos de ser Deus.

Essa é a Porta Principal para a Estrada do Caos, senão aquela que nos guiará aextinção da nossa própria espécie. Essa porta precisamos ajudar a fechar e, fechar,significa simplesmente abandoná-la, não seguir por ela pois “é uma das estradasda morte que estamos pavimentando; da extinção da nossa espécie !”.

Paralelo a isso, todo o dia vemos anúncios de extinção de espécies e de dezenas deoutras que temos que multiplicar a atenção para salvar os seus últimosrepresentantes, com caros e antagônicos programas de preservação destas e deoutras que, por omissão, extinguem-se definitivamente

Vivemos com doenças endêmicas que de tempos em tempos retornam com toda aforça, como a Tuberculose, a Malária, a Febre Amarela – dentre tantas outras; ovírus da AIDS foi descoberto na década de 50 do século passado e até hoje nãoencontramos a sua cura; a SARS uma doença também transmitida por vírus e defácil transmissão levou ao pânico os países orientais e o Canadá queprotagonizaram o caos (todos com máscaras nas ruas como alienígenas na própriaTerra); a gripe do frango e doença da vaca louca e o Ebola já convivempacificamente com os humanos.

Page 9: Paz na terra 5d (paulo & fernando zornitta)

Quem nos garante que as novas doenças não surgiram das incursões dos nossosilustres cientistas ?

Mas mesmo assim teimamos em seguir avançando e promovendo pesquisasgenéticas sobre as quais não temos o absoluto domínio e que qualquer tubo deensaio quebrado por acaso pode ocasionar o caos.

É preciso pensar qual ou quais estradas pegamos: as que conduzem a umaperspectiva de futuro, à paz e a harmonia ou às que conduzem a morte e ao fim.

Segundo o catarinense Humberto Rohdem, o importante não é correr e chegar porprimeiro, o essencial é saber se certa é a direção em que se vai !

E é justamente essa a abordagem das inúmeras possibilidades que temos enquantohumanos e humanidade, enquanto cidadãos e enquanto famílias. Para pegarmos asestradas que conduzem a paz e à harmonia, temos tão somente e por primeiro demudar de paradigmas, de vetores, de estradas e, para mudar de paradigmas comperspectivas de futuro temos que passar pelas portas – promover em nós mesmos“a mudança (de paradigma mental, existencial e de práxis de vida)” – e para então,durante o caminho, depois e juntos, sedimentarmos as estradas da paz e daharmonia.

As respostas existenciais esperadas e de praxe serão todas então respondidas,dentro do novo enfoque e vetor, já estando construindo e andando na nova estradae, não mais no velho paradigma.

Elas (as respostas) poderão ser boas e positivas, mas dependerá exclusivamente denós – de um e de todos nós.

Referencial em:

*¹ - Zornitta, Paulo & Fernando, Grande é a Arte, Grande Pode Ser a Vida.Green Wave Ed. Porto Alegre, 2000.

Page 10: Paz na terra 5d (paulo & fernando zornitta)

*² - Zornitta, Paulo & Fernando, Rio + 10 A Constatação da Impotência / RIO +10 – Treze Pressupostos Lógicos Para Uma Perspectiva de SustentabilidadeAmbiental (Conjunto de Posturas e de Medidas Para Parar e Reverter o AtualQuadro do Caos Ambiental e Para a Correção de Rumos Numa Perspectiva deSustentabilidade). Propostas encaminhadas para a RIO + 10. Porto Alegre, 2002.

Ilustrações:

³ - Rubens Ygua – Em Grande é a Arte, Grande Pode Ser a Vida de autoria de Paulo &Fernando Zornitta. Green Wave Ed. Porto Alegre, 2000.

____________________________________________________

Quem são os Autores:

¹ - Paulo Zornitta, Ambientalista, Artista Plástico, Técnico Projetista e Designer (Sistemasde Preservação Ambiental e Tecnologias Limpas; Sistemas Eletro-eletrõnicos; FontesAlternativas de Energia e de Segurança). Produtor cultural nas áreas de literatura fotografia,cinema e vídeo e atividade lliterária – livro e textos publicados. Estudante da Metafísica eterapêutica com mais de 30 cursos, alguns na UNIPAZ. É co-idealizador e sócio-fundador deONGs atuantes nas áreas de meio-ambiente (Movimento GREEN WAVE), Associação dosEscritores Independentes do RGS – dentre outras.

E-mails: [email protected] / [email protected]

² Fernando Zornitta, Ambientalista, Artista Plástico e Designer, Arquiteto e Urbanista,Especialista em Lazer e Recreação (UFRGS) e em Turismo (OMT/ONU-Governo Italiano),Estágio de Aperfeiçoamento em Planejamento Turístico na Un. de Messina-Itália e inicioujunto à Un. de Barcelona em 2002 Curso de Doutorado em Planejamento e DesenvolvimentoRegional (com foco no turismo e proj. de pesquisa na América Latina e Caribe). Tem Cursode Técnico de Realização Audiovisual e desenvolve atividades em movimentos sociais – dosquais é co-idealizador (Unisports – Esportes, Lazer e Cidadania, Apolo Associação de Cinemae Vídeo e Movimento Green Wave). Tem produção literária – livro e artigos técnicospublicados.

E-mails: [email protected] / [email protected]

___________________________

Autorização: Autorizamos a publicação do artigo PAZ NA TERRA – UTOPIA OUPOSSIBILIDADE ? e o uso das Ilustrações integradas no corpo do artigo –conforme diagramação. Solicitamos e permitimos o uso das mesmas para“exclusivamente para a publicação no artigo supra citado”, fazendo referência dasilustrações: Rubens Ygua.

Porto Alegre, 23 de março de 2007

Paulo Roberto Zornitta e José Fernando Zornitta