Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado,...

16
IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras IX International Congress on Pathology and Repair of Structures João PessoaPB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 Manifestações patológicas na construção Patologias ocasionadas pela umidade: Estudo de caso em edificações da Universidade Estadual Vale do Acaraú UVA Pathologies occasioned by moisture: Case study in buildings of Acaraú Valley State University UVA (1)Igor de Sousa Silva, (2)Juscelino Chaves Sales (1)Engenheiro Civil, Universidade Estadual Vale do Acaraú (2)Professor, Universidade Estadual Vale do Acaraú Resumo O presente trabalho informa a natureza dos problemas ocasionados por umidades nas edificações,as principais patologias decorrentes e mecanismos de proteção visando evitálas.Isso é feito um levantamento dentro da literatura que norteia o tema. Em um segundo momento, o trabalho apresenta uma análise crítica do levantamento anterior e da realidade dentro da construção civil. Realizouse uma analise das patologias da Universidade Estadual Vale do AcaraúUVA em SobralCE.Foi feita as propostas para solucionar os problemas das patologias.A conclusão do trabalho se fundamenta na importância de se buscar uma maior durabilidade das edificações, evitando que patologias de umidade venham a danificar o patrimônio e comprometer a saúde das pessoas. Palavras – Chaves: Patologia; Umidade; Edificações; Impermeabilização. Abstract This work informs the nature of the problems caused by moisture in buildings, the main pathologies arising and protection mechanisms aiming to avoid las.Held a survey within the literature that guides the subject. In a second step, the paper presents a critical analysis of previous survey and reality within the construction industry. We performed an analysis of the pathologies Valley State University in Sobral AcaraúUVACE. It was made proposals to solve the problems of pathologies completion of the work is based on the importance of seeking greater durability of buildings, preventing pathologies moisture will damage property and endanger the health of people. Key Words: Pathology; Moisture; Buildings, Waterproofing.

Transcript of Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado,...

Page 1: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

Manifestações patológicas na construção  

 

Patologias ocasionadas pela umidade: Estudo de caso em edificações da Universidade Estadual Vale do Acaraú ‐ UVA 

 Pathologies occasioned by moisture: Case study in buildings of Acaraú Valley State University ‐ UVA 

 

(1)Igor de Sousa Silva, (2)Juscelino Chaves Sales 

(1)Engenheiro Civil, Universidade Estadual Vale do Acaraú (2)Professor, Universidade Estadual Vale do Acaraú

Resumo  O  presente  trabalho  informa  a  natureza  dos  problemas  ocasionados  por  umidades  nas  edificações,as  principais patologias decorrentes e mecanismos de proteção visando evitá‐las.Isso é feito um levantamento dentro da literatura que norteia o tema. Em um segundo momento, o trabalho apresenta uma análise crítica do levantamento anterior e da  realidade  dentro  da  construção  civil. Realizou‐se  uma  analise  das  patologias  da Universidade  Estadual Vale do Acaraú‐UVA em Sobral‐CE.Foi feita as propostas para solucionar os problemas das patologias.A conclusão do trabalho se  fundamenta  na  importância  de  se  buscar  uma maior  durabilidade  das  edificações,  evitando  que  patologias  de umidade venham a danificar o patrimônio e comprometer a saúde das pessoas.  Palavras – Chaves: Patologia; Umidade; Edificações; Impermeabilização. 

 

Abstract  This work  informs  the  nature  of  the  problems  caused  by moisture  in  buildings,  the main  pathologies  arising  and protection mechanisms aiming  to avoid  las.Held a  survey within  the  literature  that guides  the  subject.  In a  second step,  the  paper  presents  a  critical  analysis  of  previous  survey  and  reality  within  the  construction  industry. We performed an analysis of the pathologies Valley State University  in Sobral Acaraú‐UVA‐CE.  It was made proposals to solve the problems of pathologies completion of the work is based on the importance of seeking greater durability of buildings, preventing pathologies moisture will damage property and endanger the health of people.  Key ‐ Words: Pathology; Moisture; Buildings, Waterproofing.  

         

Page 2: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

1  Introdução  Já  a  palavra  umidade,  segundo  o  dicionário Michaelis  é  “qualidade  do  que  é  ou  está  úmido, quantidade  de  líquido  no  organismo.  Relento,  orvalho,  garoa”.  Dentro  da  temática  para  a engenharia,  relacionando com as patologias  tem‐se umidade como  sendo “qualidade ou estado úmido ou ligeiramente molhado”, KLEIN (1999).   Conforme PEREZ (1985), a umidade nas construções representa um dos problemas mais difíceis de serem corrigidos dentro da construção civil. Essa dificuldade está relacionada à complexidade dos fenômenos envolvidos e à falta de estudos e pesquisas. Essa carência ainda é percebida hoje, mais de  20  anos  após  elaboração  do  trabalho  do  autor  citado.  Os  problemas  de  umidade  quando surgem  nas  edificações,  sempre  trazem  um  grande  desconforto  e  degradam  a  construção rapidamente, sendo as soluções caras.  Conforme citado anteriormente, como fatores que geraram aumento do número e intensidade de patologias, o  aparecimento  frequente de problemas ocasionados por umidade é decorrente de características construtivas adotadas pela arquitetura moderna assim como os novos materiais e sistemas  construtivos  empregados  nas  últimas  décadas.  Com  o  uso  do  concreto  armado,  as paredes passam a ter como função principal a de vedação, deixam de serem portantes, resultando assim em paredes mais esbeltas.   Há também a utilização de pré‐ fabricados e de novos materiais que trouxeram consigo as juntas. Esse conjunto de materiais de diferentes tipos nas fachadas e coberturas apresenta o problema de desgaste  diferencial,  pois  cada  um  tem  uma  durabilidade  específica  e  deste modo  o  envelope externo  fica  vulnerável  (PEREZ,  1985).  Por  outro  lado,  as  técnicas  de  projetar  trabalhos  de manutenção  continuaram  as  mesmas,  dando  importância  por  parte  dos  interessados  na construção civil, apenas ao projeto estrutural e o das  instalações elétricas e hidráulico‐sanitárias. Essa postura  já está sendo modificada atualmente, surgindo à cultura de realizar manutenções e investir em novas técnicas para a mesma.  O objetivo geral deste trabalho é contribuir com engenheiros, arquitetos, e demais profissionais da  área  de  construção  civil,  com  informações  que  levem  ao  entendimento  das  patologias ocasionadas pela umidade nas edificações, de modo a evitá‐las e, não  sendo possível,  ser uma base para buscar uma  forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações do Campus da Betânia e Campus da Cidao com a respectiva solução. Outros objetivos específicos foram Indicar as origens da umidade nas edificações e a natureza dos problemas ocasionados; citar as principais patologias  decorrentes;  Apresentar  alguns  mecanismos  de  proteção  visando  evitar  patologias ocasionadas  pela  umidade,  Propor  soluções  para  os  problemas  de  umidade  nas  edificações  da Universidade Estadual Vale do Acaraú‐UVA. 

  2  Metodologia  O trabalho foi feito através de pesquisas pela internet com sites especializados,através de artigos e  livros especializados da área,assim como nas visitas  in  loco para uma melhor visualização dos problemas e fazendo assim uma melhor análise das situações das patologias através de fotos dos problemas.  Depois  de  identificadas  as  patologias  de  umidade  as  perdas  foram  analisadas  e posteriormente feitas sugestões de melhorias simples a fim de diminuí‐las. 

 

Page 3: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

3  Revisão de literatura  3.1  Infiltração na construção civil 

 Há vários tipos de  infiltrações que afetam a estrutura física da obra especialmente nos materiais utilizados  em  sua  construção  como, por  exemplo, no  reboco, na  pintura,  no  concreto,  no  aço, entre outros. Este tipo de “patologia”, além de  interferir na durabilidade, da obra é prejudicial à saúde  do  homem,  uma  vez  que  o  ambiente  úmido  abriga micro‐organismos  (fungos)  que  são responsáveis  pelo  desencadeamento  de  doenças.  Ademais,  podem  gerar  desgaste  físico  e emocional  nos  proprietários,  visto  que  a  recuperação  da  obra  implica  gastos  financeiros  e problemas na comodidade dos moradores.  3.2  Danos causados pela umidade 

 A ausência de  impermeabilizantes nas áreas molhadas pode causar, segundo Verçoza  (1983), os seguintes  problemas:  goteiras,  manchas,  mofo,  apodrecimento,  ferrugem,  eflorescência, criptoflorescência, gelividade e deterioração.  

Goteiras  e manchas  –  quando  a  água  atravessa  uma  barreira,  ela  pode,  no  outro  lado,  ficar 

aderente e ocasionar uma mancha; ou, se a quantidade é maior, gotejar, ou até fluir. Em qualquer dos  casos,  numa  construção,  estes  são  defeitos  que  só  raramente  podem  ser  admitidos.  A umidade permanente deteriora qualquer material de construção, e sempre desvaloriza uma obra.  

 Mofo e apodrecimento – o apodrecimento da madeira é devido ao mofo e bolor. O mofo e o bolor 

são fungos vegetais cujas raízes, penetrando na madeira, destilam enzimas ácidas que a corroem. Até mesmo nas alvenarias eles causam danos, porque eles  também ali aderem, escurecendo as superfícies e, com o tempo, desagregando‐as. Sendo vegetais, esses fungos precisam de ar e água   

Ferrugem – oxidação é a transformação lenta de um metal em seus óxidos. No caso do ferro e aço 

a oxidação toma o nome de ferrugem. A ferrugem é um sal de pouca aderência (cai facilmente sob fricção), de mau aspecto e de volume maior que o do  ferro que  lhe deu origem. O processo de formação da  ferrugem é  complexo e não  cabe aqui descrevê‐lo, mas o essencial é  saber que a umidade é que dá condições  favoráveis ao aparecimento da  ferrugem. Por  isso deve‐se sempre procurar obter concreto impermeável: se a umidade penetrar até a armadura, facilmente aparece a ferrugem que, ao aumentar de volume, arrebenta o cobrimento do concreto armado.  

 Eflorescências – são  formações de sais nas superfícies das paredes, trazidos do seu  interior pela 

umidade. As eflorescências causam mal aspecto, manchas, ou descolamento da pintura, etc. Pior ainda quando elas  se  situam entre os  tijolos e o  reboco,  fazendo este  se descolar. Conforme o volume chegam a  formar estalactites. As eflorescências aparecem quando a água atravessa uma parede que contenha  sais  solúveis. Estes  sais podem estar nos  tijolos, no cimento, na areia, no concreto, na argamassa, etc.   

Criptoflorescências  –  também  são  formações  salinas,  de  mesma  causa  e  mecanismo  que  as 

eflorescências, mas  agora  os  sais  formam  grandes  cristais  que  se  fixam  no  interior  da  própria parede ou estrutura. Ao crescerem, eles podem pressionar a massa, formando rachaduras e até a queda da parede. O maior causador de eflorescência é o sulfato. Os sulfatos, ao receberem água, aumentam muito de volume 

Page 4: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

 

Gelividade –  a água,  ao  congelar, aumenta de  volume. E  a  água em  canais  capilares  congela  a 

temperatura  acima  de  0º.  Ela  pode  congelar  à  temperatura  de  até  6ºC.  Assim  sendo,  a  água depositada  nos  poros  e  canais  capilares  dos  tijolos  e  do  concreto  congela  em  dias  frios.  Ao congelar aumenta de volume.  

 3.3  Origem da umidade nas construções    

 Os problemas de umidade podem se manifestar em diversos elementos das edificações – paredes, pisos,  fachadas, elementos de  concreto armado, etc. Geralmente eles não estão  relacionados a uma única causa. Segundo VERÇOZA (1991) a umidade não é apenas uma causa de patologias, ela age  também  como  um meio  necessário  para  que  grande  parte  das  patologias  em  construções ocorra.  Ela  é  fator  essencial  para  o  aparecimento  de  eflorescências,  ferrugens, mofo,  bolores, perda de pinturas, de rebocos e até a causa de acidentes estruturais.  Têm‐se as seguintes origens as umidades nas construções, conforme VERÇOZA(1991): 

Trazidas durante a construção;  Trazidas por capilaridade;  Trazidas por chuva;  Resultantes de vazamentos em redes hidráulicas;  Condensação. 

 

VERÇOZA  (1991) e KLEIN  (1999) afirmam que a umidade oriunda pela execução da construção é aquela necessária para a obra, mas que desaparece com o  tempo  (cerca de seis meses). Elas se encontram dentro dos poros dos materiais, como as águas utilizadas para concretos e argamassas, pinturas, etc.  Sobre a origem devido aos vazamentos de redes de água e esgoto, VERÇOZA(1991) comenta que é de difícil identificação do local e de sua correção. Isso se deve ao fato destes vazamentos estarem na  maioria  das  vezes  encobertos  pela  construção,  sendo  bastante  danosos  para  o  bom desempenho esperado da edificação.  Já a umidade de condensação possui uma  forma bastante diferente das outras  já mencionadas, pois a água  já se encontra no ambiente e se deposita na superfície da estrutura e não mais está infiltrada. Na tabela 1 se tem a relação das origens com os locais onde podem ser encontradas: 

   Tabela 1 – Origem da  umidade nas construções. Fonte: Adaptada de KLEIN, 1999 

Origens  Presente na

Umidade que vem da execução da construção 

Confecção do concreto,Argamassa e pinturas 

Umidade das chuvas  Coberturas  (telhados),  paredes  e  lajes  de terraços 

Por capilaridade  Paredes, terra através do lençol freático 

Vazamentos de rede de água e esgoto  Paredes,terraço,pisos e telhados 

Por condensação  Paredes,forros,pisos,banheiros,cozinhas  e garagem 

Page 5: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

  3.3.1  Vazamentos de lajes de cobertura 

 Conforme  VERÇOZA  (1991),  caso  exista  impermeabilização,  deverão  ser  realizadas  duas verificações.  A  primeira  consiste  em  verificar  se  paredes  e  platibandas  adjacentes  possuem rachaduras. Conforme o autor, na maioria das vezes, a água entra pela rachadura da platibanda e vai para baixo do sistema de impermeabilização, onde ocorrem e aparecem os sintomas idênticos à  impermeabilização perfurada. A correção a  ser  feita deverá adotar mástiques próprios para a situação com epóxi ou argamassa expansiva.  VERÇOZA, 1991, relata que a segunda maior causa de defeitos em  impermeabilização é devido a rodapés mal executados.Toda impermeabilização de lajes tem de possuir remate, nas platibandas e paredes  vizinhas, por um  rodapé que estenda  até 30  cm ou  20  cm  acima do piso depois de pronto.Deste modo, o rodapé deve ficar bem fixado,(as maiores tensões ocorrem nas quinas, local onde certamente a impermeabilização poderá quebrar). 

 3.3.2  Vazamentos em pisos e paredes 

 Segundo KLEIN(1999), a umidade em parede e pisos pode se originar conforme esses três meios: 

Por vazamentos pela ruptura de canalizações de água fria, quente, esgoto e pluvial;  Pela penetração de água da chuva;  Pela percolação de água oriunda do solo, por ascensão capilar. 

 Um tipo de infiltração em parede, de acordo com VERÇOZA (1991), é o que acontece em muros e platibandas  na  parte  superior.  As manchas  aparecem  nos  forros,  bem  junto  à  parede,  ou  na própria.  Outra  forma  de  vazamento  em  paredes  é  o  tipo  de  umidade  generalizada,  quase permanente que acontece  logo após chuvas vindas de determinadas direções. Manchas também sobre o peitoril das  janelas são devido à  inexistência ou à  falta de  tijolos sobre as mesmas  (ver Figura  01 abaixo). 

 

 Fig. 01 – Infiltração em paredes e Janelas. Fonte – Adaptada de VERÇOZA, 1991 

 

   

3.3.3  Vazamentos em reservatórios  Vazamento, em  reservatórios, barragens e piscinas, é de  fácil  solução, mas difícil de atingir um bom  resultado.  A  solução  segundo,  VERÇOZA,  1991,  é  refazer  a  impermeabilização.  Caso  seja generalizado o problema,  a  impermeabilização para  esta  situação não está  funcionando bem  e deve ser analisada e verificado se é a melhor opção. Vazamentos deste tipo frequentemente possuem manchas ou estalactites de carbonato, brancas, que  indicam externamente o  local do  fluxo de água. Esse  fluxo ocorre geralmente nas  juntas de concretagem.  Se  for uma mancha  circular ou  elipses,  geralmente o  vazamento  está no  centro, originado  

Page 6: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

Conforme  THOMAZ  (1996),  as mudanças  higroscópicas  ocasionam modificações  nas  dimensões dos materiais porosos que integram os elementos e componentes da construção. Com o aumento da umidade, há uma expansão do material e com a redução, ocorre o contrário, uma contração do mesmo.  Existindo  então  vínculos  que  irão  impedir  ou  restringir  essas  movimentações  por umidade, ocorrerão fissuras.  THOMAZ(1996),  informa  que  a  quantidade  de  água  absorvida  por  um material  tem  a  relação direta com dois fatores, que são a porosidade e a capilaridade. O mais importante dentre este dois é o segundo, pois na secagem de materiais porosos, ela provoca o surgimento de forças de sucção, que atuam na condução da água até a superfície do elemento, onde após um período de tempo, sofrerá  evaporação. O  autor  considera  ainda  que  essas  forças  de  sucção  citadas  no  parágrafo anterior  são  inversamente  proporcionais  às  aberturas  dos  poros.  Exemplificando,  caso  dois materiais  diferentes  são  postos  em  contato,  o  que  possui  maior  número  de  poros  fechados absorverá água do outro com mais poros abertos. Sabe‐se que os materiais apresentam variações no tipo de poros, possuindo os mesmos em várias aberturas.  Tem‐se o exemplo do concreto. Para este material há uma contração inicial por perda da água em excesso,  que  foi  utilizada  no  processo  de  fabricação  (este  acontecimento  não  é  a  retração originada das reações químicas entre o cimento e a água). Depois de finalizada esta fase inicial, o concreto,  sujeito  aos  variados  teores de umidade,  apresenta movimentações que permanecem dentro  de  um  intervalo.  Apesar  de  se  saturar  o  concreto  por  completo,  este  material  não retornará ao seu volume inicial, segundo THOMAZ (1996).   Segundo  THOMAZ  (1996),  as  trincas  provocadas  por  variação  de  umidade  dos  materiais  de construção  civil  são muito parecidas  com  as provocadas por  variações de  temperatura.  Podem acontecer, em  casos específicos, aberturas  variando em  função das propriedades higrotérmicas dos materiais e das amplitudes de variação da temperatura ou umidade. A Figura 02 exemplifica trincas  horizontais  na  alvenaria,  provenientes  da  expansão  dos  tijolos:  o  painel  é  solicitado  à compressão na direção horizontal. 

 

 Fig. 02 – Trincas horizontais na alvenaria provenientes da expansão dos tijolos. Fonte ‐  THOMAZ, 1996 

 Já na Figura 03, se tem trincas nas peças estruturais: a expansão da alvenaria solicita o concreto à tração. 

 

 Fig. 03 – Trincas nas peças estruturais. Fonte – Adaptada de THOMAZ, 1996 

 

Page 7: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

A  Figura  04  ilustra o  caso  em que  a  expansão dos  tijolos  por  absorção de umidade provoca o fissuramento vertical da alvenaria, no canto do edifício. 

 

 Fig. 04 – Expansão dos tijolos por absorção de umidade provoca o fissuramento vertical da alvenaria. Fonte – 

Adaptada de THOMAZ, 1996  

A  Figura  05  a  seguir  mostra  a  trinca  vertical  no  terço  médio  da  parede,  causada  por movimentações higroscópicas de tijolos e solo‐cimento. 

 

 Fig. 05 – Destacamentos entre argamassa e componentes da alvenaria. 

Fonte – Adaptada de THOMAZ, 1996  Outro tipo de fissura ocasionada por umidade, conforme THOMAZ (1996) é a que está presente no topo de muros, peitoris e platibandas. A argamassa do topo da parede absorve água e movimenta‐se diferencialmente  ao  corpo do muro,  tendo  como  consequência o destacamento do mesmo. THOMAZ  (1996)  ainda  menciona  que  outro  material  que  também  apresenta  movimentações higroscópicas acentuadas é o gesso. Um problema específico neste caso, que é observado, é o fato de  que  nos  edifícios  ocorre  o  fissuramento  de  placas  de  gesso  constituintes  de  forros,  pela inobservância de juntas de movimentação entre as paredes e o forro.  Segundo UEMOTO  (1985), o  termo eflorescência  tem  como  significado a  formação de depósito salino na superfície de alvenarias, isto sendo resultado da exposição de intempéries.  Existem alguns procedimentos que podem ser adotados para o reparo desta patologia. Conforme UEMOTO (1985), caso a eflorescência ocorra em alvenaria externa de edificação recém‐terminada, ela  geralmente  irá desaparecer  sozinha.  Isto porque  ainda  estão  ocorrendo  reações  e  também devido ao  fato desta patologia possuir solubilidade em água, sumindo após a ação de chuvas. O que se deve fazer na maioria dos casos é usar uma escova de aço para limpar o local, lavando com bastante  água  abundante.  Pode‐se  também  utilizar  algum  produto  químico  para  efetuar  a retirada, principalmente em determinados tipos de eflorescências, devendo ser estudado antes o elemento químico a ser usado, pois poderá intervir na durabilidade do elemento construtivo.  3.3.5  Bolor em edifício  Conforme  ALUCCI  &  FLAUZINO  & MILANO  (1988),  o  desenvolvimento  de  bolor  ou  mofo  em edificações  pode  ser  considerado  como  um  grande  problema  com  grandeza  econômica  e ocorrência comum em regiões tropicais. Essa patologia provoca alteração na superfície, exigindo na maioria das  vezes  a  recuperação ou  até mesmo  a necessidade de  se  refazer  revestimentos, 

Page 8: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

gerando gastos dispendiosos.  Para  se evitar que o bolor  aconteça nas edificações,  já na  fase de projeto, medidas devem  ser tomadas.  As  medidas  visam  garantir  uma  ventilação,  iluminação  e  insolação  adequada  aos ambientes, assim  como  idealizar a diminuição de  risco de  condensação nas  superfícies  internas dos componentes e  também evitar  riscos de  infiltração de água através de paredes, pisos e/ou tetos, ALUCCI & FLAUZINO & MILANO (1988). 

 

3.3.6  Recomendações para prevenção da penetração de água pelas fachadas  Conforme PEREZ (1988), “a umidade nas construções representa um dos problemas mais difíceis de  serem  resolvidos dentro das ciências da construção civil”. As patologias de umidade quando surgem  nas  edificações,  geralmente  acarretam  grande  desconforto  e  degradam  a  construção muito rapidamente. Além de que, as soluções para correções desses problemas envolvem muito dinheiro.  O mesmo autor menciona que uns dos fatores que mais contribuiu para o aparecimento constante de  problemas  envolvendo  a  umidade  foram  às  características  construtivas  adotadas  pela arquitetura moderna, bem como os novos materiais e sistemas construtivos  introduzidos. Peças mais esbeltas, utilização de juntas devido aos novos materiais e pré‐fabricação de componentes, o conjunto de diferentes materiais nas  fachadas e coberturas, cada um destes tendo um desgaste diferencial.   A Figura 06 mostra a importância de se conhecer o micro clima no qual a edificação está inserida. Devido ao modo e à  intensidade que a chuva atua em cada uma das  fachadas, estas devem ser projetadas  de  modos  diferentes,  sendo  as  mais  afetadas  pela  ação  da  chuva  com  maior estanqueidade. As fachadas “a”, “b” e "d” têm que possuir esta característica com maior efeito.  

 Fig. 06 – Micro clima em fachadas de uma edificação. Fonte –  Adaptada PEREZ (1985) 

 

 4. Análise das edificações da Universidade Estadual Vale do Acaraú ‐ UVA  A   análise das patologias foi feita em dois campos da Universidade Estadual Vale do Acaraú‐UVA localizada em Sobral no Ceará. O primeiro foi o  campus da Betânia e o segundo foi no campus da Cidao no   bloco   da Engenharia Civil,com o objetivo de mostrar as patologias ocasionadas pela umidade  nos  blocos  e  propor  uma  solução  para  os  problemas.  Podemos  analisar  os  casos mostrados  como  visto na  revisão bibliográfica  acima,na qual  falamos dos  casos  frequentes nas construções sujeitas às umidades. 

 4.1  Campus Betânia       O Campus Betânia da Universidade Estadual Vale do Acaraú‐UVA no antigo Seminário da Diocese 

Page 9: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

de Sobral que foi fundada a mais de 80 anos, hoje o imóvel está alugado para o Governo do estado Ceará. O Campus Betânia   é uma edificação antiga, onde ao  longo dos anos  foram aparecendo varias patologias, inclusive a umidade .A Figura 07 mostra a entrada principal da Universidade.  

 Fig. 07 –  Campus Betânia. Fonte – Própria, 2012 

 Como se pode ver na Figura 8 claramente o campus da Betânia é muito antigo e foi recentemente restaurada  em  alguns  pontos.  Pelo  o  exposto  na  Figura  08  nos mostra  a  questão  dos micro‐organismos ocasionados pela exposição a  intempéries  fazendo assim  florescer o bolor por conta das tubulações das águas do telhado que desemboca na área aberta, sendo que não houve uma proteção, fazendo assim agravar o caso e deixar esteticamente feio.  

 Fig. 08 –  Infiltração em parede devido à tubulação expostas. Fonte – Própria, 2012 

 Na Figura 09 podemos analisar a quantidade de bolor visto e também o descascamento da parede em  si  ocasionando  um  aspecto  desagradável.  Percebemos  assim  que  por  se  tratar  de  uma edificação antiga é ate aceitável a situação ao  longo da vida útil da mesma, mas que com certos cuidados podemos retificar a situação e em outros casos podemos ate erradicar o problema. 

 

 Fig. 09 – Bolor em paredes por conta da umidade. Fonte – Própria, 2012 

Page 10: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

 Outro  caso  que  chama  atenção  no  campus  da  Betânia  foi  a  questão  das  goteiras  que  fizeram buracos no teto de gesso e manchou outra parte.  Isso foi registrado numa situação de seca aqui no Ceará, imagina numa situação de chuva intensa correria o risco de cair à estrutura de gesso na cabeça de alguém(ver Figura 10). 

 

 Fig. 10 – Furos no forro de gesso feito por vazamentos no telhado. Fonte ‐ Própria, 2012 

 

4.2. Campus Cidao  O  Campus  da  Cidao  teve  origem  de  uma  antiga  fabrica  de  óleo  de  oiticica,e  logo  depois  foi modificado umas partes para abrigar duas  instituições,o antigo Centec,hoje  Instituto Federal do Ceara e Universidade Estadual Vale do Acarau‐UVA que a 15 anos abriga o bloco da engenharia civil. Na Figura 11 mostra a entrada do Campus da Cidao. 

 

 Fig. 11 – Campus Cidao. Fonte ‐ Própria, 2012 

 No caso da Figura 12 analisou‐se a parede da sala 17, do bloco da engenharia civil no campus da Cidao, onde se pode notar a presença de eflorescência, que são depósitos cristalinos que  foram confeccionados na argamassa de amassamento e assentamento e depois  logo após o encontro com a água  infiltrada ocasionou o problema estragando a aparência e a  saúde da  sala.Pode‐se notar a presença de uma cor amarelada e uma rachadura considerada que deixa uma aparência desagradável.  

Page 11: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

 Fig. 12 – Eflorescência e Rachadura. Fonte ‐ Própria, 2012 

 Percebe‐se na Figura 13 a parede do campus da Cidao no bloco da engenharia civil, sala 21 onde podemos ver claramente mais uma vez a gravidade do caso, pois alem de esteticamente ruim e desagradável ainda tem a questão da saúde, pois as salas são compostas de condicionadores de ar e pode prejudicar os alunos com algumas alergias ou problemas respiratórios. Na Figura 13 vemos o descascamento da parede mostrando as varias fase das pinturas feitas anteriormente.  

 Fig. 13 – Parede úmida e Descascada. Fonte – Própria, 2012 

 Na  sala  21  nota‐se mais  um  caso  patológico  onde  a  parede  esta  descascando,  por  causa  da infiltração,  e  logo notamos  a diferença de  cores onde podemos  constatar  a pintura  antiga  e o completo  descascamento  da  pintura  nova  e  a  presença  do  reboco  onde  percebemos  o esfarelamento ate mesmo da pintura antiga,  podemos ver na Figura 14.  

 Fig. 14 – Destacamento da pintura da sala 21. Fonte – Própria, 2012 

 

Page 12: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

A figura 15 mostra um caso atípico onde podemos ver uma cor escura junto o rodapé da parede e do piso também, fazendo deduzir que seria umidade vinda por percolação. O caso nos diz que o piso pode está sendo afetado com a  infiltração e temos então que procurar uma solução não só para a parede, mas também para o piso.  

 Fig. 15 ‐ Infiltração no piso. Fonte – Própria, 2012 

 Na Figura 16 é mostrada a sala da coordenação do bloco da engenharia civil no campus da Cidao onde  analisando  o  caso  visto  podemos  notar  a  presença  de  eflorescência  na  parede  e  rodapé ocasionado pela umidade advindo da diferença de altura da coordenação para sala ao  lado que por gravidade a água procura o  lado mais baixo. A mesma sala da coordenação passou por uma reforma  em  junho  de  2012  onde  foi  retirado  todo  o  reboco  até  uma  altura  de  1,50m  com  o objetivo de sanar o problema, depois refizeram o reboco e pintaram. Depois da reforma passaram três meses e o problema retornou com mesma intensidade de anteriormente.   

 Fig. 16 ‐ Eflorescência na sala da coordenação. Fonte – Própria, 2012 

 Já na  figura 17 mostra‐se uma patologia ocasionada no piso, pois o mesmo está  com desníveis considerados afetando assim a movimentação na sala. Podemos claramente perceber que existe umidade no piso pelo problema exposto, pois o mesmo  fez   piso descer na parte mais afetada. Foram usadas as cadeiras para mostrar o problema mesmo não ficando muito visível.   

Page 13: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

 Fig. 17 – Desnível e rachadura no piso. Fonte– Própria, 2012 

 Na Figura 18 encontra‐se o fundo da sala 23 onde se percebe claramente as patologias recorrentes de depósitos salinos que logo mais vai estourar novamente a pintura.  

 Figura 18 – Parede com sinais de criptoflorescência. Fonte– Própria, 2012 

 Na Figura 19 mostra‐se uma parede da sala da biblioteca,onde podemos ver um descascamento da pintura logo a cima da parte cerâmica e do filete de granito. A umidade vem da parte de fora da parede  onde  recebe  toda  água  da  chuva  e  sobe  por  percolação  e  por  não    ter  uma impermeabilização preventiva, acontece esses problemas.  

 Fig. 19 – Parede da biblioteca com descascamento. Fonte– Própria, 2012 

 Na Figura 20 percebe‐se o descascamento da pintura e o bolor formado por conta da exposição as intempéries por ser uma área aberta e não ser impermeabilizada favorecendo assim as patologias. A solução simples do problema seria descasca toda o reboco na altura de um metro do nível do solo e fazer novamente com argamassa impermeabilizante.  

Page 14: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

 Fig. 20 – Parede do laboratório de instalações elétricas com descascamento e bolor. Fonte Própria,2012 

 É mostrado  na  Figura  21    a  exposição  da  armadura  do  pilar  central  da  sala  18  por  conta  da umidade,ocasionando  assim  a  corrosão  da  armadura  do  pilar  comprometendo  a  estrutura.  A solução encontrado para o caso foi fazer o reforço estrutural do pilar para compensar a armadura corroída,fazendo o jateamento com areia para retirada na ferragem do óxido de ferro incrustado no pilar(corrosão),sendo  logo  em  seguida  aplicado  zarcão para depois  fazer o  recobrimento na parte afetada.  

 Fig. 21 – Armadura exposto com oxidação da sala 18. Fonte– Própria, 2012 

 5.  Propostas para solução dos problemas das patologias 

 Analisando  o  problema  encontrado  no  bloco  da  Engenharia  Civil  no  campus  da  Cidao, encontramos dois casos diferentes para solucionar. Primeiro foi a parede do lado leste da sala,com relação ao quadro de escrever ,onde encontra‐se os piores casos.O segundo caso a considerar foi na parede norte,onde foi encontrado também problemas de infiltração, mas não no mesmo caso.  Na parede leste,o caso acontece por causa da infiltração de água  por conta da diferença de nível entre o prédio vizinho e as salas de aulas vindas por percolação. Já na parede norte foi encontrado também  infiltração,só que agora não entrando no primeiro caso por conta da distancia que está da parede  leste e porque as patologias encontram‐se na parede  toda e próxima  ao  teto,o que mostra  que  talvez  seja  por  gravidade  ,ocorrida  por  infiltração  de  cima  ,mais  provável  seja  de vazamento de tubulação.  

Page 15: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

Antes  de  se  atacar  um  problema,deve‐se  conhecer  suas  causas.  Do  contrário,  estar‐se‐ão mascarando problemas que poderão  surgir no  futuro,A  falta ou  falha da  impermeabilização na fundação é uma das causas de umidade em parede. A água existente no solo sobe pelos capilares de blocos e tijolos, fazendo a pintura descascar, o reboco soltar, danifica móveis e causa doenças respiratórias em seus moradores, já que torna os ambientes insalubres. O imóvel perde valor.  A  solução  para  o  caso  do  campus  da  cidao  no  bloco  da  Engenharia  Civil  no  caso  de  paredes podemos tratar, primeiramente removendo o revestimento até atingir a alvenaria. Fecham‐se as possíveis  bicheiras  surgidas,  devido  à  remoção  do  revestimento  com  argamassa  de  cimento  e areia,  preparando  assim  o  substrato.  A  impermeabilização  consiste  na  aplicação  do  sistema Argamassa Polimérica que é um revestimento bi‐componente composto por pó e  líquido. O pó é um cimento modificado e o  líquido,um polímero. Aplica‐se na  forma de pintura, com brocha ou trincha,  em  demãos  cruzadas  em  intervalos  de  6  h  entre  demãos  umedecendo  o  substrato previamente. Após a secagem, faz‐se chapisco com argamassa de uma parte de cimento e três de areia, amolentado com solução de uma parte de adesivo para duas partes de água. A areia deve ser de média para grossa.  Podemos  ter  também a manta asfáltica como outro  tipo de  impermeabilização alternativo para sanar  o  problema,sendo  este  caso  com  uma  mão  de  obra  mais  especializada  e  um  custo maior,pois o trabalho seria maior devido a dificuldade de coloca‐la no local,pois porque a parede está junta com uma edificação e com um nível do terreno maior. Ao optar pela manta, a solução seria tirar metade da espessura da parede existente,já que ela não tem função estrutural,refazer chapisco e reboco e,depois de 72 horas,aplicar a manta na parede, implantando a manta asfáltica, inclusive  ao  redor  dos  pilares,que  por  estarem  expostos  à  umidade,podem  com  o tempo,comprometer a estrutura,que  já está  sendo  afetada na  sala 18,onde o pilar do meio da parede,está  sofrendo ação da corrosão que diminuiu a  seção do aço do pilar. Não esquecer de ultrapassar  para  piso,um  metro.  Logo  em  seguida  fazer  o  reboco  em  cima  da  manta    com argamassa e depois da mesma curada, aplicar o vedapren em demãos cruzadas em intervalos de seis em seis horas.  Outra  solução  encontrada  é  a  impermeabilização  com  vedapren,  isolação  com  poliestireno expandido(isopor) e a construção de uma nova parede. A impermeabilização começaria raspando a pintura da parede,depois limpando a superfície e,logo em seguida,aplicando o produto vedapren com trinchas ou rolos em demãos cruzadas,no total de 3 demãos. A isolação ficaria por conta do poliestireno expandido(isopor) que seria aplicado em toda parede,para depois construir uma nova parede de alvenaria.  6.Conclusão    Conclui‐se  que,nas  edificações  da  Universidade  Estadual  Vale  do  Acarau‐UVA,no  Campus  da Betânia,como no Campus da Cidao,existe  muito problema de umidade.No bloco da engenharia no Campus  Cidao  percebe‐se  que  o  problema  foi  ocasionado  inclusive  pela  diferença  de  nível existente do prédio vizinho,causando assim muitos problemas com infiltração. O caso da umidade já  vem  de muito  tempo,sendo  procurado  uma  solução  do  problema,mas  que  se  torna  apenas remédios  paliativos,ou  seja,solução  apenas  temporária,através  de  métodos  comuns,mas  não consistentes,pelo motivo claro da falta de conhecimento do problema, através de sua origem.  Foi  feito  recentemente  na  sala  da  coordenação  da  Engenharia  Civil  uma  reforma,na  qual  foi retirado todo o reboco,e refeito e,logo depois,pintado.Mas, depois de 6 meses,voltou novamente  

Page 16: Patologias ocasionadas pela Estudo de caso em edificações da ... · Com o uso do concreto armado, as ... base para buscar uma forma de saná‐las. Analisando as patologias de edificações

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

o  problema,porque  não  foi  feito  impermeabilização.  O  custo  de  manutenção  do  bloco  da engenharia aumentará sensivelmente devido às patologias por conta da umidade.  Já no campus da Betânia os problemas encontrados  foram simples de resolver,sendo necessário somente manutenção e alguns reparos especializados como  impermeabilização  localizada para a solução dos problemas. Então conclui‐se que a prevenção é a melhor forma de resolver qualquer problema de umidade nas construções.  7.Referências  [1]   ALUCCI, M. P., FLAUZINO, W. D., MILANO, S. Bolor em edifícios:  causas e  recomendações. 

Tecnologia de Edificações, São Paulo. Pini, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Coletânea de trabalhos da Div. de Edificações do IPT. 1988. p.565‐70. 

 [2]  KLEIN,  D.  L.  Apostila  do  Curso  de  Patologia  das  Construções.  Porto  Alegre,  1999  ‐  10° 

Congresso Brasileiro de Engenharia de Avaliações e Perícias.  [3]   PEREZ, A. R. Umidade nas Edificações: recomendações para a prevenção de penetração de 

água pelas fachadas. Tecnologia de Edificações, São Paulo. Pini,  IPT –  Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Coletânea de  trabalhos da Div. de Edificações do  IPT. 1988. p.571‐78. 

 [4]  THOMAZ E. Trincas em Edifícios. São Paulo, Editora Pini, 1996. 194p.  [5]   UEMOTO, K. L. Patologia: Danos causados por eflorescência. Tecnologia de Edificações, São 

Paulo. Pini,  IPT –  Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Coletânea de trabalhos da Div. de Edificações do IPT. 1988. p.561‐ 64. 

 [6]  VERÇOZA, E. J. Patologia das Edificações. Porto Alegre, Editora Sagra, 1991. 172p.