Patentes e sistema financeiro crocco e albuquerque #c&t #inovacao

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PATENTES E SISTEMAS FINANCEIROS: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO PARA O BRASIL MARCO CROCCO PROFESSOR ADJUNTO DO CEDEPLAR / UFMG EDUARDO DA MOTTA E ALBUQUERQUE PROFESSOR ADJUNTO DO CEDEPLAR / UFMG ANDERSON TADEU MARQUES CAVALCANTE ASSISTENTE DE PESQUISA DO CEDEPLAR / UFMG MATHEUS LAGE ALVES DE BRITO ASSISTENTE DE PESQUISA DO CEDEPLAR / UFMG ÁREA: TRABALHO INDÚSTRIA E TECNOLOGIA SUB-ÁREA: ECONOMIA DA TECNOLOGIA E DA INOVAÇÃO SESSÃO ORDINÁRIA 1

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  • 1. PATENTES E SISTEMAS FINANCEIROS: UM ESTUDO EXPLORATRIO PARA O BRASIL MARCO CROCCO PROFESSOR ADJUNTO DO CEDEPLAR / UFMG EDUARDO DA MOTTA E ALBUQUERQUE PROFESSOR ADJUNTO DO CEDEPLAR / UFMG ANDERSON TADEU MARQUES CAVALCANTE ASSISTENTE DE PESQUISA DO CEDEPLAR / UFMG MATHEUS LAGE ALVES DE BRITO ASSISTENTE DE PESQUISA DO CEDEPLAR / UFMG REA: TRABALHO INDSTRIA E TECNOLOGIA SUB-REA: ECONOMIA DA TECNOLOGIA E DA INOVAO SESSO ORDINRIA 1
  • 2. Resumo: O presente trabalho se insere em uma agenda de pesquisa mais ampla destinada a avaliar como a estrutura atual do sistema financeiro nacional se torna um entrave para o amadurecimento do sistema de inovao brasileiro. Na medida em que o investimento inovativo pode considerado um investimento de longo prazo com caractersticas especiais (em funo do maior peso da incerteza quanto aos seus resultados e maior dificuldade de avaliao e monitoramento por parte do emprestador) no difcil supor que o sistema financeiro tenha maiores restries com esse tipo de investimento. Tal dificuldade em apoiar o investimento inovativo certamente contribui para o baixo aproveitamento das oportunidades tecnolgicas geradas pela infra-estrutura cientfica do pas. neste contexto que o presente artigo se insere, procurando analisar as relaes existentes entre patentes e variveis bancrias. Sua grande inovao est no uso de dados municipais para a referida anlise, principalmente no que se refere aos dados bancrios. Procura-se estudar, ainda de forma incipiente e atravs de um modelo Logit ordenado, quais as chances de um municpio se apresentar com alto ou baixo nmero de patentes em funo de variaes das seguintes variveis bancrias: acesso bancrio, crdito, depsitos e insero bancria. Como resultados so apresentados fortes indcios de que uma maior presena de bons indicadores financeiros aumenta as probabilidades de sustentao da inovao e que a alta concentrao de ambas as esferas (tecnolgica e financeira) atesta a forte relao entre a inovao, o crdito e o espao. Abstract: The present work is part of a bigger research agenda which aims to evaluate how the national financial system constrain the growth of the Brazilian innovation system. To finance innovation may be considered a long term investment due both to the uncertainty involved on the future unknown results and the higher lender`s difficulty in monitoring and evaluating his investment. These obstacles clearly show how the financing of innovation demands considerable effort from the banking system. Such high effort certainly contributes for the low technological assimilation of the opportunities created by national scientific infra structure. The present paper aims to comprehend the relations between banking variables and patents. The paper`s greatest feature is the use of microdata for the analisys, mostly dealing with cities` financial and innovation variables. Drawing upon a Logit model, it is inferred the city`s probability of high or low patent`s quantity according to the higher or lower presence of banking variables such as bank access, credit, demand deposits and banking`s local insertion. The results generally point at a positive relation between innovation and financial variables and also show that the higher concentration of the financial and technological variables are responsible for a strong interaction between innovation credit and space. 2
  • 3. INTRODUO O presente trabalho se insere em uma pesquisa maior destinada a analisar em que medida a estrutura atual do sistema financeiro um entrave importante para o amadurecimento do sistema de inovao brasileiro. Por que essa hiptese pode ser apresentada? Em primeiro lugar h um descompasso entre a produo cientfica (cerca de 1,5% da produo cientfica mundial, dados do Insitute for Scientific Information) e a produo tecnolgica (cerca de 0,1% da produo tecnolgica mundial, de acordo com o total de patentes originadas no Brasil no total das patentes depositadas no United States Patent and Trademark Office). Em segundo lugar, esse descompasso sugere o desperdcio de oportunidades tecnolgicas geradas pela infra-estrutura cientfica no pas (caracterstica comum com outros sistemas imaturos de inovao, como a ndia, o Mxico e a frica do Sul). Em terceiro lugar, conhecida a incapacidade estrutural do sistema financeiro brasileiro para dar suporte ao investimento de longo prazo no pas. Em quarto lugar, na medida em que o investimento inovativo pode ser visto como um investimento de longo prazo com caractersticas especiais (em funo do maior peso da incerteza quanto aos seus resultados e maior dificuldade de avaliao e monitoramento por parte do emprestador) no difcil supor que o sistema financeiro tem mais problemas com esse tipo de investimento. Finalmente, essa incapacidade de apoiar o investimento inovativo certamente contribui para o baixo aproveitamento das oportunidades tecnolgicas geradas pela infra-estrutura cientfica do pas. neste contexto que o presente artigo se insere, procurando analisar as relaes existentes entre patentes e variveis bancrias. Sua grande inovao est no uso de dados municipais para a referida anlise, principalmente no que se refere aos dados bancrios. Procura-se estudar, ainda de forma incipiente e atravs de um modelo Logit ordenado, quais as chances de um municpio se apresentar com alto ou baixo nmero de patentes em funo de variaes das seguintes variveis bancrias: acesso bancrio, crdito, depsitos e insero bancria. O artigo composto, alm desta introduo, de uma breve discusso terica acerca do tema. A seo III apresenta e discute os dados utilizados e a metodologia. A quarta seo mostra os resultados e, por fim, a concluso apresentada na seo V. II. SISTEMA DE INOVAO E SISTEMA FINANCEIRO: UMA INTRODUO A relao entre caractersticas do sistema financeiro e sua relao com o sistema de inovao no tem recebido na literatura de economia da tecnologia a devida ateno entre as excees esto os trabalhos de CHRISTENSEN (1992) e de GOODCARE & TONKS (1995). Essa ateno limitada ao tema da relao entre sistemas financeiros e sistemas de inovao em uma literatura de forte inspirao schumpeteriana paradoxal. No livro A teoria do desenvolvimento econmico SCHUMPETER (1911) destacou enfaticamente a relao entre o empresrio e o sistema bancrio (provedor de crdito) e atribuiu ao mercado monetrio (no Captulo III, sobre 3
  • 4. crdito e capital) um papel central: o mercado monetrio sempre, por assim dizer, o quartel- general do sistema capitalista (1911, p. 86). Na verdade, o virtual desaparecimento desta temtica (relao entre sistema financeiro e a dinmica inovativa) no livro de 1942 (Capitalismo, socialismo e democracia) merece uma discusso parte. No plano terico, um objetivo especfico aprofundar a compreenso terica das relaes entre Sistema Financeiro e Sistemas Nacionais de Inovao. Alm disto, ser necessrio elaborar teoricamente esta relao no contexto perifrico, ou seja, qual o papel do sistema financeiro na conformao de um Sistema Nacional de Inovao incompleto (ALBUQUERQUE, 1999). Esse esforo terico importante porque, de acordo com a literatura de sistemas de inovao, as interaes entre as diversas instituies constitutivas desses sistemas so marcadas por caractersticas histricas da evoluo e pelo estgio de desenvolvimento do pas (FREEMAN, 1995). O papel do financiamento do investimento no crescimento econmico de uma determinada economia tambm tem sido evidenciado na literatura econmica (LEVINE, 2004). De forma similar, existem estudos que destacam as caractersticas do sistema financeiro e sua relao com as caractersticas do processo de industrializao e relao empresa vs banco. De acordo com ZYSMAM (1983) possvel identificar na histria da economia capitalista mundial trs arranjos institucionais distintos para a relao entre processo de industrializao e sistema financeiro. O primeiro seria o processo de industrializao caracterstico dos EUA e da Gr Bretanha, onde o mercado de capitais desempenhou papel chave, quer seja na oferta de fundos quer seja na determinao do tipo de governana corporativa (SINGH e WEISSE, 1998). Neste caso, os recursos so alocados atravs de preos estabelecidos em mercados competitivos. O segundo arranjo institucional teria sido o sistema baseado no crdito com preos crticos administrados pelo governo, tambm chamado de main bank system. Este seria o caso do processo de desenvolvimento japons. A principal caracterstica deste modelo estaria em uma maior integrao entre banco e firma industrial. Tal integrao vai alm dos simples emprstimos de prazo mais dilatado, incluindo tambm uma maior participao do prprio banco nos processos decisrios dentro das empresas. No caso japons existiria uma forte regulamentao bancria na determinao dos preos praticados no mercado financeiro. O ltimo tipo de arranjo institucional tambm seria o main bank system, mas com o crdito bancrio dominado por instituies financeiras. Neste caso, seriam as prprias instituies financeiras que determinariam os preos ali praticados. Este seria o caso da Alemanha e Frana. Importante notar que tais arranjos financeiros operaram em contextos de industrializao distintos. O processo de industrializao na Inglaterra ocorreu, em termos comparativos, sem uma utilizao substancial do sistema bancrio de longo-prazo. Isto foi possvel devido caracterstica 4
  • 5. gradual do processo de industrializao e a maior acumulao de capital prvia, o que evitou a presso para o desenvolvimento de qualquer mecanismo especial para a proviso de capital de longo prazo. Por outro lado, as prticas bancrias no continente europeu no sentido do financiamento do desenvolvimento industrial, tais como foram os casos de Alemanha e Frana, devem ser entendidas como o desenvolvimento de um instrumento especfico para uma industrializao retardatria. Em pases relativamente atrasados o capital era escasso e difuso, e a desconfiana na atividade industrial considervel. Por outro lado, o processo de catching up no poderia ocorrer atravs da repetio, em termos de fases e tempo, do processo de industrializao caracterstico da Inglaterra. Existia uma grande presso por elevados volumes financeiros, devido ao escopo do movimento de industrializao, do tamanho da firma e da concentrao do processo de industrializao em reas de elevadas razes capital/ produto. O mesmo se aplica ao caso japons. Nestas situaes, somente instituies financeiras tipicamente bancrias poderiam exercer o papel de concentrar a poupana necessria para o financiamento do processo de industrializao. No entanto, boa parte da literatura trata da questo do financiamento do investimento em bens tangveis e analisa as especificidades e a funcionalidade (KREGEL (1994), CARVALHO (1995) e STUDART (1995)) de cada sistema financeiro para o financiamento do investimento deste tipo de bens. No entanto, o atual estgio da economia capitalista se caracteriza pelo papel central do conhecimento no processo produtivo. Esta caracterstica impe uma questo: ser possvel dizer que, mesmo diferenciado entre pases, os formatos institucionais e organizacionais dos diversos sistemas financeiros hoje existentes so apropriados para financiar o investimento em inovao, ou em outras palavras, o investimento em bens intangveis? Vrios autores tm procurado mostrar que a resposta questo anterior negativa (MEGNA e KLOCK (1993), PROWSE (1996), MILLER (1998), MURRAY (1998), TEECE (1998), UNCTAD (1998), CARNEY e GEDAJLOVIC (2001), entre outros). O principal motivo seria a incapacidade do setor bancrio em avaliar e monitorar os resultados de investimento em bens intangveis. Isto propiciaria o surgimento de racionamento de crdito impedindo uma maior velocidade no processo de gerao e difuso de inovao. neste contexto que surge a discusso acerca da funcionalidade do chamado venture capital. Este teria uma formatao mais adequada para o financiamento de firmas inovadoras. Nas palavras de HARRISON e MASON (2000), Young, fast-growing companies typically have negative cash flows in their early years of trading as a result of the need to make investments in R&D, product development and testing, purchase facilities and key equipment and recruit management and spend on raw materials, components, sales and marketing and build up inventories. [] Banks will not finance such deals, judging that businesses with negative cash flow will be unable to service loan payment. Moreover, any acceptable forms of collateral are likely to have been exhausted. (HARRISON e MASON, 2000, p.244). 5 8
  • 6. CHRISTENSEN (1992) aborda este tema por um outro ngulo, procurando mostrar como as diversas configuraes de sistema financeiras, como proposta por Zysman, podem afetar o processo de aprendizado entre emprestador e investidor. Tal processo seria fundamental para a transmisso do conhecimento tcito, caracterstico do processo inovativo, essencial para que se elimine a assimetria de informaes entre estes dois agentes, possibilitando assim uma avaliao e monitoramento conjunto do processo de investimento. De acordo com o autor, diferentes configuraes do sistema financeiro teriam impactos diferenciados neste processo de aprendizado. A breve reviso feita anteriormente indica claramente a necessidade de um maior aprofundamento terico acerca das relaes entre sistema financeiro e inovao. Apesar de vrios trabalhos abordarem este tema, no se pode afirmar que exista uma clara compreenso desta relao. Isto porque de um lado temos um claro entendimento sobre o financiamento do investimento, sem, contudo, ser capaz de incorporar o componente tecnolgico em toda a sua dimenso. De outro, quando se incorpora a questo tecnolgica normalmente a discusso se limita analise do venture capital. No entanto, este um tipo muito especfico de arranjo financeiro que de forma nenhuma pode ser generalizado, sobre tudo quando se trata de pases perifricos. dentro deste contexto que o presente artigo se insere. Busca-se explorar, de forma claramente inicial, as relaes entre patentes e sistema financeiro. Sua grande novidade esta na utilizao de dados municipalizados. Espera-se com isto que as relaes aqui obtidas possam no somente ajudar a compreender a realidade brasileira, mas tambm produzir subsdios para a discusso terica. III. APRESENTAO DOS DADOS E METODOLOGIA A parte emprica desse trabalho tem como objetivo relacionar a maior ou menor capacidade inovativa de uma regio com caractersticas de seu sistema financeiro. Duas fontes de dados principais foram combinadas: variveis financeiras foram fornecidas pelo Laboratrio de Estudos sobre Moeda e Territrio (LEMTe) do CEDEPLAR-UFMG e variveis de inovao foram fornecidos por Grupo de Economia da Cincia e Tecnologia do CEDEPLAR / UFMG. Como j mencionado, a novidade deste trabalho esta forma de agregao dos dados, qual seja: municpios. Do ponto de vista de patentes, isto j amplamente utilizado. J do ponto de vista de dados do sistema financeiro nem tanto. So poucos os trabalhos realizados at hoje que se utilizam deste recorte. Isto s possvel devido ao trabalho de coleta e sistematizao de dados bancrios municipais realizados pelo Laboratrio de Estudos em Moeda e Territrio (LEMTe) do CEDEPLAR da UFMG. 6
  • 7. III.1. Fonte de Dados A dimenso financeira deste trabalho consiste no agregado dos balancetes mensais do sistema bancrio a nvel municipal1 para os anos de 1999, 2000 e 2001. Os dados financeiros utilizados tm periodicidade mensal e, com o intuito de captar com maior fidelidade a estrutura financeira municipal brasileira, foi calculada a mdia no perodo entre janeiro de 1999 e dezembro de 2001, consolidando as informaes de 36 balancetes. O deflator utilizado para equiparar os dados mensais foi o ndice IPCA tendo como ms base janeiro de 2006. A metodologia de coleta de dados desenvolvida pelo LEMTe/CEDEPLAR permitiu adquirir balancetes para uma parcela significativa dos municpios brasileiros. So 3314 municpios que apresentam pelo menos uma agncia bancria entre 1999 e 2001, o equivalente a 59% do total de municpios brasileiros. Neste trabalho limitamo-nos a analisar os municpios com pelo menos 3 agncias em algum dos meses do perodo. Isto se deve ao fato de o Banco Central, para evitar problemas de identificao, somente disponibilizar a agregao de no mnimo trs agencias.2 Apesar de representarem 36% das cidades com dados financeiros disponveis, os 1182 municpios da amostra utilizada neste trabalho concentram a parte mais significativa do sistema financeiro brasileiro: contabilizaram 93,4% do total dos depsitos a vista brasileiros, 97,8% dos depsitos a prazo, 97,9% das operaes de crdito e 99,3% das receitas de todas as agncias bancrias brasileiras. Enquanto isso, essas mesmas cidades respondem por 72,1% da populao e 85,2% do PIB. Verifica-se assim, uma concentrao das variveis financeiras muito maior que a j significativa concentrao regional de variveis reais. Do lado das variveis de inovao, foram utilizados dados de registro de patentes e de autoria de artigos cientficos. Entre 1999 e 2001 foram registradas 16885 patentes no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI), distribudas em 886 cidades. Destas, cerca de so patentes de pessoas jurdicas e de pessoas fsicas. Finalmente, 19.266 autores com artigos indexados pelo Institute for Scientific Information (ISI) em 2000 se distribuem em apenas 229 cidades. Coletado os dados financeiros, de patentes e de produo cientfica, o passo seguinte foi agrup-los na forma de microrregies proposta pelo IBGE. Na dimenso financeira, os 1182 municpios que satisfazem o critrio de ter ao menos 3 agncias no perodo correspondem a 436 microrregies (78% das microrregies brasileiras). Na dimenso da inovao, as 886 cidades se 1 Desde a reforma bancria de 1988, exige-se que toda agncia de bancos comerciais, bancos mltiplos com carteira comercial e caixas econmicas envie ao BACEN a posio contbil do ultimo dia til de cada ms. Estes dados so catalogados no documento Estatstica Bancria Mensal (ESTBAN) do Plano Contbil das Instituies do Sistema Financeiro Nacional (COSIF) e so disponibilizados ao pblico atravs da transao PCOS660 do Sistema de Informaes do Banco Central (SISBACEN). 2 Este procedimento por parte do Banco Central foi modificado recentemente passando a disponibilizar dados relativos a todos os municpios que possuam agncia bancria em seu interior. No entanto, devido disponibilidade de tempo no foi possvel coletar estes novos dados para o presente artigo. 7
  • 8. agrupam em 322 microrregies e, j na dimenso cientfica, as 229 se agrupam em 162 micros. Dados agrupados por microrregies podem ser vislumbrados na TABELA 1 abaixo. Visualizando a primeira coluna da TABELA anterior referente aos ndices de concentrao das variveis, percebe-se que o crdito ofertado e o nmero de patentes registradas possuem mesmo coeficiente, o que remete proximidade da relao entre o grau de concentrao do crdito ofertado e do nmero de patentes. As agncias foram as que apresentaram menor grau e concentrao espacial (0,69). Ainda com relao s variveis financeiras, as receitas dos bancos e o total do ativo foram as que tiveram maior fator concentrador (0,96 e 0,95 respectivamente). Com relao natureza do registro da patente, as relativas pessoas jurdicas apresentam maior concentrao. TABELA 1 Descrio das variveis agregadas em microrregio Desvio Varivel Gini Soma Freq. Mdia Mximo Mnimo Padro Populao em 2000 0,5882 169.791.794 567 299.456 794.158 12.788.974 2.051 Agncias bancrias 0,6673 16.174 547 29 107 2.047 1 Depsitos a vista pblicos 0,7836 5.267 436 12 46 577 0,173 Depsitos a vista privados 0,8518 52.762 436 121 790 14603 0,415 Lucro 0,8543 2.336 436 5 25 340 0,007 Crditos 0,9133 530.414 436 1217 10721 209251 3 Total do Ativo (R$ mi) 0,9542 2.201.363 436 5049 54757 1076007 9 Receitas 0,9682 44.560 436 102 1252 25284 0,163 Patentes 0,8620 16.885 322 52 307 5.130 1 de Pessoa Fsica 0,8518 12.619 311 39 224 3.724 0 de Pessoa Jurdica 0,9198 4.266 158 13 84 1.406 0 Produo Cientfica 0,8712 19.226 162 119 452 3.841 1 * Calculado segundo a frmula Gini=(XK-XK-1)/(YK +YK+1) Fonte: LEMTe/CEDEPLAR. Podemos verificar a alta amplitude dos intervalos de dados. A oferta de crdito varia de 2,68 milhes de reais at 209 bilhes, cifras que so acompanhadas pelas outras variveis. A mdia de patentes por microrregio 52. III. 2. Distribuio Regional Nesta subseo analisaremos a distribuio geogrfica das agncias, do crdito, das patentes e da produo cientfica entre as microrregies. A partir da TABELA 2 podemos inferir sobre a alta concentrao do registro de patentes nas microrregies com capitais brasileiras. Das 11 primeiras microrregies em nmero de patentes, 10 so micros com capitais de seus respectivos estados federativos. Percebe-se assim o forte fator concentrador da inovao, que surge amparada pela forte concentrao regional das atividades econmicas brasileiras. 8
  • 9. TABELA 2 20 principais microrregies ordenadas por quantidade de patentes Microrregio UF Regio Agncias Crdito* Patentes Prod. Cientfica So Paulo SP SE 2.047 94.168 5130 3841 Rio de Janeiro RJ SE 1.187 16.381 1259 3511 Belo Horizonte MG SE 431 5.918 901 1092 Curitiba PR S 320 3.844 781 440 Porto Alegre RS S 439 5.703 731 1003 Campinas SP SE 283 3.323 549 1809 Caxias do Sul RS S 101 841 405 20 Braslia DF CO 257 8.129 329 396 Osasco SP SE 118 19.129 284 1 So Jos dos Campos SP SE 118 719 226 243 Recife PE NE 207 2.264 170 380 Ribeiro Preto SP SE 149 1.296 158 651 Vitria ES SE 116 1.014 156 92 Sorocaba SP SE 116 745 153 3 Fortaleza CE NE 156 2.267 139 305 Goinia GO CO 159 1.485 136 106 Salvador BA NE 239 3.810 123 214 So Jos do Rio Preto SP SE 119 603 104 79 Santos SP SE 139 716 79 14 Belm PA N 98 859 26 201 * Em milhes de R$ Fonte: LEMTe/CEDEPLAR Observa-se tambm que a ordenao no a mesma para todas as variveis. Em relao produo cientfica nota-se que as microrregies de Curitiba, Caxias do Sul, Osasco, Vitria e Sorocaba possuem uma produo cientfica nitidamente inferior ao nmero de patentes. Curitiba por exemplo, est ordenada em terceiro lugar em termos de patente e stimo em termos de produo cientfica. Os casos de Osasco e Caxias do Sul so ainda mais marcantes. A primeira est classificada em nono lugar em termos de patentes (284) e possui apenas 1 artigo cientfico. De forma semelhante, Caxias do Sul apresenta 405 patentes, o que a coloca em stimo lugar, mas possui apenas 20 artigos cientficos. Este mesmo fenmeno acontece quando se compara a quantidade de crdito concedido e a produo de patentes. Microrregies com maior nmero de patentes no necessariamente possuem um maior volume de crdito. Este fenmeno poderia ser explicado devido ao fato de tanto o crdito ofertado quanto a produo cientfica tambm respondem a outros fatores que no afetam, diretamente, o nmero de patentes. A concesso de crdito, por exemplo, esta relacionada tanto dinmica econmica de uma microrregio quanto sua dimenso urbana. J a produo cientfica estaria relacionada distribuio espacial de universidades e centros de pesquisa. Na linguagem de economia regional poder-se-ia dizer que as variveis so afetadas pelo grau de centralidade da referida microrregio (CHRISTALLER, 1966). O MAPA 1 abaixo mostra a distribuio das agncias bancrias por microrregio brasileira. notvel a concentrao das agncias nas microrregies do Sul e do Sudeste, particularmente no Estado de So Paulo. No resto do Brasil, as agncias tendem a se concentrar no entorno das capitais 9
  • 10. das Unidades da Federao. Das 64 microrregies com pelo menos 45 agncias bancrias, 26 esto localizadas em SP, 6 nas micros restantes do Sudeste (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitria, Uberlndia, Juiz de Fora, Vale do Paraba Fluminense) e 16 no Sul (Porto Alegre, Curitiba, Caxias do Sul, Blumenau, Florianpolis, Joinville, Londrina, Maring, Joaaba, Cascavel, Chapec, Paranava, Tubaro, Toledo, Cricima, Umuarama). Das 16 restantes, i.e. microrregies do Centro- Oeste, Norte e Nordeste com pelo menos 45 agncias, apenas duas no contm capitais das UFs (Ilhus-Itabuna e Anpolis). Nos Estados do Norte, apenas as micros de Manaus e Belm se enquadram nessa primeira categoria, enquanto no restante do Brasil, todas as micros sede de capitais de UFs tm pelo menos 45 agncias, com a nica exceo da micro de Teresina. Apenas essa primeira categoria responsvel pela concentrao de 60% do total das agncias bancrias brasileiras. Este padro concentrador se repete na segunda categoria, de microrregies que tm entre 15 e 45 agncias. So 167 micros, das quais 135 se situam no Sudeste ou Sul e, das 32 restantes, 17 esto no Nordeste. Nesta categoria aparecem as micros que contm as capitais de estados Porto Velho, Porto Nacional (Tocantins) e Teresina. J na terceira categoria esto presentes algumas regies mais perifricas do Sul e Sudeste e microrregies de maior centralidade da Regio Norte (Rio Branco, Macap e Boa Vista). A quarta categoria representa as demais microrregies com agncias bancrias. Por fim, na ltima categoria esto as micros desprovidas de agncias bancrias: 6 no norte e 9 no Nordeste. A evidente diferenciao regional na disposio das agncias bancrias no Brasil evidncia cabal da concentrao das regies de maior centralidade ao longo do Sul e Sudeste e em torno das capitais do Nordeste e Centro-Oeste e de algumas capitais do Norte. Esta diferenciao regional , no entanto, apenas um preldio para a concentrao espacial da concesso de crdito bancrio no Brasil, cujo coeficiente de Gini 37% maior que o da distribuio de agncias (ver TABELA 1). O MAPA 2 acima permite visualizar a distribuio de crdito bancrio entre as microrregies brasileiras, segundo quatro categorias que variam conforme o volume em estoque na carteira das agncias. A primeira categoria, que corresponde s microrregies com mais de R$ 1 bilho de crdito em carteira, tem 14 microrregies que juntas representam 83% do crdito bancrio brasileiro. As cinco maiores micros (So Paulo, Osasco, Rio de Janeiro, Braslia e Belo Horizonte) concentram 70% do crdito da amostra, sendo que a micro de So Paulo concentra sozinha 46%. As demais ocorrncias nesta categoria so Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Campinas, Fortaleza, Recife, Goinia, Ribeiro Preto e Vitria. Assim como na distribuio regional de agncias bancrias, notvel a concentrao da categoria mais elevada nas Regies Sul e Sudeste (9 das 14 ocorrncias), particularmente no Estado de So Paulo (4). A Regio Centro-Oeste tem dois representantes, a Regio Nordeste trs (todos capitais de UFs) e a Regio Norte nenhum. Das 10
  • 11. micros que contm capitais de Estado do Sul e Sudeste, apenas Florianpolis no est presente nesta categoria. MAPA1 Nmero mdio de agncias bancrias por microrregio brasileira (1999-2001) F Fonte: LEMTe/CEDEPLAR 11
  • 12. MAPA 2 Distribuio do crdito bancrio entre as microrregies brasileiras (1999-2001) Fonte: LEMTe/CEDEPLAR. A segunda categoria, que contm microrregies cujas agncias bancrias detm entre R$ 100 milhes e R$ 1 bilho em mdia de crditos em carteira, tem 81 microrregies, estando novamente concentradas no Sudeste (41) e no Sul (21). O Estado de So Paulo aparece novamente em primeiro lugar, com 29 microrregies. Nesta categoria situam-se as demais micros de capitais do Centro-Oeste (Campo Grande e Cuiab), do Nordeste (Aglomerao Urbana de So Lus, Natal, Joo Pessoa, Macei, Teresina e Aracaju) e do Sul (Florianpolis). J no Norte, aparecem as primeiras capitais de Estado (Belm, Manaus e Porto Velho). Esta segunda categoria concentra 12,5% do crdito bancrio da amostra. Dos 4,7% restantes do crdito bancrio, distribudos em 341 microrregies, 3,8 % se encontram na terceira categoria, composta por 168 micros. Mesmo esta categoria ainda dominada 12
  • 13. pelas Regies Sudeste e Sul, apresentando ainda as demais capitais do Norte. Na quarta categoria, com 173 micros e responsvel por menos de 1% do crdito bancrio brasileiro, pela primeira vez as microrregies do Norte e Nordeste so maioria, com 72 e 24 microrregies respectivamente. Por fim, so 122 micros que no pertencem a amostra por no conterem municpios com pelo menos 3 agncias bancrias: 73 no Nordeste, 27 no Norte, dez no Sudeste, dez no Centro-Oeste e duas no Sul. Vejamos agora a configurao regional das variveis de inovao e de produo cientfica. MAPA 3 Distribuio de patentes entre as microrregies brasileiras (1999-2001) Fonte: LEMTe e Grupo de Economia da Cincia e Tecnologia / CEDEPLAR - UFMG Nota-se no MAPA 3 um padro de distribuio de patentes entre as microrregies parecido com o padro da distribuio do crdito: concentrao das categorias mais elevadas no Sul e Sudeste e nas capitais das UFs. Das 27 microrregies que detm mais de 100 patentes, 15 esto 13
  • 14. localizadas no Sudeste e 7 no Sul. No Sudeste, alm das capitais de Estado, todas as outras 11 micros esto no Estado de So Paulo: Campinas, Osasco, So Jos dos Campos, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Ribeiro Preto, Sorocaba, Moji das Cruzes, Jundia, So Jos do Rio Preto e Limeira. No Sul, temos Caxias do Sul, Joinville, Blumenau e Londrina, alm das 3 capitais. As 5 microrregies restantes da primeira categoria so Braslia, Recife, Fortaleza, Goinia e Salvador, todas capitais de UF e nenhuma da Regio Norte. Esta primeira categoria concentra 78,75% das patentes, sendo 30,4% somente na micro de So Paulo. J as 105 microrregies da segunda categoria concentram 17,5% do total de patentes. Esta categoria tambm est concentrada nas regies Sudeste (54 micros) e Sul (34). Das 17 restantes, 9 esto no Nordeste, 6 no Centro-Oeste e 2 no Norte. A terceira categoria registra as microrregies com menos de 10 patentes e mesmo esta se concentra nas Regies Sudeste (68 micros) e Sul (39). Na seqncia vm o Nordeste, com 40, e em seguida Centro-Oeste e Norte empatados com 20 cada. Apesar de um padro de distribuio regional similar ao padro observado para agncias bancrias e crdito, o contraste visual dos dois mapas acima revela diferenas fundamentais nas distribuies das categorias mais superiores, em especial entre Sul e Nordeste. No MAPA 2, verifica-se uma melhor distribuio do crdito em relao a patentes nas regies interioranas do Nordeste (em especial nos Estados do Maranho, Piau, Cear, Pernambuco e Bahia). Em contrapartida, o interior da regio Sul (em especial no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina), observa-se o inverso: uma melhor distribuio de patentes, formando corredores (embora a distribuio do crdito no seja ruim). Isso poderia ser explicado pela maior presena de fatores que atuam como catalisadores do financiamento da inovao. A presena de corredores de patentes pode ser explicada pela distribuio das atividades econmicas no espao e tambm da distribuio do crdito como espelho dessa distribuio. A presena de instituies mais desenvolvidas em ambientes de menor incerteza promove a oferta de crdito e a proliferao de canais mais consolidados entre agentes, o que propicia o ambiente para a criao e registro de patentes. 14
  • 15. MAPA 4 Distribuio regional de artigos cientficos (1999-2001) Fonte: LEMTe e Grupo de Economia da Cincia e Tecnologia / CEDEPLAR - UFMG O MAPA 4 acima representa a distribuio geogrfica de autores de artigos indexados pelo ISI em 2000. Nele se observa uma forte concentrao da produo cientfica, maior entre as variveis analisadas. Apenas 12 microrregies possuem mais de 300 artigos cientficos no perodo entre 1999 e 2001. Como j mencionado, esta concentrao est fortemente relacionada existncia de universidades e centros de pesquisa, que so desigualmente distribudas no espao. At este ponto, a anlise descritiva permite algumas observaes. Nota-se que existe uma hierarquia de concentrao espacial em relao quatro variveis analisadas, a saber (em ordem decrescente): nmero de agncias; concesso de crdito; nmero de patentes e produo de artigos cientficos. Isto permite inferir, de forma bastante cautelosa, que a produo de patentes, ao se situar no ranking entre artigos cientficos e oferta de credito, teria no primeiro (produo cientfica) um insumo essencial para a sua produo (talvez at um pr-requisito), e no segundo o elemento que viabiliza a sua produo. Isto explicaria o porque dos diferenciais de concentrao. 15
  • 16. III.3 Metodologia: Modelos para Variveis Dependentes Ordenadas Muitos fenmenos sociais so mensurados por variveis categricas ordenadas, as quais assumem valores numricos para denotar a ordem (rank) de um atributo especfico. Entretanto, estes rankings no necessariamente representam as magnitudes reais em uma escala, ou seja, a distncia entre duas categorias adjacentes de uma varivel ordenada no necessariamente a mesma entre diferentes segmentos da sua distribuio. Segundo OLIVEIRA (2004), variveis ordenadas podem ser vistas como algo entre variveis nominais por um lado e variveis contnuas por outro no seguinte sentido: so mais gerais que as contnuas ao permitir distncias variantes entre valores adjacentes, mas mais restritas que as nominais ao conter informao de ordem. Tais variveis so fundamentalmente categricas, pois tratam as respostas como ordenadas ao invs de nominais, sendo uma escolha subjetiva aos objetivos do estudo. s vezes, uma resposta pode ser tratada como uma varivel nominal ou ordinal. Se esperado obter as diferenas nas respostas e os efeitos de variveis independentes sobre estas diferenas, os mtodos para respostas multinomiais no ordenadas seriam apropriados. Mas se o interesse principal na compreenso de como as variveis explicativas afetam a dimenso conceitual representada pela varivel ordinal, modelos ordenados so apropriados; uma varivel dependente ordinal pode tambm ser tratada como contnua sob um pressuposto especfico. Odds e Odds Ratios Tomando como base a apresentao de GREENE (2003, p.719), no modelo logit multinomial, as odds entre as categorias j e 1 para um dado i so Pij ' x i j =e j = 2, ..., J Pi1 A log-odds ou logit ento uma funo linear de xi Pij log = x i j ' j = 2, ..., J P i1 Dada as J-1 odds de referncia, a interpretao dos coeficientes do logit multinomial direta; um coeficiente positivo para uma varivel independente (xk) implica uma odds crescente de observar uma observao na categoria j ao invs da categoria 1 na medida que xk aumenta, mantendo as outras covariveis constantes; um coeficiente negativo implica que as chances de estar na categoria de referncia so mais altas em relao a j, na medida que xk aumenta; se xk uma varivel dummy, jk uma log-odds ratio: (P j | x k = 1) (P1 | x k = 1) log = jk ( P j | x k = 0) (P1 | x k = 0) 16
  • 17. Interpretar jk como uma log-odds ratio quando xk uma varivel contnua requer que se compare xk = x0k + 1 e xk = x0k, onde x0k qualquer valor arbitrrio de xk: (P j | x k = x 0 + 1) k 0 (P1 | x k = x k + 1) log 0 = jk (P j | x k = x k ) (P1 | x k = x 0 ) k Estas relaes se referem ao contraste entre a categoria j e a categoria de referncia 1; estas podem ser estendidas para um contraste entre quaisquer duas categorias j e j considerando os coeficientes para estas categorias Pij =e ' ( x i j j' ) Pij' Assim, para qualquer varivel explicativa, xk, a diferena entre os coeficientes (jk-jk) determina a direo da mudana nas odds entre as categorias j e j; uma diferena positiva indica que, na medida que xk aumenta, h uma maior chance de observar a alternativa j e no j; isto o mesmo quando se muda a categoria de referncia, tal que possvel verificar a mudana relativa nas odds entre quaisquer duas categorias. Os Modelos Probits e Logits Acumulados Segundo OLIVEIRA (2004), denotando a observao i em uma amostra pelo subscrito i, e dado que a varivel resposta yi assume os valores 1, 2, ..., J (J 3), que correspondem as respostas ordenadas, um modelo de probabilidade geral pode ser escrito em termos de probabilidades acumuladas, Pr(yi j), ou probabilidade de que y seja menor ou igual a um valor especfico j; desta forma, a probabilidade acumulada tem a interpretao de uma freqncia relativa acumulada de uma varivel discreta aleatria. A probabilidade acumulada para o indivduo i ate o nvel de resposta j, denotado por Ci,j Ci,j = Pr(yi j) = k=1jPr(yi = k), j = 1, ..., J por definio, as probabilidades acumuladas devem somar 1 quando j = J, significando que Ci,j =1, para todos os i. Esta restrio implica que somente J-1 probabilidades acumuladas (ou funes delas) so identificadas de forma nica. Sendo a probabilidade acumulada uma funo de um vetor de variveis independentes xi: Ci,j = F(j + xi), j = 1, ..., J-1. onde F(.) uma funo de distribuio acumulada adequada (na maioria dos casos uma distribuio simtrica), o modelo logit ordenado obtido quando F(.) segue uma distribuio logstica acumulada. Escolher uma distribuio normal padro acumulada para F(.) leva ao modelo 17
  • 18. probit acumulado. Nesta especificao, h J-1 parmetros j, que podem ser pensados como pontos de corte, ou interceptos separados, correspondentes s categorias ordenadas das variveis dependentes. Definir as probabilidades acumuladas desta maneira significa que Ci,j > Ci,j-1 tal que F(.) aumenta com j. Assim, os parmetros j so necessariamente no decrescentes em j. So possveis diferentes parametrizaes deste modelo bsico. Poderia se definir Ci,j = Pr(yi > j); em uma distribuio simtrica, isto igual a 1 - Pr(yi j), tal que este modelo reverte os sinais dos coeficientes da parametrizao padro baseada em probabilidades acumuladas. As probabilidades condicionais das respostas ordenadas podem ser escritas em termos das probabilidades acumuladas da seguinte forma: F(1 + xi) j=1 Pr(yi = j | xi) = F(j + xi) - F(j-1 + xi) 1 < j J-1 1- F(J-1 + xi) j=J desta forma, as probabilidades preditas associadas a uma resposta podem ser obtidas a partir deste modelo. O Modelo Logit Ordenado A probabilidade acumulada do modelo logit ordenado escrita como Ci,j = Pr(yi j | xi) = [exp(j + xi)] / [1- exp(j + xi)] Este modelo linear na escala logstica; sendo lj(xi) o logit acumulado de y j versus y > j, lj(xi) = log [Pr( yi j | xi)/ Pr( yi > j | xi)] = j + xi Este o modelo de odds proporcionais; dados dois vetores de covariadas xi1 e xi2, as odds de uma resposta yi j vs. yi > j so proporcionalmente maiores ou menores entre as duas situaes xi = x1 e xi = x2; sendo as odds acumuladas associadas aos valores das covariadas igual a (xh) (h=1,2), obtida a odds-ratio acumulada como (x1) / (x2) = [Pr(yi j | x1)/ Pr(yi > j | x1)] / [Pr(yi j | x2)/ Pr(yi > j | x2)] = = [exp(x1)] / [exp(x2)] = exp{(x1 x2) )} que proporcional s distncias entre os valores das variveis explicativas. A chave para a propriedade de proporcionalidade se resume aos efeitos de x serem invariantes em relao s categorias de resposta; ou seja, no indexado por j. O log da odds- ratio acumulada log [(x1) / (x2)] = lj (x1) lj (x2) = (x1 x2) esta equao tambm invariante em relao a j. Para J categorias ordenadas e uma covarivel, os logits ajustados correspondem a J-1 retas paralelas. Tambm possvel testar para inclinaes iguais (teste score 2 requer expresses para o vetor da 1 e 2 derivadas parciais da funo de log-verossimilhanca com relao aos parmetros). 18
  • 19. IV. DESCRIO DAS VARIVEIS E DOS RESULTADOS No exerccio que se segue, os dados de patentes foram cruzados com dados que refletem o aspecto financeiro dos municpios e microrregies selecionadas. O intuito averiguar em que proporo a presena de um ambiente positivo quanto s variveis financeiras capaz de afetar diferentes nveis de registro de patentes e com isso poder inferir sobre a real relao entre essas variveis. Tomando como base a alta concentrao no registro de patentes vislumbrada anteriormente, tal a varivel ser recodificada em trs categorias que expressaro o potencial de cada municpio em servir como base para patentes. A categorizao do nmero de patentes levou em considerao a freqncia com que se distriburam os registros de patentes por municpio, numa tentativa de separar os municpios de acordo com o potencial em apresentar patentes. De acordo com a amostra, aproximadamente 60% dos municpios no possuem nenhuma patente registrada. Estes municpios remontam categoria entitulada nula (y=1). A prxima categoria (y=2) indica os municpios com um nmero intermedirio de registro de patentes (de 1 a 7) e representa 30% da amostra; este subgrupo da amostra ser representado pela categoria denominada mdio. A ltima categoria (y=3) denominada alta, com freqncia prxima a 10% da amostra, separa os municpios com maiores valores de patentes. O modelo foi estimado considerando uma correo para heterocedasticidade que ajusta os erros padro conforme uma matriz de varincia e covarincia cujas entradas so ponderadas pelos resduos de cada observao da amostra (um estimador robusto). No estimador agrupado (clustered) utilizado neste trabalho, essa ponderao dos resduos deixa de ser prpria a cada observao e passa a ser referente s observaes presentes no agrupamento (cluster). Dessa forma a correo da matriz de covarincia considera que municpios presentes na mesma microrregio apresentam varincias dos resduos que devem ser ponderadas por um fator comum, que designado pelo fato de estarem presentes na mesma microrregio. Esse artifcio corrobora o nvel de anlise microrregional proposto por este trabalho, tornando a ponderao da varincia dos erros um fato comum ao grupo e no individual principalmente quando lidamos com altas propores de concentrao regional das variveis. Foram cinco os regressores utilizados. O crdito per capita toma o valor do crdito utilizado na seo III, vale dizer, valores mdios entre jan. de 1999 e dez. de 2001 da soma das contas de emprstimos e financiamentos industriais e agroindustriais, e o divide pela populao para cada municpio da amostra. O Acesso Bancrio a proporo de habitantes do municpio por agncia bancria, uma medida relativa de disponibilidade e centralidade do sistema bancrio. Valores menores de Acesso Bancrio designam uma maior disponibilidade de agncias por habitante, o que indiretamente indica uma maior oferta de servios financeiros. Locais que possuam caractersticas 19
  • 20. de maior centralidade apresentam um maior nmero de agncias bancrias (CROCCO et al, 2005; FIGUEIREDO et al. 2006), o que propicia maior diversidade na cadeia de agncias presentes no municpio e maior oferta de servios diferenciados, entre eles a proviso de crdito. A varivel Proporo de Depsitos do Setor Pblico representa a frao de depsitos vista referentes s atividades econmicas locais de carter pblico em relao ao total de depsitos vista (do setor pblico e do setor privado). Essa varivel uma proxy para a presena do setor pblico no municpio. Um municpio com maiores propores de depsitos vista pblicos apresentam maior primazia em atividades correlacionadas esse setor, que, na maioria dos casos, se configura como um setor preponderantemente constitudo por relaes econmicas ligadas atividades tercirias de proviso de servios pblicos. A Insero Bancria, segundo CAVALCANTE (2006), representa a conta do balancete municipal entitulada Outros Valores e Bens e um lanamento do ativo dos bancos que reporta a participao societria das instituies bancrias em atividades regionais, alm do valor dos bens mveis e imveis dos bancos do municpio. Aumentos desta conta representam uma maior participao do sistema bancrio na economia local, o que faz com que essa varivel possa ser entendida como uma boa aproximao da atividade bancria regional. A ltima varivel explicativa utilizada uma dummy que reporta se o municpio em questo apresentou em 2000 algum artigo publicado em revista cientfica especializada. O fato da produo cientfica estar presente em uma localidade remete presena de rgos de pesquisa e desenvolvimento tecnolgico que impulsionam o registro de patentes. O resultado para o logit ordenado se apresenta da seguinte forma: Resultado 1 Regresso Logit Ordenada. No. Obs. = 1144 Wald 2 (5) = 452,93 Prob. 2 = 0,0000 Pseudo R2 = 0,2702 Odds- Erros Padro Intervalo de confiana a Patentes z P >|z| ratio robustos 95% Crdito per capita 4,618355 0,821724 8,6 0,000 3,258642 6,545425 Acesso Bancrio 5,509151 1,218341 7,72 0,000 3,571434 8,498196 Prop. Depsitos Pblicos 0,389496 0,049336 -7,44 0,000 0,303868 0,499253 Insero Bancria 1,093442 0,031699 3,08 0,002 1,033046 1,15737 Produo Cientfica 2,472043 0,501794 4,46 0,000 1,660629 3,679929 FONTE: ELABORAO PRPRIA A PARTIR DOS DADOS. *Erro padro ajustado para 432 clusters de microrregies. De acordo com a estimao, a variao de 1% no crdito per capita implica o aumento de 3,6 vezes nas chances de se ter um alto nmero de registros de patentes em relao aos nveis mdios e nulos de registros. Isso significa dizer que as chances de se ter um alto nmero de patentes em relao aos nveis mais baixos aumenta 3,6 vezes quando se aumenta o crdito. De acordo com 20
  • 21. esse resultado, podemos acreditar que a maior disponibilidade de crdito dirigido firmas e s famlias nos municpios favorece positivamente as chances de se ter um alto registro de patentes. Com relao ao Acesso Bancrio, a variao de 1% na varivel aumenta 4,5 vezes as chances de se ter um nmero alto de patentes em relao aos nveis mais baixos de patentes. Esse resultado expressa o fato de uma maior acessibilidade aos bancos afetar positivamente as chances de se ter um alto registro de patentes, nos levando a acreditar que sistemas bancrios de maior centralidade, com bases de agncias mais consolidadas localmente e maior oferta de servios financeiros favorece a chances de se ter um alto nmero de patentes em relao s categorias mdia e nula. Alm disto, importante salientar que a varivel Acesso Bancrio tambm utilizada na literatura de economia regional como uma proxy do grau de centralidade de uma determinada localidade. O conceito de centralidade refere-se a uma maior oferta de servios mais sofisticados, ou servios centrais na terminologia utilizada por CHRISTALLER (1966) Como mostra SANTOS et al (2006), possvel estabelecer uma relao entre o grau de centralidade de uma regio e a existncia de mediadores de conhecimento (knowledge intermediaries). Estes ltimos podem ser definidos como canais de transferncia de conhecimento (conduits of knowledge transfer). Nas palavras de SANTOS et al., ...[canais de transferncia de conhecimento] podem ser tanto formais como um servios de design especializado, centros de pesquisa, firmas de engenharia e consultoria como informais ser membro de uma associao industrial, participar de conferncias e workshops. A existncia destes canais est diretamente associado com o grau de centralidade de uma regio especfica, uma vez que esta ltima diretamente determinada pela oferta de servios centrais mais sofisticados e complexos. Em outras palavras, um lugar que possa ofertar tais servios um lugar central de hierarquia superior. Neste sentido, possvel argumentar que quanto maior a centralidade mais fcil ser a emergncia de externalidades de conhecimento.(p.12). O argumento acima tambm pode ser aplicado discusso sobre patentes. De forma semelhante, possvel argumentar que canais de transferncia de conhecimento facilitam a existncia de patentes, uma vez que permitem a obteno do conhecimento necessrio para a gerao destas. Assim pode-se afirmar que quanto maior a centralidade de um lugar maior a possibilidade de ocorrncia de registro de patentes. Na medida em que o acesso bancrio possa ser entendido como uma proxy do grau de centralidade de uma regio, pode-se ento afirmar que os resultados aqui obtidos reforam esta hiptese. Esse mesmo panorama pode ser auferido pelos resultados da varivel Insero Bancria: o aumento de 1% na presena ativa dos bancos nos municpios aumenta em 9% as chances de se ter um alto nmero de registros de patentes em relao aos nveis medianos e nulos. Maior insero bancria afeta positivamente as chances de se ter um alto nmero de registros de patentes, pois 21
  • 22. bancos que atuam localmente como parceiros das firmas tendem a ter maior capacidade de controle sobre seus investimentos e menores custos de transao e informao intra-local, propiciando um ambiente favorvel ao desenvolvimento da tecnologia. No entanto, deve ser observado que o resultado obtido por esta variavl (9%) foi baixo quando comparado aos demais resultados ( crdito per capita: 360% ; acesso bancrio: 450% e produo cientfica: 170%). Isto deve ser analisado luz da estrutura bancria brasileira. Como salientado anteriormente, a interao entre bancos e empresas caracterstica do bank system possibilita uma maior participao do sistema bancrio na conduo das empresas, superando as dificuldades inerentes assimetria de informao. Isto possibilitaria a emergncia de relaes mais estveis e duradouras capazes de gerar o chamado patient money, essencial tanto para o desenvolvimento de atividades quanto para o desenvolvimento de tecnologia (SINGH e WEISSE, 1998). No entanto, o resultado mostra que no caso brasileiro a participao de bancos em empresas no pode ser considerado como uma estratgia de desenvolvimento bancrio, mas sim o resultado de aquisio de colaterais. Esta interpretao explicaria, o porque da varivel Insero Bancria, apesar de positiva, ter uma menor capacidade de afetar as chances de se ter um alto nmero de patentes no municpio em relao aos nveis inferiores. A proxy para presena do setor pblico no municpio determina que o aumento de 1% nesse fator faz com que se reduzam em 40% as chances de se ter um alto nmero de patentes registradas. Este resultado aparentemente contraditrio com parte significativa da literatura sobre tecnologia, que mostra o setor pblico como sendo fundamental para o desenvolvimento de inovaes, dada a sua capacidade de enfrentar as incertezas e o lag temporal caracterstico desta atividade. No entanto, deve ser ressaltado que o resultado observado decorre da varivel que esta sendo analisada. Uma maior presena de rgos pblicos medida pela relao entre depsitos vista do setor pblico sobre o total de depsitos - afeta negativamente as chances de se ter um nmero alto de patentes, provavelmente porque municpios cujas atividades econmicas se caracterizam por uma predominncia de caracteres setoriais pblicos tendem a ser municpios de baixo dinamismo econmico. O setor privado dada a pequena parcela dos depsitos privados em relao ao total de depsitos no estaria sendo capaz de dar dinamismo econmico ao municpio. Este seria o caso de municpios pequenos, com setor industrial pequeno. Uma vez que a varivel de patente pressupe a existncia de possibilidade de aplicao comercial da inovao (pelo menos do ponto de vista do patenteador), um pequeno dinamismo econmico, caracterstico deste tipo de cidade, reduziria a probabilidade de ocorrncia de patentes. Quanto dummy de Produo Cientfica, pode ser posto que para municpios com produo cientfica as chances de apresentarem um alto nmero de registro de patentes versus os valores medianos e nulos so aproximadamente 1,5 vezes maiores do que municpios sem produo 22
  • 23. cientfica, mantido todo o restante constante. A proximidade de centros difusores de tecnologia favorece o estabelecimento de redes de relacionamento que so capazes de aumentar as chances de alcanar um alto nmero de registros de patentes. V. CONCLUSO O presente trabalho teve com objetivo explorar as possveis conexes entre variveis financeiras e a produo de patentes. Embora esta seja uma rea pouco explorada, tanto teoricamente quanto empiricamente, procurou-se contribuir para esta literatura atravs de uma analise mais desagregada (municpio). Os resultados das analises tanto descritiva quanto do modelo logit ordenado permite argumentar que existe uma grande relao entre produo cientfica, concesso de crdito e centralidade e a produo de patentes. Em primeiro lugar, foi demonstrado na analise descritiva que existe uma forte concentrao espacial das variveis crdito, patentes e artigos cientficos, sendo que o grau de concentrao maior para a ltima varivel e menor para a primeira. Em segundo lugar, a analise do modelo logit ordenado mostrou que variaes positivas no crdito, acesso bancrio (proxy de centralidade) e produo cientfica aumentam as chances de uma localidade ter um maior nmero de patentes registradas. Estes dois resultados, tomados em conjunto, permitem concluir que a produo cientfica pode ser considerada como um pr-requisito para a produo de patentes. No entanto, a concesso de crdito na localidade se torna o elemento viabilizador. Isto pode ser inferido pelos valores apresentados na analise logit ordenado onde fica claro que a variao positiva da varivel crdito aquela que mais aumenta a possibilidade de um aumento na produo de patentes. Isto poderia se dar atravs do crdito direcionado diretamente para a produo de patentes, ou atravs do seu impacto positivo sobre o nvel de atividade econmica, fato este impulsionador da produo de patentes. Permeando, toda esta discusso, ficou tambm evidente papel central desempenhado pela centralidade urbana, que afetaria tanto a produo cientfica, quanto concesso de crdito. Por fim, deve-se ressaltar o carter exploratrio deste trabalho. No entanto, os resultados at aqui obtidos representam um estmulo para os autores no sentido da busca de um maior aprofundamento desta agenda de pesquisa. 23
  • 24. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ALBUQUERQUE, E. M. National Systems of Innovation and non-OECD countries. Revista de Economia Poltica. So Paulo: , v.19, n.4, p.35 - 52, 1999. CARNEY, M. & GEDAJLOVIC, E. East Asian Financial Systems and the transition from investment-driven to innovation-driven economic development. International Journal o Innovation Management, Vol. 4, N.3, pp. 253-276, 2001. CARVALHO, F. C. Keynes's concept of finance and funding, and the structure of the financial system. Rio de Janeiro: UFRJ-IEI, 1995 (Texto para Discusso; 344). CAVALCANTE, A. Financiamento local e desenvolvimento: um estudo sobre arranjos produtivos. 192f. Dissertao (Mestrado em Economia) CEDEPLAR Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006. CHRISTALLER, W. (1966) Central places in southern Germany, Englewood Cliffs: Prentice-Hall. CHRISTENSEN, J. L. The role of finance in national systems of innovation. In: LUNDVALL, B-A (ed.). National systems of innovation: towards a theory of innovation and interactive learning. London: Pinter, p. 146-168, 1992. CROCCO, M., CAVALCANTE, A., BARRA, C. The behavior of liquidity preference of banks and public and regional development: the case of Brazil. Journal of Post Keynesian Economics, v.28, n.2, p.217-40, Dez/Jan. 2005. FIGUEIREDO, A., MENEZES, M. e CROCCO, M. Estudo exploratrio sobre o padro locacional dos bancos: anlise multivariada para o estado de Minas Gerais in Anais do XII Seminrio sobre a Economia Mineira, Diamantina, 2006. FREEMAN, C. Technologicy Policy and Economic Performance: lessosns from Japan. London: Pinter, 1987. GOODCARE, A. & TONKS, I. Finance and Technological Change. In: STONEMAN, P.(ed.), Handbook of the Economics of Innovation an Technological Change. Cambrige (Mass): Basil Blackwell, 1996. GREENE, W. Econometric analysis. 5th ed. Upper Saddle River, N.J.: Prentice Hall, 2003. 1026 p. HARRISON, R e MASON, C. The role of the public sctor in the development of a regional venture capital industry, Venture Capital vol. 2, no 4, pp. 243 253, 2000. KREGEL, J. Capital flows: globalization of production and financing development. UNCTAD Review, pp. 23-38, 1994. LEVINE, R. Finance and growth: theory and evidence. NBER Working Papers Series, working paper 10766, http://www.nber.org/papers/w10766, 2004. 24
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