Patativa

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Patativa do Assaré Biografia, obras, poemas, repentes, literatura de cordel e outras informações sobre sua vida. Patativa do Assaré: compositor, poeta e improvisador

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Patativa do AssaréBiografia, obras, poemas, repentes,

literatura de cordel e outras informações sobre sua vida.

Patativa do Assaré: compositor, poeta e improvisador

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Patativa do Assaré era o nome artístico (pseudônimo) de Antônio Gonçalves da Silva. Nasceu em 5 de março de 1909, na cidade de Assaré (estado do Ceará). Foi um dos mais importantes representantes da cultura popular nordestina.

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Vida e obrasDedicou sua vida a produção de cultura popular (voltada para o povo marginalizado e oprimido do sertão nordestino). Com uma linguagem simples, porém poética, destacou-se como compositor, improvisador e poeta. Produziu também literatura de cordel, porém nunca se considerou um cordelista.

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Sua vida na infância foi marcada por momentos difíceis. Nasceu numa família de agricultores pobres e perdeu a visão de um olho. O pai morreu quando tinha oito anos de idade. A partir deste momento começou a trabalhar na roça para ajudar no sustento da família.

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Foi estudar numa escola local com doze anos de idade, porém ficou poucos meses nos bancos escolares. Nesta época, começou a escrever seus próprios versos e pequenos textos. Ganhou da mãe uma pequena viola aos dezesseis anos de idade. Muito feliz, passou a escrever e cantar repentes e se apresentar em pequenas festas da cidade.

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Ganhou o apelido de Patativa, uma alusão ao pássaro de lindo canto, quando tinha vinte anos de idade. Nesta época, começou a viajar por algumas cidades nordestinas para se apresentou como violeiro. Cantou também diversas vezes na rádio Araripe.

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No ano de 1956, escreveu seu primeiro livro de poesias “Inspiração Nordestina”. Com muita criatividade, retratou aspectos culturais importantes do homem simples do Nordeste. Após este livro, escreveu outros que também fizeram muito sucesso. Ganhou vários prêmios e títulos por suas obras.

Patativa do Assaré faleceu no dia 8 de julho de 2002 em sua cidade natal.

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Livros

• Inspiração Nordestina - 1956• Inspiração Nordestina: Cantos do Patativa -1967• Cante Lá que Eu Canto Cá - 1978• Ispinho e Fulô - 1988• Balceiro. Patativa e Outros Poetas de Assaré - 1991• Cordéis - 1993• Aqui Tem Coisa - 1994• Biblioteca de Cordel: Patativa do Assaré - 2000• Balceiro 2. Patativa e Outros Poetas de Assaré - 2001• Ao pé da mesa – 2001

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Poemas mais conhecidos

• A Triste Partida • Cante Lá que eu Canto Cá • Coisas do Rio de Janeiro • Meu Protesto • Mote/Glosas • Peixe • O Poeta da Roça • Apelo dum Agricultor • Se Existe Inferno • Vaca estrela e Boi Fubá • Você e Lembra? • Vou Vorá

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Poesia de Patativa do Assaré

Há dor que mata a pessoaSem dó nem piedade.Porém não há dor que doaComo a dor de uma saudade.

Patativa do Assaré

Eu sou de uma terra que o povo padeceMas não esmorece e procura vencer.Da terra querida, que a linda caboclaDe riso na boca zomba no sofrerNão nego meu sangue, não nego meu nomeOlho para a fome, pergunto o que há?Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,Sou cabra da Peste, sou do Ceará.

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Patativa do AssaréMeus versos é como sementeQue nasce arriba do chão;Não tenho estudo nem arte,A minha rima faz parte Das obras da criação

Patativa do AssaréSertão, argúem te cantô,Eu sempre tenho cantadoE ainda cantando tô,Pruquê, meu torrão amado,Munto te prezo, te queroE vejo qui os teus mistéroNinguém sabe decifrá.A tua beleza é tanta,Qui o poeta canta, canta,E inda fica o qui cantá.

(De EU E O SERTÃO - Cante lá que eu canto Cá - Filosofia de um trovador nordestino - Ed.Vozes, Petrópolis, 1982)

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Sem dó e sem piedade,Porém não há dor que doaComo a dor de uma saudade.

Saudade é um aperreioPra quem na vida gozou,É um grande saco cheioDaquilo que já passou.

Saudade é canto magoadoNo coração de quem senteÉ como a voz do passadoEcoando no presente"

Patativa do Assaré

"Saudade dentro do peitoÉ qual fogo de monturoPor fora tudo perfeito,Por dentro fazendo furo.

Há dor que mata a pesso

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Patativa do AssaréPatativa do Assaré

Dentre o cultivo de terrassurge o poeta do Cearáde seus envolventes repenteso maravilhoso desafio do improvisoo casamento da poesia e da músicao delicioso canto de criação de versos.

Ó ave Patativaque beleza de canto, de poesiade fineza, de melodiade uma oralidade marcantecheia de significações e sensações.

Entre a voz e a entonaçãoas pausasentre o ritmo e o pigarroa expressãocom perfeição sua ironia, veemência e hesitação.

De sonetos clássicosà décima e a sextilha nordestinaora linguagem cultaora linguagem do dia a diaemerge a poesia matuta.

Antônio Gonçalves da Silvaagricultor, improvisadorcompositor, cantorpoeta popularnossa ave brasileira.Danielli Rodrigues