Pastoral Familiar - Dezembro 2011
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Estimados irmãos em Cristo Coordenadores e Assessores da Pastoral Familiar do Regional Sul 2 Irmãos no episcopado, saudações!
Ano Novo, novas promessas – No mês de dezembro o nosso boletim on-line não saiu. Não que não tivesse assunto. Ao contrário, tinha assunto demais, e os afazeres de fim de ano, que as famílias conhecem bem, também tomam o tempo de nós, pastores. E o final do ano chegou sem que eu pudesse redigir esta pequena página. Fica então este número como valendo para dezembro e ja-neiro, e já vai com os votos de Feliz Ano No-vo. Podemos refazer nossas promessas mais piedosas, do tipo: “neste ano vou reservar um tempo maior para ler, aprofundar minha espiritualidade”; ou promessas mais práti-cas, do tipo: “vou planejar melhor a vida familiar, convivência, lazer, e trabalho, com equilíbrio e paciência”; ou então promessas mais saudáveis, do tipo “vou perder uns qui-los, caminhar, controlar os vícios”... Aí só já temos um bom programa para o ano novo. Agora olhe também o calendário da Pastoral Familiar que está na página 9, muito rico de eventos regionais e nacionais. Teremos até um Congresso Regional da Pastoral Familiar, em Francisco Beltrão, que está sendo pre-parado com muito esmero. Some agora com os eventos programados pelas dioceses e paróquias: que grande leque de atividades temos pela frente. Mas não é só.
Grandes eventos em 2012 – A nossa Pasto-ral Familiar não é uma ilha na Igreja, deve estar integrada aos grandes acontecimentos que estão programados para este ano, a começar pela Campanha da Fraternidade, que vai trabalhar a questão da saúde públi-ca: o que a Pastoral Familiar tem a dizer? Vem aí o Sínodo da Nova Evangelização: a nossa Pastoral já começou a se inteirar do tema? Em outubro começa o Ano da Fé: como é que a nossa Pastoral vai interagir com as demais, nesse contexto? Estaremos ainda em plena preparação da juventude para a Jornada Mundial, e o encontro com o Papa, no Rio de Janeiro: qual será o papel da nossa pastoral junto aos jovens?
Ainda tem fôlego? – Então, lembre que te-mos a comemoração dos 50 anos do Concí-lio Vaticano II, o maior evento cristão do sé-culo passado; temos os 20 anos do Catecis-mo da Igreja Católica, que ainda não conhe-cemos o suficiente; os 30 anos da Familiaris Consortio, de João Paulo II, que refundou a Pastoral Familiar, você já a leu? Então, caros casais, queridas famílias, um bom e feliz Ano Novo a vocês todos.
E, se alguém ainda cair na conversa da mí-dia, de que a religião está acabando, que os católicos estão de boca aberta e sem rumo, veja que mentira. Esperança, esse é o nome deste Ano Novo. Que Deus nos abençoe a todos!
Paz e Bem!
Dom João Bosco, O.F.M.
Bispo de União da Vitória
CNBB – REGIONAL SUL 2 – BOLETIM ON LINE – dez/2011 – jan/2012
EEDDIITTOORRIIAALL
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BBoolleettiimm OONN LLIINNEE ddaa PPaassttoorraall
FFaammiilliiaarr ddoo RReeggiioonnaall SSuull IIII -- CCNNBBBB
RRuuaa SSaallddaannhhaa MMaarriinnhhoo,, 11226666 –– 8800443300--116600
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DDoomm JJooããoo BBoossccoo BBaarrbboossaa ddee SSoouussaa
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AA ppooeessiiaa ssuuaavvee ddee JJeessuuss
O evangelho de Jesus é um poema à simplicidade. Não requer explicações metafísicas nem elasticidade filosófica para entendê-lo.
Olhai as aves do céu; não semeiam nem ceifam, mas nosso pai celestial as alimenta. É a lição do desprendimento.
Aquele que põe a mão no arado e olha para trás não está apto ao reino de Deus. É a lição da perseverança.
Aquele que estiver sem pecado que atire a primeira pedra. É a lição da auto-análise.
Quando fordes convidados para um banquete senta no último lugar. É a lição da humildade.
Aquele que quer ser o maior que seja o que mais serve. É a lição da caridade.
Vinde a mim todos vós que estás aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei. É a lição do acolhimento.
Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração. É a lição da delicadeza.
Reconcilia-te com o teu inimigo enquanto estás a caminho com ele. É a lição da paz.
Saiu o semeador a semear sua semente. É a lição do trabalho.
Para entrar no reino do céu é necessário nascer de novo. É a lição da volta.
O filho do homem veio para servir e não para ser servido. É a lição da nobreza.
Seja o vosso falar sim,sim e não, não. É a lição da firmeza.
Tratai a todos como gostarias de ser tratado. É a lição da justiça.
Vai e não peques mais! É a lição da resistência.
Lázaro, levanta-te e anda! É a lição da fé. Procure Jesus nas coisas simples; na
lágrima, no afago, na alegria pura, no
trabalho honesto, no gesto fraterno, no
poema à vida, enfim, em tudo que eleva e
ilumina. Por isso é tão dificil para a ciência
e para a filosofia encontrá-lo.
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RReelliiggiiããoo ffaavvoorreeccee ppeennssaammeennttoo
iinnttuuiittiivvoo,, aaffiirrmmaa eessttuuddoo FOLHA.COM - RAFAEL GARCIA - DE WASHINGTON
Muita gente rejeita o estereótipo que des-creve ateus como pessoas racionais e analí-ticas e religiosos como intuitivos e espontâ-neos. Um experimento feito na Universida-de Harvard, porém, sugere que esse clichê pode ter um fundo de verdade.
No trabalho, cientistas avaliaram o estilo de raciocínio preferido por mais de 800 volun-tários e viram que aqueles com tendência maior a usar a intuição eram mais propen-sos a crer em Deus e entidades sobrenatu-rais.
Para chegar à conclusão, os pesquisadores submeteram os voluntários a um questioná-
rio sobre crença religiosa e a problemas de raciocínio que avaliavam o estilo de pensa-mento de cada pessoa.
As perguntas eram, na verdade, "pegadi-nhas" que enganam especialmente as pes-soas que contam com a intuição para lidar
com números.
O resultado do experimento saiu em um es-tudo publicado na revista científica "Journal of Experimental Psychology". O trabalho, coordenado pelo psicólogo Amitai Shenhav, indica que pessoas mais racionais tendem a
crer menos em Deus.
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ÓÓBBVVIIOO?? Pode parecer uma conclusão óbvia, mas psicó-logos ainda não tinham encontrado um jeito de testá-la.
Os cientistas de Harvard afirmam ter consegui-do comprová-la agora porque usaram uma me-todologia que avalia o estilo de raciocínio das pessoas sem levar em conta a magnitude da in-teligência de cada um.
Em outras palavras, conseguiram evitar a ar-madilha que associa reflexão a pessoas mais inteligentes e intuição a pessoas mais burras.
"Uma das coisas que eu aprecio sobre a dis-cussão entre uso de raciocínio reflexivo ou in-tuitivo é que não existe uma resposta certa so-bre qual dos dois deve ser usado em cada oca-sião", disse Shenhav à Folha. "Ambos são im-portantes para todo mundo, mas nós somos di-ferentes uns dos outros."
Segundo ele, muitos voluntários classificados como pessoas intuitivas tinham ido bem em dois testes de QI que haviam sido aplicados an-tes do experimento.
"Em testes de inteligência padrão, existem pou-cas questões com respostas intuitivas que vêm à mente imediatamente", explica o psicólogo.
"É preciso trabalhar uma longa cadeia de racio-cínio em cada um deles até que surja a respos-ta. O teste que usamos tem perguntas projeta-das especialmente para oferecer uma resposta errada tentadora logo de cara."
O mais inesperado, porém, talvez seja que é possível moldar o tipo de crença religiosa que os voluntários têm.
Em outro teste, voluntários tinham de escrever uma redação sobre a importância da intuição. Logo após a tarefa, algumas pessoas titubea-vam em perguntas sobre suas crenças religio-sas, com tendência maior a relatar crença em entidades sobrenaturais.
"Talvez a maneira como somos educados a pensar de maneira reflexiva ou intuitiva ao lon-go da vida tenha alguma influência sobre nos-sas crenças", afirma o psicólogo. "Não sei dizer se isso é uma coisa boa ou ruim."
Definitivo! Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor
não advém das coisas vividas, mas das coisas que fo-
ram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a
gente não sofrer, apenas agradecer por termos co-
nhecido uma pessoa tão
bacana, que gerou em
nós um sentimento in-tenso e que nos fez com-
panhia por um tempo ra-
zoável, um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Sofremos porque esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealiza-
das, por todas as cidades que gostaríamos de ter co-
nhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos,
por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos;
por todos os shows e livros e silêncios que gostaría-
mos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por causa de todos os beijos cancelados.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que dei-
xamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conos-co, mas por todos os momentos em que poderíamos
estar confidenciando a ela nossas mais profundas an-
gústias se ela estivesse interessada em nos compre-ender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela
euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo as-
sim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas
com as quais sonhamos e nunca chegamos a experi-
mentar. Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!
A cada dia que vivo mais me convenço de que o des-
perdício da vida está no amor que não damos, nas for-
ças que não usamos, na prudência egoísta que nada ar-
risca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos
também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional. Carlos Drumond de Andrade
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PALESTRAS DO XIII
CONGRESSO (III)
IDENTIDADE PESSOAL
E FAMÍLIA Dra. Renate Jost de Moraes
A partir dos resultados obtidos com a pesquisa
da interioridade humana na Abordagem Direta
do Inconsciente (ADI) e os valores intrínsecos
do ser humano que aí aparecem, é possível
remover e prevenir sofrimentos da família e da
sociedade.
O mais sério sofrimento da humanidade é a desestruturação familiar, não só por falta de
recursos materiais, mas principalmente emo-
cionais, afetivos, relacionais e existenciais.
Quantas crianças são geradas sem amor e por
isso nunca aprendem o que é amar. São edu-
cadas sem segurança, sem limites, tornando-se
vítimas fáceis para as drogas, da gravidez pre-
coce, do aborto. Tornam-se adultos fracos, ins-
táveis, tendem a naturalizar os problemas e
perpetuam este ciclo vicioso de agressividade,
angústia existencial e amoralidade.
A destruição das famílias monogâmicas é uma
estratégia política para enfraquecer a socieda-
de e torná-la mais fácil de se dominar. Esta si-
tuação ainda é corroborada pela ciência, que
neutraliza a verdade e que considera o homem
como ser apenas físico (quando muito psíqui-
co), sem referencial humanístico. Mas existem movimentos contrários: a Pasto-
ral Familiar é um deles e com ela todos os
Movimentos Familiares e iniciativas como a
Fazenda Esperança, etc.
AADDII
A Abordagem Direta do Inconsciente olha os
sintomas, mas procura pela terapia, com a pes-
soa em alto grau de relaxamento, revelar as ra-
ízes dos problemas formulados através de de-
cisões de ser ou fazer: “Sou um problema, sou divido, não devo viver...”. A ADI resgata estas
formulações e, por meio de olhares positivos
da situação, reformula estas proposições.
Descobriu-se com esta pesquisa que a fase da
gestação é a mais importante da vida humana,
pois é quando se estruturam não só o organis-
mo, mas também o psiquismo, a vida relacio-
nal e amorosa. O que a criança mais quer no
útero materno é a união dos pais e é nesta fase que programa registros positivos ou negativos.
Como é importante os casais se acertarem,
dialogarem sem discutir, nem brigar... A cri-
ança que tem pais que se amam, dificilmente
vai dar problemas.
O nascimento reflete a gestação, e o próprio
bebê é capaz de influir sobre o seu nascimen-
to, enrolando o cordão umbilical no pescoço,
prendendo-se pelos ombros, antecipando ou atrasando o parto ou mudando de posição para
dificultar o parto. As pesquisas descobriram
que o parto reflete no ser, no pensar e no agir,
e que o médico pode falar à criança, para aju-
dar no parto.
Na fase da infância, a criança é altamente in-
tuitiva, percebe naturalmente o inconsciente e
percebe o que há por detrás das palavras e ges-
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tos. É capaz de identificar-se com o pai ou a
mãe. Necessita continuar vendo seus pais se amando para aprender a amar e para manter-se
equilibrada. Os problemas sociais ou escolares
têm sua origem na família, especialmente na
desunião dos pais.
A adolescência e a juventude, ao contrário
do que muitos pensam, não são fases de pro-
blemas, mas de transformações. Adolescentes
e jovens querem acertar sua vida e mudar o
mundo, querem viver o amor autêntico. O se-xo precoce e as drogas só aparecem em cena
quando não se sabe amar a si e aos outros.
Quando não se tem experiências de amor, a
única saída possível parece ser fugir de si
mesmo. Mas as crises existenciais só aumen-
tam, pois nada disso satisfaz. O que mais pre-
cisamos é treinar, exercitar nossa capacidade
de amar. Quantos perdem tempo no sexo frí-
volo, quando o sexo existe para ser comple-mento no amor legítimo, e não é base do rela-
cionamento.
Na vida conjugal aparece muito a mulher i-
dentificada à sua mãe e o marido identificado
ao seu pai. Há uma transferência de caracterís-
ticas e de problemas também, que são passa-
dos pelas gerações.
O resultado das pesquisas com mais de cem
mil pacientes revela, que no momento da con-cepção, a criança se vê por inteiro e se enxerga
no óvulo e no espermatozóide separados na
hora exata da concepção. A pessoa se vê por-
que já existe numa luz. Os relatos revelam que
a pessoa vem de uma luz de amor (alguns che-
gam a verbalizar que a luz é Deus). É um “eu”
noológico, que existe fora do tempo, que habi-
ta na eternidade. Na concepção, a pessoa bus-
ca um modelo em seus ancestrais, assimilando características positivas ou negativas de sua
família.
Desde esse momento, o “eu-pessoal” livre é
capaz de decidir. O paciente que se cura neste
tipo de terapia volta ao seu eu-original, resgata
o bem e decide ficar bom, física e psiquica-
mente. Na interioridade humana, todas as rea-
lidades se encontram numa só verdade.
AApplliiccaannddoo ooss rreessuullttaaddooss ddaa PPeessqquuiissaa
àà PPrraattiiccaa Dicas para um casamento realizador: abertura para a chegada de um filho;
alinhamento nas decisões conjugais;
evitar ou postergar a todo custo qual-
quer assunto que possa causar tensão na
gestação;
cultivar gestos de carinho do casal entre
si;
abertura para qualquer que seja o sexo
da criança;
abertura para a intimidade social;
falar bem do outro;
querer o bem do outro;
focar no positivo para esquecer o nega-
tivo;
criar um ambiente acolhedor em casa;
dialogar: o que eu faço que te desagra-
da?
querer que dê certo, mais do que querer
ter razão.
Como orientar os filhos: dosar firmeza com amor;
falar sobre a existência de sofismas;
exercitar a escuta interior;
ser coerente e ter bom senso;
conduzir à humanização e à integração
social;
quebrar os desvios de comportamento;
aproveitar o sono da criança para falar
ao seu ouvido mensagens positivas;
abrir-se à prática da espiritualidade.
Se todos os problemas do mundo fossem re-
sumidos em um só seriam o “desamor”. Com a
aprendizagem do amor cortaremos os males
sociais pela raiz. Humanizar, harmonizar e so-
cializar o mundo dos nossos filhos. O referen-
cial do amor lhes dá segurança para optarem
pelo que é melhor para eles e para o bem co-
mum. Com pessoas mais equilibradas, equili-braremos as famílias e a sociedade. São coisas
simples que fazem muita diferença em meio à
escuridão do mal.
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A solução para os problemas sociais não é cri-
ar mais prisões, nem clínicas para adolescentes grávidas, mas trabalhar a família e, mais espe-
cificamente, os problemas psicológicos dos
casais. Vivenciar o amor é querer acertar.
SSOOMMOOSS CCIIDDAADDÃÃOOSS EE
MMEEMMBBRROOSS DDAA FFAAMMÍÍLLIIAA
DDEE DDEEUUSS Dom Severino Clausen
Somos cidadãos e membros da família de
Deus porque nossos nomes estão escritos no
céu. Esta é a palavra de esperança que São
Paulo escreve, da prisão, aos Efésios (cf. Ef
2,19). Desta ótica reflitamos sobre o maior
bem da humanidade, que é a família.
Como cidadãos da família de Deus, temos o
mesmo sentimento de pertença, temos os
mesmos sonhos de fé e de felicidade. Não
podemos nos esquecer de que somos produ-
tos da cultura cristã, mas que enfrentamos
novas questões e novas dificuldades. Neces-
sitamos construir para nós humanos uma pá-
tria, um lar que nos proteja e nos ajude a re-
cuperar o sentido verdadeiro do amor. A par-
tir de Jesus, e com a força do Espírito Santo,
alimentados pela Palavra de Deus, sendo
discípulos missionários a serviço da vida e
rumo à pátria definitiva. Este é o nosso se-
gredo.
Pastoralmente, temos que tomar o grande
cuidado para que a Pastoral Familiar não se-
ja apenas um movimento de casais, mas que
envolva, de fato, a família inteira e que a
família não seja vista como mero objeto de
evangelização, mas principalmente como su-
jeito, agente! Cabe a nós estarmos atentos a
que tipo de mundo estamos construindo para
as futuras gerações.
Na família não podem faltar três palavras-
chaves: trabalho, amor e transcendência:
Trabalho (criação)– é diferente de empre-
go, que escraviza a horários e tarefas. Traba-
lho é processo de ação do ser humano sobre
a criação: torna-nos produtivos, revela as ca-
pacidades e potenciais humanos. Se numa
família não há essa criatividade, ela se torna-
rá amorfa. O trabalho se torna, assim, um
espaço sagrado de descoberta da vocação.
Mas hoje o que se vê é uma busca frenética
pela sobrevivência. Quanto tempo gastamos
no trabalho... A família pode acabar perden-
do a sensibilidade do convívio e da ternura.
O trabalho existe para transformar e este po-
tencial transformador pode ser usado para o
bem ou para o mal. Basta olharmos para a his-
tória humana e vermos todas as mudanças ma-
teriais e culturais.
O trabalho também reflete o nosso ser pensan-
te, que vive imaginando e buscando a felicida-de e o que julga haver de melhor. Entretanto,
longe da proteção divina, o ser humano se
desvirtua. É Jesus que nos indica o caminho.
Amor (relação)– somos resultados do amor
entre homem e mulher (apesar de quererem
hoje mudar isso) e do amor de Deus. Quem
ama, admira, se encanta. “Amor” é uma pa-
lavra que vem sendo, infelizmente, desgas-
tada.... O amor é uma força extraordinária
que impele as pessoas a se comprometerem
com coragem e generosidade. Cada um en-
contra o bem próprio aderindo ao projeto de
amor que Deus tem para ele, e aderindo esta
Verdade, torna-se livre. O impulso interior
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para amar de maneira autêntica nunca desa-
parece por complete porque é a vocação
plantada dentro de cada coração humano. O
cultivo do Amro exige de cada ser humano
um exercício de relação.
Desenvolve-se, assim, um processo dinâmi-
co que integra o amor de Deus à vida do ser
humano. Diz a Familiaris Consortio (11):
“Deus criou o homem à sua imagem e seme-
lhança: chamando-o à existência por amor,
chamou-o ao mesmo tempo ao amor. Deus é
amor e vive em si mesmo um mistério de
comunhão pessoal de amor. Criando-a à sua
imagem e conservando-a continuamente no
ser, Deus inscreve na humanidade do ho-
mem e da mulher a vocação, e, assim, a ca-
pacidade e a responsabilidade do amor e da
comunhão. O amor é, portanto, a fundamen-
tal e originária vocação do ser humano.” É
muito mais que afeto e atração carnal.
Transcendência (espiritualidade)- O ser
humano, que é dotado de espiritualidade,
fortalece-se no amor e é melhor no trabalho.
A transcendência fomenta a esperança e o
sonho de retomarmos o paraíso perdido, afi-
nal, somo cidadãos do céu. O vínculo de
amor do homem e da mulher no matrimônio
é sinal (sacramento) desta aliança de amor
entre Deus e a humanidade e entre Jesus e a
Igreja. Temos o maior patrimônio espiritual
que santifica a família.
Somos membros desta família, do povo de
Deus por amor. Vale a pena ficar de pé, co-
mo Maria, diante de Cruz, em atitude de
prontidão, esperando a vitória definitiva so-
bre o pecado. Uma verdadeira Pastoral Fa-
miliar intensa e vigorosa ajudará a devolver
a dignidade de família, imagem da comu-
nhão de amor das três pessoas divinas. Que
Maria e José nos ajudem a andar no caminho
que defende a vida e a família, anunciando o
reino de paz, amor e justiça.
OO HHOOMMEEMM QQUUEE VVIIRROOUU MMUULLHHEERR
Um homem estava farto e cansado de todos os dias
sair para trabalhar enquanto a mulher ficava em ca-
sa. Com alguma inveja e surpresa reparou que a esposa recebeu no Dia das Mulheres uma série de
cumprimentos. Ele bem que gostaria que ela
soubesse o que é que ele passava a trabalhar, e
então rezou fervorosamente: «Senhor Deus: Todos os dias vou trabalhar durante 8 horas e a minha
mulher, simplesmente, fica em casa. Eu gostaria
que ela soubesse o que eu passo. Assim, por favor, faça uma troca dos nossos corpos por um dia só.
Amém!..». Poof !!! Deus na sua infinita bondade e
sabedoria, satisfez o pedido do homem. Na manhã
seguinte, o homem acordou como mulher. E levan-tou-se. Preparou o café da manhã para o marido,
acordou as crianças. Vestiu-lhes as roupas da
escola, deu-lhe de comer o café da manhã, colocou nas mochilas as suas merendas, levou-os à escola.
Foi às compras e passou pelo Banco para fazer um
depósito, faz o pagamento das contas e o balancete na caderneta de cheques. limpa a caixa do gato e dá
banho ao cachorro. Já é quase 1h00 da tarde. Rapi-
damente faz as camas… lava a roupa … aspira a
casa e lava o banheiro e a cozinha … Corre para a escola para pegar as crianças com quem fala dos
estudos pelo caminho… Arranja-lhes leite e doces
e almoço… dá-lhes atenção para fazerem os traba-lhos de casa. Logo a seguir … vai passar as roupas,
enquanto, esporadicamente, assiste a TV . Já são
4:30 da tarde. (‟Ele‟) começa a descascar as batatas e a lavar os vegetais para a salada… enrola boli-
nhas de carne e prepara os feijões para a sopa…
Limpa a cozinha e prepara a máquina de lavar lou-
ça… Arruma a roupa, dá banho nas crianças e me-te-as na cama. Já são 9:00 da noite. „Ele‟ (feito ela)
está exausta e pensou que o seu trabalho domésti-
co já tinha acabado. Foi para a cama quando o ‟ma-rido‟ aparece desejando fazer amor… Ela lá arran-
jou meios de o satisfazer, sem se queixar. Na ma-
nhã seguinte mal acordou, saltou da cama, ajoe-
lhou-se e rezou com fervor: «Senhor, nem sei o que é que me passou pela cabeça. Eu estava tão errado
de invejar a minha mulher por ficar em casa todo o
dia. Por favor, Oh! Oh! Por favor destroca de no-vo os nossos corpos. Amém» E o Senhor na sua in-
finita bondade e sabedoria, replicou : «Meu filho,
vejo e sinto que aprendeste bem a lição e ficarei fe-liz em colocar as coisas como eram antes. Só que
terás de esperar apenas nove meses. É que tu en-
gravidaste a noite passada!»
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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 99
Mês Data Evento Local/Responsabilidade
FEV 22 Abertura da CF-2012 Paróquias e Dioceses
25 e 26 Reunião – Coordenação da CRPF Curitiba - PR
ABR
06 Sexta-Feira Santa Paróquias e Dioceses
08 Páscoa Paróquias e Diocese
28 2º Simpósio Nacional da Família Aparecida – SP
29 4ª Peregrinação Nacional da Família Aparecida - SP
MAI
01 Dia do Trabalho Paróquias e Dioceses
05 e 06 Reunião – Coordenação da CRPF Toledo – PR
15 Dia Internacional da Família Paróquias e Dioceses
27 Pentecostes Paróquias e Dioceses
31 VII Encontro Mundial das Famílias Milão - Itália
JUN
01 a 03 VII Encontro Mundial das Famílias Milão - Itália
07 Corpus Christi Dioceses e Paróquias
29 e 30 36ª Assembléia Nacional da Pastoral Familiar Brasília - DF
JUL 01 36ª Assembléia Nacional da Pastoral Familiar Brasília - DF
AGO
04 e 05 Reunião – Coordenação da CRPF Maringá _ PR
05 Dia das Vocações sacerdotais Paróquias e Dioceses
12 Dia dos Pais Paróquias e Dioceses
12 a 18 Semana Nacional da Família Paróquias e Dioceses
19 Dia das vocações Religiosas Paróquias e Dioceses
26 Dia do catequista – Dia das vocações leigas Paróquias e Dioceses
SET 01 e 02 4º Congresso Regional da Pastoral Familiar Francisco Beltrão - PR
OUT 01 a 07 Semana Nacional da Vida Paróquias e Dioceses
08 Dia do Nascituro Paróquias e Dioceses
NOV 04 e 05 Reunião – Coordenação da CRPF Cascavel – PR
10 a 12 10º Encontro Nacional da Pastoral Familiar ??
DEZ 30 Festa da Sagrada Família Paróquias e Dioceses
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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1100
Assembleia Diocesana da Pastoral Familiar em São José dos Pinhais
Com grande alegria e satisfação foi rea-lizada no salão paroquial da paróquia do Senhor Bom Jesus em São José dos Pinhais no dia 6 de novembro de 2011 a Assembleia Diocesana da Pastoral Fa-miliar.
A necessidade de avaliar a caminhada da Pastoral Familiar na Diocese, promo-ver a troca de experiências e elaborar um plano de ação pastoral para os pró-ximos dois anos (2012/2013), à luz do Plano da Ação Evangelizadora da Dio-cese e das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011-2015 (nº 123 e 124) fez com que a Co-missão Diocesana de Pastoral Familiar promovesse este encontro com os a-gentes de pastoral.
Participaram desta Assembleia 53 ca-sais representando 21 paróquias da Di-ocese de São José dos Pinhais envol-vendo os cinco setores.
Foram representadas do setor Agudos do Sul, as paróquias Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Gra-ças, Bom Jesus da Cana Verde e Bom Jesus de Mandirituba, do Setor Araucá-
ria participaram as paróquias Nossa Se-nhora dos Remédios, Senhor Bom Je-sus, Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, do setor Piraquara vieram as paróquias Nossa Senhora Rainha da Paz e Nossa Senho-ra Auxiliadora, do setor Lapa marcaram presença as paróquias São João Batis-ta, Santo Antônio e Imaculada Con-ceição de Mariental e as paróquias Se-nhor Bom Jesus, São Cristovão, São Marcos, São Sebastião, Nossa Senhora do Monte Claro, Sagrado Coração de Jesus, São José e Santo Antônio do Se-tor São José.
Após o acolhimento da imagem da Sa-grada Família com o canto “Olhando a Sagrada Família” o casal coordenador
do Regional Sul II da Pastoral Familiar Paulo Roberto e Clarice afirmaram a importância do trabalho que a Pastoral Familiar faz em prol da família.
Os Assessores Eclesiásticos da Pasto-ral Familiar, Diác. Lourival Goll e Diác. Sebastião Zacarias Rosa abriram a Assembleia conduzindo a oração inicial, reforçando a importância da família no momento atual e a importância da As-
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sembleia para a continuidade dos traba-lhos dos agentes da Pastoral Familiar. O casal Bosco e Eunides, coordenado-res do INAPAF Instituto Nacional da Família e da Pastoral Familiar, fizeram uma breve apresentação sobre o curso de formação sistemática de agentes da pastoral familiar oferecidos pelo INAPAF e os desafios que são enfrentados visto que o agente é submetido à prova con-tinuamente, primeiro em sua própria casa que constitui um laboratório para o seu trabalho pastoral. Em 2012 será
oferecido aos agentes de pastoral fami-liar de nossa diocese este curso inten-sivo de formação que será realizado na Paróquia São Cristovão em São José dos Pinhais em duas etapas, a primeira nos dias 21 e 22 de abril e a segunda nos dias 23 e 24 de junho.
O casal coordenador diocesano, Fausti-no e Eloina apresentaram a situação a-tual da Pastoral Familiar na diocese tendo em vista os projetos da diocese na dimensão família que engloba a im-plantação da Pastoral Familiar em todas as paróquias da diocese, à formação permanente dos agentes e a necessi-dade da experiência em cursos de noi-vos na forma personalizada bem como as prioridades escolhidas na Assem-bleia Regional da Pastoral Familiar rea-
lizada em setembro de 2010 em Guara-puava que elegeu a defesa da vida, a segunda união, a evangelização das famílias e a formação como urgências no trabalho pastoral em favor das famí-lias.
Em seguida foram feitos grupos de trabalhos compostos de oficinas temáti-cas (pré-matrimônio, pós-matrimônio, casos especiais, catequese familiar e formação permanente) onde os agentes analisaram a situação atual e projetaram ações para dar prosseguimento aos tra-balhos em cada área de discussão.
O Pe. Paulo Henrique Sgarabotto, Co-ordenador da Ação Evangelizadora, a-presentou as cinco urgências na Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, sua estrutura e o compromisso de unidade na missão. Afirmou que a pastoral fami-liar é a evangelizadora da igreja, pois a-tinge a grande parte de nossas famílias.
Em seguida os agentes foram divididos por setor da diocese para um debate em grupo a fim de escolher as cinco priori-dades da ação de pastoral familiar em nossa diocese sendo eleitas as seguin-tes prioridades:
11ªª PPóóss--mmaattrriimmôônniioo
22ªª CCaatteeqquueessee FFaammiilliiaarr
33ªª FFoorrmmaaççããoo PPeerrmmaanneennttee
44ªª DDeeffeessaa ddaa VViiddaa
55ªª CCaassooss EEssppeecciiaaiiss
A Assembleia foi encerrada com a San-ta Missa celebrada por Pe. Paulo.
Por: Faustino Suchla Filho e Maria Eloina Suchla
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DDeessaaffiiooss ee ppoossssiibbiilliiddaaddeess ddaa ffaammíílliiaa nnoo
lliimmiiaarr ddoo SSééccuulloo XXXXII 05.10.11 – Capela Sagrada Família – Garcia – Salvador
Dom Murilo S.R. Krieger, scj – Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil
Textos Bíblicos: Jo 4,1-11; Lc 11,1-4 - Homilia
1. Nós, que estamos aqui nesta celebração euca-
rística, temos um grande valor em comum: a
família. Acreditamos que a família é um sinal do
amor de Deus pela humanidade e sinal da entre-
ga de Cristo por sua esposa, a Igreja; acredita-
mos na importância da família para a Igreja e
para a sociedade. Para a Igreja: “Com a alegria
da fé, somos missionários para proclamar o
Evangelho de Jesus Cristo e, nele, a boa nova...
da família” (DAp 103), como afirma o Docu-
mento de Aparecida. Quanto à importância da
família para a sociedade: a História nos tem
mostrado o que acontece, para as pessoas e pa-
ra as comunidades, quando uma família se de-
sestrutura ou quando a própria instituição fa-
miliar é combatida e destruida. Algumas afir-
mações podem parecer lugar comum, mas nun-
ca ressaltaremos suficientemente que “a família
é um patrimônio da humanidade”; é o lar em
que a vida nasce e é acolhida generosa e respon-
savelmente; é um ambiente “insubstituível para
a serenidade pessoal e para a educação de seus
filhos” (Bento XVI, cf. DAp 114).
2. Poderia refletir agora, à luz da Palavra de
Deus que foi proclamada (Quarta-feira da 27ª
Semana do Tempo Comum), os desafios enfren-
tados pela família na atualidade. Mas isso será
convenientemente estudado e debatido pelos vá-
rios conferencistas e participantes do II Con-
gresso Teológico Internacional. Aliás, o próprio
título desse Congresso sublinha: “Desafios e
possibilidades da Família no limiar do Século
XXI: 30 anos da Familiaris Consortio nos 50
anos de Fundação da Universidade Católica de
Salvador”. Prefiro destacar, pois, um aspecto re-
lacionado à família que não podemos dar por
pacífico ou como algo natural: a graça que rece-
bemos de entender o valor da família no plano
de Deus e o privilégio de poder trabalhar para
construí-la, a fim de que ela “se torne o que é”,
na linha de uma oportuna observação do Bem-
aventurado Papa João Paulo II - ele que bem po-
deria ser chamado de “o Papa da Família”. Há
uma outra graça que, segundo creio, a grande
maioria de nós recebeu: a de ter nascido no seio
de uma família que deixou marcas profundas no
que somos e cremos; a graça de termos vivido
numa família que semeou em nosso coração se-
mentes de alegria e amor.
3. Se o olhar do SENHOR pousou sobre a gran-
de cidade de Nínive, embora pecadora, como
não pousaria sobre a Família, sonho que nasceu
em seu coração? Nós somos os Jonas do inicio
deste terceiro milênio. Diante de tantos obstácu-
los que precisamos enfrentar, diante de forças
imensas – verdadeiros tsunamis! – que se aba-
tem sobre a instituição familiar, poderíamos nos
deixar levar pelo desânimo e, como Jonas, con-
cluir que seria melhor morrer do que viver. Afi-
nal, viver é combater forças imensas, que se o-
põem aos valores em que acreditamos e que de-
fendemos - forças que contam com poderosos
meios à sua disposição. Mas assim como o SE-
NHOR escolheu Jonas para salvar Nínive, hoje
escolheu a nós, frágeis como aquele profeta.
4. É nessa hora que devemos nos lembrar: se a
família nasceu no coração de Deus, se Ele a va-
loriza tanto que escolheu uma família para nela
nos enviar seu Filho Jesus, vamos ter medo de
quê? Vamos ter medo de quem? Precisamos,
sim, olhar para Jesus e aprender dele qual deve
ser o primeiro passo em um desafio como o que
enfrenta a Família: “Jesus estava rezando num
certo lugar”. Devia ser uma experiência extra-
ordinária vê-lo assim, a ponto de despertar um
pedido como o feito por um de seus discípulos:
“Senhor, ensina-nos a rezar!” Tal pedido não
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nasceu no coração de um pagão, mas de alguém
que vinha de uma escola de oração. Sim, os ju-
deus eram e são homens de oração; eram educa-
dos na família e, aos sábados, frequentavam uma
comunidade que se reunia à luz dos Salmos. O
Mestre rezava. Ele já tinha expulsado demônios,
curado paralíticos e leprosos, e tinha sido prota-
gonista de uma pesca milagrosa; abrira novos
horizontes para seus ouvintes com ensinamentos
sobre o amor aos inimigos, a soberania do Filho
do Homem sobre o próprio sábado e o significa-
do da misericórdia; com autoridade enviara seus
discípulos para anunciar o Reino de Deus e curar
os enfermos. Na Transfiguração, havia deixado
entrever sua glória e possibilitara que seus se-
guidores soubessem que ele era, realmente, o Fi-
lho de Deus, o Eleito, e que devia ser escutado.
Agora, contudo, estava em oração, numa atitude
de dependência. Mostrava, assim, que estava re-
zando porque tudo dependia do Pai; rezava por-
que conhecia a força da oração dirigida Àquele
que o enviara.
5. “Senhor, ensina-nos a rezar!” Que opor-
tuno pedido e quanto devemos ser gratos a
esse discípulo. Graças a ele, aprendemos
com Jesus que somos chamados a fazer
grandes pedidos: Santificado seja o teu no-
me. Venho o teu reino. Dá-nos a cada dia o
pão de que precisamos... Hoje, Jesus nos en-
sina a pedir: Venha a tua vontade sobre a
família! Dá-nos famílias santas, famílias u-
nidas, famílias que sejam um reflexo vivo do
amor da Santíssima Trindade! Nossa presen-
ça aqui, em torno do Altar, quer testemunhar
isso: são importantes e necessárias as refle-
xões, os estudos e as pesquisas sobre as fa-
mílias; precisamos utilizar tudo o que a ciên-
cia e a moderna tecnologia põem à nossa
disposição, para ajudá-la a realizar sua voca-
ção e missão. Mas correríamos em vão se
antes não nos voltássemos para o Senhor,
para lhe pedir: Pai, santificado seja o teu
nome. Venha o teu reino...
6. O documento de Aparecida nos lembra:
na Santíssima Trindade, “nossas famílias
têm sua origem, seu modelo perfeito, sua
motivação mais bela e seu último destino”
(DAp 434). Por isso, peçamos ao Senhor:
-te de nós, Pai, para que todos che-
guem à convicção de que o amor conjugal
é realmente imagem do amor de Cristo
por sua Igreja (cf. DAp 117);
Que o homem e a mulher busquem um no
outro sua reciprocidade e complementari-
dade (cf. DAp 116);
Que nossas famílias saibam receber a fé,
conservá-la, celebrá-la, transmiti-la e dar
testemunho dela (cf. DAp 118);
Que o mundo saiba que amas as famílias,
apesar de suas feridas e divisões;
Que as famílias descubram o poder da o-
ração para a superação dos problemas, pa-
ra curar as feridas e abrir caminhos de es-
perança (cf. DAp 119);
Que o domingo seja visto acima de tudo
como “o dia de descanso, o dia da família
e do culto ao Senhor” (cf. DAp 121);
Que a família seja “escola de fé” e os pais
sejam os primeiros catequistas de seus fi-
lhos, fazendo deles discípulos missioná-
rios de teu Filho Jesus Cristo (cf. DAp
303);
Que a família cristã, fundada no sacra-
mento do matrimônio entre um homem e
uma mulher, seja mais e mais um sinal do
teu amor pela humanidade (cf. DAp 433);
Que em nossa ação pastoral, a família seja
um dos eixos transversais de toda ação
evangelizadora da Igreja.
Enfim, ó Pai, abençoa os que prepararam
e os que vão conduzir este II Congresso
teológico Internacional sobre a Família,
que a cidade e a Arquidiocese que levam
o nome de teu Filho, o Salvador, têm a a-
legria de sediar.
Abençoa, Senhor, as famílias. Amém!
Abençoa, Senhor, a minha também!
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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1144
CCoooorrddeennaaççããoo ddaa CCRRPPFF ffaazz úúllttiimmaa
rreeuunniiããoo ddoo aannoo eemm CCaassccaavveell
A coordenação da CRPF – Comissão Regional
da Pastoral Familiar do Regional Sul II da
CNBB, reuniu-se na cidade de Cascavel, no
Hotel Grand Prix nos dias 19 e 20 de novembro.
No início dos trabalhos foi feito um momento de
oração, utilizando como base o texto do Evange-
lho de Mateus (25, 31-46), tema da liturgia do
34º Domingo do Tempo Comum - Cristo Rei.
Foram analisados os trabalhos realizados pelos
Setores Pré, Pós, Casos Especiais e Defesa da
Vida durante o ano de 2011, em relação ao pla-
nejamento e prioridades aprovados. Da mesma
forma, foi feita uma revisão da programação e
planejamento para 2012, considerando os pontos
positivos e negativos de cada setor.
Definidos os principais detalhes para o 4º Con-
gresso Regional, que acontecerá nos dias 1º e 2
de setembro de 2012 na cidade de Francisco
Beltrão. A taxa de inscrição será de R$ 100,00
por pessoa. O controle das inscrições será feito
por Província Eclesiástica.
Às 19h00 do dia 19, sábado, todos participaram
da celebração eucarística na Catedral, presidida
por Dom João Bosco Barbosa de Sousa.
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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1155
01
Uma das quatro prioridades vo-
tadas e aprovadas na Assem-
bleia Geral da Pastoral Familiar
do Regional Sul II, realizada
em Guarapuava nos dias 10 a
12 de setembro de 2010 é a
Formação.
Além dos projetos de cada um
quatro dos Setores, este boletim
é mais uma possibilidade para a
Formação.
Portanto, a partir deste número,
iremos apresentar temas especí-
ficos da Pastoral Familiar e
também temas gerais da nossa
Igreja ligados à doutrina, à pas-
toral, à catequese à evangeliza-
ção. Ou seja, formação tanto
específica para agentes de pas-
toral quanto geral para o forta-
lecimento de todos aqueles que
tiverem interesse. HISTÓRIA DA IGREJA
ANTIGA - INTRODUÇÃO
Serão destacados dois pontos para
que se entenda do que iremos
falar e estudar: a eclesiologia –
que será estudada posteriormente,
e a história da Igreja.
A primeira idéia é sobre
eclesiologia – palavra grega com
raiz no hebraico gahal significa
comunidade.
Dessa palavra hebraica vem a
palavra grega ekklesía => latim
ecclesia => igreja.
Mas temos que fazer a pergunta:
Que comunidade é esta? É uma
comunidade chamada, convoca-
da. IGREJA somos todos nós, os
batizados.
A concepção de Igreja é sempre
comunidade. Há muita confusão
do termo com estrutura, com
hierarquia, ou ainda com grupos
particulares.
A Igreja nasce de um grupo
pequeno – doze apóstolos.
Na eclesiologia estuda-se a
fundamentação bíblica. A Igreja
tem suas raízes bíblicas.
1.1 – Quando falamos fundamen-
tação bíblica iniciamos com o
Antigo Testamento (AT). E no
AT não temos Igreja, mas
imagens de comunidade, confor-
me o momento ou contexto
histórico: Os patriarcas –
Abraão, Isaac, Jacó; O povo que
sai do Egito sob o comando de
Moisés; os Juízes; os Reis; o
Exílio Babilônico.
Quais as imagens de comunidade
nós temos do povo de Israel?
1.2 – Em seguida podemos ver o
Novo Testamento (NT). No NT
há três idéias básicas, três
imagens de Igreja:
a) A imagem nas cartas de Paulo.
Paulo fundou pequenas comuni-
dades. A imagem de Igreja de
Paulo é da Igreja sem estrutura,
sem hierarquia, sem poder;
b) A imagem no Evangelho de
Mateus.
Esta é a imagem que temos desde
os séculos II/III até os limiares do
Vaticano II. É a Igreja do poder,
da hierarquia. Podemos conferir
em Mt 16, 13-20. Este texto não é da época de
Jesus. É dos anos 80 d.C.. E como
se estava no início da Igreja e as
“duas colunas” da Igreja – Pedro
e Paulo – haviam morrido,
elaborou-se a sucessão apostólica.
Outro texto interessante está no
final do Evangelho de Mateus,
nos últimos versículos (28,16-20). Presume-se, portanto, que o
batismo num primeiro momento
da comunidade era feito em nome
de Jesus. Somente com esta
mudança de pensamento e da
necessidade de se institucionalizar
é que se passou a batizar em
nome da Trindade.
O kérigma (querigma) é o
primeiro anúncio, anúncio este de
que Jesus ressuscitou e ele está
vivo. Ele apareceu para nós.
No texto de 1Cor 15,3-10 há um
elenco da série de aparições de
Jesus aos seus. c) A imagem no Evangelho de
João
A imagem da igreja de João pode
ser entendida, de início com o que
lemos no em Jo 13, 14-15.
É uma Igreja de iguais, pautada
no amor. É a Igreja do Espírito
Santo paráclito. Podemos ver
também Jo 13,34-35.
Agora o segundo tema – Quais as
imagens de Igreja que nós temos
na história? Conforme o período
da história, tem-se uma determi-
nada imagem de Igreja.
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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1166
No transcorrer da história,
aparecem sete imagens de Igreja,
sete definições de Igreja. São elas:
1 – Igreja como Sacramento;
2 – Igreja como comunhão (co-
mo pessoas, se amam, nosso
ideal)
3 – Igreja como Povo de Deus
(Concilio Vaticano II);
4 – Igreja como Corpo de Cristo
(Pio XII, 1942/1943);
5 – Igreja como Sociedade;
6 – Igreja como Instituição (cf.
Ev. Mateus);
7 – Igreja como Tradição Viva
(Vaticano II, LG, DV).
A seguir, um terceiro ponto com
as quatro grandes características
da Igreja, que aparecem no Creio
– Una, Santa, Católica e Após-
tólica.
O quarto ponto – Os fiéis na
Igreja. Quem faz parte da Igreja?
Quem participa da Igreja? Há
quatro categorias:
1 – O Colégio Espiscopal ([papa],
bispos);
2 – Sacerdócio ministerial (padres
diocesanos)
3 – Sacerdócio comum dos fiéis
(leigos) 4 – Vida Religiosa (religiosas, religiosos incluindo os padres de
congregações)
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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1177
Encontro de casais em segunda união na Diocese
de Campo Mourão
Dia 13 de novembro, aconteceu mais um encontro com os casais em segunda união. Foi na paróquia N. Sra do Cara-vággio.
O seminarista Jilliard trabalhou o tema do encontro conosco e a tarde foi encerrada com uma adoração eucaristica.
Padre Valdecir, pároco da paróquia Nossa Senhora do Caravággio também nos brindou com sua presença e com pa-lavras de incentivo.
Para encerrar os encontros deste ano com o grupo, teremos uma confraterniza-ção no dia 27 de novembro.
Obrigado a todos os casais em segun-da união que aceitaram o chamado e se colocaram a disposição da Igreja, a todos os agentes que se esforçaram para aco-lher esses casais e os acompanhar nesta jornada.
Em 2012 teremos um novo retiro, prega-do pelo casal Sednir e Maristela, que já está marcado para os dia 12 e 13 de maio.
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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1188
22ºº CCoonnggrreessssoo ddaa FFaammíílliiaa ddaa DDiioocceessee ddee CCoorrnnéélliioo PPrrooccóóppiioo
Com o lema: "DEUS dá a Vida - nossa missão é promovê-la", nos dias 26 e 27 de novembro na Casa
de Encontro João Paulo II em Cornélio Procópio/Pr
aconteceu o 2º Congresso da Família da Diocese de
Cornélio Procópio.
Contamos com os palestrantes: Pe. Dr. José Rafael
Solano Duran (Bioética - a ciência a serviço da Vi-da); Dr. João Batista Lima - médico geriatra e inte-
grante da Pastoral da Pessoal Idosa Nacional (O
compromisso de todos com o envelhecimento dig-no);
Pe. Orisvaldo Calandro - (A missão do cristão com os idosos); Pe. Ms. Sérgio de Deus Borges - Tribunal
Eclesiástico de Londrina e Reitor do Seminário Mai-
or de Jataizinho (A situação das famílias nos dias de
hoje e sua importância na obra de evangelização); Pe. Ms. Valdeci - Responsável pelos noviciados Pa-
lotinos na América Latina no Seminário em Cornélio
Procópio/Pr (A importância da Família para forma-ção e educação de Consagrados para o Reino de
DEUS). Pe. Ms. Aparecido Francelino - Assessor
Diocesano da Pastoral Familiar e do ECC (Família
Missionária).
Todos os trabalhos foram acompanhados e teve a
participação de nosso Bispo Diocesano Dom Getulio Teixeira Guimarães - SVD a quem agradecemos o
apoio, o incentivo e as orações.
Foi um momento de muita reflexão onde pudemos
contar com 90% das Paróquias e com lideranças não
só da Pastoral Familiar, mas também da Pessoa Ido-sa, do ECC e de vários serviços e movimentos de
nossa Diocese. "A Vida e a Família" foram o centro
das palestras que de forma preciosa apresentadas pe-los palestrantes lançaram sementes do amor de
DEUS em cada coração presente.
(Edilson e Luciana - Coordenadores da Pastoral Familiar).
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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1199
Mais um ano chega ao fim e, com ele, o
Natal. Bom momento para refletir sobre o
significado do nascimento de Jesus para
cada um de nós.
“8Havia nos arredores uns pastores, que
vigiavam e guardavam seu rebanho nos
campos durante as vigílias da noite. 9Um
anjo do Senhor refulgiu ao redor deles, e
tiveram grande temor. 10
O anjo disse-
lhes: „Não temais, eis que vos anuncio
uma boa nova que será alegria para todo
o povo: 11
hoje vos nasceu na Cidade de
Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor. 12
Isto vos servirá de sinal; achareis um
recém-nascido envolto em faixas e posto
numa manjedoura’”(Lc 2, 8-12).
Como entender o que Deus fez? Em seu
grande amor, quis vir até nós na forma
humana: “E o Verbo se fez carne e habitou
entre nós, e vimos sua glória, a glória que o
Filho único recebe do seu Pai, cheio de
graça e verdade”(Jo 1,14).
Diante desse ato de amor qual é a nossa
resposta à proposta da Boa Nova que Jesus
nos trouxe? O ambiente que nos cerca está
iluminado – com as luzes do consumismo.
Ao invés de imagens que lembrem Jesus,
há uma disseminação exacerbada da figura
protótipo desse consumismo – o risonho e
simpático Papai Noel.
Em nossas famílias precisamos aprofun-
dar o amor e a Boa Notícia de Jesus no
relacionamento de todos e com todos. Por
causa da correria e agitação reinantes, às
vezes, acabamos deixando de lado algumas
coisas básicas que nos ajudam a ser
melhores:
– o diálogo entre pais e filhos, esposo e
esposa e entre irmãos;
– o perdão vivido cotidianamente diante
dos momentos de fraqueza e
– a oração que nos coloca em contato
com Deus: – a oração pessoal, individual
de cada membro da família; – a oração do
casal buscando o crescimento espiritual
próprio da conjugalidade; – a oração
familiar com todos participando e – a
oração comunitária com a Eucaristia.
Viver como Jesus viveu – dialogando,
perdoando e orando – assim Ele “nasce”
novamente em nosso meio.
Amar como Jesus amou – e ama.
A você que nos acompanhou durante o
ano de 2011 desejamos, em nome de toda a
Comissão Regional da Pastoral Familiar
(CRPF) do Sul II, um
FFeelliizz NNaattaall ee PPrróóssppeerroo AAnnoo NNoovvoo!!
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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 2200
VVEEMM AAÍÍ
PPRREEPPAARREE--SSEE
PPAARRTTIICCIIPPEE