Pastagens ovinos caprinos

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    UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIANCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM PRODUO ANIMAL

    PROGRAMA DE OVINO-CAPRINOCULTURA DA BAHIAwww.neppa.uneb.br

    PASTAGENS PARA OVINOS E CAPRINOS

    Prof. Dr. Danilo Gusmo de QuadrosUniversidade do Estado da Bahia (UNEB) - campus IX - Barreiras. BR 242, km 4, s/n. 47800-000.Coordenador do Ncleo de Estudos e Pesquisas em Produo Animal (NEPPA) e do Programa de Ovino-Caprinocultura da Bahia (PROVICAPRI) da UNEB.E-mail: [email protected]. Site: www.neppa.uneb.br

    In: SIMPOGECO SIMPSIO DO GRUPO DE ESTUDOS DE CAPRINOS E OVINOS -

    Mini-curso PASTAGENS PARA CAPRINOS E OVINOS. 2. Salvador:UFBA. (Materialdidtico). 34p.

    1.0 Introduo

    Na regio Nordeste do Brasil, a ovino-caprinocultura uma importante atividade

    scio-econmica, com destaque para a agricultura familiar. Atualmente, a atividade se

    expande com investimentos de empresrios e incentivos governamentais, dotando o

    criatrio com solues alternativas baseadas em tecnologias regionais.

    O Estado da Bahia conta com a maior populao caprina e a segunda maior ovina do

    Brasil. Entretanto, os sistemas de criao predominantes so caracterizados por baixos

    ndices zootcnicos, em conseqncia da precria nutrio, dos problemas sanitrios, do

    manejo ineficiente e do baixo potencial gentico dos animais.

    A forragem produzida na pastagem a fonte mais barata de alimentos para ovinos

    e caprinos (ELY, 1995). FIGUEIREDO (1990) expressou a necessidade do lanamento e

    avaliao de plantas forrageiras mais especficas para criao de pequenos ruminantes,

    com alta produo e boa aceitabilidade.

    O Brasil tem 170 milhes de hectares de pastagens, sendo 100 milhes (58 % do

    total) ocupados com pastagens cultivadas ou artificiais, as quais apresentam ampliao

    de sua participao ao longo dos anos (em 1985 correspondeu a 41% do total), em

    relao s pastagens nativas, em vista da maior capacidade de suporte proporcionada.

    Entretanto, ainda so escassos trabalhos com pastagens tropicais para a ovino-

    caprinocultura. Plantas forrageiras que apresentam alta relao folha/colmo e alta

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    densidade de massa seca (MS) facilitam a apreenso da forragem pelo animal em

    pastejo, refletindo em aumento de ingesto de energia digestvel (MOTT, 1981).

    Nos sistemas de produo de pequenos ruminantes, a racionalizao e a

    intensificao da utilizao de pastagens de extrema importncia. Contudo, segundo

    MACEDO et al. (2000), a terminao de cordeiros em confinamento foi mais rentvel, poisem pastagens a verminose limitou o ganho de peso dos animais.

    O objetivo desta reviso foi o de reunir as informaes mais relevantes dos

    trabalhos cientficos sobre o manejo de gramneas e leguminosas forrageiras,

    comportamento ingestivo e interao de pasto x verminose, visando intensificar a

    produo de caprinos e ovinos em sistemas pastoris.

    2.0 Planta forrageiras para ovinos e caprinos

    Na produo ovina e caprina em pastagens, a tomada de deciso na escolha da

    planta forrageira adequada s condies de clima e solo locais, alm do manejo que lhe

    ser imposto, deve ser criteriosa, pois a rea implantada deve ter uma longa vida til.

    Os pesquisadores da rea de forragicultura vm trabalhando incessantemente na

    seleo de gentipos tolerantes as adversidades ambientais e com caractersticas

    agronmicas favorveis para a produo animal. No existe o melhor capim. Cada

    planta forrageira apresenta certas qualidade e limitaes, as quais devem ser

    comparadas para seleo no ecossistema desejado, considerando os fatores abiticos e

    biticos.

    Na Tabela 1 so apresentadas caractersticas agronmicas de algumas gramneas

    forrageiras tropicais utilizadas para ovinos e caprinos.

    TABELA 1 - Caractersticas de adaptao de diversos capins utilizados para ovinos e

    caprinos. Resistncia aNome comum Seca Sombrea-

    mentoAlaga-mento

    Acidez Escessode Al+++

    Salini-dade

    Desfolha

    capim-braquiria 2 2 3 3 5 - 5capim-buffel 5 - 2 1 1 3 4capim-coast-cross 3 2 3 5 5 5 5grama-estrela 2 - - 4 - - 4capim-colonio 3 3 3 3 4 - 3grama-batatais 3 - 4 4 - - 4Fonte: Adaptado HUMPHREYS (1986)Valor 1 = menos resistenteValor 5 = mais resistente

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    ARAJO FILHO et al. (1999) recomendaram os capins: andropgon (Andropogon

    gayanus), buffel grass (Cenchrus ciliaris), gramo (Cynodon dactylon var. Aridus cv.

    Calie) e corrente (Urochloa mosambicensis) para a ovino-caprinocultura no semi-rido

    nordestino.

    As gramneas forrageiras tropicais mais freqentemente utilizadas na formao depastagens para ovinos so espcies e cultivares de Brachiaria spp., Cynodon spp.,

    Paspalum spp., Pennisetum spp.,Chloris gayana, Cenchrus ciliaris, Digitaria decumbens

    e Panicum maximum (SILVA SOBRINHO, 2001). Apesar do potencial de produo da

    maioria das gramneas forrageiras tropicais, a taxa de lotao mdia restrita em

    decorrncia do grave problema de degradao das pastagens, situao que ocorre em

    60-80% das reas destinadas produo de ruminantes, atingindo ao correspondente a 5

    ovelhas/ha.

    2.1 Gramneas forrageiras

    Brachiaria spp.

    Os capins dessa espcie possuem diversos hbitos de crescimento e

    caractersticas. um gnero importante que alicerou o crescimento da pecuria bovina

    nacional. Hoje, ocupam cerca de 75% dos 100 milhes de hectares de pastagens

    cultivadas, principalmente as espcies B. decumbenscv. Basilisk (capim-braquiria)e B.

    brizantha cv. Marandu (capim-marandu). As outras espcies, de representatividade

    menor, so: B. humidicola(quicuio-da-Amaznia ou humidcola), B. mutica(capim-angola

    ou capim-fino), B. ruziziensise B. dictioneura.

    Pastagens podem albergar um fungo (Pithomyces chartarum), cosmopolita,

    considerado saprfito em vegetais, que se desenvolve em temperaturas na faixa de 18 a

    27 C e umidade relativa alta (96%). Produz uma micotoxina hepatotxica

    (esporodesmina) diretamente ligada a esporulao do fungo, capaz de provocar

    processos cutneos do tipo fotossensibilizante, associado sndrome do eczema facial.

    H comprometimento do aparelho ocular e da pele, principalmente nas regies mais

    expostas incidncia dos raios solares, com leses localizadas freqentemente na regio

    periorbital, conjuntiva ocular e palpebral, podendo levar a cegueira irreversvel, alteraes

    na regio lateral da cabea, acompanhadas de lacrimejamento e, s vezes, edemas que

    podem atingir, inclusive, as orelhas (ALMEIDA et al., 2000). Esses sintomas esto ligados

    s disfunes e leses hepticas, com reduo da capacidade do fgado de transporte e

    excreo de filoeritrina, substncia fotodinmica formada pela degradao da clorofila no

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    trato gastrintestinal e que passa para circulao perifrica, acumulando-se na pele.

    Devido a irradiao solar, ocorre uma reao de calor, que se manifesta por: eritema (pele

    com cor avermelhada) seguido de edema (inchao), prurido (coceira), exsudao

    (liberao de lquidos) e necrose (morte da pele) com mumificao da pele (VIANA e

    BORGES, 2002).SIQUEIRA (1988) relatou o problema de fotossensibilizao em ovinos pastejando

    Brachiaria decumbense B. ruziziensis, mas nenhum caso com B. humidicola. As classes

    mais afetadas so as ovelhas paridas e animais jovens mantidos exclusivamente em

    pastagem de Brachiaria spp. (SANTOS et al., 1999). Para contornar parcialmente o

    problema de fotossensibilizao dos animais em reas de B. decumbens, NEIVA e

    CNDIDO (2003) utilizaram o pastejo noturno e maior rebaixamento das plantas, criando

    condies desfavorveis ao desenvolvimento da doena.SANTOS et al. (1999) e SANTOS et al. (2002) comentaram que, alm dos

    problemas de fotossensibilizao, capins do gnero Brachiaria no tm sido

    recomendados para ovinos devido ao baixo valor nutritivo. Pequenos ruminantes tm

    maiores requerimentos para manuteno por unidade de peso metablico do que as

    espcies de peso corporal mais alto, necessitando de alta qualidade da forragem para

    alcanar bom desempenho (LEITE e VASCONCELOS, 2000). Entretanto, os problemas

    de fotossensibilidade podem ocorrer em outros capins, como relatado para capim-coast-

    cross por VIANA e BORGES (2002).

    Panicum maximum

    O capim mais conhecido dessa espcie o capim colonio, introduzido no perodo

    colonial. Hoje, existem vrios ectipos e cultivares. Apresentam boa disperso no Brasil,

    hbito de crescimento ereto, perfilhando em forma de touceira. Atualmente, os cultivares

    Tanznia e aruana vm se destacando na criao de ovinos e caprinos.

    As folhas decumbentes e a boa produo de MS, quando bem adubado, do capim-

    Tanznia so fatores favorveis a manuteno de alta taxa de lotao na poca chuvosa

    do ano. H ocorrncia de alguns problemas da dificuldade de manejo devido presena

    de colmos rijos, causando at cegueira nos animais, alm do baixo valor nutritivo da

    forragem residual e quando exageradamente crescido.

    Deve-se ressaltar que a ingesto de forragem por pequenos ruminantes

    favorecida pela por estrutura com folhas mais curtas e estreitas, em grande densidade.

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    Grande densidade de perfilhos, folhas mais finas e tenras, melhor distribuio

    anual de forragem e mdio porte so algumas caractersticas que fazem do capim-aruana

    uma planta forrageira muito promissora para ovino-caprinocultura.

    No estado de So Paulo, o cv. Tanznia produziu 25,6 toneladas de folhas/ha

    (JANK e COSTA, 1990), enquanto o cv. Aruana apresentou produes variando entre 18a 21 toneladas de MS/ha/ano (SANTOS et al., 1999).

    O capim-aruana foi introduzido com muito sucesso na Bahia, com manejo simples,

    persistente, alta produo e boa qualidade de forragem, sendo base no sistema de

    pastejo rotacionado de alguns empreendimentos (Foto 1).

    FOTO 1 Produo intensiva de caprinos de corte em pastagens de capim-aruana(Fazenda Califrnia Cotegipe BA)Foto: QUADROS, D.G.

    Outras variedades e cultivares dessa espcie, como gatton panic, green panic,

    vencedor e massai tambm podem ser utilizados, pois apresentam porte mdio e boa

    produo e qualidade de forragem, se bem manejados. A propagao feita por

    sementes, facilitando sua adoo.Pelo hbito de pastejo de ovinos e caprinos mantidos em reas exclusivas de

    gramneas, no se recomenda a escolha de plantas de porte muito alto, como alguns

    cultivares dessa espcie (mombaa, tobiat, colonio).

    Cynodon spp.

    As gramneas forrageiras do gnero Cynodon spp. apresentam o hbito de crescimento

    prostrado e quando bem implantados e manejados, apresentam boa cobertura do solo e

    agressividade, devido aos vigorosos estoles.

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    As espcies de Cynodon spp. so bastante utilizadas na criao ovina e caprina,

    por apresentarem boas caractersticas nutricionais e produtivas, apesar do custo de

    implantao ser relativamente alto, pois so plantados por estoles (mudas vegetativas).

    Nesse grupo se encontram os capins Tifton-85, coast-cross, estrela-africana, Tifton-68,

    florico, florona e florakirk, entre outros. Tambm possuem boas caractersticas paraconservao de forragem para poca seca do ano como feno, silagem pr-secada,

    silagem ou mesmo pasto reservado.

    O plantio deve ser realizado por mudas sadias com gemas maduras. So utilizadas

    cerca de 3 toneladas de mudas para plantar 1 hectare.

    Cenchrus ciliaris

    O capim-buffel apresenta de crescimento ereto, com boa densidade de perfilhos.No serto nordestino, a introduo de gramneas perenes (principalmente o capim-buffel)

    trs vantagens bvias, no s pela manuteno de maior quantidade e qualidade de

    forragem no perodo seco, como tambm pelo rpido rebrote da pastagem no incio das

    guas. Essa planta forrageira possui uma grande variabilidade gentica, devido as suas

    variedades serem advindas de linhagens e hibridaes utilizando-se materiais com

    diferentes caractersticas agronmicas, sendo portanto mais ou menos preferidas pelos

    ruminantes. A produo de MS/ha, segundo a literatura, nas variedades Americano,Biloela, Malopo, Gaydah e CNPC-30 atingiram mais de 10, 5, 8, 3 e 8 toneladas,

    respectivamente.

    Andropogon gayanus

    Cultivares: Planaltina e Baeti

    Planta de crescimento ereto e porte alto. Folhas de colorao verde escura, macias e

    bastante pilosas. As folhas possuem um estreitamento caracterstico na base da lmina. A

    inflorescncia composta de rcemos. Possui tima tolerncia a solos cidos e de baixa

    fertilidade. Tolera bem a seca e possui alta resistncia cigarrinha-das-pastagens.

    Propagado por sementes, que, por apresentarem aristas e cerdas envolventes, dificultam

    a operao de semeadura mecnica. Utilizado em pastagens, principalmente nas regies

    de cerrados. O manejo do capim-andropgon com ovinos deve seguir um rigoroso ajuste

    da oferta de forragem e perodo de pastejo, evitando o crescimento exagerado e queda

    acentuada do valor nutritivo, gerando grandes quantidades de material morto.

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    2.2 Leguminosas forrageiras

    As leguminosas forrageiras (de porte herbceo e arbustivo submetidas podas)

    podem ser utilizadas consorciadas com gramneas ou como banco de protena,

    representando interessantes fontes de alimentos dos pontos de vista: nutricional, pois

    possuem alto teor de protena e digestibilidade; e estratgico, para reserva de alimento

    verde na poca seca do ano, devido ao sistema radicular mais profundo. Outras

    vantagens do uso de leguminosas a fixao de nitrognio para a gramnea em sistemas

    consorciados e reciclagem de nutrientes.

    As bactrias dos gneros Rhizobium e Bradrhizobium, em simbiose com as razes

    das leguminosas, fixam quantidades de at 500 kg de nitrognio no solo. No entanto,

    essas quantidades so bem inferiores nas regies tropicais. O uso de leguminosas em

    consrcio com gramneas, recomendado para criaes menos intensivas, pode substituir,at certo ponto, adubaes nitrogenadas, melhorar a qualidade da dieta e quantidade de

    forragem disponvel. Deve-se atentar para que a proporo da leguminosa esteja em

    torno de 25-30% da MS total disponvel na pastagem. A aceitatabilidade relativa de

    espcies prostradas, ou porte arbustivo, podero ser vantajosos na manuteno desse

    percentual e da persistncia.

    A adio de leguminosas nas reas de pastagem exclusivas de gramneas,

    especialmente no tropical mido e sub-mido, freqentemente aumentam a produtividade.So indicadas as seguintes leguminosas: estilosantes (Stylosanthes guianensis),

    calopognio (Calopogonium mucunoides), soja perene (Neonotonia wightii), leucena

    (Leucaena leucocephala), guandu (Cajanus cajan) e amendoim forrageiro (Arachis pintoi),

    dentre outras, devendo ser escolhidas de acordo adaptao s condies de solo, clima e

    adequar-se gramnea em consrcio. Algumas das leguminosas citadas so anuais,

    dependendo diretamente de ressementeio natural, e mesmo as perenes necessitam de

    recrutamento de novas plantas, devendo-se escolher espcies precoces que floresamentre maro e maio, poca do ano que permitem a vedao, devendo-se evitar as de

    florescimento tardio, entre junho e julho, pois uma poca de necessidade de utilizao

    desses pastos.

    A adubao nitrogenada permite produes de massa verde maiores do que

    aquelas advindas da fixao de nitrognio pelas leguminosas, entretanto deve-se analisar

    cada situao para as recomendaes.

    Entende-se como banco de protena como uma rea mantida exclusivamente com

    leguminosas, nas quais os animais no tm acesso, ou o tem programadamente. uma

    alternativa interessante, pois pode-se estabelecer um manejo adequado da planta,

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    Q = SPV x 100

    VC

    permitindo uma boa persistncia e produo do estande. A parte area da leguminosa

    tambm pode ser cortada (a altura de corte depende da principalmente espcie) e

    fornecida no cocho. Nesse caso, pode-se fazer uso de culturas intercalares visando

    diminuio dos custos de implantao. A rotao de culturas um ponto forte nessa

    tcnica, pois a cultura subsequente se beneficiar dos resduos da leguminosa.

    Stylosanthes guianensis(Estilosantes)

    Cultivar: Mineiro

    Planta perene, sub-arbustiva, com folhas trifoliaoladas e flores amareladas. Propagao

    por sementes (0,5 kg/ha). Utilizada como banco de protena e em consrcio com

    gramneas.

    Leucaena leucocephala(leucena)

    Planta arbustiva ou arbrea, perene. Folhas compostas e flores brancas, agrupadas em

    inflorescncia globular. Os frutos so vagens finas e achatadas, com sementes de

    colorao marrom escura. Exige solos com pH mais elevado, sem alumnio. Propagao

    por sementes. Tolera bem a seca, produzindo forragem nas pocas secas do ano.

    Utilizada como banco de protena ou mesmo consorciada na pastagem. O consumo de

    leucena na dieta deve ocorrer em at 30 %, devido ao aminocido mimosina, que txico

    aos animais. Para evitar intoxicao, na prtica, utiliza-se duas horas de pastejo dirio.

    3.0 Formao de pastagens

    A taxa de semeadura (kg de sementes puras viveis-SPV/ha) recomendada para

    cada espcie deve ser respeitada. O clculo de taxa de semeadura leva em considerao

    o VC (valor cultural), que corresponde ao percentual de SPV. A recomendao pode ser

    calculada pela seguinte frmula:

    onde:Q = quantidade de sementes comerciais (kg/ha) a serem semeadas.SPV = Sementes puras viveis (kg/ha). (TABELA 2)VC = Valor cultural presente no rtulo de sementes fiscalizadas

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    TABELA 2 - Recomendaes da taxa de semeadura para algumas gramneas forrageiras.Gramneasforrageiras

    Nome Cientfico Nmero desementes/g

    (aproximado)

    Taxa desemeadura

    (kg/ha de SPV*)Capim-andropgon Andropogon gayanus 360 2,5Capim-braquiaro Brachiaria brizantha 150 2,8Capim-braquiria Brachiaria decumbens 200 1,8

    Capim-humidicola Brachiaria humidicola 270 2,5Capim-pojuca Paspalum atratumcv. Pojuca 438 2,0Capim-aruana Panicum maximumcv. Aruana 1304 2,1Capim-tanznia Panicum maximumcv. Tanzania 960 1,6Milheto Pennisetum americanum - 10 - 20Capim-coast-cross Cynodon dactilon - 3 t/ha**

    Capim-elefante Pennisetum purpureum - 3 - 4 t/ha*** SPV = Sementes puras viveis ** kg de mudas vegetativas/ha

    A calagem (Foto 2) deve ocorrer cerca de quatro meses antes do plantio e o

    calcrio incorporado com arao e gradagens. A dose deve ser recomendada com base

    na exigncia das plantas forrageiras e na anlise de solo, seguindo a frmula:

    R.C. = (V2-V1)CTC

    10 x PRNT

    onde:R.C. recomendao de calcrio (ton/ha) na profundidade 0-20 cmV2 ndice de saturao de bases desejada de acordo as exigncias das plantas forrageiras (Tabela 3)

    V1 - ndice de saturao de bases anlise de solo 0-20 cmCTC capacidade de troca catinica da anlise qumica do solo, expressos em mmolc/dm3 (meq/100g x 10)

    PRNT poder relativo de neutralizao total (%)

    TABELA 3 Classificao das plantas forrageiras por grupos de V%Grupo Plantas forrageiras V (%)

    formaoV (%)

    manutenoGramneasI Elefante, colonio, coast-cross 70 60

    II Marandu, estrela, andropgon 60 50

    III Humidicola, B. decumbens, batatais 40 40

    LeguminosasI Leucena, soja perene 70 60

    II Calopognio, estilosantes 50 40

    Explorao intensiva Alfafa 80 80

    Fonte: LUZ et al. (2002)

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    FOTO 2 Aplicao de calcrio na formao de pastagens (Fazenda Micaela Barreiras BA)FOTO: QUADROS, D.G.

    4.0 Manejo de pastagens com ovinos e caprinos

    A poca de pastejo (guas e seca), o sistema (contnuo ou rotacionado), a

    intensidade (altura do resduo) e a freqncia de pastejo (dias de ocupao e de

    descanso) so aspectos que devem ser considerados no manejo da pastagem. Na

    intensificao do uso das pastagens, h forte tendncia da adoo de pastejo

    rotacionado. Uma das principais dvidas do criador sobre esse sistema est relacionada

    necessidade de muitos piquetes pequenos com alto custo das cercas. Contudo, a rotao

    possvel mesmo com pastagens de dimenses maiores, com perodo de ocupao maislongos (mximo de sete dias), ajustando adequadamente a lotao para consumo da

    forragem ofertada durante o perodo planejado. A utilizao de cercas eletrificadas

    possibilita a reduo no custo de diviso de pastagens.

    O nmero de piquetes pode ser calculados pela frmula:

    NP = PD + 1

    PO

    onde:

    NP = nmero de piquetes

    PD = perodo de descanso

    PO = perodo de ocupao

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    O manejo de pastagens com ovinos e caprinos est relacionado com a espcie

    forrageira em questo, principalmente com relao ao porte e ao hbito de crescimento

    (Tabela 4). Pela caracterstica de hbito gregrio desses animais, no se deve deixar a

    altura da pastagem atingir mais de 1 m ou, na prtica, a altura do focinho, para ocorrer

    visualizao uns dos outros enquanto pastejam.

    TABELA 4 Sugesto de manejo para o pastejo rotacionado com ovinos e caprinos, napoca das guas em pastagens intensificadas.

    Gramnea Perodo de descanso(dias)

    Altura de entrada(cm)

    Altura de sada(cm)

    capim-Tanznia 30-35 70 20-30capim-aruana 30-35 40-50 10-20capim-braquiria 28-32 25-30 10-15capim-coast-cross ou capim-Tifton

    20-25 25-30 10-15

    Fonte: NEPPA (2005). Adaptado de vrios autores.

    Gramneas forrageiras com hbito de crescimento prostrado tm sido

    recomendadas para a criao de ovinos (SIQUEIRA, 1988) e caprinos (ARAJO FILHO

    et al., 1999). Os capins prostrados apresentam-se como alternativa interessante, tanto do

    ponto de vista nutricional, quanto da facilidade de manejo da pastagem. Por outro lado, o

    alto percentual de cobertura de solo pode contribuir com a formao de microclima mido,

    com temperaturas amenas, favorecendo o desenvolvimento das larvas infectantes denematdeos gastrintestinais, que provocam srios prejuzos econmicos (SANTOS et al.,

    2002).

    Segundo SANTOS et al. (1999), a adoo de capins eretos, apesar de possurem

    manejo mais difcil, recomendada sob manejo de desfolha intermitente. Nesse sistema,

    a altura do resduo ps-pastejo baixa possivelmente contribua para reduo da populao

    de larvas infectantes dos nematdeos.

    A altura de manejo dos capins pode ser utilizada para controlar os momentos deentrada e sada dos animais dos piquetes, no sistema rotacionado. No trabalho conduzido

    por QUADROS (2004), a altura do capim-estrela-africana pastejado por ovinos

    praticamente no variou ao longo das amostragens (Tabela 5). Por outro lado, no ms de

    maro, o capim-andropgon apresentou altura mais elevada do que os capins Tanznia e

    estrela-africana. Pastagens manejadas baixas podem acarretar em decrscimo do

    consumo, como foi demonstrado por CARVALHO (2002), em ovinos mantidos no capim-

    Tanzania mantido com 10-30 cm de altura, condies predisponentes reduo da

    massa e do tempo por bocado, em relao a 40-50 cm, sugerindo que seu melhor manejo

    sob lotao contnua encontra-se prximo s alturas intermedirias.

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    TABELA 5 - Altura mdia dos capins Tanznia, estrela-africana e andropgon pastejadospor ovinos deslanados.

    Altura mdia das plantas (cm) #Capim Dezembro-Janeiro Fevereiro MaroCapim-Tanznia 48,7 A b 72,2 A a 53,0 B b

    Capim-estrela-africana 35,7 A a 21,0 B a 31,0 C aCapim-andropgon 62,5 A ab 59,7 A b 79,0 A a# Dentro de cada fator e dentro de cada varivel, mdias seguidas de pelo menos uma mesma letra,

    maisculas na mesma coluna e minsculas na linha, no so significativamente diferentes (Teste deTukey, 5%)

    Fonte: Quadros (2004)

    Plantas forrageiras com alturas acima de 1 m no tm sido indicadas para ovinos

    (SANTOS et al., 1999). Segundo CARVALHO et al. (2001b), pastos altos podem limitar o

    consumo de ovinos.

    CARVALHO et al. (2001b) observaram aumentos do tamanho e do tempo por

    bocado em borregas mantidas em capim-Tanznia, manejado de 20 at 60 cm de altura.

    Entretanto, a velocidade de ingesto aumentou at o manejo a 50 a 60 cm. Acima de 70

    cm, houve reduo acentuada da velocidade de ingesto.

    Para que os animais apresentem altos desempenhos, deve-se disponibilizar a

    possibilidade seletividade e aumento do consumo de forragem, por meio da oferta de

    forragem, que permita ao animal grande tamanho dos bocados. Em milheto, os melhores

    ganhos por animal e por ha, considerando cordeiros, foram obtidos quando a altura mdiadas plantas foi prxima a 30 cm (Figura 1) (CARVALHO, 2002).

    Fonte: CARVALHO (2002)

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    A MS pode ser estimada por meio do corte e secagem da forragem (na prtica

    cortando acima da altura de resduo pr-determinada) e transformada por hectare, sendo

    fundamental para o clculo da oferta de forragem, em kg de MS/100 kg de PV, sendo

    normalmente de 8 a 12 kg MS/100 kg PV/dia, visando o altos ganhos por animal e porhectare. A MS total constituda das fraes folha, colmo e material morto, sendo a

    primeira preferida pelos animais e de maior valor nutritivo. Conforme QUADROS (2004), a

    MS dos colmos e material morto reduziram medida que a altura do estrato aumenta no

    perfil da pastagem (Tabela 4). Entretanto, a MS de folhas nos capins Tanznia e

    andropgon (cespitosos) foram menores abaixo dos 30 cm, enquanto no estrela-africana

    no diferiu nos diferentes estratos.

    TABELA 4 - Massa seca (MS) de folhas, colmos e material morto dos capins Tanznia,estrela-africana e andropgon pastejados por ovinos deslanados.

    Estrato (cm)Capim0-15 15-30 > 30

    Mdia

    Folhas (kg/ha)#Capim-Tanznia 125,0 A b 345 A b 1439 A a 640Capim-estrela-africana 98,9 A a 163 A a 444 A a 235Capim-andropgon 63,0 A b 142 A b 745 A a 325Mdia 96,6 217 873 CV=123%

    Colmos (kg/ha)#Capim-Tanznia 993 1032 586 883 ACapim-estrela-africana 1203 589 317 703 ACapim-andropgon 261 291 122 212 BMdia 831 a 639 ab 329 b CV=162%

    Material morto (kg/ha)#Capim-Tanznia 2404 2035 366 1621 BCapim-estrela-africana 2173 1312 430 1321 BCapim-andropgon 3344 3368 2106 2895 AMdia 2610 a 2193 a 987 b CV=74,1%

    # Dentro de cada fator e dentro de cada varivel, mdias seguidas de pelo menos uma mesma letra,maisculas na mesma coluna e minsculas na linha, no so significativamente diferentes (Teste deTukey, 5%)

    Fonte: Quadros (2004)

    5.0 Utilizao de pastagens tropicais para a criao de caprinos e ovinos

    Em geral, a utilizao de pastagens naturais, principalmente a Caatinga, para

    criao de caprinos e ovinos, apresentam baixa capacidade de suporte (1 ovelha/ha), em

    contraste as artificiais, formadas de gramneas, cujo potencial de produo pode suportar

    mais de 25 ovelhas/ha (SANTOS et al., 2002). A introduo de gramneas melhorou

    significativamente a capacidade de suporte de caatinga raleada e rebaixada, pois apenas7-10% dos 4000 kg MS/ha/ano da fitomassa produzida da vegetao considerado

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    forragem consumvel, o restante inaceitvel e de baixo valor nutritivo (ARAJO FILHO,

    1992; ARAJO FILHO e CARVALHO, 1997).

    COOP (1982) classificou as pastagens intensificadas como aquelas de alta

    produo de MS/ha, boa distribuio estacional e alta taxa de lotao. Entretanto,

    necessrio manejo racional para alcanar bom nvel de utilizao da forragem produzida ede produtividade animal.

    Os ovinos exercem maior seletividade pelas gramneas, enquanto os caprinos

    comparativamente apresentam preferncia alimentar por espcies vegetais de porte

    arbustivos (DEVENDRA, 2002).

    Ao testarem doze capins tropicais para a criao de ovinos, BIANCHINI et al.

    (1999) notaram que os capins aruan (P. maximum), hemartria (Hemarthria altissima) e

    coast-cross (C. dactilon) foram os mais viveis para a criao desses animais. Nesseexperimento, no ficou evidente a influncia do porte, do hbito de crescimento, bem

    como do comprimento e da largura das folhas na aceitabilidade das plantas.

    A taxa de lotao e o percentual de aproveitamento da forragem em uma pastagem

    influenciam diretamente o ndice de contaminao por nematdeos, considerado o maior

    entrave da produo de pequenos ruminantes nos trpicos. Com maior nmero de

    animais/ha, ocorre a diminuio das reas de rejeio de forragem ao redor das fezes,

    onde h maior concentrao das larvas infectantes (GORDON, 2000).

    Ao comparar o manejo de desfolha do capim-florakirk (Cynodon spp.) a 5, 10, 15 e

    20 cm de altura, sob lotao contnua e carga varivel de ovinos, CARNEVALLI et al.

    (2000) no obtiveram diferenas significativas no consumo de forragem (404 g

    MS/animal/dia), no ganho de peso por animal (41 g/animal/dia) e por rea (3,4 kg/ha/dia).

    Todavia, esses autores afirmaram que a desfolha a 5 cm necessita de manejo cauteloso,

    pois pode provocar degradao da pastagem.

    O desempenho de cordeiros observados por MACEDO et al. (2000) foi de 106 g,

    em pastagens de capim coast-cross, sob lotao fixa de 20 animais/ha. Entretanto, o

    potencial da produo de carne de pequenos ruminantes em pastagens maior.

    SOARES et al. (2001) observaram taxas de ganhos de peso dirios de ovelhas lanadas

    mestias superiores a 240 g no incio da primavera, quando mantidas em pastagens de

    capim-batatais (Paspalum notatum), demonstrando a possibilidade de elevao dos

    ndices produtivos. GASTALDI et al. (2000) observaram acmulo de forragem em uma

    pastagem de capim coast-cross, mesmo quando a mantiveram sob lotao contnua de

    50ovelhas/ha durante 90 dias, denotando altas capacidades produtivas, em reas de boa

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    fertilidade. Com boas condies climticas e alta fertilidade do solo, as gramneas

    tropicais apresentam alto potencial de produo (CORSI e SANTOS, 1995).

    MINSON e HACKER (1995), ao avaliarem seis acessos de capim-buffel com

    diferentes digestibilidades e foras de cisalhamento para ovinos da raa Merino, no

    encontraram diferenas significativas no ganho de peso dirio. Todavia, houve variaoentre as estaes de pastejo com mdia de 48,4 g/dia, considerando todos os acessos e

    as duas estaes de pastejo. A energia para o cisalhamento foi inversamente

    correlacionada a digestibilidade, que, por sua vez, foi diretamente correlacionada ao

    desempenho dos animais.

    No Estado de So Paulo, SILVA NETO (1973) utilizou pastagens de capim-pangola

    (D. decumbens) sob lotao contnua, com 4, 6, 8 e 10 borregos/ha, visando a produo

    de carne. Esse autor verificou que a maior produtividade foi alcanada na taxa de lotaomais alta. No mesmo propsito, RATTRAY (1987), ao analisar o aumento da produo de

    carne por hectare/ano de borregos desmamados de 280 kg, 312 kg e 346 kg, relativo s

    lotaes de 16, 21 e 26 animais/ha, respectivamente, comentou que houve acrscimo no

    dficit de forragem nas estaes de baixo crescimento das plantas forrageiras, com a

    elevao das taxas de lotao.

    Ao mensurar o desempenho de caprinos da raa Cashmire em pastagens, McCALL

    e LAMBERT (1987) constataram variaes conforme a estao do ano, podendo

    estacionar o crescimento ou perder peso de maio a junho, mas capazes de atingir ganhos

    de 70-80 g/dia e de 100-140 g/dia, no incio do outono e primavera, respectivamente, nas

    condies australianas.

    Caprinos mestios leiteiros alimentados com 800 g/dia de feno de capim-Angola

    (Brachiaria mutica) e at 50% de palha de feijo, acrescido de 150 g/dia de suplemento

    concentrado (16% PB), ganharam cerca de 72 g/dia, demonstrando boa adaptao

    dietas fibrosas (MOULIN et al., 1987).

    A intensificao da produo em pastagens para a produo de caprinos e ovinos,

    com escolha adequada da planta forrageira, correo e adubao do solo e manejo

    eficiente, importante por permitir maior produo e utilizao da forragem, refletindo em

    maiores taxas de lotao e desempenho (ARAJO FILHO et al., 1999). Por outro lado,

    segundo NEIVA e CNDIDO (2003), o uso de altas lotaes aumenta consideravelmente

    a infeco por nematdeos.

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    6.0 Suplementao alimentar para ovinos e caprinos

    A sazonalidade da produo forrageira concentra-se em nvel superior a 80% na

    poca quente e chuvosa do ano. O inverso observa-se na poca seca, quando h

    acentuada reduo quantitativa e qualitativa da forragem. Essa oscilao provoca

    conseqncias negativas do ponto de vista zootcnico, como altas taxas de mortalidade,

    baixo desempenho reprodutivo e baixa taxa de crescimento, aliados aos srios problemas

    sanitrios. GUIMARES FILHO et al. (1982) e CHARLES et. al (1983) concluram que a

    suplementao volumosa na poca seca, mais mineralizao e desverminao do

    rebanho, melhoraram a eficincia reprodutiva e o peso de cordeiros aos 240 dias de

    idade.

    A demanda e suprimento de forragem devem ser equacionados no balano do

    planejamento anual. Podem ser alternativas de volumosos suplementares para seca:pastagem reservada + suplemento protico/energtico no cocho, silagem de milho, sorgo,

    milheto, capim, etc (Foto 3), feno, cana-de-acar corrigida, capineiras, bancos de

    protena, restos de cultura, subprodutos agrcolas, palma, mandioca, entre outras.

    FOTO 3 - Conservao de forragem ensilagem de sorgo (Fazenda Califrnia

    Cotegipe BA).FOTO: QUADROS, D.G.

    As misturas minerais devem permanecer continua e ininterruptamente disposio

    dos animais em cochos prprios. Se compararmos o consumo de forragem e o teor de

    elementos essenciais ingeridos, constataremos que alguns minerais no supriro as

    exigncias das diferentes categorias. Nas plantas forrageiras existem variaes nos

    teores minerais com a espcie, o estdio de maturao da planta, a poca do ano, o tipo

    de solo e o nvel de adubaes.

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    Pastagens com alta disponibilidade de forragem e bom valor nutritivo podem ser

    capazes de suprir os nutrientes necessrios manuteno e gestao, em relao aos

    teores de protena e energia. Como geralmente as condies de nossas pastagens no

    so as ideais, podem-se fornecer suplementos para ovelhas em pr e ps-parto, pois

    evita distrbios metablicos, principalmente em partos duplos.Deve-se ressaltar a importncia da reserva de alimentos volumosos na fazenda,

    devido aos custos. Nesse planejamento, a rea colhida ser de acordo nmero de

    animais (expressos em UA1) e o perodo de arraoamento, visando atender demanda de

    forragem o ano inteiro.

    7.0 Creep feeding e creep grazing na alimentao de cordeiros e cabritos

    A alimentao exclusiva e diferenciada das crias, seja ela concentrada (creepfeeding) ou em pastagens (creep grazing), pode ser realizada para melhorar o ganho de

    peso dos borregos/cabritos e diminuir o tempo de abate, aproveitando a fase de maior

    eficincia alimentar dos animais e resultar em carne de melhor qualidade. Nas fmeas,

    pode reduzir a idade primeira cria, melhorando o giro de capital e velocidade de

    melhoramento do rebanho, desde que economicamente vivel.

    Na Figura 2, est esquematizado um modelo de creep grazing com uma

    pastagem na qual s as crias tm acesso e um cocho para colocao de suplementosconcentrados. A espcie forrageira plantada no creep grazing pode ser outra em relao

    das matrizes. Pode adaptar o creep feeding para o fornecimento de feno de boa

    qualidade.

    FIGURA 2 Esquema de creep grazing e creep feeding para ovinos/caprinos

    P AS TO

    P AS TO

    cochoPA

    PARA CRI AS

    RA

    AS MATRI ZES

    1UA = unidade animal. 5 cabras = 1 UA. 1 cabra = 0,2 UA

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    Para os cordeiros e cabritos, o creep grazing (rea de pasto ou cocho com

    alimentos volumosos de alta qualidade exclusiva as crias) pode ser usado com baixo

    custo e grande eficincia, podendo ser acrescido do creep feeding(cocho com alimentos

    concentrados), principalmente quando se deseja a terminao dos animais em

    confinamento ou quando o produtor especializado em venda de cordeiros a terceiros.

    A rao do creep feeding deve possuir alta digestibilidade que no leve ao

    acmulo de material fibroso indigestvel no rmen. O farelo de soja e o milho so

    ingredientes importantes para dieta inicial. O farelo de soja apresenta aceitabilidade

    elevada e alta concentrao de protena e o milho modo fermenta rapidamente no rmen.

    O consumo de alimento slido precoce acelera o tempo necessrio a desmama e

    aumenta o desempenho. Os cordeiros devem comer alimentos slidos o mais rpido

    possvel, a partir do 12 dia de vida. A formulao para creep feeding no precisa ser

    complexa. Entretanto, ela deve conter os ingredientes que os cordeiros preferem,

    incluindo farelo de soja, milho e melao que age como palatabilizante favorecendo o

    aumento do consumo.

    8.0 Comportamento ingestivo de ovinos e caprinos

    A estrutura de uma pastagem tida como a disposio horizontal e vertical em que

    a forragem apresenta-se aos animais (CARVALHO et al., 2001a). Segundo LACA e

    LEMAIRE (2000), a estrutura da pastagem a distribuio e o arranjamento das partes

    das plantas acima do solo. Ela varivel com o gentipo, idade da planta, poca do ano e

    manejo, influenciando diretamente o comportamento de ingesto de forragem (STOBBS,

    1973).

    Considera-se que a ingesto de MS pelos animais seja responsvel por 60 a 90%

    das variaes no seu desempenho, enquanto de 10 a 40% pode ser explicado peladigestibilidade da forragem (MERTENS, 1994). O alimento apreendido em cada bocado

    proferido considerado uma unidade do consumo. A ingesto de MS dos animais em

    uma pastagem pode ser representada pelo produto da massa do bocado (g MS/bocado) x

    taxa de bocado (n bocados/dia) x tempo de pastejo (horas/dia) (GORDON e LASCANO,

    1993).

    A altura das plantas e as densidades de folhas e colmos tm efeitos diretos no

    tamanho de bocado, principal componente da ingesto (FORBES, 1988). Os colmos, em

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    plantas cespitosas tropicais, acumulam-se facilmente na fase de maior crescimento e na

    poca de florescimento, tornando parte das folhas inacessvel aos animais.

    MINSON (1990) revisou os valores de consumo voluntrio por ovinos alimentados

    com gramneas tropicais e encontrou mdia de 46 g de MS/kg PV0,75, valor esse bem

    inferior aos 80 g de MS/ kg PV0,75

    , considerado como o consumo normal de uma forragempadro.

    HODGSON (1981) encontrou tamanho e taxa de bocado para ovinos pastejando

    azevm perene de 0,80-1,47 mg MO/kg PV e 38,7-46,7 bocados/minuto, respectivamente.

    Todavia, em pastagens tropicais a massa de bocado normalmente menor, o que pode

    levar a eventual compensao da taxa de bocado, em curto prazo, e do tempo de pastejo,

    em longo prazo, visando a no reduo do consumo, apesar dessas estratgias

    apresentarem limite fisiolgico.PENNING et al. (1986) observaram maiores ganhos em cordeiros gmeos e

    ovelhas quando aumentaram a disponibilidade de forragem. Com a reduo da altura das

    plantas forrageiras abaixo de 9 cm, a taxa de bocados aumentou significativamente,

    chegando a 90 bocados/min. Quando a massa de forragem diminui, o tempo de pastejo

    aumenta em decorrncia de perodo mais longo de procura e seleo de alimentos pelos

    ovinos e caprinos. Sendo a escassez de forragem muito grande, o animal prefere no

    pastejar, pois o gasto de energia para a procura de comida ser muito grande, em uma

    situao de extrema fome (HODGSON, 1982).

    Pretende-se obter, com o manejo racional de pastagens, uma boa produo de MS

    e alta densidade de folhas, proporcionando grande massa de bocados. Assim, os animais

    passariam menos tempo pastejando e mais tempo descansando, ruminando,

    reproduzindo, ou em atividades sociais, pois j atingiram o ponto de satisfao alimentar.

    Conforme GORDON (2000), plantas com folhas muito grandes e largas podem

    alterar o comportamento ingestivo e reduzir o consumo por animais com rea de boca

    pequena, como ovinos e caprinos. Esse efeito conhecido como efeito espagueti, no

    qual o animal tem que manipular a folha para a formao do bolo na mandbula,

    atrasando a mudana de estao alimentar (CARVALHO et al., 2001a).

    O tempo de pastejo uma estratgia de regulao da ingesto a longo prazo, em

    relao ao ajuste da taxa de bocado para a manuteno da saciedade alimentar, quando

    h variaes na massa de bocado (GORDON e LASCANO, 1993). Em ovinos, o tempo de

    pastejo pode variar de 4,5 a 14,5 h/dia, concentrando-se em uma faixa que vai de 7 a 11

    h/dia (ARNOLD, 1981).

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    A profundidade do bocado est positivamente relacionada altura das plantas

    forrageiras, todavia negativamente densidade de forragem, notadamente de folhas

    (GORDON e LASCANO, 1993). BARTHRAM e GRANT (1984) sugeriram que a

    profundidade de bocado pode ser limitada pela relutncia do animal em adentrar os

    colmos. A inacessibilidade das folhas verdes pelos colmos maduros acentuada emespcies forrageiras cespitosas tropicais mal manejadas ou em florescimento. A

    proporo de tecidos e os constituintes qumicos influenciam a fora necessria

    apreenso e digesto pelos microrganismos do rmen (EVANS, 1967), alm de,

    provavelmente, a velocidade de reduo do tamanho das partculas. O processo de

    seleo de forragem pelos animais prioriza a qualidade da forragem. Portanto, os

    atributos qumicos, fsicos e comportamentais so igualmente importantes.

    9.0 Influncia das pastagens nas verminoses

    Em condies naturais, antes da domesticao, o equilbrio parasito/hospedeiro

    permitia a tolerncia dos animais a essa enfermidade. Com a domesticao, e

    conseqente aumento no nmero de animais por rea, houve desequilbrio em favor dos

    parasitos, fazendo com que o principal problema sanitrio dos rebanhos ovinos e caprinos

    seja a verminose (SANTIAGO et al., 1976; VIEIRA et al., 1997; GASTALDI, 1999;

    AMARANTE, 2001).

    As verminoses dos caprinos e ovinos so causadas por parasitos pertencentes s

    classes Nematoda, Cestoda e Trematoda. Os nematdeos so vermes redondos, que

    podem se localizar no tubo digestivo (gastrintestinais) ou nos pulmes (pulmonares).

    Considerando os cestdeos, so vermes chatos em forma de fita e, finalmente, os

    trematdeos, vermes chatos em forma de folha (COSTA, 2003). Dentre eles, os

    nematdeos apresentam-se em maior nmero e distribuio geogrfica, sendo

    responsveis pelos maiores prejuzos econmicos.

    O controle das nematodioses faz-se necessrio, caso contrrio, a criao tornar-se

    invivel economicamente, devido baixa produtividade, alta mortalidade dos animais e

    as despesas com mo-de-obra e anti-parasitrios (AMARANTE, 2001). Esses problemas

    se agravam devido s maiores taxas de lotao, associadas s condies climticas

    propcias ao desenvolvimento de larvas, havendo a necessidade de conhecer a dinmica

    da populao dos nematdeos nas pastagens e nos animais.

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    Os nematdeos gastrintestinais mais encontrados em caprinos no semi-rido

    nordestino foram: Haemonchus contortus (abomaso), Trichostrongylus colubriformes

    (intestino delgado), Oesophagostomum columbianum (intestino grosso) e Strongyloides

    papillosus(intestino delgado) (VIEIRA et al., 1997).

    A presena de larvas infectantes nas pastagens importante nos estudosepidemiolgicos das nematodioses dos ruminantes, podendo fornecer um ndice do risco

    de exposio dos animais mantidos em pastagens (MARTIN et al., 1990). As observaes

    de GASTALDI (1999) indicaram que, contagens de OPG (ovos por grama de fezes) mais

    altas, coincidiram com as maiores concentraes de larvas infectantes na pastagem.

    As variveis climticas que interferem no aumento populacional de nematdeos no

    ambiente so: temperatura, precipitao pluvial, umidade relativa do ar,

    evapotranspirao, radiao solar e temperatura do solo (geotermometria), sendo que,

    dentre esses, a precipitao a mais importante (ROSA, 1996).

    Estudos de epidemiologia de helmintos tm demonstrado que a medicao anti-

    helmntica nem sempre apresenta a eficcia esperada quando os animais permanecem

    em pastagens contaminadas. Segundo LAMBERT e GUERIN (1989), o controle das

    nematodioses passa invariavelmente pela adoo das prticas de manejo que visam a

    reduo da populao de larvas infectantes na pastagem. Em pastagens cujas estruturas

    permitem a penetrao de raios solares nas bases das plantas, o nmero de larvas

    infectantes provavelmente ser reduzido (SANTOS et al., 2002). As alternativas para se

    reduzir contaminao das pastagens incluem a rotao dos piquetes, a arao do solo,

    o pastejo alternado ou integrado (misto) com outras espcies animais, a aplicao de

    produtos qumicos no solo e o controle biolgico (COSTA, 2003).

    A idade, o estado nutricional, a ordem do parto, estado fisiolgico, raa, espcies de

    nematdeos, manejo dos animais, poca de nascimento e de desmame, superpopulao

    e a introduo de animais novos no rebanho so fatores que contribuem para aumentar a

    populao de parasitos no organismo do animal (ROSA, 1996). O estado nutricional

    interfere no grau de defesa imunolgica do organismo. O cobre, fornecido atravs de

    cpsulas, contribuiu para reduo da reinfeco por H. contortus em ovinos lanados

    (GONALVES e ECHEVARRIA, 2004).

    Alia-se ao problema da verminose, a existncia, cada vez maior, de resistncia a anti-

    helmnticos, principalmente em se tratando do H. contortus (AMARANTE, 2001).

    Haemonchus spp. foram mais prevalentes na comunidade resistente a todos os anti-

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    helmnticos, tanto em ovinos, quanto em caprinos, criados em vrias regies do Cear,

    seguido de Trichostrongylusspp. e Oesophagostomumspp. (MELO et al., 2003).

    A ocorrncia, severidade e o controle das doenas causadas por nematdeos

    esto diretamente correlacionados a disponibilidade de larvas infectantes na pastagem,

    que influenciada pelo nvel de contaminao de ovos, condies sazonais e o manejodo pastejo (ANDERSON, 1982). Segundo esse autor, sob condies adequadas, cerca de

    20% dos ovos de nematdeos gastrintestinais depositados nas fezes dos animais

    completam o ciclo como adultos. Todavia, na seca, apenas 1% completa sua fase livre.

    GASTALDI (1999), pesquisando a ocorrncia de nematdeos gastrintestinais em ovinos

    pastejando associadamente bovinos e eqinos, encontrou maiores quantidades de

    larvas infectantes recuperadas coincidindo com a poca de maior precipitao pluvial,

    sendo os principais gneros Haemonchus spp. e Trichostrongylus spp..As larvas infectantes conseguem sobreviver a uma variao maior de ambiente, em

    relao aos estdios pr-infectivos, que utilizam as fezes para proteo. O nmero de

    larvas infectantes na forragem representa somente uma pequena proporo do total de

    larvas na fase livre no pasto. No surpreendente, o nmero de larvas disponveis pode

    crescer mesmo algumas semanas aps a retirada dos animais da pastagem, o que torna

    preocupante o tempo de descanso de 3 a 6 semanas, no sistema rotacionado

    (ANDERSON, 1982).Considerando os aspectos parasitolgicos, ainda no h evidncias concretas de

    como a estrutura da pastagem influencia a sobrevivncia de ovos e larvas de nematdeos

    gastrintestinais na pastagem. O arranjo espacial da comunidade de plantas que permite a

    insolao nas partes basais pode alterar o ecossistema e provocar a morte de muitos

    ovos e larvas (SANTOS et al., 2002). MARTIN NIETO et al. (2003) encontraram

    diferenas no grau de infeco de ovelhas mantidas em pastagens formadas com capins

    diferentes, contudo no foi evidente a influncia do hbito de crescimento da planta

    forrageira na contagem do OPG.

    Existem algumas prticas de manejo das pastagens e medidas de controle integrados

    que podem ser utilizadas no intuito de reduzir os prejuzos dos nematdeos nos animais.

    As gramneas forrageiras cespitosas, pastejadas intermitentemente, com altura ps-

    pastejo baixa, pode contribuir para a reduo da infeco dos animais (SANTOS et al.,

    2002). Esse aspecto se deve a maior insolao nos primeiros 15 cm do relvado, faixa de

    altura que geralmente a maioria das larvas se localizam nas plantas (MISRA e RUPRAH,

    1972).

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    23

    Outra prtica que pode ser adotada, a colocao dos animais na pastagem aps a

    seca do orvalho. Nessa ocasio, as larvas infectantes, que necessitam de ntimo contato

    com a umidade, provavelmente migram para baixo, numa altura com menor possibilidade

    de serem ingeridas pelo animal. Entretanto, o tempo de pastejo dirio pode ser reduzido,

    pois as primeiras horas da manh so preferidas para essa atividade (NEIVA eCNDIDO, 2003).

    No trabalho de QUADROS (2004), no foi encontrada diferena quanto

    concentrao de larvas infectantes, entre os capins estrela-africana (prostrado),

    andropgon e Tanznia (eretos), manejados com ovinos (Figura 3).

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    Nlarvasinfectantes/kgM

    S

    Capim-estrela-

    africana

    Capim-Tanznia Capim-andropgon

    0-15 cm

    15-30 cm

    >30 cm

    Figura 3 - Concentrao mdia de larvas infectantes em diferentes estratos (0-15, 15-30 e>30 cm) dos capins estrela-africana, Tanznia e andropgon, sob manejo ovino.Fonte: Quadros (2004)

    Ovinos Santa Ins mantidos em pastagens dos capins Tanznia, estrela-africana e

    andropgon no apresentaram diferenas na contagem de OPG, com mdia de 1228.

    Aparentemente, a utilizao de capins cespitosos visando reduo da contaminao denematdeos gastrintestinais em ovinos per si no foi eficaz, quando manejados sob

    lotao contnua. CUNHA et al. (2000) e SANTOS et al. (2002) alertaram para a auto-

    infestao, quando os animais permanecem mais de 5 dias no mesmo piquete, ingerindo

    larvas oriundas de ovos de seus prprios parasitos.

    VLASSOF (1982) observou que 80% das larvas infectantes estiveram localizadas

    no primeiro tero na estrutura da pastagem. Considerando a localizao das larvas

    infectantes de nematdeos em pastagens dos cvs. Tanznia e mombaa de P. maximum,sob lotao caprina/ovina, o rebaixamento a 15 cm, visando reduzir a quantidade de

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    larvas pela ao da radiao solar, pode ser vivel. Entretanto, h possibilidade de

    resultar em uma maior ingesto de larvas medida que a altura do capim diminui.

    Ademais, essa altura pode provocar prejuzos na rebrota e persistncia das plantas,

    principalmente em solos de baixa fertilidade (QUADROS, 2004).

    A interferncia do comportamento alimentar no nmero de larvas infectantesingeridas uma hiptese para explicar as diferenas na intensidade de infeco por

    nematdeos entre espcies e raas (HOSTE et al., 2001).

    Em pastagens naturais, a alta habilidade de caprinos selecionarem uma dieta

    naturalmente com maior variedade botnica, com predominncia de plantas com porte

    arbustivo e arbreo, os predispem menos intensamente a ingesto de larvas infectantes,

    em relao aos ovinos, que so mais dependentes das gramneas, maior fonte de larvas

    (HOSTE et al., 2001). Em pastagens exclusivas de gramneas, o padro de infecoencontrado por QUADROS (2004) demonstrou que os caprinos foram mais infectados do

    que os ovinos, talvez pelo menor convvio com esses parasitos em sua evoluo em

    pastagens naturais.

    10. Associao de diferentes espcies animais em pastejo

    A associao de diferentes espcies animais em pastejo mltiplo uma prtica

    bem antiga. Entretanto, aspectos como a interao social, a utilizao das plantas

    forrageiras, a distribuio de excrementos na pastagem, os impactos sobre o solo, a

    sanidade e a produtividade devem ser considerados (CARVALHO e RODRIGUES, 1997).

    Os objetivos do pastejo mltiplo, simultneo ou sucessivo, de diferentes espcies

    de herbvoros, so: controle biolgico de plantas indesejveis ou txicas para uma classe

    de herbvoros, mas que produzem forragem para outra; aproveitamento de reas

    topograficamente inacessveis; manipulao biolgica da vegetao em uma estao,

    visando favorecer o desenvolvimento de plantas forrageiras na estao seguinte; oferta

    de forragem de alto valor nutritivo aos animais em produo, sem prejuzo da eficincia de

    utilizao da pastagem; estabilizao natural da vegetao manipulada atravs de

    distribuio mais uniforme da presso de pastejo sobre todos os componentes da

    vegetao (ARAJO FILHO, 1985). Outro objetivo da associao de herbvoros em

    pastejo a reduo da populao de nematdeos (GASTALDI, 1999; AMARANTE, 2001).

    O pastejo seletivo pelo animal, somado s reas de rejeio s dejees, resulta

    em mosaico na pastagem, com reas em que as plantas so submetidas intensidade de

    desfolhao diferentes (COOPER et al., 2000). A utilizao mais intensiva dos recursos

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    pode ser possvel considerando as diferenas anatmicas, fisiolgicas, comportamentais

    e epidemiolgicas das espcies envolvidas, utilizando a forragem produzida de maneira

    complementar (CARVALHO e RODRIGUES, 1997).

    O tamanho do animal uma caracterstica importante na definio da eficincia de

    consumo e utilizao dos alimentos, pois resulta em limitaes quantitativas e qualitativasao atendimento das exigncias nutricionais (VAN SOEST, 1994; CARVALHO e

    RODRIGUES, 1997). BHATTACHARYA (1980) encontrou diferenas marcantes nos

    padres morfo-anatmicos do rmen, retculo, omaso e abomaso dos caprinos e dos

    ovinos. Esses ltimos apresentaram maior proporo de rmen e menores volumes de

    omaso e abomaso, considerando que o volume, peso e formato dos compartimentos

    gstricos variam com a ingesto de alimentos, natureza da dieta e comportamento de

    consumo alimentar.A preferncia alimentar de bovinos e ovinos lanados por gramneas, dos ovinos

    deslanados por plantas herbceas e dos caprinos por arbustos (SILVA SOBRINHO,

    2001). Essas diferenas na habilidade seletiva caracterizam a evoluo das espcies em

    diversos meios. Devido grande seletividade no pastejo, os caprinos ingerem

    preferencialmente as partes mais novas e tenras das plantas e, conseqentemente, mais

    nutritivas (MALACHEK e LEINWEBER, 1972). Esse hbito reveste-se de grande

    importncia na sua fisiologia digestiva, minimizando os efeitos negativos da baixa

    qualidade das forrageiras durante o perodo seco do ano (LEEK, 1983).

    Comparando-se o aparato bucal de ovinos e caprinos, observou-se que a largura

    do maxilar, em relao ao tamanho do animal, largo e chato nos ovinos. Nos caprinos

    estreito e pontudo (CARVALHO e RODRIGUES, 1997). Os ovinos utilizam os lbios,

    dentes e lngua conjuntamente para a apreenso da forragem, conferindo habilidades

    seletivas em razo da mobilidade dos lbios superiores, como a realizao do pastejo

    baixo (SILVA SOBRINHO, 2001).

    A escolha das plantas de maneira similar, indica a possibilidade de competio por

    alimento entre caprinos e ovinos deslanados. A superposio das espcies vegetais

    escolhidas variou de 43,5 a 66,3%, apesar disso, por si s, no evidenciar uma

    competio (SQUIRES, 1982). Entretanto, trabalho desenvolvido na regio de Inhamuns,

    Cear, avaliando a composio botnica da dieta de ovinos e caprinos pastejando

    associadamente, ARAJO FILHO et al. (1996) comprovaram que 71% das espcies

    botnicas foram consumidas por ambas espcies animais. Na dieta dos ovinos houve

    uma participao maior de gramneas e ervas, em relao aos caprinos. A participao de

    gramneas na dieta de ovinos deslanados, mantidos em reas de caatinga raleada,

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    chegou a 60% nas guas, diminuindo para 25% na seca, provavelmente porque muitas

    gramneas so anuais, e as perenes apresentam pouco crescimento nessa poca,

    levando o animal a alimentar-se no estrato arbustivo-arbreo. Esse comportamento

    repetiu-se quando a taxa de lotao passou de 1,25 cab/ha/ano para 2,5 cab/ha/ano

    (PIMENTEL et al., 1992).Em pastagens exclusivas de gramneas, possivelmente a superposio das dietas

    seja maior, devido a monocultura. A preferncia alimentar sobre as forragens varia de

    acordo com a espcie animal, a estao do ano e intensidade de pastejo (ARAJO

    FILHO, 1985).

    Os diferentes hbitos de pastejo dos ovinos e caprinos, em pastagens exclusivas

    de gramneas, podem interferir no grau de contaminao por nematdeos. Do ponto de

    vista parasitrio, h ocorrncia de infeco cruzada das principais espcies parasitosentre a espcie caprina e ovina, o que no traria benefcios diretos, nesse aspecto. Por

    outro lado, entre bovinos ou equinos e ovinos houve benefcios do pastejo associado,

    simultneo ou sucessivo, para o controle de nematodioses, haja vista a pequena

    ocorrncia de infeco cruzada (GASTALDI, 1999).

    Segundo LAMBERT e GUERIN (1989), o pastejo misto permite o controle de

    endoparasitas em bovinos, ovinos e caprinos atravs da reduo na contaminao da

    pastagem. Esta prtica baseada na especificidade parasitria dos nematdeos, ou seja,

    larvas infectantes de ovinos, que forem ingeridas por outra bovinos, sero destrudas, pois

    no encontraro ambiente adequado para o seu desenvolvimento no novo hospedeiro.

    SANTIAGO et al. (1976) no verificaram ocorrncia de infeces cruzadas

    por espcies dos gneros Haemonchus, Oesophagostomum, Nematodirus e

    Bunostomum, sendo que apenas algumas espcies dos gneros Cooperia e o

    Trichostrongylus axei apresentaram infeces cruzadas, fato tambm demonstrado por

    ARUNDEL e HAMILTON (1975).

    Entretanto, com relao ao Trichostrongylus axei, Ross (1970), citado por

    ARUNDEL e HAMILTON (1975), verificou que cepas adaptadas aos bovinos

    proporcionaram uma significativa proteo em cordeiros quando desafiados por cepas

    adaptadas aos ovinos. Segundo GRENET e BILLANT (1995), a quantidade de larvas de

    Ostertagiae Cooperiapresentes na pastagem reduziram metade em funo do pastejo

    misto. SOUTHCOTT e BARGER (1975) encontraram reduo nas infeces de

    Haemonchus contortus e Trichostrongylus colubriformis em pastagens de ovinos

    submetidas ao pastejo prvio com bovinos por 6, 12 e 24 semanas.

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    Em um dos trabalhos revisados por GASTALDI (1999), a carga parasitria de

    cordeiros foi reduzida devida a presena de novilhos com mais de 1 ano de idade

    pastejando concomitantemente, o que resultou em maior ganho de peso. O uso de

    animais de menor idade proporcionou infeces cruzadas de endoparasitas, no sendo

    eficaz na descontaminao das pastagens.Medida fundamental para se prevenir as infeces clnicas por nematdeos

    gastrintestinais evitar a exposio dos animais s pastagens contaminadas, sobretudo

    durante o final da poca de pastejo nesta rea. Isto pode ser conseguido com a utilizao

    estratgica de anti-helmnticos e com o controle do pastejo.

    O pastejo misto ou alternado com bovinos e ovinos proporciona uma remoo

    mtua das larvas infectantes (L3) pela falta de especificidade entre parasitas e

    hospedeiros sobre a pastagem, diminuindo, desta forma, a contaminao em amboshospedeiros e das pastagens. O pastejo misto ou alternado por animais de mesma

    espcie, mas de diferentes idades, pode produzir efeitos semelhantes, a imunidade dos

    animais mais velhos reduzem a contaminao das pastagens que sero oferecidas aos

    animais mais jovens.

    Teoricamente, o sistema de pastejo rotacionado auxilia no controle das

    nematodioses gastrintestinais pela quebra do ciclo infeccioso entre as pastagens e o

    hospedeiro durante o perodo em que estas so descansadas (PARKINS e HOLMES,

    1989). Contudo, a longa sobrevivncia de larvas L3 e a alta taxa de acmulo de MS, com

    acelerada reduo da qualidade, levam a inferncia que o maior tempo de descanso da

    pastagem pode atenuar, porm no resolve o problema.

    11. Consideraes finais

    As pastagens constituem-se na base do sistema produtivo sustentvel e econmico

    de ovinos e caprinos, desde que manejada racionalmente, considerando os aspectos da

    escolha das plantas forrageiras, incremento da fertilidade do solo, ajuste da presso de

    pastejo e controle parasitrio, alcanando boas produes por animal e por rea,

    aumentando a rentabilidade do empreendimento.

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