PASTAGENS DE COASTCROSS-1 CONSORCIADA COM...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA PASTAGENS DE COASTCROSS-1 CONSORCIADA COM LEGUMINOSAS SOB PASTEJO DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Paulo Roberto Machado Santa Maria, RS, Brasil. 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

PASTAGENS DE COASTCROSS-1 CONSORCIADA

COM LEGUMINOSAS SOB PASTEJO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Paulo Roberto Machado

Santa Maria, RS, Brasil.

2013

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PASTAGENS DE COASTCROSS-1 CONSORCIADA COM

LEGUMINOSAS SOB PASTEJO

Paulo Roberto Machado

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação

em Zootecnia, área de Produção Animal/Bovinocultura de Leite, da

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,RS), como requisito parcial para

obtenção do grau de

Mestre em Zootecnia.

Orientador: Prof. Clair Jorge Olivo

Santa Maria, RS, Brasil.

2013

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Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Ciências Rurais

Programa de Pós-Graduação em Zootecnia

A comissão Examinadora, abaixo assinada,

aprova a Dissertação de Mestrado

PASTAGENS DE COASTCROSS-1 CONSORCIADA COM

LEGUMINOSAS SOB PASTEJO

elaborada por

Paulo Roberto Machado

como requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre em Zootecnia

COMISSÃO EXAMINADORA:

Clair Jorge Olivo, Dr.

(Presidente/Orientador)

Ulysses Cecato, Dr. (UEM)

Júlio Viégas, Dr. (UFSM)

Santa Maria, 25 de fevereiro de 2013.

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Agradecimentos

Agradeço a Deus pela vida, fé e lucidez no cumprimento de minha missão.

Aos meus pais pelo amor, dedicação e bons princípios. A minha mãe pela

espiritualidade e determinação e a meu pai pela força, honra e tradição. Aos meus irmãos pelo

espírito de equipe, ensinamentos e o aprendizado de repartir. A todos os meus familiares pela

iluminação e compreensão do sentido da vida. Aos amigos de infância, irmãos de essência,

que vivenciaram comigo momentos de alegria e dificuldade, posso dizer que parte do que sou

como pessoa devo a vocês. A minha namorada Mara pelo amor, dedicação e compreensão,

pelo apoio incondicional em todos os momentos.

Aos colegas de graduação e pós-graduação e de profissão pela formação do espírito

zootécnico e amor pela profissão. Em especial pelo companheirismo dos colegas de trabalho

do Laboratório de Bovinocultura de Leite, que sem eles grande parte das atividades não

poderia ser realizada.

Aos colegas de apartamento pelo acolhimento, paciência e amizade nesse tempo

convivência e divisão de espaço. A Universidade Federal de Santa Maria pelo investimento

em qualidade de ensino e políticas públicas de incentivo à permanência do aluno dentro de seu

espaço, sem as quais não teria chegado aonde cheguei.

A todos os professores e mestres minha profunda admiração e respeito. Em especial ao

professor Clair, que nestes quatro anos de vida acadêmica colaborou com as suas experiências

de vida na minha formação profissional diferenciada. Ainda meu reconhecimento ao Carlos,

professor Júlio Viégas, professor Fernando Quadros e professora Marta Gomes da Rocha.

Agradeço ainda a colaboração com estrutura para produção de mudas do Colégio

Politécnico da UFSM, em especial ao professor Diniz Fronza, funcionários e estagiários.

A Capes/CNPQ pela bolsa de estudo ofertada, sem a qual impossibilitaria a finalização

de mais essa etapa.

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Campeando um rastro de glória

venho sovado de pealo

erguendo a poeira da história

nas patas do meu cavalo

o índio, que vive em mim

bate um tambor

no meu peito

o negro, também assim

tempera e adoça

o meu jeito

com laço e com boleadera

com garrucha e com facão

desenhei pátria e fronteira

pago, querência e nação.

Eu sei que não vou morrer

porque de mim vai ficar

o mundo que eu construí

o meu Rio Grande, o meu lar

campeando as próprias origens

qualquer guri vai achar

campeando as próprias origens

qualquer guri vai achar.

Sou a gaita corcoveando

nas mãos do velho gaiteiro

dizendo por onde ando

que sou gaúcho e campeiro

eu sou o moço que canta

o pago em cada canção

e traz na própria garganta

o eco do seu violão.

Sou o guri pêlo duro

campeando o mundo de amor

e me vou rumo ao futuro

tendo no peito um tambor.

Eu sei que não vou morrer

porque de mim vai ficar

o mundo que eu contruí

o meu Rio Grande, o meu lar

campeando as próprias origens

qualquer guri vai achar

campeando as próprias origens

qualquer guri, vai achar.

(Música: Origens/Os Fagundes)

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RESUMO

Dissertação de Mestrado

Programa de Pós-Graduação em Zootecnia

Universidade Federal de Santa Maria

PASTAGENS DE COASTCROSS-1 CONSORCIADA COM LEGUMINOSAS SOB

PASTEJO

AUTOR: PAULO ROBERTO MACHADO

ORIENTADOR: CLAIR JORGE OLIVO

DATA E LOCAL DA DEFESA: SANTA MARIA, 25 DE FEVEREIRO DE 2013

Objetivou-se com essa pesquisa avaliar três sistemas forrageiros constituídos por

capim bermuda (CB) + 200 kg de N/ha; CB + 100 kg de N/ha e ervilhaca comum e CB + 100

kg de N /ha + amendoim forrageiro. O experimento foi realizado entre maio de 2011 e maio

de 2012. Para avaliação foram utilizadas vacas em lactação da raça Holandesa, que receberam

individualmente 4 kg/dia de concentrado. A oferta de forragem foi de 7,2 kg de matéria seca

/100 kg de peso vivo. Foram avaliadas a massa de forragem, a composição botânica e

estrutural, a taxa de acúmulo diário de matéria seca, a produção de forragem e o

desaparecimento de massa de forragem e a taxa de lotação. Durante o período experimental

(365 dias) foram realizados nove ciclos de pastejo. O valor médio da produção de forragem e

a taxa de lotação foram de 21,05; 21,8 e 16,1 t/ha; 5,1; 5,3 e 4,5 unidades animais/ha/dia para

os respectivos sistemas forrageiros. Resultados superiores foram encontrados nos sistemas

forrageiros constituídos por CB+ 100 kg de N/ha + ervilhaca comum e CB + 200 kg de N/ha.

Palavras-chave: Coastcross-1. Amendoim forrageiro. Ervilhaca comum. Vacas Leiteiras.

Sistemas forrageiros.

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ABSTRACT

Dissertação de Mestrado

Programa de Pós-Graduação em Zootecnia

Universidade Federal de Santa Maria

COASTCROSS-1 PASTURES MIXED WITH FORAGE LEGUME UNDER

GRAZING

AUTHOR: PAULO ROBERTO MACHADO

ADVISER: CLAIR JORGE OLIVO

DATE AND DEFENSE’S PLACE: SANTA MARIA, FEBRUARY 25th

OF 2013

The objective of this research was to evaluate of three pasture-based systems with

bermudagrass (BG) + 200 kg of N/ha; BG + 100 kg of N/ha and common vetch; BG + 100 kg

of N/ha + forage peanut. The experiment was carried out from May 2011 to may 2012.

Holstein cows receiving 4 kg-daily complementary concentrate feed were used in the

evaluation. The actual mean value of forage on offer was 7.2 kg of dry matter/100 kg live

weight. Herbage mass, botanical and structural composition, daily dry matter accumulation

rate, forage production, disappearance of forage mass and stocking rate were evaluated. Nine

grazing cycles were performed during the experimental period (365 days). The mean value of

forage production and stocking rate were 21.05; 21.8 and 16.1 t/ha; 5.1; 5.3 and 4.5 animal

units/ha/day for respective pasture systems. Superior result were found on BG + 100 kg of

N/ha + common vetch and BG + 200 kg of N/ha pasture systems.

Key words: Coastcross-1. Forage peanut. Common vetch. Lactating cows. Pasture systems.

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 3 – PASTAGENS DE CAPIM COASTCROSS-1 CONSORCIADA COM

LEGUMINOSAS SOB PASTEJO

TABELA 1 – Altura do pasto, massa de forragem de pré-pastejo e composições botânica e

estrutural de diferentes sistemas forrageiros (SF), constituídos por Coastcross-1

(CC) e 200 kg de N/ha/ano (SF1); CC, ervilhaca forrageira e 100 kg de

N/ha/ano (SF2); CC, amendoim forrageiro e 100 kg de N/ha/ano (SF3). Santa

Maria, RS, 2011/2012.......................................................................................34

TABELA 2 – Altura do pasto, massa de forragem de pós-pastejo e composições botânica e

estrutural de diferentes sistemas forrageiros (SF), constituídos por Coastcross-1

(CC) e 200 kg de N/ha/ano (SF1); CC, ervilhaca forrageira e 100 kg de

N/ha/ano (SF2); CC e amendoim forrageiro e 100 kg de N/ha/ano (SF3). Santa

Maria, RS, 2011/2012........................................................................................35

TABELA 3 – Massa de forragem desaparecida de diferentes sistemas forrageiros (SF),

constituídos por Coastcross-1 (CC), e 200 kg de N/ha/ano (SF1); CC, ervilhaca

forrageira e 100 kg de N/ha/ano (SF2); CC, amendoim forrageiro e 100 kg de

N/ha/ano (SF3). Santa Maria, RS, 2011/2012...................................................36

TABELA 4 – Massa de forragem desaparecida, produção e oferta de forragem, carga animal

instantânea, taxa de lotação animal e taxa de acúmulo diário de diferentes

sistemas forrageiros (SF), constituídos por Coastcross-1 (CC) e 200 kg de

N/ha/ano como SF1; CC, ervilhaca forrageira e 100 kg de N/ha/ano como SF2;

CC amendoim forrageiro e 100 kg de N/ha/ano como SF3. Santa Maria, RS,

2011/2012..........................................................................................................37

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................... 10

1.1 Objetivos ......................................................................................................................... 11

1.1.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 11

1.1.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 11

CAPÍTULO 2 - ESTUDO BIBLIOGRÁFICO .................................................................... 13

2.1 Coastcross ....................................................................................................................... 13

2.2 Amendoim forrageiro...................................................................................................... 16

2.3 Ervilhaca ......................................................................................................................... 19

2.4 Gênero Cynodon em consórcio ....................................................................................... 21

CAPÍTULO 3 – PASTAGENS DE CAPIM COASTCROSS-1 CONSORCIADA COM

LEGUMINOSAS SOB PASTEJO ........................................................................................ 23

Introdução ............................................................................................................................. 25

Material e Métodos ............................................................................................................... 26

Resultados e Discussão ......................................................................................................... 29

Conclusões ............................................................................................................................ 33

Literatura citada - Referências bibliográficas ....................................................................... 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 40

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CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

A produção de leite na região Sul do Brasil é uma das atividades mais importantes,

tanto em pequenas quanto em médias propriedades. Em sua maioria, as pastagens,

especialmente gramíneas, constituem-se na principal fonte de volumoso. Nesse contexto,

dentre as forrageiras perenes destacam-se às do gênero Cynodon, notadamente as cultivares

Tifton 85, Tifton 68 e Coastcross.

O uso dessas forrageiras tem aumentado de forma significativa nas propriedades

leiteiras, sendo cultivadas de forma singular. Apresentam elevada capacidade de produção de

forragem, demandando, consequentemente, níveis altos de fertilizantes, especialmente

nitrogênio (N). Em propriedades que trabalham em sistema de integração, com bovinos

leiteiros e suínos, o uso de chorume e de dejetos de bovinos se constituem em estratégia

importante para fertilização e perenização desses pastos. Em outras propriedades, que

perfazem a maioria, a base da fertilização são os adubos sintéticos que elevam os custos de

produção. Muitos agricultores têm optado por usar essas forrageiras até a estação outonal,

mantendo em pousio no inverno, visando preservar os pastos. Nesse manejo a introdução de

leguminosas pode se constituir em estratégia importante, contribuindo com a gramínea

associada e melhorando o ambiente pastoril.

Para o consórcio com gramíneas do gênero Cynodon, destacam-se a ervilhaca (Vicia

sativa L.) por sua elevada capacidade de produção de massa de forragem e de fixação

biológica de N e apresentar ciclo produtivo distinto dessas forrageiras. Outra leguminosa

indicada para o consórcio é o amendoim forrageiro estolonífero (Arachis pintoi Krap. &

Greg.), notadamente por ser uma espécie perene com grande capacidade de fixação de N

(PERIN et. al., 2003) e de produção de forragem (WENDLING et. al., 1999), além de sua

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elevada capacidade de rebrote e apresentar valor nutritivo superior à maioria das leguminosas

forrageiras tropicais (BRESOLIN et. al., 2008).

Referências de uso da ervilhaca indicam seu consórcio com espécies anuais de inverno

(FONTANELLI, 2009; FONTANELLI 1991); Para o amendoim forrageiro há indicações de

seu uso como cobertura verde em culturas perenes (BARCELLOS et. al., 2000). Com relação

a possibilidade de consórcio, dessas leguminosas utilizadas sob condições de pastejo, com

espécies do gênero Cynodon há poucos estudos.

Nesse contexto o uso de leguminosas forrageiras poderia contribuir prevenindo a

degradação dos pastos fornecendo nutrientes (CADISCH et al., 1994; URQUIAGA et al.,

1998), aumentando o período de pastejo e melhorando a dieta dos animais (ASSMANH et al.,

2004) e o desempenho dos animais (SANTOS et al., 2002).

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Comparar a produtividade de pastagens de capim bermuda, cv. Coastcross-1 em

cultivo exclusivo e em consórcio com amendoim forrageiro ou ervilhaca na região central do

Estado do RS.

1.1.2 Objetivos Específicos

Estimar a massa de forragem de pré e pós pastejo em cada ciclo de utilização;

Determinar as composições botânica e estrutural dos principais componentes da pastagem;

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Estimar a taxa de acúmulo e a produção de forragem;

Estimar a taxa de desaparecimento da massa de forragem e dos componentes da pastagem em

cada ciclo de pastejo;

Avaliar a taxa de lotação nos distintos sistemas forrageiros;

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CAPÍTULO 2 - ESTUDO BIBLIOGRÁFICO

2.1 Coastcross

O gênero Cynodon, tradicionalmente conhecido como grama bermuda (Cynodon

dactylon (L.) Pers.) é uma forrageira bem adaptada às regiões tropicais e subtropicais

(VILELA & ALVIM, 1998). Apresenta grande potencial forrageiro principalmente por sua

resposta à fertilização e à elevada capacidade de adaptação às diversas condições de solo,

clima e utilização para produção animal (MATOS, 2002). Cultivares desse gênero são

comumente utilizadas para pastejo e produção de feno.

Sob o aspecto botânico e taxonômico, o gênero Cynodon representa um pequeno grupo

de gramíneas e sistematicamente distinto dentro da família Chloridoideae (PEDREIRA,

2005), sendo que o melhoramento de espécies desse gênero iniciou-se nos Estados Unidos,

onde se desenvolveram cultivares pioneiras como a Coastal e a Coastcross.

A Coastcross, desenvolvida na Estação Experimental de Tifton (na cidade de Tifton,

Geórgia, EUA), trata-se de um híbrido interespecífico F1 entre cv. Coastal e uma introdução

Cynodon nlemfuensis, material de alta digestibilidade, proveniente do Quênia (PEDREIRA,

2005). É perene, rasteira, rizomatoso-estolonífera, com estolões longos. Possui inflorescência

pequena constituída por agrupamentos de três a cinco espigas. É uma planta de porte baixo,

formando um gramado fechado (MITIDIERI, 1992). Suas folhas são macias, com um verde

menos intenso do que o da grama-estrela (CARNEVALLI, 2001).

É uma cultivar com grande capacidade de propagação, feita normalmente por estolões

e rizomas. Boas mudas devem ser maduras (com cerca de 100 dias de idade), vigorosas e

preferencialmente com mais de 10 gemas viáveis. É importante que a mesma esteja isenta de

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plantas daninhas, fungos e insetos. O plantio em sulcos torna-se a estratégia com maior

resposta no cultivo quando comparado ao manejo de plantio em covas ou distribuição

superficial de mudas com incorporação por implementos agrícolas. Recomenda-se para o

plantio em sulcos um espaçamento de 50 cm entre mudas e profundidade de 15 cm,

necessitando em média de duas toneladas e meia de mudas por hectare (LIMA & VILELA,

2005).

Esta forrageira, quando bem manejada, espelha boa produção e qualidade massa de

forragem. Além dessas características, também apresenta boa adaptação ao clima subtropical,

boa razão folha/colmo e elevado valor nutritivo. Em razão disto, é indicada para produção de

feno e formação de pastagens para sistemas de produção animal (BORTOLO et al., 2001).

MILERA et al., (1986) avaliaram a influência do nível de oferta de forragem (3,75%,

8% e 12,5% do PV) na produção de leite de vacas 3/4 Holandesa x 1/4 Zebu em pastagem de

Coastcross, sem fornecimento de concentrado. Com a oferta de forragem de 8% do PV,

verificaram produção de MS de 6,13 t/ha (avaliando a cinco cm do solo), lotação animal de

3,5 vacas/ha e uma produção individual de 10,4 kg/vaca/dia. VILELA et al. (2006) avaliaram

o desempenho de vacas leiteiras da raça Holandesa em pastagem de Coastcross durante três

anos. Verificando taxa de acúmulo diário de MS de lâminas foliares de 99,6 Kg/ha, produção

de MS de 13,4 t/ha/ano, taxa de lotação de 5 vacas/ha em pastejo rotacionado, produção de

77,8 Kg de leite/ha e uma produção individual de 15,5 kg/dia (fornecendo 3 kg de

concentrado/vaca/dia). VILELA & ALVIM (1996), em trabalho semelhante, destacaram o

potencial de produção de Coastcross utilizando vacas da raça holandesa em pastejo, recebendo

2,6 kg de MS de concentrado dia, observaram taxa de lotação média de 6 vacas/ha/ano e uma

produção média de 16,6 kg de leite/lactação.

Por tratar-se de uma gramínea tropical, tem excelentes resultados produtivos em

regiões de clima subtropical, sendo viável na alimentação animal, dado seu alto potencial de

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produção, alta digestibilidade, rendimento e valor nutritivo. Num estudo realizado por

ROCHA et al, (2001). para avaliar produção de MS e os teores de PB, FDA e FDN em

diferentes cultivares de Cynodon (Adubados com 200 kg de N/ha/ano, com cortes feitos a 10

cm do solo), observaram para a Coastcross valores de 9,1 t/ha, 11,73%, 40,38% e 72,14%,

respectivamente; valores qualitativos semelhantes, foram descritos com 13,9% de PB, 35% de

FDA e 68% de FDN por VILELA e ALVIM (1996). BARBERO et al. (2010) avaliaram

parâmetros qualitativos de lâminas foliares de Coastcross e encontraram valores médios de

16,09 % de PB, 70,07% de FDN e 64,22% de DIVMS para o consórcio de Coastcross e

Amendoim forrageiro sem adubação nitrogenada. Os autores também constataram que o

aumento da adubação nitrogenada no consórcio até 200kg de N/ha implicou em aumento

significativo dos teores de PB e redução dos de FDN, sem alterar a DIVMS.

A cv. Coastcross em cultivo exclusivo tem demonstrado grande potencial produtivo.

Valores quantitativos de massa de forragem e de qualidade indicam que essa forrageira pode

atender demandas produtivas de vacas em lactação (MILERA et al., 1986). Porém, sua

necessidade nutricional por adubação nitrogenada preocupa principalmente quanto à questão

ambiental e de custos de produção. A consorciação com leguminosas forrageiras fixadoras de

N atmosférico tem sido objeto de estudo nos últimos anos. Dentre as vantagens conhecidas,

destacam-se a diversificação do sistema, reduzindo os riscos da ocorrência de pragas e

doenças e de degradação das pastagens; melhor proteção do solo e reciclagem dos nutrientes;

aumento da produção de forragem; maior valor nutritivo, quando comparadas com as

gramíneas tropicais geralmente utilizadas; redução de custos, pela substituição de fertilizantes

nitrogenados, além do aumento na rentabilidade e competitividade da pecuária (VALENTIM,

2005).

Trabalhos recentes de associação de gramíneas e leguminosas em pastagem

demonstram a viabilidade produtiva desse consórcio. Em trabalho feito com novilhas de corte

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em pastejo contínuo (BARBERO et al, 2009), avaliando a pastagem de Coastcross (C) em

mistura com amendoim forrageiro (A) e diferentes níveis de adubação nitrogenada (C + A +

200 kg de N/ha; C + A + 100 kg de N/ha; C + A e C + 200 kg/N/ha) encontraram valores de

massa de forragem total de 18,1, 15,6, 13,1 e 18,4 t. de MS/ha/ano, respectivamente; para o

consórcio sem adubação nitrogenada a produção foi de 13,1 t. de MS/ha/ano. Observações

como estas permitiram concluir que o uso de adubação nitrogenada de forma moderada em

plantas em consórcio propicia aumento nas produções de massa de forragem; Evidenciou-se

ainda que, a disponibilidade de massa da leguminosa é mais elevada em pastagem em que não

se utilizou adubação nitrogenada; Na pesquisa constatou-se também que o uso da leguminosa

implica em um aumento na produtividade de forragem. Noutro estudo feito em pastagem de

Capim-Estrela (Cynodon nlemfuensis) em cultivo exclusivo e em consórcio com amendoim

forrageiro (Arachis pintoi CIAT 17434) utilizando vacas leiteiras mestiças (Jersey X Crioulo

Leiteiro Centroamericano) sem suplementação, GONZALEZ (1996) observou incremento na

produção de leite por área de até 14,3% para o consórcio, em razão de maior disponibilidade

de massa de forragem, diversidade de espécies e melhoria da qualidade do pasto.

Pesquisas conduzidas com Coastcross apontam que essa forrageira apresenta elevada

produtividade sob condições de pastejo, além de apresentar grande flexibilidade de uso,

especialmente para feno. Resultados de sua utilização sob consórcio com leguminosas

forrageiras ainda são incipientes e pouco consistentes, notadamente sobre a persistência de

plantas associadas, em longo prazo.

2.2 Amendoim forrageiro

O Arachis pintoi é uma leguminosa da família Fabaceae, subfamília Papilionoideae,

nativa da Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e principalmente do Brasil (RINCÓN et al.,

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1992; MONTENEGRO & PINZÓN, 1997). Em meados de 1930 foram feitas coletas de

Arachis e, posteriormente, em 1954 o Professor Geraldo C. Pinto coletou na localidade Boca

do Córrego, município de Belmonte, no estado da Bahia, um único acesso do gênero Arachis.

Em homenagem ao professor a espécie foi denominada de Arachis pintoi.

O Arachis é uma planta herbácea, perene de trópico e sub-trópico úmido, alcançando

de 20 a 50 cm de altura, de crescimento rasteiro e estolonífero. Geralmente, lança densas

quantidades de estolões ramificados que se enraízam até 1,50 m horizontalmente. Em

condições de sombreamento ou em determinada fase do crescimento quando atinge o índice

de área foliar crítico apresenta crescimento mais vertical com maior alongamento do caule e

menor densidade de folhas (LIMA et al., 2003).

Apresenta raiz pivotante, a qual determina a capacidade da planta extrair água das

camadas mais profundas em condições menos favoráveis. As folhas são alternadas, compostas

por quatro folíolos, variando da cor verde clara à escura (LIMA et al., 2003; MONTENEGRO

& PINZÓN, 1997); pode ser estabelecida e utilizada sob condições de clima tropical ou

subtropical, com precipitação anual superior a 1500 mm e secas com tempo de duração menor

que quatro meses (RINCÓN et al., 1992); cresce bem desde o nível do mar até 1800 m de

altitude (MONTENEGRO & PINZÓN, 1997; RINCÓN et al., 1992); a temperatura ideal para

o crescimento varia de 25 a 30ºC, paralisando o crescimento em temperaturas abaixo de 10°C.

Para o amendoim forrageiro, os solos ideais são de textura franca, de média fertilidade,

com matéria orgânica igual ou superior a 3%, bem drenado, ph entre 6,0 e 6,5, tolerando

condições de má drenagem e encharcamento temporário. Adapta-se a solos pobres em

nutrientes, deficientes em fósforo, potássio, cálcio e magnésio, ácidos (ph 5,0) e à alta

toxidade de alumínio (75%), fato que tem maior influência durante o desenvolvimento inicial

no estabelecimento (RINCÓN et al., 1992).

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O amendoim pode ser propagado de duas maneiras, de forma sexuada e assexuada. A

propagação sexuada é realizada usando-se sementes maduras, estágio alcançado entre 15 e 18

meses após plantio (NASCIMENTO, 2006). Deve-se destacar a dificuldade na coleta das

sementes localizadas abaixo da superfície do solo, implicando em elevados custos

operacionais, onerando o preço da semente no mercado. Na propagação assexuada (material

vegetativo) podem ser utilizados segmentos de estolões, obtidos usando-se mudas com 3 a 5

nós (PEREZ, 1999; VALENTIM et al., 2001), ou mudas preparadas transplantadas à campo

com 30 a 35 dias de idade (MONTENEGRO & PINZÓN, 1997).

Na implantação, normalmente, são usados os seguintes espaçamentos: 0,50 m e 0,25 m

entre linhas e plantas, respectivamente. Para cobertura em menor tempo, o espaçamento entre

linhas pode ser reduzido para 0,25 m (RINCÓN et al., 1992), ou os estolões segmentados

podem ser plantados em covas de 10 cm de profundidade e 20 cm de largura, desde que sejam

utilizados seis propágulos com três estolões em cada lado da cova (VALENTIM et al., 2001).

A espécie apresenta sensibilidade à deficiência de água, devendo o plantio ser

realizado em dias amenos. Na ausência de chuvas, a manutenção da umidade do solo pode ser

feita com irrigação até o perfeito enraizamento das mudas ou emergência de plântulas

(VALLES et al., 1996). Após o crescimento inicial, nas raízes que emergem dos estolões

ocorre grande capacidade de nodulação, em torno de 200 nódulos por planta, fato que

favorece a capacidade de fixação de nitrogênio por ação natural da espécie (SIMPSON et al.,

1994). A capacidade de fixação de nitrogênio aos 152 dias pós-plantio é de 27 kg/ha, sendo

similar ou superior a espécie Stylosanthes (THOMAS, 1994).

Pelas características de crescimento e comportamento inicial, a espécie pode ser

utilizada em sistemas de pastejo consorciado com gramíneas ou em monocultivo como banco

de proteína ou para produção de feno. Essa leguminosa tem sido recomendada como

forrageira em pastagens consorciadas com gramíneas (OTERO, 1941, LASCANO, 1994).

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Quanto à produtividade de forragem, ANDRADE & VALEMTIM (1999) afirmam que

esta leguminosa possui boa capacidade de produção, mesmo em condições elevadas de

sombreamento. Segundo estes autores, áreas de amendoim forrageiro, sombreadas entre 50 e

70%, demonstram melhor distribuição sazonal de produção de biomassa aérea, sendo este um

fator de grande importância, para maior estabilidade da produção de forragem durante o ano.

ARGEL (1994) observou que Arachis pintoi Ciat 18744 produziu 2,1 t/MS/ha, 16 semanas

após o plantio, enquanto VALEMTIM et al., (2001), nas condições ambientais de Rio Branco

(AC), observaram que, 17 semanas após o plantio, a cultivar Belmonte produziu 2,37 t de

MS/ha, apresentando uma taxa de acúmulo de 20 kg de MS/ha/dia. No Estado do Acre, o

acesso de amendoim BRA – 031143 apresentou produtividade média anual de 18 t/ha de MS

(VALENTIM, 1997). Pastagens puras de amendoim forrageiro BRA-031143 produziram até

30 t de MS/ha/ano quando manejados de forma intensiva, com altura de corte entre cinco e 10

cm e intervalo de rebrote de 14 a 21 dias (WENDLING et al., 1999).

De acordo com ESPÍNDOLA (2001), 91% do nitrogênio presente no tecido vegetal do

amendoim forrageiro sob cultivo singular, foi obtido pela fixação biológica de nitrogênio

(FBN) e quando esta leguminosa encontrava-se consorciada com bananeiras, a FBN alcançou

61%. PERIN et al. (2003) estimaram que o aporte de N do amendoim forrageiro em cultivo

exclusivo, via FBN, varia de 350 a 520 kg/ha, demonstrando o potencial de autossuficiência

em N no ambiente em que se encontra inserido.

2.3 Ervilhaca

As espécies do gênero Vícia são plantas herbáceas, trepadeiras, anuais ou perenes. São

comumente conhecidas em nosso País como ervilhacas ou vicas e são normalmente cultivadas

em regiões de clima temperado ou subtropical. Costumeiramente usada no inverno sob pastejo

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quando em associação com alguma gramínea e em pastejo horário quando seu cultivo é

exclusivo. Ainda é utilizada para adubação verde para culturas subsequentes.

Seu período de semeadura ideal na região Sul do País é entre abril e maio e produz

massa para pastejo e/ou cobertura de solo entre os meses de junho e agosto. A floração ocorre

cerca de 100 dias após o plantio. Espécies de ervilhaca são ocasionalmente plantadas como

cultivo singular para a proteção e adubação verde do solo, mas, na maioria das vezes, são

consorciadas com gramíneas de ciclo hibernal (BASTOS & MIOTTO 1996). É a leguminosa

forrageira anual de inverno mais cultivada no Sul do Brasil para cobertura de solo e onde

encontra ampla adaptação e proporciona considerável cobertura de solo (FONTANELI et al.,

2009).

A semeadura poderá ser efetuada a lanço ou em linhas, normalmente espaçadas em 20

cm. A profundidade de semeadura deverá ser de 3 a 5 cm. A densidade de semeadura a ser

usada varia de 40 a 60 kg/ha. Quando consorciada, podem ser usados 40 kg/ha de semente. O

peso de 1000 sementes varia de 30 a 57 g. Como leguminosa, indica-se proceder à inoculação

com inoculante específico (SANTOS et al., 2009).

A ervilhaca comum desenvolve-se em solos cultivados, com bons teores de cálcio,

fósforo e sem problemas de acidez. No Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná é utilizada

como forragem em pastejo direto ou na forma de feno, produzindo forragem de elevado teor

protéico e de boa palatabilidade. Alguns estudos, porém, têm associado algumas doenças em

bovinos com o consumo da ervilhaca, como é o caso da Doença Granulomatosa Sistêmica que

está mais associada ao consumo de ervilhaca peluda (Vicia villosa Roth).

A ervilhaca pode produzir até 6 t de MS/ha (FONTANELLI et al., 2009) e fixa

aproximadamente 140 kg de N/ha (AITA et al., 2001). HEINRICHS et al. (2001) avaliando

pastagem de ervilhaca e aveia na razão de 50/50, verificaram uma produção de 4710

kg/MS/ha, aproximadamente, com a relação de carbono/nitrogênio de 24,0; Também

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concluíram que, aumentando a participação da aveia na consorciação, houve um incremento

na relação C/N da fitomassa e um aumento na persistência dos resíduos culturais sobre o solo

e uma diminuição no fornecimento de N para a cultura subsequente.

A ervilhaca é considerada uma das melhores leguminosas para fixação de nitrogênio

podendo fixar mais de 200 kg de N/ha, mas a média conhecida está ao redor de 100 kg N/ha

(SULLIVAN, 2003; CUTLER et al., 2003). Também BARMAN et al., (1998) apontam que a

ervilhaca pode fixar entre 100 e 200 kg de N/ha

com uma produção de matéria seca de 2,5 a

5,0 t/ha. SULLIVAN et al. (2003) destacam que a ervilhaca acumula 150 kg de N/ha

para uma

produção de MS de 3,5 t/ha.

2.4 Gênero Cynodon em consórcio

As gramíneas do gênero Cynodon vêm se destacando por suas características

nutricionais e de produtividade (VILELA et al., 2006), além da adaptabilidade a algumas

condições ambientais e de flexibilidade de uso (CARNEVALLI et al., 2001). Por outro lado, o

crescimento e a persistência das gramíneas são frequentemente limitados pela deficiência de

nitrogênio no solo e pela estacionalidade da produção na estação fria. Sendo assim, o

consórcio com espécies dessa estação pode se constituir em estratégia de alimentação

importante para equilibrar a oferta e a qualidade de forragem, uma vez que elas apresentam

alto valor nutritivo e picos de produção em épocas distintas (GERDES et al., 2005). Pastagens

com a presença de leguminosas geralmente proporcionam maiores níveis de proteína bruta e

digestibilidade, incorporando também o nitrogênio atmosférico ao sistema pastoril,

aumentando o potencial produtivo e reduzindo os custos de produção (MACHADO et al.,

2005).

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O uso de pastagens constituídas por espécies forrageiras de diferentes ciclos

produtivos contribui para equilibrar e estender a produção de forragem no decorrer do ano,

quando comparado ao cultivo singular (STEINWANDTER et al., 2009). No estabelecimento

de sistemas forrageiros em consórcio, busca-se aumentar a proporção de leguminosas ao

longo dos ciclos, porém, isto raramente é verificado. Nesse aspecto, observa-se no trabalho de

SANTANA et al., (1998), que, ao trabalharem com Brachiaria dictyoneura consorciada com

Arachis pintoi, observaram aumento médio na participação da leguminosa de 8 para 13% após

um período de 1190 dias de pastejo. Também OLIVEIRA (2004) revelou que os valores de

Arachis pintoi na pastagem consorciada com Coastcross-1 não ultrapassaram 5% no primeiro

ano agrícola, sendo que, dois anos após, a participação foi de 10% da matéria seca total da

pastagem, demonstrando sua capacidade de consorciação com gramíneas do gênero Cynodon.

Segundo MERTENS (1994), o conhecimento do valor nutritivo de pastos de gramíneas

consorciadas com leguminosas e adubadas com nitrogênio é fundamental para a

caracterização da espécie de forragem ofertada, podendo, assim, estabelecer sua relação com o

consumo e o desempenho animal. LENZI et al., (2009) estudando o consórcio entre

Coastcross-1 e amendoim forrageiro sob níveis de adubação nitrogenada em Paranavaí – PR,

verificaram teores de FDN de 45 %, abaixo dos encontrados por CARULLA et al., (1991) na

Colômbia, que verificaram nas folhas de Arachis pintoi valores de 50% de FDN. Os valores

encontrados no Paraná devem-se, provavelmente, à arquitetura da planta, que foi manejada em

um porte baixo. No entanto, existem poucos trabalhos que demonstram os benefícios que

ocorrem em um sistema de consórcio entre gramíneas e leguminosas e baixos níveis de

adubação nitrogenada submetido à condição de pastejo. Também há poucas referências sobre

a persistência das leguminosas nos sistemas forrageiros constituídos.

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CAPÍTULO 3 – PASTAGENS DE CAPIM COASTCROSS-1

CONSORCIADA COM LEGUMINOSAS SOB PASTEJO

Resumo – Objetivou-se com essa pesquisa foi avaliar três sistemas forrageiros constituídos

por Coastcross-1 (CC) + 200 kg de N/ha; CC + 100 kg de N/ha e ervilhaca comum; CC + 100

kg de N /ha + amendoim forrageiro. O experimento foi realizado entre maio de 2011 e maio

de 2012. Para avaliação foram utilizadas vacas em lactação da raça Holandesa, que receberam

individualmente 4 kg/dia de concentrado. O valor real médio de oferta de forragem foi de 7,2

kg de matéria seca/100 kg de peso vivo. Foram avaliadas a massa de forragem, a composição

botânica e estrutural, taxa de acúmulo diário de matéria seca, a produção de forragem e o

desaparecimento de massa de forragem e a taxa de lotação. Durante o período experimental

(365 dias) foram realizados nove ciclos de pastejo. O valor médio da produção de forragem e

a taxa de lotação foram de 21,05; 21,8 e 16,1 t/ha; 5,1; 5,3 e 4,5 unidades animais/ha/dia para

os respectivos sistemas forrageiros. Resultados superiores foram encontrados nos sistemas

forrageiros constituídos por CC+ 100 kg de N/ha + ervilhaca comum e CC + 200 kg de N/ha.

Palavras-chave: Capim bermuda, amendoim forrageiro, ervilhaca comum, vacas em lactação,

sistemas forrageiros.

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Coastcross-1 pastures mixed with forage legume under grazing

Abstract - The objective of this research was to evaluate of three pasture-based systems with

bermudagrass (BG) + 200 kg of N/ha; BG + 100 kg of N/ha and common vetch; BG + 100 kg

of N/ha + forage peanut. The experiment was carried out from May 2011 to may 2012.

Holstein cows receiving 4 kg-daily complementary concentrate feed were used in the

evaluation. The actual mean value of forage on offer was 7.2 kg of dry matter/100 kg live

weight. Herbage mass, botanical and structural composition, daily dry matter accumulation

rate, forage production, disappearance of forage mass and stocking rate were evaluated. Nine

grazing cycles were performed during the experimental period (365 days). The mean value of

forage production and stocking rate were 21.05; 21.8 and 16.1 t/ha; 5.1; 5.3 and 4.5 animal

units/ha/day for respective pasture systems. Superior result were found on BG + 100 kg of

N/ha + common vetch and BG + 200 kg of N/ha pasture systems.

Key words: bermudagrass, forage peanut, common vetch, lactating cows, pasture systems

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Introdução

Na maioria das propriedades rurais as pastagens são a base da produção leiteira.

Dentre elas destacam-se as forrageiras do gênero Cynodon, como Tifton 85, Tifton 68 e

Coastcross. O aumento no uso dessas forrageiras deve-se, notadamente, a flexibilidade de uso,

especialmente para pastejo e feno. São forrageiras que apresentam elevado potencial de

produção de forragem, sendo cultivadas normalmente de forma singular, demandando

consequentemente, níveis elevados de fertilizantes. Nesta sistemática, os custos de produção

são elevados, sendo significativos casos em que ocorrem degradações desses pastos. Nesse

contexto, a inclusão de leguminosas nos sistemas produtivos poderia agregar valor no

resultado final da produção. A presença das leguminosas nas pastagens pode contribuir para

manter o balanço positivo de nitrogênio ao sistema, por meio da fixação biológica do N, e

para aumentar a qualidade da palha, favorecendo os processos de mineralização

(CANTARUTTI, 1996). Ainda, contribui na melhoria da dieta dos animais e diminui custos

com a adubação nitrogenada (CARVALHO e PIRES, 2008).

Embora esse desempenho, pela associação entre as gramíneas e leguminosas, poucas

são as propriedades que utilizam esses consórcios. Isso se deve principalmente às diferenças

que existem entre elas, com destaque para o estabelecimento, que é mais lento das

leguminosas e pelas diferenças no manejo a ser utilizado em pastejo. Dentre as leguminosas,

destacam-se a ervilhaca (Vicia sativa L., cv. Comum), utilizada especialmente como adubação

verde ou em pastejo em consórcio com gramíneas anuais de ciclo hibernal. Sua introdução em

pastagens de capim bermuda pode se constituir em estratégia importante, considerando que

apresentam ciclos de produção distintos. Outra leguminosa importante é o amendoim

forrageiro (Arachis pintoi Krap. & Greg., cv. amarillo), notadamente por ser uma forrageira

perene que apresenta elevada capacidade de fixação biológica de N e de produção de

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forragem, com boa distribuição sazonal. Embora o potencial dessas leguminosas, há poucos

estudos sobre o consórcio delas com espécies do gênero Cynodon. Assim, o objetivo dessa

pesquisa foi avaliar a sobressemeadura da ervilhaca e a implantação do amendoim forrageiro

em pastagens de capim bermuda, cv. Coastcross-1 quanto à produção e as características da

forragem e a carga animal suportada pelos pastos.

Material e Métodos

A pesquisa foi conduzida em área do Laboratório de Bovinocultura de Leite,

pertencente ao Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria (RS),

situada na Depressão Central do Rio Grande do Sul, de maio de 2011 a maio de 2012. O solo

é classificado como argissolo vermelho distrófico arênico e, conforme os resultados da análise

de solo, obteve-se os seguintes valores médios: pH-H2O=5,4; índice SMP=5,9; argila=20%;

P=16,32mg/dm3; K=102 mg/dm

3; MO=2,65%; Al=0,4cmolc/dm

3; Ca=4,9cmolc/dm

3;

Mg=2,2cmolc/dm3; saturação de bases=58,6% e saturação por Al=5,6%. O clima da região é o

subtropical úmido (Cfa), conforme classificação de Koppen (MORENO, 1961). Os dados

meteorológicos foram obtidos na Estação Metereológica da UFSM, situada a 500 m do local

do experimento.

Os valores de temperatura média mensal, precipitação pluviométrica, insolação e

umidade relativa do ar referente ao período experimental, de maio de 2011 a maio de 2012,

foram de 19ºC, 114 mm/mês, 205h e 76%, respectivamente. As médias das normais

climatológicas para o respectivo período foram de 17ºC, 108 mm/mês, 187h e 76%. Destaca-

se que nos meses de setembro e novembro de 2011 e janeiro de 2012 a precipitação ficou

abaixo do esperado, sendo 56, 51 e 37%, havendo, no entanto, um acréscimo de horas de

insolação de 25, 15 e 22%, respectivamente, quando comparado às normais climatológicas.

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Para avaliação experimental foi utilizada uma área de 5246 m2 subdividida em seis

piquetes. Os tratamentos foram constituídos pelos seguintes sistemas forrageiros: capim

bermuda (Cynodon dactylon L. Pers.), cv. Coastcross-1 + 200 kg de N/ha; Coastcross-1 + 100

kg de N/ha + ervilhaca (Vicia sativa L. cv. Comum) e Coastcross-1 + 100 kg de N/ha +

amendoim forrageiro estolonífero (Arachis pintoi Krap. & Greg. cv. Amarillo). O capim

bermuda já havia sido implantado manualmente, utilizando-se mudas provenientes da

subdivisão de touceiras. Em dois piquetes, realizou-se no dia 18 de maio, a semeadura da

ervilhaca sobre a Coastcross-1, mediante plantio direto, com densidade de semeadura de 45 kg

ha, com espaçamento de 34 cm entre linhas. Em outros dois piquetes replantou-se em

setembro 2011, o amendoim forrageiro de forma manual, em locais em que o mesmo tinha

pouca participação, com cerca de quatro mudas enraizadas/m2, plantadas em covas de 10 cm

de profundidade, aproximadamente. A introdução do amendoim foi realizada no ano anterior.

Em toda a área permitiu-se o desenvolvimento do azevém de ressemeadura natural. Fez-se a

correção do solo e a adubação com 94 e 35 Kg/ha de P2O5 e K2O, respectivamente. Para a

adubação nitrogenada, foram realizadas quatro aplicações usando-se ureia, após o 1º, 3º, 4º e

5º pastejo. No dia 08 de novembro de 2011, após o segundo pastejo, foi realizada roçada da

área experimental. Após a realização do 4º pastejo foi observada a presença da cigarrinha das

pastagens (Deois sp.). Para o seu controle foi aplicado um produto biológico (METARRIL

®). Na realização do pastejo seguinte verificou-se baixa infestação, indicando a eficácia do

produto no controle da cigarrinha.

O critério adotado para o início da utilização dos pastos em 11 de setembro foi a

ervilhaca com 30 cm de altura; para os demais foi a altura do azevém (aproximadamente 25

cm); a partir do terceiro pastejo, efetuado em dezembro o critério foi a altura da Coastcross-1,

próxima a 25 cm. O método de pastejo foi o rotacionado, com um dia de ocupação. A oferta de

forragem foi 6 kg de MS para cada 100 kg de peso vivo no período hibernal (caracterizado pela

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presença do azevém) e de 8% no período estival. O último pastejo foi realizado em 22 de maio de

2012. Como animais experimentais foram utilizadas vacas em lactação da raça Holandesa,

com peso médio de 562 kg e produção média de 18,5 kg de leite/dia. Após as ordenhas, as

vacas receberam complementação alimentar, correspondente a 0,9% do peso corporal, a base

de farelo de milho e soja e premix mineral, tendo a disposição sal mineralizado e água.

Antecedendo a entrada dos animais, foi estimada a massa de forragem, mediante

técnica com dupla amostragem (WILM et al., 1944), efetuando-se cinco cortes feitos rente ao

solo e 20 estimativas visuais, sendo repetida após a retirada dos animais dos piquetes para

estimar a massa de forragem residual. A forragem das amostras cortadas foi pesada, sendo

retirada uma subamostra para determinação das composições botânica e estrutural (para o

Coastcross-1 e o azevém). Estes componentes foram secos em estufa de ar forçado a 55ºC até

peso constante para determinação dos teores de matéria parcialmente seca, calculando-se a

seguir, a massa de cada componente.

A taxa de acúmulo diário foi determinada dividindo-se o acúmulo de forragem pelo

número de dias entre um pastejo e outro. A produção de forragem foi calculada somando-se o

acúmulo de forragem de cada ciclo de pastejo. O acúmulo de forragem do plantio da ervilhaca

até o primeiro pastejo menos o resíduo, foi considerado a massa de forragem desse pastejo. A

massa de forragem desaparecida (consumo aparente) foi calculada subtraindo-se as massas de

forragem de pré e pós pastejo, dividindo o resultado pela carga animal instantânea (BURNS et

al, 1994). Para o cálculo da taxa de lotação dividiu-se o valor da carga animal instantânea pelo

número de dias do ciclo do pastejo.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com três

tratamentos (sistemas forrageiros), duas repetições (piquetes) e parcelas subdividas no tempo

(ciclos de pastejo). Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias

comparadas entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 10% de probabilidade do erro (GOMES,

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2004). Foi utilizado o seguinte modelo estatístico: Yijk = m + Ti + εijk, em que: Yijk

representa as variáveis dependentes; m é a média de todas as observações; Ti é o efeito dos

tratamentos; j é o índice das repetições; k é o índice dos ciclos de pastejos; εijk é o efeito

residual.

Resultados e Discussão

Durante o período experimental, considerado da semeadura da ervilhaca ao último dia

de pastejo (22/05/12), correspondendo a 365 dias, foram realizados nove ciclos de pastejo.

Dois conduzidos no período hibernal, tendo como base o azevém (até 24 de outubro) e sete no

período estival. O tempo médio dos ciclos de pastejo foi de 29 dias, sendo mais curtos no

período hibernal e mais longos no período estival, em parte devido ao déficit hídrico ocorrido.

Ciclos com períodos curtos de ocupação, até três dias, e tempo de descanso de 30 dias estão

associados à melhor qualidade da forragem e ao desempenho animal se comparados com

ciclos de pastejo de 45 dias (DERESZ et al., 2001).

Para a massa de forragem de pré-pastejo no período hibernal, em setembro e outubro

(Tabela 1), verificou-se melhor resultado para o consórcio envolvendo ervilhaca. No primeiro

pastejo, o valor de massa é elevado e superior (P≤0,10) aos demais sistemas forrageiros,

condição essa esperada, considerando o ápice dessa forrageira nessa época, sendo confirmada

pela participação próxima a 50% na composição do pasto. No pastejo seguinte, efetuado em

outubro, caracterizado pela presença do azevém, os valores do consórcio com ervilhaca

mantiveram-se elevados, sendo similares ao sistema forrageiro sem leguminosa em que foi

utilizado o dobro de adubação nitrogenada. Destaca-se também que, nos pastejos iniciais,

efetuados em setembro e outubro, a elevada participação da ervilhaca interferiu na gramínea

acompanhante que apresentou menor (P≤0,10) desenvolvimento, como se observa no pastejo

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efetuado em outubro, esse comportamento influenciou elevando a participação de espécies de

crescimento espontâneo, representadas especialmente por papuã (Urochloa plantaginea),

Paspalum conjugatum e guanxuma (Sida santaremnensis), condição confirmada pela

predominância de resultados dessa fração e pela média dos pastejos em cada ciclo.

Já no pastejo efetuado em dezembro, houve similaridade para os valores de massa de

forragem pré-pastejo, tanto para a Coastcross-1, quanto para o azevém. Parte desse resultado

também deveu-se a roçada efetuada após o segundo pastejo, utilizado para uniformizar os

pastos, rebaixar a altura do dossel da massa de forragem residual e reduzir áreas de exclusão

devido às dejeções dos animais.

Nos pastejos efetuados no período estival (envolvendo o verão e parte do outono), de

acordo com a predominância dos resultados, os maiores valores de massa de forragem foram

obtidos no sistema sem leguminosa. A similaridade de resultados em quatro dos sete pastejos

entre esse sistema e o do consórcio com ervilhaca aponta que houve efeito residual da

leguminosa à gramínea acompanhante e às espécies de crescimento espontâneo. Também

PARIS et al., (2009), em trabalho conduzido com Coastcross e amendoim forrageiro com

diferentes doses de nitrogênio, verificaram que houve contribuição da leguminosa à gramínea

acompanhante.

Para o consórcio envolvendo amendoim forrageiro, os valores de massa de forragem

de pré-pastejo foram mais baixos, considerando a totalidade dos pastejos. Os valores elevados

no período hibernal devem-se à contribuição do azevém, tendo sido estimulado seu

crescimento pelo revolvimento de parte da área no plantio do amendoim forrageiro. De

maneira geral, a participação dessa leguminosa manteve-se baixa, mesmo fazendo-se o

replantio com mudas completas e bem enraizadas. Esse resultado demonstrou que a

introdução dessa leguminosa não foi viável, segundo o manejo adotado, havendo competição

com o azevém, inicialmente, e a seguir, de forma mais intensa, da Coastcross-1.

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Para a fração material morto houve similaridade entre os pastos, sendo elevado no

último pastejo, devido a maior taxa de senescência (BORTOLO et al., 2001), às perdas

ocasionadas pelo pisoteio, menor temperatura ambiental e fotoperíodo mais curto.

Para os valores de pós-pastejo (Tabela 2), observa-se, como esperado, que a

participação de colmo mais bainha de Coastcross-1 é elevada. Para lâmina foliar, o valor

manteve-se próximo a 25%, condição considerada adequada para essa forrageira quando

submetida ao pastejo rotacionado (BORTOLO et. al., 2001). Valor médio similar também foi

verificado para o azevém nos pastejos efetuados entre setembro e outubro. Quanto ao resíduo

das leguminosas, observa-se que o valor foi menor para a ervilhaca, indicando que o consumo

foi elevado. Para o amendoim forrageiro, em função de seu baixo desenvolvimento no

consórcio, houve dificuldades para avaliação com a metodologia adotada. Para a fração outras

plantas, os valores percentuais se mantêm similares aos de pré-pastejo, indicando que foram

consumidas, guardando relação com a Coastcross-1. Quanto à fração material morto, os

valores são maiores nos pastejos iniciais, constituída basicamente por material senescente de

Coastcross-1, devido a ação do frio e das geadas e, no final dos pastejos, especialmente na

avaliação efetuada em maio, devido, em parte, às perdas ocasionadas pelo pisoteio.

Com relação à massa de forragem desaparecida (Tabela 3), os valores dos pastejos

iniciais, conduzidos em setembro e outubro, foram maiores devido à presença do azevém

(como componente principal dos pastos) e da ervilhaca no respectivo consórcio. Esse

resultado está associado ao melhor valor nutritivo das espécies de ciclo hibernal que é

superior em relação às de ciclo estival (OLIVO et al., 2007). Para os pastejos conduzidos no

período estival, tendo como base a Coastcross-1, os valores de massa de forragem

desaparecida são baixos, sendo que esse resultado está associado à oferta utilizada, às

condições de deficiência hídrica que contribuíram para o acúmulo de material morto e das

áreas de exclusão devido ao grande número de placas de fezes. O valor médio verificado da

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taxa de desaparecimento de forragem, próximo a 35%, indica que a eficiência de pastejo foi

baixa, pois a maximização do rendimento da forragem colhida por área não foi atingida

condição essa que ocorre quando a eficiência de pastejo for de 50%, aproximadamente

(PARSONS e CHAPMAN, 2000). Por outra parte, o resultado obtido demonstra que não

houve limitação do consumo, condição essa que normalmente ocorre quando a eficiência de

pastejo ultrapassa a taxa de 50% (DELAGARDE et al., 2001).

Avaliando-se a taxa de acúmulo diário de MS (Tabela 4), observa-se que os valores

são baixos nos pastejos iniciais, devido, em parte, às temperaturas amenas verificadas,

implicando em baixo desenvolvimento da Coastcross-1 e também devido às condições de

desenvolvimento do azevém (de ressemeadura natural). Nos demais pastejos os valores são

maiores, com melhor desempenho para o consórcio com ervilhaca e para o sistema sem

leguminosa. Esses resultados devem-se à resposta da Coastcross-1 à adubação (VILELA et

al., 2006) e à introdução da leguminosa (ervilhaca), consequentemente, contribuindo com a

gramínea acompanhante. Valores estes que foram superiores aos obtidos por BARBERO et al.

(2009), avaliando o consórcio Coastcross-1 com amendoim forrageiro, com diferentes níveis

de N (100 e 200 kg/ha), verificaram taxas de 43 e 50 kg de MS/ha/dia, respectivamente.

Quanto à produção de forragem houve similaridade entre o consórcio com ervilhaca e

o pasto sem leguminosa, sendo superiores (P≤0,10) ao consórcio com amendoim forrageiro.

As produções obtidas são similares às verificadas por BARBERO et al. (2009) e superiores as

verificadas por BORTOLO et al. (2001).

Os valores de oferta de forragem real apontam que houve similaridade na aplicação do

manejo entre os sistemas. Para a carga animal instantânea e taxa de lotação, os maiores

valores (P≤0,10) verificados no consórcio com ervilhaca devem-se à produção de forragem

dessa leguminosa (Tabela 4); para as taxas obtidas nos pastejos conduzidos no verão os

valores são considerados baixos para Coastcross-1, devido, em parte, às condições de

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deficiência hídrica verificadas no período e a alta oferta utilizada. MILERA et al. (1986)

trabalhando com vacas mestiças Holandesa x Zebu (sem fornecimento de concentrado) em

pastagem de Coastcross verificaram lotação animal de 3,5 vacas/ha (com produção de 10,4 kg

de leite/vaca/dia). Já VILELA et al. (2006) fornecendo 3 kg de concentrado, verificaram taxa

de lotação de 5 vaca/ha/dia, em pastagem de Coastcross irrigada e fertilizada (com produção

de 15,5 kg de leite/vaca/dia). ALVIM et al. (1999) fornecendo 6 kg de concentrado/dia para

vacas da raça Holandesa em pastagem de Coastcross observaram taxa de lotação de 5

vacas/ha durante o verão (com produção de 18,5 kg de leite/vaca/dia). Considerando-se os

resultados de cada pastejo, verificou-se superioridade do consórcio com ervilhaca e do sistema

sem leguminosa em que se usou o dobro da adubação nitrogenada

Conclusões

Considerando as variáveis de massa de forragem e a taxa de lotação, o consórcio

constituído por Coastcross-1 + 100 kg de N/ha + ervilhaca forrageira apresentou resultado

similar ao sistema sem leguminosa em que se usou 200 kg de N/ha.

A elevada participação da ervilhaca na pastagem implicou em atraso no

desenvolvimento da Coastcross-1, oportunizando maior participação de espécies de

crescimento espontâneo.

A introdução do amendoim forrageiro em áreas já estabelecidas de Coastcross-1 não

apresentou resultado favorável, implicando em baixo desenvolvimento da leguminosa.

A introdução das leguminosas nos distintos consórcios e o maior nível de adubação

nitrogenada na pastagem sem leguminosa não implicou em mudanças substanciais na

composição estrutural da Coastcross-1.

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TABELA 1 – Altura do pasto, massa de forragem de pré-pastejo e composições botânica e estrutural de diferentes sistemas

forrageiros (SF), constituídos por Coastcross-1 (CC) e 200 kg de N/ha/ano (SF1); CC, ervilhaca forrageira e

100 kg de N/ha/ano (SF2); CC, amendoim forrageiro e 100 kg de N/ha/ano (SF3). Santa Maria, RS,

2011/2012

Variável SF Pastejos

1

Média CV Set Out Dez Jan Fev Mar

2 Mar

2 Abr Mai

Altura do pasto no pré-pastejo (cm) %

1 1 48,30b 63,10a 18,30a 24,30a 33,70a 39,10a 31,00b 34,50a 25,60a 35,32

9,54 2 57,75a 57,40b 20,30a 22,20a 34,30a 37,40ab 36,70ab 32,40b 23,60a 35,78

3 41,45b 55,60b 20,00a 22,80a 31,50a 35,30b 41,00a 32,90ab 24,50a 33,89

Massa de forragem de pré-pastejo (Kg de MS/ha)

1 5967b 5253a 2823a 4105a 4605a 5253a 5302a 6979a 6492a 4973

3,63 2 10286a 4998a 2962a 3662b 4572a 5420a 5376a 5748b 5160c 5105

3 5024b 4327b 2936a 3301c 3742b 4565b 5360a 5604b 5771b 4360

Composições botânica e estrutural (%)

CC

1 5,52c 15,85a 59,17a 69,62a 63,58ab 67,49a 62,71a 58,30a 45.75a 49,77

18,84 2 7,37b 10,36b 64,38a 53,65b 69,11a 54,07b 44,34b 49,94b 42.03a 43,92

3 12,44a 16,15a 56,99a 64,51a 57,31b 71,30a 67,10a 59,72a 44,43a 49,99

- CClam

1 10,53b 45,54a 53,31a 35,02b 43,63a 39,74a 35,66a 34,18a 32,15a 36,64

10,54 2 10,54b 45,93a 56,68a 35,38b 40,50ab 40,73a 34,18a 29,21b 27,03b 35,57

3 21,55a 47,17a 51,98a 41,64a 37,28b 36,13b 33,24a 34,75a 29,77ab 37,06

- CCcol

1 89,47a 54,47a 46,69a 64,98a 56,37b 60,26b 64,34a 65,83b 67,85b 63,36

4,11 2 89,46a 54,07a 43,32a 64,62a 59,50ab 59,28b 65,83a 70,79a 72,98a 64,43

3 78,45b 52,83a 48,03a 58,36b 62,72a 63,87a 66,76a 65,25b 70,23ab 62,94

AZ

1 72,38a 56,37a 17,57a 48,77

17,24 2 19,35c 43,85c 16,83a 26,68

3 60,98b 53,78b 13,98a 42,91

- AZlam

1 47,79a 20,82a 7,64b 27,03

24,31 2 45,29b 19,65a 11,33a 26,71

3 48,0a 16,99b 4,71b 23,23

- AZcol

1 52,21b 61,21a 37,81a 50,41

5,10 2 54,71a 53,35b 35,99a 48,02

3 52,0b 55,20b 36,10a 47,77

-AZinf

1 - 17,97b 56,46a 37,22

12,64 2 - 26,99a 55,52a 41,26

3 - 27,81a 59,19a 43,50

LEG3 1 - - - - - - - - - -

23,02 2 48,37 17,48 - - - - - - - 32,92

3 0,49 2,73 1,31 - 0,40 2,66 1,16 1,17 1,02 1,39

OUT

1 1,60b 1,37b 7,43a 8,62b 11,26b 11,04b 16,52b 14,56b 12,06ab 9,38

26,42 2 - 2,91a 6,28a 23,19a 10,95b 28,09a 34,80a 26,41a 16,34a 18,62

3 3,41a 3,76a 6,90a 10,12b 24,14a 10,61b 8,70c 13,93b 9,54b 10,12

MM

1 20,50c 26,41a 16,14b 21,77b 25,16a 21,47a 20,76b 27,14a 42,19a 24,62

8,44 2 24,92a 25,40ab 13,05c 23,16ab 19,94b 17,84b 20,87b 23,65a 41,63a 23,39

3 22,93b 23,59b 21,14a 26,07a 18,35b 16,76b 23,03a 25,18a 45,02a 24,67

Médias seguidas por letras distintas, na coluna, diferem entre si (P≤0,10). CV= coeficiente de variação; CClam= lâmina de Coastcross-1;

CCcol= colmo e bainha de Coastcross-1; AZlam= lâmina de azevém; AZcol= colmo e bainha de azevém; AZinf= inflorescência de

azevém; LEG= leguminosas; OUT= outras plantas; MM= material morto; MS= matéria seca. 1- Ciclos de pastejo efetuados no respectivo

mês. 2- Em março foram conduzidos dois ciclos de pastejo. 3- Dados não submetidos à análise estatística.

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TABELA 2 – Altura do pasto, massa de forragem de pós-pastejo e composições botânica e estrutural de diferentes

sistemas forrageiros (SF), constituídos por Coastcross-1 (CC) e 200 kg de N/ha/ano (SF1); CC, ervilhaca

forrageira e 100 kg de N/ha/ano (SF2); CC e amendoim forrageiro e 100kg de N/ha/ano (SF3). Santa Maria,

RS, 2011/2012.

Variável SF Pastejos

1

Média CV Set Out Dez Jan Fev Mar

2 Mar

2 Abr Mai

Altura do pasto no pós-pastejo (cm) %

1 15,65a 17,20b 7.80a 12,25a 19,10b 18,10a 22,50a 19,70b 17,50a 16,64

10,31 2 14,30a 15,80b 8,20a 10,90a 16,40c 19,90a 23,10a 23,20a 16,00b 16,42

3 15,35a 19,90a 8,50a 10,70a 22,90a 18,40a 22,20a 19,80b 17,10a 17,21

Massa de forragem de pós-pastejo (Kg de MS/ha)

1 2403b 2319b 1754a 2417a 3400a 3443a 3536a 4055a 4104a 3038

3,24 2 3203a 2379b 1642b 2297b 2779b 3548a 3633a 3654a 3608b 2960

3 2494b 3026a 1743a 2048c 2303c 3279a 3289a 3851a 3489b 2848

Composições botânica e estrutural (%)

CC

1 16,54a 12,95ab 49,48a 56,10a 64,79b 53,03a 47,20b 44,67a 38,33a 42,56

16,25 2 8,80b 15,24a 37,48b 47,38a 60,56c 37,20b 33,51c 42,59a 33,86b 35,18

3 10,90b 11,46b 50,31a 46,76a 69,30a 56,02a 57,69a 46,19a 29,69c 42,04

- CClam

1 10,36b 29,46ab 47,57a 30,33a 25,36c 19,15a 22,26a 22,15b 19,33a 25,11

9,61 2 10,56b 26,11b 34,56b 25,68a 28,87b 20,79a 22,89a 26,50a 21,74a 24,19

3 27,34a 32,64a 39,11b 32,19a 34,35a 20,42a 21,80a 20,88b 21,86a 27,84

- CCcol

1 89,64a 70,54ab 52,43b 69,67ab 74,64a 80,85a 77,74a 77,85a 80,67a 74,89

2,59 2 89,44a 73,89a 65,44a 74,32a 71,13b 79,21a 77,11a 73,50b 78,26a 75,81

3 72,66b 67,36b 60,89a 67,81b 65,65c 79,58a 78,20a 79,12a 78,14a 72,16

AZ

1 32,82ab 49,47a 6,50a 29,60

29,34 2 26,54b 36,30c 4,00c 22,28

3 38,53a 43,30b 4,62b 28,82

- AZlam

1 35,02b 14,61a 24,82

15,81 2 28,79c 17,01a 22,90

3 44,94a 11,22b 28,08

- AZcol

1 64,98b 77,56a 46,98a 63,17

6,02 2 71,22a 67,64b 42,86a 60,57

3 55,07c 78,11a 43,59a 58,92

-AZinf

1 7,83b 53,02a 30,42

26,92 2 15,34a 57,14a 36,24

3 10,66ab 56,41a 33,54

LEG3

1 - - - - - - - - - -

35,34 2 22,04 4,62 - - - - - - - 13,30

3 0,27 2,62 0,73 - 5,84 1,30 1,05 0,84 0,35 1,13

OUT

1 3,79a 1,0b 7,85ab 7,83b 12,05b 14,83b 15,48b 16,61b 11,75b 10,13

31,42 2 0,32c 3,0a 15,24a 17,41a 15,39a 32,46a 35,90a 29,87a 17.97a 16,82

3 2,50b 2,63a 4,98b 16,16a 12,53b 8,11b 8,50b 11,60b 12,93b 8,88

MM

1 46,85a 36,58b 36,17a 36,08a 23,16ª 32,14a 37,32a 38,72a 49,92b 37,44

7,55 2 42,31b 40,85a 43,28a 35,20a 24,05ª 30,33a 30,60a 27,54b 48,18b 35,82

3 47,79a 40,0a 39,35a 37,08a 15,24b 35,21a 32,76a 41,79a 57,04a 38,47

Médias seguidas por letras distintas, na coluna, diferem entre si (P≤0,10). CV= coeficiente de variação; CClam= lâmina de Coastcross-1;

CCcol= colmo e bainha de Coastcross-1; AZlam= lâmina de azevém; AZcol= colmo e bainha de azevém; AZinf= inflorescência de

azevém; LEG= leguminosas; OUT= outras plantas; MM= material morto; MS= matéria seca. 1- Ciclos de pastejo efetuados no respectivo

mês. 2- Em março foram conduzidos dois ciclos de pastejo. 3- Dados não submetidos à análise estatística.

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TABELA 3 – Massa de forragem desaparecida de diferentes sistemas forrageiros (SF), constituídos por Coastcross-1 (CC),

e 200 kg de N/ha/ano (SF1); CC, ervilhaca forrageira e 100 kg de N/ha/ano (SF2); CC, amendoim forrageiro

e 100 kg de N/ha/ano (SF3). Santa Maria, RS, 2011/2012.

Variável Pastejos

1

SF Set Out Dez Jan Fev Mar2 Mar

2 Abr Mai Média CV

Massa de forragem desaparecida (%) %

1 59,63b 55,73a 37,9b 41,10a 26,08b 34,38a 33,20b 41,98a 36,28ab 36,62

30,39 2 67,6a 52,33b 44,20a 36,93b 38,68a 34,7a 32,50b 36,40ab 29,88b 37,32

3 50,13c 30c 40,53ab 37,98b 38,43a 28,18b 38,70a 30,90b 39,50a 33,43

Espécies e componentes estruturais (%)

CC

1 9,30a 18,21b 73,69a 85,32a 58,03b 86,53a 80,35a 77,46ab 59,99a 60,99

20,25 2 12,58a 6,04c 74,48a 64,82b 83,03a 82,67ab 66,57b 63,30b 60,50a 57,33

3 7,67a 27,30a 66,05a 86,83a 38,20b 81,03b 81,80a 80,62a 69,41a 59,88

- CClam

1 14,98a 56,06a 61,74a 48,72b 55,04a 63,97a 49,24a 43,84ab 46,78a 55,49

13,29 2 13,20a 57,23a 65,49a 48,02a 54,03a 55,38a 45,62a 31,30b 34,49b 44,97

3 18,12a 63,18a 65,96a 47,90a 47,10a 57,12a 46,68a 53,38a 35,23b 48,32

- CCcol

1 85,02a 43,95a 38,26a 51,28a 44,96a 36,03a 50,76a 56,16ab 53,23b 44,52

13,54 2 86,80a 42,77a 34,51a 51,98b 45,97a 44,62a 54,39a 68,70a 65,52a 55,06

3 81,89a 36,82a 34,04a 52,10b 52,90a 42,88a 53,32a 46,43b 64,77a 51,68

AZ

1 81,26a 61,82a 22,26a 55,11

15,85 2 15,28b 50,65b 24,81a 30,91

3 83,89a 69,87a 25,06a 58,77

- AZlam

1 50,58a 24,65a - 37,61

12,04 2 61,27a 21,60b - 41,43

3 49,25a 24,68a - 36,96

- AZcol

1 49,43a 51,19a 35,81a 45,47

7,27 2 38,74a 43,52b 35,18a 39,15

3 50,76a 26,01c 34,58a 37,11

-AZinf

1 - 24,17c 58,78a 41,48

8,39 2 - 34,88b 58,63a 46,75

3 - 49,31a 63,23a 56,27

LEG3

1 - - - - - -

26,41 2 61,55 29,13 - - - 45,34

3 0,22 3,06 2,15 - - 2,99 1,33 3,43 1,99 1,41

OUT

1 1,29b 1,70a 5,93a 9,78ab 11,68b 11,53a 18,18b 11,47b 11,86a 9,27

35,45 2 3,60a 2,83a 2,31a 28,67a 3,74b 17,79a 26,16a 20,44a 13,08a 12,09

3 4,28a 1,39a 8,39a 6,90b 42,77a 16,49a 8,88c 17,02ab 4,49a 11,33

Médias seguidas por letras distintas, na coluna, diferem entre si (P≤0,10). CV= coeficiente de variação; MFD= massa de forragem

desaparecida; CClam= lâmina de Coastcross-1; CCcol= colmo e bainha de Coastcross-1; AZlam= lâmina de azevém; AZcol= colmo e

bainha de azevém; AZinf= inflorescência de azevém; LEG= leguminosas; OUT= outras plantas. 1- Ciclos de pastejo efetuados no

respectivo mês. 2- Em março foram conduzidos dois ciclos de pastejo. 3- Dados não submetidos à análise estatística.

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TABELA 4 – Massa de forragem desaparecida, produção e oferta de forragem, carga animal instantânea, taxa de lotação

animal e taxa de acúmulo diário de diferentes sistemas forrageiros (SF), constituídos por Coastcross-1 (CC)

e 200 kg de N/ha/ano como SF1; CC, ervilhaca forrageira e 100 kg de N/ha/ano como SF2; CC amendoim

forrageiro e 100 kg de N/ha/ano como SF3. Santa Maria, RS, 2011/2012.

SF Pastejos

1

Média CV Total CV Set Out Dez Jan Fev Mar

2 Mar

2 Abr Mai

Taxa acúmulo diário de forragem (Kg de MS/dia/ha) % %

1 30,11b 79,95a 10,60a 48,51a 93,58a 106,10b 100,46a 111,24a 90,54a 74,56

21,13

2 60,01a 46,03b 13,07a 41,71b 99,53a 138,98a 101,81a 73,96b 58,56b 70,40

3 21,24b 44,86b 1,7b 32,03c 74,3b 126,00ab 112,92a 89,69ab 71,62ab 63,82

3Produção de Forragem (Kg de MS/ha)

1 3563,7b 2849,9a 504,1a 2351,4a 2188a 1852,1b 1858,9b 3443a 2436,9a 2339

7,96

21048a

4,75 2 7082,3a 1794,1b 583,6a 2020,2a 2275,1a 2640,5a 1827,8b 2115,5b 1506,4b 2427 21845a

3 2530,2b 1833,7b 74,7b 1558b 1693,7b 2262ab 2080,5a 2314,6b 1920,5b 1789 16103b

Oferta de forragem real(Kg de MS/100 Kg de PV)

1 6,37a 5,93ab 5,89a 7,90a 7,96a 8,67a 8,06a 7,85a 8,07a 7,41

5,23

2 5,97b 6,01a 5,84a 7,91a 7,77a 7,80b 7,96b 7,86a 8,01a 7,23

3 6,03b 5,88b 6,01a 7,79b 7,41b 7,91b 7,97b 7,99a 8,05a 7,22

Massa de forragem desaparecida (%PV)

1 3,58b 3,35a 2,27b 3,29a 2,09b 2,75a 2,66b 3,36a 2,90ab 2,62

25,17

2 3,73a 3,14b 2,65a 2,96b 3,10a 2,78a 2,60b 2,91ab 2,39b 2,66

3 3,01b 2,10c 2,44ab 3,04b 3,07a 2,26b 3,10a 2,48b 3,16a 2,43

Carga animal instantânea (UA/ha)

1 221b 195b 104a 114a 128a 146a 147a 194a 180a 154

5,85

2 381a 185a 110a 102b 127a 151a 149a 160b 143c 161

3 186b 160b 109a 92c 104b 127b 149a 156b 160b 135

Taxa de lotação animal (UA/ha/dia)

1 7,37b 6,49a 3,48a 3,80a 4,26a 4,86a 4,91a 6,46a 6,01a 5,13

12,49

2 12,7a 6,17a 3,66a 3,39b 4,23a 5,02a 4,98a 5,32b 4,78c 5,38

3 6,20b 5,34b 3,62a 3,06c 3,46b 4,23b 4,96a 5,19b 5,34b 4,51

Médias seguidas por letras distintas, na coluna, diferem entre si (P≤0,10). CV= Coeficiente de variação; PV =peso vivo; MS= matéria seca;

UA= unidade animal. 1- Ciclos de pastejo efetuados no respectivo mês. 2- Em março foram conduzidos dois ciclos de pastejo. 3 - Soma da

massa de forragem desaparecida do primeiro pastejo e a produção de cada período de utilização da pastagem.

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