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• Unindo-nos Organizações em rede • Cartas Trabalho em rede local em ação Trabalhando dentro de uma rede Estudo bíblico: Convidando Deus para a sua rede A história de Ilinanga Competição do milênio • Recursos Proteção contra relâmpagos LEIA NESTA EDIÇÃO Quando 20–30% de um grupo qualquer de pessoas estão infectadas com o vírus, a propagação da AIDS (SIDA) tende a estabilizar-se ou até a cair. Felizmente, as campanhas de prevenção ao longo de vários anos mudam realmente o comporta- mento, como foi visto em quedas impressionantes nos níveis de contami- nação do HIV entre meninas ugandenses de 15–19 anos. No entanto, a sombra escura que acompanha a AIDS (SIDA) está expandindo-se rapidamente para o leste. Só a Índia, com um bilhão de pessoas, em breve terá mais contaminações do HIV que AIDS (SIDA) – uma ameaça cada vez maior milhões de trabalhadores migrantes. Uma alta proporção da população rural não está ciente das doenças sexuais. É provável que seja tarde demais para prevenirmos 15–20% da contaminação em algumas áreas, pois leva uma década para mudar o comporta- mento de uma nação. No entanto, se não houver uma ação urgente e drástica agora, alguns níveis poderão chegar a 25–30%, o que representa dezenas de milhões de vidas mais. Como cristãos, representamos a maior rede de organizações, conhecimento, riqueza e recursos do mundo – é por este motivo que a comunicação é tão vital. Há três anos, fui convidado juntamente com outras pessoas da agência cristã que lida com o problema a África inteira hoje. Até 2010–2015, a Índia poderá ter mais pessoas contaminadas do que o mundo inteiro até hoje, e, no entanto, as campanhas oficiais só estão começando agora. Nas cidades dos países em desenvolvimento, os níveis de contaminação do HIV primeiramente tendem a dobrar, mas, no final, estabilizam-se em 20% ou mais. Mesmo quando há campanhas de saúde eficazes, é difícil para mim encontrar um exemplo de uma única cidade que tenha conseguido diminuir estas taxas de contaminação. A Índia possui níveis altos de doenças sexualmente transmissíveis não tratadas em muitas cidades (importante na rápida propagação do HIV) e Leva uma década para mudar o comportamento de uma nação. Em Uganda, a igreja ajudou a evitar a propagação do HIV/AIDS (SIDA) entre meninas adolescentes. Dr Patrick Dixon A AIDS (SIDA) ameaça cada passo recente em direção ao progresso no mundo em desenvolvimento. Com 50 milhões de pessoas contaminadas, é possível que estejamos ainda nas primeiras etapas, quase tão longe de uma cura ou vacina de baixo custo quanto há dez anos atrás. Muitas nações africanas já estão enfraquecidas. Plantações cultivadas por crianças, povoados (aldeias) lutando para funcionarem, enquanto que, nas cidades, os investimentos estrangeiros desaparecem. Foto: Tearfund A quarterly newsletter linking development workers around th world Uma revista trimestral que aproxima os trabalhadores da área de desenvolvimento de várias partes do mundo No.44 NOVEMBRO 2000 TRABALHO EM REDE Passo a Passo NOTA AOS LEITORES A Passo a Passo é lida na África, Europa e América do Sul. A língua portuguesa muda de um continente para o outro. Alguns artigos podem estar escritos em um estilo diferente do português que você fala. Espera- mos que isto não venha a mudar a sua apreciação pela Passo a Passo. NB Escrevemos ‘AIDS/SIDA’, porque alguns de nossos leitores co- nhecem a doença como ‘AIDS’, enquanto outros a chamam de ‘SIDA’.

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• Unindo-nos

• Organizações em rede

• Cartas

• Trabalho em rede local em ação

• Trabalhando dentro de uma rede

• Estudo bíblico: Convidando Deus para a sua rede

• A história de Ilinanga

• Competição do milênio

• Recursos

• Proteção contra relâmpagos

LEIA NESTA EDIÇÃO

Quando 20–30% de um grupo qualquer depessoas estão infectadas com o vírus, apropagação da AIDS (SIDA) tende aestabilizar-se ou até a cair. Felizmente, ascampanhas de prevenção ao longo devários anos mudam realmente o comporta-mento, como foi visto em quedasimpressionantes nos níveis de contami-nação do HIV entre meninas ugandenses de 15–19 anos.

No entanto, a sombra escura queacompanha a AIDS (SIDA) estáexpandindo-se rapidamente para o leste. Sóa Índia, com um bilhão de pessoas, embreve terá mais contaminações do HIV que

AIDS (SIDA) – uma ameaçacada vez maior milhões de trabalhadores migrantes. Uma

alta proporção da população rural não estáciente das doenças sexuais. É provável queseja tarde demais para prevenirmos 15–20%da contaminação em algumas áreas, poisleva uma década para mudar o comporta-mento de uma nação. No entanto, se nãohouver uma ação urgente e drástica agora,alguns níveis poderão chegar a 25–30%, oque representa dezenas de milhões de vidasmais.

Como cristãos, representamos a maior redede organizações, conhecimento, riqueza erecursos do mundo – é por este motivo quea comunicação é tão vital. Há três anos, fuiconvidado juntamente com outras pessoasda agência cristã que lida com o problema

a África inteira hoje. Até 2010–2015, a Índiapoderá ter mais pessoas contaminadas doque o mundo inteiro até hoje, e, noentanto, as campanhas oficiais só estãocomeçando agora.

Nas cidades dos países emdesenvolvimento, os níveis decontaminação do HIVprimeiramente tendem a dobrar,mas, no final, estabilizam-se em20% ou mais. Mesmo quando hácampanhas de saúde eficazes, édifícil para mim encontrar umexemplo de uma única cidadeque tenha conseguidodiminuir estas taxas decontaminação.

A Índia possui níveis altos de doenças sexualmentetransmissíveis não tratadas emmuitas cidades (importante narápida propagação do HIV) e

Leva uma década para mudar ocomportamento de uma nação. EmUganda, a igreja ajudou a evitar apropagação do HIV/AIDS (SIDA)

entre meninas adolescentes.

Dr Patrick Dixon

A AIDS (SIDA) ameaça cada passo recente em direção ao progresso nomundo em desenvolvimento. Com 50 milhões de pessoas contaminadas, épossível que estejamos ainda nas primeiras etapas, quase tão longe de umacura ou vacina de baixo custo quanto há dez anos atrás. Muitas naçõesafricanas já estão enfraquecidas. Plantações cultivadas por crianças,povoados (aldeias) lutando para funcionarem, enquanto que, nas cidades, osinvestimentos estrangeiros desaparecem.

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A quarterly newsletter linkingdevelopmentworkers around thworld

Uma revista trimestral que aproxima os trabalhadores da área de desenvolvimento de várias partes do mundo

No.44 NOVEMBRO 2000 TRABALHO EM REDE

Passo a Passo

NOTA AOS LEITORESA Passo a Passo é lida na África, Europa e América do Sul. A línguaportuguesa muda de um continente para o outro. Alguns artigos podemestar escritos em um estilo diferente do português que você fala. Espera-mos que isto não venha a mudar a sua apreciação pela Passo a Passo.

NB Escrevemos ‘AIDS/SIDA’, porque alguns de nossos leitores co-nhecem a doença como ‘AIDS’, enquanto outros a chamam de ‘SIDA’.

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DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

Passo a PassoISSN 1353 9868

A Passo a Passo é uma publicação trimestral queprocura aproximar pessoas em todo o mundoenvolvidas na área de saúde e desenvolvimento. ATearfund, responsável pela publicação da Passo aPasso, espera que esta revista estimule novasidéias e traga entusiasmo a estas pessoas. Arevista é uma maneira de encorajar os cristãos detodas as nações em seu trabalho conjunto nabusca da melhoria de nossas comunidades.

A Passo a Passo é gratuita para aqueles quepromovem saúde e desenvolvimento. É publicadaem inglês, francês, português e espanhol.Donativos são bem-vindos.

Os leitores são convidados a contribuir com suasopiniões, artigos, cartas e fotografias.

Editora: Dra Isabel CarterPO Box 200, Bridgnorth, Shropshire, WV16 4WQ, Inglaterra

Tel: +44 1746 768750 Fax: +44 1746 764594E-mail: [email protected]

Editora – Línguas estrangeiras: Sheila Melot

Comitê Editorial: Dra Ann Ashworth, Simon Batchelor, Kate Bristow, Mike Carter, Paul Dean, Dr Richard Franceys, Martin Jennings, Dr Ted Lankester, Sandra Michie, Dr Nigel Poole,José Smith, Ian Wallace, Paul Whiffen

Ilustração: Rod Mill

Design: Wingfinger Graphics

Tradução: S Boyd, L Bustamante, Dr J Cruz, S Dale-Pimentil, T Dew, N Edwards, R Head, J Hermon, M Leake, E Lewis, M Machado, O Martin, J Martinez da Cruz, N Mauriange, J Perry

Relação de endereços: Escreva, dando umabreve informação sobre o trabalho que você faz einformando o idioma preferido para: FootstepsMailing List, 47 Windsor Road, Bristol, BS6 5BW,Inglaterra. Tel: +44 1746 768750

Mudança de endereço: Ao informar umamudança de endereço, favor fornecer o número dereferência mencionado na etiqueta.

Artigos e ilustrações da Passo a Passo podemser adaptados para uso como material detreinamento que venha a promover saúde edesenvolvimento rural, desde que os materiaissejam distribuídos gratuitamente e que os queusarem estes materiais adaptados saibam queeles são provenientes da Passo a Passo, Tearfund.Deve-se obter permissão para reproduzir materiaisda Passo a Passo.

As opiniões e os pontos de vista expressados nascartas e artigos não refletem necessariamente oponto de vista da Editora ou da Tearfund. Asinformações técnicas fornecidas na Passo a Passosão verificadas minuciosamente, mas nãopodemos aceitar responsabilidade no caso deocorrerem problemas.

A Tearfund é uma organização cristã evangélicaque se dedica ao trabalho de desenvolvimento eassistência através de grupos associados, a fim delevar ajuda e esperança às comunidades emdificuldades no mundo. Tearfund, 100 ChurchRoad, Teddington, Middlesex, TW11 8QE,Inglaterra. Tel: +44 20 8977 9144

Publicado pela Tearfund, uma companhia limi-tada, registrada na Inglaterra sob o No.994339.Organização sem fins lucrativos sob o No.265464.

da AIDS (SIDA), ACET, a ajudar a criar ummanual indiano de cuidados para aAIDS/SIDA. Porém, alguns dias após minhachegada, ficou óbvio que já havia materiais detreinamento excelentes na Índia. Maisnecessário do que mais um manual era ummovimento nacional realizado por pessoas dediferentes agências, que pudessem trabalharem conjunto, compartilhando recursos eexperiência. No momento oportuno, a CANA(Christian AIDS National Alliance) foi criada.Na primeira assembléia, mais de 400 pessoascompareceram, representando um exército deuns 20.000 trabalhadores remunerados ouvoluntários já trabalhando no local compessoas portadoras do HIV. Que incentivoque isso foi!

A assembléia também proporcionou umaoportunidade para que a nação visse um bomexemplo do que os cristãos estão fazendojuntos – mostrando amor incondicional paracom todos, independentemente da maneiracomo ocorreu a contaminação, e salvando

EDITORIAL

Como o Dr Dixon disse, a situação mundial da AIDS (SIDA) é muito séria. Em edições anteriores daPasso a Passo, foram examinadas preocupações e informações práticas sobre este assunto. Noentanto, agora há muito mais recursos excelentes disponíveis – alguns dos quais são mencionadosna página de recursos. Portanto, nesta edição, decidimos salientar a necessidade de trabalharmosjuntos em todos os níveis, tanto apoiando as pessoas com AIDS (SIDA), como educando aspessoas sobre a situação. Este é um assunto vasto, porém, combinando nossos esforços, podemosrealizar algo construtivo. As palavras que a CANA (Christian AIDS / HIV National Alliance), uma redede organizações cristãs por toda a Índia, escolheu para o seu lema proporcionam uma inspiraçãopara todos nós:

… dar-lhes um ornamento por cinza, óleo de gozo por tristeza, vestido delouvor por espíritu angustiado; para que ele seja glorificado…Isaías 61:3

A CANA representa umexército de 20.000 cristãosque já apóiam as pessoasportadoras do HIV/AIDS(SIDA). Porém, a Índia estáenfrentando uma criseenorme…

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vidas com uma mensagem de alto impacto,respeitando os valores cristãos tradicionais.O governo compareceu para falar, assimcomo a UNICEF, a ONUSIDA e outrasinstituições importantes com amplosrecursos financeiros. A conferência foi umgrande estímulo para o incentivo, ainspiração e a motivação mútua.

O trabalho em rede é parte de nossavocação e nosso destino, ao procurarmosrealizar algo o mais construtivo possível navida das pessoas. A vida é curta demaispara a repetição ou a competição. Juntos,como carvões no fogo, representamosmuito mais para o reino de Deus do queseparados.

O Dr Patrick Dixon foi o fundador da ACET(Aids Care Education and Training), com vastaexperiência em educação na área do HIV/AIDS(SIDA) por todo o mundo. Atualmente, ele é odiretor da Global Change. ACET, PO Box 3693,London, SW15 2BQ, Reino Unido.Website: www.acetuk.org

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Outras redesAs redes não começaram com o HIV.Muitas já existiam muito antes daepidemia começar, tais como redes degrupos de mulheres, organizações deagricultores e grupos de igrejas. Elas jásatisfazem muitas das necessidadesmencionadas anteriormente. Por causa dasatitudes negativas associadas com o HIVem muitas sociedades, algumas pessoasacreditam que o fortalecimento dos gruposexistentes pode proporcionar um apoiomaior às pessoas que vivem com o HIV doque a formação de novos gruposespecíficos. No entanto, os gruposexistentes podem achar difícil incentivardiscussões abertas sobre o HIV nosencontros, mesmo que os membrosexistentes estejam dispostos a recebernovos membros portadores do HIV. Istosignifica que faltará o apoio específico paraa contaminação.

Outras redes podem enfocar questõesespecíficas. Por exemplo, grupos estãosendo formados para viúvas e órfãos, sejaqual for a causa da morte. Nos locais ondea epidemia do HIV/AIDS (SIDA) é muitograve, é provável que muitas pessoasnestes grupos sejam HIV+. Uma outraabordagem é a formação de grupos paraum propósito específico – por exemplo,uma cooperativa de crédito para mulheressolteiras. Mais uma vez, em áreas onde oHIV é comum, estes consistirão de muitaspessoas que são HIV+.

Roger Drew trabalhou por muitos anos com aFACT em Zimbábue. Atualmente, ele é odiretor da Healthlink Worldwide, Cityside, 40Adler Street, London, E1 1EE, Reino UnidoFax +44 207 539 1580E-mail: [email protected]

Por que unir-se?Por que é que os portadores do HIV/AIDS(SIDA) sentem a necessidade de unir-se aoutras pessoas em algum tipo de grupo ourede? Há muitos motivos possíveis.Alguns deles são:

Apoio psicológico/emocional/espiritualDescobrir que está contaminado com oHIV pode ser um choque enorme – unir-sea outras pessoas portadoras do HIV podeproporcionar um grande apoio.

Sensação de se pertencer a algo Muitaspessoas portadoras do HIV passam porsentimentos de rejeição e isolamento.Unindo-se a outras pessoas tambémportadoras do HIV pode proporcionar umespaço seguro em que elas se sentemaceitas e bem-vindas.

Acesso a informações Os grupos depessoas que vivem com o HIV podempossuir um acesso maior às informações(por exemplo, os tratamentos ou terapiasalternativas mais recentes) do que osindivíduos sozinhos.

Acesso a recursos Muitas pessoasportadoras do HIV são pobres. Elas podemachar que, pertencendo a um grupo,obterão acesso aos recursos de queprecisam.

Oportunidades para ajudar-se a si mesmoMuitos grupos de pessoas que vivem como HIV procuram tentar resolver a pobrezaatravés de iniciativas para que as pessoasse ajudem a si mesmas. Estas podem sersistemas de crédito, tentativas de geraçãode recursos e treinamento.

O que impede as pessoasde se unirem?A maioria das pessoas que vivem com oHIV/AIDS (SIDA) no mundo não fazem

Redes de pessoasportadoras do HIV

Roger Drew

parte de uma rede formal. Por quê?Alguns dos motivos são:

A maioria dos portadores do HIV não sabemque estão contaminados Em muitas partesdo mundo, há pouco ou nenhum acesso aexames para o HIV. Muitas pessoas nãoquerem ser examinadas por medo desofrerem discriminação.

Desejo de sigilo Porque muitas sociedadespossuem atitudes negativas em relação àspessoas portadoras do HIV, as quedescobrem que estão contaminadasdesejam manter sigilo sobre o fato.

Falta de conhecimento As pessoas podemnão saber que grupos existem ou queserviços eles podem oferecer.

Outros compromissos As pessoasportadoras do HIV podem fazer parte deoutros grupos existentes. Da mesmaforma, elas podem possuir outroscompromissos – tais como um emprego –o que significa que elas não podemparticipar de certos grupos.

Quando você conversa com pessoas que trabalham com o HIV e a AIDS(SIDA), ou lê o que eles escrevem, não demora muito para você encontrar aspalavras trabalho em rede. O que isto significa exatamente? Uma definiçãosimples pode ser unir-se a outros indivíduos ou grupos para beneficiar-se um aooutro.

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Podem-se fazer muitas perguntas, taiscomo:

■ Quem satisfaz os requisitos paratrabalhar em rede?

■ O trabalho em rede é útil para todo omundo?

■ Há alguma coisa que valha a penadiscutir?

■ O trabalho em rede diminui o valor dashabilidades individuais?

■ O que é necessário para o trabalho emrede?

■ Quem toma as decisões no trabalho emrede?

A ACET tem procurado incentivar otrabalho em rede de várias formas. Porexemplo:

■ Temos organizado visitas deintercâmbio para grupos locais (levandopessoas de um local para outro).

■ Temos oferecido experiência deaprendizagem para grupos de outrospaíses levando-os para visitar váriasorganizações em Uganda e, então,incentivando um período de reflexão nofinal de cada dia.

■ Incentivamos a boa prática através datroca de modelos úteis de trabalho entreparceiros variados para evitar‘reinventar a roda’.

Alguns benefícios dotrabalho em redeDar a opinião em nome de outrosO trabalho em rede ajuda a aumentar ahabilidade das organizações e comunidadespara darem sua opinião sobre questões.Dentro de uma rede, as idéias podem-sedesenvolver e, então, ser compartilhadas deformas que transmitam a opinião de muitaspessoas. Por isso, em Uganda e outroslugares, agora, há um aumento no númerode novas redes relacionadas com oHIV/AIDS (SIDA) – para compartilharserviços de apoio; para pessoas que vivemcom o HIV/AIDS (SIDA) (PVCH/A); ouredes cristãs tais como a CANA (ChristianAIDS Network Association da Índia), ICAN(International Christian AIDS Network) emuitas outras.

Troca de informações e coordenação Atroca de informações é um benefíciofundamental do trabalho em rede. Outrosmembros da rede obtêm informações úteisàs quais eles podem não ter acesso. A trocade informações também ajuda a diminuir arepetição de serviços na mesma áreageográfica ou tendo-se o mesmo grupocomo alvo (enquanto outros podem serignorados).

As redes de atendimento no lar foramcriadas em Uganda, para aumentar acoordenação de organizações que oferecemserviços semelhantes. Por exemplo, os diasde atendimento hospitalar são marcadospara o mesmo dia, para fazer com que ospacientes deixem de ir de uma clínica paraoutra para receber um tratamentosemelhante. Algumas das informaçõescompartilhadas são as listas de pacientes, asexperiências de boa prática e a identificaçãoe o tratamento de vários sintomas.

Esta troca de informações resulta numasinergia – em que os esforços da redetornam-se maiores do que a soma total dasorganizações individuais juntas.

Aumento no impacto Quando há troca devisitas entre as organizações e osfuncionários públicos governamentais, oimpacto e a qualidade de seu trabalho têmmais probabilidade de serem maiores.Durante os últimos anos, vários paísesenviaram delegados para visitar projetoscom a AIDS (SIDA) em Uganda. A nível degoverno, as visitas ajudaram a motivar oslíderes políticos a tomarem atitudes,enquanto que as visitas entre as ONGsresultaram na troca de idéias eincentivaram a boa prática entre seusmembros.

Trabalhando a partir de conhecimentoscompartilhados O trabalho em rede emáreas ou questões semelhantes, tais como aAIDS (SIDA) ou o atendimento no lar,ajuda a reunir pessoas provenientes devárias disciplinas e com várias experiênciaspara trabalharem em conjunto. Este tipo detrabalho em rede ajuda a trazer umavariedade de experiências para o problema.

Melhor utilização de recursos limitadosO trabalho em rede pode resultar numamelhor utilização de recursos. Ao invés deuma organização insistir em fazer tudoseparado, o trabalho em rede pode permitirque as pessoas trabalhem juntas emparceria com diferentes recursos. Porexemplo, uma organização pode já estartrabalhando com jovens. Ao invés de outraorganização procurar seus próprios gruposde jovens, eles poderiam trabalhar emparceria com os mesmos jovens econcentrar seus esforços. Este tipo derelacionamento exige uma abordagemmadura do trabalho em rede. No entanto,muitas organizações estão começando aexperimentá-la.

Tem-se falado cada vez mais sobre aquestão das redes para organizaçõesnos encontros de treinamento ereuniões.

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Redes deorganizaçõesDavid Kabiswa

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Compartilhe informações, idéias e experiência.

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Organização Os grupos podem começarde maneira bem informal, porém tornam-se mais formais à medida que o tempopassa. Eles precisarão, então, registrar ogrupo, criar uma constituição, etc.

Metas É importante estabelecer metasclaras para uma rede já no início. Osmembros devem-se sentir confiantesquanto ao motivo por que se estátrabalhando em rede.

O COBAP (Community Based AIDS Programme – Programa de AIDS com Basena Comunidade) é uma reação local contra o HIV numa das áreas de favelasem Kampala, a qual tem realizado várias atividades, principalmente paramelhorar a saúde e, assim, reduzir o impacto do HIV/AIDS (SIDA) nacomunidade.

Quando começou, no início dos anos 90, o COBAP teve dificuldades emmobilizar a comunidade. Os membros da comunidade mantiveram distância dequalquer coisa relacionada com o COBAP, principalmente por causa do grande estigma associadocom o HIV/AIDS (SIDA). Mais tarde, no entanto, os doentes começaram a se apresentar. Elesrecebiam tratamento para infecções, aconselhamento e visitas regulares. Estas atividades passaram aincluir apoio para microcrédito e treinamento de habilidades profissionalizantes.

Com o tempo, a aceitação da comunidade aumentou tão rapidamente que o COBAP chegou a ficarsobrecarregado. A comunidade passou a apreciar o trabalho realizado. Eles, agora, queriam que oCOBAP os ajudasse a fazer ainda mais! Os jovens, em particular, passaram a pedir ajuda. O COBAPrealizou uma avaliação, a fim de compreender suas necessidades claramente, porém já haviaultrapassado suas possibilidades. Ele possuía poucos recursos, que poderiam ser utilizados para estetrabalho, mas não tinha a certeza de que estes durariam por muito tempo. No entanto, por que anecessidade era tão grande, eles seguiram em frente e envolveram-se.

Tornou-se cada vez mais claro para o COBAP que, para ajudar a chegar até os jovens de maneirasignificativa, eles precisariam de entrar em parceria com uma organização ou com pessoas comexperiência no trabalho com os jovens. Com quem poderiam eles trabalhar? De que maneiraspoderiam eles trabalhar juntos? Estavam procurando apenas financiamento ou habilidades técnicas?Como poderiam os jovens participar totalmente das discussões? E os valores do COBAP – uma outraorganização compartilharia os mesmos valores?

Estas e outras questões devem ser levantadas sempre que os grupos considerarem o trabalho emrede. É muito importante encontrar boas respostas antes de se começar.

Finalmente, o COBAP encontrou um parceiro na ACET, com quem eles compartilhavam os mesmosfins, metas e valores. Este parceiro possuía mais experiência no trabalho com os jovens. O COBAPbeneficiou-se muito com esta parceria, tornando-se mais capaz de alcançar os seus objetivos eaumentar o seu impacto com as pessoas carentes, tanto a curto como a médio prazo. Este relaciona-mento abriu os olhos do COBAP para que considerasse outras abordagens e possíveis parcerias.

COBAP Nakulabye

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Formas de trabalho em redeHá várias formas de trabalho em rede, queas organizações e os grupos comunitáriospodem utilizar para aumentar a suaeficiência e serem mais capazes de alcançarseus fins e objetivos. Aqui estão algunsexemplos.

Visitas de intercâmbio As visitas entre ospaíses, organizações e grupos comunitáriossão uma boa maneira de se compartilharemexperiências e habilidades.

Reuniões ou encontros de treinamento Asreuniões regulares que aproximam gruposde pessoas semelhantes para compartilharinformações, idéias e experiências são umamaneira barata de se formarem redes.

Boletins ou ligações por e-mail Paragrandes redes, a troca de boletins ou e-mails de atualização podem ajudar amanter os membros informados dasatividades dos outros membros.

Estudos através de pesquisa A pesquisasobre as abordagens e intervenções queestão sendo utilizadas pode-se beneficiarcom uma base de pesquisa maior, umatroca de experiências maior e a colaboraçãoentre as organizações envolvidas no estudo.

David Kabiswa é o diretor da ACET, commuitos anos de experiência apoiando pessoascom HIV/AIDS (SIDA). Seu endereço é: ACETUganda, PO Box 9710, Kampala, Uganda.E-mail: [email protected]

Fazer parte de um grupo pode serextremamente útil, mas pode sertambém uma experiência bastantedesafiadora. Os desafios freqüente-mente enfrentados pelos grupos depessoas portadoras do HIV são:

ESTUDODE CASO

Coming together – continued from Page 3

Questões enfrentadas pelas redes Roger Drew e David Kabiswa

pertence ao grupo como um todo, aoinvés de a um indivíduo em particular.

Satisfazer as expectativas Pode ser difícilpara o grupo atender a todas asnecessidades de seus membros. Àsvezes, as necessidades dos indivíduospodem não ser do conhecimento dogrupo como um todo.

Olhar para fora do grupo É fácil para umgrupo preocupar-se com as necessidadesdos membros existentes. Isto podedificultar a entrada de novos membrospara o grupo.

Atividade As redes somente sobrevi-verão, se forem ativas e úteis. Elasmorrerão, se os membros não asconsiderarem úteis.

Decidir quem pode tomar parte Os grupospodem estar abertos para todas aspessoas portadoras do HIV ou somentepara algumas categorias. Pode ser difícilpara um grupo composto principalmentede um tipo de pessoas – por exemplo,mulheres mais idosas – satisfazer asnecessidades de outros grupos, tais comode homens jovens trabalhadores.

Liderança À medida que o grupo cresce,será necessário tomarem-se decisõessobre quem serão os líderes, como elesserão escolhidos, quais serão seus papéise como prestarão contas ao grupo.

Lidar com os recursos O grupo precisaráde criar maneiras de se lidar com osrecursos, inclusive o dinheiro que

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CARTAS

PASSO A PASSO

47 WINDSOR ROAD

BRISTOLBS6 5BWINGLATERRA

Curtição de couros deanimaisObrigada por enviar os exemplaresanteriores da Pas à Pas. Muitas coisas nelesinteressam-me, especialmente o que serefere às cabras. Comecei uma criação decabras para leite. Ainda não sei comoordenhá-las, pois elas não gostam echutam e viram a vasilha! O que mais meinteressa é como curtir o couro comprodutos vegetais naturais que possamosencontrar aqui na África Ocidental, pois osprodutos de que normalmente se fala sãoimpossíveis de se encontrar aqui e custam

mais do que podemos pagar. O couroprecisa de manter sua lã e ser muito maciopara ser transformado em almofadas eoutras coisas bonitas, pois este é ummercado de artesanato muito lucrativo.

Mme Giordani,Soro M-Christine, P 71FerkéssédougouCôte d’Ivoire

Criação de porcos-da-índiaEstou contentíssimo por ser um de seusleitores e considero a Pas à Pas um ótimolocal para a troca de idéias!

A nossa organização (APPI) cuida dequase 400 crianças órfãs e de rua em duaspequenas cidades perto de Goma, naRepública Democrática do Congo.Nós asajudamos com educação e habilidadespráticas. Como seus problemas são mais

sociais do que educacionais, começamosum pequeno projeto de geração derecursos: uma criação de porcos-da-índia.Damos a cada criança três porcos-da-índia– duas fêmeas e um macho parareproduzirem-se. Eles são dados como umempréstimo rotativo.

Após oito meses, quatro das primeirasvinte crianças que se beneficiaram com oempréstimo puderam comprar para silivros escolares, roupas e sapatos atravésda venda de metade de seus animais.Agora, outras crianças não param de nosperguntar quando será a sua vez, porémnossos recursos são limitados. Tentamosum sistema semelhante com coelhos, mas,infelizmente, todos os 16 coelhos com quecomeçamos morreram de várias doenças.No entanto, esperamos tentar novamente.

Esperamos que outras organizaçõespossam beneficiar-se com a nossaexperiência e aceitamos apoio de gruposque realizam um trabalho semelhante.

Deo Kujirakwinja K-MAPPIs/c Rev Jacques Balibanga KatambuBP 3648, KigaliRuanda

O Restaurante LaoumbéoA minha carta anterior mencionava osgrupos de mulheres de Ngaoundaye(Passo a Passo 39) e suas tentativas durantecinco anos, para abrir um restaurante.Muitos comerciantes costumavam passarpela cidade, na estrada de Camarões.Infelizmente, em 1998, uma inundaçãofora do comum levou a ponte que permitiaa passagem de caminhões/camiões. Otrânsito teve de ser desviado e os clientesem potencial desapareceram. No entanto,as mulheres viram que, ao invés disso,podiam oferecer refeições às famílias dosvários pacientes hospitalizados no postode saúde. Muitos vêm de Camarões e nãopossuem um local para ficar. Um bomprédio foi construído ao lado do hospital,graças a um projeto italiano.

Foi contratada uma cozinheira parapreparar as refeições em cada dia. As dozemulheres do grupo dividem o trabalhorestante entre si, de maneira a não ficaremfora de casa muito seguido. A grande salabem iluminada é decorada com cabaças equadros locais e contém seis mesas. Agrande varanda permite que se leve o cafépara fora. Um artista do povoado (aldeia)decorou os painéis e as persianas, queprotegem contra o sol, com bonitaspinturas. A cerimônia de inauguração foirealizada com a presença do subprefeito,do prefeito, do médico e de todos osmaridos das mulheres.

Levarão muitos meses para sabermosquanto lucro o restaurante proporcionará.As mulheres ficarão cansadas de dividiremo trabalho? Elas encontrarão pessoas que asapóiem financeiramente? O restaurante darálucro? No entanto, as mulheres provaram asi mesmas de que são capazes de seorganizarem para alcançar algocompletamente novo. Elas aprenderam atrabalhar juntas, a discutir e a dividir tarefasentre si. Isto só pode ser positivo.

Se você passar por Ngaoundaye algum dia,venha jantar no Restaurante Laoumbéo.Você também encontrará lá exemplares darevista Pas à Pas, que estão à disposição paraos fregueses do restaurante lerem!

Chantal GaudinThe Ngaoundaye Women’s GroupBP 23BouarRepública Centro-Africana

Coletores de chuvaA chuva é um presente de Deus que temsido negligenciado por muitas pessoas. EmUganda, somente um quinto dos larescoletam a água da chuva. Nosso grupo(chamado Coletores de Chuva)compromete-se a desafiar as pessoas einstituições (especialmente as escolas) sobrea necessidade de coletar a água da chuva. Amaneira mais barata é geralmente atravésda construção de tanques de cimento-armado, e nós fornecemos um simplesfolheto e orientações. Estamos agradecidos àTearfund pelas informações práticas sobre aconstrução de tanques de cimento-armado,as quais achamos extremamente úteis.Várias famílias e escolas já construíram estes

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A Global Campaign Against Epilepsy (Campanha Mundial Contra a Epilepsia) foi recentementeestabelecida para melhorar as formas como a epilepsia pode ser tratada em países emdesenvolvimento.

Os leitores podem ajudar, oferecendo informações sobre os seguintes tópicos?

■ O tipo de treinamento fornecido a profissionais da área da saúde sobre a epilepsia.

■ A educação oferecida à comunidade local em relação à epilepsia.

■ Maneiras de se integrarem os serviços para a epilepsia nos cuidados de saúde primários.

■ Tratamento médico contínuo e sustentável para a epilepsia.

Se tiver qualquer informação útil, por favor, envie-a a: Robert Scott, Global Campaign Against Epilepsy, 2nd floor, 33 Queen Square, London, WC1N 3BG, Reino Unido. E-mail: [email protected]

Informações sobre epilepsia

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CARTAS

tanques e estão compartilhando suashabilidades com outros na região.

Dickson Tenywac/o Nsanbi FG ChurchPO Box 15131KibuyeUganda

Reciclagem desacos/sacolas de plásticoEu sou o Director do Centro Bíblico deNiamey, na Nigéria, onde a nossabiblioteca recebe a Passo a Passo comregularidade. Estamos planeando umasérie de sessões de treinamento nainiciação e administração de microprojetoscom base nos materiais de treinamento daSECAAR.

Um destes projetos diz respeito àreciclagem de sacos/sacolas de plástico.Dois grupos experimentaram a idéia detecer cordas com sacos/sacolas de plásticovelhos(as). Devido a problemas de saúde,um dos grupo não pôde continuar, e ooutro achou as cordas tão fortes, que elasmagoavam/machucavam os animais. Noentanto, estas ‘cordas’ mostram ter muitopotencial e poderiam ser utilizadas paraoutros propósitos, tais como serem tecidaspara se fazerem sacos ou cadeiras. Otrabalho poderia combinar tanto aproteção do meio-ambiente (uma vez queos sacos / as sacolas usados(as) seespalham por todas as partes e prejudicama saúde dos animais que as comem) comoa produção e utilização das cordas. Ascrianças de rua poderiam ser empregadaspara recolher os sacos /as sacolas. Otrabalho precisaria somente de umpequeno investimento e poderia utilizaruma grande quantidade de mão-de-obra.

Estamos procurando indivíduos ou gruposque passaram por uma experiênciasemelhante com este tipo de material paratrocar idéias e receber conselhos. Por favor,escreva para:

Philippe HutterCentre Biblique de NiameySIM, BP 10.065NiameyNíger

Tel/Fax: +227 73 46 76

Cuidando do meioambienteA região de Montaña de Guerrero, noMéxico, enfrenta muitos problemas e éuma das áreas mais pobres do país. Os trêsgrupos étnicos que vivem nela – mixtecos,nahuas e tlapanecos – sobrevivem com ocultivo dos declives íngremes e a criação

A nossa experiência mostrou-nos que, comoconsultores agrícolas, temos de ter muitapaciência. Temos de motivar as pessoasatravés do exemplo, incentivando-as aadotar e adaptar novas idéias, sem nuncaimpô-las. O nosso trabalho deve semprelevar a novos métodos agrícolassustentáveis.

Jesús Gustavo López SánchezUH Fovisste ‘Las Aquilas’CP 62470Cuernavaca, MorelosMéxico

Mosquiteiros para camascobertos com inseticidaFoi realizada uma pesquisa recente paraexaminar a eficácia dos mosquiteiros paracamas cobertos com inseticidas. Aqui naTanzânia, a malária é a principal causa dasdoenças e mortes. Mais de 93% dapopulação sofre o risco de contrair estadoença. As descobertas da pesquisamostraram que a utilização dosmosquiteiros reduziu a mortalidadeinfantil em 20% e reduziu as doençascausadas pela malária em 50%. Por favor,certifique-se de que seus mosquiteirosestejam prontos para serem usados!

Dr Michael BurkeTanzânia

Árvores para o novo milênioNós compartilhamos todas as informaçõesda Passo a Passo com outras pessoas. Paramarcar o milênio, o nosso projeto – agoraconhecido como Nyota Agroforestry –plantou 4.200 tecas, assim como abacateirose árvores de frutas cítricas. Incentivamosoutras pessoas a nível local e mundial aseguirem o nosso exemplo!

Thomas Juma AyubPO Box 43KobokoUganda

de gado. A pastagem excessiva, a erosãodo solo e o desmatamento são comuns.

O Comitê Menonita Central começou atrabalhar em 1992 com uma escolasecundária e criou o ‘Centro para a Criaçãode Recursos para Pequenos Agricultores’.Tanto os estudantes como os agricultoresaprendem através de demonstrações etrabalho prático a se conscientizarem maissobre as questões ambientais, retornando,às vezes, à sabedoria tradicional paraproduzir alimento e cuidar do meioambiente. A escola possui oito hectares,onde foram construídos vários tipos devalas e barreiras naturais para controlar aerosão do solo, através de dois tipos derelva/grama forrageira para melhorar afertilidade do solo. São utilizadospequenos terraços para plantar hortaliças,e são plantadas muitas árvores locais. Sãoutilizados métodos naturais de controle depragas, intercultivo, seleção de sementesde variedades tradicionais e maneiras demelhorar a fertilidade do solo comcomposto e adubo.

Após vários anos de trabalho comestudantes, um grupo de doze lavradoresde Chiepetlán começou a utilizar muitasdestas práticas em suas próprias terrascom grande sucesso.

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Os membros do grupo apoiavam-se uns aos outros nos períodosdifíceis. Apesar do cansaço e dos problemas de saúde cada vez maiores,José achou que sua vida era bastante útil e ocupada e que havia feitoamigos que realmente se preocupavam com ele e Sabina. Eles visitaramoutros grupos comunitários no distrito para compartilharem suas idéiase experiências, e foi criada uma rede de organizações semelhantes.

Alguns anos mais tarde, José ficou doente demais para poder sairde casa. Sua igreja e seus amigos apoiaram-no a ele e a Sabina,trazendo alimento, visitando-o e ajudando a cuidar dele. Por causada rede da família, igreja e grupos, ele morreu em paz, sabendoque outros tentariam ajudar a sua família nos anos difíceis aseguir.

O profissional da área da saúde que lhe havia dadoo resultado visitou-o uma semana mais tarde paraencorajá-lo a começar a contar à sua família. Comoenfrentaria ele a sua raiva? Ele já teria contaminadosua mulher? Finalmente, ele se deu conta de queseu silêncio, seus problemas de saúde e suatristeza tinham de ser explicados e disse-lhes averdade.

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TRABALHO EM REDE

Isabel Carter

Trabalho emrede local em ação

Quando José recebeu osresultados de um exame parao HIV e foi informado de queera positivo, ficou chocado.Era tão injusto. Ele tinhatentado ser fiel à sua mulher,mas apenas uma ou duasvezes ele havia sido levadopara o mau caminho por seusamigos. O que pensaria a suafamília? O que diriam os seusamigos? Como enfrentariamseus pais o desapontamento?Ele sentiu-se muito sozinho.Não havia nenhum motivopara viver. Ele podia muitobem morrer agora mesmo…

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Um ano mais tarde, José foi eleito vice-presidente do grupo. Junta-mente com o secretário, eles visitaram as organizações na cidadevizinha para obterem apoio para um empreendimento de produção deartesanato que o grupo esperava poder iniciar, a fim de sustentar osmembros e suas famílias.

Ele entrou para um grupo de apoio na comunidade. Alguns membrosestavam contaminados com o HIV; outros eram pessoas que queriam apoiarpessoas portadoras do HIV e com AIDS. Eles se encontravam semanalmentee compartilhavam problemas, tentando, juntos, encontrar soluções. José feznovas amizades e recebeu bons conselhos sobre como lidar com o HIV,como manter a saúde, como combater as infecções e outras formas deganhar dinheiro, quando não pudesse mais continuar a trabalhar comoconstrutor.

Sua esposa, Sabina, no início, ficou furiosa e desapontada,mas ela já suspeitava a verdade há muito tempo. Seusfilhos haviam aprendido sobre o HIV/AIDS (SIDA) na escolae na igreja e conheciam outras pessoas portadoras do HIVou com AIDS na comunidade. ‘Não podemos mudar ascoisas agora, temos de contar com Deus para nos ajudar aenfrentar a situação’, disse Sabina. Sua aceitação ajudou adevolver a José algum sentido para continuar a viver. Elecomeçou a comer bem e a mostrar interesse nas atividadesdos filhos.

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Sabina incentivou José a conversar com o pastor. Quando ele teve coragempara fazê-lo, o pastor pôde colocá-lo em contato com outras pessoas nacongregação que também estavam contaminados com o HIV. Josédescobriu que muitas outras pessoas estavam numa situação semelhante.

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totalmente aqueles que ainda não haviamtomado a decisão de parar de usar drogas?Ignorar estas pessoas não significaria umaumento na propagação do HIV/AIDS eoutras doenças contagiosas? Se a nossasociedade condenou e isolou os usuáriosde drogas, deveríamos esperar umcomportamento responsável por partedeles?

A nossa resposta, em 1998, foi começar oPrograma de Promoção da Saúde ePrevenção do HIV/AIDS (SIDA) entre osusuários de drogas nos bairros maispobres. Este programa foi um dosprimeiros do tipo no país, tentandoreduzir o prejuízo causado pelo abuso dedrogas. Foi um dos primeiros naArgentina a combinar este trabalho com avisão e a prática cristãs abertamente.

O projeto foi criado com os seguintes fins:

■ estabelecer contato com o maiornúmero possível de usuários de drogasde bairros pobres que não tivessemnenhum contato com as instituiçõessociais ou médicas

■ reduzir o risco de transmissão deinfecções tanto entre os usuários dedrogas como entre as pessoas que nãoas utilizassem

■ criar contatos entre os usuários dedrogas e as organizações da área dasaúde para incentivar o diagnósticoantecipado e o tratamento para asdoenças

■ ajudar os usuários de drogas a prevenira propagação da infecção com seusparceiros

■ acompanhar os usuários de drogas noinício de sua recuperação.

O novo programa não mudou a missãooriginal do El Retoño. A nossa metaprincipal continua a ser ajudar o maiornúmero de pessoas possível a aprender aviver sem drogas, com um projeto de vidacristão.

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SAÚDE

Em 1990, demo-nos conta de que a maioriados usuários de drogas que nosprocuravam estavam contaminados com oHIV/AIDS (SIDA) e hepatite B ou C. Amaioria deles conseguia superar seu vícioe começar uma vida nova. No entanto,seus problemas de saúde causados peloHIV/AIDS (SIDA) continuavam. ElRetoño oferecia apoio e conselhos para asaúde até final de suas vidas.

A situação da contaminação do HIV entreos usuários de drogas na Argentina nãomelhorou. As pessoas transmitem ainfecção através da utilização das mesmasagulhas, comportamento sexual arriscado,parto e amamentação. Na Argentina, aspessoas que se injetam com drogas ainda

são as de maior risco de contaminação doHIV (41%). O comportamento sexualarriscado dos usuários de drogas que nãoutilizam agulhas para as drogas aumentaeste número ainda mais. Além disso, autilização de drogas aumentou dramatica-mente, especialmente entre os pobres.

Apesar de tudo isto, e ao contrário do queacontece nos países do ‘Primeiro Mundo’,o governo não toma nenhuma atitude paraajudar a evitar ou melhorar esta situação.Como cristãos, em face de uma situaçãotão difícil, começamos a nos perguntarqual deveria ser a nossa atitude.Deveríamos simplesmente esperar que osusuários de drogas viessem até nossocentro de reabilitação, abandonando

T R A B A L H A N D O D E N T R O D E U M A R E D E

Trabalho na área da saúdecom usuários de drogas

Graciela RadulichEl Retoño oferece amor cristão e apoio prático a todos osusuários de drogas que lhes pedem ajuda para superarseu vício.

A contaminação do HIVatravés de drogas injetáveisé responsável por quasemetade de todos os novoscasos em Buenos Aires.

Foto simulada: Tearfund

El Retoño é uma organização cristã que se concentra no trabalho comusuários de drogas nos bairros mais pobres de Buenos Aires. Estaorganização começou em 1985, a fim de oferecer reabilitação completa (física,psiquiátrica, social e espiritual) a usuários de drogas do sexo masculino quevinham voluntariamente para pedir ajuda.

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Algumas lições aprendidas

■ A partilha de nosso trabalho, experiênciase conhecimentos com outros, através dotrabalho em rede, trouxe-nos benefíciosenormes, que enriqueceram e melhora-ram o nosso próprio trabalho.

■ As redes organizacionais são uma maneiravaliosa de se influenciar e se colocarpressão nos governos, para criar políticasque protejam os membros vulneráveis dasociedade.

■ O trabalho com pessoas e organizaçõesnão cristãs proporcionou uma oportuni-dade para compartilharmos a nossa fé e assoluções que o Evangelho oferece para onosso mundo que sofre.

SAÚDE

Criando redesDesde o início tentamos criaroportunidades para a participação demembros da comunidade, a fim deobtermos soluções eficientes e duradouraspara estes problemas.

Para isto, procuramos criar dois tipos derede. A primeira era de pequena escaladentro da comunidade, para apoiar eajudar os usuários de drogas. Pedimosapoio de famílias, usuários e ex-usuáriosde drogas e líderes cristãos, paratrabalharem em conjunto, a fim decompreenderem sua situação local,obterem informações e realizaremencontros de treinamento sobre comoprevenir o uso de drogas e melhorar otratamento médico e a reabilitação parausuários de drogas.

O segundo tipo de rede foi numa escalamaior. Seu propósito era conscientizarmais a sociedade em geral da necessidadeurgente de se lidar com o aumento doabuso de drogas e de doenças associadascom sua utilização. Trabalhamos muito earduamente para organizar encontros parafuncionários do governo, líderes da igreja e

Convidando Deus para a sua rede Alan Robinson

Leia Atos 1:1-26, 2:1-4

(1:1-11) Estes são os antecedentes para o nosso estudo.

(1:12-13) A história maravilhosa do derramamento do Espírito Santocomeça com um grupo de cristãos numa reunião de negócios! Umarede de pessoas, homens e mulheres, jovens e velhos, chamados parase unirem de todas as classes sociais e profissões. Eles possuíam umatarefa em suas mãos – servirem de testemunhas para o mundo inteiro– a maior tarefa já atribuída em toda a história.

(1:14-26) Não houve nenhum conflito naquela reunião – eles estavamunidos em orações e propósito (Atos 1:14). Eles sabiam o que Deusqueria que fizessem – eram conduzidos pela Palavra de Deus (Atos1:20) e mantinham comunicação com Ele (Atos 1:24).

(2:1-4) Porém sua rede não estava completa – em Atos 1:4, vimos quelhes foi pedido que esperassem; esperassem pela promessa do Pai – obatismo do Espírito Santo. Assim, eles esperaram até o dia dePentecostes, quando a promessa foi cumprida – o Espírito Santo veio.

Hoje, o Espírito Santo está aqui para nos ajudar, porém aindaprecisamos convidá-lo a entrar em nossas vidas (Apocalipse 3:20),para tornar a rede completa. Sem o Espírito Santo, podemos ficar

divididos, impotentes, e nossas metas podem tornar-se mundanas etemporais. O Espírito Santo une-nos em nossa tomada de decisões eem nossos esforços, de maneira a tornar nossos fins divinos e eternos.

(1:20) Freqüentemente vamos a reuniões com pilhas de arquivos epapéis, até mesmo computadores portáteis – mas e nossas bíblias?

(1:14) A comunicação com Deus é de vital importância; comopodemos garantir que a hora de orar seja uma prioridade em nossasreuniões?

(1:4) Em nosso entusiasmo, às vezes queremos apressar-nos eterminar o trabalho, porém há momentos em que nos é pedido queesperemos – você está enfrentando uma situação em que, talvez,devesse esperar por Deus para que Ele aja primeiro?

Para serem eficazes, as redes precisam estar bem conectadas. O queestá conectando sua rede – algo mundano e temporário ou algo divinoe eterno? Como você pode incentivar a união em sua rede?

Alan Robinson trabalhou com a MOPAWI em Honduras por quatro anoscomo funcionário internacional da Tearfund.

ESTUDO BÍBLICO

da comunidade e membros deorganizações sociais, a fim deconscientizá-los sobre estes problemas ecoordenar o trabalho de prevenção eapoio para os usuários de drogas.

Isto teve muitos resultados, os quaiscontinuam a se expandir. Por exemplo,foi fundada a Rede Argentina para aRedução de Danos, a qual une muitasorganizações, associações científicas emembros governamentais. El Retoñotambém se uniu a várias organizaçõescientíficas e de saúde para realizar oprimeiro estudo extensivo do índice deinfecção do HIV e hepatite entre osusuários de drogas que utilizam agulhasna Argentina. Este estudo ajudará aplanejar programas de intervençãoeficazes no futuro.

Em todas estas atividades, El Retoñotenta mostrar claramente os valores eética do evangelho de Jesus Cristo,levando ‘a voz daqueles que nãopossuem voz’ a todos os diferentesníveis em que trabalhamos.

Graciela Radulich é a coordenadora de ElRetoño (O Broto), um parceiro da Tearfund naArgentina. Seu endereço é El Retoño, HWineberg 3450, (1636) La Lucila, BuenosAires, Argentina.

E-mail: [email protected]

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doença de Ilinanga. Ela e Sansãoconcordaram em não fazer o exame com astrês meninas, mas estavam preocupadoscom a possibilidade delas contaminarem-seatravés do contato próximo. Para muitas desuas preocupações, não parecia haverrespostas fáceis. A enfermeira só lhes podiaoferecer fatos sobre a infecção do HIV edizer-lhes que apoio havia disponível anível local para ajudá-los. Nakala e Sansãotiveram que tomar suas próprias decisões etentar manterem-se o mais saudáveispossível – comendo bem, fazendo exercícioscom regularidade e prevenindo infecçõesou tratando-as logo. Sua fé ajudou-os a‘colocar Deus em primeiro lugar’ e aaprender a confiar nele para o futuro.

Dra Connie Osborne trabalha como pediatra noUniversity Teaching Hospital, Private BagRW1X, Lusaka, Zâmbia. Este artigo foiadaptado a partir de um artigo que apareceu pelaprimeira vez em Child Health Dialogue / AIDSAction.

EDUCAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE

Quando Nakala engravidou pela quartavez, ela esperava que fosse um meninodesta vez, pois ela já tinha três meninasmaravilhosas. Ela ia à maternidade parafazer exames regulares, inclusive exames de sangue, de pressão sangüínea e parapesar-se.

O novo bebê era uma menina, Ilinanga, quenasceu forte e saudável. Nakalaamamentou o novo bebê, sabendo que esteera o melhor alimento para ela. No entanto,durante seu primeiro ano, Ilinanga tevemuitas doenças e infecções e parou deengordar aos nove meses. Nakala ficousurpresa e triste, pois isto não haviaacontecido com as outras crianças. Ilinanga,então, começou a ter uma tosse ruim, quenunca passava. A enfermeira sugeriu umexame para o HIV, com o qual Nakala e seumarido concordaram, embora eles tivessema certeza de que o bebê não era portadordeste vírus. Eles esperavam que a

Dr Connie Osborne

enfermeira se esforçasse mais paradescobrir a causa da doença de Ilinanga,uma vez que soubesse que o resultado doexame fora negativo.

No entanto, quando os resultadoschegaram, Nakala e seu marido, Sansão,ficaram chocados. O resultado era positivo.Nakala e Sansão fizeram o exame então, everificou-se que ambos estavamcontaminados com o vírus HIV. Nakalaperguntou-se ‘Quando fui contaminada?’Ela e Sansão nunca haviam usadopreservativos em sua vida conjugal. Nakalahavia sido uma esposa fiel e nunca haviadormido com ninguém mais, mas poderiaela dizer o mesmo de Sansão? E quandohavia Ilinanga contraído o HIV? Antes oudurante o parto, ou através daamamentação?

Nakala ficou preocupada com a saúde detoda a família. Ela estava preocupada emcomo dizer às outras meninas sobre a

As histórias podem ajudar as pessoas a aprenderem mais sobre o HIV/AIDS(SIDA). Esta história pode ser utilizada como um exercício de treinamento comtrabalhadores da área da saúde ou pessoas que cuidam de doentes. Conte ahistória mudando os nomes para nomes comuns em sua região, e, depois,repasse a história novamente, devagar, fazendo as perguntas para discussão.

■ A maioria das mulheres não sabem se sãoHIV+, quando engravidam. Deveriam ostrabalhadores da área da saúde fornecerinformações sobre o HIV durante aassistência pré-natal? Que tipo deinformações seria útil?

■ Sansão provavelmente transmitiu o HIVpara Nakala durante as relações sexuais.Poderia Nakala ter feito alguma coisa paraevitar ser contaminada?

■ O que deveriam os trabalhadores da áreada saúde levar em consideração antes desugerirem um exame para o HIV?

■ Como se sentiria um pai ou uma mãesabendo que contaminou um filho com oHIV?

■ Como poderiam os trabalhadores da áreada saúde ajudar os pais a não sepreocuparem com a transmissão dainfecção para seus outros filhos?

Perguntas para discussão

A história de Ilinanga

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■ Quem precisa de saber se uma criançaestá contaminada com o HIV? Os pro-fessores precisam de saber o verdadeiromotivo por que uma criança fica doentemais vezes do que outras crianças?

■ Por que poderia uma das irmãs deIlinanga não querer falar sobre a infecçãodo HIV?

■ As irmãs de Ilinanga têm possibilidade dese contaminarem com o HIV convivendocom outros familiares?

■ Onde podem as pessoas da comunidadeencontrar mais informações sobre oHIV/AIDS (SIDA)?

Várias inscrições foram recebidas para a nossa competição do milênio, a maioria enviadas por nossos leitores que falam francês. Elascobrem uma grande variedade de idéias úteis. Não foi fácil escolher um vencedor único, pois a maioria das melhores idéias não eramcompletamente originais, mas sim um tanto adaptadas. Foram oferecidas muitas idéias práticas, as quais esperamos compartilhar naPasso a Passo 46.

Ao invés de um vencedor único, decidimos dividir o prêmio entre cinco dos candidatos. Os vencedores são:

★ Vihiga Community Lye Production Centre Maragoli, Quênipor suas instruções detalhadas sobre como produzir sal tradicional. Enviadas pelo Reverendo Francis King’ang’a.

★ Bureau d’Etudes Scientifiques et Techniques Sud-Kivu, RD do Congopor sua adaptação de um carrinho de mão de madeira. Enviada por Didier de Failly.

★ Pastor BN Yenga Burundipor sua adaptação de uma prensa de azeite-de-dendê.

EDUCAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE

Para obter informações sobre o HIV e aamamentação, escreva para a WHO (OMS –Organização Mundial da Saúde) e solicite o seu pacote (produzido em conjunto com aUNICEF e a ONUSIDA) chamado HIV andInfant Feeding. O endereço é:Avenue Appia, CH-1211,Geneva 27, Suíça.

Fax: +41 22 791 0746

Competição do Milênio

Perguntas para discussão

■ A AIDS (SIDA) está presente em quase todos os países do mundo.

■ 50 milhões de pessoas foram contaminadas com o vírus HIV.

■ 16 milhões de pessoas já morreram até agora por causa da AIDS(SIDA) – 85% destas, na África.

■ Mais de dez milhões de crianças africanas perderam um ou ambosos pais por causa da AIDS (SIDA).

■ Um relatório recente das Nações Unidas sugere que metade de todos os meninosadolescentes na África morrerão dessa doença.

■ Um quarto da população adulta de alguns países africanos está contaminado.

■ Os índices de contaminação dobram a cada três anos, sem intervenção.

■ O vírus HIV pode ser transmitido SOMENTE através de relações sexuais (80% dos casos),agulhas ou lâminas de barbear não esterilizadas (5%), transfusões sangüíneas com sanguecontaminado (5%) ou de mãe para filho, durante a gravidez, o parto ou através daamamentação (10%).

■ O vírus HIV prejudica o sistema imunológico do organismo, de maneira que este nãoconsegue combater as doenças.

■ Várias vacinas foram criadas, porém nenhuma ainda forneceu uma solução.

■ Na Índia e no nordeste da Ásia, quatro milhões de pessoas estão contaminadas com a AIDS(SIDA) e a infecção está espalhando-se rapidamente.

■ Na América Latina e no Caribe, o número de pessoas com o HIV está aumentando paraníveis muito altos.

■ Ainda não há nenhuma cura médica para o HIV ou a AIDS (SIDA). A educação ainda é vitalpara a prevenção da propagação da AIDS (SIDA).

■ O tratamento para diminuir a rapidez com que o vírus HIV se transforma em AIDS (SIDA)existe em alguns países, porém possui muitos efeitos colaterais, exige supervisão médicacuidadosa e custa um mínimo de 2.000 dólares americanos por paciente, embora, agora,estejam sendo criados remédios muito mais baratos.

Fontes: OMS, Financial Times, Newsweek, ACET, ONUSIDA

Atualização sobre a AIDS (SIDA)

ARQUIVODE FATOS

★ Bodzewan B Kongnyuy Camarõespor sua idéia para aumentar a produção de aves.

★ Litein Cottage Hospital Litein, Quêniapor suas idéias eficazes para a eliminação comunitáriade vermes nas crianças. Enviadas por Lois J Ooms.

Cada vencedor receberá um vale para livros da ITBookshop ou da TALC.

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RECURSOS

LivrosBoletinsMateriais de treinamento

HIV/AIDS – Materiais deEstudoEste manual oferece fontes deinformações úteis para leitura, reflexão eaprendizagem a respeito da linha depensamento atual sobre os princípios daboa prática para programas na área doHIV/AIDS (SIDA). Escrito paraorganizações que trabalham dentro de suascomunidades, ele oferece informaçõesatualizadas sobre a epidemia, princípios ediretrizes para a boa prática, apresentaestudos de casos e salienta o papel da igreja.Estes Materiais de Estudo podem ser obtidosgratuitamente em inglês, francês, espanhole português através de:

TRT AdministratorTearfund100 Church Road, TeddingtonTW11 8QEReino Unido

E-mail: [email protected]

Choices:A guide for young peopleGill Gordon

Choices é um guia para jovens crescendo naÁfrica atualmente. Ele lhes ofereceinformações claras sobre seus corpos esexualidade, dando-lhes as informações deque precisarão ao enfrentarem os desafiosde se crescer num mundo em rápidamudança.

Ele fala sobre maneiras de como se planejarintervalos entre os nascimentos dos filhos,assim como doenças transmissíveissexualmente e o HIV. Ele também examinaos perigos do abuso do álcool, drogas etabaco. Além de ser do interesse dos jovense de seus pais, pode ser muito útil paraprofessores e trabalhadores na área dasaúde, os quais o podem utilizar parasessões de treinamento. Bem ilustrado eescrito de maneira clara em inglês, ele custa5 libras esterlinas (8 dólares americanos)pelo envio via superfície ou 7 librasesterlinas (11 dólares americanos) por viaaérea e pode ser obtido através da TALC(endereço acima).

E-mail: [email protected]

Strategies for hopeEsta série excelente já foimencionada muitas vezesna Passo a Passo ao longo dos anos. Agora,há 15 títulos na série – os mais recentes são:

No 14: Under the Mpundu Tree sobre otrabalho de 500 voluntários para oatendimento no lar, que cuidam de pessoascom o HIV/AIDS (SIDA) e tuberculose em23 regiões municipais no Copperbelt deZâmbia

No 15: The Open Secret o qual descrevecomo Uganda derrubou o estigma e osilêncio em torno da epidemia do HIV ediminuiu os índices de contaminaçãodramaticamente.

Os livros mais antigos da série podem serobtidos em francês e inglês, com algunstambém existentes em português, e custam2,50 libras esterlinas. Os livros mais recentescustam 3,25 libras esterlinas.

Também há quatro vídeos baseados noslivros: The Orphan Generation, HIV/AIDSCounselling, Under the Mpundu Tree e TheOpen Secret. Estes podem ser obtidos eminglês, francês e suaíli e os preços variamentre 20 e 35 libras esterlinas. Além disso, opacote de treinamento Stepping Stones podeser obtido em inglês, francês, luganda esuaíli e custa 20 libras esterlinas.

As organizações nos países africanos ao suldo Saara que não puderem pagar estesmateriais podem solicitar exemplaresgratuitos à TALC UK. Por favor, entre em

contato com Strategies for Hope para obterinformações completas sobre todos os seusrecursos de informações.

c/o TALCPO Box 49, St AlbansHertfordshire, AL1 5TXReino Unido

E-mail: [email protected]

Where There Is No Animal Doctor Peter Quesenberry eMaureen Birmingham

Este livro foi recentemente publicado pelaChristian Veterinary Mission (MissãoVeterinária Cristã) e está cheio deinformações sobre a criação de animais e otratamento de doenças e ferimentos emtodos os animais agrícolas. Pode ser obtidopor 15 dólares americanos, sem incluir oenvio postal. A CVM também publica umboletim trimestral chamado InternationalAnimal Health News, o qual examinaprincipalmente as doenças na saúdepública. O preço da assinatura é de 5dólares americanos por ano.

CVMBox 33000, Seattle, WA 98133EUA

E-mail: [email protected]

Lidar com o lixo hospitalar e clínico, tais comoagulhas descartáveis, seringas, compressas/bandagens e remédios não utilizados causagrande preocupação em muitas partes do mundo. A remoçãoinadequada do lixo pode resultar num risco considerável para asaúde pública. Este incinerador é barato de ser construído e eficienteem sua utilização, desde que seja corretamente construído e mantido.Não precisa de eletricidade e pode funcionar com madeira ou carvão,com uma pequena quantidade de diesel ou querosene. A parte centralinterna precisa de ser feita de tijolos refratários, porém os outrosmateriais para a sua construção podem ser encontrados facilmente.

Há um manual de instruções gratuito. A equipe que o inventou, na Universidade De Montfort,ajudará com suas dúvidas técnicas e deseja manter contato com os hospitais e clínicas queconstruírem este incinerador. Para obter informações, escreva para:

The Innovative Technology Centre, De Montfort University, The Gateway, Leicester, LE1 9BH,Reino Unido. E-mail: [email protected]

✹Incinerador de lixo médico

GRÁTIS!

✹GRÁTIS!

✹GRÁTIS!

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15PA S S O A PA S S O 44

RECURSOS

Se você acha a Passo a Passo útil em seu trabalho, talvez vocêqueira utilizar os dois novos materiais que possuímos para falara outras pessoas sobre a Passo a Passo. A nova pastapromocional, que contém amostras de edições, cartazes,folhas com informações e listas de endereços, já estádisponível. Ela foi criada para ser utilizada em murais durantereuniões e encontros de treinamento, ou nas paredes doscentros de recursos. Por favor, solicite um exemplar, sevocê a puder utilizar. Também possuímos folhetos notamanho A5, os quais podem ser anexados a cartas oudados a colegas para lhes falar sobre a Passo a Passo.

Tanto a pasta promocional quanto os folhetos podem serobtidos em inglês, francês, espanhol ou português, atravésdo escritório da Passo a Passo.

Recursos para famílias cristãsA União Bíblica está trabalhando em 41países na África. Em resposta ao HIV/AIDS(SIDA), os escritórios regionais criaram duasáreas de trabalho conhecidas como ‘Ajudapara a AIDS (SIDA)’ e ‘Plano para a família’.Estas têm por fim fortalecer a vida familiar ereduzir a incidência do HIV/AIDS (SIDA)entre os jovens na África, fornecendo-lhesinformações sobre habilidades para a vida eeducação sexual com uma perspectiva cristã.Eles possuem vários recursos disponíveis, osquais geralmente incluem um vídeo,materiais para leitura individual e manuaispara líderes. Alguns dos recursos são:

Aventura ilimitada Um curso de habilidadespara a vida para crianças de 11–14 anos. (Emportuguês, inglês ou francês.)

Escolha a liberdade Um curso de habili-dades para a vida para jovens, que tem porfim prepará-los com confiança para a vidaadulta no mundo de hoje. (Em português,inglês ou francês.)

Positive parenting Uma série que visaajudar pais na grande tarefa de ser pai oumãe. Escrito para ser utilizado ou por paisindividualmente ou por grupos de estudoem igrejas e escolas. (Em inglês.)

Enjoy your marriage Notas de leituras daBíblia para os casais utilizarem em conjunto,que intenta examinar os princípios de Deuse fazer planos para o matrimônio e melhorara comunicação e alegria nele. (Em inglês.)

Para obter informações completas sobre osrecursos e preços, por favor, escreva para:

Scripture Union45 Heyman RoadSuburbs, BulawayoZimbábue

Tel/Fax: +263 9 71555

E-mail: [email protected]

FlanelógrafosEstes consistem em gravuras pintadas emflanela, que são recortadas e colocadas emcima de um fundo de material áspero (comoum cobertor), para mostrar uma situação oucontar uma história. Eles são ideais paraincentivar a discussão e ajudar os grupos a

Pasta promocional e folhetos

Trabalhadores da área da saúde em Gana, utilizando umflanelógrafo da TALC para demonstrar uma palestrasobre a saúde.

tiverem acesso a moedas estrangeiras. Paratodos os outros, o preço é de 7,50 librasesterlinas (15 dólares americanos), incluindo oenvio postal. Pode ser obtido através de:

Publications AdministratorHealthlink WorldwideCityside40 Adler StLondon, E1 1EEReino Unido

Fax: +44 20 7539 1570

E-mail: [email protected]

identificarem problemas e soluções. Estasséries de flanelógrafos vêm com idéias parascripts. A TALC criou duas:

Family Planning, STDs and AIDS Com cincopedaços de flanela impressas a cores e 55páginas de textos, que podem ser utilizadospara conversar sobre estes tópicos delicados.

Worms Mais uma vez, com cinco pedaçosde flanela a cores e um script detalhado. As gravuras podem ser utilizadas paradescrever o ciclo de vida e os efeitos dosancilóstomos, nematelmintas e tênias, assimcomo sugerir tratamentos e melhoria nahigiene.

Ambas as séries oferecem um recursoexcelente, que durará por anos e custa 21,50libras esterlinas (30 dólares americanos), daTALC (endereço acima).

HIV Testing: a practical approachO exame para o HIV é uma parte vital detodos os programas de prevenção eatendimento do HIV. Ele é necessário parafornecer suprimentos sangüíneos seguros epara quando as pessoas desejam saber se sãoportadoras do HIV. O bom aconselhamento,a educação, o atendimento e o apoiosubseqüente também são partes essenciaisde qualquer programa de exames para oHIV. Este novo livro oferece informaçõespráticas e úteis para todos os funcionáriosda área da saúde que trabalham comprogramas com o HIV/AIDS (SIDA). Elepossui informações práticas sobre:

• o que levar em consideração antes deiniciar um programa de exames para oHIV

• informações técnicas sobre os examesexistentes

• trabalho de exame de sangue

• estudos de casos.

Este livro pode ser obtido gratuitamente pororganizações no Terceiro Mundo que não

CD-ROM da Passo a PassoVocê empresta suas edições da Passo a Passoa amigos e nunca mais as vê novamente?Você perdeu alguma edição da Passo aPasso? Você é um novo leitor e gostaria deter exemplares anteriores? No momento,cobramos 40 libras esterlinas (60 dólaresamericanos) para enviar-lhe uma série deexemplares anteriores (e várias ediçõesestão esgotadas).

No entanto, agora, temos um CD-ROM, oqual contém cada edição da Passo a Passo,do número 1 ao 40 em inglês, juntamentecom a maioria das edições em francês,espanhol e português. Você pode irdiretamente para a questão ou tópico quedeseja e imprimir a informação de queprecisa. O CD-ROM custa 10 librasesterlinas (15 dólares americanos) para asorganizações que puderem pagar, porém égratuito para os leitores da Passo a Passo quenão tiverem condições pagar, mas quepuderem fazer bom uso dele. Por favor,escreva e envie suas informações para:

Footsteps CD-ROMPO Box 200BridgnorthShropshireWV16 4WQReino Unido

✹GRÁTIS!

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TECNOLOGIA

Publicado pela: Tearfund, 100 Church Rd,Teddington, TW11 8QE, Inglaterra

Editora: Dra Isabel Carter, PO Box 200, Bridgnorth,Shropshire, WV16 4WQ, Inglaterra

Proteção contrarelâmpagos

O relâmpago é chamado de ‘Ato de Deus’,pois ninguém pode prever onde ele cairá.No entanto, as causas dos relâmpagospossuem uma explicação científica simples.Se um relâmpago atinge uma pessoa, elepode fazer com que seu coração e, às vezes,seus pulmões parem. Os corações podemrecomeçar sem ajuda médica, mas se ospulmões também pararem, pode sernecessário fazer massagem cardíaca erespiração boca-a-boca urgentemente pararessuscitar a pessoa e prevenir a morte.

Em muitos países, as pessoas acreditam queos relâmpagos estão associados à bruxaria.Isto significa que muitas pessoas têm medode ajudar alguém que tenha sido atingidopor um relâmpago, no caso de seremafetadas. Mais vidas poderiam ser salvas, se fosse ensinado às pessoas que os relâm-pagos são um processo natural e não hánenhum risco em ajudar alguém que tenhasido atingido. Fazer massagem cardíaca erespiração boca-a-boca imediatamente podesalvar algumas vidas.

Em espaços abertos grandes, qualquer coisaque esteja de pé, principalmente se for feitade metal, tem maior probabilidade de seratingida pelos relâmpagos – árvoresisoladas, estacas, postes de cercas e atémesmo uma pessoa. Se você se encontrar em uma área exposta, afaste-se de qualquerextensão de água exposta e procure umavala para ficar dentro, deitado! O lugar maisseguro para se abrigar é embaixo de umgrupo grande de árvores (escolha umaárvore mais baixa) ou em um veículofechado (onde os pneus de borrachaoferecem proteção).

Se os relâmpagos atingirem casas bemconstruídas, com encanamentos/canalizações para água e eletricidade, aenergia elétrica passará pelos canos e fios demetal, ficando longe das pessoas dentro dacasa. No entanto, em prédios com telhadosde palha, os relâmpagos passam pelaspessoas dentro das casas. Os pesquisadoresobservaram que as cabanas com cozinhas detelhado de palha tinham muito maisprobabilidade de serem atingidas pelosrelâmpagos por causa das panelas de metal.Evite abrigar-se nas cozinhas!

Todos os prédios, principalmente os comtelhados de palha, podem ser protegidoscom um ‘pára-raios’. Este é constituído porum poste de madeira muito alto, de pelomenos seis metros de altura, colocado de péa pelo menos 1,5 metros de distância de umprédio. Amarre um arame de açogalvanizado ao longo do poste, passandodas pontas tanto no topo como no solo.Enterre o poste a pelo menos 1,5 metros deprofundidade e empilhe pedras na basepara proteger os animais e as criançascontra choques durante os relâmpagos. Se o solo for rochoso, ou se houver algoconstruído em cima dele, os pára-raiostambém podem ser fixados a árvores.Quando houver muitas casas próximasumas das outras, o mesmo pára-raios podeproteger várias delas. Fixe postes maisbaixos ao lado das casas (não enterrados nosolo) e una-os com um arame ao pára-raiosprincipal. Certifique-se de que os postessejam mais altos do que o topo dos telhadosdas casas. Se um relâmpago cair na área, eleatingirá o arame de metal no pára-raios epassará para a terra sem causar danos àspessoas e aos lares.

Ronald Watts trabalhou na Zâmbia e em outrospaíses africanos por muitos anos, promovendo aagricultura e o desenvolvimento sustentável. Eleagora vive em Maes Yr Eglwys, Penycae,Swansea, SA9 1GS, Reino Unido.

Ronald Watts

Os países tropicais por todo o mundo são muito mais atingidos porrelâmpagos que os países mais frios. As áreas de planaltos expostos altos compoucas árvores parecem ser mais atingidas por relâmpagos que outras áreas.Quando as pessoas vivem em cabanas com telhados de palha, os riscos sãomaiores. Zimbábue possui o recorde do maior número de pessoas mortas porserem atingidas por um único relâmpago, com 21 pessoas mortas em umacabana perto de Mutare em 1975.

Pára-raios num alojamento num parque de safárina Namíbia.

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