Parque Fluvial Urbano da Eclusa de Pedreira

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PARQUE FLUVIAL URBANO DA ECLUSA DE PEDREIRA Trabalho Final de Graduação Universidade de São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Eduardo Pompeo Martins Alexandre Delijaicov (orientador) Klara Kaiser (coorientadora) Junho de 2012

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Trabalho Final de Graduação - FAUUSP Eduardo Pompeo Martins Jul 2012

Transcript of Parque Fluvial Urbano da Eclusa de Pedreira

  • PARQUE FLUVIAL URBANO DAECLUSA DE PEDREIRA

    Trabalho Final de GraduaoUniversidade de So PauloFaculdade de Arquitetura e Urbanismo

    Eduardo Pompeo Martins

    Alexandre Delijaicov (orientador)Klara Kaiser (coorientadora)

    Junho de 2012

    PARQUE FLUVIAL URBANO DAECLUSA DE PEDREIRA

    Trabalho Final de GraduaoUniversidade de So PauloFaculdade de Arquitetura e Urbanismo

    Eduardo Pompeo Martins

    Alexandre Delijaicov (orientador)Klara Kaiser (coorientadora)

    Junho de 2012

  • PARQUE FLUVIAL URBANO DA ECLUSA DE PEDREIRA

    Trabalho Final de GraduaoUniversidade de So PauloFaculdade de Arquitetura e Urbanismo

    Eduardo Pompeo Martins

    Alexandre Delijaicov (orientador)Klara Kaiser (coorientadora)

    Junho de 2012

  • Alexandre Delijaicov

    Klara Kaiser

    Klara Kaiser Milton Braga

    Ada Pompeo NogueiraBeatriz MarquesBruno Taiar CarvalhoCarlos Eduardo MarinoFernando Tulio Rocha FrancoGiselle MendonaHannah MachadoLus Pompeo MartinsNilton SuenagaNina MeirellesPaula Mollan Saito

    Grupo de Pesquisa Metrpole FluvialJoo Carlos Martins de ArajoAndrei AlmeidaBhakta KrpaCatherine OtondoCarlos Eduardo MillerFernando de Mello FrancoFernando MoliternoGabriela TamariGuido DElia OteroGuilherme PiancaJorge de CarvalhoMarina GrinoverMarta MoreiraNicolas CarvalhoRenata RabelloRicardo GusmoCESAD FAU

    ao orientador

    co-orientadora

    aos membros da banca

    aos colaboradores

    pelo apoio

    AGRADECIMENTOS

  • APRESENTAO

    INTRODUO

    1. HIDROANEL METROPOLITANO DE SO PAULO

    Hidroanel Metropolitano de So PauloO canal lateral e eclusa de Pedreira

    2. O RIO PINHEIROS E O SISTEMA BILLINGS

    O Rio Pinheiros e o Sistema BillingsO canal lateral e eclusas de Pedreira

    3. A LEITURA DO LUGAR A PARTIR DAS INFRAESTRUTURAS

    O stio da barragem de PedreiraInfraestrutura metropolitana x Infraestrutura urbana

    4. ESTRATGIAS

    A clareiraRedesenho das linhas de transmisso

    5. O PROJETO DO PARQUE FLUVIAL URBANO DA BARRAGEM DE PEDREIRA

    Desenhos geraisO circuito

    Interveno na Usina Elevatria de PedreiraA barragem

    Praia Urbana

    REFERNCIAS

    NDICE

    5

    6

    12

    1316

    17

    1820

    26

    2730

    31

    3233

    34

    3547546367

    69

  • APRESENTAO

    O projeto para o Parque Fluvial Urbano da Eclusa de Pedreira um desdobramento do projeto do Hidroanel Metropolitano de So Paulo. Em 2009, o Governo do Estado de So Paulo licitou o Estudo de Pr-Viabi-lidade Tcnica, Econmica e Ambiental do Hidroanel Metropolitano de So Paulo, atravs do Departamento Hidrovirio da Secretaria Estadual de Logstica e Transportes. A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, atravs do Grupo de pesquisa Metrpole Fluvial GMF, realizou em 2011 a articulao arquitetnica e urbanstica desse estudo.

    Num projeto de escala metropolitana como este, h um limite claro de escala de aproximao por diversos motivos, como complexidade, tempo e recorte. Desse modo, este trabalho busca realizar uma aproximao de escala, ao escolher uma das diversas reas por onde passa o estudo, com o intuito de desenvolv-lo em outros aspectos, de maneira mais detalhada.

    Dentre as diversas possibilidades de recorte, foi escolhido o stio da Barra-gem de Pedreira, na zona sul da Regio Metropolitana de So Paulo. Nela foi feito um estudo do impacto das novas estruturas imaginadas do ponto de vista espacial. Dessa anlise, foi concebida uma proposta para um parque fl uvial urbano, frisando sua interao com os elementos de infraes-trutura novos e pr-existentes tanto nos espaos do parque quanto na sua relao com a paisagem urbana de modo mais abrangente.

    fonte Nilton Suega

  • INTRODUO

    Apresento como trabalho fi nal de graduao o projeto de um parque fl uvial urbano localizado na bar-ragem de Pedreira que marca o limite entre a represa Billings e o rio Pinheiros em So Paulo. Dentro do mbito do projeto para o Hidroanel Metropolitano de So Paulo, a cons-truo de um canal lateral com eclu-sas a fi m de permitir a navegao fl uvial entre os dois corpos dgua motivou a implantao do parque.

    Ao longo dos Estudos do Hidroanel, os projetos com os quais mais me envolvi (pelas prprias circunstn-cias do trabalho) foram aqueles ligados ao rio Pinheiros: eclusas de

    Retiro, Traio e Pedreira. Nesse perodo, pudemos fazer uma visita Usina de Traio, com o intuito de obter informaes para aquele projeto especfi co. A visita foi surpre-endente.

    A Usina tem uma presena peculiar na paisagem. Para algum que tenha passado algumas vezes em frente Usina de Traio, a lembrana mais marcante que se tem do edifcio aca-ba sendo seu carter mais anedtico, de ser um prdio sobre a gua. Aparte esse carter especfi co, o edif-cio da Usina de Traio parece ser um edifcio urbano comum. As aberturas horizontais da fachada, repetidas em

    trs nveis, sugerem uma subdiviso por pavimentos. Imagina-se que ali estejam instalados escritrios ligados usina, ou algo semelhante.

    Porm, ao entrar na Usina revela-se uma arquitetura at ento oculta: um amplo galpo industrial iluminado naturalmente abriga quatro unidades de recalque. Uma ponte-rolante per-corre livremente o interior da usina e movimenta as pesadas peas (como hlices, eixos e turbinas) das unida-des para as reas livres destinadas manuteno, onde possvel v-las de perto. A possibilidade de entrar no edifcio alterou signifi cativamente minha compreenso sobre ele.

    Aps a concluso do projeto do Hidroanel, decidi desenvolver o TFG a partir de um dos trs projetos com que tinha me envolvido mais diretamente, como trabalho fi nal de graduao. O projeto escolhido foi o da eclusa de Pedreira, por estar em uma situao urbana menos conso-lidada, oferecendo menos limitaes que os outros projetos.

    Para tanto, agendei uma segunda visita, agora Usina Elevatria de Pedreira para conhecer e registrar o lugar, at ento conhecido apenas por meio de cartas e fotos. Se por um lado a espacialidade da Usi-na em si no provocou a mesma

    surpresa para quem j conhecia a Usina de Traio, por outro, o lugar em que est inserida (foto abaixo) despertou grande interesse.

    A possibilidade de aproximar-se das usinas, estruturas que geralmente s podem ser vistas de longe. A im-portncia delas para o cotidiano, no sentido de que amparam de maneira invisvel, a vida habitual na cidade, em seu funcionamento tambm coti-diano, ininterrupto. Essas questes, suscitadas pela visita em si, me inte-ressaram muito naquele momento.

    Somou-se a essa experincia a subi-da ao topo do dique. Deparar-se com

    a Represa Billings, contida 25 metros acima do rio Pinheiros tambm foi algo marcante. A fora do desenho da barragem, defi nindo um limite claro entre dois campos distintos, a montante e a jusante, s podem ser percebidos no local.

    Nesse sentido, acredito que o registro fotogrfi co dessas duas visitas relevante e, portanto, deve compor o trabalho por traduzirem de alguma forma o interesse despertado. Seja pela esttica das usinas e de suas mquinas, seja pelo stio em si. As pginas que seguem apresentam algumas dessas imagens.

  • 8fotografi as do interior da Usina de Traio

  • 9fotografi as do interior da Usina de Pedreira

  • 10

    fotografi as do interior da Usina de Pedreira

  • 11

    acima, foto da ponte-rolante no interior da Usina de Traio

    esquerda, imagens da Usina de Pedreira

  • HIDROANEL METROPOLITANO DE SO PAULO

    1.

    fonte Grupo Metrpole Fluvial

  • 13

    A proposta do Hidroanel Metropolitano orientada pelas diretrizes da Poltica Nacional de Recursos Hdricos (lei n 9.433, de 08/01/1997), Poltica Nacio-nal de Resduos Slidos (lei n 12.305, de 02/08/2010) e Poltica Nacional de Mobilidade Urbana (lei n 12.587, de 03/01/2012). A noo de uso mltiplo das guas, estabelecida na Poltica Nacional de Recursos Hdricos, conside-ra as guas um bem pblico e um recurso natural limitado, cujo uso deve ser racionalizado de maneira a permitir o acesso do maior nmero de pessoas e ter fi nalidades diversas. Este plano inclui o transporte aquavirio na utilizao integrada dos recursos hdricos, visando o desenvolvimento sustentvel.

    Ao transformar os principais rios da cidade em hidrovias, e considerando tam-bm suas margens como o espao pblico principal da metrpole, o carter pblico das guas de So Paulo reforado. Dessa forma, os rios urbanos alm de transformarem-se em vias de transporte de cargas e passageiros, contribuem para a regularizao da macrodrenagem urbana, abastecimento, gerao de energia e lazer.

    A drenagem urbana um tema desafi ador para planejadores e administrado-res de grandes centros urbanos do mundo, como j coloca o Primeiro Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia Hidrogrfi ca do Alto Tiet (PDMAT-1) elaborado em 1988 pelo DAEE. O Plano estabeleceu premissas em relao a conteno do desmatamento, ocupao das vrzeas e vazes de restrio dos cursos dgua.

    Incorporando algumas das premissas do PDMAT-1, o projeto do Hidroanel aumenta a rea de superfcie dgua na metrpole, atravs da constituio de lagos e canais e implementao de reas permeveis, com parques fl uviais. Sero trs principais lagos-navegveis: lago da Penha, lago de So Miguel Paulista e lago de Itaquaquecetuba. Estes lagos, prximos cabeceira do Rio Tiet, aumentam a capacidade de controle e deteno das guas na bacia por meio de um sistema de barragens mveis. Os lagos amortecero os volumes escoados atuando como bacias de deteno, com a capacidade de resguardo equivalente variao de 1 metro de lmina dgua dos lagos artifi ciais propostos no projeto, evitando inundaes na rea urbana.

    Praa da eclusa na Cidade Canal Billings-Taiaupeba

    DIAGRAMA CIRCUITO DE CARGAS

    ECO-PORTO

    TRANS-PORTO

    draga-porto flutuante fixo

    draga flutuante mvel

    eco-ponto

    estao de tratamentode gua

    estao de tratamentode esgoto

    vidro triturado derretido

    plstico processado

    metal derretido ou compactado

    entulho modo > brita e agregados

    alumnio fundido

    3 DESTINO FINALdos resduos slidos processados

    2 PROCESSAMENTO:

    TRI-PORTO

    1 TRIAGEM

    VIA RODO

    VIA HIDRO

    VIA FERRO

    1 PODER PBLICO2 EMPREENDEDOR PRIVADO

    TERMELTRICA

    ENERGIA(+ VAPOR)

    indstria limpa: lavagem de gases emitidos e captao de CO2

    resduo com umidade < 10 %

    ENERGIA(BIOGS)

    adubo a partir de lodo limpo

    BIODIGESTOR

    resduo com umidade > 10%

    VIA

    RO

    DO

    VIA

    RO

    DO

    VIA

    HID

    RO

    VIA

    HID

    RO

    VIA

    HID

    RO

    caminhes coletoresde lixo, entulho e terra

    grande gerador de resduos slidos

    grande geradorde resduos slidos

    RESDUO NO TRIADORESDUO PR TRIADO

    LIXO URBANOE ENTULHO LODO

    LIXO URBANO, ENTULHO E TERRA

    SEDIMENTOSDE DRAGAGEM

    DRAGA-PORTO

    LODO-PORTO

    REJEITOblocos de pavimentaoa partir de cinzas e resduoscom metais pesados

    DIAGRAMA CIRCUITO DE CARGAS

    fonte Danilo Zamboni

    Grupo Metrpole Fluvial

  • 14

    Estas devem ser, alm de coletadas e transportadas, triadas e enviadas a destinos ambientalmente adequados. Esta poltica orientada sob os conceitos de Logstica Reversa, instrumento de desenvolvimento econmico e social, caracterizado por um conjunto de aes, procedimentos e meios, destinados a facilitar a coleta e restituio dos resduos slidos a empreendi-mentos de cunho pblico ou privado. Dessa forma, os resduos podem ser re-aproveitados no ciclo de fabricao de novos produtos, na forma de insumos, visando a reduo e no gerao de rejeitos ou incinerao.

    Os portos previstos no Hidroanel, ao atender o PNRS deslocam a questo da sustentabilidade para o centro das atividades promovidas pelo poder pblico. O circuito das cargas proposto pelo projeto do Hidroanel articula a triagem, reciclagem processamento, bio-digesto ou reutilizao, e em ltima instncia, incinerao dos resduos slidos metropolitanos. Os ciclos de cada tipo de carga pblica culminam com a extino dos aterros e com a reduo drstica dos fl uxos desarticulados de cargas pblicas na RMSP, sobretudo no sistema rodovirio.

    Ao longo do traado do Hidroanel sero construdos portos de origem e destino de cargas com as seguintes caractersticas: Draga-portos fi xos para receptao de sedimentos de dragagem; Lodo-portos para receptao de lodo de ETEs e ETAs; Eco-portos de receptao de lixo urbano; Trans-portos para receptao de lixo urbano, terra e entulho. Os Tri-portos so as princi-pais estruturas do sistema e, ao processar as cargas em uma planta indus-trial, funcionam tanto como destino das cargas pblicas quanto origem dos insumos gerados a partir do processamento dessas cargas.

    O interesse pblico do projeto

    O Hidroanel, em sua escala metropolitana, assume o carter de estruturador do territrio. Permite uma reorganizao efi ciente na mobilidade urbana, na gesto integrada de resduos slidos, na gesto de recursos hdricos e na requalifi cao dos espaos pblicos vinculados aos rios. As vantagens do Hidroanel podem, assim, ser de ordem econmica, ecolgica, social e urba-nstica.Os benefcios diretos incluem: aumento da racionalizao energtica do transporte de cargas (uma vez que o transporte hidrovirio mais econmico em relao ao rodovirio); reduo da emisso de gases poluentes; melhoria do sistema de gesto de cargas urbanas e a reduo de custos operacionais dada a maior capacidade de concentrao dessas cargas; diminuio dos congestionamentos rodovirios; reaproveitamento e destinao adequada de resduos slidos; manuteno dos canais e lagos, com otimizao do escoa-mento do material de dragagem e aperfeioamento de operao e aumento da capacidade do sistema de macrodrenagem e abastecimento.

    Dentre os benefcios indiretos, sobretudo de interesses sociais e urbansticos, destacam-se: a transformao do ambiente fl uvial urbano, com melhoria da qualidade urbanstica e ambiental; mudana da relao da cidade com os rios, promovendo uma transformao das margens e dos canais; aumento das reas livres e dos espaos pblicos qualifi cados; incentivo cultura de convivncia com os rios (que deixam de ser entendidos como um problema) e com a gesto de resduos slidos, medidas que contribuem para cons-cientizao social e ambiental da populao. Assim, o Hidroanel articula os conceitos que norteiam os estudos do Grupo Metrpole Fluvial:

    reestabelecer os rios urbanos como principais eixos estruturadores das cidades, com parques, praas e bulevares fl uviais s suas margens,

    consolidao de um territrio com qualidade ambiental urbana nas orlas u-viais, que comporte infraestrutura, equipamentos pblicos e habitao social;

    navegao uvial em canais estreitos e rasos em guas restritas (con nadas entre barreiras artifi ciais);

    transporte uvial urbano de cargas pblicas;

    logstica reversa: reinsero no mercado dos resduos slidos transforma-dos em matria prima.

    A construo do canal lateral de interligao das represas Billings e Taiau-peba contribui para o controle do nvel das guas nestas represas, articulan-do a gesto hdrica com o sistema de abastecimento. Esta conexo permite a transferncia do excesso de gua do sistema Tiet Cabeceiras, em direo represa Billings e contribui para a reduo da vazo jusante do crrego das Trs Pontes, na divisa do municpio de So Paulo com o municpio de Po, diminuindo o risco de inundaes. Alm da contribuio com a macrodrena-gem, a transferncia de guas tem o potencial de melhora no abastecimento do compartimento Rio Grande da Serra, responsvel pela distribuio para o Grande ABC.

    Outro projeto estratgico que contribui para a macrodrenagem urbana do Alto Tiet o Pequeno Anel Hidrovirio. Apesar de no constar no escopo inicial do Hidroanel, esse anel menor defi nido por uma interligao entre a sub-ba-cia do Tamanduate e a Represa Billings (bacia do rio Pinheiros). Em caso de emergncia, quando, devido s chuvas, o nvel das guas dos rios ameaar extrapolar suas margens, sero ativadas as barragens mveis que viabili-zam tanto este procedimento quanto a navegao do Tamanduate e dos afl uentes Meninos e Couros, para que a vazo do Tamanduate seja revertida para a represa Billings. A operao desse sub-sistema deve considerar, como elemento fundamental, os nveis de poluio das guas transferidas.

    O projeto do Hidroanel tambm est alinhado s diretrizes da Poltica Na-cional de Mobilidade Urbana, que tem entre seus objetivos contribuir para o acesso universal cidade e mitigar custos ambientais, sociais e econmicos dos deslocamentos de pessoas e bens. Intimamente relacionados com o desenvolvimento urbano e bem estar social, os bens deslocados na cidade so compreendidos no Estudo de Pr-viabilidade do Hidroanel como sendo as cargas pblicas e comerciais que transitam no meio urbano.

    As cargas pblicas consideradas neste estudo so sedimentos de dragagem de canais e lagos; lodo de ETEs e ETAs; lixo urbano; entulho; terra solo e ro-cha de escavao. Segundo a Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS), a gesto integrada destas cargas de responsabilidade do poder pblico.

    Tri-porto de Carapicuba

    Texto baseado no Relatrio Conceitual da Articulao Arquitetnica e Urbanstica dos Estudos de Pr-viabilidade Tcnica, Econmica e Ambien-tal do Hidroanel Metropolitano de So Paulo

    fonte Grupo Metrpole Fluvial

  • 15

    SPA

    GRU

    SPO

    DIA

    SAN

    POA

    ITQ

    MOG

    RIP

    RGS

    SUZ

    SBC

    OSA

    BAR

    MUNICPIOS DA REGIO METROPOLITANA DE SO PAULO BANHADOS PELO HIDROANEL

    10 km510N

    TR-01 - CARAPICUBA

    TR 02 - ITAQUAQUECETUBA

    TR 03 - ANCHIETA

    SUBSISTEMAITAQUAQUECETUBA

    SUBSISTEMAANCHIETA

    SUBSISTEMACARAPICUBA

    TRI-PORTO

    SUBSISTEMAS

    O Hidroanel localiza-se na Bacia do Alto Tiet, que ocupa uma rea de 5.985 km, com populao estimada de 20 milhes de habitantes (IBGE 2010). composto pelos canais dos rios Tiet e Pinheiros, pelas represas Billings e Taiaupeba e pelo canal navegvel projetado, de interligao destes lagos, fechando um anel de vias navegveis. Esse percurso atravessa 15 dos 39 Municpios da Regio Metropolitana de So Paulo (RMSP): Santana de Parna-ba, Barueri, Carapicuba, Osasco, So Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Po, Suzano, Mogi das Cruzes, Ribeiro Pires, Rio Grande da Serra, Santo Andr, So Bernardo do Campo e Diadema. Atua sobre a regio o Comit de Bacia Hidrogrfi ca do Alto Tiet (CBH-AT) criado em 1991.

    Articulada aos modais ferrovirio e rodovirio existentes e propostos, a nave-gabilidade dos canais urbanos passa a ter alcance metropolitano e macro-metropolitano, com a implantao do Hidroanel. Hoje a navegao possvel na represa Billings e no rio Tiet, de Edgard de Souza barragem da Penha, intervalo de 41 km defi nido como o primeiro trecho do Hidroanel. O segundo trecho, tambm no rio Tiet, vai da barragem da Penha Foz do Taiaupeba--Au. O terceiro trecho fi ca no canal do Rio Pinheiros, com 25km de extenso de montante da Barragem de Retiro jusante da Barragem de Pedreira. O quarto trecho corresponde represa Billings, da Barragem de Pedreira Foz do Ribeiro da Estiva, no municpio de Rio Grande da Serra. O quinto trecho o canal e lago navegvel Taiaupeba compreendido entre a Foz do Taiau-peba Au e a Foz do Taiaupeba Mirim. Por fi m, o sexto trecho corresponde ao canal lateral Billings-Taiaupeba. Com 17 km de extenso e 30 metros de largura, este canal artifi cial localiza-se nos vales dos rios Taiaupeba Mirim e Ribeiro da Estiva, contribuintes das represas Taiaupeba e Billings.

    acimatrechos do Hidroanel

    acimainsero do Hidroanel na Metrpole de So Paulo

    ao ladosubsistemas

    fonte Grupo Metrpole Fluvial

    fonte Grupo Metrpole Fluvial

  • 16

    A prancha Barragem / Eclusa de Pedreira (ao lado) foi desenvolvida dentro do escopo dos Estudos do Hidroanel Metropolitano. Alm da Eclusa de Pedreira e do canal lateral, foi proposto o Parque Fluvial Urbano da Eclusa de Pedreira, a implantao de dois Draga-porto, um Porto de Passageiros e um Eco-porto.

    A transposio do Canal Pinheiros Represa Billings deveria ser feita pela eclusa da Barragem de Pedreira. No entanto, em uma das cmaras da atual eclusa foi instalada uma unidade de bombeamento, para reverso do fl uxo das guas em casos extremos de inundao do Rio Pinheiros. Portanto, o acesso ao Reservatrio Billings dever ser feito por um Canal Lateral, propos-to no ombro esquerdo da barragem de Pedreira.

    Foram ensaiadas trs possibilidades de canais de acesso a Billings, apresen-tadas em sees longitudinais. A proposta de projeto adotada possui apenas uma eclusa que vence o desnvel de 28,5m na situao mais crtica, com 9m de boca e 60m de comprimento. Assim o acesso pelo rio Pinheiros acontece atravs de um alagamento, que cria mais rea de cais e possibilita a manobra das embarcaes.

    Outras possibilidades seriam a implantao de duas eclusas, trs eclusas ou um elevador de barcos.

    No terreno utilizado para implantao do Canal Lateral projetado o Parque Fluvial Urbano da Eclusa de Pedreira, acessado por uma nova via proposta, ao longo de sua borda, e relacionado malha urbana existente no desenho de transposies do canal e nas vias de pedestre e ciclovias. O novo parque fi ca prximo a uma das extremidades do Mdulo I do Parque Linear Pinhei-ros, a ser implantado pelo Governo do Estado. Assim propomos que o parque da eclusa seja projetado como uma continuao do Parque Linear. O projeto do Parque Fluvial Urbano da Eclusa de Pedreira possui um balnerio e pre-serva a rea da Sub-Estao de Energia existente. No entanto a readequao das ruas da barragem ser necessria.

    Atendendo a diretriz do Departamento Hidrovirio, projeta-se um Porto de Passageiros, para a travessia da Billings por balsas. No mesmo local foi pro-posto um Eco-porto.

    O CANAL LATERAL E ECLUSAS DE PEDREIRA

    na pgina anterior

    prancha A-211Barragem / Eclusa de Pedreira

    imagem A-311Barragem / Eclusa de Pedreirafonte Grupo Metrpole Fluvial

  • O RIO PINHEIROS E O SISTEMA BILLINGS

    2.

    fonte acervo Fernando de Mello Franco

  • 18Em meados da dcada de 1920, a cidade de So Paulo j apresentava altas taxas de crescimento demogrfi co e intensifi cao da atividade econmica. A cidade em crescimento aumentava constantemente a presso por maior oferta de energia, seja para suportar a indstria em desenvolvimento, seja para prover servios urbanos como iluminao pblica e transporte pblico. Neste perodo uma nica concessionria estrangeira, a So Paulo Tramway, Light and Power Company, monopolizava os mencionados servios alm da prpria gerao e transmisso de energia eltrica, como seu nome sugere.

    Neste perodo, So Paulo contava com duas usinas hidreltricas: Parnaba e Itupararanga. A primeira, inaugurada em 1901, tinha capacidade instalada de 16.000kW. A segunda, em Sorocaba, entrou em operao em 1914 com potncia de 25.000kW. Pelas projees da poca, que posteriormente se confi rmaram, este montante se tornaria insufi ciente em poucos anos.A construo de mais usinas de porte semelhante, alm de pequenas usi-nas de alta queda, poderiam gerar aproximadamente 40.000kW adicionais, sendo insufi cientes para acompanhar o crescimento da cidade.

    Um segundo projeto, de 1924, propunha o represamento do rio Grande e que suas guas fossem vertidas para um segundo reservatrio, do rio Pedras, que desagua Serra abaixo. Um conjunto de dutos conduziria a gua para uma usina de alta queda (718m) em Cubato (Henry Borden), no nvel do mar. Estimava-se que este sistema poderia alcanar uma potncia de 156.000kW.

    O mesmo projeto ainda sugeria a construo de barragens nos principais rios da cabeceira da Serra e que os reservatrios fossem conectados por sistema de vasos comunicantes, podendo armazenar uma quantidade ainda maior de energia, atingindo uma potncia estimada de 400.000kW em Cubato.

    Este mesmo projeto ainda previa outros aspectos importantes em relao aos rios. A retifi cao do Pinheiros e a drenagem de suas vrzeas visando controlar as enchentes peridicas j era vista nesse momento como oportu-nidade de expanso da cidade, despertando interesse do mercado imobili-rio. Posteriormente, a prpria concessionaria tornou-se o principal agente neste mercado, valendo-se muitas vezes de mtodos condenveis.

    Somava-se ainda s propostas daquele perodo o projeto de navegao fl uvial, que prometia criar uma rede hidroviria pelos rios de So Paulo que chegaria borda da Serra pela represa Billings, conectada aos demais rios atravs do canal do Pinheiros. Da barragem do rio das pedras, as cargas seriam conduzidas ao porto de Santos por sistema de transporte sobre trilhos em plano inclinado ou por sistema de telefricos, atravs de bas semelhantes a contineres.

    Como sabemos, o projeto da Serra foi executado de outra forma. Ainda na dcada de 1920, reformulaes foram feitas aps analise dos custos envol-vidos no projeto. Constatou-se que a construo de mltiplos reservatrios na borda da Serra do Mar poderia ser substituda por um sistema distinto, que, como sabido, foi o projeto adotado. Ao invs de reservar a gua dos diversos afl uentes do rio Tiet a montante da cidade de So Paulo, propu-nha-se a implantao de um sistema que conduzisse as guas de toda a bacia hidrogrfi ca do alto tiet ao Reservatrio do rio Grande atravs da retifi cao e reverso do curso do rio Pinheiros.

    O sistema de reverso constitudo de trs estruturas principais. A pri-meira, Estrutura de Retiro, uma barragem mvel construda com o duplo intuito de evitar que as enchentes do Tiet chegassem ao vale do rio Pi-

    O RIO PINHEIROS E O SISTEMA BILLINGS

    o projeto efetivamente construdo, com a reverso do rio Pinheiros

    o primeiro projeto elaborado propunha a construo de mltiplos reservatrios a montante da cidade de So Paulo

    enchente do rio Pinheiros em 1929usina hidreltrica de Henry borden - Cubato

    fonte Ackerman, 1953 fonte Ackerman, 1953

    fonte Ackerman, 1953

    fonte desconhecida

  • 19nheiros e de garantir o controle do nvel dgua no compartimento inferior do canal do Pinheiros (Pinheiros Inferior). Este compartimento compreen-de-se entre a mencionada estrutura e a Usina Elevatria de Traio. Esta usina bombeia a gua do compartimento inferior para o compartimento superior do Pinheiros, 5m acima. Finalmente, conduzem-se as guas atravs do Pinheiros Superior ao Reservatrio do Rio Grande (ou Represa Billings) por meio de uma segunda usina de Recalque, a Usina Elevat-ria de Pedreira, objeto deste trabalho. Esta terceira estrutura supera um desnvel aproximado de 26m.

    A mudana no projeto foi prejudicial cidade. Atualmente, para evitar a poluio na Represa Billings, inscrita em uma rea de Proteo Perma-nente, a reverso do Pinheiros est proibida pela constituio estadual, salvo quando utilizada para o controle de enchentes. Esta impossibilidade acabou por reduzir sensivelmente a capacidade de gerao de energia em Cubato, alm de comprometer a qualidade da gua da Represa. Atu-almente, estuda-se a comunicao da bacia do Tamanduate e da represa Taiaupeba com a Billings, retomando de alguma forma o projeto inicial. Cabe um breve comentrio sobre como o modelo de concesso de inves-timentos em infraestrutura para a empresa privada conduz muitas vezes a decises que contrariam o interesse pblico. Certamente do ponto de vista da Light, a deciso de alterar o projeto ocasionou reduo de custos e aumento expressivo de lucros, satisfazendo seus acionistas. Porm, o prejuzo para a cidade a longo prazo sensvel.

    O Reservatrio do Rio Grande, formado pela construo de oito diques e duas barragens (Pedreira e Summit Control) foi construdo entre 1927 e 1934 e a reverso do Pinheiros concluda em 1940. O projeto original previa

    perfi l longitudinal esquemtico do Sistema Billings

    seo transversal da Usina Elevatria de Pedreira

    a construo de cmaras de eclusa nas usinas de Pedreira e Traio. Na dcada de 1990, porm, uma oitava unidade de bombeamento somou-se s sete existentes originalmente, ocupando o espao deixado de espera para as cmaras de eclusas. Como pode ser observado nas fotos anteriores interveno, uma adio ao edifcio tambm foi feita, com o objetivo de abrigar uma segunda ponte-rolante. A obstruo do espao destinado s cmaras de eclusas provoca atualmente a necessidade de um investimento mais custoso no canal lateral com eclusa, desviando da Usina.

    Usina Elevatria de Pedreira antes e depois da construo da oitava unidade de bombeamento fonte Guerra, 1986

    fonte EMAE

    fonte Ackerman, 1953

    fonte Ackerman, 1953

  • 20

    Do ponto de vista da navegao fl uvial especifi camente, alguns critrios foram estabelecidos para o projeto do canal lateral e as eclusas de pedreira.

    O gabarito das eclusas segue o padro das demais eclusas do Pinheiros. As cmaras tem 60m de comprimento, 9m de boca e 2,5m de calado. O raio de curvatura mnimo a ser respeitado no traado do canal de 500m, salvo em situaes de manobra.

    Como mencionado, a obstruo das esperas deixadas para cmaras de eclusa na Usina de Pedreira, levou necessidade de implantao de um canal lateral com eclusas no intuito de vencer o desnvel de 26m (em mdia) entre o canal Pinheiros Superior e o Compartimento Billings. Ainda durante os Estudos do Hidroanel Metropolitano, foram aventadas quatro opes de canais laterais e eclusas na ombreira esquerda da barragem. Ensaiou-se a possibilidade de vencer o desnvel por meio de uma, duas ou trs eclusas ou ainda, por meio de um elevador de embarcaes. Antes de descrev-las em detalhe, cabe uma breve descrio sobre a estrutura da barragem.

    A Barragem do Rio Grande, assim como a de Guarapiranga, construda com terra, por meio de um processo denominado hidromecanizao. Neste processo, uma mistura de solo e gua obtida por meio de dragagem em algum local prximo construo da barragem, transportado e lanado em sucessivas camadas, formando a estrutura ao eliminar o excesso de gua.A impermeabilizao da estrutura pode se dar tanto pelo controle da granu-lometria do solo lanado quanto pela construo de um muro de concreto (core-wall), que impede que o lenol fretico afl ore a jusante da estrutura. A estrutura da Barragem de Pedreira do segundo tipo:

    Basicamente, a estrutura constituda em trs sees, ou seja: o corpo central, em concreto gravidade, formando a Usina Elevatria de Pedreira, e os diques laterais em solo, denominados de macios leste e oeste, respectiva-mente, lado direito e lado esquerdo

    Atravs da observao de outros exemplos ao longo da Hidrovia Tiet-Para-n, ou mesmo a eclusa recentemente inaugurada em Tucuru, que intervinha em uma barragem existente, assumiu-se que no h impossibilidade em intervir na estrutura da barragem. Mesmo assim, apresentam vantagens as solues que geram menor interferncia.

    A seguir so descritas as hipteses levantadas para a Eclusa de Pedreira, em planta e perfi l longitudinal.

    O CANAL LATERAL E ECLUSA DE PEDREIRA CONSIDERAES TCNICAS

    acima Planta da Usina Elevatria de Pedreira: obstruo da cmara da eclusa

    esquemas ilustrativos da estrutura da barragem de pedreira

    construo da barragem de pedreira

    fonte EMAE

    fonte Guerra, 1986

    fonte desconhecida

  • 21

    ECLUSA NICAPERFIL LONGITUDINAL 1

    Hiptese adotada nos estudos do Hidroanel

    Na primeira soluo ensaiada a transposio vertical das embarcaes realizada por meio de uma nica estrutura com duas cmaras de eclusa. O desnvel seria superado em apenas uma eclusagem, modelo que, apesar de mais complexo, apresenta o menor tempo de operao. Em contrapar-tida, como pode ser observado no perfi l longitudinal 1, um grande volume de terra representado pela hachura cinza - precisaria ser escavado para a constituio do lago-canal que conduz eclusa. Na mesma direo, dentre as quatro hipteses levantadas, excetuando-se a hiptese do ele-vador, esta a que provoca maior interferncia na estrutura da barragem existente, tornando-a uma soluo mais complexa e custosa.

    O lago de aproximao e manobra aparece como uma vantagem, arrema-tando o Canal Navegvel Pinheiros com um interessante alargamento, til do ponto de vista da navegao e atrativo enquanto paisagem. O desnvel entre a lmina dgua e o terrao fl uvial, que forma o leito maior do rio, permite a ocorrncia da recorrente dualidade cais alto / cais baixo, onde, se, por um lado, h distncia entre o pedestre (cais alto) e o nvel dgua (ainda que no impea a aproximao, pelo cais baixo), por outro possibi-lita interessantes travessias (pontes) em nvel. Ainda sobre a possibilidade de aproximao com a gua, em um horizonte de curto ou mdio prazo, trata-se de um corpo dgua com nveis muito elevados de poluio, com-prometendo, em alguma medida, a sua qualidade.

    acimaPlanta simplifi cada da transposio feita por uma nica eclusa vencendo o desnvel de 28m

    esquerdaPerfi l longitudinal esquematico da propostaA mancha cinza evidencia o grande volume de terra a ser escavado

    ESC 1: 5000

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15m

  • 22

    DUAS ECLUSAS PERFIL LONGITUDINAL 2

    Soluo adotada no TFG

    A possibilidade de vencer o desnvel por meio de duas eclusas apresenta--se como uma alternativa de menor interferncia no terreno que a hiptese anterior, com uma eclusa nica. Se por um lado perde-se o lago de mano-bra e aumenta-se o tempo de eclusagem, por outro a diminuio do corte no terreno sensvel. Uma primeira eclusa localizada prximo margem do rio conduz ao nvel do leito maior do rio, 7m a cima. Uma segunda eclu-sa, de 19m supera desnvel restante at o nvel da represa. Entre as duas, uma lagoa de espera de 400x50m constitui-se em um elemento de grande interesse na paisagem, inserindo-se de maneira interessante no parque, praticamente em nvel com os passeios ao seu redor. A gua que alimenta este espelho dgua intermedirio vem (por gravidade) da Represa, e no do rio Pinheiros, apresentando menores nveis de poluio.

    Foi a soluo adotada no mbito do TFG por ser a que representa o melhor equilbrio entre racionalidade construtiva, operao e qualidade do espao produzido.

    acimaPlanta simplifi cada do canal lateral com duas eclusas de desnveis distintos, uma de 9m e outra de 19m.

    esquerdaPerfi l longitudinal esquemtico da propostaBoa relao entre volume de escavao, tempo de eclusagem e qualidadedo ambiente resultante

    ESC 1: 5000

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15m

  • 23

    TRS ECLUSAS PERFIL LONGITUDINAL 3

    A hiptese de construo de trs eclusas a que representa menor corte de terra, bem como menor interferncia na estrutura da barragem. A divi-so do desnvel em trs trechos iguais permite que as eclusas sejam de um mesmo modelo, representando vantagens construtivas e de operao.

    Por outro lado, esta a soluo mais desvantajosa do ponto de vista da navegao, o maior numero de eclusagens acaba aumentando considera-velmente o tempo de operao. Cabe dizer que o espao resultante no o de melhor qualidade dentre as hipteses levantadas.

    acimaPlanta simplifi cada da transposio feita por trs eclusas de desnveis equivalentes

    esquerdaPerfi l longitudinal esquematico da proposta A soluo apresenta o menor volume de terra escavado dentre as quatro opes

    ESC 1: 5000

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15m

  • 24

    ELEVADOR DE BARCOSPERFIL LONGITUDINAL 4

    Esta soluo apresenta muitas das vantagens e desvantagens do perfi l 1, como maior corte de terra, a presena do lago, a operao mais rpida etc.

    A principal diferena entre as duas est na interferncia com a estrutura da bar-ragem. Se por um lado o core-wall mais preservado, por outro o corte de terra na base da barragem seria grande, possivelmente inviabilizando a soluo.

    Outra desvantagem a eventual necessidade de construo de uma segunda eclusa, a montante da barragem, a fi m de absorver a variao de nvel da represa. Caso a segunda eclusa fosse preterida, seria necessrio aumentar em muitos metros a profundidade da ponte canal que conduz ao elevador, encarecendo a soluo.Do ponto de vista da paisagem, trata-se de uma soluo mais espetaculo-sa, inserida de uma maneira menos silenciosa no sitio.

    acimaPlanta simplifi cada da transposio feita por elevador de barcos vencendo o desnvel de 28m.

    esquerdaPerfi l longitudinal esquemtico da propostaUma segunda eclusa seria necessria para absorver a diferena de nvel durante uma estiagem severa.

    ESC 1: 5000

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15m

  • AMPLIAO DAS ECLUSAS

    ESC 1: 1000

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15m

  • A LEITURA DO LUGAR A PARTIR DAS INFRAESTRUTURAS

    3.

  • 27

    O STIO DA BARRAGEM DE PEDREIRA

    Em uma primeira aproximao do lugar, sobre a foto de satlite, alguns ele-mentos podem ser destacados como defi nidores. Primeiramente, os corpos dgua chamam a ateno. esquerda o Canal Pinheiros Superior, direita o reservatrio Billings formado pela barragem de Pedreira. Nesta situao excepcional, o rio canalizado no est confi nado pela ferrovia, nem pelas avenidas marginais expressas.

    Uma faixa contnua no edifi cada estende-se ao longo da margem esquerda do canal (parte inferior da imagem), preservada devido passagem de linhas de transmisso de energia de alta tenso. Na mesma margem so identifi cadas tam-bm uma subestao de energia e, sobre o canal, a Flotao do rio Pinheiros.

    A margem direita est ocupada por instalaes voltadas gerao de ener-gia eltrica. As usinas termoeltricas de Piratininga e Fernando Gasparian complementam o sistema de hidroeletricidade. A rea compreendida entre o rio e a curva da ferrovia (antes da transposio) recebe o Aterro Sanitrio de Santo Amaro, desativado aps completar a sua capacidade mxima. No en-tanto, segue funcionando no mesmo terreno uma rea de transbordo de lixo, onde se transfere o resduo transportado por pequenos caminhes coletores para veculos rodovirios de maior porte. Ainda na margem direita, grandes terrenos anteriormente ocupados por indstrias, passam a receber investi-mentos imobilirios privados, de uso habitacional.

    Distantes das margens do rio (e distantes 1,2km entre si), em ambos os lados, encontram-se bairros predominantemente residenciais. Tais bairros no se conectam de nenhuma forma aos terrenos que acompanham as margens do rio. Na margem esquerda (distrito de Cidade Dutra) o limite entre o bairro (Jardim IV Centenrio) e a margem do rio feito por muros de fundo de lote e becos de ruas sem sada. Na margem direita, o terreno da usina isola o bairro da margem do rio.

    Alm das usinas termo e hidroeltricas do Sistema Billings, a rea conta com duas subestaes de energia, uma em cada margem do rio, que integram o sistema de transmisso de energia eltrica para a metrpole atravs de uma srie de linhas de alta tenso.

    A regio tambm recebeu testes pioneiros do projeto de fl otao do Rio Pinheiros. No local foram feitas experincias de despoluio do rio, atravs de processos qumicos de separao da gua e dos resduos despejados no sistema hdrico. O projeto, implantado h cerca de 10 anos fracassou, e as estruturas construdas sobre o rio devero ser retiradas em breve. Paralela barragem, e posteriormente paralela ao rio, h uma linha frrea,

    fonte google maps

    foto de satlite da rea de projeto

  • UHE PEDREIRA

    USINAELEVATRIA

    TRAIO

    UHEHENRYBORDEN

    C SUBESTAES

    A UTE FERNANDO GASPARIANB UTE PIRATININGA

    BA

    C

    C

    ATERRO SANTO AMARO(desativado)

    TRANSBORDODE LIXO (ativo)

    FLOTAO DORIO PINHEIROS(desativado)

    28

    sistema eltrico existente A. UTE Fernando GasparianB. UTE PiratiningaC. Subestaes

    resduos slidos urbanos e fl otao do rio pinheiros

    linhas da rede de transmisso de energia intraurbana

    fonte Mapa Digital da Cidade, EMPLASA

    fonte Eletropaulo, EMPLASA

    fonte Eletrobras

    sistema eltrico nacional

    fonte: EMAE, EMPLASA

  • 29

    construda ora no nvel do solo, ora apoiada sobre talude ou escavada em trincheira. De qualquer maneira, a linha cria uma barreira entre a cidade e as margens do rio e da represa, com poucos trechos de transposio, em mdia a cada 800m.

    O sistema virio foi recentemente ampliado com a construo da Av. Miguel Yunes e da ponte Eng. Vitorino Goulart. Esta privilegia essencialmente o trans-porte rodovirio individual, apresentando projeto inadequado para amparar o transporte pblico de passageiros, o transporte no motorizado ou o pedestre.Desse modo, podemos afi rmar que a paisagem do local em questo carac-terizada pela massiva presena de diversas infraestruturas de grande porte. Estas estruturas so fundamentais para amparar a vida na cidade, no entanto, ocupam o territrio sem o devido cuidado com o impacto da sua implantao.

    sistema de transporteprincipais eixos rodovirios e ferroviario

    MARGINAL PINHEIROS SANTO AMARO

    SANTO ANDR

    RODOANEL(conexo futura)

    LINHA 9ESMERALDA

    CPTM

    ESTAOAUTDROMO

    sistema rodovirio estrutural e diretrizes para corredores de nibus

    RODOANEL (PROJETO)

    VIRIO ESTRUTURAL

    RODOANEL

    HIDROANEL

    CORREDORES DE NIBUS

    CORREDORES DE NIBUS (DIRETRIZES)

    rede de transporte pblico sobre trilhos METRMETR (DIRETRIZES 2030)

    HIDROANEL

    CPTM

    FERROVIAS DE CARGA

    fonte: Mapa Digital da Cidade, EMPLASA

    fonte: Grupo Metrpole Fluvial, EMPLASA

    fonte: Grupo Metrpole Fluvial, EMPLASA

  • 30

    INFRAESTRUTURAS URBANAS X INFRAESTRUTURAS METROPOLITANAS

    A distino entre infraestruturas urbanas e infraestruturas metropolitanas, ela-borada por Milton Braga em sua tese de doutorado, bastante pertinente para este projeto. Enquanto o autor defi ne as infraestruturas urbanas como ligadas vida urbana cotidiana e escala local, as infraestruturas metropolitanas e regionais esto ligadas grande escala e suas necessidades fundamentais:

    Enquanto as infraestruturas urbanas constroem a estrutura intrnseca de cada ncleo, seu tecido urbano, as infra-estruturas metropolitanas constituem a rede metropolitana, ao dar suporte aos intensos fl uxos materiais e informacionais que se do entre os diversos ncleos urba-nos. (...) so infra-estruturas que permitem o provimento dos servios urbanos grande massa de populao ao dar suporte aos grandes fl uxos de pessoas, mercadorias, gua, esgoto, eletricidade, gs e infor-maes do funcionamento metropolitano. (BRAGA, 2006, p.114)

    Feita tal distino, podemos afi rmar que, no lugar em anlise a Barragem de Pedreira encontram-se, como em outras reas de vrzea da cidade, primordial-mente elementos de infraestrutura metropolitana. E, alm de todas as estruturas existentes, o projeto do Hidroanel prev ainda a implantao de novos elementos de infraestrutura metropolitana: o canal lateral, as eclusas e o Trans-porto.

    No entanto, este espao urbano marcado pela rede de infraestruturas me-tropolitanas carece de adequada infraestrutura urbana, culminando em total ausncia de vida urbana nas margens do rio neste trecho, e na rea da barra-gem de modo geral. Braga menciona o impacto negativo que infraestruturas metropolitanas podem exercer em reas urbanas:

    Apesar da existncia de inmeras solues (...) em que importantes sistemas infra-estruturais so fator de valorizao urbana, as infra--estruturas metropolitanas, ao mesmo tempo em que promovem a es-truturao na grande escala, acabam em geral por promover tambm a desestruturao do tecido urbano local. Isto ocorre sobretudo se tiverem seus projetos desenvolvidos de modo funcionalista, segundo

    critrios e juzos restritos aos seus sistemas especfi cos, sem uma devi-da adequao urbanstica que torne desejvel, ao invs de problem-tica, a sua inerente condio de construo extraordinria em meio s construes e aos usos habituais das cidades. (BRAGA, 2006, p135)

    Cabe salientar que no projeto do Hidroanel projetado por arquitetos urbanis-tas procura-se transformar positivamente o espao urbano, aproveitando-se da oportunidade de se desenhar as margens do rio, e aproveit-las como espaos de estar, de recreao e contemplao. O projeto ainda vai alm, e busca se apropriar das infraestruturas metropolitanas como elementos que constroem a paisagem, atuando de uma maneira distinta ao qualifi car o espao urbano articulando as infraestruturas de diferentes escalas. No caso especfi co da barragem de Pedreira, busca-se tirar proveito esttico de sua espacialidade, do desnvel das guas, aliadas s edifi caes incomuns e, portanto, extraordinrias das usinas. Surge assim um dilogo de escalas, na tentativa trazer vida urbana onde ela antes no existia. Tal interpretao do lu-gar vai ao encontro de conceitos que Braga aponta em sua tese amparado tambm por outros autores como tarefas do urbanismo contemporneo:

    Conforme indicam diversos autores, evitar as barreiras e, assim, as fraturas promovidas pelas infra-estruturas metropolitanas no continuum urbano uma das tarefas do urbanismo contemporneo. Para isso preciso urbaniz-las, projetando-as com critrios muito mais amplos do que os critrios especfi cos do servio urbano que suportam. preciso promover sua maior interao funcional e espacial com a vida urbana que se desenvolve na sua vizinhana. Dois aspectos so fundamentais neste sentido: o desenho de sua implantao e a programao dos usos em sua rea de infl uncia. (BRAGA, 2006, p. 137).

    Desse modo, a costura do tecido urbano fragmentado, as transposies, tan-to espaciais quanto de escalas de infraestruturas so princpios norteadores do partido de projeto.

  • ESTRATGIAS

    4.

  • 32

    CANAL LATERALPARQUE FLUVIALURBANO DO CANALLATERAL, ECLUSASE BARRAGENS DEPEDREIRA

    PARQUE LINEARPINHEIROS

    PARQUE DO ATERRODE SANTO AMARO

    PRAIA DO MAR PAULISTA

    AUTDROMO DE INTERLAGOS

    USP

    PARQUE VILLA-LOBOS

    JQUEI CLUBE

    PARQUE DO POVO

    PARQUE BURLE MARX

    PARQUE MUNICIPALDA GUARAPIRANGA

    PARQUE DABARRAGEM

    AUTDROMODE INTERLAGOS

    PARQUE LINEAR PINHEIROS

    SESC INTERLAGOS

    o de dialogo entre cada um desses elementos presentes na paisagem. Esse espao livre, uma ilha conformada por infraestruturas metropolitanas, se torna o que seria o centro do Parque Fluvial Urbano da Eclusa de Pedreira.

    Sistema de espaos livres

    Esse parque estaria ligado a uma rede de espaos livres distribudos ao longo da orla fl uvial do Rio Pinheiros. Esses parques so articulados por uma rede de ciclovias e pelo sistema de transporte pblico de passageiros, consolidando um sistema de espaos livres, um sistema de parques urbanos. Dentro desse sistema, o Parque de Pedreira cria um alargamento, que arre-mata uma das pontas do canal navegvel do Rio Pinheiros.

    parques ligados orla fl uvial do pinheiros

    sistema de espacos livrescanal lateral e eclusas

    clareira

    O estabelecimento dos elementos norteadores do projeto levantam algumas questes a serem discutidas: Como projetar essas novas infraestruturas metropolitanas? Que paisagem deve-se construir? Qual relao, na escala humana, possvel estabelecer com estes artefatos tcnicos e como articul--las com a cidade existente? Como garantir acesso pblico ao rio?

    Clareira

    A partir do projeto do canal lateral e eclusas de transposio da barragem este diretamente relacionado malha urbana da cidade em seu entorno conforma-se um tringulo, completado pela barragem e as usinas termo e hidroeltricas. Este tringulo marca um vazio, uma clareira, que cria um espa-

    base Mapa Digital da Cidade, EMPLASA

    base Mapa Digital da Cidade, EMPLASA base Mapa Digital da Cidade, EMPLASA

    base Mapa Digital da Cidade, EMPLASA

  • 33

    TRANS-PORTO

    ATUAL TRANSBORDODE LIXO

    Redesenho das linhas de transmisso.

    O projeto de redesenho das linhas de transmisso de energia envolve ques-tes delicadas. Estas estruturas compem um sistema de escala nacional, como j mencionado, so vitais para a cidade, ao mesmo tempo em que oferecem riscos aproximao, tanto de acidentes pontuais, quanto pela exposio prolongada s linhas.

    Respeitando-se o principio de sistema, evitou-se criar uma situao de exceo para o restante da rede, como por exemplo, enterrar as linhas ao longo de um pequeno trecho do rio. Assim como no era possvel, no mbito do TFG, fazer um estudo detalhado e uma nova proposio para o sistema em questo. Especifi camente sobre a possibilidade de substituio por linhas subterrneas, de acordo com documentos consultados, os riscos sade ligados exposio prolongada se agravam, pela maior proximidade com o solo. Somam-se a isso maior custo de implantao e manuteno, alm da limitao a uma extenso mxima de 10km, devido ao efeito capacitivo provo-cado pela proximidade dos fi os.

    De qualquer maneira, entende-se que as linhas de transmisso se constituem como um dos elementos fundamentais da paisagem em questo e que sua presena deveria ser entendida como algo a ser incorporado. Porm, a ma-neira como esto implantadas atualmente entra em confl ito com a inteno de permitir o acesso pblico rea em que se prope o parque.

    Provavelmente a forma com que ocupam o terreno, bem como a defi nio de seus limites, seguiram critrios de um momento em que as suas reas lindeiras ainda no eram ocupadas por bairros residenciais. Alm dos pontos enumerados, o prprio critrio de navegao fl uvial que norteou o projeto do canal lateral entra em confl ito com a atual posio das torres.

    Foi estudada a possibilidade de reorganizar o projeto das linhas a fi m de racionalizar o uso do espao por meio da concentrao das torres em feixes, resultando um desenho mais adequado ao contexto urbano:

    -Organizao em feixes: ocupa-se uma rea muito menor, alm de tornar a transposio transversal s linhas mais curta.

    -Liberar a Clareira: ao trazer o feixe de linhas junto s outras transposies (ponte rodoviria e linha frrea), libera-se a clareira anteriormente descrita, permitindo acesso e permanncia em segurana do publico ao parque.

    -Distancia mnima: garante a abertura da rua dos fundos, nova rua de frente para o parque, articulando os becos sem sada existentes e permitindo a cria-o de uma frente de comrcio, a fi m de lhe dar maior vitalidade.

    -Distncia segura de reas de permanncia: respeitou-se uma distancia de 40m de reas de permanncia prolongada, a fi m de evitar problemas de sade ligados exposio prolongada ao campo eletromagntico gerado ao redor dos cabos.

    -Geometria: mantiveram-se os critrios de distancia entre as linhas, vos entre torres, e ngulos de infl exo observados em outras situaes dentro do mesmo sistema.

    -Eliminao do feixe diagonal permite uso mais racional do terreno da EMAE, permitindo a construo da drsena do Trans-porto.

    -Defi nio de duas zonas no parque, uma ligada poro central do stio, clareira, a outra mais voltada ao bairro, dispondo de equipamentos pblicos de escala local.

    Com a operao, o trecho que sofreu interveno deixou de ocupar 256.000m passando a ocupar 165.000m, representando uma economia de 91.000m, ou 36% de rea que no seria plenamente ocupvel.

    substituio do transbordo de lixo

    256.000m

    165.000m(64%)

    Substituio do transbordo de lixo pelo Trans-porto

    Dentro do contexto do projeto do Hidroanel, que amplia as possibilidades mo-dais de transporte de cargas pblicas urbanas, prope-se a substituio do transbordo por um trans-porto. Dessa forma, o lixo dos caminhes coletores seria transferido para embarcaes especfi cas e seria transportado atravs da hidrovia at um Tri-porto, porto principal de destino das cargas pblicas, conforme descrito no captulo 1. Assim como outros elementos de infraestru-tura metropolitana existentes no parque, a implantao do trans-porto respeita e ajuda a conformar a mencionada clareira.

    base Mapa Digital da Cidade, EMPLASA

  • O PROJETO DO PARQUE FLUVIAL URBANO DA ECLUSA DE PEDREIRA

    5.

  • 35

    PLANTA GERAL

    LEGENDA:

    Existentes

    Propostas

    ESC 1 : 5000

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15m

    A. Usina Elevatria de Pedreira B. Barragem de PedreiraC. UTE Fernando GasparianD. UTE PiratiningaE. Sub-estao de energiaF. Tanques de leo cruG. Jardim IV Centenrio H. Ponte rodoviria - Eng. Vitorino Goulart I. Pontes ferrovirias - Linha 9 CPTMJ. Aterro de Santo AmaroL. Avenida Matias Beck

    Nvel da lmina dgua:746,5 N.A. Reservatrio Billings727,5 N.A. Canal Lateral720,5 N.A. Pinheiros Superior

    1. Canal Lateral e Eclusas2. Praia Urbana3. Rua elevada de reconhecimento do lugar4. Passarelas de pedestres5. Farol - Mirante6. Praas de acesso7. Nova rua / Readequao do sistema virio8. Equipamentos pblicos9. Readequao das linhas de alta tenso10. Trans-porto11. Draga-Porto12. Porto Turstico

    A

    2

    1

    3

    4

    4

    4

    5

    6

    6

    6

    77

    7

    8

    9

    1012

    11

    11

    11

    B

    B

    C

    D

    E

    E

    F

    G

    H

    I

    J

    L

  • SOMBRA 2TRANSPORTO PASSARELA DE PEDESTRES

    PRAA DE ACESSO /SOMBRA 1

    PONTEVITORINO GOULART

    DRAGA - PORTOELEVADOR EESCADAS DE ACESSOAO PARQUE

    PONTES FERROVIRIAS

    PARQUE DE ATERRO DE STO. AMARO

    INCIO DO CIRCUITO DE VISITAO

    1

    2

    3

    5

    4

    2

    11

    10

    37

    ESC 1 : 2500

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15m

    USINA TERMOELTRICA PIRATINIGA

    USINA TERMOELTRICA FERNANDO GASPARINI

    SOMBRA 3 USINA DE PEDREIRA /SOMBRA 4

    MARGEM DIREITA:RUA ELEVADAPLANTA E ELEVAO

    LEGENDA:

    Propostas

    Nvel da lmina dgua:746,5 N.A. Reservatrio Billings727,5 N.A. Canal Lateral720,5 N.A. Pinheiros Superior

    1. Praa de Acesso2. Sombras3. Canal Navegvel Pedreiras4. Canal de derivao - Fito-reparao5. Trans-porto6. UTE Fernando Gasparian7. UTE Piratininga8. Usina Elevatria de Pedreira9. Exaustores10. Passarela de pedestres11. Draga-Porto12. Porto Turstico

    9

    7

    6

    2

    2

    8

    10

    12

    11

  • ECLUSA 1 (7m)PASSARELA DE PEDESTRES

    RIO PINHEIROSPONTE ENG. VITORINO GOULART

    PARQUE DE ATERRO DE STO. AMARO

    2

    8

    7

    9

    7

    6

    39

    ESC 1 : 2500

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15m

    CANAL LATERALCALADO

    ECLUSA 2 (19m) CRISTA DA BARRAGEM

    REPRESA BILLINGS

    MARGEM ESQUERDA:PLANTA E PERFIL LONGITUDINAL DO CANAL LATERAL

    LEGENDA:

    Propostas

    Nvel da lmina dgua:746,5 N.A. Reservatrio Billings727,5 N.A. Canal Lateral720,5 N.A. Pinheiros Superior

    1. Canal Lateral2. Eclusa 13. Eclusa 24. Farol5. Calado6. Sombras7. Passarela de pedestres8. Praas de acesso9. Ponta10. Praia11. Gramado12. Barragem13. Viveiro de planta aquticas14. Porto turstico

    7

    14

    2

    5

    10

    11 12

    6 7

    813

    3 4

  • CALADO BEIRA-CANAL

    CANAL LATERALN.A. 727,5

    VIVEIRO DE PLANTAS AQUTICAS

    FRENTE DE EXPANSO/COMRCIO

    NOVA RUAJARDIM IV CENTENRIO

    ESTAO DA CPTM

    1

    2

    3 4

    4

    4

    6

    8

    11

    7

    14

    4

    41

    PARQUE FLUVIAL URBANOPLANTA E CORTE TRANSVERSAL

    ESC 1 : 2500

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15m

    PRAIA PORTO TURSTICO

    RIO PINHEIROS USINAS TERMOELTRICAS

    LEGENDA:

    Propostas

    Nvel da lmina dgua:746,5 N.A. Reservatrio Billings727,5 N.A. Canal Lateral720,5 N.A. Pinheiros Superior

    1. Canal Lateral2. Eclusa 13. Estao Autdromo da CPTM4. Paradas VLT5. Praas de acesso6. Nova rua de frente para o parque7. Viveiro de plantas aquticas8. Sombras9. Ponta10. Praia11. Passarela de pedestres12. Porto turstico13. Rua elevada da margem direita14. Redesenho das linhas de transmisso

    13

    10

    12

    9

  • 42

    Um dos primeiros aspectos levados em considerao pelo projeto do parque est relacionado s formas como se d o acesso a ele, bem como, a relao que estabelece com o entorno existente.

    Assim como a temtica levantada pelo projeto das infraestruturas metropoli-tanas o parque deve ser considerado, antes de tudo, um equipamento urba-no na escala da metrpole, pois ele diz respeito a toda a cidade dado o local em que est implantado. Tal afi rmao se justifi ca pois o parque est ligado a diferentes sistemas de transporte de passageiros de grande capacidade, desde a rede de transportes ferroviria, rodoviria, como o prprio Hidroanel. Se imaginarmos, por exemplo, um barco-escola, que sasse da Universidade de So Paulo, navegando montante, ao longo do Rio Pinheiros, explicando a construo da cidade a partir do rio, culminando na barragem que represa as guas da Billings. Por que no imaginar que estudantes de toda a cidade poderiam participar dessa trajetria em direo ao parque?

    Contudo, buscou-se no apenas evidenciar a escala metropolitana, apesar da sua importncia. Afi nal, o projeto parte do princpio de integrao das infraestruturas metropolitanas escala local. Por isso, para que haja a devida apropriao do parque pela populao, fundamental pensar nos acessos dos moradores dos bairros dos arredores. Afi nal, ao criar um ponto de apro-ximao s guas na regio, preciso garantir facilidade de acesso, alm de integrar o novo parque ao tecido urbano pr-existente.

    Acessibilidade metropolitana

    Quanto acessibilidade metropolitana, o parque conta com os seguintes meios de acesso:

    Trilhos urbanos: o acesso sul do parque est prximo estao autdromo Linha 9-Esmeralda, da CPTM. Por conseguinte, tambm possvel chegar ao parque via rede de metr, essa integrada CPTM.

    Sistema rodovirio estrutural: as principais avenidas de acesso rodovirio ao parque so as Avenidas Miguel Yunes e Matias Beck. De acordo com o no plano diretor municipal, h previso de implementao de corredores de ni-bus nestas avenidas. Considera-se ainda possibilidade de adotar o modelo de veculos leves sobre trilho (VLT) como alternativa ao transporte sobre pneus.

    Rede hidroviria: o projeto do Hiroanel metropolitano prev a implemen-tao de um porto de passageiros na represa Billings, com acesso direto ao parque. O projeto tambm prev a construo de um Porto turstico no interior do parque.

    Praas de Acesso

    Os acessos do parque foram pensados como elementos de articulao ou elementos de transio entre parque e cidade. Sendo assim, esto localiza-dos em pontos signifi cativos da regio, evidenciando encontros de caminhos e percursos; cruzamentos e esquinas. Dessa forma, costura-se esse tecido urbano, hoje em dia fragmentado. Foram indicadas sete praas de acesso.

    1. Praa de Acesso Porto Pedreira

    A consolidao do porto da EMAE como porto de passageiros associado ao sistema de transportes metropolitano convida a redefi nio dos limites deste lugar. Atualmente o terreno da EMAE estende-se at a Rua do Mar Paulista, com acesso restrito a partir dali. Com o novo porto de passageiros, este deve tornar-se um espao pblico de acesso irrestrito, uma rua.

    Primeiramente, o tecido urbano, atualmente fragmentado em ruas sem sa-da, dever ser arrematado e conectado atravs de uma rua, que pode ser considerado uma rua dos fundos, por quem vem do bairro, mas na verdade se tornaria uma rua de frente para a Billings, a chegada de quem vem pela represa. Pequenas atividades comerciais ligadas ao porto sero estimuladas a se instalarem ali, dando ainda mais vitalidade ao local. Soma-se ao con-junto um Eco-porto, equipamento pblico de coleta seletiva de lixo e voltado educao ambiental. Este equipamento semelhante aos Ecopontos do municpio de So Paulo, porm ligados rede Hidroviria.

    A nova rua que costura os becos sem sada, o comrcio proposto, o Eco--porto e a cobertura de espera do novo porto devem conformar uma praa da estao, tambm uma praa de acolhimento e acesso ao parque.

    2. Praa de Acesso Crrego das Pedreiras

    A praa de acesso da margem direita est localizada na foz do Crrego das Pedreiras, em uma confl uncia de caminhos ligados ao sistema de parques. A praa tambm est ligada a um novo ponto de nibus proposto. Alm disso, outra funo da praa dar acesso ao o passadio da margem direita. Uma cmara de eclusa (com gabarito menor que a do Pinheiros) garante a possibili-dade de navegao fl uvial no crrego. eclusa se soma um canal de deriva-o, a montante da eclusa, que conduz a gua a um jardim aqutico de fi to--reparao, a fi m de melhorar a qualidade da gua antes de devolv-la ao rio.

    3. Praa de Acesso ligada estao de Trem

    Esta praa de acesso tem carter primordialmente metropolitano, por ser a

    NOVAS RUAS/PASSEIOS PBLICOS QUE

    ARTICULAM BECOS

    PORTOS

    PRAAS DE ACESSO

    TRAVESSIAS DO LEITO FERROVIRIO

    FERROVIA

    VIRIO ESTRUTURAL

    PORTO DEPASSAGEIROS

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    TRAVESSIASLACUSTRES

    PORTOTURSTICO

    ARTICULAO URBANA

    diagrama de acessibilidadefonte Mapa Digital da Cidade, EMPLASA e Grupo

    Metrpole Fluvial

  • 43BAIRRO

    Situao

    O Jardim IV Centenrio, um bairro predominantemente residencial, cujas mor-fologias habitacionais so de edifcios unifamiliares, de um a trs pavimentos.

    A oeste, limitado por uma avenida expressa, a Av. Matias Beck. A leste, o bairro acaba sendo confi nado pela concesso pblica por onde passam as linhas de transmisso de energia eltrica de alta tenso. Este terreno, de acesso restrito, se torna a nica barreira entre o bairro e o canal navegvel Pinheiros. Concretamente, o limite feito por um muro, ora coincidente com fundos de lote. Assim, alm de no permitir o acesso direto s guas, os muros bloqueiam as ruas do bairro, criando becos sem sada.

    Como estratgia, prope-se a criao da rua dos fundos do bairro e que se tornar a rua da frente do bairro para o parque, articulando todos os becos sem sada atualmente existentes, desmontando o carter de fundos destes lugares. Esta rua estaria provida de amplas caladas com vista para o par-que. Como hoje em dia os ltimos lotes do bairro do as costas para o terre-no, prope-se a delimitao de uma faixa de ampliao, para criar uma nova frente, do outro lado da quadra, abrindo a essa nova rua atividades urbanas variadas, por exemplo, bares e restaurantes de frente para o parque.

    entrada mais prxima estao Autdromo da CPTM. Localizada margem esquerda do rio, a praa recebe a outra ponta do passadio, consolidando--se como um dos primeiros pontos do percurso ao redor do parque.

    4. Praa de Acesso Jardim IV Centenrio

    Esta praa est ligada zona destinada aos novos equipamentos pblicos de escala local, que realizam a transio entre o bairro residencial e a rea e o parque de carter metropolitano, criando conexes para pedestres entre os caminhos do parque e as ruas do seu entorno.

    5. Segunda Praa de Acesso do bairro

    Esta praa se associa a um campo de futebol existente, local que j funciona como espao de encontro, aumentando seu potencial. Posicionar o acesso ao parque em um ponto que j atrai pblico hoje pode funcionar como ele-mento atrativo para as atividades em seu interior.

    6. e 7. Travessias lacustres

    Realizam a travessia do brao da represa a ser desassoreado. A nova cone-xo com a represa permite acesso ao parque e a integrao por meio da rede capilar com o restante da rede de infraestruturas fl uviais.

    RELAO COM A CIDADE EXISTENTEESCALA LOCAL

    limites do bairro:muros, linhas de transmisso e margem

    becos sem sada

    fonte google maps

    fonte google maps

  • Uso sob as linhas de transmisso: viveiro-jardim de plantas aquticas

    O redesenho das linhas de transmisso de energia cumpre um duplo papel: primeiramente, a realocao das torres libera espao livre, vazio de interfe-rncias, dando vazo ao conceito da clareira. Tal gesto pode ser interpretado como uma delimitao emblemtica do alargamento do rio pinheiros, marcan-do-o como espao pblico metropolitano.

    Por outro lado, ao se deslocar o feixe de linhes no limite do parque, ao longo da rua da nova frente do Jardim IV Centenrio, surge uma zona de transi-o entre o delicado tecido urbano do bairro e o parque metropolitano. Ao aproximar as linhas de transmisso em direo ao observador faz com que o conjunto de linhas de transmisso seja percebido apenas como fragmento, permitindo que o olhar o atravesse em direo ao parque. Assim, a relativa proximidade das linhas com o bairro ajuda a torn-las menos dominantes na paisagem, justamente pela sua proximidade. Por fi m, quem entra no parque termina por perceber um espao livre de interferncias visuais ao direcionar seu olhar para a gua, liberando a vista para o horizonte.

    Ao aproximar o linho da cidade existente, adotou-se como estratgia a incor-porao de um programa de uso em sua faixa de domnio. Muitas vezes os terrenos sob as linhas de transmisso em reas urbanas so utilizados como viveiros. No caso, prope-se a criao de um viveiro de plantas aquticas destinadas ao tratamento de guas cinzas, a serem dispostas, por exemplo, no jardim de fi to-reparao.

    O conceito desses jardins acaba por fazer uma inverso do que costuma ocorrer no restante do projeto. Enquanto se busca enfatizar o carter urbansti-co das infraestruturas metropolitanas, os jardins de fi to-reparao so infraes-truturas urbanas que podem alimentar outros jardins dispersos na metrpole.

    RUA PROPOSTABAIRRO RUA DE MANUTENO VIVEIRO DE PLANTAS AQUTICAS DE FITO-RAPARAO

    croqui esquemtico do viveiro de plantas aquticas

    45

    AMPLIAO CORTE BAIRRO-PARQUE

    ESC 1: 500

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15m

    CANAL NAVEGVEL PINHEIROS PARQUE

  • 46

    Percursos a adequao do virio visa priorizar os percursos de pedes-tres e ciclistas

    O percurso que conduz o maior fl uxo de visitantes ao parque aquele ligado estao da CPTM. Para evi-tar que esse fl uxo cause impacto ne-gativo no bairro residencial, que tem ruas e caladas estreitas, procurou--se defi nir um percurso mais atrativo, ao logo da avenida. Porm, como possvel notar na foto, os passeios li-gados avenida so muito estreitos, inadequados para este fi m. Nesse sentido, fez-se necessria uma ade-quao na avenida a fi m de melhorar a condio de acesso ao parque. Vista da avenida Matias Beck, trecho que deve ser readequado.

    Alm disso, julgou-se como inadequa-da a situao da E.M.E.F Eng. Jos Amadei . Construda em terreno ex-guo, a escola no possui reas livres para recreao. Alm disso, a escola est situada ao lado de uma avenida de trfego intenso, perigosa para as crianas nos momentos de entrada e sada, e constantemente barulhentas. Num contexto de reestruturao do bairro, julgou-se que haveria oportu-nidades de melhores locais para o posicionamento da escola.

    Assim, a avenida dever ser reade-quada e o terreno da escola substitu-da por uma nova escola, construda em terreno entre o bairro e o parque, destinado construo de um per-curso de largura e qualidade adequa-das para realizar essa articulao.

    PERCURSO ENTRE A ESTAO FERROVIRIA E O PARQUEPLANTA E CORTES

    ESC 1: 2500

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15mAv. matias beck E.M.E.F Eng. jos

    Amadeiconjunto habitacionalmurado

    R. Raimundo Lopes(Escala local)

    JD IV Centenrio

    Av. matias beck com sistema extravasor(a montante)

    conjunto habitacionalJD IV Centenrio

    Av. matias beckcrrego destamponadocom sistema extravasor(a montante)

    conjunto habitacional

    novo passeio proposto

    JD IV Centenrio

    parada vlt R. Raimundo Lopes(Escala local)

    calada tcnicacanal de esgoto

    canal de aguas pluviaiscanal de aguas pluviais canal de esgoto

    calada tcnica

    Av. matias beck E.M.E.F Eng. josAmadei

    conjunto habitacionalmurado

    R. Raimundo Lopes(Escala local)

    JD IV Centenrio

    Av. matias beck com sistema extravasor(a montante)

    conjunto habitacionalJD IV Centenrio

    Av. matias beckcrrego destamponadocom sistema extravasor(a montante)

    conjunto habitacional

    novo passeio proposto

    JD IV Centenrio

    parada vlt R. Raimundo Lopes(Escala local)

    calada tcnicacanal de esgoto

    canal de aguas pluviaiscanal de aguas pluviais canal de esgoto

    calada tcnica

    acimaprojeto de refernciacrrego do antonicoMMBB arquitetos

    na pgina ao ladopercurso da estao ferroviria ao parque

    fonte MMBB arquitetos

    fonte google maps

  • 47

    O CIRCUITO

    Cabe aqui retomar o interesse inicial do projeto de garantir o acesso pblico orla fl uvial do rio Pinheiros, alm de permitir o reconhecimento das infraes-truturas presentes no stio da barragem de Pedreira.

    Ao aproximar o foco para os interior da clareira anteriormente descrita, observa-se uma diferena importante entre as duas margens do Pinheiros neste local. Todos os elementos da rede de infraestruturas localizados na margem esquerda (oeste) permitem a aproximao, na escala humana, sem grandes impedimentos (como a barragem ou o canal lateral). J Na margem direita localizam-se as duas usinas termoeltricas e o Trans-porto. Por essas estruturas manterem atividade ininterrupta e oferecerem riscos aproxima-o, o contato com elas no pode ser direto ou irrestrito.

    Assim, decidiu-se que a margem esquerda receberia as reas de parque propriamente dito, estabelecendo uma relao de dualidade com a margem oposta, de carter distinto. Porm, o desejo de permitir o reconhecimento das estruturas da margem oposta no estaria plenamente contemplado. A fi m de amarrar as duas intenes, prope-se a delimitao de um circuito de visitao dessas infraestruturas permitindo que o reconhecimento do local seja pleno. Este circuito de 3.300m de extenso percorreria justamente o pe-rmetro delimitado por elas, sublinhando e consolidando a clareira por meio de um elemento arquitetnico.

    fotos da maquete de estudo

  • A diferenciao entre as margens tem infl uncia na proposta arquitetnica. O percurso atravs dos elementos da margem esquerda seria livre, j na mar-gem direita, uma infraestrutura deve mediar a relao objeto-observador: um passadio, como uma rua elevada, permite o trnsito do publico em seguran-a ao longo das usinas, sem interferir no funcionamento cotidiano da mesma. Os trechos que seriam percorridos so a crista da barragem, o calado do canal lateral, uma passarela de pedestres proposta e a rua elevada da margem direita. A extenso de cada um de seus trechos est articulada com o sistema virio do entorno, realizando costuras e transposies no tecido fragmentado do entorno.

    Desse modo, o circuito possui papel estrutural fundamental no parque, dando unidade ao conjunto dos elementos ao seu redor, marcando a clareira em seu interior e distribuindo a infraestrutura de apoio do parque por onde passa. O circuito permite estabelecer um novo dilogo entre os diversos elementos e passa e dar unidade ao conjunto do parque. Alm de permitir o reconhe-cimento de cada objeto especifi camente, percorr-lo torna-se um meio de leitura e consequente ressignifi cao da paisagem. So Paulo uma cidade que carece de elementos naturais (ou mesmo elementos construdos) que permitam a leitura de seu territrio. Entende-se neste trabalho que a leitura do territrio e nesta paisagem especifi camente tem tanta importncia quanto o prprio conhecimento da histria da cidade. Efetivamente, essas duas esfe-ras fsica e histrica se fundem neste local. Nesse sentido, a visita ao parque passa a assumir um carter emancipador.

    acimamaquete de estudo para o projeto do circuito

    direitafoto da Barragem de Pedreira

  • 49

    Por conta da extenso do circuito, foram distribudas rotas de fuga e estrutu-ras mnimas de apoio ao visitante ao longo do percurso. Em pontos nodais, geralmente confl uncias de caminhos, abrem-se praas abrigadas por uma cobertura leve, dotadas de sanitrios, bebedouros e bancos para descanso. Esta estrutura mnima de apoio repete-se ao longo de todo o parque, distan-do em mdia 400m. A cada 150m aproximadamente h uma escada simples, a ser utilizada como rota de fuga.

    Tais estruturas mnimas, chamadas de sombras, so conjuntos formados por uma cobertura (em geral de 25 x 25m), um mdulo de sanitrios padro-nizado, e um segundo volume, que pode cumprir mltiplas funes de apoio ao parque. Quando h necessidade de transposio de nvel, o bloco se constitui tambm em um conjunto de circulao vertical.

    O volume dos sanitrios encontra-se sempre sob a cobertura, j o segun-do, tem altura superior. Sempre no mesmo tom de azul, o segundo volume confere unidade ao circuito e identidade s duas margens do rio, permitindo assim que de uma margem seja possvel reconhecer o passadio da margem oposta, indicando a possibilidade de se visitar de perto os elementos da pai-sagem. O que interessante, sobretudo no caso da margem direita, reforan-do o dilogo entre infraestrutura e paisagem.

    Vale citar como referncia ao projeto do Parc de La Villette (Bernard Tschu-mi), em Paris. Assim como no Parque da Pedreira, o projeto se estrutura atravs de uma marquise retilnea, em conjunto com elementos de apoio, marcados atravs de cores.

    croqui esquemtico: sombra

    O perfi l longitudinal ao lado apre-senta esquematicamente as dis-tncias percorridas na horizontal e na vertical ao longo do circuito

    SOMBRAS

    100 500 1000780

    760

    750

    770

    740

    730

    720m

    PASSARELA DE PEDESTRES

    TRANS-PORTO UTE F. GASPARIAN

    UTE PIRATININGA

    UHE PEDREIRA CRISTA DA BARRAGEM

    FAROL CANAL LATERAL

    ECLUSA 1ECLUSA 2

    1500 2000 2500 3000 3300m0

    SOMBRAS

    CIRCUITO

  • CRREGO DAS PEDREIRAS CANAL DE DERIVAO PRAA DE ACESSO /MICROESTAO DE TRATAMENTO

    LINHAS DE TRANSMISSO TRANS-PORTO

    Praas de Acesso

    Uma passarela de pedestres atravessa o rio, articulando as duas praas de acesso. Tais praas esto articuladas s estaes de transporte pblico e s redes de ciclovias, conectando-o no apenas aos bairros adjacentes, mas tambm ao sistema de parques ao longo do rio Pinheiros, e, consequen-temente, toda a metrpole. Ambas as praas marcam tambm a foz de afl uentes do rio Jurubatuba. Passando em uma cota mais elevada a ponte Vitorino Goulart, j existente no local, tambm conecta as duas praas. Jardim de fi to-reparao

    Prope-se na foz do Crrego das Pedreiras um canal de derivao para a im-plantao de um jardim aqutico de fi to-reparao. O jardim tem o objetivo de tratar a gua poluda deste afl uente antes de lan-la ao rio. Alm de se valer do potencial de fi ltragem e purifi cao de espcies vegetais especfi cas, a estrutura dotada de barragens mveis ajuda a controlar a vazo do crrego no rio principal, evitando turbulncias prejudiciais navegao, tambm conhecidas como efeito deriva. A soluo de realizar o desvio por meio de um canal de derivao, deve-se ao princpio de usos mltiplos das guas - garantindo a possibilidade de agrega-lo rede capilar de canais navegveis.Passadio elevado da margem direita

    Na margem direita localizam-se as duas usinas termoeltricas e o Trans-por-to. Por essas estruturas manterem atividade ininterrupta e oferecerem riscos aproximao, o contato com elas no pode ser direto, ou irrestrito. Prope-se ento uma aproximao mediada feita por um passadio elevado ga-rantindo assim, um itinerrio seguro e interferncia mnima no funcionamento cotidiano das estruturas.

    O caminho principal, um percurso de 890m, estende-se paralelamente ao eixo do rio Jurubatuba, evidenciando o princpio ordenador da ocupao desta margem. Derivaes deste caminho principal oferecem novas pers-pectivas sobre os objetos, ora aproximando-se de pontos de interesse, ora distanciando-se a fi m de permitir a observao do conjunto.

    51

    MARGEM DIREITACORTES TRANSVERSAIS A e B

    ESC 1: 1000

    PRAA DE ACESSO /MICROESTAO DE TRATAMENTO

    JARDINS AQUTICOS DE FITOREPARAO

    DRAGA-PORTO CANAL NAVEGVEL PINHEIROS PARQUE

    DRSENA CANAL NAVEGVEL PINHEIROS PARQUE

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15m

  • USINA TERMOELTRICAFERNANDO GASPARIAN

    PASSADIO DEVISITAO

    USINA TERMOELTRICAPIRATININGA

    Trans-porto

    A partir da praa de acesso do jardim aqutico (cota 728m), inicia-se a visita s infraestruturas metropolitanas da margem direita. O Trans-porto a primeira es-trutura a ser visitada. Por meio de uma passarela (cota 726m) atirantada nas vigas transversais do grande galpo, percorre-se o interior do edifcio, sobre a gua.

    Olhando pra dentro pode-se observar o funcionamento da estrutura e, pra fora, atravs de aberturas na empena, possvel ver a drsena e a margem oposta.

    Uma derivao do caminho permite atravessar o edifcio, no sentido transver-sal, o que permite a visualizao do espao de outras perspectivas, situao similar ao cruzar das rampas do edifcio da FAU

    Termoeltricas

    Depois do transporto na cota 726m inicia-se uma rampa contnua, elevando o percurso em 6,5 metros, at a cota 732,5m. Dali inicia-se a visita s termoe-ltricas, instalao que por conta das suas chamins tem a presena mais marcante na paisagem. O circuito passa muito prximo s instalaes da usina, permitindo que quem passe enxergue detalhadamente seu carter eminente-mente industrial com suas chapas, tubos, soldas e parafusos que a compe. Contudo, para que se permita uma viso global do conjunto, h uma derivao do caminho nesse trecho, em direo oposta s chamins. O conjunto entre o circuito e a sua derivao simula a espacialidade de um largo, mesmo que va-zado. Somente dessa forma se torna possvel observar as chamins com uma distncia maior, sufi ciente para se ler o conjunto de forma total. Seria uma ex-perincia semelhante ao caminhar em uma praa pontuada por uma catedral, onde preciso caminhar contra a sua direo para que se visualize sua torre. Alm disso, as derivaes do conta de apresentar as estruturas auxiliares: dutos e tanques de leo, bem como e aproxima mais da margem do rio.

    O percurso tambm zela por manter uma distancia segura dos exaustores, bem como no permite o acesso fsico dos usurios do parque s suas instalaes; apenas visual. Assim, o funcionamento da termoeltrica no fi ca comprometido.

    No foi possvel, ao longo do trabalho, visitar a usina nem obter bases confi -veis, e, por isso, o projeto foi desenvolvido apenas preliminarmente.

    no topo da pginaperspectiva do interior do transporto proposto

    acimafotomontagem simulando o edifcio da FAU-USP alagadofonte Ciro Miguel

    53

    MARGEM DIREITACORTES TRANSVERSAIS C e D

    ESC 1: 1000

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15m

    EXAUSTORES RUA DE MANUTENO CANAL NAVEGVEL PINHEIROS PORTO TURSTICO PARQUE

    PASSADIO DE VISITAO RUA DE MANUTENO CANAL NAVEGVEL PINHEIROS PARQUE

  • 54

    INTERVENO NA USINA ELEVATRIA DE PEDREIRA

    Este trecho do circuito foi projetado com especial ateno, no apenas pela maior quantidade de bases disponveis, mas tambm por ter sido visitado no momento onde surgiram as primeiras refl exes de projeto. Tais refl exes foram determinantes para o futuro desenvolvimento do traba-lho, sobretudo nas refl exes sobre o dilogo entre infraestrutura e paisa-gem. A Usina de Pedreira um dos principais elementos do conjunto, por ser hoje o nico ponto de vazo da barragem que d nome ao local.

    fotomontagem do interior da usina de pedreira com o passadio proposto

  • 55

    Com o objetivo de permitir o acesso de visitantes ao interior da Usina sem interferir em seu funcionamento cotidiano, prope-se a adio de um passadio estrutura existente. Acessada por via elevada a partir da galeria de visitao das usinas ter-moeltricas, a nova circulao no interfere na organizao funcional atual da usina, seja nas reas de montagem, salas de comando ou na circulao interna dos operrios.

    Outro aspecto importante a ser respeitado, do ponto de vista das pr-existncias, o registro histrico do edifcio. Como j mencionado anteriormente, sua presena na paisagem urbana, que acentuada inclusive por sua excepcionalida-de um edifcio sobre a gua faz com que as usinas elevatrias do rio Pinheiros condensem um carter re-presentativo do projeto de reverso como um todo. Nesse sentido alguns cuidados foram tomados no intento de preservar e destacar a Usina Ele-vatria de Pedreira como importante testemunho histrico do perodo de atuao da Cia. Light em So Paulo e da forma de conceber, construir e gerir infraestruturas em um perodo peculiar da histria da cidade de So Paulo. Assim, foram adotados os princpios de distinguibilidade e reversibilidade da interveno.

    PASSADIO DA USINA ELEVATRIA DE PEDREIRACORTE A

    ESC 1: 300

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15m

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    5

    4

    10

    9

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    PASSADIO DA USINA ELEVATRIA DE PEDREIRAPLANTA

    ESC 1: 300

    1. Praa de Acolhimento - Sombra2. Passadio3. Projeo sobre a obstruo da eclusa4. Dispero5. Unidades de Bombeamento6. Unidade 87. Unidade 9 (em projeto)8. rea originalmente reservada para as eclusas9. rea de montagem10. Barragem

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

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    3

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    8

    9 10

    9

    LEGENDA:

    Propostas

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    UHE PEDREIRAELEVAO

    ESC 1: 300

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

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    PASSADIOCORTE B

    ESC 1: 300

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

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    1 : 50010 10 25m

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    H que se discutir o carter da proposta quanto ao princpio de mnima inter-veno. A mencionada presena na paisagem dos edifcios das usinas tem tambm a caracterstica de, em alguma medida, mascarar sua funo. Ao adotar certa proporo entre aberturas e fechamentos nas faixas horizontais de caixilhos e fechamentos marcados por frisos, as fachadas das usinas indu-zem leitura do volume na paisagem como uma tipologia de edifcio urbano convencional, subdividido em mltiplos pavimentos e cmodos. O resultado prtico a camufl agem de sua funo.

    Como o principal objetivo do circuito de visitao dar a ver, ou sublinhar, o funcionamento das infraestruturas metropolitanas e seu papel fundamental na estruturao do territrio, geralmente omitido, no caso especfi co da Usina de Pedreira o interesse de permitir o acesso pblico ao seu interior revelar sua espacialidade e funcionamento. Assim, entende-se que a interveno deva ser marcada no edifcio, sem deixar de respeit-lo. Ao sobrepor o novo pano de vidro do passadio posio original dos caixilhos da Usina, a composi-o de sua fachada no descaracterizada.

    A interveno defi ne-se pela substituio da banda inferior de caixilhos da usina e seu simblico deslocamento para o exterior do edifcio na forma de um novo pano de vidro, nas dimenses dos atuais, agora contnuo. Uma plataforma horizontal de 6m de largura apoiada nos pilares existentes, na forma de uma estrutura metlica parasita, em balanos de 1,75m no interior do edifcio e 2,50m no exterior. O trecho externo do passadio protegido por uma cobertura tambm metlica de carter semelhante ao da plataforma, j o trecho interno mantido descoberto a fi m de permitir uma apreenso plena da espacialidade da usina e do funcionamento da ponte rolante.

    Um importante aspecto da experincia do visitante a transio entre os espa-os. Ao acessar o passadio, sob um p-direito baixo, de 2,5m, possvel ver toda a extenso da estrutura que se lana para fora, revelando a maior dimenso do edifcio. direita, o pano de vidro contnuo permite a apreenso da paisagem, como uma ponte sobre o canal do Pinheiros. esquerda, o ritmo dos pilares cria um interstcio que vela o interior da usina, veem-se apenas fragmentos de seu interior. Somente ao cruzar a linha de pilares que se revela plenamente a espacia-lidade do interior da usina.As dimenses do passadio, exguas para receber grandes grupos, sugerem a existncia de praas de acolhimento e disperso em suas extremidades.

    acimasrie de perspectivas do interior do passadio

    ao ladofotomontagens da usina de pedreira com insero do passadio proposto

  • 62

    Ao chegar ao volume saliente na ex-tremidade sudoeste da usina (adio posterior sua construo) a galeria entra em sua totalidade no interior do edifcio. Neste ponto, uma projeo poder ilustrar a presena de duas cmaras de eclusa que ocupavam aquele espao no projeto original da usina, mas no foram construdas, alm de indicar a obstruo causa-da pela instalao da unidade 8 de bombeamento. Tal obstruo levou necessidade de construo do canal lateral e eclusas como soluo para a navegao.

    fotos da rea de montagem, no interior da Usina Elevatria de Pedreira

    Outro aspecto interessante deste local a presena da rea de montagem, local onde so depositadas as impres-sionantes peas das unidades em manuteno (fotos ao lado).

    Deste ponto possvel descer por elevador casa de mquinas, quando permitido, ou subir ao topo da usina, onde est localizada sua subestao de energia. Do topo da usina, uma passarela conduz o visitante pela primeira vez crista da barragem.

  • 63

    BARRAGEM

    A chegada ao topo da barragem a partir da Usina de Pedreira marca a transio entre duas zonas distintas do parque. At ento, um passadio elevado atuava como infraestrutura de mediao entre visitante e objeto, indicando o percurso a ser seguido. Aps atravessar a Usina em seu nvel superior uma ponte o percurso passa a ser livre. O restante do circuito passa a ser apenas sugerido.

    Caminhar sobre a barragem torna-se uma experincia reveladora. Pela pri-meira vez possvel ver a lmina dgua do Reservatrio Billings. Ao mesmo tempo, revela-se a separao entre o lago e o rio, um vinte e cinco metros a cima do outro. Deste modo, a barragem at ento presente apenas como um grande talude gramado pode ter sua funo compreendida. A represa deixa de ser algo conhecido de maneira abstrata convertendo-se em fato concreto, apreendido pelos sentidos.

    O caminho defi nido pelo topo do dique poderia ser entendido como uma li-nha, onde convergem as duas faces inclinadas. Se antes a via elevada servia de suporte, de caminho, a rua da crista da barragem a infraestrutura de sua prpria compreenso. A linha imaginria atua como fronteira entre dois ambientes. jusante, vemos uma paisagem urbana ruidosa, marcada pelas infraestruturas metropolitanas j descritas, opondo-se presena predomi-nante do horizonte montante.

    Outro sentido que emerge o da construo de uma barragem como transfor-mao da natureza pelo homem. Talvez este seja o nico lugar da represa em que fi ca evidente sua artifi cialidade. Em outros locais, a compreenso deste fato torna-se turva devido materialidade que a constitui - marcada pela pre-sena da gua, em forma de lago, e das colinas com densa vegetao. Crista da Barragem

    A interveno na crista da barragem mnima. Trata-se de destacar a relao existente, de contraste entre as duas cotas, de limite entre dois ambientes complementares. Introduzir a menor quantidade possvel de elementos no lado voltado represa uma maneira de manter o convite ao silncio feito pela presena do horizonte. Neste lado, uma plataforma apoia-se sobre o talude em um nvel 1,8m abaixo da crista da barragem. Apenas os barcos cruzando silenciosamente o lago sero percebidos. Este lugar de estar, resguardado da animao do lado oposto, abre espao a um momento de introspeco.

    O mapa de curvas de nvel mostra com clareza a barragem como uma construo artifi cial

  • CORTE AMPLIADO DA BARRAGEM

    ESC 1: 500

    1 : 50000 100 250m

    1 : 25000 10 100m50

    1 : 10000 10 50m20

    1 : 50010 10 25m

    1 : 30010 5 10 15m

    SOMBRA

    As outras intervenes arquitetnicas na crista da barragem resumem-se a adaptaes na via de servio. A introduo de sinalizao adequada permite torn-la uma via compartilhada entre pedestres, ciclistas e a ocasional pas-sagem de veculos de manuteno (tanto do prprio parque, quanto de suas infraes