PARNASIANISMO

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PARNASIANISMO PARNASIANISMO Arte pela arte Arte pela arte Professora: Karla Faria

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PARNASIANISMO. Arte pela arte. Professora: Karla Faria. Introdução. - PowerPoint PPT Presentation

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PARNASIANISMOPARNASIANISMO

Arte pela arteArte pela arte

Professora: Karla Faria

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IntroduçãoIntrodução

O O ParnasianismoParnasianismo surge na França, e é surge na França, e é divulgado principalmente dentro da revista divulgado principalmente dentro da revista Le Parnasse ContemporainLe Parnasse Contemporain. O . O movimento francês dura dez anos, exato movimento francês dura dez anos, exato período em que a revista é publicada (1866-período em que a revista é publicada (1866-1876). Os principais nomes do 1876). Os principais nomes do parnasianismo francês são: parnasianismo francês são: Théophile Théophile GautierGautier (1811-1872), (1811-1872), Leconte de LisleLeconte de Lisle (1818-1894), (1818-1894), Théodore de BanvilleThéodore de Banville (1823-1891) e seu principal representante (1823-1891) e seu principal representante Charles BaudelaireCharles Baudelaire. .

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CaracterísticasCaracterísticas Rigidez estética e métrica clássica- a perfeição está na forma.Rigidez estética e métrica clássica- a perfeição está na forma. Equilíbrio e correção na linguagem. Preciosismo vocabular.Equilíbrio e correção na linguagem. Preciosismo vocabular. A impassibilidade do poeta diante a obra. Razão supera a emoção.A impassibilidade do poeta diante a obra. Razão supera a emoção. Retomada de valores renascentistas.Retomada de valores renascentistas. Reação aos excessos sentimentais do RomantismoReação aos excessos sentimentais do Romantismo

. A arte pela arte. A arte pela arte

. A poesia é a expressão máxima da arte.. A poesia é a expressão máxima da arte.

. Poesia objetiva e descritiva. Poesia objetiva e descritiva

. "A poesia não tem outro objetivo senão ela mesma". Baudelaire. "A poesia não tem outro objetivo senão ela mesma". Baudelaire

““Só não se inventou a máquina de fazer versos – já havia o poeta Só não se inventou a máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano.” Oswald de Andradeparnasiano.” Oswald de Andrade

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Olavo BilacOlavo Bilac "Ora (direis) ouvir estrelas! "Ora (direis) ouvir estrelas!                                                                                             XIII XIII

                                                                    "Ora (direis) ouvir estrelas!  Certo "Ora (direis) ouvir estrelas!  Certo

                                Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,                                 Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,                                 Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto                                 Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto                                 E abro as janelas, pálido de espanto ...                                 E abro as janelas, pálido de espanto ...    

                                                                E conversamos toda a noite, enquanto E conversamos toda a noite, enquanto                                 A via láctea, como um pálio aberto,                                 A via láctea, como um pálio aberto,                                 Cintila.  E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,                                 Cintila.  E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,                                 Inda as procuro pelo céu deserto.                                 Inda as procuro pelo céu deserto.    

                                                                Direis agora: "Tresloucado amigo! Direis agora: "Tresloucado amigo!                                 Que conversas com elas?  Que sentido                                 Que conversas com elas?  Que sentido                                 Tem o que dizem, quando estão contigo?"                                 Tem o que dizem, quando estão contigo?"    

                                                                E eu vos direi: "Amai para entendê-las! E eu vos direi: "Amai para entendê-las!                                 Pois só quem ama pode ter ouvido                                 Pois só quem ama pode ter ouvido                                 Capaz de ouvir e de entender estrelas."                                 Capaz de ouvir e de entender estrelas."

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Profissão de féProfissão de fé

Invejo o ourives quando escrevo:Invejo o ourives quando escrevo:Imito o amorImito o amorCom que ele, em ouro, o alto relevoCom que ele, em ouro, o alto relevoFaz de uma flor.Faz de uma flor.

Imito-o. e, pois, nem de CarraraImito-o. e, pois, nem de CarraraA pedra firo:A pedra firo:O alvo cristal, a pedra rara,O alvo cristal, a pedra rara,O ônix prefiro.O ônix prefiro.

Por isso, corre, por servir-me,Por isso, corre, por servir-me,Sobre o papelSobre o papelA pena, como em prata firmeA pena, como em prata firmeCorre o cinzel.Corre o cinzel.(...)(...)Torce, aprimora, alteia, limaTorce, aprimora, alteia, limaA frase; e, enfim,A frase; e, enfim,No verso de ouro engasta a rima,No verso de ouro engasta a rima,Como um rubim.Como um rubim.

Quero que a estrofe cristalina,Quero que a estrofe cristalina,Dobrada ao jeitoDobrada ao jeitoDo ourives, saia da oficinaDo ourives, saia da oficinaSem um defeito.Sem um defeito.(...)(...)

Olavo BilacOlavo Bilac

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Língua Portuguesa Língua Portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,Última flor do Lácio, inculta e bela,És, a um tempo, esplendor e sepultura:És, a um tempo, esplendor e sepultura:Ouro nativo, que na ganga impuraOuro nativo, que na ganga impuraA bruta mina entre os cascalhos vela...A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,Amo-te assim, desconhecida e obscura,Tuba de alto clangor, lira singela,Tuba de alto clangor, lira singela,Que tens o trom e o silvo da procela,Que tens o trom e o silvo da procela,E o arrolo da saudade e da ternura!E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aromaAmo o teu viço agreste e o teu aromaDe virgens selvas e de oceano largo!De virgens selvas e de oceano largo!Amo-te, ó rude e doloroso idioma,Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!",Em que da voz materna ouvi: "meu filho!",E em que Camões chorou, no exílio amargo,E em que Camões chorou, no exílio amargo,O gênio sem ventura e o amor sem brilho!O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Olavo BilacOlavo Bilac

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A busca da A busca da objetividadeobjetividade temática e o temática e o culto da formaculto da forma são as mais são as mais importantes características do Parnasianismo. Os poetas parnasianos importantes características do Parnasianismo. Os poetas parnasianos opunham-se ao opunham-se ao individualismoindividualismo, ao , ao sentimentalismosentimentalismo e ao e ao subjetivismo subjetivismo românticosromânticos, e procuraram voltar sua poesia para temas que consideravam , e procuraram voltar sua poesia para temas que consideravam mais universais, como a natureza, a história, o amor, os objetos inanimados, mais universais, como a natureza, a história, o amor, os objetos inanimados, além da própria poesia. Essa poética da impessoalidade era reforçada pelo além da própria poesia. Essa poética da impessoalidade era reforçada pelo gosto da descrição e do rigor formal. O ideal da "arte pela arte" resultou em gosto da descrição e do rigor formal. O ideal da "arte pela arte" resultou em acentuada preocupação com a versificação e a metrificação, pois acreditava-acentuada preocupação com a versificação e a metrificação, pois acreditava-se que a Beleza residia também na forma. O trabalho do poeta foi, inclusive, se que a Beleza residia também na forma. O trabalho do poeta foi, inclusive, comparado ao do escultor, do ourives, do artesão, já que seu esforço comparado ao do escultor, do ourives, do artesão, já que seu esforço concentrava-se em dar forma perfeita a um objeto artístico. O poema de concentrava-se em dar forma perfeita a um objeto artístico. O poema de Raimundo Correia Raimundo Correia A um ArtistaA um Artista, dedicado a Olavo Bilac, é modelar nesse , dedicado a Olavo Bilac, é modelar nesse sentido. Essa comparação levou à criação de poemas que tematizam sentido. Essa comparação levou à criação de poemas que tematizam esculturas, pinturas, jóias, objetos artísticos - como em esculturas, pinturas, jóias, objetos artísticos - como em Vaso GregoVaso Grego, de , de Alberto de Oliveira - transformando muitas vezes o princípio da "arte pela Alberto de Oliveira - transformando muitas vezes o princípio da "arte pela arte" em "arte sobre a arte". arte" em "arte sobre a arte".

Os versos brancos do Romantismo foram abandonados e retomou-se o uso Os versos brancos do Romantismo foram abandonados e retomou-se o uso dos versos de 10 sílabas e das rimas ricas e raras, num movimento de dos versos de 10 sílabas e das rimas ricas e raras, num movimento de aproximação da tradição clássica. A procura da expressão perfeita e original aproximação da tradição clássica. A procura da expressão perfeita e original de determinada idéia ou sentimento levou à valorização do conhecimento da de determinada idéia ou sentimento levou à valorização do conhecimento da língua, necessário para fugir das imagens gastas e vulgarizadas da estética língua, necessário para fugir das imagens gastas e vulgarizadas da estética romântica. A utilização de vocabulário culto, como tentativa de renovação da romântica. A utilização de vocabulário culto, como tentativa de renovação da linguagem poética, é, desse modo, outro traço característico do linguagem poética, é, desse modo, outro traço característico do Parnasianismo. Olavo Bilac, em Parnasianismo. Olavo Bilac, em Língua PortuguesaLíngua Portuguesa, expressa o amor , expressa o amor parnasiano ao idioma nacional. O apego dos parnasianos ao rigor gramatical e parnasiano ao idioma nacional. O apego dos parnasianos ao rigor gramatical e ao rebuscamento da linguagem teria contribuído, segundo Antonio Candido, ao rebuscamento da linguagem teria contribuído, segundo Antonio Candido, "para lhes dar voga e credibilidade, pois facilitava o entrosamento com as "para lhes dar voga e credibilidade, pois facilitava o entrosamento com as aspirações dominantes da cultura oficial". aspirações dominantes da cultura oficial".

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Rosa (Pixinguinha)Rosa (Pixinguinha)

Tu és Tu és Divina e graciosaDivina e graciosaEstatua majestosaEstatua majestosaDo amorDo amorPor Deus esculturadaPor Deus esculturadaE formada com o ardorE formada com o ardorDa alma da mais linda florDa alma da mais linda florDe mais ativo olorDe mais ativo olorQue na vidaQue na vidaÉ preferida pelo beija-florÉ preferida pelo beija-florSe Deus Se Deus Me fora tão clemente Me fora tão clemente Aqui neste ambienteAqui neste ambienteDe luzDe luzFormada numa telaFormada numa telaDeslumbrante e belaDeslumbrante e belaO teu coraçãoO teu coraçãoJunto ao meu, lanceado, pregadoJunto ao meu, lanceado, pregadoE crucificado E crucificado Sobre a rósea cruzSobre a rósea cruzDo arfante peito teuDo arfante peito teu

Tu ésTu ésA forma idealA forma idealEstatua magistralEstatua magistralOh! Alma perenal Oh! Alma perenal Do meu primeiro amorDo meu primeiro amorSublime amorSublime amorTu ésTu ésDe Deus a soberana florDe Deus a soberana florTu ésTu ésDe Deus a criaçãoDe Deus a criaçãoQue em todo coraçãoQue em todo coraçãoSepultas o amor Sepultas o amor O riso, a fé e a dorO riso, a fé e a dorEm sândalos olentesEm sândalos olentesCheios de sabor Cheios de sabor Em vozes tão dolentes Em vozes tão dolentes Como um sonho em flor Como um sonho em flor És És Láctea estrela Láctea estrela És mãe da realezaÉs mãe da realezaÉs tudo enfim que tem de beloÉs tudo enfim que tem de beloE todo resplendorE todo resplendorDa santa naturezaDa santa natureza

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PerdãoSe ouso confessar-te Eu hei de sempre amar-teOh! FlorMeu peito não resisteOh! Meu Deus quanto é tristeA incerteza de um amor Que mais me faz penarEm esperarEm conduzir-te um dia ao Pé do altarJurar Aos pés do onipotenteEm preces comoventesDe dorE receber a unção De tua gratidão Depois, de remir, meus desejosEm nuvens de beijosHei de te envolverAté meu padecerDe todo o fenecer