Pare de Reclamar Trecho

WILL BOWEN

Pare de reclamare concentre-se nas coisas boas

Um mtodo simples e eficazpara se afastar da negatividadee adotar uma postura positiva

Pare de reclamar Q9_Jesus 8/21/12 4:31 PM Page 3

Para minha filha Lia, para seus filhos que ainda esto por vir e paraos filhos deles, que vivero num mundo cada vez mais feliz e com

cada vez menos reclamaes.


SUMRIO

Introduo 9

PARTE 1: INCOMPETNCIA INCONSCIENTE 21

Captulo 1 Reclamo, logo existo 22Captulo 2 As reclamaes e a sade 36

PARTE 2: INCOMPETNCIA CONSCIENTE 47

Captulo 3 As reclamaes e os relacionamentos 48Captulo 4 O despertar 61

PARTE 3: COMPETNCIA CONSCIENTE 75

Captulo 5 O silncio e a linguagem da reclamao 76Captulo 6 Crticos e admiradores 92

PARTE 4: COMPETNCIA INCONSCIENTE 107

Captulo 7 Mestria 108Captulo 8 Os campees dos 21 dias 118

Concluso 132 Agradecimentos 141


INTRODUO

Se voc no gosta de alguma coisa, mude-a.Se voc no pode mud-la, mude sua atitude.No reclame.

MAYA ANGELOU

Osegredo para transformar sua vida est nas suas mos.No acredita? Pois eu j vi isso acontecer com muitagente. Li e-mails e cartas e recebi telefonemas de pessoas queencararam um desafio que mudou sua existncia: ficar 21 diasconsecutivos sem reclamar, criticar ou falar mal dos outros. Nofim desse perodo, elas desenvolveram um novo hbito. Ao setornarem conscientes de suas palavras e se esforarem paramud-las, modificaram sua forma de pensar e comearam a re-criar suas histrias. Diversas pessoas me contaram sobre rela-cionamentos que melhoraram, carreiras que progrediram evidas que se tornaram mais felizes.Conheci um homem que sofria de dor de cabea crnica.

Todas as noites, ao chegar em casa depois de um longo dia detrabalho, ele dizia mulher quanto sua cabea tinha dodo. Aoperceber que se queixar no resolvia nada, ele decidiu fazer umesforo para deixar de falar das dores de cabea.


Esse homem se chama Tom Alyea. Ele no sente mais dorde cabea e se transformou no coordenador snior do progra -ma Mundo Sem Reclamaes, um dos voluntrios que aju -daram a fazer com que tudo isso acontecesse.Menos dor, mais sade, relacionamentos satisfatrios, um

trabalho melhor, mais serenidade e alegria... Que tal? No apenas possvel. provvel. Lutar conscientemente para refor -matar seu disco rgido mental no uma coisa fcil, mas vocpode comear agora e em pouco tempo provvel que tenhauma vida muito melhor.A ideia simples. preciso criar um sistema de moni -

toramento das reclamaes, crticas e fofocas. Voc pode usaruma pulseira roxa do movimento Sem Reclamaes, utilizarum elstico de cabelo em volta do punho, colocar umamoeda ou pedrinha no bolso, mudar a posio da sua alianae do seu relgio ou mesmo mover um peso de papel sobre asua mesa. O importante que voc deve mudar algum objetode po sio sempre que se pegar reclamando, criticando ou fa-lando mal dos outros. Ou seja, ponha a pulseira, o elstico ouo re lgio no outro brao, passe a moeda para o outro bolsoou coloque a aliana na outra mo. o ato de mudar a posi-o que planta as sementes no fundo da sua mente, tornando-aconsciente de seu comportamento. Voc precisa fazer issosempre que necessrio.Para enfrentar o desafio dos 21 dias, voc ter que seguir

este passo a passo:

Escolha um sistema de monitoramento e coloque o ob-jeto escolhido numa posio. Se for uma pulseira, porexemplo, coloque-a em um dos braos.

10 PARE DE RECLAMAR E CONCENTRE-SE NAS COISAS BOAS


Ao perceber que est reclamando, falando mal dos ou-tros ou criticando, mude o objeto de posio e comece acontagem de novo.

Se voc ouvir uma pessoa que est participando do desa -fio se queixar, pode avis-la de que deve trocar sua pul -seira, elstico, anel, peso de papel, etc. de lugar. MAS, sefizer isso, ter que mudar o seu objeto de posio pri -meiro, porque estar reclamando da reclamao dela.

Comece agora e no desista. Podem se passar meses atvoc conseguir completar os 21 dias consecutivos. Amdia de quatro a oito meses.

E relaxe. Estou me referindo apenas a reclamaes, crticase fofocas que verbalizamos. Se sair da sua boca, conta e vocter que comear de novo. Se voc s pensar, no tem pro -blema. Mas logo descobrir que mesmo a reclamao em pen -samento vai desaparecer medida que o processo avanar.A reclamao uma epidemia no mundo de hoje, por isso

no se espante quando descobrir que voc tambm se lamuriabem mais do que imaginava. Neste livro, voc aprender o que uma reclamao, por

que nos queixamos, quais so os benefcios que pensamos re-ceber ao nos lamuriarmos, como a queixa destrutiva e comopodemos contribuir para que as pessoas nossa volta parem dereclamar tambm.

A histria deste projeto nasceu no vero de 2006, quandodecidi criar um clube de leitura em nossa igreja. Encora -jaramos todos a lerem o mesmo livro e ento teramos aulas efaramos discusses sobre essa leitura. Selecionamos The Four

INTRODUO 11


Spiritual Laws of Prosperity (As quatro leis espirituais da prospe-ridade), de Edwene Gaines. O livro sugere medidas claras,concisas e poderosas que podem ser tomadas para se viver umavida de abundncia. Mais de 100 pessoas compraram o livro eplanejei um ciclo de estudos de cinco semanas, alm das aulasregulares para aqueles que desejassem se aprofundar no tema ecompartilhar suas dvidas, ideias e percepes.Na segunda semana, eu estava em casa, trabalhando na

minha aula, quando tive uma inspirao. Liguei para MarciaDale, que administra nosso escritrio, e disse que gostaria dedar pulseiras aos participantes, porque os brindes servem comoum lembrete visual, reforando o que aprendemos.Expliquei que Gaines, como muitos outros autores, afirma

que importante se concentrar naquilo que queremos em nos-sas vidas, em vez de dar ateno ao que no queremos. Reclamar se concentrar no que no queremos, falar

sobre o que est errado. E tudo aquilo em que concentramosnossa ateno se expande. Assim, para ajudar as pessoas a eli-minar a reclamao de suas vidas, essas pulseiras sero umtimo estmulo. Explique de novo como que as pulseiras vo fazer isso

pediu Marcia. Vamos dar para todo mundo pulseiras iguais quelas do

Livestrong, distribudas para levantar fundos para a FundaoLance Armstrong expliquei. Vamos desafiar as pessoas ausar as pulseiras e tentar passar 21 dias sem reclamar, porqueacredito que 21 dias o prazo necessrio para transformar umnovo comportamento em hbito. Vamos encoraj-las amudar a pulseira de brao sempre que se queixarem e a co-mear tudo de novo.



Puxa... Parece bem difcil observou Marcia. E, se apessoa reclamar, ela pode deixar para recomear no dia seguinte,ou seja, tirar uma folga e passar o resto do dia reclamando? No. Ela dever trocar a pulseira de brao e recomear na

mesma hora. A ideia nos conscientizarmos das ocasies emque a reclamao acontece para, quem sabe, evit-la da pr-xima vez que estiver prestes a ocorrer.Fez-se silncio do outro lado da linha por alguns segundos. Marcia? chamei, pensando que a ligao tinha cado. Estou aqui respondeu ela, um tanto desanimada.

que estou pensando se as pessoas... Droga. Estou pensando sesou capaz de fazer isso. Eu tambm. Vamos tentar.Marcia comprou 500 pulseiras roxas e nosso estoque aca-

bou logo depois do servio religioso de domingo, porque aspessoas pediam mais para levar para o escritrio, a escola, osamigos, os colegas de equipe e os grupos sociais. Naquele dia,alm de explicar como funcionava o desafio, convidei todomundo a imaginar como seria a vida sem toda aquela polui-o de reclamaes. Pude sentir uma mistura de entusiasmo eagitao na sala. Contei para eles que estava assumindo meuprprio desafio e que, no importava o tempo que demorasse,eu completaria 21 dias sem reclamar. Juntem-se a mim. Vamos ficar 21 dias consecutivos sem

reclamar, criticar ou falar mal da vida alheia. Mesmo que levetrs meses ou trs anos, nossa vida vai melhorar muito. Nodesistam.

Reclamar falar de coisas que voc no quer, em vez defalar daquilo que voc quer. Quando nos queixamos, usamos

INTRODUO 13


as palavras para nos concentrarmos no que no como gos -taramos. Nossos pensamentos criam nossa vida, e nossas pa-lavras revelam o que pensamos. Vou repetir essa frase, por-que, se voc no aprender nada mais com este livro, esperoque guarde isto: NOSSOS PENSAMENTOS CRIAM NOSSAVIDA, E NOSSAS PALAVRAS REVELAM O QUE PENSAMOS.Estamos, cada um de ns, criando nossa prpria vida o

tempo todo. O truque pegar as rdeas e levar o cavalo na di-reo que queremos seguir, em vez de ir para onde no quere-mos. Sua vida um filme escrito, dirigido, produzido e estre-lado por adivinhe? VOC. Todos ns criamos nossa prpriavida. Ao ser indagado sobre homens que construram sua for-tuna do nada, Earl Nightingale, filsofo e um dos maio res mes-tres da motivao no sculo XX, exclamou: Cada um de nscria seu prprio destino, mas apenas os bem-sucedidos admi-tem isso.Voc est criando sua prpria vida a cada momento por

meio de seus pensamentos. Hoje, as pessoas esto mais aten-tas a esse fato, e isso deve promover uma importante mu-dana na conscincia do mundo. Comeamos a perceber quea vida, a sociedade, a poltica, a sade, enfim, o estado domundo a ma terializao dos nossos pensamentos e das aesque eles produzem.Essa ideia no nova filsofos e professores repetem isso

h milnios. Mas ela parece estar finalmente atingindo umacompreenso universal nos dias de hoje.

Vai! Como creste, assim te seja feito!

JESUS, MATEUS, 8:13



O universo a mudana; a vida o que o pensamento fazdessa mudana.

MARCO AURLIO

Somos formados por nossos pensamentos. Ns nos tornamoso que pensamos.

BUDA

Mude seus pensamentos e voc mudar seu mundo.NORMAN VINCENT PEALE

Voc est hoje onde seus pensamentos o trouxeram e estaramanh onde seus pensamentos o levarem.

JAMES ALLEN

Ns nos tornamos aquilo em que pensamos.EARL NIGHTINGALE

O mais alto estgio da cultura moral quando reconhecemosque precisamos controlar nossos pensamentos.

CHARLES DARWIN

Por que somos os mestres de nosso destino, os capites denossa alma? Porque podemos controlar nossos pensamentos.

ALFRED A. MONTAPERT

Nossas palavras revelam o que pensamos, e nossos pensa -mentos criam nossa vida. As pessoas oscilam entre ondas posi-tivas e negativas. Na minha experincia, nunca conheci nin -gum que assumisse ser negativo. As pessoas realmente no

INTRODUO 15


percebem quando seus pensamentos esto sendo mais des -trutivos do que construtivos. Suas palavras podem transmitirisso aos outros, mas elas prprias no conseguem escutar. Essaspessoas podem reclamar sem parar eu fui uma delas , mas amaioria, eu inclusive, se considera positiva, animada, otimistae motivada. vital controlar nossa mente se quisermos recriar nossa

vida. O movimento Sem Reclamaes nos ajuda a perceberexatamente em que ponto nos encontramos e se estamos ex-primindo nosso lado positivo ou negativo. E ento, quandocomeamos a mudar a pulseira ou qualquer outro objeto deposio, passamos a prestar ateno em nossas palavras e emnossos pensamentos. Quando prestamos ateno em nossospensamentos, podemos mudar e remodelar nossa vida da formaque escolhermos. A pulseira, o elstico ou o anel ajudam a criaruma armadilha para nossa prpria negatividade e a expuls-lapara que nunca mais volte.

Naquele domingo de julho de 2006, depois de entregar asprimeiras pulseiras Sem Reclamaes minha congre gao econvidar todos a tentarem passar 21 dias consecutivos sem re-clamar, contei uma histria.Quando eu era menino, costumava ficar na beira do lago

e jogar pedras o mais longe que podia, dentro da gua. Depoisdo impacto inicial, eu prestava ateno nas ondulaes que seformavam, movendo-se em todas as direes. Juntos, podemoscriar uma onda que comea exatamente aqui, nesta pequenacomunidade. Podemos criar um movimento que ir repercutire transformar o mundo.



A energia hesitante da plateia comeou a se transformar ementusiasmo.Vamos dar essas pulseiras roxas a qualquer pessoa que

pedir, eu disse. Juntos, vamos fazer Kansas City, Mis souri, setransformar na primeira cidade Sem Reclamaes dos EstadosUnidos.Pessoas de nossa comunidade ouviram falar do movi -

mento e comearam a pingar pedidos de pulseiras aqui e ali que, em pouco tempo, se transformaram num dilvio. Aoperceber que alguma coisa importante estava surgindo, tele -fonei para o jornal The Kansas City Star, perguntando se te-riam interesse na histria. Sugeriram que eu procurasse HelenGray, e lhe enviei um e-mail falando sobre o mo vi mentoSem Reclamaes.Assim que lancei o desafio, descobri pessoalmente como

essa transformao poderia ser difcil. No primeiro dia, fiqueicansado de tanto trocar a pulseira de um brao para o outro.Percebi que reclamava o tempo todo. Quis desistir, mastodos na igreja estavam me observando. Depois da primeirasemana, o melhor que consegui fazer foi mudar a pulseira deposio apenas cinco vezes no mesmo dia. Mas, logo depois,voltei marca de uma dzia de trocas por dia. Mesmo assim,segui em frente. Nunca tinha me considerado uma pessoamuito propensa a reclamaes, mas estava descobrindo ocontrrio. Enquanto lutava para no reclamar, nem criticar,nem falar mal dos outros, sentia-me ao mesmo tempo desen-corajado e feliz por no ter notcias da reprter do Star.Embora achasse a ideia do movimento boa, certamente noconsiderava meu prprio desempenho brilhante e no queriaassumir isso publicamente.

INTRODUO 17


Perseverei. Finalmente, depois de quase um ms, conseguipassar trs dias seguidos sem reclamar. Enfim, escrevi numafolha de papel o meu objetivo: Passar 21 dias consecutivossem reclamar at o dia 31 de setembro. Lia e relia essa metatrs vezes a cada manh e trs vezes a cada noite. Devagar, co-mecei a fazer progressos.Descobri que tinha mais facilidade quando estava com de-

terminadas pessoas, e menos com outras. Com tristeza, per -cebi que minhas relaes com alguns indivduos que eu con -siderava bons amigos eram pautadas pela expresso de nossainsatisfao sobre qualquer assunto do qual falvamos. Co -mecei a evit-los. A princpio eu me senti culpado, mas noteique passei a reclamar menos. Mais importante: fui me sen -tindo mais feliz.Depois de mais de um ms, a reprter do Star entrou em

contato comigo. Queria escrever uma matria sobre o mo -vimento Sem Reclamaes. Enquanto ela preparava o artigo,eu finalmente completei os 21 dias. Quando a histria foi pu-blicada, eu era o nico a ter obtido xito at ento.Vrios jornais repercutiram a matria do The Kansas City

Star e, em pouco tempo, recebemos uma encomenda de 9 milpulseiras roxas. Voluntrios se apresentaram para criar um site,de maneira que as encomendas pudessem ser feitas on-line.Come amos a receber pedidos de lugares como Austrlia,Blgica e frica do Sul. Aquilo estava se transformando num fe-nmeno mundial. Ao sentir que a ideia das ondas se espalhandopela gua chegaria a todos os cantos do mundo, criamos umnovo site chamado AComplaintFreeWorld.org (Um MundoSem Recla maes). Em pouco tempo, montamos equipes paracoletar dados, cuidar do fornecimento e do envio das pulseiras.



Depois de mais de 100 reportagens nos jornais, de apa -recer no programa The Today Show e de ser lanado nacio nal -mente no The Oprah Winfrey Show, nosso movimento temhoje mi lhes de adeptos e cresce no mundo inteiro. Enquanto escrevo, j contabilizamos 6 milhes de pedidos

de pulseiras, feitos por pessoas de mais de 80 pases. Dia -riamente, chegam mais de mil encomendas. Em mdia, leva-sede quatro a oito meses para completar os 21 dias consecutivos.Multiplique o nmero de pulseiras pelo nmero de vezes queas pessoas reclamam e a concluso que o mundo j comeoua despertar para um novo nvel de conscincia.

H duas coisas sobre as quais a maioria das pessoas con -corda:

1. H reclamao demais neste mundo.2. O mundo no do jeito que gostaramos que fosse.

Na minha opinio, existe uma correlao entre essas duaspercepes. Ns nos concentramos no que est errado, em vezde dar ateno nossa viso sobre o que um mundo feliz,saudvel e harmonioso. Agora voc tambm faz parte disso.Voc pode transformar o mundo simplesmente se tornandoum exemplo de mudana positiva. Pode ajudar a criar umMundo Sem Reclamaes. Faa isso em nome daqueles queesto sua volta, mas principalmente faa isso por vocmesmo. Enquanto se torna mais feliz, voc tambm estar con-tribuindo para aumentar o nvel de felicidade no planeta.Enviar vibraes de otimismo e esperana que ressoaro juntoa outras pessoas com o mesmo intuito.

INTRODUO 19


A antroploga Margaret Mead escreveu certa vez que nun -ca devemos duvidar que um pequeno grupo de cidados bem--intencionados e motivados possa mudar o mundo. De fato,essa a nica forma de faz-lo.A onda continua a se espalhar.



PARTE 1

Incompetncia Inconsciente


CAPTULO 1

Reclamo, lo go existo

O ho mem in ven tou a lin gua gem pa ra sa tis fa zer suane ces si da de pro fun da de reclamar.

LILY TOMLIN

Reclamar (ver bo): ex pri mir pe sar, dor oudescontenta men to ou fa zer uma acu sa o for mal ou denncia.

DICIONRIO MERRIAM-WEBSTER

pre ci so cumprir qua tro eta pas pa ra se tor nar com pe ten teem al gu ma coi sa. Para se trans for mar nu ma pes soa SemReclamaes, vo c vai pas sar por ca da uma de las e sin tomui to no po de r pu lar ne nhu ma. No pos s vel efe tuaruma mu dan a du ra dou ra sem atra ves sar to do o pro ces so.Algumas des sas eta pas du ram mais que ou tras. Cada um de nstem ex pe rin cias di fe ren tes. Voc po de se de sem ba ra ar deuma de las com fa ci li da de e em pacar em ou tra por mui to tem -po, mas se per se ve rar vai ad qui rir es sa habilidade.As qua tro eta pas pa ra se che gar com pe tn cia so:


1. Incompetncia Inconsciente2. Incompetncia Consciente3. Competncia Consciente4. Competncia Inconsciente

No poe ma On a Distant Prospect of Eton College,Thomas Gray criou a ex pres so a ig no rn cia uma bn o.Para se tor nar uma pes soa Sem Reclamaes, vo c co me a soba bn o da ig no rn cia, atra ves sa a tur bu ln cia da trans for ma -o e che ga a uma bn o ver da dei ra. Neste exa to mo men to,vo c se en con tra no es t gio de Incompetncia Inconsciente.No tem cons cin cia de ser in com pe ten te. No per ce be quan -to reclama.Incompetncia Inconsciente tan to um mo do de vi da

quan to um pri mei ro pas so pa ra a aqui si o de uma no va com -pe tn cia. on de to dos ns co me a mos. Nessa fa se, vo c puro po ten cial, es t pron to pa ra criar gran des coi sas pa ra simes mo. H no vos e ani ma do res pon tos de vis ta a ex plo ra r.Tudo o que pre ci sa ter von ta de de dar os pr xi mos passos.Muita gen te pa re ce vi ver pro cu ra de mo ti vos pa ra se

quei xar. Se vo c re cla mar, vai ter sem pre mais do que re cla -mar. a Lei da Atrao em fun cio na men to. Quando vo ccom ple tar to das es sas eta pas, sua vi da vai mu dar pa ra melhor.Uma per gun ta que sem pre cos tu mam me fa zer: Mas eu

nun ca mais po de rei re cla mar? Nunca? E a mi nha res pos ta :Claro que po de r. Digo is so por duas razes:

1. No te nho o di rei to de sair por a di zen do o que vo cou qual quer ou tra pes soa de vem fa zer. Se eu agis se as -sim, es ta ria ten tan do mu dar vo c, ou se ja, es ta ria me

RECLAMO, LO GO EXISTO 23


con cen tran do em al gu ma coi sa de que no gos to emvo c. Estaria ex pri min do des con ten ta men to e, por ta -be la, fa zen do uma re cla ma o. Portanto, vo c po de fa -zer o que qui ser. uma es co lha sua.

2. Algumas ve zes faz sen ti do reclamar.

Antes que vo c ache que o ar gu men to n me ro 2 umati ma sa da, pres te aten o nas pa la vras al gu mas ve zes e lem -bre-se de que eu e mui tas ou tras pes soas pas sa mos trs se ma nasse gui das ou se ja, 21 dias con se cu ti vos, to ta li zan do 504 ho ras sem re cla mar de na da. Necas, na da, nien te. Quando se tra tade re cla ma o, al gu mas ve zes sig ni fi ca qua se nun ca. Aquei xa de ve acon te cer ra ra men te; cr ti cas e fo fo cas, nun ca. Sefor mos ho nes tos com ns mes mos, os acon te ci men tos da vi daque pro vo cam re cla ma o le g ti ma (a ex pres so do pe sar, dador ou do des con ten ta men to) se ro ex tre ma men te ra ros. Amaior par te das re cla ma es que fa ze mos ape nas po lui oso no ra, pre ju di cial nos sa fe li ci da de e bem-estar.Preste aten o no que vo c faz.Voc se quei xa com fre -

qun cia? Quanto tem po j se pas sou des de sua l ti ma re cla ma -o? Um ms ou mais? Se vo c re cla ma mais do que uma vezpor ms, po de es tar fa zen do da la m ria um mo do de vida.Para ser uma pes soa fe liz que do mi nou seus pen sa men tos e

co me ou a criar sua vi da de acor do com os pr prios pro je tos,vo c pre ci sa es ta be le cer um pa ta mar bem al to do que o fazsen tir ne ces si da de de ex pri mir pe sar, dor ou des con ten ta men -to. Na pr xi ma vez que es ti ver a pon to de re cla mar de al gu macoi sa, per gun te-se co mo a si tua o se com pa ra com al go queacon te ceu co mi go al guns anos atrs.



Eu es ta va no meu es cri t rio pre pa ran do uma au la. Nossaca sa fi ca va em fren te a uma cur va fe cha da, na bei ra da es tra da.Os mo to ris tas pre ci sa vam di mi nuir a ve lo ci da de pa ra con tor -n-la, e ape nas al gu mas cen te nas de me tros de pois a ro do viamu ni ci pal se trans for ma va em es ta dual. O li mi te de ve lo ci da desubia de 45 pa ra 80km/h. A con se qun cia dis so que mo r va -mos nu ma pis ta de ace le ra o e de sa ce le ra o. Se no fos se poraque la cur va na es tra da, nos sa ca sa es ta ria lo ca li za da num lu garmui to perigoso. Era uma tar de quen te de pri ma ve ra, e as cor ti nas de ren da

esvoa avam sua ve men te com a bri sa que en tra va pe la ja ne laaber ta. De re pen te, ou vi um ba ru lho es tra nho. Houve umapan ca da al ta, se gui da por um ur ro de dor. Era nos sa ca de laGinger. Ela ti nha si do atro pe la da e ja zia na es tra da, ber ran do,no mui to lon ge da mi nha ja ne la. Gritei, atra ves sei a sa la e sape la por ta da fren te, se gui do por mi nha mu lher e nos sa fi lhaLia, na po ca com 6 anos.Enquanto nos apro xi m va mos de Ginger, po da mos per ce -

ber que ela es ta va se ria men te fe ri da. Usava as pa tas dian tei raspa ra ten tar se er guer, mas as pa tas tra sei ras no aju da vam. Econ ti nua va a ur rar de dor. Os vi zi nhos dei xa ram suas ca sas pa raver o que es ta va pro vo can do ta ma nha co mo o. Lia s di zia:Ginger... Ginger..., en quan to l gri mas ro la vam por seu ros -to, mo lhan do sua blusa.Procurei o mo to ris ta que ti nha atin gi do Ginger, mas no

o en con trei. Ento, olhan do pa ra o al to da co li na que mar caa di vi sa en tre a ro do via es ta dual e a es tra da mu ni ci pal, vi umca mi nho que pu xa va um trai ler che gan do ao to po e au men -tan do a ve lo ci da de pa ra 80km/h. Apesar de a nos sa ca de lacon ti nuar ali em ago nia, de mi nha mu lher es tar em cho que e



de nos sa fi lha cho rar co pio sa men te, fui con su mi do pe la von -ta de de con fron tar aque la pes soa que ti nha atro pe la doGinger. Como p de fa zer uma coi sa des sas e sim ples men tese guir em fren te?, pensei.Abandonei mi nha fa m lia, que es ta va mer gu lha da em dor e

con fu so, e pu lei no car ro. Dei uma r fu rio sa, le van tan do umanu vem de p e cascalho. Noventa, 100, 120km/h nu ma es tra -da de ter ra, com o ob je ti vo de per se guir a pes soa que ti nhaatro pe la do a ca de la de Lia e fu gi do sem se quer ter a co ra gemde nos en fren tar. Ia to r pi do na que la su per f cie ir re gu lar quemeu car ro pa re cia pai ra r pre ca ria men te so bre o cho. Nessaho ra, me acal mei o su fi cien te pa ra per ce ber que a si tua o seagra va ria se eu so fres se um aci den te. Diminu a ve lo cidade pa raga ran tir o con tro le do car ro en quan to a dis tn cia en tre mim eo ou tro mo to ris ta diminua.Chegando em ca sa, ain da sem per ce ber que eu me en con -

tra va logo atrs, o ho mem pa rou o ve cu lo e sal tou. Usava umaca mi sa ras ga da e jeans man cha dos de gra xa. Dei uma frea dabrus ca e sal tei do car ro, aos berros. Voc atro pe lou meu cachorro!O ho mem se vi rou e olhou pa ra mim co mo se eu es ti ves se

fa lan do uma ln gua des co nhe ci da. Com o san gue pul san do nastm po ras, no ti ve cer te za de que es ta va ou vin do cor re ta men tequan do ele disse: Eu sei que atro pe lei seu ca chor ro... O que vo c vai fazer?Depois de re cu pe rar meu vn cu lo com a rea li da de, eu dis-

parei: O qu? O que vo c disse?Ele sor riu co mo se es ti ves se cor ri gin do uma crian a tra ves -

sa e re pe tiu len ta e deliberadamente:



Eu sei que atro pe lei seu ca chor ro. O que vo c acha quevai fazer? Fiquei ce go de f ria. Na mi nha men te, via Lia no meu es -

pe lho re tro vi sor, em pran tos, jun to a Ginger. Venha lu tar! berrei. O qu? Lute! re pe ti. Defenda-se...Vou ma t-lo!Momentos an tes a ra zo im pe di ra que eu ar ris cas se mi nha

vi da di ri gin do fei to um lou co pa ra al can ar es se ho mem.Agora, seus co men t rios im pas s veis, sem dar im por tn cia aofa to de ter fe ri do gra ve men te um ani mal de es ti ma o que euama va, ti nham con se gui do eli mi nar qual quer som bra de ra zo.Eu nun ca ti nha lu ta do em to da a mi nha vi da adul ta. No acre -di ta va em bri gas. Nem ti nha cer te za se sa bia bri gar. Mas que riasur rar aque le ho mem at mor te. Naquela ho ra, no me im -por ta va em aca bar na cadeia. No vou bri gar com vo c dis se ele. E, se vo c me ba -

ter, uma agres so, cavalheiro.Meus bra os es ta vam er gui dos, meus pu nhos bem fe cha dos

e r gi dos. Fiquei ali com ple ta men te atordoado. Venha lutar! No, se nhor res pon deu o ho mem com um sor ri so ban -

gue la. No vou fa zer na da disso. Virou-se e se afas tou len ta men te. Fiquei ali tr mu lo, com a

rai va en ve ne nan do meu sangue.No me lem bro do per cur so de vol ta pa ra ca sa, at mi nha

fa m lia. No me lem bro de ter er gui do Ginger e de t-la le va -do ao con sul t rio do ve te ri n rio. Mas lem bro-me per fei ta men - te de seu chei ro na l ti ma vez que a abra cei e de seu ge mi dosua ve quan do a agu lha do m di co aca bou com seu so fri men to.



Como al gum po de ria fa zer tal coi sa?, era a per gun ta que eume fa zia repetidamente.Dias mais tar de, o sor ri so des den ta do da que le ho mem ain -

da me as som bra va quan do eu ten ta va dor mir. O que vo cvai fa zer? era a fra se que ecoa va nos meus ou vi dos. Visualizeiexa ta men te o que gos ta ria de ter fei to, ca so ti vs se mos bri ga -do. Na mi nha ima gi na o, eu era o su per-he ri que des truao vi lo per ver so. s ve zes, ima gi na va que ti nha um bas to debei se bol ou qual quer ou tra ar ma e que o ma chu ca va. Eu o fe -ria tan to quan to ele ti nha fe ri do a mim, mi nha mu lher, mi nhafi lha e Ginger.Na ter cei ra noi te de in fru t fe ras ten ta ti vas de dor mir, le -

van tei e co me cei a es cre ver em meu di rio. Depois de der ra -mar to do o meu pe sar, a mi nha dor e o meu des con ten ta men -to por qua se uma ho ra, es cre vi al go sur preen den te: Aquelesque fe rem es to fe ri dos. Meditando so bre aque las pa la vras co -mo se ti ves sem si do pro fe ri das por ou tra pes soa, che guei a ex -cla mar em voz al ta: Como? Escrevi de no vo: Aqueles quefe rem esto fe ri dos. Recostei em mi nha ca dei ra, pen sa ti vo, eou vi os gri los e as ci gar ras ce le bra rem a noi te. Aqueles que fe -rem esto fe ri dos? Como is so po de ria se apli car que le cara?Ao pen sar mais so bre o as sun to, co me cei a en ten der.

Algum que con se gue fe rir com tan ta fa ci li da de um ani malde es ti ma o to que ri do no po de ter co nhe ci do o amorpe los ani mais co mo ns co nhe ce mos. Uma pes soa que po depar tir com o car ro en quan to uma crian a cai em pran tos nopo de ter co nhe ci do o amor de uma crian a. Um ho memque no con se gue pe dir des cul pas por ter par ti do o co ra ode uma fa m lia s po de ter ti do seu co ra o par ti do mui tas emui tas ve zes. Esse ho mem era a ver da dei ra v ti ma da si tua -



o. ver da de que ele agiu co mo um vi lo, mas is so foicon se qun cia da pro fun di da de da dor que ele de via car re garden tro de si. Fiquei ali sen ta do por mui to tem po, dei xan do que to das as

im pli ca es des sas ideias fos sem apreen di das pe la mi nha men -te. Cada vez que eu co me a va a sen tir rai va da que le ho mem edo so fri men to que ele ti nha cau sa do, pen sa va na dor que elede via car re gar con si go dia ria men te. Logo des li guei a luz, fuipa ra a ca ma e dor mi profundamente.

Reclamar: ex pri mir pe sar, dor ou descontentamento.

Durante es sa ex pe rin cia, eu sen ti pe sar. Ginger ti nha apa -re ci do cin co anos an tes em nos sa ca sa, na zo na ru ral daCarolina do Sul. Vrios ces pas sa vam por l que ren do fi car,mas Gibson, nos so ou tro ca chor ro, ti nha pos to to dos pa ra cor -rer. Por al gu ma ra zo, ele dei xa ra Ginger fi car. Havia al go es -pe cial ne la. Presumimos, pe las suas ma nei ras, que Ginger de viater so fri do abu sos an tes de che gar nos sa ca sa e, co mo ela sees qui va va prin ci pal men te de mim, era pro v vel que um ho -mem a tives se ma chu ca do. Depois de pou co mais de um ano,ela co me ou a de mons trar al gu ma con fian a. Nos anos que lheres ta ram, tor nou-se uma ver da dei ra ami ga. Senti pro fun da -men te sua morte.Certamente sen ti dor, uma au tn ti ca dor emo cio nal que

de vas tou mi nha al ma. Aqueles que tm fi lhos sa bem mui tobem que pre fe r vel su por tar qual quer dor a ver nos sos fi lhosso fre rem. E a dor de Lia du pli ca va a minha.E sen ti des con ten ta men to. Fiquei di vi di do tan to por no ter

que bra do a ca ra da que le ho mem quan to por ter con si de ra do



uma ao to vio len ta. Fiquei en ver go nha do por ter me afas ta -do de le e tam bm por t-lo perseguido.

Pesar. Dor. Descontentamento.

Quando o su jei to atro pe lou Ginger, era aceitvel que eusen tis se e ex pri mis se ca da uma des sas emo es. Voc po de terpas sa do por uma si tua o igual men te di f cil, em al gum pon toda vi da. Nossa sor te que acon te ci men tos co mo es se so ra ros.Da mes ma ma nei ra, re cla mar (ex pres sar pe sar, dor ou des con -ten ta men to) tam bm de ve ria ser raro. Mas o fa to que, pa ra a maio ria das pes soas, as re cla ma es

no pro vm de ex pe rin cias to pro fun da men te do lo ro sas.Agimos co mo o per so na gem na can o Lifes Been Good (Avi da tem si do boa), de Joe Walsh: no de va mos re cla mar, masain da as sim o fa ze mos. As coi sas no so to ter r veis a pon tode jus ti fi car pe sar, dor ou des con ten ta men to. Mesmo as sim, are cla ma o vi rou rotina. Ignorncia uma bn o. Antes de co me ar a ca mi nha da

pa ra se tor nar uma pes soa Sem Reclamaes, vo c era aben oa -do por no sa ber quan to se quei xa va e que con se qun cias da no -sas is so tra zia pa ra a sua vi da. Para mui tos de ns, re cla mar dotem po, do cn ju ge, do tra ba lho, da for ma f si ca, dos ami gos, daeco no mia, dos ou tros mo to ris tas, do pas ou se ja l do que for al go que fa ze mos d zias de ve zes a ca da dia. Entre tanto, pou -cos per ce bem a fre qun cia des sas reclamaes.As pa la vras saem de nos sa bo ca pa ra que nos sos ou vi dos as

es cu tem. Mas, por al gu ma ra zo, elas no so re gis tra das co moquei xas. Percebemos quan do os ou tros re cla mam, mas no no -ta mos quan do ns nos queixamos.



mui to pro v vel que vo c re cla me bem mais do que ima -gi na. E, ago ra que acei tou o de sa fio de fi car 21 dias sem sequei xar, co me ou a no tar is so. Ao tro car de po si o a pul sei raou o ob je to que vo c es co lheu pa ra se mo ni to rar, per ce bequan to pra ti ca o kvetch (pa la vra em i di che que quer di zer re -cla mar no sou ju deu, mas ado ro es sa palavra).At ho je, vo c acre di ta va que no re cla ma va tan to as sim.

Achava que s se quei xa va quan do al gu ma coi sa real men te o in -co mo da va. A par tir de ago ra, sem pre que es ti ver ten ta do a re cla -mar, per gun te a si mes mo se o que es t acon te cen do mes moto ruim. Ento, pro cu re man ter sua pro mes sa de no reclamar.Todos aque les que con clu ram o pe ro do de 21 dias sem

re cla ma es me dis se ram que no foi f cil, mas que o es for ocom pen sou. Nada que real men te va le a pe na f cil. Simples?Sim. Mas f cil no faz par te do jo go quan do se tra ta de se tor -nar bem-su ce di do. No di go is so pa ra as sus tar vo c, e sim parains pi r-lo. Se vo c acha di f cil pa rar de re cla mar (mo ni to ran -do e trans for man do suas pa la vras), is so no sig ni fi ca que nopos sa fa z-lo ou que ha ja al go er ra do com vo c. M. H.Alderson diz: Se a prin c pio vo c no for bem-su ce di do, es -ta r den tro da m dia. Se vo c re cla ma, es t fa zen do exa ta -men te o que todo mun do faz. Agora que tem cons cin cia dis -so, po de co me ar a mudar.Voc con se gue. Eu re cla ma va de ze nas de ve zes por dia e

con se gui. A cha ve no de sis tir. H uma mu lher ma ra vi lho sana mi nha igre ja que ain da usa uma de nos sas pul sei ras ori gi nais,des tro a da e sem cor. Ela me ga ran tiu: Pode ser que te nhamque me en ter rar com es sa coi sa. Mas no vou desistir. Esse o n vel de com pro me ti men to que a ta re fa exi ge. A

boa no t cia que, mes mo an tes de com ple tar os 21 dias con se -



cu ti vos sem re cla mar, vo c per ce be r que seu fo co in te rior es tmu dan do e que vo c tem se sen ti do mais fe liz. Aqui es t ume-mail que re ce bi hoje:

Ol,Como mi lha res de pes soas, co me cei a mu dar o fo co da

mi nha vi da. Enquanto es pe ra va por mi nha pul sei ra, pas sei ausar um els ti co no pul so, o que me aju dou a pres tar aten ono que es ta va fa zen do. Abracei es sa cau sa h uma se ma na eago ra ra ra men te re cla mo. O mais in cr vel que me sin to mui tomais fe liz! Sem fa lar de co mo as pes soas que me cer cam (co -mo meu ma ri do) de vem es tar mais fe li zes tambm.

JEANNE REILLY

Rockville, Maryland

O po pu lar lo cu tor de r dio Paul Harvey dis se cer ta vez:Espero um dia con se guir o su fi cien te da qui lo que o mun docha ma de su ces so pa ra que eu pos sa di zer, se in da ga do so bre omeu se gre do pa ra che gar l: Me er gui mais ve zes do queca. Como acon te ce com tu do que me re ce ser con quis ta do,ha ver fra cas sos no ca mi nho do su ces so. Se vo c for co mo amaioria dos que co me am o pro ces so, vai mu dar a pul sei ra, oelsti co, a alian a ou a moe da de po si o at fi car can sa do. Detan to tro ca-tro ca, ras guei trs pul sei ras an tes de com ple tar os21 dias consecutivos. Mas, se vo c per se ve rar, um dia es ta r dei ta do na ca ma, a

pon to de co chi lar, e olha r seu pul so. Ento ve r que, pe la pri -mei ra vez em dias, me ses ou mes mo anos, a pul sei ra con ti nuana mes ma po si o que es ta va quan do vo c le van tou da ca made ma nh. Pensar: Devo ter re cla ma do em al gum mo men todo dia e no re pa rei. Mas, en quan to fi zer seu exa me men tal,



vai per ce ber que con se guiu. Voc pas sou um dia in tei ro semre cla mar! Um dia de ca da vez. Voc po de fa zer isso. Ao co me ar es sa trans for ma o, con si de re-se afor tu na do

por que, ape sar dos meus avi sos so bre a di fi cul da de sua fren -te, vo c con ta com uma van ta gem psi co l gi ca. o cha ma doefei to Dunning-Kruger. Quando al gum re sol ve pra ti caruma no va ati vi da de, se ja es quiar, fa zer ma la ba ris mo, to carflau ta, an dar a ca va lo, me di tar, es cre ver um li vro, pin tar umqua dro ou qual quer ou tra coi sa, par te da na tu re za hu ma naachar que se r sim ples apren der. O efei to Dunning-Krugerre ce beu os no mes de David Dunning e Justin Kruger, daUniversidade Cornell, que es tu da vam o com por ta men to depes soas que apren diam no vas ha bi li da des. Os re sul ta dos, pu -bli ca dos no Journal of Personality and Psychology em de zem brode 1999, afir ma vam que a ig no rn cia, mais do que o co nhe -ci men to, ge ra con fian a. Em ou tras pa la vras, co mo vo cno tem no o de que vai ex pe ri men tar al go di f cil, de ci deten tar. Voc pen sa: Vai ser f cil, e en ca ra o de sa fio. E co -me ar a par te mais difcil.Se ti vs se mos ideia do ta ma nho do es for o ne ces s rio pa ra

ad qui rir uma no va ha bi li da de, o mais pro v vel que de sis ts -se mos an tes de co me ar. Mas no h na da co mo a pr ti ca.Usar a pul sei ra ro xa (ou qual quer ou tra fer ra men ta que o aju -de a se mo ni to rar) e mu d-la de po si o. Mud-la de po si oa ca da re cla ma o. Ainda que pa re a di f cil, cons tran ge dor oufrus tran te. Mud-la de po si o de pois de com ple tar 10 dias.Co mear de no vo. Perseverar mes mo se to dos sua vol ta de -sis tirem. Perseverar mes mo se to dos j ti ve rem ob ti do su ces -so en quan to o m xi mo que vo c con se gue pas sar dois diassem recla mar. Perseverar.



Existe uma ve lha ane do ta so bre dois ope r rios de umacons tru o que sem pre al mo am jun tos. Um de les abre a mar -mi ta e re cla ma: Droga! Sanduche de car ne... Detesto san du -che de car ne. O ami go no diz na da. No dia se guin te, os doisvol tam a se en con trar na ho ra do al mo o. Mais uma vez, o pri -mei ro ope r rio abre a mar mi ta e se quei xa: Outro san du chede car ne? Estou can sa do de san du che de car ne. Detesto san -du che de car ne. Como na pri mei ra vez, o se gun do ope r rioper ma ne ce em si ln cio. No ter cei ro dia, os dois es to se pre pa -ran do mais uma vez pa ra al mo ar quan do o pri mei ro ex cla ma:Chega! Todo dia a mes ma coi sa! Quero al gu ma coi sa di fe -ren te! Tentando aju dar, o ami go per gun ta: Por que vo cno pe de sua mu lher que pre pa re al gu ma coi sa di fe ren te?Com ar de con fu so no ros to, o pri mei ro per gun ta: Do quevo c es t fa lan do? Sou eu mes mo que pre pa ro o meu almoo.Cansado de san du che de car ne? vo c quem pre pa ra o al -

mo o to do san to dia. Mude o que an da di zen do. Pare de re cla -mar. Mude as pa la vras, mu de os pen sa men tos e es ta r mu dan -do sua vi da. Ao di zer Procura e en con tra rs, Jesus es ta vafor mu lan do um prin c pio uni ver sal. O que vo c pro cu rar, vaien con trar. Quando re cla ma, vo c em pre ga o in cr vel po der dasua men te pa ra pro cu rar coi sas que no quer e aca ba as atrain -do. Ento pas sa a se quei xar des ses no vos pro ble mas e atraimais do que no quer, fi can do pre so num cr cu lo vi cio so umapro fe cia au torrea li z vel de re cla ma o: ma ni fes ta o, re cla ma -o, ma ni fes ta o, re cla ma o, num ci clo que nun ca tem fim. Em O es tran gei ro, Albert Camus es cre veu: Ao er guer o

olhar pa ra a es cu ri do do cu sal pi ca da de sig nos e es tre las, pe lapri mei ra vez abri meu co ra o pa ra a be n vo la in di fe ren a douni ver so. O uni ver so no li ga se vo c usar o po der dos pen -



sa men tos que im preg nam suas pa la vras pa ra atrair amor, sa de,fe li ci da de, abun dn cia e paz ou pa ra atrair dor, so fri men to,mi s ria, so li do e po bre za. Nossos pen sa men tos criam nos somun do, e nos sas pa la vras re ve lam o que pen sa mos. Ao con tro -lar as pa la vras, eli mi nan do a re cla ma o, da mos um ob je ti vo nos sa vi da e atra mos o que desejamos.



Pare de Reclamar Trecho

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