Paralelismo

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Colégio Dom Bosco Paralelismo Gramatical Professora: Socorro Levy Produção Textual

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Colégio Dom Bosco

Paralelismo Gramatical

Professora: Socorro LevyProdução Textual

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Você sabe o que são paralelismos?

O paralelismo consiste em criar uma sequência de frases com estrutura idêntica. É a simetria da frase. O princípio do paralelismo é facilitar a leitura do enunciado e proporcionar clareza à expressão. O paralelismo pode ser sintático e semântico.

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Paralelismo sintático Quando os elementos coordenados apresentam estrutura

gramatical idêntica.

Ex.: "Funcionários cogitam uma nova greve e isolar o governador".

Para que tivesse simetria, os núcleos do objeto direto do verbo cogitar teriam de ser de mesma natureza (ambos verbos ou ambos substantivos). Ficando, pois, assim:

“Funcionários cogitam uma nova greve e o isolamento do governador" ou "Funcionários cogitam fazer uma nova greve e isolar o governador".

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Paralelismo semântico

É a simetria no plano das idéias.

Ex.: "O presidente brasileiro negocia com os Estados Unidos as novas propostas sobre a ALCA". O trecho fere o paralelismo semântico, visto que um presidente não negocia com um país, mas sim com outro presidente.

Sugestão: "O presidente brasileiro negocia com o presidente americano as novas propostas sobre a ALCA" ou "O Brasil negocia com os Estados Unidos as novas propostas sobre a ALCA".

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Paralelismo gramatical

A mãe pediu para a menina ir ao supermercado e que, na volta, passasse na farmácia.

Se você prestou atenção à frase, percebeu que existe um problema na sua construção. Por quê?

Vamos analisá-la.

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Paralelismo gramatical

A oração para a menina ir ao supermercado é reduzida de infinitivo; a oração que, na volta, passasse na farmácia é uma oração desenvolvida. Tal estrutura apresenta incorreção, pois orações coordenadas entre si devem apresentar a mesma estrutura gramatical, ou seja, deve haver paralelismo. Veja como fica a frase, respeitando-se o paralelismo:

A mãe pediu para a menina ir ao supermercado e, na volta, passar na farmácia.

Segundo as regras da norma culta, não se podem coordenar frases que não comportem constituintes do mesmo tipo. O paralelismo dá clareza à frase ao apresentar estruturas idênticas, pois para idéias similares devem corresponder formas verbais similares.

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Paralelismo gramatical

Segundo as regras da norma culta, não se podem coordenar frases que não comportem constituintes do mesmo tipo. O paralelismo dá clareza à frase ao apresentar estruturas idênticas, pois para idéias similares devem corresponder formas verbais similares.

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Paralelismo gramatical

a) Ricardo estava aborrecido por ter perdido a hora do teste e porque seu pai não o esperou.

Correção:

Ricardo estava aborrecido por ter perdido a hora do teste e por seu pai não tê-lo esperado.

Ricardo estava aborrecido porque perdeu a hora do teste e porque seu pai não o esperou.

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Paralelismo gramatical

b) Manda-me notícias de minha prima Isoldina e se meu pai resolveu aquele problema que o atormentava.

Correção:

Manda-me notícias de minha prima Isoldina e descobre se meu pai resolveu aquele problema que o atormentava.

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Paralelismo gramatical

a) Meu pai pratica tênis e faz um ótimo churrasco.Correção: Meu pai tem duas paixões: praticar tênis e fazer churrasco.

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Paralelismos mais comuns

• Não só... mas (como) também

No período de um ano, não só cresceu o número de assaltos e roubos na cidade, mas também o de assassinato por armas de fogo.

Esse tipo de construção, além de apresentar a noção de adição (no caso, o número de assassinatos somado ao de assaltos e roubos), introduz com a expressão mas também a noção de destaque para um dos elementos – no caso, o crescimento do número de assassinatos por armas de fogo.

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Paralelismos mais comuns

•Quanto mais... (tanto) mais...

Hoje em dia, quanto mais uma pessoa estuda, (tanto) mais ela tem condições de competir no mercado de trabalho.

Utiliza-se essa estrutura paralelística sempre que houver entre as partes uma noção de progressão e oposição.

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Paralelismos mais comuns

• Seja...seja, quer...quer, ora...ora

De qualquer forma, conte comigo, seja para ajudar na mudança, seja para limpar a nova casa, seja para o churrasco de inauguração.

Emprega-se esse tipo de paralelismo quando se quer dar noção de alternância de ações (ora uma coisa, ora outra) ou de opção (por exemplo: quer vá, quer não vá...)

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Paralelismos mais comuns

• Primeiro...; segundo...

Ele (Dr. Paes de Barros) afirma que a pobreza no Brasil é erradicável. Para fazê-lo, são necessárias duas coisas: “primeiro, decidir que é isso que se quer; segundo, dar apoios institucionais a quem já trabalha com a pobreza, para viabilizar a decisão”.

(Folha de S. Paulo) Utiliza-se esse tipo de recurso quando se deseja

fazer uma enumeração sequencial de vários aspectos a serem considerados numa argumentação. É possível ordenar esses aspectos por grau de importância. Entre as partes dessa enumeração, é comum empregar o ponto-e-vírgula.

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Paralelismos mais comuns

• Tanto...quanto...

As estradas estão muito ruins, tanto para quem vai à capital quanto para quem vem dela.

Essa estrutura paralelística, ao mesmo tempo que introduz a noção de adição, acrescenta também uma noção de equiparação ou de equivalência.

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Paralelismos mais comuns

• Não... e não/nem

Não pudemos viajar no carnaval passado, nem nas férias de julho, nem nas de janeiro.

Emprega-se esse recurso quando se deseja fazer uma sequência de negativas.

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Paralelismos mais comuns

• Por um lado... por outro...

Se, por um lado, a venda do sítio resolveu nossos problemas financeiros, por outro (lado) perdemos o único meio de lazer da família.

Esse paralelismo introduz uma comparação, geralmente demonstrando os aspectos negativos e positivos de algum ato.

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Paralelismos mais comuns

• Tempos verbais

Se todos colaborassem, tudo seria mais fácil. Se todos colaborarem, tudo será mais fácil.

O emprego do pretérito imperfeito do subjuntivo (colaborassem), na oração subordinada condicional, obriga o emprego do futuro do pretérito (seria) na oração principal. Já o emprego do futuro do subjuntivo obriga o emprego do futuro do presente do indicativo, na principal.

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Paralelismos mais comuns

• Orações ligadas sem conectivos

Crianças famintas e magras chorando, mães implorando um saco de leite em pó, homens desempregados e sem perspectivas – esse é o quadro desolador do que vimos no povoado de Joaçaba.

Normalmente se utiliza esse recurso quando há o interesse em formar a noção de conjunto ou de painel, a partir de uma sequência de enunciados.

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Paralelismos mais comuns

• A quebra intencional do paralelismo

Observe esta frase do protagonista da obra Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis:

“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis, nada menos.”

Nessa frase, intencionalmente o autor quebra o paralelismo semântico, já que mistura elementos de natureza diferente: tempo e dinheiro. Como resultado, a quebra provoca o efeito de sentido pretendido pelo narrador: ironizar os interesses financeiros de Marcela.