Para Um Estudo Do Desenvolvimento de Ze Carioca

7/25/2019 Para Um Estudo Do Desenvolvimento de Ze Carioca

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Para um estudo do desenvolvimento de ZCarioca: de personagem-tipo a personalidade.

A viragem de Sindenberg e CaniniPedro Moura*

RESUMO

Ete artio pretene ar conta o eenolimento a peronaliae ccional o Z Carioca,famoo papaaio antropomrco a intria diney, que naceu na animao e mai taretranitaria para a bana eenhaa (quarinho), obretuo aquela prouzia no Brail, e quee aumiria como uma tipicao o carioca. Ete artio centrar-e- numa rie e anliea (hitria e conie a) ua prouo, com uma ateno epecial para Ian saineber-

Renato Canini (no ano 70), o quai tranformaram o Z Carioca e tipicaa peronaemem uma peronaliae mai facetaa. Intera-e ete teto num contnuo trabalho e aprecia-o ettica a bana eenhaa, interano-a no concerto a arte e cultura.

PAlAvRAS-CHAvE

Z Carioca, bana eenhaa braileira, leitura ettica, hitria a cultura, etuo culturai

ABSTRACT

Thi tet will focu on the eelopment of the ctional character known in Enlih a JoCarioca, the famou anthropomorphic Brazilian parrot from the diney inutrie. Born inthe worl of animation, he woul oon became a contant feature on comic trip an book,epecially the Brazil-bae diney prouction, a the quinteential Carioca (a Rio e Janeironatie). Thi article entail a erie of cloe reain of the hitory an conition of pro-uction of hi comic torie, with a pecial attention towar the 70 phae of writer Iansaineber an artit Renato Canini, who were the reponible one to chane Jo Carioca,from a typie traemark, into a rouner peronality. A wier oal of the preent tet i tobe part of a larer effort of the aethetical appreciation of comic a a form of epreion, bybrinin it into the ialo of the art an culture.

KEywORDS

Jo Carioca, Brazilian comic, aethetical reain, cultural hitory, cultural tuie

193 -165ISSN: 16465024 JANEIROJULHO 2008 REVISTA NUESTRA AMRICA N 5

* Pero Moura - docente na Ecola superior Arttica o Porto, eteno e guimare, profeorconiao no Ar.Co, Cieam e Acaemia, e no CET e Ilutrao grca a EsAd - Cala a Rainha,em iciplina relatia Hitria e Teoria a Ilutrao e a Bana deenhaa. deicano-e aoetuo crtico e terico a bana eenhaa, colabora com ariaa publicae com artio crtico,incluie o eu blo www.lerb.blopot.com. Foi co-autor (com Paulo seabra) o ocumentrio te-leiio verb. preentemente metrano em Filooa (Ettica) na Unieriae Noa e Liboa,terminano uma tee obre a memria na bana eenhaa francfona contempornea. Contacto:[email protected]


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Nete cao em particular, trata-e e quatro lme pequeno eicao a pae

a Amrica o sul, preciamente como uma epcie e poltica e euo: o

Lao Titicaca (Peru e Bolia), o Chile, a Arentina e, com o ltimo o sketches,

Aquarela o Brail. Neta ltima eco, o memo princpio aplicao em Fan-

tasia empreue (a imaen ecoano o moimento e uete aa pela

mica) obre a famoa cano e Ary Barroo, e 1943, a qual inauuraria

aquilo que e chama samba-ealtao, cuja aociae a um louor nacio-

nalita o pa e incluie itaura e getlio vara (o epectculo one

etrearia a cano foi apoiao pela epoa e vara, e o itaor apoiaria por

ua ez ete nero e compoie) no poem eiar e er clara. Nee

sketch, aparece pela primeira ez o papaaio Z Carioca, que erir e cice-

rone ao americano Pato donal pela rua o Rio e Janeiro, capital o Brail

(na poca), motrano-lhe aluma a caractertica tpica ee eu Brail

lino e triueiro... E nee ecao momento, eenham-e, literalmente, a

caractertica que jamai abanonaria.

Ma j oltaremo nee e Z Carioca. Em 1944-45, uriria o lme The

Three Caballeros (conhecio no Brail como Voc j foi Bahia?), juntano Z

Carioca (o papaaio braileiro) noamente a donal (o pato americano) e apa-

receno pela primeira ez Panchito (o alo meicano). Julo que a contruoete tipo e mbolo repreentatio a nae obejamente conhecio e

antio para no ucitar rane urprea11. Imeiatamente em Abril e 1945,

numa a reita a diney cuja eio no contitua com eactio uma

rie, ma nmero iniiualizao conhecio por one hot, na ria a

bana eenhaa, ma ienticel como a Four-Color a diney, nmero 71

airia uma aaptao ou repriseo que fora o lmeThe Three Caballeros (eno

ete o ttulo a reita, obiamente).

Eta hitria tinha como artita Walt Kelly, que e tornaria epoi mai famo-

o pela ua prpria rie, Pogo(iniciaa em 1948), bem mai autoral e aulta:

apear e utilizar animai falante e eenhao e um moo uae o etilo

11seria poel procurar a oriem a peronaem Z Carioca junto o mico, real, e paulita, Joo Patrocnio Olieira, mai conhecio por Zezinho, que eria a oz a peronaem no lme. Noentanto, para alm ea informao no poer er (por mim) conrmaa com eactio e baeaaem fonte eina, e eno o to um etuo obre a peronaem propriamente ita, upene-eetoutra queto.


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conhecio por funny animals Kelly empreaa-o para fazer uma tira polti-

ca e ocial. diametralmente opoto diney, portanto, que etaria mai intere-

aa na manuteno e um statu quoe num aproeitamento pela poitia a

ieia preconcebia o que contituiria o eprito nacional e caa um o

pae aliao e parceiro econmico. nea aaptao que Z Carioca uri-

r pela primeira ez em bana eenhaa. seuir-e-o aparie na tira e

jornal, que aproeitam a fama arantia pelo lme, ma a ua preena na

bana eenhaa norte-americana er intermitente.

Entremez: a gnese de Z Carioca em

Aquarela do Brasil

A equncia Aquarela o Brailapreentaa no interior o lme Saludos Ami-

gos, j em i apreenta toa uma rie e mises en abmee trabalho propaan-

tico e aina, naturalmente, a neceiae que ete tem e contruir alo

atra a eneralizae e tipicae. Z Carioca, portanto, nace a for-

ma mai imblica poel. Ma oberemo com ateno ee tr minuto

e pouco, que e iniciam no interior a auarela eenhaa noa frente

emerncia e um orio jarim anante, o aparecimento o pato donal ea criao, na ponta e um pincel que em e fora para entro a cena, o Z

Carioca. vemo planta que e tranformam em paro, morte que eto na

fronteira e ana.

O Z Carioca nace o naa, eenhao pelo pincel o artita, que exterior

cena, ao lme, remeteno para uma iluo e um fora tanel. vai eno

eenhao e vaziopor entro. Mal et completamente eenhao, e colorio,

acoe a tinta ere em eceo e aproima-e e donal anano alere-mente. Ea uceo e eceo imeiatamente reelaa no pela ua

eceia familiariae, como tambm por uma impatia que poer er ita

como inaia o epao priao e donal. A conera rpia e inceante em

portuu lea donal a ter e recorrer a um, oi, uma pilha e icionrio. E

quano fala em inl, Or, a you American ay..., que ala o pato ame-

ricano a incomunicabiliae a que o tinha otao. Rapiamente, o epao que

prometia iitar e tranforma no epao o amba e e noa tranformae

(e reto, h que lembrar que a animao a arte a metamorfoe em curo):


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o chapu-e-chua em auta, o chapu e donal em concertina, o reto a

cachaa que ere para eenhar a orquetra e amba.

donal no coneue, porque et foraee epao e metamorfoe. Fora tam-

bm a cultura que ali ie: a ana enual, a bebia forte, o maneiri-

mo mai aulto e Carioca (que fuma, bebe...). erae que donal j em

i uma peronaem innua, muito iferente a emai a diney (o heri

Mickey, o Pateta pateta, o ortuo gato), ma aina aim ele ere como

repreentante a relao imblica entre o poo o norte e o o ul, nete

cao particular, em toa a ua ertente. s e intera quano ana junto a

uma mulher (com ete que faro lembrar automaticamente Carmen Mirana,

a ditaora Rionha o samba uma outra linha e coer aproimano o en-

tretenimento poltica contruo nacionalita), ma apena emo ea cena

em silhueta. E no m, com o afatamento proreio o clube one ana e o

Rio e Janeiro, como e a cmara e afatae e ubie eno desenhos anima-

dos, ete moimento o apena aparente, no reai e, nalmente, aino,

ecobrimo tratar-e ea cena e uma auarela, ito , ua imene (a

ilhueta) entro e ua imene (a auarela) entro e ua imene (o

lme). Z Carioca, nee mero minuto, aume completamente ea leitura.

Joe Carioca, continuao

depoi ea ata e a aparie a peronaem Z Carioca no lme e na

bana eenhaa norte-americana, lenta, como imo, a ua tranpoio

para o Brail. da e compreene o ttulo a hitria publicaa na Pato Donald

nmero 434, A volta de Z Carioca. Nea hitria, eplicao que Z Carioca

haia paao o ltimo ez ano em Hollywoo como uma famoa etrela ecinema, ma quano rerea ao Brail ninum o reconhece. Pouco urpreen-

entemente, Z, como paaria a er chamao, cheou por altura o Carnaal

e reole entrar num concuro para anhar inheiro (a ua miria, aina que

alere, outro o topoique ero repeitao para o reto a ua eitncia).

E a natureza ete concuro reelar a continuao o joo e inicao

que e haiam iniciao no lme: um concuro para imitaore e... Z Carioca!

Z participa, ma ca em ltimo luar. poel que a oriem eta trama e


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proue diney a um pequeno rau e eerccio e liberae. Por eem-

plo, no uniero clico a diney a poltica e repreentao eual eram

cata ebateno-e hoje muito por eenolimento interno rera. No

eitiam pai nem me nem lho (com a ecepo e Lobo e eu lho Lobi-

nho), apena tio e tia e obrinho, em complicaa ree e parenteco uma

ez que no eitiam irmo que o pueem unir, com a ecepo, ma ja-

mai erbalizaa, no interior o trio: Huinho-Zezinho-Luizinho, Lal-Lel-

Lili, o Metralinha 1, 2 e 3, etc. O namoro (entre Mickey e Minnie, donal e

Mararia, Horcio e Clarabela, por eemplo) eram ito como oportuniae

para partilhar piquenique e aentura, ou para e ubmeterem a peronaen

a bree e iertio arrufo. Ma nunca para cena e paio, nem trria

nem amena. Nee entio, afora aluma eperincia mai recente, a rela-

o entre Z Carioca e Roinha empre euiu a mema rera, e bem que

o tipo e moimento a que o papaaio e entreaa na primeira hitria

para coneuir chear-e mai perto ou memo conquitar a ua amaa foem

lieiramente mai paionai que a retante e norte-americana peronaen.

Como er e eperar, numa reita cujo pblico-alo eram obretuo criana

e joen (ou aulto procurano uma leitura rpia, e entretenimento im-

ple), a hitria o apreentaa etruturalmente como lineare e e peripciaimple. Aina que poam ir a urir aluma ecepe, como a mai comple-

a hitria Baro de Bazae A Mquina-Relmpago, ecrita por Ian saineber,

one a etruturae narratia implicam o uo e analepe, ou literai alto

no tempo quer rereio quer proreio, raa mquina o tempo o

Profeor Paral ou o doutor Etima, ou e intricao joo e epelho.

Z Carioca haia nacio ob o ino ea peronaem-tipo a que o brailei-

ro o o nome e malanro. Roberto a Matta, citao em ua obra Canavais,malandros e heris (1979) por Roberto Elio o santo (2002: 4), ientica tr

momento o cotiiano o pa, a aber, o ele militare, a procie e

o Carnaal, aociano a caa um ele um tipo repectio: o Caia (baeao

no duque e Caia), o renunciaor e o malanro, eno ete ltimo um

tipo que incorpora o cao a feta e nea a hierarquia. Torna-e uma ura

elocaa, que no e enquara na orem etabelecia, ma tambm no quer

contet-la. E continua santo: Z Carioca circuncree-e neta conie

(santo 2002: 4).


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ento releao a mera aneota e uma prancha apena (com autore como

Walyr Iayara e souza, Izomar C. guilherme, Carlo Ear Herrero, etc.). Ou

eja, ao memo tempo que a hitria no eiam e er enrica, poeno er

ocupaa por uma qualquer outra peronaem, ela tambm eliam parte ea

caractertica braileira que lhe tinham io atribua.

No entanto, aluma a linha e fua que parecem intrneca quilo que e

eniria como a peronaliae e Z Carioca iam-e eenolia neta

hitria. socialmente, Z Carioca um bom carcter. Memo que aproeite

e uma eterminaa ituao, ele jamai ecambar no abuo total ou no rou-

bo (tirano o quae-inocente urripiar o amenoin, anteriormente inica-

o), e motra-e, quano atraea alum comportamento meno apropriao a

um heri (no entio e ocupar um epao e reponabiliae moral numa

reita para um pblico a eucar), reela-e capaz e entir culpa e o cone-

quente arrepenimento, oltano ao equilbrio inicial.

Ma um o tema mai recorrente , iamo, pltico. Trata-e o eo-

bramento e o joo e epelho, como j haamo inicao. Por eemplo,

na reita Z Carioca14nmero 901, pequena hitria e uma pina apena,

ecrita por Walyr Iayara e souza e eenhaa por Jore Kato o o mote,com pequena aneota em torno a fantaia que o Z Carioca ecolhe por

ocaio o Carnaal, numa teno uma fantaia que pena er oriinal ma e

reelar iual a tanta outra, e noutra epojano-e Tarzan, urpreenen-

o Roinha com a ua quae nuez (i.e., omente ele memo). Ete tema eria

eenolio pelo autore que mai marcariam a peronaliae e Z Carioca,

a aber, a upla e Ian saienber e Renato viniciu Canini.

Um Z com personalidade

uer Ian saienber (so Paulo, 1940) quer Renato viniciu Canini (Para, Rio

grane o sul, 1936) eram artita e criaore e hitria e bana eenha-

14daqui em iante, inicaa como ZC, euia e nmero e ata e capa. [Toa a referncia areita e facculo er feita em nota e roap N. E.]


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a ante e e tornarem parte o etio diney, na Abril (e continuariam a

-lo epoi e arem), aina que o primeiro e tenha tornao acima e tuo

ecritor (ou roteirita ou arumentita, como apreentao obeja eze)

e o euno tenha feito uma carreira conierel noutra reita a Abril, a in-

fantil Recreio, ee 1969. saienber e Canini j e conheciam e eperincia

anteriore, nomeaamente a Cooperatia Eitora e Trabalho e Porto Alere,

uma a tentatia e nacionalizao a bana eenhaa braileira, funaa

por outro artita, Jo geralo, na qual colaboraa Lu saienber, irmo e co-

laboraor e Ian. Ambo entrariam na prouo a hitria diney em 1971,

teno Canini criao cerca e 230 hitria, 201 a quai com o Z Carioca, e

terminao em 1987 (com eporica colaborae na caa e 90 e no ano

2000), e saienber quae mil hitria15, 190 a quai com eta peronaemque no ocupa, teno acabao a ua colaborao em 1988. deta hitria com

o Z Carioca, entre o oi autore, saienber e Canini colaborariam em 93.

se bem que ambo tambm tieem comeao a ua colaborao com a diney

em eparao, incluie na ua ecrita para a peronaem Z Carioca, com

hitria e saienber eenhaa por outro artita (Jore Kato, Carlo E-

ar Herrero) e Canini eenhao roteiro e outro ecritore (Carlo Alberto

Pae e Olieira, Jlio e Anrae), ou memo oriinai eu16, eria no encon-tro e ambo17que a hitria aquele que, at ata, haia io um papaaio-

clich e tornariam palco a eraeira emerncia e uma personalidade18. A

maior proporo a hitria eenhaa por Canini com Z Carioca eriam

apreentaa na reita homnima, ma haeria cao em que e publicariam

no Almanaque Disney. uae toa eriam alo e reeie poteriore, ora no

roo olume e colece temtica (Disney Especial, p. e.) ora em eie

comemoratia (Almanaque Disney de Carnaval, e Feereiro e 1982), quer ain-

a em mai recente eie e reecoberta, reencontro com a memria, eat memo repoio e jutia autoral, com a eio e um o olume a

15924, e acoro com a Inuck.16A ua primeira hitria, ecrita por ele prprio, eria O leo que espirrava, publicaa na ZC 1015 e23 e Abril e 1971.17ue e aria na ZC 1073 (2 e Junho e 1972), com uma hitria intitulaa Bem-vindo ao Vale doSossego!18Ete artio no aborar todasea hitria, ma apena euir pita permitia por lieiracloe reain e uma amotra e 39 hitria a upla criatia, que e quer como signicativa, majamai tomaa como uma inetiao cabal.


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coleco braileira Mestres Disney19. Ali, neta antoloia eicaa ao trabalho

e Canini com o Z Carioca, a 17 hitria, 5 o ecrita por Canini (incluie

a inita, O Cdigo da trinta, que uma tira quer a O Cdigo da Vinciquer ao

lme protaonizao por Z Carioca no ano 4020), 4 por rio ecritore e 8

por Ian saienber, o que emontra ee rau e reconhecimento.

Ea primeira hitria, como e apontou, aproeitam o mote eiao por

autore anteriore (incluie, aina que entenio e um moo mai abtracto,

a equncia a Aquarela...) e paam a abrir noa irece. Por eemplo,

Como burro o meu cavalo!21, lea Z Carioca ao ul o Brail, zona a pampa

e Rio grane o sul e confunio com um laro e ao, Juenal. O tema

o epelho, ilue e enano claro; a brailiae et preente no ele-mento que compem o retrato (memo que um clich) aquela zona: o a-

cho muito macho e brabo, o acampamento na pampa, o chimarro

com era-mate quente, a pea rane e carne pronta para o churraco, re-

ferncia chula (ana), ao ento minuano, ao poncho... quae como e foe

um cataloar e nota tpica a reio tranformaa em etapa e referncia

para a etruturao e uma hitria muito imple e e imple reoluo, a

qual paa apena por acao, por um olpe e orte, pelo Z Carioca (relem-

brano a capa e Kato que referimo acima a propito o nmero 479, nmeroetreante a reita com o eu nome). Roberto Elio o santo coniera que

neta fae que e inicia a Fae a Aimilao, que ele prprio intitura, na

qual o papaaio et imero na realiae braileira e tem eacerbaa ua

principai caractertica, como a aero ao trabalho, a preuia e a malanra-

em (santo 2002: 10).

19ue eitaria uma coleco e 6 nmero, com autore italiano e norte-americano, e o quinto comtrabalho e Canini, incluie uma hitria inita e outra reeenhaa (poi a ua urao e ZCarioca haia io retocaa, por no e coaunar com o pare eejao; a a repoio e juti-a autoral). Eta coleco parte e uma matriz a coleco italiana (diney Italia), que atiniria maie 30 nmero, eno a emaaora maioria e autore italiano (cuja prouo aombroa), comaluma pouca ecepe para o americano Floy gottfreon e Paul Murry. Por ua ez, ambacorreponeriam econtinuaa coleco em Portual Obras-Primas da Disney, que apreentou olu-me eicao a Bark, j inicao, a don Roa, e rio autore italiano.20Na prpria publicao, que apreenta nota obre a hitria, l-e o euinte: No e trata e umanarratia conencional, ma e uma equncia e quaro que faz uma retropectia a carreira oartita. uma homenaem ao Z e eu leitore, coicaa e repleta e mbolo, que poe ter inter-pretae iera.21ZC 1079, 14 e Julho e 1972.


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H aina um Z Baiano (a Baha), ma no peronaem e nenhuma a

hitria analiaa31.

No poeremo terminar em uma referncia ao obrinho Zico e Zeca. E aqui

notar-e- uma importncia o trabalho autoralete oi autore. Ao pao

que eta peronaen haiam urio no primeiro ano a caa e 1960

em hitria elaboraa por Jore Kato e Walyr Iayara e souza, na quai

ete itematicamente recreiam hitria, oriinalmente o plo norte-ame-

ricano, com o pato donal e eu obrinho num conteto braileiro, e epoi

e terem atraeao uma curtima fae e tranio com souza em aneota

e uma prancha, e, nalmente, ua hitria promocionai nacionalita32en-

comenaa Abril, eria com saienber e Canini que anhariam um etatutoinepenente e peronaen actante (e empre na continuiae o papi

euai preito na diney, no obtante a nota anterior em relao a Z Ca-

rioca).

Ea imeno e reeo, epelho, repetie, no poeria er completa e

no eitie um merulhar numa outra epeciciae a bana eenhaa,

uma capaciae e criar interteto e reeo interno. de too o nero

e hitria paei e e apreentarem na linuaem a bana eenhaa,obre o quai no h, como noutra arte narratia, quaiquer limite, tal-

ez o nero o uper-heri eja aquele que e eenoleu ecluiamente

no eio eta arte. Um o epeiente mai recorrente eta literatura

o alter-eo, a ientiae ecreta o uper-heri. Ora, Z Carioca eobrar-

e-ia num joo imilar, quano aume a peronaliae herica o Morce-

o vere33. Toaia, ele facilmente reconhecio, por ua raze. Primeiro

31Eta peronaen urem em, por eemplo, Um Natal inesquecvel(ZC 1205, 13 e dezembro e 1974),O sumio dos herdeiros (ZC 1209, 10 e Janeiro e 1975), A ona e o valente(Ad 86, Julho e 1978).32Z Carioca apresenta O Nosso Correio Areo Nacional(Ad 41, Outubro e 1974) e Histria da Marinha doBrasil(Ad 43, dezembro e 1974), ecrita por saienber e eenhaa por Herrero.33ue aparece na hitria intitulaa, em urprea, O morcego verde(ZC 1217, 7 e Maro e 1975).Z Carioca ai bucar a inpirao por etar a ler reita e quarinho o Morceo vermelho,tambm ele uma ineno e Ian saienber, ee memo ano, que coloca a peronaem Peninha aimitar o famoo Batman (o qual, abio, foi bucar inpirao a ariaima peronaen a pulpa ua poca e outra criae a bana eenhaa, incluie o ilo inimio e Mickey criao porFloy gottfreon para a aa em tira e jornal e 1934, intitulaa The Bat Bandit of Inferno Gulch: opermanente circular e referncia no um mero acao, ma uma pita para a emerncia e umacultura que ora e poe entener como autofica, e uma perpectia neatia, ou com uma capaci-ae para ir eicano a ua referncia, poitiamente). Mai uma ez emontrano a ontae e


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porque uma tira ao nero o uper-heri: oc pena que un

culo o muar a ua cara?, perunta Netor, numa aluo clarima ao

etrataema e super-Homem/Kal-El/Clark Kent. A euna um ritornello.

Continua Netor: Alm io, n conhecemo ea fantaia ee o outro

Carnaal!.

Ee joo e epelho o repetio por outro tipo e etratia, como o

cao o recuro a mapa e teouro34, a pretiiitae ou ilue mica (en-

oleno brua)35, etc. Ali, numa a hitria enoleno brua (entre a

quai, a iualmente famoa Maame Min e Maa Pataljika),O banho de lua36,

Netor e Z Carioca tm e e ifarar e bruo para poer obreier a uma

cerimnia niromante num acampamento. uano nalmente e coneuemecapulir, o ar ao acampamento one eeriam ter cheao em primeiro

luar. Porm, acabam por apanhar um uto tremeno, ao ar com o campi-

ta... ifarao e montro. Mcara obre mcara obre mcara. H

muita outra forma aina ea mcara e realizarem, eno uma ela o

trocailho e o ifarce (Z Picareta macarano-e e Profeor Fritz von

Azeit37), ou a caricatura mai ou meno bia (um Hlice Kuper no luar e

Alice Cooper)38.

Uma a caractertica mai apontaa como eno inicatia na noa -

urao que o trabalho e Canini permitiria foi o urimento e um epao

mai real em torno e Z Carioca, um epao e palpel urbanimo moer-

no e a pobreza a peronaen principai. Tal como noutro cao a bana

eenhaa, em que eitem ciae que e tornam como o epao natural a

continuiae, o Morceo vere aina faria mai ua aparie na fae saienber/Canini e acaba-ria por inar e fazer epara aparie ao lono o ano. Curioamente, um outro cruzamento e ZCarioca com outro uper-heri, a aber, o super-homem, j haia ocorrio (em O Super-Super, e JoreKato, na ZC 499, e 30 e Maio e 1961) e oltaria a ocorrer (Superpapagaio, ZC 1431, e 13 e Abril e1979, numa hitria a qual no poel, memo atra a bae Inuck, atribuir a autoria).34O tesouro do Capito Currupaco(Ad 40, setembro e 1974), O ba misterioso(Ad 45, Feereiro e 1975).A primeira hitria uma ariao curioa, poi o mapa torna-e tambm um enima a eenar,que e ecobre er falo para a peronaen, ma que n, leitore, iremo a ecobrir que coinciiaanal com uma erae (um teouro eitia memo).35A Fada-madrinha(ZC 1201, 15 e Noembro e 1974), Iau! Que susto!(ZC 1215, 21 e Feereiro e 1975),O banho de lua(Ad 48, Maio e 1975)36v. nota anterior.37O monstro do Lago Neca,ZC 1221, 4 e Abril e 1975.38Ser ou no seresteiro, ZC 1195, 4 e Outubro e 1974. Ecrita por Carlo Alberto Pae e Olieira.


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ua peronaen, tambm Z Carioca mereceria a ua arena prpria; e como

que rimano com o moo como foi eno contruo, tambm ele receberia

uma mecla entre a realiae e a co. No uniero o uper-heri, re-

latiamente conhecio o facto e que aquela peronaen que pertencem ao

Uniero (ito , hitria ob o omnio o rupo eitorial) Marel habitam

ciae reai, como por eemplo o Homem-Aranha e o demolior, que iem

em Noa Iorque, ao pao que aquela que o a dC habitam ciae ctcia:

o super-homem em Metropoli, o Batman em gotham City39.

A diney j haia aberto epao a eta etratia, com a criao, por Carl Bark,

em 1944, e duckbur ou, como n a conhecemo, Patpoli. Ora, o epao que

a Z Carioca pertence vila xurupita. Poielmente criaa por Ian sainebere uraa por Canini, xurupita uma ila ccional no interior a real Rio e Ja-

neiro, mimetizano aim a natureza permanentemente em joo a ua perona-

em principal. Mai tare, epecicar-e-ia encontrar-e no Morro o Papaaio

(iualmente ctcio), ma aproimano-o aim aina mai e uma trite reali-

ae a pobre urbanizao em torno o centro o Rio. O que e encontra neta

repreentae o barrace mal montao, e ar fril40, com pau a eurar

a tbua a paree e pereulho a utentar a chapa e zinco o tecto.

O interior epartano, para falar e um moo poitio: uma cama elha, ne-

nhum mel, poter e futebol na paree, um retrato e Roinha, caia com

conta (por paar), uma or a romper por uma a tbua, teia e aranha. E o

epao eterior um local one e poem cruzar a izinha fofoqueira o

outro lao e cerca e tbua eiuai, mulhere a paar com o aluiare

ou a troua e roupa, one h epao no balio em frente para fazer um

churraco... relatiamente fcil mapear eta vila, j que uualmente ca perto

a caa e Roinha, uma buruea mai eninheiraa (ee o eu aparecimen-to em 1942 aina pelo autore americano) at ua tranformao local

com Kato; uma ecia o morro faz-no chear rua urbana com comrcio,

retaurante e, um pouco mai frente, a praia com o Corcoao ao funo.

39 Inepenentemente e e baearem em ciae reai, ou erem ela mema alter-egose NoaIorque. Eite aluma literatura acamica (e no ) eicaa a eta queto.40To fril, que bata a Roinha fechar a porta com fora, que toa ela eaba. v. Que rei sou eu?,ZC1213, 7 e Feereiro e 1975.


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Pedro Moura 187

bio que ee epao no abolutamente rerao nem tampouco eucli-

iano, euino ante a neceiae a hitria em curo nee momento.

Ma um eu rpio contrate com o moo e repreentao anterior, j ante

icutio, faz er que ee apecto e pobreza haia etao como que iniel

urante muito tempo. saienber e Canini aproimam ete epao, ano-lhe

nome concreto, a faela reai a ciae braileira41. Curioamente, a re-

preentao a pobreza no omente releaa para o cenrio, por eze

quae ifano, um apontamento lonnquo. O etilo e Canini ocila muita

eze entre um mai acabao realimo (quano eenha certo urante, ou

animai no antropomorzao) e um etilimo auo, e trao e forma an-

ulare, eometrizante.

Uma a ua caractertica um bree e pontilhao contorno e um objecto

ou um horizonte. Outra a e trazer para o primeiro plano elemento que

no o mai o que ecunrio em relao trama ietica. O protao-

nita poem car reuzio a uma ilhueta42 em contraluz, ao funo, e no

primeiro plano paa um urante, trazeno a ua cor, o eu canao, o eu

olhar a too o ambiente em torno a hitria. Ito no e erica em toa a

hitria a peronaem, er uma caractertica muito prpria o trabalho e

Canini. H muito outro apecto em que a brailiae e uperfcie et pre-ente, ee o futebol ao ineitel - como e zee parte a carne que perten-

ceria a Z Carioca - Carnaal e too o eu elemento: o ele a ecola

e amba, o Rei Momo e a fantaia43e aina outro apecto a folia ou o

amor populare, como na hitria enoleno ereteiro44. Tambm a iita

ao reto o pa, com ou em a preena o primo Z no-Carioca, ou com

41Poer-e-ia, houee mai epao, icorrer obre a urao e papi ocupao pela ria pero-naen co-ajuante e Carioca: ee o eu amio Netor (um coro nero para repreentar umnero?), dentinho, Pero (nero tout court), Joo (o paro albino), prpria Roinha (a patricinhaapaionaa pelo pobreto) at memo ao eu inimio mai corrente, o eterno cobraore e-pera (e em buca e pereuie) que Z Carioca paue a ua ia (cheariam memo a formar,por ineno e Canini com Paulo e Paia Lima, a Anacozeca: Aociao Nacional o Cobraoreo Z Carioca).42Aina aqui h que alientar e noo o nome e Carl Bark como um o autore que, no interiora diney, mai empreou, com uma intuio e equilbrio iniualel, a ilhueta como etratiainterante a ua arte.43Que rei sou eu?(j citaa, ZC 1213, 7 e Feereiro e 1975), O Ovo de Pscoa(ZC 1219, 21 e Maro e1975, porm eenhaa por Herrero), que iz repeito feta e Pcoa a ecola e samba, Z doCarnaval, O roubo da coroa do rei(ZC 1217, 4 e Feereiro e 1977).44Ser ou no seresteiro, j citaa.


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a participao e ura o folclore nacional (o saci, entre outro). Ma por

eta nota iuai e uma etrema ubtileza que cam a ecoar urante mai

tempo a fora ete autore.

durante a caa e 1970, eitiam outro ttulo que tranportaam uma ati-

tue bem mai crtica e irectamente poltica em relao realiae o Brail e

o muno. Etamo a penar epecicamente no jornalO Pasquim, lanao em

1969, e que reunia nome hoje to famoo, como o e Ziralo (o Perer) ou

Millr Fernane, ma aina arreimentaa talento como o e Jauar, Henl,

Luiz Trimano, entre muito outro. Em termo internacionai, o trabalho r-

co preente em O Pasquimpoero recorar tanto a reita norte-americana

MADcomo a reita e traio francea e tira poltica e ocial, a Hara-

Kiri Charlie Hebdo(aina hoje eitente), paano pela cho des Savanes(a ua

primeira fae).

Com a aproimao a ea ua tenncia, necerio aeurar que a pu-

blicao braileira empre e entreou a um intento poltico bem mai incao

e bio, no omente em termo ieolico, ma por er irecta na ua repre-

entao, tal qual era corrente ee a Europa anti-napolenica (one e poem

encontrar a raze e uma certa caricatura poltica cia); a MAD, por eu lao,por eta mema poca45, entreaa-e caricatura a peronaliae, certo,

ma era mai etuantaa que outra coia. Alm io, e um ponto e ita

rco, e aliano-e noamente ao etilo eral e Canini, poer-e-o aina

fazer aproimae ao trabalho neroo e um saul steinber ou e um

Ralph steaman46.

se eejarmo a comparae poei e naa iplicente com o trabalho

que, em Portual, etaam a er eenolio na mema poca, citem-e oeemplo e um Auuto Ci ou e um Pero Maano (com o eu O Abutre). O

45Falamo aqui a Madap a aa o eu primeiro eitor, Harey Kurtzman, em 1956, alterano paraempre o perl a publicao, quer em termo rco quer em termo temtico, ma acima e tuo,no ecrcimo, por aim izer, o eu nel iconoclata.46Fbio Zimbre alerta-no, em correponncia peoal, para o facto e que eriam o artita fran-cee Anr Franoi e sin o mai amirao pelo rupo o Pasquim. de certa forma, o trao eambo o artita apena conrmam eta tenncia quer e ramo quer e atitue que epreaatravs do trao, e no omente a repreentao, urao, tema, etc.


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equilbrio total a relae iniciai, eno a peronaen fortalecia no eu

papel ocial, familiar e at econmico (memo que, por eemplo, o Pato donal

continue a er encarao como no teno controle obre o obrinho, ou o Pa-

teta um... pateta incorriel, ea j era a ituao inicial, a natureza conrma-

a ea peronaen, ito , o seuuniero mantm-e homeottico).

de certa forma, na hitria e Canini com o Z Carioca, mormente a aliaa ao

etilo muito iniiualizao, pouco primo a norma interna a diney, ea

moraliae ao contrrio tambm utilizaa. Uma epcie e fatalimo, e con-

cincia e clae e e iculae em air a prio a que pertence: e no incio

e uma hitria Z Carioca tier alum empreo, per-lo-. se alcanar alum

tipo e fortuna, ela iipar-e- ou reelar-e- iluria. se e coneuir reoler

aluma crie, e no obtante a ua eicao e eforo, er empre por acao

ou por outra ia que no o prprio protaonita. No funo, o etatuto empre

mantio, malgrZ Carioca. Ma h momento em que ele e reela abneao

em relao ao outro, eno talez a hitria No Fundo do Pantanal(em que ele

acaba, ma aina aim talez no pela melhore raze, por proteer a cultura

econia o Lambe) e Um Natal inesquecvelo melhore eemplo io.

O eenolimento a eraeira peronaliae e Z Carioca paou tambmpela ua urao. Aina que no tenha io e chofre, poi emoraria alum

tempo a libertar-e a ua primeira repreentao, Canini iria a abicar o

traje iniciai a peronaem o caaco48, o laarote, at memo o chapu e

palha, o apato rio para chear a um Z Carioca mai moerno e e-

contrao: ecalo, e cabea ecoberta, camia lee e aberta, e cala azui

(upotamente cana, jean)49. Curioamente, Canini era ou aina ito por

muito o f e leitore o quarinho diney (o normatio) como um mau

artita50

. O prprio confea que cou conhecio como o homem que matou o

48Jore Kato, no ano eenta, repreentaria Z Carioca com uma camia e mana curta; ma oterno oltaria... E Walyr Iayara e souza e Carlo Ear Herrero alieirariam o traje o papaaio.49Canini iria que e eia ao facto e que era incompatel a farpela que haia io inentaa noano 1940 com o clima tropical o Rio, ma tambm etaria relacionao com o cio a moa oano 1970, em ter entrao no eaero a caricatura (que eitiam memo no eio a reita: hip-pie, cabelo enorme, cala e boca e ino, etc.).50Tal como Carl Bark ante e o eu nome er conhecio publicamente era referio como gooduck Artit, Canini parecia ter arreimentao num laro rupo uma fama e inal contrrio.


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Para Um Estudo Do Desenvolvimento de Ze Carioca

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