Para a Letícia: este cofre moreno cheio de maravilhas. · Clamo aos anjos, repetidamente, Pelos...

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Para a Letícia: este cofre moreno cheio de maravilhas.

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Para a Letícia: este cofre moreno cheio de maravilhas.

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Prefácio Há duas condições básicas para um poeta produzir: quando ele está amando e quando não está. O poeta até pode escrever sobre outra coisa, mas no fundo, saberá que tudo o mais é irrelevante. É mentira. Estará enganando-se. Quando ele(a) está sozinho(a), sua inspiração vem do Amor perdido; Quando ele(a) está amando, vem da sua amada, ou do seu amado. Em ambos os casos há inspiração. Quando ele ama, o Amor é o mais puro dos sentimentos; mas é a paixão que faz a imaginação de um poeta voar. Quando ele sofre, a sensação é equivalente à uma catástrofe nuclear; mas ele é capaz de ir até ao próprio Hades buscar suas dores. E nada, mas nada mesmo, inspira-o tanto quanto o corpo de uma Mulher. Lua e Estrelas, o Universo, tragédias, tudo isso é pouco perto do corpo da Namorada. Os seios e as curvas da mulher desejada ganham de cinco e ainda dão olé no final - como disse uma vez Raul Drewnick. Se o corpo da Mulher Querida vier acompanhado de Amor, ótimo; se apenas de tesão, melhor ainda! O Amor é Tudo. Este livro, apesar de não ser só sobre Amor, também é um pouco sobre tudo. Aproveitem a viagem por essas noites e madrugadas da minha vida. F.

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Olhos Sonhadores

Olhos sonhadores, olhos sonhadores,

como queria que fossem meus!

Vejo, nos seus olhos, meus amores

realizados, nesses verdes olhos teus.

A vontade de tudo esquecer,

Nos teus olhos sonhadores,

Beijar-te, e perder-me,

Que me importam os dissabores?

Mas sei que é impossível

Sonhar em teus olhos amados.

Vou-me (e isto é irreversível),

Jamais sentirei teu perfume, embriagado.

Ó Deus, Ó Deus, quando verei, novamente,

Aqueles olhos de mel nectáreo,

Clamo aos anjos, repetidamente,

Pelos meus sonhos idealizados!

Nunca mais esquecerei...

Que sonhei meus sonhos de amores

O dia que todas as minhas dores deixei

Para trás, nos teus olhos sonhadores.

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A Mais longa das noites

(Blackout Bop)

A luz pisca e se apaga: façam-se as sombras!

O arrepio percorre a espinha,

O medo já se faz, em suma; você grita, que será?

É o terror ou fantasia minha,

O alívio do sonho ou pesadelo na penumbra?

Hórrida noite, noite longa,

De um absoluto escuro,

Coberta pelas trevas sepulcrais; que se alonga

Durante a madrugada, e eu juro

Que mais funesta, até agora, não vi jamais.

E aquelas criaturas,

Engendradas da (própria) noite, como se sabe,

Vêm à vida, agora, e clamam, ademais; pelas ruas,

Becos e nichos, da cidade

Sangue e almas, até não poder mais...

Os gárgulas nas árvores,

Os seres podres, cadáveres exumados,

Os Vampiros e seus iguais; Demônios e Lobisomens,

Inumanos e medonhos, fantasmas exorcisados,

Rastejam e vomitam, nas trevas infinitas, sem paz...

Saem dos lugares mais profundos,

Do imo da escuridão, dos fundos dos esgotos,

Da televisão e dos portais; Zumbis, almas penadas,

Querem possuir, mentes e corpos,

Sacrílegos decompostos, insanos canibais!

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Uma prece faço, só estou, e desarmado;

Queira Deus que lutar eu possa,

Até nos aposentos dos umbrais; De noite ou de dia,

Preparo a estaca, a bala de prata, não importa,

E que meu verbo seja o mais poderoso dentre os mortais!

E enquanto a madrugada avança,

Os ponteiros se adiantam, a tétrica escuridão descerra,

Nas horas mortas espero; Ou o clarão da aurora,

Ou a tumba que me espera, e a noite soturna continua,

Cheia de mistérios...

Mistérios?

“A Noite é cheia de mistérios”.

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Luzes da Cidade

Correndo, rodando de automóvel

Saindo dos subúrbios

Indo para as luzes, as luzes da cidade

Tendo as estrelas como carona

Foi ali, nas luzes da cidade à noite

Correndo, rodando de automóvel

Fumando um cigarro

Como se não houvesse amanhã

Como se não houvesse futuro

Correndo de automóvel

Que eu te conheci

E é ali, nas luzes da cidade

Que eu sempre penso em você

Independente da última moda

Nunca irei te abandonar, nem mesmo em pensamento

E tão louco como esse mundo possa parecer

Acredite, eu ainda a amo

É isso que faz o universo rodar

Como o meu automóvel

Que roda nas luzes

Nas luzes da cidade.

E vejo essas luzes, as luzes

Das estrelas, dos faróis

Dos holofotes, da cidade

E seus olhos também brilham

À noite, que é sua aliada

E eu sempre rodando, tão longe e tão perto

Sempre rodando, tão longe e tão perto

E se você estivesse comigo

Eu te diria este poema, cara a cara

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Para te liberar, brilhando na noite

Então feche seus olhos, e me beije

Como se não houvesse amanhã

Como se não houvesse futuro

Para então eu voltar aos subúrbios, sem me virar

Tendo as estrelas como carona

Correndo, rodando de automóvel

Fumando um cigarro

Como se não houvesse amanhã

Como se não houvesse futuro.

Eu ainda estou aqui

Pensando em você

Sempre rodando, tão longe e tão perto

Sempre rodando, tão longe e tão perto.

E tão louco como esse mundo possa parecer

Acredite, eu ainda a amo

É isso que faz o universo rodar

Como o meu automóvel

Que roda nas luzes

Nas Luzes da Cidade.

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Se foste, minha adorada,

Foste, e não voltasse,

Só, aqui estou, lamentando a má sorte,

Desejando que me amasse.

E a lua dos namorados,

Quarto minguante, como se chorasse,

Não é minha na noite incessante,

Não são minhas as estrelas dos meus fados.

E se alguma vez me equivoquei,

Se perdi-te, e a vida me passou,

Se como num sonho dormi e acordei,

Saiba que nesse dia, a Felicidade me deixou.

Eu rogo para os anjos do céu,

E aqueles a quem puder escutar:

Que unam nossas almas ao léu,

A minha e de minha adorada, a amar!...

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Não quero saber quanto tempo passou

Ainda penso em você

Dona do meu coração,

A única que me encantou...

Não quero saber o que fiz

Ou deixei de fazer

Ainda penso em você,

Foste quem fez-me feliz.

Não quero saber de detalhes

Somente te amar queria

Somente te amar, ou

Um só beijo e eterno seria

Não quero saber de nada

Louco, dei de beber

Somente te amar eu queria

Pois ainda penso em você.

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Tantas noites sonhei,

Tantas noites chorei,

para que fosses minha,

só minha.

Se por um instante e um momento

com a rapidez do pensamento

nosso beijo, um átimo de tempo

Já feliz na eternidade eu seria.

E se aqui não estarás,

nem amanhã, nem depois,

se o coração sofre mais e mais

Resignado, pois...

Quanto mais a esperança definha,

Quanto mais distante tu’alma fica,

Ainda assim, mais irei te amar,

Sussurro meu desejo, que sopro ao luar...

...Porque um dia serás minha,

só minha.

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Érica

Tu já eras Punk, e eu ainda não.

Curtia Mukeka de Rato e Ramones,

enquanto eu, que mendigava amores -

Só sofri - foram todos em vão...

Agora vejo o quanto queria ter te amado!...

Do seu estilo anárquico e doce sorriso - para sempre lembrarei;

E até o dia em que morrer - desse jeito cantarei:

“Hey, little girl - Eu quero ser seu namorado”.

Érica - “Ouça o meu coração!”

O destino separou-nos, deixou-nos na mão

Uma pena que não pôde ser mais profundo;

E desse jeito afirmo-te, então

Que se hoje eu tivesse o teu Amor

Amanhã eu queria o Mundo!...

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Vem, Deusa! A porta está aberta.

Na fria noite invernal

Ainda, ainda penso

No teu rosto angelical.

Olhos de esmeralda pousados em mim

Coisa que nunca, nunca esquecerei

E suas palavras eternas comigo guardarei

Naquele cartão que enviaste assim...

Vênus, Seckmeth deusa do amor, povoa meus sonhos,

Meus pensamentos

Em todos os momentos, e me pergunto

Se minha ainda não serás;

Pois anseio te encontrar

Um dia talvez, em sonhos nesta noite

E beijar-te-ei, e dirás que finalmente és minha

E direi que enfim, sou teu

E juntos apagaremos o passado recente

E pela boca sorveremos o doce licor do presente.

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Pergunto-me a altas horas

Se ainda lembras, se ainda pensas

Em mim, como penso em ti

E gostaria que tivesse amado a mim

A metade de que um dia já te amei.

O que o destino me espera, ignoro

Reservo-me o direito de ficar calado

Espero ansioso pelo encontro final

A troca de olhares e o pulo no peito

E a vontade de tocar-te e trocar

Carícias como um leve véu de seda

Que descerá por ti nesse momento.

Porque afinal de contas,

Estou aqui e sozinho

E tu mesmo já disseste, uma vez,

Sentiste atraída e queria ter-me

E negar-se ao desejo é como negar a si mesmo.

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Não Mais

Chega de palavras! Não mais,

Ó Deus, ó Deusa, não mais

Fugiremos e nos enganaremos

Estando tão perto e tão distante

Eu te Amo ainda!

Esqueceste quem eu era

Porém nunca esquecerei de ti

Perguntaste o que faço agora

E sabes que nada faço, embora

Imagino-te junto a mim.

...E contigo, um dia, quiçá juntos enfim

Para encerrar estas palavras tristes e sacrificadas

Solitárias e engedradas

Da noite escura e fria onde minha musa sorri

Passeia, volita, dança, chama e ri;

Não mais, senão junto quero estar

Nos seus braços dormir e acordar

Na gélida noite a ti, esquentar

E trocar beijos e sorver, de novo, o doce licor da felicidade.

Que acabem com isso! Atem-nos!

Una-nos!

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Marítimo

...E o velho Pirata a bailar,

mais um navio a saquear

Risos desdentados a brilhar

do ouro e sangue a derramar...

Traz o horizonte para cá,

Do fundo de uma garrafa de rum...

- E o ouro na arca do defunto a brilhar!

- Com uma perna só a dançar!

Navega, meu pirata, que para ti foi feita a Liberdade

faz do vento seu camarada,

cavalga a onda tua aliada,

traz pro seu navio a sangrada felicidade...

Vai até o horizonte...