Papel do Professor no processo do diagnóstico precoce

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA Papel do professor da educação infantil no processo de diagnóstico e intervenção precoce em indivíduos com características do Transtorno do Espectro Autista - TEA Cleide Luisa Novak Stefanon Profª Valcíria Lana de Souza Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Licenciatura em Pedagogia (PED0744) – Estágio II 15/06/2015 RESUMO Abordar o tema da Educação Inclusiva de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista, buscando subsídios científicos que respaldem a intervenção do professor no processo do diagnóstico, verificando na prática educacional através da vivência do estágio, dificuldades na identificação de sinais e sintomas que apóiem o diagnóstico, bem como experimentar o uso da ferramenta IPO (Inventário Portage) para mostrar a eficácia que esta possa ter e então servir de base para intervenções, estímulos, encaminhamentos a profissionais especializados, forma de avaliação de evolução do desenvolvimento, respaldando as ações do professor da educação infantil, buscando sempre a melhoria do processo educacional dos indivíduos com TEA. Palavras-chave: TEA. Desenvolvimento. Diagnóstico. 1 INTRODUÇÃO A educação inclusiva tem por pressuposto máximo integrar os indivíduos com deficiências de qualquer natureza na rede regular de ensino sempre que suas limitações e habilidades assim o permitam.

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RESUMOAbordar o tema da Educação Inclusiva de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista, buscando subsídios científicos que respaldem a intervenção do professor no processo do diagnóstico, verificando na prática educacional através da vivência do estágio, dificuldades na identificação de sinais e sintomas que apóiem o diagnóstico, bem como experimentar o uso da ferramenta IPO (Inventário Portage) para mostrar a eficácia que esta possa ter e então servir de base para intervenções, estímulos, encaminhamentos a profissionais especializados, forma de avaliação de evolução do desenvolvimento, respaldando as ações do professor da educação infantil, buscando sempre a melhoria do processo educacional dos indivíduos com TEA.

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EDUCAÇÃO INCLUSIVAPapel do professor da educação infantil no processo de

diagnóstico e intervenção precoce em indivíduos com características do Transtorno do Espectro Autista - TEA

Cleide Luisa Novak StefanonProfª Valcíria Lana de Souza

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVILicenciatura em Pedagogia (PED0744) – Estágio II

15/06/2015

RESUMO

Abordar o tema da Educação Inclusiva de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista, buscando subsídios científicos que respaldem a intervenção do professor no processo do diagnóstico, verificando na prática educacional através da vivência do estágio, dificuldades na identificação de sinais e sintomas que apóiem o diagnóstico, bem como experimentar o uso da ferramenta IPO (Inventário Portage) para mostrar a eficácia que esta possa ter e então servir de base para intervenções, estímulos, encaminhamentos a profissionais especializados, forma de avaliação de evolução do desenvolvimento, respaldando as ações do professor da educação infantil, buscando sempre a melhoria do processo educacional dos indivíduos com TEA.

Palavras-chave: TEA. Desenvolvimento. Diagnóstico.

1 INTRODUÇÃO

A educação inclusiva tem por pressuposto máximo integrar os indivíduos com deficiências

de qualquer natureza na rede regular de ensino sempre que suas limitações e habilidades assim o

permitam.

Por tratarmos neste do Transtorno do Espectro Autista (TEA), em sua maioria possuem

condições de estarem inclusos, portanto cabe ao Estado garantir que este processo seja o mais

proveitoso possível, propiciando aos inclusos oportunidades de desenvolvimento pleno,

capacitando-os para a vida em sociedade.

Entra em debate a importância do diagnóstico precoce, e neste viés, qual o papel do

professor da educação infantil nesse processo, posto saber-se que muitas vezes somente na idade

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escolar os sintomas do TEA ficam claros ou começam a aparecer, ainda as dificuldades em

identificar estes sinais ou de que forma fazer para avaliar ou quantificá-los de forma válida, apta a

ser encaminhada para pais e profissionais adequados.

Por não existir exame clínico que ateste o TEA, o processo de diagnóstico não se dá de

forma rápida nem simples, necessitando de profissionais capacitados em verificar os sinais e

sintomas do transtorno e fazer os encaminhamentos devidos.

Através da vivência no estágio realizado no Maternal II, onde as crianças se encontram com

2 ou 3 anos, idade na qual ficam mais aparentes sinais e sintomas do TEA, buscamos identificar as

maiores dificuldades bem como salientar a importância do professor nesse período de

desenvolvimento crucial ao indivíduo, fortalecendo a questão do diagnóstico precoce.

Ainda, na intenção de testar uso de uma ferramenta que auxilie na avaliação das crianças por

parte do professor e aponte possíveis dificuldades no desenvolvimento, apresentaremos e

aplicaremos o Inventário Portage (IPO) por amostragem, para verificar as vantagens e ou

dificuldades quando da utilização do mesmo.

2 A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE

Qualquer pessoa concorda que quando mais cedo descobre-se uma doença mais fácil será curá-

la. Porém, em casos como o TEA, não há cura, porque então o diagnostico precoce é tão

importante?

Os seres humanos se desenvolvem basicamente da mesma forma, nascem com certa capacidade

e aprimoram com o passar dos anos. Nos primeiros anos de vida esse desenvolvimento é tão

significativo que muitos teorizam a respeito da importância de se dedicar aos pequenos maior

atenção e melhor qualidade para desenvolver todo o potencial humano.

As teorias interacionistas do desenvolvimentos humano pregam que mesmo possuindo as

ferramentas biológicas para o tal, é necessário estimulo externo adequado para que seja pleno.

Segundo Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo do aluno se dá por meio da interação social, ou

seja, de sua interação com outros indivíduos e com o meio.

Isto significa, simplesmente, que certas categorias de funções mentais superiores (atenção voluntária, memória lógica, pensamento verbal e conceptual, emoções complexas, etc.) não poderiam emergir e se constituir no processo de desenvolvimento sem o aporte construtivo das interações sociais. (IVIC, 2010, p. 17)

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Outro teórico, Piaget, que também na linha interacionista demonstra em seus estudos a necessidade de interação com o meio para o desenvolvimento humano.

Procurando soluções para esse problema central, sustenta que a gênese do conhecimento

está no próprio sujeito, ou seja, o pensamento lógico não é inato ou tampouco externo ao

organismo mas é fundamentalmente construído na interação homem-objeto. Quer dizer, o

desenvolvimento da filogenia humana se dá através de um mecanismo auto-regulatório que

tem como base um 'kit' de condições biológicas (inatas portanto), que é ativado pela ação e

interação do organismo  com o meio ambiente - físico e social (Rappaport, op.cit.). Id est,

tanto a experiência sensorial quanto o raciocínio são fundantes do processo de constituição

da inteligência, ou do pensamento lógico do homem. Está implícito nessa ótica de Piaget  

que o homem é possuidor de uma estrutura biológica que o possibilita desenvolver o

mental, no entanto,  esse fato per se não assegura o desencadeamento de fatores que

propiciarão o seu desenvolvimento, haja vista que este só acontecerá a partir da interação

do sujeito com o objeto a conhecer. (TERRA,_, p.3)

Percebemos assim o quanto os fatores externos são importantes para construção do conhecimento humano e estruturação do pensamento, do desenvolvimento pleno em geral. Sabendo que a tríade de comprometimento que afeta os indivíduos inclusos no TEA passa justamente por este lado social, sendo elas a comunicação, socialização e comportamento, apresentando Falhas na Teoria da Mente1, o que explica o comprometimento nessas três áreas, o diagnóstico precoce será fundamental para podermos oferecer os mais qualitativos e quantitativos quanto possíveis estímulos externos que possam reduzir as dificuldades ou trazer ferramentas para eles lidarem com elas.

Outro conceito importante para sabermos é que se trata de uma doença com vários níveis de penetrância, por isso, o nome Transtorno do ESPECTRO Autista, sendo que sua apresentação pode ser considerada, leve, moderada ou grave de acordo com a intensidade dos sintomas. Os primeiros sintomas do TEA podem surgir por volta dos 9 meses de idade, e o diagnóstico deve ser dado o quanto antes possível, para que se inicie as intervenções necessárias, sendo que a principal ferramenta de screnning para avaliar o TEA é o M-Chat, composto de 21 perguntas simples devendo ser aplicado na criança antes dos 2 anos de idade, ao menos 2 vezes, essa orientação é feita pela APS – American Pediatric Society. Está cada vez mais claro que o diagnóstico e a intervenção precoce, estão diretamente ligada ao melhor prognóstico destes pacientes, vários estudos demonstram esses ganhos. Ao fazemos o diagnóstico não menos importante é o estabelecimento de metas para o tratamento, as mais importantes são as seguintes: 1- Agir precocemente, 2- As terapias devem ser intensivas e respeitar a aceitação da criança, 3- Envolvimento familiar, 4- Acompanhamento interdisciplinar, 5- Ambientes organizados e adaptados. (OLIVEIRA,2015,p.1)

1 Incapacidade de uma pessoa compreender e identificar os pensamentos, sentimentos e intenções dos outros. Indivíduos com TEA podem deparar-se com a dificuldade em reconhecer e processar os sentimentos dos outros, o que é referido algumas vezes como “cegueira da mente”. Como conseqüência dessa “cegueira da mente”, as pessoas com TEA podem não perceber se os comportamentos de outras pessoas são ou não intencionais. Este desafio muitas vezes leva os outros a acreditarem que os indivíduos com TEA não mostram empatia ou os compreendem, o que pode criar grandes dificuldades em situações sociais. Fonte site Autismo e Realidade, Manual para síndrome de Asperger, disponível em http://autismoerealidade.org/manuais/manual-para-sindrome-de-asperger/

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2.1 EDUCAÇÃO INFANTIL E O DESENVOLVIMENTO DOS INDIVIDUOS

As teorias do desenvolvimento infantil são diversas, mais comumente nos utilizamos das

idéias de Vygotsky e Piaget para embasar nossas técnicas de ensino, currículo, e leis que regem a

educação brasileira.

A educação infantil ganha força com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 20 de

dezembro de 1996 (LDB 9394/96), e passando o Estado e receber esses indivíduos em seus

estabelecimentos de ensino, torna-se responsável diretamente em propiciar condições adequadas

para sua evolução e crescimento pleno.

Art. 4º. O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade;Art. 22º. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.Art. 29º. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (BRASIL, Lei nº9.394 de 20 de dezembro de 1996)

Trazendo para a educação infantil o papel de complementação da ação da família, o Estado

legaliza a intervenção dos professores no processo desenvolvimento da criança, ficando clara a

importância do professor na vida dos alunos, ainda mais na educação infantil, período crucial para

maturação do sujeito e formação de caráter, inteligência cognitiva e emocional, fatores

indispensáveis para construção de sujeitos críticos capazes de contribuir para a melhoria da vida em

sociedade.

O desenvolvimento infantil é um processo de apropriação da cultura pela significação que o outro mediador faz das ações da criança, transformando-as em atos significativos. A criança constitui-se como ser social com e pelo outro, por meio da mediação que a insere no meio cultural. (CHIOTE, 2013,p.27)

Corroborando a idéia de mediação do autor acima, esse papel certamente cabe ao professor

da educação infantil e é de tal importância que a formação do mesmo deve sempre frisar esse

pensamento de mediador processo, nunca impor ou apenas transmitir, sempre mediar, muito mais

fortemente nos indivíduos com TEA, posto ser sempre um processo muito mais delicado devido às

dificuldades apresentadas pelos mesmos justamente nesse aspecto da interação com o outro e com o

meio.

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A educação inclusiva também prevista na LDB 9394/96, vem reforçar a necessidade de

intervenção do Estado no processo de desenvolvimento do sujeito, fazendo-se responsável por

proporcionar a equidade entre os sujeitos típicos e os atípicos.

Art. 58º. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. § 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. § 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. Art. 59º. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; (BRASIL, Lei nº9.394 de 20 de dezembro de 1996)

Nota-se aqui claramente a importância do professor da educação infantil em todo o processo

de formação do sujeito, sendo este responsável também pela identificação de possíveis dificuldades

apresentadas pelo educando, anormalidades estas que podem acarretar conseqüências significativas

que impeçam seu pleno desenvolvimento, buscando dessa forma não apenas identificá-las, mas

também orientar pais e demais profissionais envolvidos para buscar todos os meios necessários para

adequação do sistema educacional ou outros em que esteja inserido.

3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO

O estágio foi realizado no Centro de Educação Infantil Ivete Spezia Schmidt, localizado a

Rua Helga Guesser, Centro, Massaranduba.

A turma escolhida foi o Maternal II, por estarem entre 2 e 3 anos de idade, sendo que nesse

período podem ser observadas, por ficarem mais evidentes, mais características do TEA.

Foram realizadas 20 horas de intervenção, divididas em cinco dias, quatro horas diárias, no

horário das 13 às 17 horas.

Durante os dias de intervenção foram realizadas diversas atividades nas quais se pudessem

observar situações das cinco áreas de desenvolvimento abordadas pelo Inventario Portage (IPO),

instrumento utilizado para avaliação e diagnóstico.

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O IPO surgiu nos Estados Unidos na década de 70, devido à necessidade do governo de

identificar atrasos no desenvolvimento de crianças da zona rural por meio de um instrumento que

pudesse ser manipulado por qualquer profissional ou mesmo membro da família. Desde então, o

guia foi testado e aprimorado para aplicado nas escolas, nas instituições e lares das crianças da

educação pré-escolar com deficiência ou não. Serve como ferramenta de avaliação inicial e

processual, além de guia de sugestões e atividades, e é encaminhado à família, à escola e outros

envolvidos, com o objetivo de fazer com que todos possam acompanhar e estimular o seu

desenvolvimento. O IPO é composto de 580 comportamentos divididos em cinco áreas do

desenvolvimento: socialização, cognição, linguagem, autocuidados e desenvolvimento motor. Os

comportamentos elencados entre os números 44 e 80 são os esperados para a idade compreendida

entre 2 a 3 anos.

Através da ludicidade e contação de histórias buscou-se estimular essas cinco áreas para

facilitar o processo de aplicação do IPO, na intenção de testar a eficácia deste como instrumento de

avaliação do professor, para ter subsídios para intervenção precoce ou encaminhamento a

profissionais especializados caso haja necessidade.

As crianças escolhidas para aplicação do IPO assim o foram por apresentarem dificuldades

na linguagem oral, bem como alguns comportamentos atípicos, para dessa forma poder ser

observado mais detalhadamente e verificar possíveis necessidades de encaminhamento a outros

profissionais capacitados para maiores orientações, conversar com as famílias envolvidas com

subsídios para tal abordagem, intervir com estímulos que busquem sanar ou diminuir as

dificuldades apontadas.

No quadro de trabalho semanal, observamos as atividades empregadas respeitando a rotina

do estabelecimento de ensino concedente, todas objetivando estimular o desenvolvimento dos

educandos, propiciar aprendizagem, observar evolução ou dificuldade, bem como perceber

deficiências ou desafios para o professor no que tange aos alunos com indicações de serem

indivíduos com déficit cognitivo, motor, social, psicológico, estando ou não dentro do TEA ou

qualquer outra deficiência ainda não diagnosticada.

Nos quadros de atividade diária, detalhamos a atividade, seu modo de execução, todos os

materiais a serem utilizados, os objetivos a serem alcançados com a atividade, questões a serem

observadas durante a atividade no que diz respeito ao desenvolvimento neuropsicomotor das

crianças envolvidas, bem como utilizamos o mesmo quadro para algumas avaliações, anotando o

observado para posterior verificação na aplicação do IPO.

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TABELA 1 – QUADRO DE TRABALHO SEMANALSEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA

Soninho Soninho Soninho Soninho Soninho

Despertar, arrumar a sala, banheiro (higiene)

Despertar, arrumar a sala, banheiro (higiene)

Despertar, arrumar a sala, banheiro (higiene)

Despertar, arrumar a sala, banheiro (higiene)

Despertar, arrumar a sala, banheiro (higiene)

Lanche Lanche Lanche Lanche Lanche

Higiene Higiene Higiene Higiene Higiene

Contação história, musicalização – Chapeuzinho Vermelho (livro falante)

Contação história, musicalização – Chapeuzinho Vermelho (livro pop-up e fantoche)

Contação história, musicalização – Chapeuzinho Vermelho – fantasias

Contação história, musicalização – Chapeuzinho Vermelho – eles contam a história

Contação história, musicalização – Chapeuzinho Vermelho – música da Xuxa

Atividade dirigida, brincadeira dirigida – balões vermelhos

Atividade dirigida, brincadeira dirigida – cantinho da leitura

Atividade dirigida, brincadeira dirigida – sucatas

Atividade dirigida, brincadeira dirigida – pintura/desenho da história

Atividade dirigida, brincadeira dirigida –cineminha Chapeuzinho e outras histórias infantis– aplicar questionário

Parque e brincadeiras

Parque e brincadeiras

Parque e brincadeiras

Parque e brincadeiras

Parque e brincadeiras

Higiene Higiene Higiene Higiene Higiene

Despedida Despedida Despedida Despedida Despedida

FONTE: Projeto estágio

FIGURA 1 – A TURMINHA

FONTE: Arquivo pessoal

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TABELA 2 – ATIVIDADE DIRIGIDA SEGUNDA-FEIRAATIVIDADE OBJETIVO MATERIAIS EXECUÇÃO AVALIAÇÃO

Contação de história – Chapeuzinho Vermelho

Verificar nível de concentração da turma; incentivo a leitura

Livro Falante, tapete da leitura

Alunos no tapete, num semicírculo, apresentar a historia, mostrar o livro e proceder a contação

Notou-se o interesse dos educandos pela história, porém baixo nível de concentração, dentro do esperado para a idade em sua maioria

Brincar com Balões vermelhos

Perceber se ocorre associação da com a história; desenvolver coordenação motora; aprimorar capacidade de seguir instruções

Balões vermelhos

Com os balões já cheios, jogar os balões para cima e tentar não deixar cair, colocar o balão para cima, para baixo, etc...

Alguns alunos com mais dificuldade do que outros, nem todos prestam atenção aos comandos, alguns não entendem os comandos, demonstraram interesse em brincar com os balões

FONTE: Arquivo pessoal

FIGURA 2 – HORA DO LANCHE

FONTE: arquivo pessoal

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TABELA 3 – ATIVIDADE DIRIGIDA TERÇA-FEIRAATIVIDADE OBJETIVO MATERIAIS EXECUÇÃO AVALIAÇÃO

Contação de História – Chapeuzinho Vermelho com fantoches

Verificar nível de concentração da turma melhora com a introdução dos fantoches; incentivo a leitura

Livro pop-up, fantoches, tapete

Crianças no tapete, em circulo, proceder a contação, com ajuda das professoras

Com o livro pop-up, aumentou o tempo de concentração e atenção à história

Cantinho da leitura

Introduzir o cantinho da leitura para estimular o lúdico e o interesse por livros, verificar a interação entre os educandos

Cabana da leitura, livro, fantoches

Colocar a cabana na sala, de modo a despertar interesse e estimular o uso do recurso pelas crianças

Observou-se grande apreço pela novidade, além de grande gosto em manusear os livros oferecidos e em manipular os fantoches; percebeu-se a ausência de imaginação, não houve tentativa por parte dos alunos em reproduzir o ato da professora ao contar a historia

FONTE: Arquivo pessoal

FIGURA 3: A CABANA

FONTE: Arquivo pessoal

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TABELA 4 – ATIVIDADE DIRIGIDA QUARTA-FEIRAATIVIDADE OBJETIVO MATERIAIS EXECUÇÃO AVALIAÇÃO

Contação de História – Chapeuzinho Vermelho com fantasia

Verificar nível de concentração da turma melhora com o uso da fantasia; incentivo a leitura

Livro pop-up, fantasia, tapete

Crianças no tapete, em circulo, proceder a contação, com ajuda das professoras

A presença da “Chapeuzinho Vermelho”na sala foi motivo de grande alegria, salientando assim a importância do lúdico e da contação de história, notou-se maior concentração e memorização dos fatos narrados pela personagem

Sucatas Estimular a criatividade, coordenação motora, imaginativo

Sucatas Oferecer sucatas (potes, caixas, etc) para exploração por parte dos educandos

Poucos alunos foram criativos do uso das sucatas, a maioria limitou-se a sanar curiosidade e manusear os objetos, demonstraram muito gosto em lidar com as sucatas

FONTE: Arquivo pessoal

FIGURA 4: CHAPEUZINHO EM SALA

FONTE: Arquivo pessoal

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TABELA 5 – ATIVIDADE DIRIGIDA QUINTA-FEIRAATIVIDADE OBJETIVO MATERIAIS EXECUÇÃO AVALIAÇÃO

Contação de História – Chapeuzinho Vermelho - as crianças contam

Perceber a capacidade de memorização e compreensão do texto

Livro pop-up, tapete

Crianças no tapete, em circulo, procedem a contação, com ajuda da professora

Dificuldades em lembrar dos fatos na sequência e as vezes de nomear os personagens, porém interesse e satisfação em ajudar a contar a história, nota-se a dificuldade na linguagem de alguns alunos

Desenhar a história no painel

Estimular a contar sua própria história, reforçar a questão de sequência lógica, coordenação motora fina, uso de cores

Papel craft, giz de cera, lápis de cor, etc...

Papel no chão, estimular a desenhar a história

Baixa coordenação motora da maioria, identificação das cores limitada, satisfação no manuseio do giz de cera e em desenhar

FONTE: Arquivo pessoal

FIGURA 5: DESENHANDO

FONTE: Arquivo pessoal

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TABELA 6 – ATIVIDADE DIRIGIDA SEXTA-FEIRAATIVIDADE OBJETIVO MATERIAIS EXECUÇÃO AVALIAÇÃO

Contação de História e musicalização – Enquanto Seu Lobo não vem – Xuxa

Introduzir a música e a dança

Livro pop-up, fantoches, tapete, vídeo da música escolhida, pipoca

Crianças no tapete, ouvir a musica ou ver o vídeo e estimular a dança e canto

Cineminha como pipoca realmente aprovado, grande interesse e concentração com o recurso áudio visual instalado na própria sala de aula

Cineminha, aplicar questionário de avaliação do nível de desenvolvimento

Trazer a música e a história em vídeo para estimular a leitura

Questinário Portage, projetor, desenho animado histórias infantis

Enquanto as professoras da turma conduzem as atividades, aplicar o questionário com os alunos escolhidos

Escolhidas duas crianças, ambas apresentaram baixo índice de desenvolvimento em todas as áreas, conforme relatório anexo, recomendando-se nova avaliação após um bimestre para verificar evolução

FONTE: Arquivo pessoal

FIGURA 6: APLICANDO IPO

FONTE: Arquivo pessoal

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A intervenção demonstrou-se de grande valia para a formação acadêmica e experiência

profissional, mostrando que nem sempre a prática condiz com as teorias, mas que é possível e se

deve conciliar as duas para produzir educação de qualidade.

Fica clara a importância do professor no processo de diagnóstico precoce, porém mais que

isso, a necessidade de se criar ferramentas que facilitem o trabalho dos docentes para que estes

possam realmente ajudar no desenvolvimento pleno dos indivíduos atendidos.

Com base nos resultados obtidos, o IPO mostrou-se de grande valia e fácil aplicação, e

também se pode perceber a importância da avaliação para medir o desempenho das crianças a fim

de propor estratégias de intervenção de modo a possibilitar um desenvolvimento mais adequado,

com orientações e estimulação. O ambiente em que a criança está inserida deve fornecer

estimulação adequada a fim de possibilitar desenvolvimento físico, motor, cognitivo e social.

Contudo, é preciso conscientizar os pais e familiares sobre a necessidade de buscar

profissionais especializados para verificar a existência de limitações biológicas que impedem o

desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Caso algum limite biológico for comprovado, é

importante que os pais sejam instruídos a quais encaminhamentos são necessários e verificar a real

possibilidade de desenvolvimento neuropsicomotor. Algumas vezes os pais podem negligenciar os

atrasos apresentados pelos filhos, o que acarreta em perdas e maiores dificuldades no futuro. Pois, o

atraso numa faixa anterior tende a aumentar cada vez mais, já que quando não desenvolvido o

repertório esperado a defasagem será maior em comparação com as crianças de idade semelhante.

Os pais estão envolvidos no processo de independência dos filhos, a criança deve desenvolver

autonomia para lidar no mundo, para que saibam agir no futuro quando forem mais velhas, por isso

é importante que os responsáveis ensinem as crianças a se comportar de maneira adequada à

situação. A partir dessa aprendizagem é possível que desenvolvam repertório comportamental de

resolução de problemas, autoestima, autoconfiança e assim se tornarem adultos capazes.

Quanto aos alunos avaliados, sugerimos nova avaliação onde caso permaneça o baixo índice

de desenvolvimento sejam feitos os devidos encaminhamentos aos profissionais adequados, bem

como apoio e orientação as famílias para serem parceiras da escola no processo educacional da

criança.

A educação inclusiva enfrenta ainda muitas barreiras e desafios, muitas dificuldades são

apresentadas pelo sistema de ensino, passando pela formação profissional, estrutura física, órgãos

de apoio, orientação às famílias, atendimentos especializados, e toda a estrutura apresenta falhas,

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carecendo de muitos investimentos em material físico e humano. Porém nota-se que a vontade por

parte dos profissionais é o fator que ainda nos dá esperança de um dia não precisarmos mais utilizar

o termo educação inclusiva, que sejamos todos inclusos, iguais, sem necessidade de distinção.

REFERÊNCIAS

BARCELLOS, Estefani Nayara. A utilização do Inventário Portage como instrumento de avaliação no serviço de aconselhamento genético. Londrina, 2013. Disponível em: <www.uel.br/eventos/congressomultidisciplinar/pages/arquivos/anais/2013/AT13-3013/AT13-011.pdf> Acesso em: 01.jun.2015

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf> Acesso em: 04.jun.2015

CHIOTE, Fernanda de Araújo Binatti. Inclusão da criança com autismo na educação infantil: trabalhando a mediação pedagógica. Rio de Janeiro: Wak, 2013.

CUNHA, Eugenio. Autismo na Escola: Um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar. 2. Ed. Rio de Janeiro: Wak, 2013.

OLIVEIRA, Marcone. A importância do diagnóstico precoce no TEA. Ipatinga: 2015. Disponível em: <marconeoliveira.com.br/assets/a-importância-do-diagnóstico-no-tea.pdf> Acesso em: 20.mai.2015.

IVIC, Ivan. Lev Semionovich Vygotsky. Recife: Massangana, 2010.

SILVEIRA, Tatiana dos Santos da; NASCIMENTO, Luciana Monteiro do. Caderno de Estudos: Educação Inclusiva. Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2011.