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PAPÉIS DE MÉDICO

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• Tecnobiológico: este papel se refere ao aspectointelectual e pragmático da profissão. Técnico, pois aformação e a prática médica dependem de instrução eaprendizado em habilidades e conhecimentos.Biológico, pois envolve a estrutura do corpo humano eseu fisiologismo em condições normais e patológicas. Éde extrema importância para a boa práxis. Pordefinição é constituído por dimensões altamenteobjetivas, pois a subjetividade depende da interaçãocom outros papéis, a qual deve ser constante eespontânea, ou corre-se o risco de restringir a atuaçãodo médico ao mecanicismo sem reflexão

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• Educador: a ação educativa, ou a prática educativa,está presente em todas as instâncias de atuação dequalquer médico. A anamnese e o ato terapêuticodependem de boa comunicação, e a adesão dopaciente ao tratamento proposto, considerando-setoda conjuntura já relatada, só será real e dinâmicase o ato educativo for efetivo. Suas dimensões vão desimples explanações individuais e coletivas,orientações posológicas, mudanças de hábitos e deestilo de vida, a interações complexas desubjetividades as quais existem em qualquersituação de vida social. O médico deve ser, antes detudo, um bom educador.

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• Científico: a medicina é ciência, e o médico comosujeito dessa profissão, e grande área doconhecimento, deve agir como verdadeirocientista. Atitude inquisitiva, pesquisadora ecrítica em face da realidade vislumbrada. Em ummundo em que as informações se multiplicam avelocidade inquietante, e no qual as descobertas,acontecimentos e afirmações pululam todos osdias, é mister discernimento racional emetodológico para embasamento da diagnose econdutas, ou seja, da prática médica.

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• Moral: esse papel, à primeira vista, pode causar certaestranheza, pois é de natureza subjetiva e de difícildelimitação. Uns chamam de caráter, os valores e princípiosde uma pessoa. Mas, é além. Sua essência etérea, e sublime,é estruturante de todos os demais papéis. É o que fomenta ocompromisso, o humanismo, o ecumenismo, a consciênciasocial, enfim, é o que cria pontes para interação subjetiva dosujeito médico com o mundo. Entretanto, apesar de muito sediscutir acerca da seleção em vestibulares e da formaçãomédica nas universidades, pouco se faz para se interagir coma moral dos médicos, presentes e futuros. As soluçõesperpassam desde a educação básica à educação permanentedos profissionais. Reflexões éticas são importantes, frutos deexigências sociais e coletivas historicamente adquiridas, noentanto a moral transcende o íntimo de cada singularidadehumana. O papel do médico enquanto moral, na sociedade,perpassa-lhe todos os instantes da vida pessoal e profissional.O fiel da balança entre o objetivo, mecânico e técnico, e osubjetivo, humano, é a moral

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Ecumênico: não se trata de religião. Como Estadolaico, não há religião oficial no Brasil. O médico é livrepara crer ou não crer. Bons médicos não precisam derótulos, há liberdade de escolha e mesmo a opção pelanão escolha. Espíritas, católicos, evangélicos, agnóstico,ateus... A profissão médica prescinde o credo. Todavia, émister a reflexão seguinte: Essa opção pessoal do médicopode, e deve, contribuir em sua formação estruturantesubjetiva da forma como enxerga, compreende e interagecom o mundo, dessa forma há que se refletirconstantemente essa intimidade pessoal com asociedade; Os pacientes são pessoas que também crêemou não crêem. Respeitar, sem qualquer discriminação, éobrigação ética e moral do médico. Mas, aqui se destacaesse papel, pois, como instrumento de potencialização doenfrentamento de agravos e enfermidades, a religião étecnologia inegável, a qual proporciona magnânimaacolhida e consolo nos momentos de sofrimentos. Issonão pode ser ignorado.

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• Portanto, ao bom profissional médico cabesaber respeitar e criar pontes de subjetividadeque possibilitem a instrumentalização da fé,seja qual for o credo do paciente, a fim de semultiplicar e sublimar quaisquer dos ensejosde enfrentamento, alívio, consolo e superaçãodas horas difíceis das doenças. Qualquer queseja o contexto, doenças aguda, crônica,grave ou fora de possibilidades terapêuticas.Ecumenismo, com ou sem fé própria, érespeitar e interagir de forma salutar com ocredo do próximo

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• Social: o papel social do médico é tão diverso quanto aprópria sociedade. O compromisso social, a visão docoletivo, a preocupação com a natureza e saúde dotrabalhador, e a participação e fomento do controle socialsão apenas alguns exemplos. É grande a preocupação de amedicina social e a científica conversarem, interagirem egerarem frutos sinérgicos não mais dicotômicos, mas emunidade. O Relatório Flexner muito contribuiu para essadivisão de ruptura já secular. As diretrizes curricularesbrasileiras dos cursos de medicina já engajaram iniciativano sentido dessa salutar interação. O cotidiano médico éessencialmente social, pois lida com pessoas ecoletividades, interage e intervém, mesmo que em solitárioquarto de hospital, uma vez que há importantes e inegáveisdeterminantes sociais no processo saúde-doença. Nãobasta curar a enfermidade, é necessário agir ativamente nasociedade que a gerou, assim como nos demaisdeterminantes relacionados.

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• Político: as dimensões desse papel não dizemrespeito só ao significado eleitoreiro. Todavia, éimportante, também, essa participação. O papelpolítico pode ser, então, legislativo ou executivo,neste caso. Entretanto, deve acontecer em todasas instâncias da macropolítica, assim como emqualquer micropolítica de classe, processo ourelação de trabalho e direitos e deveres. Deveinstrumentalizar outros papéis como ocomunicador, o cultural e o social. Política não époliticagem, é ato de cidadania.

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• Ético: a ética médica nasceu com a medicina e comHipócrates. Assim como a moral é fruto complexo daestrutura subjetiva de valores íntimos e pessoais, aética é resultado da organização das relações sociaisem princípios norteadores. O Código de Ética Médicabrasileiro, o qual passa por atualização no mês deagosto de 2009, contém as normas éticas que devemser seguidas pelos médicos no exercício da profissão.Esse é papel fundamental do médico em sociedadee, também, estruturante e significante de todos osdemais papéis e suas dimensões.

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Cultural:. O médico interage com a cultura da sociedadena execução de cada um de seus atos cotidianos. Écriador e criatura, matéria e produto. Por isso a medicinaé tida também como arte. Nesse intercâmbio de açõesmútuas, do médico com a cultura social e assimreciprocamente, muito se produz de impressões em ume no outro. Igualmente, cabe ao médico conhecer erespeitar a cultura, costumes e crenças de determinadolocal ou região, pois além de obrigação moral e ética,pode-lhe ser instrumento importante de compreensãodo próximo, seu paciente, para melhor acolhê-lo e,assim, exercer cuidado digno e integral, bem comoinstrumento de identificação de determinantes desaúde-doença em dado local e momento histórico.

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• Comunicador: este papel é tão importantequanto todos os demais. É estruturado,principalmente, pelo papel de educador,significado por muitos outros, como o científico,o ecumênico e o social, e significante de tantosoutros como o político, o próprio educador emação complementar e recíproca, o fraterno, ointegrador e o humano. Em verdade, muitas sãoas possibilidades de inter-relações. O sercomunicador para o médico instrumentaliza aprópria prática médica, a qual dependeintegralmente da interação humana paraquaisquer dos atos, da anamnese às orientaçõesque lhe seguirão, por exemplo.

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• Fraterno: outro papel que pode causar estranheza àprimeira vista. Trata-se do comumente relatado pelosvestibulandos e calouros das faculdades de medicina,“ajudar as pessoas”. É princípio universal da práticamédica. Pena, por fenômeno pouco compreendido,entretanto bem conhecido na formação médica, essaidéia se olvidar ou perder forças ao longo dagraduação. A fraternidade é o amor ao próximo.Esqueça o romântico, considere o fraterno! CorroboraPaulo Freire “Ama-se na medida em que se buscacomunicação, integração a partir da comunicação comos demais”, “[...] O amor é uma intercomunicaçãoíntima de duas consciências que se respeitam. [...]”, e,por fim, em conclusão, “[...] Quem não ama nãocompreende o próximo, não o respeita”.

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• Cuidador: Dessa forma, cuidar é alicerce de quaisquer dasações de saúde. O cuidado está presente na promoção, naprevenção, na cura e na reabilitação. Fundamenta-lhes anatureza e o sentido. Justifica-lhes a inter-relação.Transcende-lhes o significado. É significante. É além. Estápresente, constrói-se, traduz-se, expressa-se, manifesta-se,edifica-se, revela-se, num aperto de mão, numa escutaativa e fraterna, num abraço de consolo, numa prescriçãocorreta, num ato cirúrgico preciso, num encaminhamentoadequado, num resgate, numa conversa atenta, noincentivo ao autocuidado, num curativo, no lenitivo dosofrimento de qualquer natureza, no momento diagnóstico,na comunicação de fato grave de forma humana eacolhedora, no alívio da dor de qualquer hora, no confortoem momento de perda irreparável, e, mais ainda, no auxíliocom o convívio cotidiano de doença sem cura, comoqualidade na vida desse ser humano.

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• Já é notória a discussão acerca das características deum bom profissional em qualquer área. Serautenticamente comprometido, compromisso, eescutar ativamente, mais que só ouvir, valorizando asexperiências de vida e interpretando o pensar, o agir eo sentir de acordo com as realidades consideradas, são,enfim, exemplos da senda em direção aos primórdiosdo que é cuidar. Muitos já o fazem instintivamente,pois, inegavelmente, o melhor guia e conselheiro dessavereda é o coração. Também, é notória a assertiva “Omédico trata, a natureza cura”, do original “Medicuscurat, natura sanat”. O contexto já exposto da situaçãoatual de saúde das populações exige desdobramentodessa afirmação “A natureza, por vezes, cura, aoprofissional de saúde cabe, sempre, o cuidar”, e, assim,conclusão humanística “Não há ação de saúde sem ocuidar. Não há cuidado, em saúde, sem amor”. Essedeve ser, portanto, o papel cuidador do médico.

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• Ativador: ser ativador para o médico é procedersempre de forma reflexiva acerca de suas práticas esaberes, reconhecendo limitações e dificuldades,propor questões e perguntas, assumir posturainquisitiva e crítica, e estar sempre em busca doconhecimento para superar desafios . O papel ativadorpara o médico, portanto, é essência fundamental,fomentadora e motriz, principalmente, do ser social,político, cultural e ético. Ou seja, é o agir pró-ativo econsciente.

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• Humano: O médico quando apenas trata, com o gesto, pode atécurar, se possível. Se agrega, na relação com seu paciente, ocuidado como transcendência de sua terapêutica, seu tratamento,vai além do gesto, alcança, outrossim, a cura se factível e,entretanto, torna-se potencial baluarte / bálsamo consolador dasdores do corpo, mente e alma. Além do gesto tecnocientífico há oelemento humano, vivo, edificador de condutas incompatíveis comprotocolos. É energia empática subjetiva a qual permite chegar atéa intimidade do próximo e lhe oferecer abrigo seguro, aliviar-lhe noâmago qualquer sofrimento. O papel humano do médico é esseolhar significante e significativo que permeia os demais papéis e osdignifica. Essa essência basilar da medicina é ricamentedemonstrada na história de São Lucas em “Médico de Homens e deAlmas” (CALDWELL, 2002). A importância desse elemento e atentativa de incluí-lo no cotidiano médico e da saúde como umtodo é evidente nas diretrizes brasileiras dos cursos de medicina, doMinistério da Educação e Cultura, e na iniciativa HumanizaSus doMinistério da Saúde

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• Integrador: o papel integrador é o desafio deintegrar todos os demais papéis de formacoordenada, racional, subjetiva, humana esignificante, promovendo constante reflexãoíntima, previamente e após as ações de saúde,com intento de ser médico integral eintegralizante na sociedade moderna atual, doséculo XXI.

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