Palestra: Panorama Econômico atual: Perspectivas...
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Palestra: Panorama Econômico atual:
Perspectivas 2017-2018
Andrew Frank Storfer
24 Usinas em Operação 5 Usinas em Construção R$ 1,4 Bilhão em
investimentos
5ª maior comercializadora independente do País
Comercializa anualmente energia equivalente ao consumo de mais de 5 milhões de habitantes
Mais de 500 grupos consumidores como clientes
Gestão de 110 hospitais Redução média de custos de
energia acima de 20%
R$ 2,5 bi de
Faturamento
Mais de R$ 1,4 bi de
investimentos em ativos de geração.
Mais de 15 anos no
setor elétrico
24 usinas de
geração em operação
500 clientes consumidores
Escritórios em SP, MG, GO, SC e BA
Uma empresa
FORTE em Energia
Como a economia evoluiu nos últimos tempos ?
Governo FHC
Governo Lula
Governo Dilma
Base
Expansão
Consolidação (X)
Controle da Inflação
Lei Responsabilidade Fiscal
Agencias Reguladoras
Atração de Capital Privado
Pilares Macroeconômicos
Metas de Inflação
Superávit Primário
Câmbio Flutuante
Onda mundial permitiu “surfar”
Inserção mais trabalhadores
Aumento do Crédito
Expansão pelo Consumo
Controle Contas Públicas (X)
Aumento da Competitividade (X)
Forte Aumento Infraestrutura (X)
Expansão pelos Investimentos (X)
Descontrole nos Gastos
Grande Intervenção na Economia
Tendência Estatizante
“Abandono” dos Pilares
Desequilíbrio Macroeconômico
Afastamento do Capital Privado
Porém.... Início do
desequilibrio mais
acentuado das contas
públicas pelo gasto
excessivo 2º mandato...
+
Brasil
Zona do EuroEUA
Inflação oficial (% ao ano)
Contenção artificial por meio de
preços administrados. Exemplos:
Gasolina
Energia Elétrica
Telefonia etc.
e também pelo câmbio
Início de acomodação de preços
livres pela tendência geral
Impossibilidade de continuidade
de forte represamento dos
administrados (há limites)
Grande Influência do desemprego
e influência adicional de fatores
como boa safra e câmbio apreciado
A resistente Inflação de Serviços:
- Inflação de serviços finalmente
cede.
- Serviços em geral são providos
e consumidos localmente (não
podem ser importados).
- Dependem mais de renda e
emprego (oferta e procura):
- Reajustes indexados
sustentaram renda de
muitas categorias mesmo
na crise. Desemprego tem
que atingir altos níveis
para fazer efeito.
Alto e crescente índice de difusão
(período 2012 a 2015 mais elevado que 2008 a 2011)
Desemprego foi o grande fator de ajuste
- Últimos anos (até 2015) complacência com a inflação. Tolerância com o “teto”
(meta+banda). Teto NÃO é meta.
- Se é uma meta, qual é o prazo para ser atingida? É preciso fazer um regime e se
perder 5 kg. Mas em quanto tempo? Em 3 meses ou em 2 anos?
- Inflação caminha rapidamente para a meta
- Possível redução da meta/banda
Taxas de Juros Reais (Junho 2016) Ex-Post Ex-Ante
Classificação País Taxa aa País Taxa aa
1 Brasil 5,0% Brasil 8,0%
2 Indonésia 3,0% Russia 3,0%
3 Russia 2,8% Indonésia 2,4%
4 China 2,4% China 2,3%
5 Polônia 2,3% Polônia 2,1%
6 Cingapura 2,1% Índia 1,5%
7 México 1,7% México 1,3%
8 Malásia 1,4% Filipinas 1,1%
9 Tailândia 1,1% Tailândia 1,0%
10 Hungria 1,1% Cingapura 0,8%
11 Filipinas 1,1% Malásia 0,5%
12 Israel 0,9% Austrália 0,4%
13 Espanha 0,8% África do Sul 0,4%
14 Grécia 0,7% Espanha 0,3%
15 Índia 0,7% Colômbia 0,3%
16 África do Sul 0,7% Taiwan 0,3%
17 Taiwan 0,5% Hungria 0,3%
18 Coreia do Sul 0,5% Coreia do Sul 0,2%
19 Austrália 0,4% Grécia 0,1%
20 Itália 0,4% Itália 0,0%
21 Japão 0,3% Japão -0,1%
22 Holanda 0,0% Suíça -0,3%
23 Reino Unido 0,0% Turquia -0,3%
24 República Tcheca -0,1% Alemanha -0,4%
25 França -0,2% França -0,4%
26 Alemanha -0,3% Holanda -0,4%
27 Suíça -0,4% Chile -0,5%
28 Turquia -0,4% Portugal -0,6%
29 Estados Unidos -0,5% República Tcheca -0,7%
30 Portugal -0,5% Israel -0,7%
31 Áustria -0,6% Canadá -1,1%
32 Chile -0,7% Dinamarca -1,1%
33 Dinamarca -1,0% Áustria -1,2%
34 Canadá -1,0% Suécia -1,4%
35 Colômbia -1,0% Reino Unido -1,5%
36 Suécia -1,5% Bélgica -1,7%
37 Hong Kong -1,8% Hong Kong -1,7%
38 Bélgica -2,1% Estados Unidos -2,0%
39 Argentina -5,5% Argentina -3,5%
40 Venezuela -56,8% Venezuela -68,5%
Média -1,1% Média -1,5%
Taxas de Juros Nominais (Junho 2016)Classificação País Taxa aa
1 Argentina 30,25%
2 Venezuela 21,36%
3 Brasil 14,25%
4 Russia 10,50%
5 Colômbia 7,50%
6 Turquia 7,25%
7 África do Sul 7,00%
8 Índia 6,50%
9 Indonésia 6,50%
10 China 4,35%
11 México 4,25%
12 Chile 3,50%
13 Filipinas 3,00%
14 Malásia 3,00%
15 Austrália 1,75%
16 Polônia 1,50%
17 Tailândia 1,50%
18 Taiwan 1,38%
19 Coreia do Sul 1,25%
20 Hungria 0,90%
21 Hong Kong 0,75%
22 Canadá 0,50%
23 Estados Unidos 0,50%
24 Reino Unido 0,50%
25 Cingapura 0,44%
26 Israel 0,10%
27 República Tcheca 0,05%
28 Alemanha 0,00%
29 Áustria 0,00%
30 Bélgica 0,00%
31 Espanha 0,00%
32 França 0,00%
33 Grécia 0,00%
34 Holanda 0,00%
35 Itália 0,00%
36 Portugal 0,00%
37 Japão -0,10%
38 Suécia -0,50%
39 Dinamarca -0,65%
40 Suíça -0,75%
O resultado primário de 2016 foi um déficit de R$ 155 bilhões.
Mas pagamos de juros R$ 407 bilhões!
Juros pagos pelo setor publico representaram em 2015 cerca de
8,4 % do PIB. Em 2016 cerca de 6,5 %. Mais que o dobro de
gastos com saúde, educação e investimentos diretos.
O valor de juros pagos em 2016 pelo Governo seria suficiente
para:
Construir 380 mil escolas ou
Construir 500 aeroportos ou
Construir 250 mil kM de estradas ou
Construir 6 milhões de casas populares
Selic elevada é resultado do desajuste das contas públicas e
também do perfil da dívida (alongado ou curto).
Em 2015 a carteira compromissada era de R$ 1,1 trilhão (19,9%
do PIB) sendo R$ 849,8 bilhões (15,1% do PIB) operações com
prazo médio de 27 dias.
Brasil
Zona do EuroEUA
Taxa básica de juros (% ao ano)
Taxas Soberanas Pré-fixadas para 10 anos (% ao ano)
Brasil
Juros de equilíbrio (ou juro neutro):
• Afetado pelos fatores citados
• Nas condições atuais é possível ser entre 4,0 – 4,5 % aa para
o próximo biênio
• Com a previsão atual da inflação para este ano em torno de
4,0% (abaixo da meta atual de 4,5% aa) é possível Selic ex-
ante ser no final do ano algo como 8,0 – 8,5% aa, com
tendência de baixa.
• O desafio é baixar o spread bancário (a diferença entre a Selic
– custo de captação – e o juro praticado na ponta para
empresas e consumidores) que no Brasil é dos mais altos do
mundo.
Previsão 2017: rombo de R$ 139 bilhões.
Previsão 2018: rombo de R$ 79 bilhões aumentado para R$ 129 bilhões.
Resultado de 2017 depende de R$ 60 bilhões de receitas excepcionais
(20bi concessões e vendas de ativos, 17bi leilões energia, 13bi
repatriações, 10bi regularização tributária)
ERAM
REVISADAS PARA
GOVERNO CENTRAL ESTATAIS FEDERAIS ESTADOS E MUNICÍPIOSSETOR PÚBLICO CONSOLIDADO
METAS(R$ BILHÕES)
Desequilíbrio do INSS (em bilhões):
2015: R$ 86
2016: R$ 150
2017: R$ 185
Os gastos com previdência, sem reforma, evoluem de 40% do gasto primário do
Governo Central em 2016 para 50% em 2020 e 65% em 2025, comprometendo
teto de gastos
O PROBLEMA NOS ESTADOS É AINDA MAIOR
• 55% do Orçamento Público Federal vai para pagamento de aposentadorias e pensões, lembrando que o Brasil tem menos de 10% de sua população como idosos
• 8,5% do Orçamento vai para educação, lembrando que 30% da população tem menos de 15 anos
• 9,5% vai para saúde
• A perspectiva do envelhecimento médio da população é bastante real:
• A população urbana entre 1950 e 2015 foi multiplicada por 9,5 vezes (mais que China e India)
• O crescimento populacional médio anual foi de 3% entre 1950 e 1980 para 0,8% atualmente e com projeção de0,4% para a próxima década
• A expectativa de vida aumentou quase 30% neste período
• Em meados de 1996 USD 1 = R$ 1
Uma análise parcial é a simples correção pelas inflações: a taxa de cambio seria hoje cerca de
1 USD = R$ 3,20. Porém, a análise efetiva deve ser realizada avaliando-se a cesta de moedas
ponderada pela corrente de comércio (termos de troca): hoje cerca de 1 USD = R$ 3,50
• Porém:
• Apesar da reversão da entrada de capitais para saída no que tange ao
portfolio de renda fixa em 2015-2016, o desmonte das posições de hedge
cambial face a uma percepção de risco menor com o novo governo a
partir de 2016 compensou largamente as saídas e provocou uma baixa
no câmbio
• O CDS (de certa forma um medidor do grau de risco) se situa em uma
posição estável e com certo conforto
• O resultado da balança comercial é bastante positivo (para 2017 de mais
de USD 52 bilhões)
• O resultado da conta corrente apesar de negativo é relativamente
moderado (para 2017 cerca de USD 25 bilhões) e é amplamente financiado
pelo Investimento Estrangeiro Direto (para 2017 cerca de USD 75 bilhões)
Com este quadro, a tendência do câmbio é de se manter no patamar atual por
pelo menos 12 meses. Até com uma pequena probabilidade de se apreciar
um pouquinho mais (tendência de hoje). A não ocorrência (ou adiamento, ou
reforma insuficiente) da reforma da previdência pode representar um fator
de turbulência para o câmbio com leve depreciação.
• Condições de crédito extremamente ruins
• Muitas empresas não geram caixa suficiente nem para pagar os juros
• Inadimplência em alta, com 12% do crédito total para empresas tendo sido renegociado.
• Renda e emprego em baixa, atividade econômica recessiva, riscos em alta: bancos recuam
fortemente na liberação de crédito
• BNDES com forte redução de recursos, limita empréstimos reduzindo ainda mais a atividade
econômica
• Crédito para empresas estão 45% abaixo do pico de crédito de 2008
• Spread bancário é enorme, garantias exigidas também. Resultado: poucas novas liberações
• Porém, alguns fatores empurram para mudanças:
• Selic em franca queda reduzindo resultados com títulos públicos
• Bancos com dificuldades para fazer ativos e carteiras de crédito antigas terminando
• Melhorias do quadro geral com sinalização de futuro mais positivo e com menor risco
Com isto, provável início de afrouxamento das restrições de crédito no último trimestre de
2017
• 2017 ainda não é o ano de crescimento. Apenas estanca a queda. PIB nominal de
2017 deve ser quase igual ao de 2016 (crescimento entre 0,5% e zero)
• 2018 PIB pode crescer entre 2% e 3%
• Dependendo das reformas pode se manter nesta faixa por algum tempo mais
longo evitando o “vôo de galinha”.
Milhões
% ativo /
fora
% ocupado /
desempregado
Em idade de trabalhar 166
Na ativa 102 61,4
Ocupada 89 87,1
Desempregada 13 12,7
Fora da força de trabalho 64 38,6
População
Milhões
%
Ocupada
% com / sem
carteira
Ocupada 89
Setor Privado 44 49,9
com carteira 34 77,0
sem carteira 10 23,0
Trabalhador Doméstico 6 6,9
Empregador 4 4,4
Trabalhador conta própria 24 27,3
Setor Público 11 12,8
População
• Brasil participa apenas em cerca de 1,3% do comércio mundial
• Saldo da balança comercial aumentou muito mais pela queda das importações
Sujeito às condições internas (juros
reais, câmbio, macroeconomia), às
condições mundiais (especialmente
EUA) e ao rating do Brasil (grau de
investimento)
• Governo Federal investe menos que 1,5% do PIB. Governo desejava mudar o
papel de indutor dos grandes investimentos para o de investidor direto.
• A FBCF é muito abaixo do necessário para um país como o Brasil. No Brasil a
poupança é baixa e portanto a capacidade de investimento é baixa. O investimento
depende do lucro das empresas. Como ele caiu, caíram os investimentos.
• SE VIVENCIA GRANDE DISTANCIAMENTO ENTRE PODER, ECONOMIA E SOCIEDADE
• A CRISE É ECONÔMICA, POLÍTICA E INSTITUCIONAL, MAS A ORIGEM É ECONÔMICA
• O PAÍS ESTÁ EM PROCESSO DE REEQUACIONAMENTO DAS VISÕES IDEOLÓGICAS
• A CRISE SERÁ SEVERA E PROLONGADA E DEVERÁ DEIXAR CICATRIZES
• EMPREGO NÃO RETORNARÁ DA MESMA FORMA QUE ERA. A REDUÇÃO DA
NECESSIDADE DE MÃO DE OBRA É UMA TENDÊNCIA MUNDIAL E VEM OCORRENDO
DE FORMA ACELERADA. ESTE FENÔMENO SE ACENTUA EM CENÁRIOS PÓS-CRISE.
• PONTOS POSITIVOS:
• BRASIL É O MAIS OCIDENTAL DOS BRIC, TEM GRANDE MERCADO
CONSUMIDOR, ALTA NECESSIDADE DE ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS PARA
INFRAESTRUTURA,
• ESTÁ SE VOLTANDO PARA REFORÇAR O CAMINHO DE ECONOMIA DE
MERCADO,
• ESTÁ SE DEPURANDO NA POLÍTICA E POSSUI DEMOCRACIA CONSOLIDADA.
• GOVERNO COLOCOU NA PAUTA AS ESQUECIDAS REFORMAS E AJUSTES
ESTRUTURAIS DO PAÍS
PONTOS DE ATENÇÃO
• O AJUSTE PELO AUMENTO DA CARGA TRIBUTÁRIA É DANOSO E
COMPROMETE O FUTURO, DRENANDO MAIS RECURSOS DE UMA
SOCIEDADE QUE JÁ ENFRENTA QUEDA DE PIB, RENDA E EMPREGO, COM
BAIXÍSSIMO INVESTIMENTO, E TRANSFERE RECURSOS A UM ESTADO
TOTALMENTE INEFICIENTE
• O AJUSTE PASSA PELA REDUÇÃO DO ESTADO E MELHORIA DE SUA
EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE. VALE PARA GOVERNO FEDERAL, ESTADOS
E MUNICÍPIOS, E TAMBÉM ESTATAIS
• A RETOMADA DE CRESCIMENTO PELOS INVESTIMENTOS DEPENDERÁ:
• DA DEFINIÇÃO DA VISÃO SOBRE O CAPITAL PRIVADO POR PARTE DO
GOVERNO
• DA SERIEDADEDE AJUSTES MACROECONÔMICOS, PRINCIPALMENTE
DAS CONTAS PÚBLICAS
• DA AGENDA DE REFORMAS: PREVIDÊNCIA, TRIBUTÁRIA, TRABALHISTA
• DA AGENDA MICROECONÔMICA, PRINCIPALMENTE NA MELHORIA
(ACENTUADA) DO AMBIENTE DE NEGÓCIOS
PONTOS DE ATENÇÃO