Palestra mauá instituto geológico
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Prevenção de
Desastres Naturais
Seminário Regional de Defesa Civil REDEC-I/3
São José dos Campos, 11 e 12/maio/2011
Lídia Keiko TominagaNúcleo de Geologia de Engenharia e AmbientalInstituto Geológico – SMA/SP
Ocorrências recentes
Terminologias e Conceitos
Perigos do Estado de São Paulo
Componentes da Gestão de Risco
Gerenciamento de Risco
Mapeamento de Risco
Planos Preventivos de Defesa Civil
2008 - Santa Catarina
Angra dos Reis/Ilha Grande - 2010
Niterói, RJ - 2010
RedeRecord
SLParaitinga, jan/2010
Branquinha / Rio Largo, Alagoas, jun/2010
União dos Palmares, Alagoas, jun/2010
Região Serrana, RJ - 2011
Terremoto/Tsunami, Japan 2011
Tsunami, Iwanuma, 2011
IN – inundação
ES – escorregamento
TE – tempestade
SE – seca
TX – temperatura extrema
IF – incêndio florestal
VU – vulcanismo
TR – terremoto
RE - ressaca
Tipos de desastres mais
frequentes no Mundo:
1º - Inundações (35%)
2º - Tempestades (31%)
Desastres Naturais no Mundo
Fonte: (EM-DAT 2007 - Emergency Events Database , período 1900-2006)
Crescimento mundial em nº ocorrências dedesastres naturais 1975 a 2008Fonte: EM-DAT, 2009
Desastres Naturais no BrasilFonte: (EM-DAT 2007 - Emergency Events Database**) **Computados somente os desastres considerados de grande
severidade – levando os Estados e países a buscarem auxílio externo.
IN – inundação
ES – escorregamento
TE – tempestade
SE – seca
TX – temperatura extrema
IF – incêndio florestal
TR – terremoto
período 1900-2006:•150 registros• 8.183 vítimas fatais• prejuízos de US$ 10 bilhões
59%
14%
Desastres documentados pela Defesa Civil Estadual:
-Decretados Situação de Emergência e Estado de Calamidade Pública pelos municípios afetados. O número de desastres
torna-se bem mais elevado.
nº ocorrências desast. nat. no Brasil1950 a 2009 (1º tri) Fonte: EM-DAT,2009
Desastres e Acidentes Históricos
Monte Serrat, Santos, 1928Fotos: Poliantéia Santista, 1996, Ed. Caudex, S. Vicente/SP
Desastres e Acidentes Históricos
Fotos: Arquivo Agência Estado - AE
Caraguatatuba 1967
Fonte: Saulo Gil – Imprensa Livre
- chuvas contínuas - 900 mm total mensal
- 535 mm de total deflagrador.
- 760 escorregamentos.
- 400 casas desapareceram;
- 120 mortes *;
Do fenômeno à catástrofe
Evento
Acidente
Desastre
Fenômeno importante sem perdas sociais
Evento que resulta em ferimentos, perdas, danos
Acidente que causa grandes perdas ou danos
Catástrofe, calamidade, cataclismo, tragédia
Incrementonos danos
➲ Critérios para reconhecimento de desastres
10 ou mais óbitos;
100 ou mais pessoas
afetadas;
Estado de emergência ou
calamidade pública;
Chamado para assistência
internacional.
http://www.em-dat.net/
http://www.unisdr.org/disaster-
statistics/introduction.htm
I – Desastre de pequeno
porte ou acidente: < 5% do
PIB
II – Desastre de médio
porte: 5 -10% do PIB
III – Desastre de grande
porte: 10 – 30% do PIB
IV – Desastre de muito
grande Porte: > 30%
Fonte: CODAR
(Escorregamento)
(Área urbana)
(Encosta natural)
Sistema Social(vulnerabilidade)
Eventonatural
Evento
Perigo
Ambiente Natural
Desastre
(Encostasocupadas)
Distribuição de terremotos (pontos amarelos)e vulcões (pontos vermelhos)
Tectônica de Placas
20 janeiro 2010: 300 mil mortos
27 fevereiro 2010: 800 mortos
04 setembro 2010: zero mortes 11 março 2011: 10 mil mortes
Distribuição Espacial dos Fenômenos
Naturais no Estado de São Paulo
Cunha, jan/2010
Escorregamentos/Deslizamentos
S. Bernardo, jan/2005
Mauá, jan/2011
23 janeiro – 02 fevereiro 2010
Escorregamentos ou Deslizamentos NI.GDZ 13.301
12 abril 2011
Quedas, Tombamentos e/ou Rolamentos de Matacões e/ou Rochas NI.GQT 13.304
23 janeiro – 02 fevereiro 2010
Subsidência do Solo NI.GSS 13.307
fevereiro 2010
Erosão Linear, Sulcos, Ravinas e Voçorocas NI.GEV 13.306
Inundação e enchente
Erosão/Vossoroca
Colapso/subsidência
Função de eventos naturais perigosos e do elemento em risco (vulnerabilidade/danos e prejuízos)
Elementos Fundamentais do Risco
Zona de perigo
Zona dos elementos sócio-econômico
Zona de risco
Perigo
Vulnerabilidade
Dano
R = P x V x DRisco
é a possibilidade de se ter
consequências
prejudiciais ou danosas
em função de perigos
naturais ou induzidos pelo
homem
Risco = perigo calculável
O risco é um perigo calculável, pois um processo potencialmente perigoso torna-se um risco para a população afetada a partir do momento em que sua ocorrência passa a ser previsível, seja por emitir sinais prévios ou pela repetição, permitindo estabelecer uma frequência. (Veyret, 2007)
Perigo = Probabilidade de Ocorrência de um fenômenopotencialmente danoso.
É estimada a partir da identificação e análise de feições ecaracterísticas do terreno indicadoras de maior ou menorgrau de suscetibilidade, combinadas a observações sobreas formas de uso e ocupação do terreno.
R = P x V x D
Perigo - fenômeno,
substância, atividade
humana ou condição
que pode causar
perda de vidas,
ferimentos ou outros
danos a bens e
serviços, sistemas
econômicos, etc
Condição resultante de fatores físicos, sociais, econômicos
e ambientais, as quais determinam a suscetibilidade de uma
comunidade (ou elemento em risco) ao impacto dos perigos
VulnerabilidadeR = P x V x D
Dano PotencialR = P x V x D
Os Desastres Naturais podem ser evitados ?
Embora a maior parte dos perigos naturais seja inevitável, os desastres não o são.
A investigação dos perigos que ocorreram no passado e o monitoramento da situação do presente possibilitam entender e prever a ocorrência de futuros perigos, permitindo que uma comunidade ou o poder público possa minimizar o risco de um desastre.
(UN-ISDR, 2004)
Gestão de Desastres Naturais
Evitar o aparecimento de áreas de risco
Gerenciar as áreas de risco já existentes
Políticas de Prevenção e Mitigação de riscos
GESTÃO DE RISCO
PLANEJAMENTO
POLÍTICA
GERENCIAMENTO
Gestão de Risco
Gerenciamento do Risco
PPDC
Monitoramento
Intervenção Mitigação
Planejamento Territorial
Regional
(ZEE)
Municipal
(Plano Diretor)Cartas Geotécnicas/GeoambientaisMapeamento da Suscetibilidade/ Perigos
Mapeamento de Risco
Mapeamento 1:50.000
Escala de Planejamento
Carta de Risco
Regional 1:50.000
Planejamento Territorial (ZEE,
Planos Diretores)
Escala com maior disponibilidade
de dados
Define “Áreas de Risco” para
cartografia de detalhe 1:3.000
Cadastro de
Eventos
Abordagem
Fisiográfica
Uniformiza espacialmente a
interpretação de diferentes
atributos
Facilita processamento de dados:
um plano de informação e uma
tabela
Importância do mapeamento 1:50.000
Compartimentação fisiográfica
20km
Etapa 2 Uso e Cobertura da Terra
20km
Etapa 6 Produtos
Carta de Perigo a Escorregamentos
20km
Produtos
20km
Carta de Perigo a Inundação
Mapa de suscetibilidade a
escorregamentos 1:10.000
(Ubatuba)
Mapa de perigo
(Ubatuba)
Mapa de risco – escala de planejamento 1:10.000
Mapeamento de risco – escala de gerenciamento
Identificação dos processos geológico-geotécnicos presentes ou potenciais na
área
Inventário de eventos
Investigação de campo
Caracterização geológico-geotécnica e da vulnerabilidade
das áreas de risco
SETORES DE RISCOCaracterização e Registro em fichas
padronizadasDelimitação em mapa/imagens/fotos de
sobrevooQualificação do risco (grau de risco)
Estimativa das conseqüências com levantamento de moradias ameaçadas
Recomendações de medidas de intervenção
Mapeamento de
Áreas de Risco
Não se observam evidências de instabilidade.
Não há indícios de desenvolvimento de processo de
instabilização.
Mantidas as condições existentes, não se espera a
ocorrência de eventos destrutivos no período de um ano.
R1
Risco
Baixo
Observa-se a presença de algumas evidências de
instabilidade, porém incipientes.
Processo de instabilização em estágio inicial de
desenvolvimento.
Mantidas as condições existentes, é reduzida a
possibilidade de ocorrência de eventos destrutivos
durante episódios de chuvas intensas e prolongadas no
período de um ano.
R2
Risco
Médio
Observa-se a presença de significativas evidências de
instabilidade (trincas no solo, degraus de abatimento em
taludes, etc.).
Processos de instabilização em desenvolvimento.
Mantidas as condições existentes, é possível a
ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de
chuvas intensas e prolongadas no período de um ano.
R3
Risco
Alto
As evidências de instabilidade (trincas no solo, degraus de
abatimento, rachaduras, cicatrizes de escorregamentos, etc.)
são expressivas e estão presentes em grande número e/ou
magnitude.
Processo de instabilização em adiantado estágio de
desenvolvimento.
Mantidas as condições existentes, é muito provável a
ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de
chuvas intensas e prolongadas no período de um ano.
R4
Risco
Muito
Alto
R3 R4
Exemplo de mapa de risco – escala de gerenciamento - Diadema
GIS interface
R1
R2
R3
R4
Exemplo de mapa de risco – escala de gerenciamento – S. L. Paraitinga
Exemplo de mapa de risco – escala de gerenciamento
SETOR 2 (R2)
SETOR 4 (R1)
Municípios com Mapeamento de Risco
no Estado de São Paulo
Mapeamento de risco – escala de gerenciamento: aplicações
- Gestão das áreas de risco;
- Plano municipal de redução de risco (PMRR);
- Planos preventivos de defesa civil;
- Identificação de áreas críticas para intervenções;
- Monitoramento das áreas de risco.
Plano Municipal de Defesa Civil
Gestão de Desastres NaturaisGerenciar as áreas de risco já existentes
GerenciamentoAntes do desastre Durante o desastre Depois do desastre
Prevenção: objetiva
evitar que ocorra o evento.
Resposta ao desastre:
são aquelas que se
desenvolvem no período de
emergência ou
imediatamente após de
ocorrido o evento.
Envolvem ações de
evacuação, busca e
resgate, de assistência e
alívio à população
afetada e ações que se
realizam durante o período
em que a comunidade se
encontra desorganizada e
os serviços básicos de
infra-estrutura não
funcionam.
Reabilitação: período
de transição que se inicia
ao final da emergência e
no qual se restabelecem
os serviços vitais
indispensáveis e os
sistemas de
abastecimento da
comunidade afetada.
Mitigação: pretende
minimizar o impacto do
mesmo, reconhecendo que
muitas vezes não é possível
evitar sua ocorrência.
Preparação: estrutura a
resposta
Reconstrução:caracteriza-se pelos
esforços para reparar a
infra-estrutura danificada e
restaurar o sistema de
produção, revitalizar a
economia, buscando
alcançar ou superar o nível
de desenvolvimento prévio
ao desastre.
Alerta: corresponde à
notificação formal de um
perigo iminente.
GERENCIAMENTO DO RISCO(Prevenção, Mitigação, Redução)
MEDIDAS ESTRUTURAIS
MEDIDAS NÃO ESTRUTURAIS
Medidas de Prevenção
Bananal,fev 2009
Mauá, 11 jan 2011
Planos PreventivosPPDC
Planos de Contingência
Implantado em 1989, a partir da ocorrência de acidentes generalizados com mortes na região da Serra do Mar no Verão de 1987-88 e elaboração do Relatório “Instabilidades da Serra do Mar - Situações de Risco” (1988).
O que é?
O PPDC
Instrumento de convivência na prevenção
de acidentes naturais e/ou induzidos pela
ocupação humana, visando a proteção da
vida e a diminuição dos prejuízos sócio-
econômicos.
Prever a ocorrência de eventos perigosos,
naturais e ou induzidos, e minimizar ou
evitar acidentes
PPDC - Bases Técnicas
ACUMULADO DE CHUVAS DE 3 DIAS
100 mm para REGIÃO DO ABCD
ÍNDICES PLUVIOMÉTRICOS
PREVISÃO METEOROLÓGICA
Chuvas de longa duração
VISTORIAS DE CAMPO
nas áreas de risco
OBSERVAÇÃOAcompanhamento dos índices
pluviométricos e meteorologia
ATENÇÃO Vistorias de campo
ALERTARemoção em áreas de risco iminente
observadas pela vistoria – Vistoria do IG
ALERTA MÁXIMO Remoção em todas as áreas de risco
NÍVEIS DO PPDC E AÇÕES PRINCIPAIS CORRESPONDENTES:
PLANO PREVENTIVO DE DEFESA CIVIL - PPDC
Planos Preventivos e de Contingência no Estado de São Paulo
(114 municípios)
Região Municípios
Serra do Mar 8
Vale do Paraíba 16
Campinas 24
Sorocaba 11
RMSP- ABC, Guar.
Osasco39
Vale do Ribeira 16
Total 114
OPERAÇÃO VERÃO - CEDEC 2009-2010
158 Municípios afetados no Estado de São Paulo,
78 mortes ( 44 por escorregamentos),
59 feridos,
34.051 pessoas afetadas
49 municípios em Situação de Emergência
12 municípios decretaram Estado de Calamidade Pública
0
100
200
300
400
Nº OCORRÊNCIAS
Operação Verão 2010-2011
29 Atendimentos23 Municípios76 Áreas vistoriadas
0
500
1000
1500
2000
2500
Nº pessoas removidas Nº moradias
interditadas temporariamente
Nº moradias interditadas
definitivamente
Nº mortes
2449
241 385
15
Dados das áreas vistoriadas pelo IG
IG
Fundamentos na Gestão de Risco
Evitar surgimento de novas áreas de risco – Planejamento (ZEE, Plano Diretor) Cartas Geotécnicas/Geoambientais
Mapeamento da Suscetibilidade/Perigos
Reduzir, mitigar o risco – implantação de
infraestrutura, urbanização, obras de
estabilização, realocação.
Informação e Capacitação (não estrutural)
Gerenciamento do Risco já existente –monitoramento, Sistemas de Alerta, PPDC, Ações de
Defesa Civil
PERSPECTIVAS: Programa Estadual de Gestão de Desastres Naturais e de Redução de Riscos Geológicos (em formulação)
AÇÃO 2-
Implantar Plano
de Mapeamento
de áreas de risco
do Estado
- Meta: mais 125
municípios
mapeados até
2015.
- Hierarquização para mapeamento de risco baseada na suscetibilidade a ocorrência de
perigos, na freqüência de atendimentos emergenciais e no nº de pessoas afetadas em
acidentes registrados nos PPDCs/PCs no período de 2000-2010, priorizando os municípios que
já tem PPDC/PC
- Ação em andamento (2010 e 2011) - mapeamento de áreas de risco (escala de detalhe:
1:3.000) em 9 municípios das regiões do Vale do Paraíba do Sul e da região de S.J.R. Preto.
- Ação a ser negociada (2010) – o próprio Plano, as parcerias, os recursos
- Prioridade 1 (2011) – mapeamento de áreas de risco em 31 municípios com PPDC/PC.
- Prioridade 2 (2012) – mapeamento de áreas de risco em 33 municípios com PPDC/PC.
- Prioridade 3 (2013) - mapeamento de áreas de risco em 28 municípios sem PPDC/PC e com
suscetibilidade a processos de escorregamentos e inundação.
- Prioridade 4 (2014) - mapeamento de áreas de risco em 24 municípios sem PPDC e com
suscetibilidade a processos de escorregamentos e inundação.
- Prioridade 5 (2015 a 2018) – rehierarquização para o mapeamento de áreas de risco nos 455
municípios sem PPDC do interior do Estado.
... viver é muito perigoso.Guimarães Rosa
Obrigada pela paciência e atenção!!
[email protected]://www.igeologico.sp.gov.br