Palestra "cuidados paliativos"
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Health & Medicine
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ESCOLA SECUNDÁRIA JOSÉ LOUREIRO BOTAS Vieira de Leiria
Maio 2010
Ana RochaElsa GonçalvesMarina Pereira
Área de projecto 12.º Ano
4. ACHA IMPORTANTE O DESENVOLVIMENTO E O INVESTIMENTO NA ÁREA?
2. CONHECE ALGUMA UNIDADE DE CUIDADOS PALIATIVOS?
1. JÁ OUVIU FALAR EM CUIDADOS PALIATIVOS?
3. CONHECE ALGUÉM QUE TENHA RECEBIDO ESTES CUIDADOS?
5. ACHA QUE OS CUIDADOS PALIATIVOS PODEM SER UMA ALTERNATIVA À EUTANÁSIA?
53%
47%
Já ouviu falar dos Cuidados Paliativos?
Sim Não
36%
64%
Conhece alguma Unidade de Cuidados Paliativos?
Sim Não
23%
77%
Conhece alguém que já tenha recebido estes cuidados?
Sim Não
100%
Acha importante o desenvolvimento e o investimento nesta área?
Sim
71%
21%
8%
Acha que os Cuidados Paliativos poderão ser uma alternativa à Eutanásia?
Sim Não Não Sabe / Não Responde
10% Morte Súbita
90%Doença Crónica e Prolongada
“Nascer é desde logo morrer um pouco… Morrer é desde sempre a
única certeza de todo o homem.”
(Chantal, 2000)
Querem abrir?
Má notícia sobre a sua saúde!
São uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida dos doentes que
enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável com prognóstico
limitado, e/ ou doença grave (que ameaça a vida), e suas famílias, através da
prevenção e alívio do sofrimento com recurso à identificação
precoce, avaliação adequada e tratamento rigoroso dos problemas não só
físicos, como a dor, mas também dos psicossociais e espirituais.”
OMS (2002)
Afirmam a vida e encaram a morte como um processo natural
Aceitam os valores próprios e prioridades do doente
Não antecipam nem atrasam a morte
Centram-se no bem-estar do doente, ajudando-o a viver tão
intensamente quanto possível até ao fim
Respeitam o direito do doente escolher o local onde deseja viver e ser acompanhado
no final da vida
Só são prestada quando o doente e a família aceitam
Abordam o sofrimento físico, psicológico, social e espiritual do
doente
Baseiam-se no acompanhamento, na humanidade, na compaixão, na
disponibilidade e no rigor cientifico
Controlo de sintomas
Equipa multidisciplinar
Comunicação Apoio à família
Os cuidados Paliativos são prestados por
equipas multidisciplinares
com formação específica na área.
A enfermidade hoje.....
“Quem não vê a urgência desta reflexão? A doença foi desde sempre o
espinho no lado da humanidade. Continua também a sê-lo no nosso
tempo. O homem cresce na conquista do espaço, mas não consegue
dominar-se a si mesmo. (...) Perante a doença, quando esta é grave e
incurável, o homem contemporâneo sente-se mais frágil que no
passado. Por outro lado, em virtude da fragmentação do tecido
comunitário, numa sociedade em que se corre cada vez mais e se tem
cada vez menos tempo para os outros, o doente encontra-se muitas
vezes isolado afectivamente. E a solidão é decerto mais triste em quem
padece de forte sofrimento físico, e por extrema desgraça, perde
também o dom e o conforto da espiritualidade (fé).
Papa João Paulo II ( Dia Mundial do Doente, 2004)
Recebem a notícia de que estão muito doentes e
no tempo de arder um fósforo encontrem prioridades
para a vossa vida?
Ficaram gélidos com a notícia
ou
Complicaram os desejos!
Caminho feito em
conjunto
CUIDADOS PALIATIVOS
A morte não se
esconde por detrás
de máscaras
profissionais
Família : interveniente no
cuidar e no processo da morte
e “objecto” a cuidar no luto
Reunião entre ciência e
o humanismo
“Ajudar o outro a
ajudar-se”
Reorienta-se o
sentido da própria
vida
Valoriza-se o essencial
à vida:
afectos, relações
, pessoas…
Durante o período nocturno equando for desejo do doente ou
familiar, será permitida apresença de um acompanhante
Cuidar integral e
multidisciplinar
Unidades/domicílios com condições
físicas específicas e adequadas à
privacidade com a família.
Relação com a família/ resposta
às suas necessidades
Dar de si
Afectos
Cumplicidade, apoio, alív
io e partilha com o doente
Sentido para a Vida
Dignidade na morte
Obstinação terapêutica
UMA EQUIPA = UMA MISSÃO
“Diversas áreas a trabalhar, em uníssono, pela
qualidade da vida, até ao fim, é algo que se
deve elogiar, num mundo onde até as ciências
parecem estar de costas viradas”
Marie de Henneze “Nós não nos despedimos”
EQUIPA MULTIDISCIPLINAR
“...é antes de mais, acolher o outro... Ousar a
comunicação, numa abertura feita de tolerância, de
calor humano, de autenticidade” WARSON, 1998.
ACOMPANHAR
“ É percorrer uma parte do caminho ao lado de alguém
até um destino cuja natureza desconhecemos. Não se
trata de lhe propormos percorrer o caminho no seu
lugar” ( RAVEZ; 1998) , mas sim de o auxiliar na sua
caminhada.
Confronto de
emoções, exposição a
diversos tipos de
sofrimento para todos
os intervenientes
A solidão e a perda necessitam
ser trabalhadas
(Dimensão psíquica)
AMPLO ESPECTRO DE
INTERVENÇÃO
(Dimensão espiritual)
“Às vezes a tarefa do artista é
descobrir quanta música ainda
pode tocar com aquilo que lhe
resta” Itzhak Perlman, 1995
Doente e família são alvo do
cuidar
(Dimensão física e social)
CUIDADOS
PALIATIVOS
Cuidados dirigidos ao doente e família
Cuidados na vida rumo a uma BOA MORTE.
Trabalhar :
as perdas,
a limitação,
a dignidade da vida,
as conquistas possíveis
A esperança realista
A dignidade
a reconciliação.
Suporte Físico
Suporte Psicológico:› Aceitação da condição de doente
› Aceitação da terminalidade
› Problemas psicológicos
› Medos
› Atitude perante a morte, etc.
Suporte Espiritual:› Abordagem do “…sofrimento íntimo nascido da ausência de sentido”…
› “…a espiritualidade existe além de qualquer religião, que ela é acima de tudo algo que tem a ver com a essência do homem.”
Acompanhamento:› “…podendo ser, apenas, estar com…”
Conforto e acompanhamento em Paliativos
Controlo de sintomas
Comunicação com o doente
Trabalho equipa multidisciplinar
Apoio à família
Será que os doentes se sentem bem
estando nestes cuidados?
• Medo
• Revolta
• Raiva
•Perda de rumo
• Desesperança
• Apoio
• Carinho
• Orientação
• Segurança
•Alivio
• Aceitação
Tarefa Essencial dos Cuidados
Paliativos
Ajudar os doentes e suas
famílias a fazer a transição
de ser vítimas passivas a
pessoas com decisão e poder;
E quando a morte se
aproximar
irreversivelmente, parar de lutar
contra ela e procurar a paz!
Não é a gravidade objectiva de uma
doença, de uma perda ou de um
acontecimento que ocasiona o
sofrimento, mas a significação que a pessoa
atribui à experiência.
Béfecadu cit in Gameiro, 1999
“ O sentimento que cada um pode ter da sua
dignidade depende também do olhar do outro. É
no olhar do outro que vejo se ainda inspiro amor, é
na maneira como me falam, como cuidam de
mim, que sinto se ainda faço parte do mundo dos
vivos”Marie de Hennezel
“Morrer não é algo que se deixe a alguém fazer
sózinho, precisa de acompanhamento”.
•Faz parte integrante dos cuidados palitaivos.
•90% dos doentes morrem doença crónica e prolongada.
•As famílias vivem situações de grande stress
•As famílias não estão preparadas para cuidar dos seus
entes queridos
•Maioria prefere a morrte em casa, embora não aconteça.
•Família prefere cuidar em casa, se tiver apoio adequado.
Morte acompanhada
Alívio do desconforto
Apoio espiritual/ moralização
Envolvimento da família
Acompanhamento nas perdas e
preparação para o luto
Prevenir o luto patológico
Comunicação franca
Morte = etapa do ciclo vital
Redefinição de objectivos
Doente terminal
Morte solitária
Encarniçamento terapêutico
Descrença/desilusão
Visitas reduzidas e fixas
Despersonalização da morte
Luto – processo
desacompanhado
Fuga à verdade clínica
Morte = fracasso
Evita-se falar na morte
/terminus da vida
Doença terminal
MORTE
INSTITUCIONALIZADA
Morte humanizada
Morte medicalizada
Conheci a dor da separação, a impotência perante osprogressos da doença. Momentos de revolta face aosofrimento e à degradação física daqueles que assistia,momentos de esgotamento...
..., mesmo assim, tenho a sensação de me ter enriquecido. Deter conhecido momentos de densidade humanaincomparável, de uma profundidade que não trocaria;momentos de alegria e doçura, por incrível que isso pareça.E, alegro-me pois, sei que não fui a única a tê-los vivido ...
Marie Hennezel, 1999
“Você é importante porque você é único. Você será
importante para nós até o último dia de sua vida, e
nós faremos tudo o que pudermos, não apenas para
que você morra em paz, mas para que você viva até
o momento de sua morte”.CECILY SAUNDERS
“O que acrescentaste tu ao mundo?
Pede-se que deixes este lugar mais belo que o
encontraste quando chegaste”
Yvan Amar´cit in Marie de Hennezel “Morrer de olhos abertos”, 2006
Não podemos impedir a angústia do outro, mas
podemos contê-la e transmitir o sentimento de
que, apesar de tudo, somos um sustentáculo.Marie de Hennezel
Que importância existe ao tratar doentes mais vulneráveis e os
que estão no final da sua vida?
Porque é que as pessoas recorrem às unidades de cuidados
paliativos?
Que vantagens oferecem os cuidados paliativos?
De que maneira estes cuidados proporcionam aos doentes
uma melhor qualidade de vida.
Quais as normas regulamentadas nestas unidades?
Enfª Ana Rocha CROC S.A
"Reflectindo sobre a morte" 67
“Se eu acreditasse em anjos, concerteza,
vestiriam batas brancas, possuíam asas invisíveis,
tinham olhos doces e vagueavam por este
corredor de
caminhos condenados …
(Delgado, Familiar de um doente em fase terminal, 2003)
“Sou uma estudante de enfermagem, e
estou a MORRER…
Escrevo esta carta com vontade de
partilhar o que sinto a todos
aqueles que se preparam para ser
enfermeiros, para que um dia
estejam mais capacitados para
ajudar os moribundos...
Resta-me
um ano e
meio de
vida, um ano
talvez, mas
ninguém
quer falar
disso
comigo…
Encontro-me
diante de um
muro sólido e
abandonado,
sendo isto
tudo o que
me resta…
As pessoas simplesmente não vêem o doente
moribundo como pessoa, e por isso não
conseguem comunicar comigo…
Sou o símbolo do vosso medo, seja ele qual
for, e que um dia terão que o enfrentar…
Vocês, enfermeiro
s, deslizam para o
meu quarto para
prestar
cuidados, avaliar a
tensão, e na
mesma hora
eclipsam-se logo
que terminam a
tarefa…
Como estudante
de enfermagem e
como ser
humano, tenho
consciência do
vosso medo, e sei
que o vosso medo
é o MEU MEDO…
De que é
que vocês
têm medo?
Sou eu que
estou a
morrer…!
Apercebo-me do vosso mal estar, mas não sei o
que dizer ou o que fazer. Por favor, se têm
interesse por mim NÃO ME PODEM FAZER ISTO!
Admitam apenas que têm interesse
por mim…
Não vos peço mais nada, nem
respostas!
Não se vão
embora. Tenham
paciência, aquilo
que preciso de
saber é se haverá
alguém que me DÊ
a MÃO quando eu
mais precisar.
TENHO MEDO…
Talvez a morte vos afaste, mas
para mim é algo de novo...
MORRER é algo que nunca
aconteceu comigo…
…e de certa forma é uma
ocasião única…
Falam da minha juventude, mas quando se dão
conta que estou prestes a morrer… já não sou
assim tão jovem, pois não?
Há coisas que
eu gostaria de
falar convosco
e que não
exigiam muito
tempo…
tão pouco que
nem iam
reparar que
me fizeram
sorrir...
Será que
confessarmos
juntos os
nossos medos
iria contra a
vossa
preciosa
competência
profissional??
Está tão severamente proibido comunicarmos
como pessoas, de maneira a que, quando chegar a
minha hora de morrer, eu terei comigo AMIGOS?
Sou
estudante de
enfermagem
e estou a
morrer…”
Carta escrita por uma estudante de
enfermagem espanhola dirigida aos seus
colegas….
Obrigada pela vossa atenção!
FilmesPacth Adams
Escafandro E A Borboleta
Mar Adentro
Antes De Partir (The Bucket List)
Minha Vida (My Life)
Uma Lição De Vida (Wit)Livros
A última aula
Às terças com Morrie
Escafandro e a borboleta
O Diálogo com a morte
Morrer é só não ser visto
SUGESTÕES
OBRIGADA
BIBLIOGRAFIA
• PORTUGAL. Direcção-Geral Da Saúde – Programa Nacional de Cuidados Paliativos. Lisboa: DGS, 2004
• ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS
Disponível na Internet: http://www.apcp.com.pt
• Manual de Cuidados Paliativos, Lisboa: Núcleo de Cuidados Paliativos do Centro de Bioética da Faculdade de Medicina de Lisboa, 2006.