Palavra e Imagem - Transversalidade Na Arte
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Transversalidades nas Artes Visuais 21 a 26/ 09/ 200 9 - Salvador, Bahia
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PALAVRA E IMAGEM: TRANSVERSALIDADE NA ARTE
Ricardo Guimares designer grfico e artista visual
Mestrando em Artes Visuais - MAV EBA - UFBA
RESUMOEste artigo trata da relao da palavra com a imagem nas artes visuais a partir daidentificao de alguns aspectos e obras de parte da produo artstica no sculo XX.Na aproximao da pintura com a poesia, da poesia com a pintura e as decorrnciasdessa produo.Palavras-chave: palavra, imagem, transversalidade.
ABSTRACT
This article studies the relation words-image in visual arts taking into consideration
some specific aspects and artistic works from the twentieth century. It dedicates specialattention to the consequences of the close relation between painting and poetry, andvice-versa, poetry and painting.Keywords: words, image, transversality.
A partir da atuao como artista visual, da experincia como compositor
musical vivenciando o uso da palavra em letras de canes, as lyricspara a
lngua inglesa, e como designer grfico utilizando os recursos da atual
tipografia digital, venho desenvolvendo um trabalho de pesquisa de mestrado
na linha de processos criativos em artes visuais com o foco na relao da
palavra com a imagem e suas decorrncias.
Este artigo traz algumas referncias que tm servido de base para o
desenvolvimento dessa pesquisa. Com um enfoque no sculo XX, faz um
breve comentrio sobre algumas caractersticas desse perodo procurando
identificar a partir de algumas obras a aproximao, presena e relao da
palavra com a imagem nas artes visuais. Da palavra em direo a imagem
pelos poetas e o caminho inverso, principalmente, pelos pintores. O termo
palavra utilizado aqui, est no sentido de texto escrito.
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IMAGEM PALAVRA
Quando no Renascimento, os pintores comearam a assinar e dar ttulo s
suas obras o faziam quase sem interferncia formal. A palavra no deveria
fazer parte da composio plstica. Esta esteve presente em outros momentos
e de outros modos na histria da arte, mas no sculo XX que adquire outra
inteno e maior dimenso.
No sculo XX, com a modernidade e a busca de algo que no fosse o
tradicional, ampliaram-se os movimentos de aproximao entre as diversas
formas de expresso notadamente entre as artes visuais e a poesia. Perodode questionamentos, experimentos e descobertas de novas possibilidades que
se prolongou at o final do sculo passado.
O estadunidense Clement Greenberg, um dos crticos de arte mais influentes
desse perodo, defendeu que a arte continuidade e que equivocado pensar
no modernismo como um movimento de ruptura, tanto em proposta como em
resultado. Incontestvel atestar as transformaes incitadas e conquistadaspelo que foi discutido e produzido nesse momento e nos diversos contextos em
que o pensamento moderno transitou.
O modernismo, movimento que se instaurou junto crise da modernidade,revelou uma preocupao particular com a linguagem. O desenvolvimento denovos cdigos, significaes, metforas, assinalou a representao atravs doinstantneo, do congelamento do tempo e sua transitoriedade (...)(GRUSZYNSKI, 2007, p34)
Baudelaire foi talvez o primeiro crtico moderno e Kant, considerado o primeiro
modernista por sua tendncia autocrtica. Uma crtica, no no sentido de
subverso, mas de conhecimento, auto-reflexo. Nessa busca artstica atravs
da auto-reflexo foram se proliferando os manifestos e movimentos. Os
diversos ismos encontrando suas crenas em verdades absolutas que se
mostraram momentneas e efmeras com o passar do tempo, mas que foram
norteadores para muito do que se construiu nos momentos seguintes.
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Havia uma grande e bem sedimentada tradio naturalista a ser destruda pelaarte moderna. Modernismo e antinaturalismo andaram juntos. Diferentemente darenascentista, porm, no havia para a arte moderna modelos a seguir ou areavivar. (TASSINARI, 2001).
Tassinari ressalta que o olhar para o Oriente e frica, muito presentes em
Picasso, por exemplo, se deu mais como investigao e no como modelo
referencial.
Do Essencialismo ao Neoplasticismo a crena em uma nova arte pairava na
produo, pesquisa e argumentos dos artistas negando o passado. No
Neoplasticismo buscou-se a reduo, a criao de assimetrias, a juno com o
espao e, tambm, a ausncia da sensao de profundidade.
Na modernidade o seu Antiilusionismo procurou negar a perspectiva, o claro-
escuro e os grandes temas. Pela ausncia dos grandes temas, defendeu a
questo da visualidade sem um significado externo.
A arte realista, naturalista, havia dissimulado os meios, usando a arte para
ocultar a arte; o modernismo usou a arte para chamar ateno para a arte.
(FERREIRA e MELLO)
PERCURSO
Em boa parte da obra do artista ingls Joseph M. William Turner a forma
indefinida dos objetos (as cores e as caractersticas individuais de cada
elemento invadem uma as outras criando a sensao de que existe apenas um
todo) deixando obscuro o tema pela sua abstrao.
Paul Czanne com A Ponte de Maincy de 1879 a 1880 ainda traz o espao
perspectivo. As mudanas se do no processo. No h cortes to visveis, pois
a estrutura ainda est atada tradio da representao. No entanto, j h
uma sinalizao para uma abstrao e de uma pintura como construo.
Exemplos como o de Monet que isolou a feitura do quadro do seu tema caracterstico desse perodo de questionamentos dos processos de
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representao. O moderno um ideal, uma busca no necessariamente de um
fato. Para os impressionistas, a obra deveria funcionar na retina do espectador.
No Balco Manet libertou a pintura do paradigma do espelho e da janela com
o uso do balco na qual a ao da viso reincorporada ao corpo do
observador.
Picasso quando pintou Les Demoiselles dAvignon em 1907 deu um passo
definitivo em direo ao desenvolvimento do cubismo e da abstrao moderna.
possvel identificar caminhos que a arte seguiu adiante, pela estrutura
acadmica desconstruda e pela aproximao com a frica e o Oriente.
A modernidade movida utopia. Dos novos modos de habitar e de viver de
uma sociedade que se reconstri movida a locomotivas, uma burguesia
crescente e um espao pblico que se configura na diminuio do espao
privado. a crena na racionalidade que solucionar todos os problemas.
O futurismo foi movimento que mais se adaptou ou traduziu essas condies
de fora da cincia e da tecnologia. Marinetti, mentor do futurismo era poeta de
origem. Foi um momento em que a literatura se aproximou muito das artes
plsticas. Tanto pelo convvio dos seus mentores, como pela prpria
construo de suas obras. No raro seus protagonistas eram pintores e poetas.
H no sculo XX uma reintegrao das palavras no discurso plstico, quando
elas irrompem no espao do quadro, ao mesmo tempo em que a visualidade
dos signos lingsticos e do espao da pgina resgatada pelos poetas.
(VENEROSO)
Paul Klee na sua identificao com o trao incorpora a palavra buscando
romper a barreira entre os signos lingsticos e os elementos plsticos. pelo
cubismo, futurismo e surrealismo, ainda com o carter de complementaridade
da idia de negao clssica, que a palavra aparece principalmente pelas
colagens, mas j com a abertura de suas possibilidades expressivas artsticas.
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Na urbanidade com seus grafismos, marcas, impressos em geral (de jornais a
bilhetes de trem), partituras musicais, embalagens, na paisagem da cidade e
na obra dos artistas cubistas e futuristas. A seguir, comeam a pintar textos
sobre as telas. Segue-se com a palavra de transgresso dos grafites como em
Basquiat. A palavra em garatujas como em Klee: meno a letras do alfabeto.
Picasso incorpora em sua obra materiais tidos como no artsticos, com a
palavra presente nessas produes.
Em 1912, apresenta Natureza morta
com cadeira de palha. A Palavra vai
adquirindo mais importncia. Oequilbrio na fuso das coisas e
espaos proporciona uma troca de
aspectos entre o que slido e o que
vazio. O espao ganha solidez e as
coisas se espacializam. Com a colagem, o espao moderno ultrapassa o
espao naturalista. Tambm com as colagens as palavras so incorporadas
aparecendo como elementos visuais. O reforo da conquista do espao queno o do claro-escuro.
Como disse Roland Barthes "O significado a representao psquica de uma
coisa e no a coisa em si"
O surrealista Ren Magritte em A
traio das imagens isto no um
cachimbo de 1929 traz a palavra queultrapassa a funo de legenda ou
ttulo. Ela integrante da obra e por
ela que a obra ganha o seu significado
pela afirmao provocativa e
humorada. Ainda aqui, no entanto, o
texto um complemento da imagem. Ele est a servio dela.
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O caminho da palavra na sua aproximao e integrao com as artes visuais e
o dilogo com a msica e com variados recursos tecnolgicos foi ampliando a
sua origem lingstica em formatos e resignificaes.
Crticos formalistas da arte, como Greenberg, tiveram dificuldade quando as
artes plsticas comearam a utilizar muito os objetos do cotidiano. Enquanto a
vida se estetizava a arte se desestetizava.
Quando o tema da pintura passou a ser a prpria pintura essa teoria foi
perdendo sua funo. A obra percebida pelo seu aspecto visual no mais
abarcava o que passou ento a ser produzido artisticamente.
Com Fools House de 1962, o norte-americano Jasper Johns visualiza um novo
espao. A arte e a vida se confundem e dessa fuso a palavra participa como
um elemento visual carregado de seus significados originais como escrita, mas
no mais como somente complemento da imagem. Ela est definitivamente
incorporada s artes visuais como mais um recurso expressivo visual e sgnico.
a negao ps-moderna da subordinao de um a outro.
Em 1965, Kossuth declarava que a nica coisa que o artista pode fazer refletir
sobre o conceito de arte, sobre seu ser em si, visto que j no pode existir
nenhuma relao entre o trabalho do artista e o pragmatismo da sociedade.
(ARGAN, p. 590).
A arte fechada em si, sem funo no mundo. Visualiza-se a Arte Conceitual. A
esfera entre a ao e o discurso.
Enquanto o francs de origem polonesa, Roman Opalka, pinta obsessivamente
nmeros e alguns entendem que sua obra era o tempo, outros, como o
italiano Emilio Isgr prope um novo sentido a um texto literrio a partir de seu
puro e simples apagamento.
Nos Estados Unidos Jackson Pollock se interessou pela cultura oriental e sua
caligrafia, de onde buscou um gesto mais expressivo para a criao artstica.
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A quebra de limites rgidos entre as diferentes linguagens um prenncio da
ps-modernidade. So objetos que passam a estar entre a pintura e a
escultura, com a presena do efmero, do acidental e non-sense bem
caractersticos do dadasmo.
No final do sculo XX o desenvolvimento das tecnologias e a banalizao e
saturao do uso da imagem, num sentido mais amplo, abre mais um espao
para a presena da palavra que depois se amplia com os recursos de
animao, com o sonoro e as possibilidades dos recursos digitais.
Na ps-modernidade a transversalidade das linguagens se amplia.
PALAVRA IMAGEM BRASIL
Enquanto a discusso ps-moderna ferveu na Europa e nos Estados Unidos o
Brasil convivia com o longo perodo da Ditadura Militar. A dcada de 50, no
entanto, foi um perodo de densas discusses. Os diversos manifestos
reforaram a idia de um movimento modernista brasileiro. Dos anos 20 de Di
Cavalcanti, Portinari, Tarsila e Brecheret que retornam ao Brasil vindos do ps-cubismo, do fauvismo e da arte construtiva europia e chegando trinta anos
depois com Lygia Clark,Helio Oiticica com seus parangols, o concretismo e
Ferreira Gullar com o interesse na experincia (fenomenologia da percepo)
do neoconcretismo e a poesia concreta com o trio de paulistas.
A poesia concreta, ao trabalhar de forma integrada o som, a visualidade e o
sentido das palavras, incorporou a palavra definitivamente no mbito das artesplsticas nacionais.
Em 1952, Dcio Pignatari e os irmos Augusto e Haroldo de Campos lanam a
revista literria "Noigandres", origem do Grupo Noigandres que iniciou no ano
seguinte o movimento da poesia concreta.
Junto a Jos Lino Grnewald e Ronaldo Azeredo, eles resgataram alguns dos
poetas modernistas e simbolistas como Sousndrade, o Mallarm baiano
Pedro Kilkerry e Oswald de Andrade, um dos mentores da Semana de Arte
Moderna.
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Esse reduzido grupo construiu uma teoria e uma obra que ainda continua se
desdobrando ao longo desses mais de 50 anos do nascimento da poesia
concreta, em renovados experimentos e ampliaes. As influncias se refletem
na obra de poetas, artistas visuais e msicos e nos artistas multimdias,
aqueles que incorporaram a interdisciplinaridade, a transdisciplinaridade e a
utilizao dos recursos tecnolgicos mais recentes na sua criao artstica.
Do maior rigor construtivo, em relao s experincias grficas de futuristas e
dadastas maior concentrao vocabular e nfase no carter no-discursivo
da poesia com a supresso ou relativizao dos elos sintticos explicitaoda materialidade da linguagem sob os aspectos visual e sonoro, transitou entre
os estratos verbais e no-verbais.
Artistas vo buscar no texto, alm da sua visualidade, a sua materialidade.
Ao mesmo tempo em que artistas plsticos enfatizam a visualidade e amaterialidade da escrita em seus trabalhos, tambm os poetas tm seencaminhado na direo de uma conscientizao da pgina como parteconstituinte do poema e na explorao da visualidade e da materialidade da
escrita. H, no sculo XX, uma reintegrao das palavras no discurso plstico,quando elas irrompem no espao do quadro ao mesmo tempo em que avisualidade dos signos lingsticos e do espao da pgina resgatada pelospoetas. (VENEROSO, 2002, p. 81-89).
PALAVRA IMAGEM
Antes, o poeta simbolista parisiense Mallarm concebeu o poema, na
confluncia do painel visual e da partitura musical, intitulado Un coup de Ds
(traduzido por Augusto de Campos como Lance de dados) publicado na
revista Cosmpolisem 1897. Influenciado pelos ideogramas chineses construiu
uma complexa estrutura de ramificaes e entrecruzamentos com uso de tipos
diversos em novas posies e caminhos utilizando o espao grfico de forma
mais ampliada. Valorizou os espaamentos, os brancos, enfim, a visualidade
da palavra.
O romano Guillaume Apollinaire, em 1914, com seus Calligrammesestabeleceu ainda que sem brilhantismo, uma relao fisionmica entre as
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palavras e o objeto/recipiente por elas representado. Foi um entusiasta do
cubismo e de artistas como Picasso e Matisse.
O poeta e crtico norte-americano Ezra Pound, atravs dos noventa e cinco Os
Cantos(de 1925 a 1972) estabeleceu relaes diretas da poesia com a msica.
Buscou dizer o mximo possvel com o mnimo de palavras. Insistiu na
afirmao de que a poesia est mais prxima da visualidade e da msica do
que da linguagem verbal.
O tambm poeta e pintor norte americano Edward Eastlin Cummings que
assinava e.e. cummings (assim, em caixa baixa) conciliou a sutileza ao rigorliberando o vocbulo de sua grafia, multiplicando as direes e as dimenses
da leitura.
Com as novas tecnologias, a palavra passa a ocupar um espao que
ultrapassa a dimenso verbal, com o som e imagem como elementos
integrantes que traduzem o seu carter interdisciplinar com significados
ampliados pela sua forma e cor, pela presena e ocupao do espao e pelomovimento que a torna ainda mais dinmica.
A expresso criada por James Joyce verbivocovisual sintetiza bem a proposta
da poesia concreta. Importante ressaltar que os experimentos da palavra em
aproximao e conjuno com a imagem no vem do sculo XX.
O ovo de Smias de Rodes de 300
a.C. considerado o primeiropoema visual. ele o primeiro
poema simultanesta, uma vez que
o 1 verso a primeira linha; o 2, a
ltima linha; o 3, a segunda; o 4, a
antepenltima e assim por diante,
at a linha final (central). A obra ovonovelo de Augusto de Campos de 1956
faz referncia explcita ao ovo de Rodes
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A palavra pensada e construda de diferentes formas. Um exemplo o
conceito de escrita automtica, associada mais aos surrealistas que
buscavam chegar ao inconsciente de cada indivduo, libertando-se das
convenes, tambm utilizada pelos dadastas como procedimentos aleatrios
e criao pelo acaso.
O originalmente poeta Augusto de Campos construiu uma obra que valorizou a
utilizao de recursos tecnolgicos e a interao da poesia com a msica e a
conseqente reconfigurao visual e sgnica. Utiliza de diversos recursos como
o holograma, o laser, a palavra como objeto, e a luz associada com o som. De
sua origem modernista, suas experincias se incorporam s idias ps-modernistas de apropriaes e com carter interdisciplinar.
Outro exemplo significativo o artista multimdia Arnaldo Antunes.
Assumidamente discpulo dos poetas concretos, ele um dos artistas
contemporneos brasileiros que d a palavra uma importante dimenso na sua
obra artstica sem ser necessariamente associada poesia nos seus moldes
mais tradicionais.
O catalo Joan Brossa foi outro poeta/artista desse caminho da palavra com
sem tom irnico em seus poemas-objetos surrealistas influenciado pelos ready
made de Duchamp e pelo construtivismo dadasta de Kurt Schwitters.
Na dcada de 80, Mira Schendel, sua registrada Myrrha Dagmar Dub, se
estabelece no Brasil em 1949passa a explorar as relaes verbais e visuais,criando uma gramtica absolutamente particular. Em seu trabalho cada letra
tem um mistrio contido no seu prprio desenho.
TRANSVERSALIDADE
Muitos so os artistas que passaram a utilizar a palavra em suas obras seja
como mais um elemento ou como base para suas criaes. Alguns, no intuito
de ultrapassar o sentido semntico, outros num olhar focado na visualidade da
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palavra, na desconstruo da escrita, nas relaes entre imagem e palavra e
outras formas que essa conjuno permitir.
Os limites entre as linguagens artsticas esto cada vez mais tnues e sutis. Os
pontos de contato se ampliam e as definies so mais complexas. a busca
pela dissoluo de fronteiras, cada vez mais imprecisas e diludas nas
linguagens artsticas, seja, vdeo, fotografia, desenho, pintura, poesia,
performance, instalao ou pintura. Transversalidade e hibridismo so alguns
termos que nos fazem compreender melhor e definir essas caractersticas da
contemporaneidade
Se a profuso de imagens produzidas na contemporaneidade estescancarada no nosso olhar cotidiano, cada vez mais se percebe que as
definies entre o que verbal e o que no , vo ficando mais complexas.
Inflacionadas pela sua propagao invasiva, as imagens vo ocupando cada vezmais espao em nosso cotidiano, no mais ilustrando os textos, mas sepropondo como textos, culminando na expanso dos processos da visualidade eda visibilidade imagtica. (GUIMARES, p. 1).
(...) o cdigo hegemnico deste sculo no est nem na imagem, nem na palavraoral ou escrita, mas nas suas interfaces, sobreposies e intercursos, ou seja,naquilo que sempre foi do domnio da poesia. (SANTAELLA, 1992-1993, p49)
A palavra traz em sua estrutura o som, a organizao interna de relaes e a
conseqente produo de significados. Quando se amalgama com a imagem e
se transformam em outra linguagem, e com os novos recursos tecnolgicos
que nos permitem criar outras relaes espaciais e temporais, ento, as
possibilidades de criao artstica so enormes.
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CURRCULO RESUMIDO
Ricardo Guimares, designer grfico pela Universidade Federal da Bahia
(UFBA), licenciado em Educao Artstica com habilitao em Artes Plsticas
pela Universidade Catlica do Salvador (UCSal), mestrando em Artes Visuais,
linha de pesquisa em Processos Criativos pelo Programa de Ps-Graduao
em Artes Visuais UFBA, artista visual, msico, escritor e educador.