Palavra do Colégio Episcopal à Igreja Metodista - maio 2014

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Pronunciamento do Colégio Episcopal da Igreja Metodista

Olhando o Brasil e Orando pelo Povo

“...os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas

queimadas pelo fogo. Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me,

e chorei, e lamentei por alguns dias...”

(Neemias 1.3b-4a)

ostaríamos de não escrever a mensagem que Deus tem

colocado em nosso coração, pois o clima em muitas igrejas

metodistas e não metodistas é muito mais de festa e

alegria do que de choro e desolação pelo pecado, violência e morte.

Mas, nos sentimos constrangidos pelo Espírito e pela Palavra de

Neemias, ou Jeremias: “Prouvera a Deus a minha cabeça se

tornasse em águas, e os meus olhos, em fontes de lágrimas! Então,

choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo.” (Jr

9.1), ou Daniel: “Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante três

semanas.” (Dn 10.2), e mesmo Jesus, “Quando ia chegando, vendo

a cidade, chorou.” (Lc 19-41).

G


Nosso coração, que está cheio de alegria, ao mesmo tempo se

enternece, e mais do que isso, agoniza diante da destruição de

vidas, em nossas cidades, onde morrem crianças vítimas de

violência, adolescentes aos milhares, o sangue de inocentes corre

pelas ruas de nossas cidades, todos os nossos esforços e ações

ainda são poucos diante das necessidades. É também uma

abstração nociva à missão, não entender a dimensão espiritual,

deste caos sócio-histórico em que vivemos. Como Jeremias, nós

pomos a dizer: “Acaso, não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá

médico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu

povo?” (Jr 8.22).

Este estado de angústia, agonia e inconformidade sempre foi

o elemento que Deus usou para levar seu povo à oração, com

“...súplicas, orações, intercessões e ações de graças” (1 Tm 2.1).

Conforme ensinou Paulo a Timóteo, é das almas de servos e servas

de Deus que agonizavam em súplicas e clamores diante de Deus,

que nasceram os grandes avivamentos na história do povo de Deus,

nas Escrituras e na história da Igreja.

Diante disso, nós, como Igreja Metodista, não nos

conformamos com a situação que vemos no país, cidades e área


rural, tomadas pela violência, pela injustiça, pela desordem de

todas as formas.

Não concordamos com os que, querendo justiça, fazem

guerra, queimam ônibus, quebram lojas, agridem-se mutuamente.

Atos estes que param serviços básicos, trazendo prejuízo para toda

a população.

A Copa do Mundo de Futebol não é responsável pelas

péssimas condições de vida de grande parcela do povo brasileiro.

Ela é apenas um evento esportivo, que traz à luz o mau uso do

dinheiro público que sempre existiu, e que pede de nós vigilância,

denúncia e militância de uma fé ativa na comunidade. Pois, o mal

feito começa no bairro, nas agências de serviço público e privado:

Escolas, Postos de Saúde, Hospitais, Postos de Polícia, etc.

Mas, vemos que aquilo que nos desafia nos conclama a sair de

nossa fé às vezes sossegada, para nos integrar como comunidade de

fé em ações comunitárias ordeiras que reivindicam mudanças no

bairro, na cidade e no país, sempre respeitando a lei e a ordem.

Nossa fé e testemunho devem projetar-se na comunidade,

tornando-se sal da terra e luz do mundo. Como Colégio Episcopal,

convidamos os metodistas a participar em vários meios que a

sociedade oferece. Sim, saiamos de nossos templos e muros e


sejamos instrumentos de justiça e esperança ao povo que sofre e

aguarda que a Igreja do Senhor, o Povo Chamado Metodista

“Mostre a sua cara”. Há muitos motivos de oração, mas há também

muito que podemos fazer.

Deus nos abençoe nesta Missão, 28 de maio de 2014

COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA 2012-2016

BISPO ADONIAS PEREIRA DO LAGO – Presidente do Colégio Episcopal BISPO JOÃO CARLOS LOPES – Vice-Presidente do Colégio Episcopal

BISPA MARISA DE FREITAS FERREIRA – Secretária do Colégio Episcopal BISPO PAULO TARSO DE OLIVEIRA LOCKMANN

BISPO LUIZ VERGILIO BATISTA DA ROSA BISPO JOSÉ CARLOS PERES

BISPO ROBERTO ALVES DE SOUZA BISPO CARLOS ALBERTO TAVARES ALVES

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