PaláCio Nacional De Queluz 1

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Palácio Nacional de Queluz História 8ºA Liliana Pardal nº18 Mariana Teixeira nº22

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Palácio Nacional de Queluz

História8ºA

Liliana Pardal nº18Mariana Teixeira nº22

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O Palácio e os seus jardins constituem um notável conjunto monumental que apresenta uma vivência intimista da corte portuguesa de Setecentos, ao mesmo tempo que representa momentos de extraordinária relevância histórica e de afirmação do poder real.

Apresentar a evolução do gosto da corte nos séculos XVIII e XIX, marcada sobretudo por influências francesas e italianas, quer nos espaços interiores, quer nos jardins, num período que percorre o barroco, o rocaille e o neoclássico, constitui uma vocação essencial deste Palácio, enquanto instituição que privilegia o conhecimento, a interpretação e a fruição de um conjunto monumental de incontornável referência no património arquitectónico e paisagístico português.

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A história

Do primeiro período de habitação do Palácio, correspondente a D. Pedro III e a D. Maria I sobressai a grande animação lúdica, a par com a grande versatilidade dos espaços, que eram encenados e armados conforme as diferentes funções e eventos, habitualmente festas religiosas ou aniversários reais.

Desde sempre concebido como um Palácio de Verão, a Queluz ocorria frequentemente a Corte para assistir aos festejos e serenatas. Eram especialmente animados os dias de S. João e S. Pedro, festejados no mês de Junho, coincidindo o último com a celebração onomástica de D. Pedro III, logo seguida, a 5 de Julho, pelas comemorações do seu próprio aniversário Grande parte dos festejos, tinham lugar nos jardins e incluíam fogo de artifício, jogos equestres e combate de touros, entre outros divertimentos.

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O pintor e armador João Pedro Alexandrino Nunes era o responsável pela concepção e montagem das decorações das muitas arquitecturas efémeras que nessas ocasiões eram erguidas no Palácio, tendo também a seu cargo a própria redecoração dos quartos e aposentos reais renovados ao ritmo das estações.  Eram inúmeras as fontes de divertimento em Queluz, sobretudo nos anos que medeiam entre 1752 e 1786, ocupando sempre a música um papel central, ainda na época do Príncipe Regente. Antes e depois da construção da Casa da Ópera, em 1778, aqui se tocaram dezenas de serenatas e óperas, na sua maioria inspiradas em temas da mitologia clássica. Em Agosto de 1781, Francisco Farinelli, "castrati" que mais tarde alcançaria grande notoriedade como soprano, fez aqui a sua prova de músico. A época áurea da música em Queluz terminou em 1786, com a morte de D. Pedro III. Em 1793, inaugura-se em Lisboa o Teatro de S Carlos, que passou a ser frequentado pela Família Real e pela Corte.  No final dos dias festivos de Verão, os convivas que passeavam no jardim, cujas alamedas, lagos e cascata se encontravam iluminados com lanternas e decorados com uma profusão de estruturas e arcos de arquitectura efémera adornados com flores e letras, que se estendia às fachadas.

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A vida em Queluz e na Corte era ainda animada ao tempo em que a prometida do Infante D. João VI, a infanta espanhola D. Carlota Joaquina de Bourbon chega a Portugal, testemunhando ainda o epílogo de um tempo despreocupado e feliz que uma sucessão de eventos trágicos viria em breve ensombrar.

A Residência permanente do Princípe Regente D. João – O Fim do Fausto Com efeito, à morte de D. Pedro III - em 1786 – seguir-se-á, dois anos depois, o brutal e prematuro falecimento do Príncipe Herdeiro D. José, vitimado pela varíola aos vinte e sete anos. Deixava uma tia--viúva e uma mãe demasiado debilitada cuja incapacidade para governar acabaria por ser decretada em 1792, ano em que D. João é aclamado Príncipe Regente.

No ano seguinte comemora-se em toda a parte o nascimento da sua primogénita, a Infanta D. Maria Teresa, acontecimento festejado com decorações e fogos de artifício, que adquirem particular grandiosidade em Queluz. Dos nove filhos de D. João e de D. Carlota Joaquina, apenas um - o Príncipe Herdeiro D. António Pio - morreria sem atingir a maioridade, com a idade de seis anos, vitimado também pela varíola. O baptizado deste Infante, realizado em 1795 em Queluz, revestiu-se de grande ostentação, conforme descrição pormenorizada da época.

Fiel à antiga aliança com a Inglaterra e temendo perder o Brasil, D. João VI recusa-se a aderir ao Bloqueio Continental decretado por Napoleão e vê-se obrigado a exilar-se para o Brasil a 27 de Novembro de 1807, um dia antes da entrada das tropas do General Junot em Lisboa. Com a Família Real, partia grande parte da nobreza e também grande parte do recheio do Palácio.

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Os Invasores – Ocupação francesa: JunotNo período que se seguiu, o Palácio foi alvo da cobiça dos ocupadores, que daqui levaram muitos móveis e pratas para adornar outros palácios que serviram de residência em Lisboa. Em Dezembro de 1807, o próprio General Junot visita o Palácio com o intuito de nele proceder a algumas modificações, tendo chegado a alimentar o sonho de aqui vir a instalar Napoleão. Em breve seria obrigado a capitular, não chegando a ver completado um ano de ocupação, levando, no entanto, o exército francês grande parte do produto dos saques e pilhagens.

Retorno da Família Real do Brasil após a Revolução – O Fim do Ancien RégimeNo Rio de Janeiro, a Família Real permanece catorze anos. Tornava-se urgente que o Rei jurasse a nova Constituição que emanara da Revolução de 1820. Antes de regressar, ordenara algumas obras de melhoramento em Queluz, para onde logo se dirige a Família Real, poucos dias passados do seu desembarque no Tejo, a 4 de Julho de 1821.

Separado da mulher, D. João VI fixara residência no Palácio da Bemposta, em Lisboa, onde viria a falecer em 1826, longe dos dois filhos ausentes: o rebelde D. Pedro - Iíder da independência brasileira proclamada a 7 de Setembro de 1822 - e o mais novo, D. Miguel, exilado em Viena de Áustria após o segundo golpe de estado absolutista da Abrilada (1824). A morte do Rei iria deixar em aberto o gravíssimo problema da sua sucessão, tendo vindo a envolver o país numa terrível guerra fratricida, que se prolongaria ate 1834.

A vitória liberal de D. Pedro IV sobre o irmão Miguel, logo seguida da morte do primeiro no Quarto D. Quixote em Queluz, num ambiente de grande simbolismo e dramatismo romântico, representa simultaneamente o correr do pano sobre o ancien regime e o fim de uma época para Queluz.

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Origem da Quinta de Queluz

O Palácio Nacional de Queluz foi residência real de duas gerações de monarcas. A sua construção deve-se à iniciativa de D. Pedro III (1717-1786) a quem a Quinta de Queluz pertencia, enquanto terceiro Senhor da Casa do Infantado, criada em 1654 por Alvará do Rei D. João IV em favor dos filhos segundos dos Reis de Portugal. Esse património compreendia todos os bens confiscados aos partidários dos Filipes após a Restauração e a subida ao trono do Duque de Bragança (1640), nele se incluindo os bens de D. Manuel de Moura Côrte-Real (1592-1652), 2º Marquês de Castelo Rodrigo, proprietário da Casa de Campo de Queluz.

Esta veio assim a ser doada ao Infante Pedro, futuro D. Pedro II (1648-1706), que a teria utilizado como residência de veraneio. Ao seu filho e 2° Senhor da Casa do Infantado, Infante D. Francisco (1691- 1742) se ficaram a dever obras de ampliação e de captação de água, incluindo a construção do aqueduto ainda hoje existente.

Será no entanto D. Pedro III (1717-1786) - último dos filhos de D. João V (1689-1750) e de D. Mariana de Áustria (1683-1754) e Grão Prior do Crato - quem, entre 1747 e 1786, iniciará uma campanha concertada de obras, ampliando o chamado Paço Velho e dando-Ihe, com o passar dos anos, uma envergadura de Palácio Real. Para tal foi determinante o seu casamento, em 1760, com a sobrinha e herdeira do trono, Princesa D. Maria, que Ihe trará o título de Rei D. Pedro III, por o casal já ter filhos à data da sua ascendência ao trono. Alheio à política e intriga cortesãs, mas de gostos e hábitos elegantes e possuidor de uma fortuna considerável, D. Pedro dedica a Queluz uma atenção directa e constante, que apenas terminaria com a sua morte.